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REFORMA PSIQUIÁTRICA
REFORMA
PSIQUIÁTRICA
Movimentos naReformaPsiquiátrica
Comunidades Terapêuticas na Inglaterra e o da Psiquiatria Comunitária
nos EUA na década de 60.
•Buscavam pela humanização dos hospícios, à critica pela estruturas
asilares dos hospícios que cronificavam ainda mais os clientes já
internados e pelo fato de os manicômios estavam fugindo da sua
finalidade de instituições de cura.
•Foi na Itália que surgiu o movimento que marcou definitivamente a
mudança de rumo, não só na assistência hospitalar, mas, sobretudo,
na visão social acerca do fenômeno da loucura.
•Tal movimento, denominado de Psiquiatria Democrática (1961), que
teve como precursor o médico Franco Basaglia, não nega a existência
da doença mental, antes propõe uma nova forma de olhar e cuidar da
mesma, vendo-a como algo inerente à condição humana, isto é, além
do domínio da psiquiatria, dizendo respeito ao sujeito, à família, à
comunidade e aos demais atores sociais.
• Basaglia parte, fundamentalmente, da premissa de que deveria ser
produzido um novo imaginário social para a loucura, que a desvinculasse dos
conceitos de periculosidade, preguiça, incapacidade, dentre outros, de forma a
gerar uma nova relação entre o “louco” e a sociedade.
• Além disso, a própria estrutura social teria que promover a revisão de valores
e práticas institucionais excludentes. Tratava-se de uma tentativa de colocar a
doença entre parênteses, voltando toda a atenção ao sujeito, considerando
sua complexidade, por meio de um trabalho interdisciplinar e psicossocial.
• A reforma psiquiátrica não deve ser entendida como apenas mudança do
modelo de atenção, e a substituição a dos manicômios por serviços de atenção
diária.
• É um movimento social de inclusão, de reintegração social e de reconstrução,
na busca – cotidiana e permanente – do novo lugar do doente mental na
sociedade.
No Brasil, os portadores de patologias psiquiátricas eram internados nos
hospitais. Depois, a orientação foi que ninguém mais deveria ser afastado do
convívio familiar e social.
•Em primeiro lugar, como decorrentes de um mal-entendido. Não foi o fechamento
dos leitos dos hospitais que diminui a necessidade de internação. Foi o surgimento
de terapêuticas modernas a partir de 1950.
•Se nos detivermos na história da psicofarmacologia, medicamentos como o lítio e os
barbitúricos, por exemplo, surgiram pouco antes da segunda metade do século 20.
Os barbitúricos foram usados para tratamento da epilepsia em 1930, 1940 e, no pós-
guerra, apareceram os estimulantes que, infelizmente, não funcionavam bem para
depressão.
•Em 1952, com o lançamento dos antipsicóticos (a clorpromazina foi o primeiro deles)
que ajudam a reduzir as crises de agitação psicomotora em poucos dias, começaram
a desativar os leitos nos hospitais. Na Itália, fecharam 50 mil; nos Estados Unidos,
100 mil.
• No início do século XX , com as primeiras tentativas de discussão do
papel do manicômio no tratamento da loucura, perceberam-se
diversas manifestações a tentativa de promover uma mudança radical
neste modelo excludente e preconceituoso.
Reforma Psiquiátrica no
Brasil
• No ano de 1987 são realizadas a I Conferência Nacional de Saúde
Mental (Rio de Janeiro, RJ) e o II Congresso Nacional do Movimento
dos Trabalhadores em Saúde Mental (Bauru, SP), cujo lema, Por uma
Sociedade sem Manicômios, foi influenciado pela Psiquiatria
democrática Italiana. Neste mesmo ano cria-se o primeiro CAPS no
Brasil, na cidade de São Paulo, e, em 1989, inicia-se o processo de
intervenção da Secretaria Municipal de Saúde de Santos (SP) na Casa
de Saúde Anchieta, um hospital psiquiátrico no qual foram constatados
maus-tratos e mortes de pacientes.
Ainda no ano de 1989, dá entrada no Congresso Nacional o projeto de lei do
deputado federal Paulo Delgado, que propõe a extinção progressiva dos
manicômios no País e recursos para a criação de assistenciais substitutivos,
bem como a regulamentação dos direitos da pessoa com transtornos mentais.
Sob a influência do projeto de lei Paulo Delgado, surgem as primeiras leis em
vários Estados brasileiros que determinam a substituição progressiva dos leitos
psiquiátricos por uma rede integrada de atenção à saúde mental.
•E é somente em 2001 que o projeto de Lei do Deputado Paulo Delgado vira
Lei que é a Lei 10.216.
•Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos
mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.
