Este documento fornece orientações para equipas e adultos na preparação de sessões de júri no processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências. Inclui 5 orientações para equipas técnico-pedagógicas e 5 orientações para adultos com o objetivo de tornar estas sessões mais personalizadas e valorizadoras do trabalho realizado.
Desenvolvimento de colaboradores pelo perfil comportamental
Prepararumasessodejri
1. Preparar uma Sessão de Júri
Processo RVCC
5 Orientações para as Equipas
5 Orientações para os Adultos
RVCC 2009
2. | A Sessão de Júri
• A sessão de júri constitui um momento formal de
finalização do processo de Reconhecimento,
Validação e Certificação de Competências
integrado no âmbito de um percurso de
qualificação, quer para o nível Básico, quer para o
nível Secundário. Este é, por excelência, o
momento de reconhecimento do trabalho
realizado pelo adulto ao longo do seu processo.
Por estes motivos este momento tem uma
função de conclusão oficial e pública,
reconhecimento social e avaliação final.
3. | Quem participa
• Adulto
• Profissional RVCC
• Formadores
Podem estar presentes para valorização do
momento/sessão:
• Director/Coordenador
• Familiares/amigos
• Entidades locais convidadas
• Mediadores de Cursos EFA
• Etc…
4. | Funções do Avaliador Externo
• Constituem funções e inerentes responsabilidades dos avaliadores externos:
• Analisar e avaliar o Dossier Pessoal ou o Portefólio Reflexivo de Aprendizagens apresentado pelo adulto;
• Interpretar a correlação entre os referenciais aplicáveis e as evidências documentadas no Dossier Pessoal ou no
Portefólio Reflexivo de Aprendizagens, em articulação com a equipa técnico -pedagógica do Centro Novas
Oportunidades;
• Cooperar com os outros elementos do júri, assegurando a decisão colegial da validação e certificação das
competências de cada adulto presente a júri;
• Apoiar o funcionamento do júri de processos RVCC, assegurando a conformidade entre os princípios orientadores,
as normas e procedimentos estabelecidos no âmbito do Sistema Nacional de Reconhecimento, Validação e
Certificação de Competências e os critérios definidos pelo referido júri;
• Assegurar a confidencialidade das informações referentes a cada candidato;
• Co-responsabilizar-se pela certificação do candidato, após a validação das competências por este evidenciadas;
• Apoiar a orientação do adulto na concretização do seu projecto pessoal;
• Contribuir para a rede de parcerias estratégicas entre o Centro Novas Oportunidades e outras entidades da
comunidade;
• Garantir o reconhecimento social das competências validadas e certificadas do candidato presente ao júri de
processos RVCC;
• Legitimar socialmente o processo de reconhecimento, validação e certificação de competências adquiridas por via
formal, informal e não formal.
5. | Organização
• Segundo a Carta de Qualidade:
Número de Adultos por Sessão de Júri: 6
(Máximo).
Duração por Adulto: 30 a 60 Minutos.
6. | As 5 Orientações (Equipas e Adultos)
As orientações que apresentamos nesta apresentação
não estão relacionadas com a criação ou orientações
para um modelo de sessão de júri. São antes um
conjunto de actividades simples que podem ser
realizadas pelos diferentes actores para preparar essas
mesmas sessões. São, como é óbvio, linhas gerais e
abertas a adaptações de acordo com todos os factores
que requerem uma análise de contexto. Por isso,
servem como linhas de reflexão e ponderação, muito
mais do que, como guias de trabalho ou linhas de
rumo. Apresentaremos outra apresentação com essas
mesmas linhas em breve.
8. 1.ª Orientação | Preparar
• A sessão de júri deve ser um momento preparado
entre todos os actores. Desde o adulto, elemento
principal nesse momento, ao Avaliador. Pensar a
sessão de júri num modelo único, igual para todos os
contextos, assim como, para todos os adultos é
considerar que não existem diferenças entre cada uma
das pessoas que terminam o processo de RVCC.
Preparar a sessão de júri começa por pensar como será
mais valorizado aquele momento no contexto de vida,
no contexto social/comunitário e no contexto pessoal
do adulto, da equipa e do Centro Novas
Oportunidades.
9. 2.ª Orientação | Os 3 Vectores
• Numa apresentação de um/a adulto/a devem ser considerados 3 vectores
de abordagem a evidenciar:
1. – O/a Adulto/a perante o Processo: O adulto faz uma abordagem
pessoal ao processo: Como construiu o PRA; Quais os elementos que
destaca/podia melhorar; Quais as maiores dificuldades/facilidades no
processo de RVC; Como encara o processo no seu contexto de vida
pessoal, profissional e social; quais as expectativas inicias e finais; etc…
2. - A História de Vida: O/a Adulto/a deve fazer uma abordagem macro e
geral da sua História de Vida, tal como trabalhada em processo de RVC,
como meio de integração contextualizada das competências evidenciadas
no seu PRA.
3. - Destaque de uma competência evidenciada: Por via da demonstração,
exposição ou evidência de uma capacidade, aptidão ou conhecimento o/a
adulto/a apresenta uma competência que é destacada do seu PRA ou
orientada complementarmente ao mesmo.
