A região da Miril, Varig, Brejo Social e Aeroporto é pouco conhecida pelos moradores de Bom Jardim. Ela abriga cerca de 60 povoados e 9.515 habitantes. Sua economia baseia-se na agricultura, pecuária e extração de madeira, porém os produtos são escoados para outros municípios, gerando receita para eles. Além disso, a região sofre com falta de estradas e escolas, isolamento administrativo e êxodo populacional.
Apresentação sobre as etapas do desenvolvimento infantil
Região da Miril, Varig, Brejo Social, Aeroporto e Antonio Conselheiro em Bom Jardim - MA
1. REGIÃO DA MIRIL, VARIG, BREJO SOCIAL, AEROPORTO E
ANTONIO CONSELHEIRO
Adilson Motta, 2015
A parte populacional mais afastada e que muitos bonjardinenses desconhecem é a
região da Miril, Varig, Brejo Social, Aeroporto, Antônio Conselheiro e outros assentamentos
que correspondem a um aglomerado de cerca de 60 povoados. O populacional da região é
estimado em 9.515 habitantes e um eleitorado de 4.321 eleitores. As rendas de despacho
da produção econômicas (agricultura, pecuária e exploração de madeiras) são escoadas
para Buriticupu e Açailândia, gerando renda aos mesmos, deixando o município de Bom
Jardim de arrecadar boa fonte de receita naquela região, sem que haja aproveitamento na
economia municipal. Esta é, no entanto, uma região muito enxergada em período eleitoral,
pois seu peso eleitoral já definiu muitas vitórias políticas em Bom Jardim a políticos que só
enxergam em período eleitoral. A juventude daquela região sob a tutela política
administrativa de Bom Jardim, encontra-se entregue ao abandono – quanto ao ensino
médio, onde também são desamparados (pelo Estado). Frente a situação, segundo
Francinaldo da Silva, membro do Comitê Pró-Emancipação da Vila Varig em o Jornal Agora
Santa Inês (2011):
“Nós estamos cansados de tanto abandono e isolamento!”
Escola Municipal em Brejo Social. Data: Agosto de 2012.
Sendo em sua maioria áreas de assentamentos, marcadas por histórias de lutas do
homem do campo na busca pelo direito a terra, já que estes direitos não vêm nas diligências
pleiteadas nas políticas públicas por gestores que planejem o desenvolvimento na região,
é produto de conquistas sociais e de lutas isoladas.
Das áreas pertencentes a Bom Jardim que abrange a região da Miril, Varig, Brejo
Social e Aeroporto são as maiores produtoras de arroz e apresenta grande criatório de
gado; exportando muita madeira, além de produzir pimenta (cujo fato deriva o nome de
um povoado - povoado da Pimenta). O povo daquela região sobrevive da agricultura,
pecuária, carvoaria e extração de madeira (esta última, atualmente encontra-se
escasseando). E grande parte de seu território é ocupado por plantio de eucaliptos de
empreendimentos empresariais de porte como o Grupo Viena, Pindaré, Ferro Gusa e outros.
O grande problema enfrentado é a ausência de estradas para a escoação da produção
como: madeira, cereais, castanha, gados para o abate, queijo, arroz, feijão, etc. Sabe-se
que, as verbas federais também vêm na proporção/população, ou seja, considerando o
2. coeficiente populacional.E o que se observa, é que o povo daquela região apenas serve para
engordar as contas do cofre público, ou melhor, sem uma equivalente retribuição. O povo
precisa mais do que uma simples ponte, e um pedaço de estrada raspada e empiçarrada...
Por conta da situação, em toda aquela região, segundo Frei Valadares (que lá muito
frequenta), está ocorrendo certo êxodo – ou seja, muitos proprietários de terras estão
vendendo suas propriedades e migrando para outras regiões onde se oferece melhores
condições.
