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16   INFRAESTRUTURA




Prestes a se
tornar realidade
Após décadas de falsas promessas, a pavimentação da MG-760 enfim parece
que irá sair do papel. Saiba como a reestruturação da estrada permitirá abrir
o caminho do desenvolvimento econômico do Vale do Aço rumo a Zona da
Mata, uma das regiões mais prósperas de Minas
                                         Por Bruno Granato
                                                                                 A pavimentação da MG
                                                                              760, sempre vista com des-
                                                                              confiança, agora parece
                                                                              que finalmente irá sair do
                                                                              papel. No dia 24 de outu-
                                                                              bro, foi assinado o contrato
                                                                              das obras entre a empresa
                                                                              vencedora da licitação e o
                                                                              Departamento de Estradas
                                                                              e Rodagens (DER) de Mi-
                                                                              nas Gerais. Mas, por causa
                                                                              do período chuvoso que se
                                                                              estende de novembro a fe-
                                                                              vereiro, as obras só devem




                                         Em Cava Grande, o trecho onde
                                     termina o asfalto e se inicia o acesso
                                         a MG-760; ao lado, o mapa com
                                                   o percurso da rodovia
começar de fato no início de 2013.        mento da BR-381, nas proximidades          caso do governo estadual, a via que
    Com orçamento estimado em R$ 134          do bairro Amaro Lanari, em Coronel         possibilitaria o crescimento econô-
    milhões, a pavimentação está previs-      Fabriciano. Criada para ligar Timóteo      mico para vários municípios acabou
    ta em dois lotes. O primeiro, com 64      a São José do Goiabal, encurtando          sendo motivo de falsas promessas
    km de extensão, inicia-se na BR-262,      as distâncias entre o Vale do Aço e a      eleitoreiras. Desde o primeiro manda-
    em Rio Casca, passa próximo a São         Zona da Mata, a MG-760 iria beneficiar     to de Nilton Cardoso, há 25 anos, uma
    José do Goiabal, às margens do Par-       a economia das duas regiões. Entre-        sucessão de políticos se comprome-
    que Estadual do Rio Doce (PERD), e        tanto, a rodovia encontra-se em pés-       teu a “levar o asfalto” à MG-760. Esbu-
    termina no distrito de Cava Grande,       simas condições. A estrada teve sua        racada e em péssimas condições para
    em Marliéria.                             terraplanagem iniciada na década de        o tráfego de veículos, a pavimentação
       Ainda em Cava Grande começaria         1980 e, além de ligar as duas regiões e    da estrada tornou-se uma lenda que,
    o segundo lote, estimado em 21 km         dar acesso ao PERD, o objetivo da via      literalmente, só existe no papel: nos
    e planejado para passar pelo bairro       era escoar a produção de carvão das        arquivos e mapas do governo estadu-
    Licuri, em Timóteo, até o entronca-       siderúrgicas do Vale do Aço. Por des-      al, ela consta como asfaltada.




           Zona da Mata e Vale do Aço:
                     potencialidades
    Uma vez pavimentada, a MG-760           a indústria possuem papel importante.        Aço, que deveria facilitar o transporte de
abriria caminho para novas perspectivas     No setor agrícola, destacam-se a agroin-     produtos não só para a Zona da Mata,
de desenvolvimento através da integra-      dústria de produtos derivados do leite,      mas para todo o Brasil, não é aproveitada
ção entre o Vale do Aço e a Zona da Mata,   a fruticultura, produtos hortigranjeiros,    em sua totalidade pela má condição das
duas regiões de rico potencial econômi-     além da produção avícola, suinocultura e     estradas que passam pela região. Se há
co. A MG-760, por meio do eixo Viçosa/      pecuária leiteira.                           algo que pesa nos custos de produção e
Ponte Nova com o Vale do Aço, poderá            Na indústria, a força está no setor de   impede as empresas do Vale do Aço de
receber o fluxo de todo trânsito da BR-     confecções (têxtil, malhas, meias, ves-      serem ainda mais competitivas, são os
262, se tornando a opção mais viável        tuário, calçados, bolsas e cintos) e nos     problemas enfrentados na hora de esco-
rumo à Zona da Mata. Este traçado será      setores metalúrgico, de construção civil     ar a produção, sempre pela BR 381. Para
um atalho em direção a uma das econo-       e moveleiro. A região é cortada por im-      Luciano Araújo, presidente regional da
mias mais sólidas, dinâmicas e estrategi-   portantes rodovias federais, tais como       Federação das Indústrias do Estado de
camente localizadas do Estado. A Zona       BR-040, BR-116, BR-262, BR-267 e BR-482.     Minas Gerais (FIEMG), a pavimentação da
da Mata mineira representa 7,6% do PIB      Diferentemente da Zona da Mata, a eco-       MG-760 seria uma via de escape estraté-
de Minas Gerais, mais que o dobro do        nomia do Vale do Aço gira em torno do        gica. “O Vale do Aço possui todas as con-
Vale do Aço, correspondente a 3,56%. Na     setor industrial, com destaque para o si-    dições para tornar-se o principal vetor
Zona da Mata, a agricultura, a pecuária e   derúrgico, metal-mecânico e produção         de desenvolvimento no Leste Mineiro.
