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ESTUDO DE PLANTAS MEDICINAIS USADAS PARA CHA INFANTIL
E O PAPEL DO(A) ENFERMEIRO(A) NA ORIENTAÇÃO AS MÃES •
1 -INTRODUÇÃO
Antonio de Medeiros Nazario •
RESUMO : Este trabalho apresenta considerações
gerais sobre algumas ervas medicinais usadas para
chá infantil , bem como, suas composições e indi-
cações. Relaciona a aquisição deste conhecimento
com a atuação do profissional de saúde, ressaltando
sua importância na terapia simples.
Este trabalho é o produto de uma insatisfação do autor, referente ao
uso do chá infantil, pela própria falta de conhecimento nesta área e pela es-
cassa bibliografia disponível.
Segundo PENSO 1 7
, mostra-se notório o aumento gradativo do con-
sumo de ervas medicinais, nas mais variadas partes do mundo.
Nos últimos tempos, as plantas medicinais têm sido freqüentemente
preconizados, em substituição aos produtos farmacêuticos, como forma de
evitar o consumo excessivo destes, já que atingem níveis inquietadores.
Observa-se que a argumentação dos partidários das plantas medici-
nais, apoiam-se no fato de que, em geral, estas proporcionam terapia suave e
apresentam menos desvantagens do que as substâncias puras.
DE LIMA2 3
, refere que: "O Brasil tem talvez a maior quantidade de
ervas medicinais do mundo".
O mesmo autor faz um comentário, onde destaca o uso de ervas, al-
gum tempo atrás, quando usava-se hortelã (Mentha piperita) , para má diges-
tão, prisão de ventre, vômitos, vermes; camomila (Matricária chamomilla),
para dentição de crianças, perturbações do estômago, diarréia, inflamação
das vias urinárias, dismenorréia, etc....
Discordando completamente destes autores, ALCANTARA/MAR-
CONDES2, fazem a seguinte colocação: "Há crianças que embora sentmdo
sede, recusam água simples ou levemente adoçada, ou a aceitam insuficien-
Trabalho monográfico apresentado para obtenção do grau de enfermeiro na Uni-
versidade Federal de Pelotas.
Enfermeiro da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) da Sociedade de Benefi-
cência Portuguesa, Aluno de Pós-Graduação em Saúde Pública na Escola de Saúde
Pública, da Secretaria de Saúde e do Meio Ambiente.
Revista Gaúcha de Enfermagem Porto Alegre, 3(2) : 133 144, 1
un. 1982 133
temente, e que aceitam com grande prazer os chás caseiros, como erva do-
ce, camomila ou hortelã. Estes chás podem ser usados em substituição à
água, bem fraquinhos, levemente adoçados, frios ou levemente amorna-
dos. Eles não tem nenhum efeito sobre o organismo da criança e seu em-
prego se justifica apenas para melhor aceitação pelo paladar".
Este é também, o pensamento de alguns pediatras da cidade de Pelo-
tas, que se manifestaram em conversas informais.
Experiências vividas demonstraram . que estas ervas tem efeito sobre
o organismo, e que poderiam ser melhor usados, se os pediatras, enfermeiros
e pessoas da área de saúde que atuam com crianças, se dispusessem a estudá-
las.
Abordar-se-á a atuação do Enfermeiro, principalmente, na saúde pú-
blica. onde teria contato mais direto com as mães e maior autonomia, dentro
da equipe multidisciplinar.
O objetivo principal deste trabalho, é servir como material de consul-
ta para estudantes e profissionais de Enfermagem e Medicina, bem como,
para todos aqueles que sentirem necessidade de estudar o assunto superfi-
cialmente.
Para um estudo mais aprofundado, recomenda-se a bibliografia citada.
1.1.- CONSIDERAÇOES GERAIS
A origem do conhecimento do homem sobre as virtudes das plantas,
é muito diversa e curiosa. Muitas foram as fontes que o facilitaram: a inspi-
ração, o instinto, o ensinamento dos animais, as analogias da cor, forma ex-
terior, gosto, etc..., bem como, outras de não menos importância, como a
casualidade, as tentativas, a observação, etc ...