Representa, no Brasil, um marco ao estabelecer a necessidade de respeito à
dignidade humana das pessoas com transtornos mentais.
•As legislações anteriores relacionadas à Saúde Mental no Brasil se
preocupavam mais em excluir as pessoas com transtornos mentais
– então denominados “alienados” e “psicopatas” – do convívio em sociedade
para evitar a “perturbação da ordem”, do que em oferecer tratamento adequado
para a melhora do paciente.
• Com o movimento da Reforma Psiquiátrica, as legislações mudaram o
enfoque para a pessoa do portador de transtorno mental. A denominação
também evoluiu com a reforma, as leis não mais regulamentam a
“assistência a alienados e psicopatas” e sim a proteção, o atendimento
médico e o modelo assistencial às “pessoas com transtornos mentais”.
• Como resultado desta gradativa evolução, a Lei de Reforma Psiquiátrica
reconhece pela primeira vez a pessoa com transtorno mental como cidadão,
buscando regulamentar suas relações com outros portadores de transtornos
mentais, profissionais de saúde, profissionais do direito, a sociedade e o
Estado, uma vez que atribui a cada um o seu papel no tratamento.
• Com o intuito de desinstitucionalizar a pessoa com transtorno mental, a
reforma criou projetos de serviços substitutivos ao hospital psiquiátrico,
como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), residências terapêuticas
e leitos psiquiátricos em hospitais gerais.
Reforma Psiquiátrica
Em 2001
• A Lei Paulo Delgado é sancionada no país. A aprovação, no
entanto, é de um substitutivo do Projeto de Lei original, que
traz modificações importantes no texto normativo
• Lei Federal 10.216/2001 redireciona o amparo em saúde
mental, privilegiando o oferecimento de tratamento em
serviços de base comunitária, dispõe sobre a proteção e os
direitos das pessoas com transtornos mentais, no entanto, não
estabelece estruturas claras para a progressiva extinção dos
manicômios
Reforma Psiquiátrica
Ainda assim, a promulgação da lei 10.216 impõe novo impulso e
novo ritmo para o processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil.
É no contexto da promulgação da lei 10.216 e da realização da
III Conferência Nacional de Saúde Mental, que a política de
saúde mental do governo federal, passa a consolidar-se,
ganhando maior sustentação e visibilidade.
Reforma Psiquiátrica
• Linhas específicas de financiamento são criadas pelo MS para os
serviços abertos e substitutivos ao hospital psiquiátrico
• Novos mecanismos são criados para a fiscalização, gestão e
redução programada de leitos psiquiátricos no país.
A rede de atenção diária à saúde mental experimenta uma
importante expansão onde a assistência comunitária em saúde
mental era praticamente inexistente
III Conferência Nacional de Saúde Mental
(Brasília)
• Convocada logo após a promulgação da lei 10.216, e sua etapa
nacional é realizada no mesmo ano, em dezembro de 2001;
• É a III Conferência Nacional de Saúde Mental, com ampla
participação dos movimentos sociais, de usuários e de seus
familiares, que fornece os substratos políticos e teóricos para a
política de saúde mental no Brasil
III Conferência Nacional de
Saúde Mental (Brasília)
A III Conferência consolida:
• Reforma Psiquiátrica como política de governo;
• Confere aos CAPS o valor estratégico para a mudança do modelo
de assistência;
• Defende a construção de uma política de saúde mental para os
usuários de álcool e outras drogas;
• Estabelece o controle social como a garantia do avanço da
Reforma Psiquiátrica no Brasil;
Direitos das Pessoas com
Transtornos Mentais
O Art. 1º da Lei de Reforma Psiquiátrica afirma que os direitos e a proteção das pessoas com
transtorno mental são assegurados sem qualquer forma de discriminação quanto à raça, cor,
sexo, orientação sexual, religião, opção política, nacionalidade, idade, família, recursos
econômicos e ao grau de gravidade ou tempo de evolução de seu transtorno, ou qualquer
outro.
O parágrafo único do Art. 2º da Lei ressalta os direitos das pessoas com
transtornos mentais:
I.– ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas
necessidades;
II.– ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua
saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na
comunidade;
III.– ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração; IV.– ter garantia de
sigilo nas informações prestadas; ....
Desistitucionalização
• Os ambulatórios especializados visam realizar a manutenção do acompanhamento
àqueles pacientes sem a indicação para tratamentos intensivos.
• As Residências Terapêuticas acolhem os pacientes crônicos de longa
permanência em hospitais psiquiátricos e que não possuem vínculos
familiares que lhes permitam a reinserção nas suas famílias de origem.
• O Programa de Volta para Casa, do Ministério da Saúde, visa e incentiva
a reinserção familiar, por meio de bolsa-auxílio, aos usuários que saíram
do hospital.