                                            de celulose. Com capacidade produtiva        Temos fonte de energia acessível com o
                                            de milhões de toneladas, a Usiminas,         gasoduto, mão de obra qualificada com
                                            Aperam e Cenibra encontram no escoa-         o Senai, mas o que nos falta são estradas
                                            mento da produção um dos maiores en-         para escoar nossa produção. A MG-760
                                            traves para serem mais competitivas.         vai ajudar a sanar essa situação”, reforça
                                                A localização estratégica do Vale do     Luciano.
18   INFRAESTRUTURA




Zona da Mata,
uma região
em franco
crescimento
                                                                  ZONA DA MATA
    A Zona da Mata possui uma localização privilegiada: faz         Juiz de Fora: Pólo industrial,
fronteira com as mesorregiões mineiras do Sul/Sudeste, com o        cultural e universitário
Vale do Rio Doce e com a Região Metropolitana de Belo Hori-         Ubá: É o terceiro Pólo moveleiro
zonte, além de estar na divisa com os estados do Rio de Janeiro     do país e o maior de Minas
e Espírito Santo. Logisticamente a região é estratégica, sendo      Muriaé: Comercio, prestação de
cortada pela BR- 040 e pela ferrovia da MRS Logística, contando     serviços e indústria.
ainda com suporte de um porto seco e um aeroporto regio-            Manhuaçú: Pólo de Agricultura
nal que opera cargas e faz pequenos vôos comerciais. A região       (Produtor de café)
possui cerca de 2,2 milhões de habitantes distribuídos em 142       Viçosa: Pólo Universitário (Universidade
municípios, com destaque para Juiz de Fora, Ubá, Ponte Nova,        Federal de Viçosa, tida como dos mais importantes
Manhuaçu, Viçosa e Muriaé.                                          centros de estudos agronômicos da América Latina).
    Juiz de Fora continua sendo a que mais atrai indústrias e       Cataguases: Pólo cultural e
negócios. Atualmente, a cidade se encontra em um fluxo de de-       Pólo da Industrial de tecidos.
senvolvimento no setor industrial, com investimentos recentes
                                                                    Ponte Nova: Suinocultura
de empresas como Mercedes, Codeme, Brafer, Açotel, Votoran-
tim e Arcelor Mittal. Embora a indústria esteja concentrada em
Juiz de Fora, outros pólos importantes vêm se desenvolvendo.      VALE DO AÇO
É o que mostra a confecção de roupas em São João Nepomu-
ceno e Muriaé, o circuito do queijo em Rio Pomba, a avicultura,
                                                                    Ipatinga: Indústria Siderúrgica e Metal-mecânica
suinocultura e a indústria de suco de frutas em Visconde do Rio
                                                                    Coronel Fabriciano: Comércio e Prestação de Serviço
Branco. Vale destacar também a produção de móveis em Ubá
                                                                    Timóteo: Indústria Siderúrgica (Aço Inoxidável)
e em sete municípios vizinhos que formam um dos principais
                                                                    Belo Oriente: Indústria de Celulose
pólos moveleiros do país, formado por 450 empresas que em-
                                                                    Marliéria: Turismo Rural e Ecológico
pregam 45 mil funcionários.