PENSO 1 7
, diz que, apesar dos espetaculares progressos da quimiote-
rapia, o consumo de plantas medicinais no mundo, tanto nos países desen·
volvidos como em desenvolvimento, aumenta continuamente, como demons-
tram as estatísticas referentes a seus mercados.
Considerando, a importância dessa substituição gradativa dos produ-
tos farmacêuticos por ervas, a Organização Mundial da Saúde (OMS). vai
procurar estabelecer uma Iista de drogas vegetais e essenciais, incluindo para
cada droga constante da lista, as especificações morfológicas, macro e micros-
cópicas de cada uma, com a intenção de estabelecer uma farmacopéia de dro-
gas vegetais essenciais.
No Brasil, também tem aumentado o uso de ervas medicinais, levan-
do algumas instituições a pesquisarem e investirem nelas.
Segundo o V SIMPOSIO, o Conselho Nacional de Desenvolvimento
134 Revista Gaúcha de Enfermagem Porto Alegre, 3(2) : 133 · 144. jun. 1982
Científico e Tecnológico - CNPq - atua através do programa flora , em três
áreas distintas:
a) Herbários - Levantando dados sobre as amostras vegetais existen-
tes nos herbários do Brasil e sobre espécimes brasileiras existentes em herbá-
rios do exterior.
b) Bibliotecas - Levantando dados, em bibliotecas do país e exterior,
sobre o conhecimento da vegetação e elementos da flora do Brasil, focalizan -
do a utilização dos recursos vegetais silvestres.
c) Campo - Executando intensiva coleta botânica, a fim de comple-
mentar as informações obtidas nos herbários e nas bibliotecas.
Vale a pena pesquisar a aplicação dos recursos naturais na assistência
primária de saúde. Não se trata de recuar no tempo, usando somente ervas e
outros recursos naturais, mas sim de estudar e aplicar corretamente, as desco-
bertas da farmacologia moderna.
1.2- QUESTOES DE PESQUISA
1.2.1. Quais os efeitos e paraefeitos das plantas medicinais em estudo?
1.2.2. Será possível caracterizá-la?
1.2.3. As plantas medicinais estão sendo usadas corretamente?
1.2.4. Qual a atuação do Enfermeiro na orientação às mães, quanto
aos chás infantis?
2 - DEFINIÇÃO DE TERMOS
2.1. - Assistência primária de saúde ou cuidados primários de saúde:
A conferência de Alma -Ata8
, entendeu por cuidados primários de
saúde, os cuidados essenciais, baseados em métodos práticos, cientificamente
bem fundamentados e socialmente aceitáveis, e em tecnologia de acesso uni-
versal para os indivíduos e suas famílias na comunidade, e a custo que a co-
munidade e opa ís possam manter em cada fase de seu desenvolvimento, den-
tro do espírito de autoconfiança e autodeterminação.
2.2. - Profissional enfermeiro - Enfermeiro graduado em curso
superior, com carga horária mínima de 2.500 horas, de acordo com o parecer
163/72, do Conselho Federal de Educação.
2.3. - Enfermeiro de saúde pública - (; um especialista de atividade
multidisciplinar que inclui conhecimentos e habilidades de Enfermagem e
Ciências Humanas, para proporcionar um serviço de Enfermagem centraliza-
do no indivíduo como membro de um grupo.
2.4. - Equipe multidisciplinar - Grupo de profissionais de várias es-
pecialidades que atuam em conjunto, visando um objetivo comum.
Revista Gaúcha de Enfermagem Porto Alegre. 3(~) : 133: 144, jun. 1982 135
3 -- REVISAO DE LITERATURA
3.1.1. - Seleção de plantas
A seleção é um fator importante na fitoterapia; estas devem apresen-
tar absoluta condição de pureza e frescor. Para cultivar-se, é necessário que a
terra, cuidadosamente preparada, não seja adubada com nenhum produto
químico nem adubo industrial. Também não se deve utilizar inseticidas ou
outros produtos que possam contaminar.