• Os Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) têm a função de acolher às
demandas de uma determinada localidade, por meio de uma intervenção
multiprofissional e interdisciplinar.
Reforma Psiquiátrica
• O processo de desinstitucionalização de pessoas longamente
internadas é impulsionado, com a criação do Programa “De
Volta para Casa”
• Uma política de recursos humanos para a Reforma Psiquiátrica
é construída
• É traçada a política para a questão do álcool e de outras drogas,
incorporando a estratégia de redução de danos.
Reforma Psiquiátrica
• 2004 – realiza-se o primeiro Congresso Brasileiro de CAPS, em
São Paulo, reunindo dois mil trabalhadores e usuários de CAPS.
• O período atual caracteriza-se assim por dois movimentos
simultâneos :
a construção de uma rede de atenção à saúde mental substitutiva
ao modelo centrado na internação hospitalar
a fiscalização e redução progressiva e programada dos leitos
psiquiátricos existentes
CAPS
• Os Centros de Atenção Psicossocial, entre todos os dispositivos de
atenção à saúde mental, têm valor estratégico para a Reforma
Psiquiátrica Brasileira.
• Com a criação desses centros, possibilita-se a organização de uma
rede substitutiva ao Hospital Psiquiátrico no país.
• Os CAPS são serviços de saúde municipais, abertos, comunitários que
oferecem atendimento diário.
Os CAPS são classificados em três tipos e somam cinco:
Divisão de CAPS por hab/município:
Tipo Tamanho
• CAPS I Entre 20mil e70 mil habitantes;
• CAPS II Entre 70mil e 200 mil habitantes;
• CAPS IIIAcima de 200 milhabitantes;
Tipo Público alvo
• CAPSi Infância e Adolescentes; Entre 200 milhabitantes
• CAPSad Usuários de Álcool e outras drogas. Acima de 70 milhabitantes
TIPOS DE
INTERNAÇÃO...
InternaçãoVoluntária
• A pessoa que solicita voluntariamente a própria internação, ou que a
consente, deve assinar, no momento da admissão, uma declaração de que
optou por esse regime de tratamento.
• O término da internação se dá por solicitação escrita do paciente ou por
determinação do médico responsável.
• Uma internação voluntária pode, contudo, se transformar em involuntária e
o paciente, então, não poderá sair do estabelecimento sem a prévia
autorização
Internação Involuntária
• É a que ocorre sem o consentimento do paciente e a pedido de terceiros.
Geralmente, são os familiares que solicitam a internação do paciente, mas é
possível que o pedido venha de outras fontes. O pedido tem que ser feito por
escrito e aceito pelo médico psiquiatra.
• A lei determina que, nesses casos, os responsáveis técnicos do estabelecimento
de saúde têm prazo de 72 horas para informar ao Ministério Público do estado
sobre a internação e os motivos dela. O objetivo é evitar a possibilidade de esse
tipo de internação ser utilizado para a cárcere privado.
Internação
Compulsória
• Nesse caso não é necessária a autorização familiar.
• A internação compulsória é sempre determinada
pelo juiz competente, depois de pedido formal, feito
por um médico, atestando que a pessoa não tem
domínio sobre a própria condição psicológica e física.
• O juiz levará em conta o laudo médico
especializado, as condições de segurança do
estabelecimento, quanto à salvaguarda do paciente,
dos demais internados e funcionários.
Aspectoséticoslegaisnaassistência
deEnfermagemem saúdemental
• Os pacientes precisam ser tratados de forma acolhedora e que os
valorize pelo que são.
• Devem ser ouvidas e reconhecidas em suas necessidades e vontades,
principalmente em seu próprio tratamento, permitindo e promovendo
melhorias em sua própria vida.
• Quando há notícias de maus tratos ou violação de direitos, este
paciente deve ser imediatamente protegido, numa tentativa de impedir
o agravamento da situação em que se encontra.
• Neste caso deve ser registrado em forma de denúncia
nos órgãos públicos e entidades que defendam os direitos humanos.
Se a violação ocorreu em algum serviço de saúde, a denúncia
deve ser encaminhada aos Conselhos Municipais, Estaduais e
Nacional de Saúde.
• Se possível, deve ser encaminhada ainda para o disque- denúncia,
ouvidorias das Secretarias de Saúde e do Ministério da Saúde. Em
parte, o paciente mental possui necessidade diferenciadas,
relacionadas a sua deturpação da realidade, mas ainda assim ele
possui direitos inerentes a qualquer cidadão como já foi exposto.
• As funções dos profissionais de enfermagem estão focadas na promoção
da saúde mental, na prevenção da enfermidade mental, na ajuda ao
doente a enfrentar as pressões da enfermidade mental e na capacidade
de assistir ao paciente, à família e à comunidade, ajudando-os a
encontrarem o verdadeiro sentido da enfermidade mental.