                                                                                         Turismo
                                                                                         Ecológico
                                                                                             Outro setor que poderia ganhar força com
                                                                                         a pavimentação da estrada é o turismo eco-
                                                                                         lógico em Marliéria. Com o investimento, o
                                                                                         PERD estaria mais acessível para receber turis-
                                                                                         tas interessados em conhecer uma das maio-
                                                                                         res remanescentes de Mata Atlântica de Minas
                                                                                         Gerais - e desconhecida pela maioria da popu-
                                                                                         lação da Região Metropolitana do Vale do Aço.
                                                                                             Os 36.970 hectares da unidade de conser-
                                                                                         vação abrigam, entre outros recursos naturais,
                                                                                         o maior complexo lacustre nacional, com 40
                                                                                         lagoas, 468 espécies animais e outras 1.129
                                                                                         vegetais, algumas ameaçadas de extinção.
                                                                      Foto: Divulgação




                                                                                         Embora aberto ao público, a visitação no local
                                                                                         é baixa, prejudicada pela estrada esburacada
                                                                                         que dá acesso ao parque.
Empresários destacam ganhos logísticos
    Enquanto a obra não sai do                          Por sua vez, Roner Cimam
discurso, empresários do Vale                       Mesquita já sente no bolso o                                             Junior Damasceno
                                                                                                                                argumenta que
do Aço argumentam que as                            quão prejudicial é o descaso                                               a pavimentação
péssimas condições da MG-760                        com a MG-760. Proprietário de                                              permitira melhor
                                                                                                                               competitividade
inviabilizam a busca de novos                       quatro lojas de móveis e ele-
mercados e o fortalecimento                         trodomésticos em Timóteo e
dos já existentes. Enfrentando                      Coronel Fabriciano, Roner en-
mercados cada vez mais compe-                       frenta elevados gastos com
titivos, as empresas buscam re-                     logística para comprar seus
duzir os custos ao máximo para                      produtos em Ubá, Rodeiro e
manterem o caixa equilibrado.                       Visconde Rio Branco, cidades
A pavimentação da MG-760 iria                       que integram um dos maiores
de encontro a esse objetivo.                        pólos moveleiros do país. Atu-
Além de reduzir o trajeto em 40                     almente, os valores com frete
km, a estrada é mais plana, per-                    correspondem a 6% do valor fi-
mitindo um traçado rodoviário                       nal dos produtos vendidos por
mais agradável, ágil e seguro.                      Roner. Se a MG-760 fosse asfal-
    Para Jorge Damasceno Jú-                        tada, estes custos reduziriam
nior, da Gráfica Damasceno, lo-                     pela metade, indo para 3%. “A
calizada em Coronel Fabriciano,                     pavimentação da estrada seria
a condição precária da MG- 760                      um marco para o setor move-
é o principal empecilho para a                      leiro do Vale do Aço. Hoje, so-
prospecção de novos clientes                        mos grandes consumidores da
na Zona da Mata. No caso da                         Zona da Mata. Para se ter uma
indústria de embalagens, a atu-                     idéia, 60% dos meus produtos
ação comercial não permite ul-                      são dessa região. Com a redu-
trapassar a distância de um raio                    ção dos custos, os consumido-
de 300 quilômetros devido ao                        res teriam móveis mais baratos,
custo de transporte versus valor                    maior variedade e mais novida-
agregado. “Com a pavimentação                       des”, enfatiza Roner.
da MG-760, estaríamos aptos a                           Para Alexandre Torquetti
aproximar melhor nossas em-                         Junior, diretor da Emalto Indús-
presas de algumas cidades da                        tria Mecânica, a pavimentação
região da Zona da Mata, o que                       da via impactaria naturalmente
aumentaria a possibilidade de                       em melhores preços. Com pre-
novos negócios. O setor da in-                      tensões de conquistar o merca-
dústria gráfica não é diferente                     do na Zona da Mata, a empresa
dos demais: cada vez mais te-                       vê principalmente em Juiz de
mos que reduzir o tempo para                        Fora um grande potencial. “Na
realizar grandes trabalhos e                        maioria dos casos em que dei-
atender as necessidades do                          xamos de fazer negócios com
cliente. Se gastarmos menos                         algum cliente dessa região, fo-
tempo na logística, teremos                         ram justamente as diferenças                                             “A estrada facilitaria
mais condições de competir”,                        de preços que pesaram na ba-                                   a logística e reduziria custos”,
                                                                                                                 ressalta Alexandre Torquetti Jr.
destaca o empresário.                               lança”, explica Torquetti.