3.1.2. - Coleta das plantas
Quem vai coletar, precisa conhecer a planta, deve saber que as plantas
das quais se utilizam as folhas, devem ser recolhidas antes da floração, que
as flores usadas devem ser apanhadas no início da floração: os frutos, no iní-
cio da maturação, ou seja, no começo do outono; as raízes, no começo do in-
verno, quando o talo murcha, ou no começo da primavera, antes que tenha
rebrotado.
As plantas são, particularmente, ricas em suco pela manhã. As flores,
os talos e as folhas devem ser colhidas tão logo se evapore o orvalho. As se-
mentes devem ser coIh idas quando bem maduras.
Outras precauções a tomar:
- Fazer a triagem de fragmentos que possam ser de outras plantas;
- Selecionar as plantas sãs, sem manchas, atacadas por insetos ou
fungos.
- Não misturar as plantas na coleta, não comprimi-las para que não
murchem e percam parte do aroma;
- Preparar a dessecação, o mais rápido possível, para evitar a forma-
ção de bolores ou fermentações.
3.1.3 - Dessecação das plantas
A desssecação tem por objetivo evaporar a água que todo vegetal con-
tém. Evaporada a água, a seiva e o sumo tornam-se secos e em condições de
serem conservados.
Regras para dessecar:
1~) Espalhar bem a erva sobre caniços arejados e colocá-las a secar
penduradas em lugar também arejado;
2?) Fazer a dessecação preferencialmente à sombra, nunca em sol
forte, porque destruiria algumas essências voláteis;
3~) Todos os dias, revirar as plantas, a fim de que estejam bem ex-
postas. Aproveitar esta operação para eliminar tudo o que tiver tendência
a manchar ou a embolorar.
3 .1.4 - Conservação das plantas
Após a dessecação, as plantas devem ser colocadas sem compressão,
em recipientes herméticos. Pode-se utilizar latas, vasilhames de vidro ou ce-
136 Revista Gaúcha de Enfermagem Porto A legre, 3(2) : 133 • 144, jun. 1982
râmica, etc..., de preferência mantê-las fora do contato com ar, umidade,
luz e poeira. Deve-se revisar as plantas antes de usá-las, não esquecendo que
a planta fresca é superior à dessecada, porém esta é mais concentrada e de-
vemos empregá-la na proporção de 2 : 7 partes com relação à planta fresca.
3.1.5. - Algumas formas de preparação das plantas
3.1.5.1 .- Cataplasmas
São preparações para uso externo, de consistência mole e com-
postas de pós ou farinhas diluídas em água, cozimento, infusões, vinho ou
leite.
Algumas vezes associam-se com pomadas, azeites, etc... incorporan-
do estas substâncias à massa ou espalhando-as sobre a superfície. Muitas ve-
zes são recobertas com uma flanela seca.
Para os cataplasmas quentes dissolve-se a farinha em água para formar
uma pasta clara. Em seguida, cozinha-se a planta, agitando-a até que adquira
boa consistência. Se forem adicionados pós aromáticos, ungüentos, tinturas,
etc. . .. fazê-lo ao retirar a massa do fogo.
3.1.5.2. - Decocção ou cozimento
Denomina-se decocção, a ação de ferver uma substância em um veí-
culo qualquer. Esta operação tem o grave inconveniente de alterar ou quan-
do menos, modificar, pelo efeito da ebulição, as propriedades medicinais das
plantas. Deste modo, somente se recorre a ela quando o produto usado só se
dissolve sob a ação prolongada da água e do calor, principalmente sementes.
3.1.5.3. - Infusão
Coloca-se a erva numa chaleira ou outra vasilha e sobre esta, água fer-
vendo, cobrindo em seguida. Este contato deve durar de 10 a 15 min. para
folhas e flores, podendo durar mais de 1 h para raízes. Coa-se e toma-se o Ií-
quido resultante. Eusada em particular, quando se trata de plantas aromáticas.
3.1.5.4. - Maceração
Coloca-se a erva em contato com o veículo (água, vinho, álcool ou vi-
nagre) na temperatura ambiente. Eum processo lento.
3.1.5.5. - Tinturas
Assim se denomina o álcool no qual se dissolveram os princípios ati-
vos dos vegetais.