• É papel da Enfermagem realizar suas funções, deve usar a
percepção e a observação, formular interpretações válidas, delinear
campo de ação com tomada de decisões, planejar a assistência,
avaliar as condutas e o desenvolvimento do processo. Essas ações
fazem parte do processo de enfermagem, devendo direcionar o
relacionamento interpessoal e terapêutico.
Concluindo...
• Nos últimos anos, o processo de desinstitucionalização de
pessoas com longo histórico de internação psiquiátrica avançou
significativamente através da instituição pelo MS de mecanismos
seguros para a redução de leitos no país e a expansão de serviços
substitutivos aos hospital psiquiátrico:
• O Programa Nacional de Avaliação do Sistema
Hospitalar/Psiquiatria (PNASH/Psiquiatria)
• O Programa Anual de Reestruturação da Assistência Hospitalar
Psiquiátrica no SUS (PRH)
• O Programa de Volta para Casa e a expansão de serviços como os
Centros de Atenção Psicossocial e as Residências Terapêuticas
Embora em ritmos diferenciados, a redução do
número de leitos psiquiátricos vem se
efetivando em todos os estados brasileiros,
sendo muitas vezes este processo o
desencadeador do processo de Reforma.
O gráfico acima mostra a expansão regular dos serviços tipo CAPS ao
longo dos anos. A cobertura em saúde mental no Brasil ao final de 2002,
quanto existiam 424 CAPS, era de 21%. Em dezembro de 2010 temos 1620
CAPS e 66% de cobertura.
A tabela 2 permite visualizarmos a evolução do número de CAPS por tipo ao longo dos anos. A
expansão dos CAPS III ficou aquém do esperado
para o período. Com a criação dos CAPSad III, ao final de 2010, outro serviço do tipo III passará
a compor a rede de saúde mental – a rede CAPS deverá aumentar então em número e
diversificação.
A tabela 3 apresenta o número de CAPS de dezembro de 2002 e 2010
distribuído por faixas populacionais. É relevante aumento do número de
serviços em municípios entre 20 e 50 mil habitantes ao longo dos anos,
processo que indica a interiorização dos serviços no país.
Programa de Volta para Casa, que estabeleceu em 2003 (Lei 10.708/03) o auxílio-reabilitação
psicossocial para egressos de longas internações psiquiátricas, demonstrou ser essencial para o
processo de desinstitucionalização no Brasil e vem se afirmando como uma importante
experiência do SUS.
Existe ainda, no entanto, grande dificuldade para a desinstitucionalização da população moradora
de Hospitais Psiquiátricos. Apesar dos avanços alcançados nos últimos anos, o número de
beneficiários do Programa de Volta para Casa ainda é muito baixo – apenas 1/3 do número
estimado de pessoas internadas com longa permanência hospitalar no Brasil recebe o benefício
Cerca de 18.000 leitos psiquiátricos de baixa qualidade assistencial foram fechados
no período entre dezembro de 2002 e 2010, através do PNASH/Psiquiatria e do PRH (Programa
de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica). No mesmo período, foi significativa a expansão
da rede de atenção comunitária.
Desde dezembro de 2002, através do PNASH/Psiquiatria e do Programa de
Reestruturação da Assistência Psiquiátrica (PRH), os hospitais psiquiátricos vem
ficando cada vez menores. Hoje, a faixa que apresenta maior número de leitos (48,67%)
está compreendida pelos hospitais de pequeno porte (com até 160 leitos) – em 2002,
esta porcentagem era de cerca de 24% e ao final de 2006, de 42,5%. Esta é uma
mudança estrutural fundamental, que contribui para a qualificação do atendimento e
reduz os problemas presentes nos macro-hospitais, como baixa qualidade da atenção,
isolamento e longo tempo de permanência.
Os gastos Federais do Programa de Saúde mental tiveram aumento real no período
entre dezembro de 2002 e 2009. O ano de 2006 ficou marcado com um fato
histórico – nele, pela primeira vez, os gastos federais extra-hospitalares do
Programa de Saúde Mental ultrapassaram os gastos do Programa com hospitais.
Isto significou uma efetiva reorientação do financiamento, seguindo a mudança do
modelo de atenção à saúde mental.
CAPS
CAPS
CAPS
Cerca de 50 usuários do Centro de Assistência Psicossocial (Caps) estiveram,
no início da tarde desta segunda-feira (18/05), no hall da Prefeitura para abrir
oficialmente a exposição de artesanato em homenagem ao Dia Nacional da
Luta Anti Manicomial.