O acesso até aquela região não é por via direta (por dentro de Bom Jardim);
atravessam-se 7 municípios para atingir os confins mais distantes da região. Como:
Pindaré-Mirim, Santa Inês, Tufilândia, Santa Luzia, Butiticupu, Bom Jesus das
Salvas e Açailândia. Devido a grande distância que separa o município àquela
região, perdura certa dificuldade administrativa para os governantes, ficando assim,
muito a desejar àquela população que também é “povo bonjardinense”, e que sonha
por uma autonomia administrativa através de emancipação política. O fato de ser
um dos povoados mais distante da sede administrativa, torna-se difícil a
administração de rendas, recursos e projetos, e se resolveria com a instalação de
uma subprefeitura para aquela região para trabalhar e gerir o seu desenvolvimento.
Tal projeto foi implantado na administração Gralhada, mas, não foi em frente por
razões político-partidária entre aqueles que representavam o poder público
municipal (Executivo e Legislativo).
Nas adjacências da estrada Sunil (empiaçaral), que liga Bom Jardim a
Açailândia, existe uma grande plantação de eucaliptos da empresa Viena, estimada
em 15 km de extensão, para a produção e destinada à fundição em siderurgias da
Companhia Vale do Rio Doce. Existe seis carvoeiras na região.
A difícil situação administrativa por conta da situação geográfica da região permite criar um certo
isolamento social distanciando a comunidade da região dos benefícios da sede administrativa. A perda
econômica se dá através do alto fluxo de madeiras que é escoada via fronteira de outros municípios, os
quais se beneficiam por meio de suas serrarias via impostos e empregos (diretos e indiretos). Os pontos
de escoação de madeiras na região são:
Casa Redonda;
Buriticupu (após 6 km);
Nova Vida;
E Bom Jesus das Selvas.
Há a existência de bauxita da qual se extrai o alumínio na Serra do Tiracambu, que
foi detectada em pesquisas pela Companhia Vale do Rio Doce. A C.V.R.D ou Vale está se
instalando na região, na localidade do Rio da Onça, para exploração do minério de bauxita.
Para que isto aconteça, a CVRD tem que obter a liçença ambiental e alvará dos municípios
onde a Serra do Tiracambu se localiza. Fato que acarretaria renda e desenvolvimento ao
estado e região através dos royalties.
Obrigações Sociais Omissas da Vale com as Comunidades de Bom
Jardim na Região Miril e Caru
Para quem não conhece, a questão da Vale nos limites da política e de suas obrigações com
as comunidades que se localizam nas suas adjacências, não é nada realmente de interessante.
Mas a partir do momento que conhecemos realmente a Vale e seu potencial, seu processo de privataria ou
3. privatização – ai, o assunto se torna um problema além de Bom Jardim, e sim um problema nacional. A
Vale tem de fato direitos e obrigações de bancar projetos ao longo das comunidades que se localizam ao
longo da ferrovia em até 15 quilômetros de distância. As comunidades de Bom Jardim (REGIÃO MIRIL)
por onde passam os trilhos da Vale na região, localizam em menos de um quilômetro de distância
(marcados pelos limites do rio Pindaré naquela região). A VALE tem sim, obrigações sociais com as
comunidades de Bom Jardim – seja infra estruturais (pontes e passarelas), educacionais (campanhas,
construção de escolas, asfaltamento). Quanto mais na Serra do Tiracambu, onde se localiza uma enorme
reserva de bauxita, minério de onde se extrai o alumínio – que no futuro irá gera royalties a Bom Jardim.
A Vale é uma ferida no coração do Brasil nas flâmulas da corrupção. Afinal, seu processo de privatização
foi na total sombra da corrupção. É tido como o maior caso de corrupção da história da humanidade. Pois,
segundo um de seus últimos diretores (que precedeu Rogger Agnelli – pós privatizada), a empresa valia
R$ 100 bilhões e foi vendida por apenas 3,3 bilhões (para as próprias empresas que a avaliaram (Merrill
Lynch – americana - e Bradesco, que também foram os compradores, onde boa parte dos recursos pelo
qual foi auferida, foi financiado pelo BNDES). Afinal, 68% de seus novos donos são estrangeiros.