                                                                                  Via de mão dupla
                                                                       A pavimentação da MG-760        e esse produtos poderiam incre-
                                                                   facilitaria a prospecção de novos   mentar vários setores da nossa
                                                                   mercados também por parte das       economia, como a construção
                                                                   empresas da Zona da Mata. Para      civil e a indústria metal mecâni-
                                                                   Francisco Campolina, presidente     ca . Por outro lado, estaria sendo
                                                                   da FIEMG da Zona da Mata, a pa-     aberto um mercado consumidor
                                                                   vimentação da MG-760 seria ex-      com grande potencial para nossa
                                                                   tremamente estratégica. “Do Vale    tradicional indústria de bens de
                                                                   do Aço, compraríamos o aço e o      consumo, como móveis e carne
                                                                   inox a um preço mais em conta,      suína”, destaca Campolina.
Francisco Campolinha, da FIEMG Zona da Mata: “a integração entre
as duas regiões significa a prospecção de novos clientes”

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Contexto 8

  • 1. 16 INFRAESTRUTURA Prestes a se tornar realidade Após décadas de falsas promessas, a pavimentação da MG-760 enfim parece que irá sair do papel. Saiba como a reestruturação da estrada permitirá abrir o caminho do desenvolvimento econômico do Vale do Aço rumo a Zona da Mata, uma das regiões mais prósperas de Minas Por Bruno Granato A pavimentação da MG 760, sempre vista com des- confiança, agora parece que finalmente irá sair do papel. No dia 24 de outu- bro, foi assinado o contrato das obras entre a empresa vencedora da licitação e o Departamento de Estradas e Rodagens (DER) de Mi- nas Gerais. Mas, por causa do período chuvoso que se estende de novembro a fe- vereiro, as obras só devem Em Cava Grande, o trecho onde termina o asfalto e se inicia o acesso a MG-760; ao lado, o mapa com o percurso da rodovia
  • 2. começar de fato no início de 2013. mento da BR-381, nas proximidades caso do governo estadual, a via que Com orçamento estimado em R$ 134 do bairro Amaro Lanari, em Coronel possibilitaria o crescimento econô- milhões, a pavimentação está previs- Fabriciano. Criada para ligar Timóteo mico para vários municípios acabou ta em dois lotes. O primeiro, com 64 a São José do Goiabal, encurtando sendo motivo de falsas promessas km de extensão, inicia-se na BR-262, as distâncias entre o Vale do Aço e a eleitoreiras. Desde o primeiro manda- em Rio Casca, passa próximo a São Zona da Mata, a MG-760 iria beneficiar to de Nilton Cardoso, há 25 anos, uma José do Goiabal, às margens do Par- a economia das duas regiões. Entre- sucessão de políticos se comprome- que Estadual do Rio Doce (PERD), e tanto, a rodovia encontra-se em pés- teu a “levar o asfalto” à MG-760. Esbu- termina no distrito de Cava Grande, simas condições. A estrada teve sua racada e em péssimas condições para em Marliéria. terraplanagem iniciada na década de o tráfego de veículos, a pavimentação Ainda em Cava Grande começaria 1980 e, além de ligar as duas regiões e da estrada tornou-se uma lenda que, o segundo lote, estimado em 21 km dar acesso ao PERD, o objetivo da via literalmente, só existe no papel: nos e planejado para passar pelo bairro era escoar a produção de carvão das arquivos e mapas do governo estadu- Licuri, em Timóteo, até o entronca- siderúrgicas do Vale do Aço. Por des- al, ela consta como asfaltada. Zona da Mata e Vale do Aço: potencialidades Uma vez pavimentada, a MG-760 a indústria possuem papel importante. Aço, que deveria facilitar o transporte de abriria caminho para novas perspectivas No setor agrícola, destacam-se a agroin- produtos não só para a Zona da Mata, de desenvolvimento através da integra- dústria de produtos derivados do leite, mas para todo o Brasil, não é aproveitada ção entre o Vale do Aço e a Zona da Mata, a fruticultura, produtos hortigranjeiros, em sua totalidade pela má condição das duas regiões de rico potencial econômi- além da produção avícola, suinocultura e estradas que passam pela região. Se há co. A MG-760, por meio do eixo Viçosa/ pecuária leiteira. algo