CAPS
CAPS Infanto-Juvenil de São Bernardo do Campo
CAPS
A Secretaria de Saúde do Município de Jaguarari, através do Centro de Apoio PsicoSocial
(CAPS), realizou, no dia 10 de outubro, uma caminhada para lembrar o dia mundial da
saúde mental.
CAPS
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Reforma psiquiátrica na saúde hospitalar

  • 3. Movimentos naReformaPsiquiátrica Comunidades Terapêuticas na Inglaterra e o da Psiquiatria Comunitária nos EUA na década de 60. •Buscavam pela humanização dos hospícios, à critica pela estruturas asilares dos hospícios que cronificavam ainda mais os clientes já internados e pelo fato de os manicômios estavam fugindo da sua finalidade de instituições de cura. •Foi na Itália que surgiu o movimento que marcou definitivamente a mudança de rumo, não só na assistência hospitalar, mas, sobretudo, na visão social acerca do fenômeno da loucura. •Tal movimento, denominado de Psiquiatria Democrática (1961), que teve como precursor o médico Franco Basaglia, não nega a existência da doença mental, antes propõe uma nova forma de olhar e cuidar da mesma, vendo-a como algo inerente à condição humana, isto é, além do domínio da psiquiatria, dizendo respeito ao sujeito, à família, à comunidade e aos demais atores sociais.
  • 4. • Basaglia parte, fundamentalmente, da premissa de que deveria ser produzido um novo imaginário social para a loucura, que a desvinculasse dos conceitos de periculosidade, preguiça, incapacidade, dentre outros, de forma a gerar uma nova relação entre o “louco” e a sociedade. • Além disso, a própria estrutura social teria que promover a revisão de valores e práticas institucionais excludentes. Tratava-se de uma tentativa de colocar a doença entre parênteses, voltando toda a atenção ao sujeito, considerando sua complexidade, por meio de um trabalho interdisciplinar e psicossocial. • A reforma psiquiátrica não deve ser entendida como apenas mudança do modelo de atenção, e a substituição a dos manicômios por serviços de atenção diária. • É um movimento social de inclusão, de reintegração social e de reconstrução, na busca – cotidiana e permanente – do novo lugar do doente mental na sociedade.
  • 5. No Brasil, os portadores de patologias psiquiátricas eram internados nos hospitais. Depois, a orientação foi que ninguém mais deveria ser afastado do convívio familiar e social. •Em primeiro lugar, como decorrentes de um mal-entendido. Não foi o fechamento dos leitos dos hospitais que diminui a necessidade de internação. Foi o surgimento de terapêuticas modernas a partir de 1950. •Se nos detivermos na história da psicofarmacologia, medicamentos como o lítio e os barbitúricos, por exemplo, surgiram pouco antes da segunda metade do século 20. Os barbitúricos foram usados para tratamento da epilepsia em 1930, 1940 e, no pós- guerra, apareceram os estimulantes que, infelizmente, não funcionavam bem para depressão. •Em 1952, com o lançamento dos antipsicóticos (a clorpromazina foi o primeiro deles) que ajudam a reduzir as crises de agitação psicomotora em poucos dias, começaram a desativar os leitos nos hospitais. Na Itália, fecharam 50 mil; nos Estados Unidos, 100 mil.
  • 6. • No início do século XX , com as primeiras tentativas de discussão do papel do manicômio no tratamento da loucura, perceberam-se diversas manifestações a tentativa de promover uma mudança radical neste modelo excludente e preconceituoso.
  • 7. Reforma Psiquiátrica no Brasil • No ano de 1987 são realizadas a I Conferência Nacional de Saúde Mental (Rio de Janeiro, RJ) e o II Congresso Nacional do Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (Bauru, SP), cujo lema, Por uma Sociedade sem Manicômios, foi influenciado pela Psiquiatria democrática Italiana. Neste mesmo ano cria-se o primeiro CAPS no Brasil, na cidade de São Paulo, e, em 1989, inicia-se o processo de intervenção da Secretaria Municipal de Saúde de Santos (SP) na Casa de Saúde Anchieta, um hospital psiquiátrico no qual foram constatados maus-tratos e mortes de pacientes.
  • 8. Ainda no ano de 1989, dá entrada no Congresso Nacional o projeto de lei do deputado federal Paulo Delgado, que propõe a extinção progressiva dos manicômios no País e recursos para a criação de assistenciais substitutivos, bem como a regulamentação dos direitos da pessoa com transtornos mentais. Sob a influência do projeto de lei Paulo Delgado, surgem as primeiras leis em vários Estados brasileiros que determinam a substituição progressiva dos leitos psiquiátricos por uma rede integrada de atenção à saúde mental. •E é somente em 2001 que o projeto de Lei do Deputado Paulo Delgado vira Lei que é a Lei 10.216. •Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Representa, no Brasil, um marco ao estabelecer a necessidade de respeito à dignidade humana das pessoas com transtornos mentais. •As legislações anteriores relacionadas à Saúde Mental no Brasil se preocupavam mais em excluir as pessoas com transtornos mentais – então denominados “alienados” e “psicopatas” – do convívio em sociedade para evitar a “perturbação da ordem”, do que em oferecer tratamento adequado para a melhora do paciente.