10. 3.ª Orientação | Pós Processo
• A transformação da terminologia de Centro RVCC para Centro Novas
Oportunidades está relacionada com a potenciação de uma orientação
integrada para a continuação de vias de qualificação por parte dos
adultos. Os CNO podem ganhar em promover previamente a articulação
entre o/a Profissional, os adultos e o avaliador externo na identificação
destas áreas/cursos/estratégias de apoio. Esta estratégia poderá passar
por ser enviada informação com alguma antecedência, uma lista com as
profissões e desejos dos adultos presentes para sessão de júri de forma a
que o avaliador externo possa, em sessão de júri apoiar os adultos, assim
como, enviar ao centro a identificação de algumas soluções que podem
ser posteriormente questionadas pelos adultos em busca de
informação/orientação tal como já se realizou na última sessão de júri.
Esta informação pode ser integrada na construção, em colaboração, do
PDP/PPQ.
11. 4.ª Orientação | Motivar/Inovar
• Uma das principais abordagens das equipas perante a
chegada do momento da sessão de júri perante o/a adulto/a
é informar das “normas” de funcionamento desse momento.
Muitas vezes existem guias de apoio para esse momento que
as equipas elaboraram para apoiar os adultos nesse mesmo
momento. No entanto, sempre que possível deve ser
explorado com o/a adulto como gostaria que fosse aquele
momento. Como gostaria de abordar os assuntos, em que
modelo, com que apoio, isto é, acima de tudo ter como
estratégia de motivação a capacidade de ajustar as
orientações formais do momento da Sessão de Júri com a
ideias do/a adulto/a.
12. 5.ª Orientação | Indicações
• Uma equipa técnico-pedagógica é composta por profissionais
RVCC, formadores e outros elementos. Considerar a sessão de
júri como mais um momento entre tantos é desvalorizar,
principalmente para os/as adultos/as esse mesmo momento.
O mesmo se passa com os Avaliadores. Cada sessão deve ser
de profunda e inteira dedicação, assim como, consideração
pelo/a adulto/a. É muitas vezes neste momento que o/a
adulto/a tem acesso a um conjunto de informações que
podem ser determinantes para a sua caminhada de
qualificação. É da relação de confiança entre o Avaliador e a
Equipa que nascem, muitas vezes, espontaneamente
indicações de acções de formação, clubes, actividades que
podem valorizar a sessão de júri e as indicações finais a dadas
ao adulto/a.
14. 1.ª Orientação | Os Recursos
• A Sessão de Júri é um momento formal e
solene. É normal que os nervos possam
interferir na apresentação a realizar. Por isso
prepare um conjunto de recursos de apoio. Se
estiver à vontade com o PowerPoint faça um
com as ideias principais, mas se preferir ler,
faça-o. Escolha o recurso que melhor o/a pode
apoiar.
15. 2.ª Orientação | A Apresentação
• Centre a sua apresentação nas suas
experiências de vida. Evite momentos que
possam trazer recordações tristes ou
momentos difíceis. A Sessão de Júri é um
momento de recordar etapas mas também o
momento de reflexão. Por isso aposte em
destacar as suas aprendizagens ao longo da
vida. Procure abordar vivências pessoais,
profissionais e sociais.
16. 3.ª Orientação | O Desenvolvimento
• Na abordagem que realizar procure sempre
fazer uma abordagem prospectiva. Analise os
seus pontos fortes e a desenvolver. Indique as
pesquisas que fez para continuar o seu
percurso de aprendizagem ao longo da vida.
Destaque o que aprendeu com o processo e
com a equipa que o apoiou. Procure dar ao
júri um conjunto de pistas que o/a possam
ajudar a continuar o seu caminho de
qualificação pessoal e profissional.
17. 4.ª Orientação | O Conhecimento
• Pense, na organização da sua apresentação final
como um momento em que pode “ensinar”
alguma coisa que sabe. Demonstre uma
competência que tem de qualquer forma. Pode
mesmo pensar numa demonstração prática. Mas
não confunda as funções desse momento com
toda a sua apresentação. Estruture com lógica a
ligação entre três coisas: falar sobre como foi o
processo de RVCC vivido por si; uma pequena
abordagem de histórias da sua vida e por fim, de
forma articulada, pense como pode demonstrar
essa competência que pode destacar.
18. 5.ª Orientação | O Reconhecimento
• Na sessão em que, com a equipa faz o
reconhecimento conjunto das competências
que demonstrou no seu PRA e ao longo do seu
processo tire algumas notas. Na sessão de júri
faça referência a essas competências que
reconheceu ter descoberto por via do
processo no seu balanço pessoal. A
abordagem de auto-reflexão é fundamental
para entender como resultou o processo para
si como forma de valorização pessoal.
19. Conclusão
• As ideias/orientações que fazemos nesta apresentação
são reflexões centradas numa melhoria da abordagem
que se tem feito à organização e preparação das
sessões de júri. Servem essencialmente para
(re)pensar a abordagem demasiadamente rígida da
preparação destes momento, recentrando o processo
de preparação na negociação entre os objectivos
dos/as adultos/as, as suas competências e
características pessoais, assim como, uma valorização
efectiva do trabalho feito pelas equipas no apoio ao
processo ao longo do tempo.