As partes das plantas que devem ser colocadas em álcool devem estar
bem secas, cortadas e em proporção de 20%. O contato será prolongado de 2
a 6 dias. A gradação do álcool deverá ser de 60% para as substâncias que sol-
tam com facilidade seus princípios; 80% quando as substâncias são ricas em
princípios resinosos e azeites voláteis; 90% para as substâncias que conte-
nham corpos gordurosos. Filtra-se, de preferência, em uma prensa, e obtém-
se a tintura. E usada em pequenas doses (20 - 25 gotas) para uso interno,
puras ou misturadas, e em maior quantidade para uso externo.
Revista Gaúcha de Enfermagem Porto A legre, 312): 133 • 144, jun. 1982 137
3.2. - Caracterização, composição, indicação e uso das plantas medi-
cinais em estudo.
3.2.1. - Anis - Pimpinella Anisum
Sinonímia - Anis verde, erva - doce.
3.2.1.1. - Caracterização
É uma planta herbácia anual, que cresce de 30 a 50 em de altura, da
família das Umbel íferas, caule cilíndrico ereto, folhas inferiores arredonda-
das, depois franjadas. As flores brancas são semelhantes às do funcho, mas pos-
suem um perfume muito mais delicado. Os frutos ovóides pubescentes, são
de cor cinza esverdeado e coberto por uma penujem; seu sabor doce e aromá-
tico é muito característico e inconfundível.
3.2.1.2. - Composição
Segundo QUER 1
l) , os frutos contém 2 a 3% de essência podendo
chegar a 6 c,b. Da semente se extraem o azeite que varia de 8 a 23% conten-
do pequenas quantidades de açúcar, am ido e até 19% de matérias proteicas.
A essencia se compõe de anetol 80 a 90% dando seu odor característico, as-
sim como metilcavicol, e outros, como ácido,aldeido e cetonas. MO REIRA' 4
,
afirma que, este apresenta, além do princípio particular, anisulmina, esteari-
na, óleo graxo e a essência de Anis, que é conhecido óleo volátil e incolor.
3.2.1.3. - Indicações e uso
O Anis é expectorante, carminativo, tônico estomacal ou digestivo,
aumenta a secreção láctea e se tem como regulador das funções menstruais.
A infusão, contendo pequenas quantidades de essência, é usada nas diarréias
pertinentes e como antiflatulento. Esta é a orientação de QUER 1 8 . Porém
MOREIRA' 4
, relata que a parte medicinal reside, sobretudo, nas frutas,
não discordando do primeiro autor, e acrescenta que é um estimulante suave,
atua na atonia digestiva, como estomáquico, expectorante, diurético, eme-
nagogo, antiespasmódico e como estimulante lácteo das mães.
Os autores foram concordes na maioria das indicações; confirmando,
inclusive, com o relato informal de mê's que o utilizam.
3.2.2. - Camomila - Matricaria chamomila
Sinonímia - Camomila da Alemanha, macela, matricária, maçanilha.
3.2.2.1. - Caracterização
A Camomila é uma erva de origem européia, aclimatada no Brasil.
Planta muito popular, fortemente aromática, é anual, possui flores brancas,
semelhantes a margarinha. Atinge de 1 a 2 palmos de altura, floresce a partir
de abril até boa parte da primavera. A parte utilizada é a flor, coletada nove-
rão e secada à sombra, ao ar livre.
3.2.2.2. - Composição
A essência contém hidrocarbono, um álcool sesquiterpênico, um ál-
cool tricíclico, outros álcoois terciários, na maior parte dicíclicos. Um anil
138 Revista Gaúcha de Enfermagem Porto Alegre. 3 (2) : 133 · 144, jun. 1982
de sete átomos combinado com outro de cinco. Contém ainda ácido salicí-
clico, um ácido octílico, apigenima, umbeliferona e o éster metílico, peque-
nas quantidades de dioxicumarina, substâncias resinosas, fitosterina, boas
quantidades de vitamina C até 0,73%. Há notável presença de esteres de
ácidos etínicos. As qualidades antiespasmódicas se atibuem à apigenina.