  • 9. • Com o movimento da Reforma Psiquiátrica, as legislações mudaram o enfoque para a pessoa do portador de transtorno mental. A denominação também evoluiu com a reforma, as leis não mais regulamentam a “assistência a alienados e psicopatas” e sim a proteção, o atendimento médico e o modelo assistencial às “pessoas com transtornos mentais”. • Como resultado desta gradativa evolução, a Lei de Reforma Psiquiátrica reconhece pela primeira vez a pessoa com transtorno mental como cidadão, buscando regulamentar suas relações com outros portadores de transtornos mentais, profissionais de saúde, profissionais do direito, a sociedade e o Estado, uma vez que atribui a cada um o seu papel no tratamento. • Com o intuito de desinstitucionalizar a pessoa com transtorno mental, a reforma criou projetos de serviços substitutivos ao hospital psiquiátrico, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), residências terapêuticas e leitos psiquiátricos em hospitais gerais.
  • 10. Reforma Psiquiátrica Em 2001 • A Lei Paulo Delgado é sancionada no país. A aprovação, no entanto, é de um substitutivo do Projeto de Lei original, que traz modificações importantes no texto normativo • Lei Federal 10.216/2001 redireciona o amparo em saúde mental, privilegiando o oferecimento de tratamento em serviços de base comunitária, dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais, no entanto, não estabelece estruturas claras para a progressiva extinção dos manicômios
  • 11. Reforma Psiquiátrica Ainda assim, a promulgação da lei 10.216 impõe novo impulso e novo ritmo para o processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil. É no contexto da promulgação da lei 10.216 e da realização da III Conferência Nacional de Saúde Mental, que a política de saúde mental do governo federal, passa a consolidar-se, ganhando maior sustentação e visibilidade.
  • 12. Reforma Psiquiátrica • Linhas específicas de financiamento são criadas pelo MS para os serviços abertos e substitutivos ao hospital psiquiátrico • Novos mecanismos são criados para a fiscalização, gestão e redução programada de leitos psiquiátricos no país. A rede de atenção diária à saúde mental experimenta uma importante expansão onde a assistência comunitária em saúde mental era praticamente inexistente
  • 13. III Conferência Nacional de Saúde Mental (Brasília) • Convocada logo após a promulgação da lei 10.216, e sua etapa nacional é realizada no mesmo ano, em dezembro de 2001; • É a III Conferência Nacional de Saúde Mental, com ampla participação dos movimentos sociais, de usuários e de seus familiares, que fornece os substratos políticos e teóricos para a política de saúde mental no Brasil
  • 14. III Conferência Nacional de Saúde Mental (Brasília) A III Conferência consolida: • Reforma Psiquiátrica como política de governo; • Confere aos CAPS o valor estratégico para a mudança do modelo de assistência; • Defende a construção de uma política de saúde mental para os usuários de álcool e outras drogas; • Estabelece o controle social como a garantia do avanço da Reforma Psiquiátrica no Brasil;
  • 15. Direitos das Pessoas com Transtornos Mentais O Art. 1º da Lei de Reforma Psiquiátrica afirma que os direitos e a proteção das pessoas com transtorno mental são assegurados sem qualquer forma de discriminação quanto à raça, cor, sexo, orientação sexual, religião, opção política, nacionalidade, idade, família, recursos econômicos e ao grau de gravidade ou tempo de evolução de seu transtorno, ou qualquer outro. O parágrafo único do Art. 2º da Lei ressalta os direitos das pessoas com transtornos mentais: I.– ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas necessidades; II.– ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade; III.– ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração; IV.– ter garantia de sigilo nas informações prestadas; ....
  • 16. Desistitucionalização • Os ambulatórios especializados visam realizar a manutenção do acompanhamento àqueles pacientes sem a indicação para tratamentos intensivos. • As Residências Terapêuticas acolhem os pacientes crônicos de longa permanência em hospitais psiquiátricos e que não possuem vínculos familiares que lhes permitam a reinserção nas suas famílias de origem. • O Programa de Volta para Casa, do Ministério da Saúde, visa e incentiva a reinserção familiar, por meio de bolsa-auxílio, aos usuários que saíram do hospital. • Os Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) têm a função de acolher às demandas de uma determinada localidade, por meio de uma intervenção multiprofissional e interdisciplinar.