Especialistas afirmam que, devido ser 400 anos de exploração mineral noite e dia (minério diversos, raros
e caros), a mesma, que é detentora da lavra em termos monopolizados esteja valendo algo em torno de 7
trilhões. E os brasileiros a ver navios... A pérola de um povo atirada aos porcos (capitalistas e saqueadores
do patrimônio da nação que se escondem por traz de políticos, bancos privados e empresas
multinacionais). Em 2012, a empresa Vale faturou algo em torno de R$ 21 bilhões anual, quase 3 vezes
o orçamento de todo estado do Maranhão com seus 217 municípios. Hoje, é uma multinacional e opera
nos 5 continentes e 18 países.
Veja o discurso na câmara federal de Chiquinho Escórcio, em que se fundamenta os direitos das
comunidades e deveres da Vale:
“A Vale está deixando muito a desejar no meu Estado. Os
senhores verão que não são apenas os índios, mas a
população está revoltada com todas aquelas casas rachadas,
as pessoas que estão morrendo nos trilhos, a zoada
permanente, tudo isso é exatamente o rastro de mal-estar
que os senhores estão deixando”, disse.
Carvoeira na região da Miril; sendo por muitos conhecidas por “rabos quentes”, é uma espécie de iglu,
feito de tijolo e barro. Grande extração de carvão vegetal que é revendido para as siderurgias.
Povoados de Bom Jardim que encontram-se dentro dos limites de 15 quilômetros e que
podem receber projetos de impacto socioambiental da Vale:
a) Cristalândia (Região Miril);
b) Miril;
c) Bela Vista;
d) Povoado Rosário;
e) Povoado Barra do Galego;
f) Chapada;
g) E Santa Luz (em grandes probabilidades).
4. IMAGENS DA REGIÃO MIRIL
Rio Azul Rio Pindaré
Participação da comunidade em ações política e associativismo.
Rio Azul
Povoado aeroporto. Vila Varig
5. VILA VARIG – ATUAL NOVO JARDIM (EM PERSPECTIVA DE
EMANCIPAÇÃO)
Fonte: Antonio Castro Leite. Agrimensor Topografia. 2015
6. PRÉDIO DO DAVI – POVOADO ANTONIO CONSELHEIRO
Serra do Tiracambu
Localizada na Amazônia maranhense, a Serra do Tiracambu, que compreende área territorial de
vários municípios do Maranhão e Pará. Entre os municípios que sofrem influência geológica de seu platô*,
estão: Açailândia, Bom Jardim, Imperatriz, Itinga do Maranhão e Marabá.
Localiza-se a Oeste Maranhense – Serra do Tiracambu – divisa de Bom Jardim e
Carutapera – Serra do Gurupi – nos municípios de Imperatriz, Açailândia e João Lisboa. (Fonte: Geografia
do Maranhão,2010).
Apresenta grande área florestal dentro do universo e domínio da Unidade de Conservação (Reserva
Biológica do Gurupi – REBIO do Gurupi no Maranhão), e em algumas terras indígenas – o que lhe serve
de proteção à sua biodiversidade. O platô que forma a área da Serra do Tiracambu ocorre numa região de
relevo dissecado (MARÇAL, 1994), cuja altitude na Serra do Tiracambu varia entre 400 e 600 m. O
feixe (de platô), que passa por imperatriz e Marabá (segundo estudos e pesquisas) com mais de 350 km
de extensão impõe anomalias em cotovelo no baixo curso dos rios Araguaia e Tocantins, além de controlar
o baixo curso do Rio Itacaiúnas (Pará). A área geológica (do Tiracambu compreende uma extensão de
560 km).
O Rio Gurupi nasce na Serra do Tiracambu, que constitui o principal divisor de águas desta bacia,
estabelecendo limites com as bacias do Pindaré e Turiaçu.
Grande parte florestal da Serra já sofreu exploração seletiva de madeira recente, havendo também
evidência de incêndios florestais comum na região.