Só é encontrada referência à composição em OU ER 1
s .
3.2.2.3. - Indicações e uso
E antiespasmódica, sedativa e utilizada principalmente nos trans-
tornos nervosos. E indicada nas cólicas estomacais, intestinais, e uterinas,
nas dismenorréias, nas enfermidades infecciosas (resfriados, gripes, etc...),
devido a sua ação sudorípara, poderá ser bem empregada.
MOREIRA1 4
, diz que este chá é digestivo, usado também em crian-
ças de tenra idade, com efeitos calmante e regulador do aparelho digestivo.
DUFLOT1 0 lhe atribui atividade antidiarreica infantil.
3.2.3. - Funcho - Foeniculum vulgare
Sinonímia - Erva de anis, funcho, anis doce, erva doce, fal sa anis.
3.2.3.1. - Caracterização
Pertence à família das Umbel íferas, tem folhas recortadas, com flores
amarelas em umbela. Toda a planta exala um odor característico. Eencontra-
da em terrenos saibrosos e à margem de rios. Forma uma roseta, dividida e·
subdividida que, de tão fi na, lembra cabelo. As flores são amarelas e o fruto
tem uns 4mm de largura. Floresce de junho em diante.
3.2.3.2. - Composição
A haste tem 12% de azeite (na semente) , a essência é incolor ou ligei-
ramente amarelo, sabor doce e depois amarga, levemente. Possui anetol (até
60%), metilcanicol, ácido anísico, aldeído anísico e cetona anísica. Odor
canforáceo. Esta é a análise de QUER 1 8
• Porém MOREIRA14
, justifica a
composição afirmando que a essência contém ametol (60%), estrago!, mine-
rais, açúcares, mucilagem, lipídios e aleurona.
3.2.3.3. - Indicações e uso
A propriedade mais importante é carminativa, QUER 1 8
, refere ainda
que a semente é diurética e aperitiva, em geral, substitui sem inconveniente o
fruto do anis, mas tem ação mais duradoura que este.
Estimula a lactação, diminui a atonia intestinal e estomacal. E reco-
mendado nas diarréias fétidas e flatulências. O fruto ingerido em excesso
pode provocar a menstruação. A raiz é usada como diurético. Suas indica-
ções são confirmadas em sua maioria por MOREIRA 14
•
3.2.4. - Ho rtelã - Mentha piperita
Sinonímia -- Hortelã pimenta, menta, menta piper.ta, hortelã.
3.2.4.1. - Caracterização
Revista Gaúcha de Enfermagem Porto Alegre, 3!2) : 133- 144, jun. 1982 139
Família das Labiadas. Existem diversas espécies de menta, mas todas
possuem mais ou menos as mesmas propriedades. Todas são aromáticas. Suas
flores são cor malva ou violeta, pequenas e, mais ou menos, irregulares, com
dois lóbulos mal distingüíveis. Possui haste pilosa, !:Om cerca de 60 em de al-
tura, folhas ovais serrilhadas, pubescentes e fortemente aromáticas. Toda a
planta é de cor verde, sabor menta.
Floresce no verão e é muito cultivada para fins industriais, como dro-
gas ou Iicores e essências.
3.2.4.2. -Composição
Contém mentol, até 50%, matérias minerais, tanino, esteres, que é
um composto orgânico derivado de um álcool, também chamado éter-sol, e
mentona, que se obtém oxigenando o mentol. QUER 1 8
assinala que a essên-
cia se compõe de mentollivre e em combinação com os ácidos acéticos, e va-
leriânico. Acrescenta, ainda, outros componentes aos já assinalados por
MOR EIRA 1 4
como mentenonas, cineol, piperitona, menteno e outros
terpenos.
3.2.4.3.- Indicações e uso
A Menta é estimulante, antiespasmódica e anestésica. A essência pro-
duz efeitos cáusticos sobre a pele e as mucosas e, quando diluída em água,
deixa na boca um frescor agradável. Em uso interno, atua como carminati-
va, e estomáquica, ativando o apetite e facilitando a digestão, como analgési-
co, acalmando as dores gástricas e intestinais. Contribui,segundo MORGAN 1 5 ,
para diminuir a exaltação dos reflexos de todo tipo e acalmar nevralgias. E
também desinfetante e estimulante da bílis. Usa-se contra a dispesia atônica e
a anorexia.