que pesa nos custos de produção e Ponte Nova com o Vale do Aço, poderá Na indústria, a força está no setor de impede as empresas do Vale do Aço de receber o fluxo de todo trânsito da BR- confecções (têxtil, malhas, meias, ves- serem ainda mais competitivas, são os 262, se tornando a opção mais viável tuário, calçados, bolsas e cintos) e nos problemas enfrentados na hora de esco- rumo à Zona da Mata. Este traçado será setores metalúrgico, de construção civil ar a produção, sempre pela BR 381. Para um atalho em direção a uma das econo- e moveleiro. A região é cortada por im- Luciano Araújo, presidente regional da mias mais sólidas, dinâmicas e estrategi- portantes rodovias federais, tais como Federação das Indústrias do Estado de camente localizadas do Estado. A Zona BR-040, BR-116, BR-262, BR-267 e BR-482. Minas Gerais (FIEMG), a pavimentação da da Mata mineira representa 7,6% do PIB Diferentemente da Zona da Mata, a eco- MG-760 seria uma via de escape estraté- de Minas Gerais, mais que o dobro do nomia do Vale do Aço gira em torno do gica. “O Vale do Aço possui todas as con- Vale do Aço, correspondente a 3,56%. Na setor industrial, com destaque para o si- dições para tornar-se o principal vetor Zona da Mata, a agricultura, a pecuária e derúrgico, metal-mecânico e produção de desenvolvimento no Leste Mineiro. de celulose. Com capacidade produtiva Temos fonte de energia acessível com o de milhões de toneladas, a Usiminas, gasoduto, mão de obra qualificada com Aperam e Cenibra encontram no escoa- o Senai, mas o que nos falta são estradas mento da produção um dos maiores en- para escoar nossa produção. A MG-760 traves para serem mais competitivas. vai ajudar a sanar essa situação”, reforça A localização estratégica do Vale do Luciano.
  • 3. 18 INFRAESTRUTURA Zona da Mata, uma região em franco crescimento ZONA DA MATA A Zona da Mata possui uma localização privilegiada: faz Juiz de Fora: Pólo industrial, fronteira com as mesorregiões mineiras do Sul/Sudeste, com o cultural e universitário Vale do Rio Doce e com a Região Metropolitana de Belo Hori- Ubá: É o terceiro Pólo moveleiro zonte, além de estar na divisa com os estados do Rio de Janeiro do país e o maior de Minas e Espírito Santo. Logisticamente a região é estratégica, sendo Muriaé: Comercio, prestação de cortada pela BR- 040 e pela ferrovia da MRS Logística, contando serviços e indústria. ainda com suporte de um porto seco e um aeroporto regio- Manhuaçú: Pólo de Agricultura nal que opera cargas e faz pequenos vôos comerciais. A região (Produtor de café) possui cerca de 2,2 milhões de habitantes distribuídos em 142 Viçosa: Pólo Universitário (Universidade municípios, com destaque para Juiz de Fora, Ubá, Ponte Nova, Federal de Viçosa, tida como dos mais importantes Manhuaçu, Viçosa e Muriaé. centros de estudos agronômicos da América Latina). Juiz de Fora continua sendo a que mais atrai indústrias e Cataguases: Pólo cultural e negócios. Atualmente, a cidade se encontra em um fluxo de de- Pólo da Industrial de tecidos. senvolvimento no setor industrial, com investimentos recentes Ponte Nova: Suinocultura de empresas como Mercedes, Codeme, Brafer, Açotel, Votoran- tim e Arcelor Mittal. Embora a indústria esteja concentrada em Juiz de Fora, outros pólos importantes vêm se desenvolvendo. VALE DO AÇO É o que mostra a confecção de roupas em São João Nepomu- ceno e Muriaé, o circuito do queijo em Rio Pomba, a avicultura, Ipatinga: Indústria Siderúrgica e Metal-mecânica suinocultura e a indústria de suco de frutas em Visconde do Rio Coronel Fabriciano: Comércio e Prestação de Serviço Branco. Vale destacar também a produção de móveis em Ubá Timóteo: Indústria Siderúrgica (Aço Inoxidável) e em sete municípios vizinhos que formam um dos principais Belo Oriente: Indústria de Celulose pólos moveleiros do país, formado por 450 empresas que em- Marliéria: Turismo Rural e Ecológico pregam 45 mil funcionários. Turismo Ecológico Outro setor que poderia ganhar força com a pavimentação da estrada é o turismo eco- lógico em Marliéria. Com o investimento, o PERD estaria mais acessível para receber turis- tas interessados em conhecer uma das maio- res remanescentes de Mata Atlântica de Minas Gerais - e desconhecida pela maioria da popu- lação da Região Metropolitana do Vale do Aço. Os 36.970 hectares da unidade de conser- vação abrigam, entre outros recursos naturais, o maior complexo lacustre nacional, com 40 lagoas, 468 espécies animais e outras 1.129 vegetais, algumas ameaçadas de extinção. Foto: Divulgação Embora aberto ao público, a visitação no local é baixa, prejudicada pela estrada esburacada que dá acesso ao parque.