  • 17. Reforma Psiquiátrica • O processo de desinstitucionalização de pessoas longamente internadas é impulsionado, com a criação do Programa “De Volta para Casa” • Uma política de recursos humanos para a Reforma Psiquiátrica é construída • É traçada a política para a questão do álcool e de outras drogas, incorporando a estratégia de redução de danos.
  • 18. Reforma Psiquiátrica • 2004 – realiza-se o primeiro Congresso Brasileiro de CAPS, em São Paulo, reunindo dois mil trabalhadores e usuários de CAPS. • O período atual caracteriza-se assim por dois movimentos simultâneos : a construção de uma rede de atenção à saúde mental substitutiva ao modelo centrado na internação hospitalar a fiscalização e redução progressiva e programada dos leitos psiquiátricos existentes
  • 19. CAPS • Os Centros de Atenção Psicossocial, entre todos os dispositivos de atenção à saúde mental, têm valor estratégico para a Reforma Psiquiátrica Brasileira. • Com a criação desses centros, possibilita-se a organização de uma rede substitutiva ao Hospital Psiquiátrico no país. • Os CAPS são serviços de saúde municipais, abertos, comunitários que oferecem atendimento diário.
  • 20.
  • 21. Os CAPS são classificados em três tipos e somam cinco: Divisão de CAPS por hab/município: Tipo Tamanho • CAPS I Entre 20mil e70 mil habitantes; • CAPS II Entre 70mil e 200 mil habitantes; • CAPS IIIAcima de 200 milhabitantes; Tipo Público alvo • CAPSi Infância e Adolescentes; Entre 200 milhabitantes • CAPSad Usuários de Álcool e outras drogas. Acima de 70 milhabitantes
  • 23. InternaçãoVoluntária • A pessoa que solicita voluntariamente a própria internação, ou que a consente, deve assinar, no momento da admissão, uma declaração de que optou por esse regime de tratamento. • O término da internação se dá por solicitação escrita do paciente ou por determinação do médico responsável. • Uma internação voluntária pode, contudo, se transformar em involuntária e o paciente, então, não poderá sair do estabelecimento sem a prévia autorização
  • 24. Internação Involuntária • É a que ocorre sem o consentimento do paciente e a pedido de terceiros. Geralmente, são os familiares que solicitam a internação do paciente, mas é possível que o pedido venha de outras fontes. O pedido tem que ser feito por escrito e aceito pelo médico psiquiatra. • A lei determina que, nesses casos, os responsáveis técnicos do estabelecimento de saúde têm prazo de 72 horas para informar ao Ministério Público do estado sobre a internação e os motivos dela. O objetivo é evitar a possibilidade de esse tipo de internação ser utilizado para a cárcere privado.
  • 25. Internação Compulsória • Nesse caso não é necessária a autorização familiar. • A internação compulsória é sempre determinada pelo juiz competente, depois de pedido formal, feito por um médico, atestando que a pessoa não tem domínio sobre a própria condição psicológica e física. • O juiz levará em conta o laudo médico especializado, as condições de segurança do estabelecimento, quanto à salvaguarda do paciente, dos demais internados e funcionários.
  • 26. Aspectoséticoslegaisnaassistência deEnfermagemem saúdemental • Os pacientes precisam ser tratados de forma acolhedora e que os valorize pelo que são. • Devem ser ouvidas e reconhecidas em suas necessidades e vontades, principalmente em seu próprio tratamento, permitindo e promovendo melhorias em sua própria vida. • Quando há notícias de maus tratos ou violação de direitos, este paciente deve ser imediatamente protegido, numa tentativa de impedir o agravamento da situação em que se encontra. • Neste caso deve ser registrado em forma de denúncia nos órgãos públicos e entidades que defendam os direitos humanos. Se a violação ocorreu em algum serviço de saúde, a denúncia deve ser encaminhada aos Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional de Saúde. • Se possível, deve ser encaminhada ainda para o disque- denúncia, ouvidorias das Secretarias de Saúde e do Ministério da Saúde. Em parte, o paciente mental possui necessidade diferenciadas, relacionadas a sua deturpação da realidade, mas ainda assim ele possui direitos inerentes a qualquer cidadão como já foi exposto.
  • 27. • As funções dos profissionais de enfermagem estão focadas na promoção da saúde mental, na prevenção da enfermidade mental, na ajuda ao doente a enfrentar as pressões da enfermidade mental e na capacidade de assistir ao paciente, à família e à comunidade, ajudando-os a encontrarem o verdadeiro sentido da enfermidade mental. • É papel da Enfermagem realizar suas funções, deve usar a percepção e a observação, formular interpretações válidas, delinear campo de ação com tomada de decisões, planejar a assistência, avaliar as condutas e o desenvolvimento do processo. Essas ações fazem parte do processo de enfermagem, devendo direcionar o relacionamento interpessoal e terapêutico.