Em uso externo, a infusão misturada com azeite de oliva, é muito
útil em queimaduras. E usado na indústria para licores, essência e drogas.
3.2.5. -Erva cidreira - Melissa officinalis
Sinonímia- Melissa, erva-cidreira-verdadeira.
QUER1 8
, refere como sinônimo cidrão e folha de limão.
3.2.5.1. - Caracterização
E vegetal aromático, de cheiro característico, suas folhas são de um
verde claro e suas flores são de cor branca, ficando semi escondidas sob a
folhagem.
BALBACH4
, descreve que a planta atinge 1m de altura, tem as fo-
lhas opostas, pecioladas, ovais, serreadas, com superfície marginal áspera.
As flores tem odor semelhante ao Iimão.
3.2.5.2. -Composição
A planta contém tanino e um óleo essencial que contém citro e citro-
nela. Segundo QUER1 8
, a essência possui citral, citronelal, geraniol e linolol.
140 Revista Gaúcha de Enfermagem Pono Alegre, 312) :133 • 144, jun. 1982
Fora a essência, as folhas contém resina, mucilago e uma substância amarga.
BALME7
, refere óleo essencial e ácido gálico.
3.2.5.3. - Indicações e uso
Toda a planta é antiespasmódica, sedativa, digestiva, estomáquica, an-
ticefalálgica, carminativa e estimulante. E indicada nas digestões difíceis, nas
cólicas nervosas e nas vertigens. QUER 1 8
, trefere efeito antihemético na gra-
videz, nas obnubilações passageiras, dismenorréias, histerismo, etc...
3.3. -- Papel do Enfermeiro na orientação às mães
No trabalho da equipe de saúde, o Enfermeiro destaca-se como um
elemento de muita importância. Em todos os setores da assistência em saú-
de, a atividade de Enfermagem torna-se contribuição decisiva para a sua efi-
cácia.
Baseando-se nas funções gerais de Enfermagem de saúde pública, po-
de-se definir funções específicas; dentre elas, uma torna-se de vital importân-
cia, de acordo com Rodrigues, citado por LACERDA 1 1
: " Prestar cuidados
globais de Enfermagem à indivíduos, famílias e grupos, na unidade de saúde,
no domicílio, nas escolas e nos locais de trabalho; participando no estabele-
cimento de prioridades que atendam às necessidades de saúde locais".
Desta forma, entende-se que o Enfermeiro de saúde pública, com co-
nhecimentos de ervas medicinais, poderá orientar às mães quanto ao melhor
uso do chá. Assim, poderá também usá-lo de forma mais específica para cada
patologia ou caso, e não indiscriminadamente o mesmo chá para toda crian-
ça, como, geralmente, se processa.
O conhecimento sobre ervas medicinais, muito ajudará o Enfermeiro
no seu trabalho, principalmente comunitário, pois trata-se de um recurso
disponível, acessível e considerado de pouco ou nenhum efeito nocivo.
4 - LIMITAÇOES DA PESQUISA
Durante o desenvolvimento deste trabalho, surgiram muitas dificulda-
des quanto à literatura; a grande maioria dos livros não abordam a composi-
ção das plantas, alguns fazem relatos muito superficiais e genéricos.
Foi também limitado o trabalho, pela quase inexistência de pessoas
técnicas no assunto, que pudessem orientar; bem como, a inexperiência do
autor em trabalhos científicos.
5 - CONCLUSÃO
A partir das colocações feitas no decorrer deste trabalho, pode-se
concluir que todas as ervas medicinais sempre tem algum efeito sobre o or-
ganismo humano.
Revista Gaúcha de Enfermagem Porto Alegre, 3(2) : 133 · 144, jun. 1982 14 1
Este efeito poderá ser em beneficio da saúde quando usada pondera-
damente e corretamente, ou de forma danosa, usando-se excessivamente e/ou
incorretamente.