  • 4. Empresários destacam ganhos logísticos Enquanto a obra não sai do Por sua vez, Roner Cimam discurso, empresários do Vale Mesquita já sente no bolso o Junior Damasceno argumenta que do Aço argumentam que as quão prejudicial é o descaso a pavimentação péssimas condições da MG-760 com a MG-760. Proprietário de permitira melhor competitividade inviabilizam a busca de novos quatro lojas de móveis e ele- mercados e o fortalecimento trodomésticos em Timóteo e dos já existentes. Enfrentando Coronel Fabriciano, Roner en- mercados cada vez mais compe- frenta elevados gastos com titivos, as empresas buscam re- logística para comprar seus duzir os custos ao máximo para produtos em Ubá, Rodeiro e manterem o caixa equilibrado. Visconde Rio Branco, cidades A pavimentação da MG-760 iria que integram um dos maiores de encontro a esse objetivo. pólos moveleiros do país. Atu- Além de reduzir o trajeto em 40 almente, os valores com frete km, a estrada é mais plana, per- correspondem a 6% do valor fi- mitindo um traçado rodoviário nal dos produtos vendidos por mais agradável, ágil e seguro. Roner. Se a MG-760 fosse asfal- Para Jorge Damasceno Jú- tada, estes custos reduziriam nior, da Gráfica Damasceno, lo- pela metade, indo para 3%. “A calizada em Coronel Fabriciano, pavimentação da estrada seria a condição precária da MG- 760 um marco para o setor move- é o principal empecilho para a leiro do Vale do Aço. Hoje, so- prospecção de novos clientes mos grandes consumidores da na Zona da Mata. No caso da Zona da Mata. Para se ter uma indústria de embalagens, a atu- idéia, 60% dos meus produtos ação comercial não permite ul- são dessa região. Com a redu- trapassar a distância de um raio ção dos custos, os consumido- de 300 quilômetros devido ao res teriam móveis mais baratos, custo de transporte versus valor maior variedade e mais novida- agregado. “Com a pavimentação des”, enfatiza Roner. da MG-760, estaríamos aptos a Para Alexandre Torquetti aproximar melhor nossas em- Junior, diretor da Emalto Indús- presas de algumas cidades da tria Mecânica, a pavimentação região da Zona da Mata, o que da via impactaria naturalmente aumentaria a possibilidade de em melhores preços. Com pre- novos negócios. O setor da in- tensões de conquistar o merca- dústria gráfica não é diferente do na Zona da Mata, a empresa dos demais: cada vez mais te- vê principalmente em Juiz de mos que reduzir o tempo para Fora um grande potencial. “Na realizar grandes trabalhos e maioria dos casos em que dei- atender as necessidades do xamos de fazer negócios com cliente. Se gastarmos menos algum cliente dessa região, fo- tempo na logística, teremos ram justamente as diferenças “A estrada facilitaria mais condições de competir”, de preços que pesaram na ba- a logística e reduziria custos”, ressalta Alexandre Torquetti Jr. destaca o empresário. lança”, explica Torquetti. Via de mão dupla A pavimentação da MG-760 e esse produtos poderiam incre- facilitaria a prospecção de novos mentar vários setores da nossa mercados também por parte das economia, como a construção empresas da Zona da Mata. Para civil e a indústria metal mecâni- Francisco Campolina, presidente ca . Por outro lado, estaria sendo da FIEMG da Zona da Mata, a pa- aberto um mercado consumidor vimentação da MG-760 seria ex- com grande potencial para nossa tremamente estratégica. “Do Vale tradicional indústria de bens de do Aço, compraríamos o aço e o consumo, como móveis e carne inox a um preço mais em conta, suína”, destaca Campolina. Francisco Campolinha, da FIEMG Zona da Mata: “a integração entre as duas regiões significa a prospecção de novos clientes”