  • 28. Concluindo... • Nos últimos anos, o processo de desinstitucionalização de pessoas com longo histórico de internação psiquiátrica avançou significativamente através da instituição pelo MS de mecanismos seguros para a redução de leitos no país e a expansão de serviços substitutivos aos hospital psiquiátrico: • O Programa Nacional de Avaliação do Sistema Hospitalar/Psiquiatria (PNASH/Psiquiatria) • O Programa Anual de Reestruturação da Assistência Hospitalar Psiquiátrica no SUS (PRH) • O Programa de Volta para Casa e a expansão de serviços como os Centros de Atenção Psicossocial e as Residências Terapêuticas
  • 29. Embora em ritmos diferenciados, a redução do número de leitos psiquiátricos vem se efetivando em todos os estados brasileiros, sendo muitas vezes este processo o desencadeador do processo de Reforma.
  • 30. O gráfico acima mostra a expansão regular dos serviços tipo CAPS ao longo dos anos. A cobertura em saúde mental no Brasil ao final de 2002, quanto existiam 424 CAPS, era de 21%. Em dezembro de 2010 temos 1620 CAPS e 66% de cobertura.
  • 31.
  • 32. A tabela 2 permite visualizarmos a evolução do número de CAPS por tipo ao longo dos anos. A expansão dos CAPS III ficou aquém do esperado para o período. Com a criação dos CAPSad III, ao final de 2010, outro serviço do tipo III passará a compor a rede de saúde mental – a rede CAPS deverá aumentar então em número e diversificação.
  • 33. A tabela 3 apresenta o número de CAPS de dezembro de 2002 e 2010 distribuído por faixas populacionais. É relevante aumento do número de serviços em municípios entre 20 e 50 mil habitantes ao longo dos anos, processo que indica a interiorização dos serviços no país.
  • 34. Programa de Volta para Casa, que estabeleceu em 2003 (Lei 10.708/03) o auxílio-reabilitação psicossocial para egressos de longas internações psiquiátricas, demonstrou ser essencial para o processo de desinstitucionalização no Brasil e vem se afirmando como uma importante experiência do SUS. Existe ainda, no entanto, grande dificuldade para a desinstitucionalização da população moradora de Hospitais Psiquiátricos. Apesar dos avanços alcançados nos últimos anos, o número de beneficiários do Programa de Volta para Casa ainda é muito baixo – apenas 1/3 do número estimado de pessoas internadas com longa permanência hospitalar no Brasil recebe o benefício
  • 35. Cerca de 18.000 leitos psiquiátricos de baixa qualidade assistencial foram fechados no período entre dezembro de 2002 e 2010, através do PNASH/Psiquiatria e do PRH (Programa de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica). No mesmo período, foi significativa a expansão da rede de atenção comunitária.
  • 36. Desde dezembro de 2002, através do PNASH/Psiquiatria e do Programa de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica (PRH), os hospitais psiquiátricos vem ficando cada vez menores. Hoje, a faixa que apresenta maior número de leitos (48,67%) está compreendida pelos hospitais de pequeno porte (com até 160 leitos) – em 2002, esta porcentagem era de cerca de 24% e ao final de 2006, de 42,5%. Esta é uma mudança estrutural fundamental, que contribui para a qualificação do atendimento e reduz os problemas presentes nos macro-hospitais, como baixa qualidade da atenção, isolamento e longo tempo de permanência.
  • 37. Os gastos Federais do Programa de Saúde mental tiveram aumento real no período entre dezembro de 2002 e 2009. O ano de 2006 ficou marcado com um fato histórico – nele, pela primeira vez, os gastos federais extra-hospitalares do Programa de Saúde Mental ultrapassaram os gastos do Programa com hospitais. Isto significou uma efetiva reorientação do financiamento, seguindo a mudança do modelo de atenção à saúde mental.
  • 38. CAPS
  • 39. CAPS
  • 40. CAPS Cerca de 50 usuários do Centro de Assistência Psicossocial (Caps) estiveram, no início da tarde desta segunda-feira (18/05), no hall da Prefeitura para abrir oficialmente a exposição de artesanato em homenagem ao Dia Nacional da Luta Anti Manicomial.
  • 41. CAPS CAPS Infanto-Juvenil de São Bernardo do Campo
  • 42. CAPS A Secretaria de Saúde do Município de Jaguarari, através do Centro de Apoio PsicoSocial (CAPS), realizou, no dia 10 de outubro, uma caminhada para lembrar o dia mundial da saúde mental.