Segundo argumentações dos autores, as ervas medicinais, somente se-
rão tóxicas em relação a dose. Assim cada erva terá sua aplicação terapêutica.
E visível a necessidade de aprofundar os estudos sobre as ervas, por-
que representam, um meio útil para o uso na assistência de saúde, e conside-
ra-se que a bibliografia disponível não é ainda satisfatória, dificultando mui-
to o conhecimento nesta área.
Nota·se, que alguns livros atribuem propriedades medicinais difíceis
de serem comprovadas. por outro lado, a grande maioria das propriedades
atribuídas, são confirmadas por vários autores e também na prática por pes-
soas que as usam.
Assim sendo, considera-se de suma importância o interesse, no senti-
do do aprofundamento, dos profissionais da saúde e interessados, como En-
fermeiro, Médico, Nutricionista, auxiliares de saúde, etc... .
Espera-se ter contribu ido, de forma positiva, para esse aprofunda-
mento em ervas medicinais, com este pequeno estudo que estará acessível e
disponível, a todos quantos possa interessar.
Conclui-se, finalmente, que é necessário um incentivo ao uso de ervas
medicinais, pois elas são um recurso acessível, disponível, eficaz e praticamen-
te inofensivo, além de colocar-se a disposição, no local de trabalho, principal-
mente, comunitário.
142
SUMMARY: This article introduces a general point
of view about some medicai grasses commonly
used for children tea, as far as their composition
and prescription. Makes a relationship between
this knowledge and the medicai profissional
action, giving prom inence for this pratics.on the
simplyfied thectchry.
Revista Gaúcha de Enfermagem Porto A legre. 3(2) : 133 · 144, jun. 1982
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amigdalite. Pelotas, VFPEL, 1980. 43p.
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1978, s.d.
Revista Gaúcha de Enfermagem Porto Alegre, 3(2) :133- 144, jun. 1982 143
22. WERNER, David. Onde não há médico. 4~ ed. São Paulo, Ed. Paulinas,
1977.
23. LIMA, Durval Stockler de. Nutrição orientada, e os médicos da natureza.
S.L.P., Departamento Gráfico União Sul Brasileira da IASD, s.c_i.
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Revista Gaúcha de Enfermagem Porto Alegre 3(2) : 133- 144, jun. 1982

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  • 1. ESTUDO DE PLANTAS MEDICINAIS USADAS PARA CHA INFANTIL E O PAPEL DO(A) ENFERMEIRO(A) NA ORIENTAÇÃO AS MÃES • 1 -INTRODUÇÃO Antonio de Medeiros Nazario • RESUMO : Este trabalho apresenta considerações gerais sobre algumas ervas medicinais usadas para chá infantil , bem como, suas composições e indi- cações. Relaciona a aquisição deste conhecimento com a atuação do profissional de saúde, ressaltando sua importância na terapia simples. Este trabalho é o produto de uma insatisfação do autor, referente ao uso do chá infantil, pela própria falta de conhecimento nesta área e pela es- cassa bibliografia disponível. Segundo PENSO 1 7 , mostra-se notório o aumento gradativo do con- sumo de ervas medicinais, nas mais variadas partes do mundo. Nos últimos tempos, as plantas medicinais têm sido freqüentemente preconizados, em substituição aos produtos farmacêuticos, como forma de evitar o consumo excessivo destes, já que atingem níveis inquietadores. Observa-se que a argumentação dos partidários das plantas medici- nais, apoiam-se no fato de que, em geral, estas proporcionam terapia suave e apresentam menos desvantagens do que as substâncias puras. DE LIMA2 3 , refere que: "O Brasil tem talvez a maior quantidade de ervas medicinais do mundo". O mesmo autor faz um comentário, onde destaca o uso de ervas, al- gum tempo atrás, quando usava-se hortelã (Mentha piperita) , para má diges- tão, prisão de ventre, vômitos, vermes; camomila (Matricária chamomilla), para dentição de crianças, perturbações do estômago, diarréia, inflamação das vias urinárias, dismenorréia, etc.... Discordando completamente destes autores, ALCANTARA/MAR- CONDES2, fazem a seguinte colocação: "Há crianças que embora sentmdo sede, recusam água simples ou levemente adoçada, ou a aceitam insuficien- Trabalho monográfico apresentado para obtenção do grau de enfermeiro na Uni- versidade Federal de Pelotas. Enfermeiro da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) da Sociedade de Benefi- cência Portuguesa, Aluno de Pós-Graduação em Saúde Pública na Escola de Saúde Pública, da Secretaria de Saúde e do Meio Ambiente. Revista Gaúcha de Enfermagem Porto Alegre, 3(2) : 133 144, 1 un. 1982 133
  • 2. temente, e que aceitam com grande prazer os chás caseiros, como erva do- ce, camomila ou hortelã. Estes chás podem ser usados em substituição à água, bem fraquinhos, levemente adoçados, frios ou levemente amorna- dos. Eles não tem nenhum efeito sobre o organismo da criança e seu em- prego se justifica apenas para melhor aceitação pelo paladar". Este é também, o pensamento de alguns pediatras da cidade de Pelo- tas, que se manifestaram em conversas informais. Experiências vividas demonstraram . que estas ervas tem efeito sobre o organismo, e que poderiam ser melhor usados, se os pediatras, enfermeiros e pessoas da área de saúde que atuam com crianças, se dispusessem a estudá- las. Abordar-se-á a atuação do Enfermeiro, principalmente, na saúde pú- blica. onde teria contato mais direto com as mães e maior autonomia, dentro da equipe multidisciplinar. O objetivo principal deste trabalho, é servir como material de consul- ta para estudantes e profissionais de Enfermagem e Medicina, bem como, para todos aqueles que sentirem necessidade de estudar o assunto superfi- cialmente. Para um estudo mais aprofundado, recomenda-se a bibliografia citada. 1.1.- CONSIDERAÇOES GERAIS A origem do conhecimento do homem sobre as virtudes das plantas, é muito diversa e curiosa. Muitas foram as fontes que o facilitaram: a inspi- ração, o instinto, o ensinamento dos animais, as analogias da cor, forma ex- terior, gosto, etc..., bem como, outras de não menos importância, como a casualidade, as tentativas, a observação, etc ... PENSO 1 7 , diz que, apesar dos espetaculares progressos da quimiote- rapia, o consumo de plantas medicinais no mundo, tanto nos países desen· volvidos como em desenvolvimento, aumenta continuamente, como demons- tram as estatísticas referentes a seus mercados. Considerando, a importância dessa substituição gradativa dos produ- tos farmacêuticos por ervas, a Organização Mundial da Saúde (OMS). vai procurar estabelecer uma Iista de drogas vegetais e essenciais, incluindo para cada droga constante da lista, as especificações morfológicas, macro e micros- cópicas de cada uma, com a intenção de estabelecer uma farmacopéia de dro- gas vegetais essenciais. No Brasil, também tem aumentado o uso de ervas medicinais, levan- do algumas instituições a pesquisarem e investirem nelas. Segundo o V SIMPOSIO, o Conselho Nacional de Desenvolvimento 134 Revista Gaúcha de Enfermagem Porto Alegre, 3(2) : 133 · 144. jun. 1982
  • 3. Científico e Tecnológico - CNPq - atua através do programa flora , em três áreas distintas: a) Herbários - Levantando dados sobre as amostras vegetais existen- tes nos herbários do Brasil e sobre espécimes brasileiras existentes em herbá- rios do exterior. b) Bibliotecas - Levantando dados, em bibliotecas do país e exterior, sobre o conhecimento da vegetação e elementos da flora do Brasil, focalizan - do a utilização dos recursos vegetais silvestres. c) Campo - Executando intensiva coleta botânica, a fim de comple- mentar as informações obtidas nos herbários e nas bibliotecas. Vale a pena pesquisar a aplicação dos recursos naturais na assistência primária de saúde. Não se trata de recuar no tempo, usando somente ervas e outros recursos naturais, mas sim de estudar e aplicar corretamente, as desco- bertas da farmacologia moderna. 1.2- QUESTOES DE PESQUISA 1.2.1. Quais os efeitos e paraefeitos das plantas medicinais em estudo? 1.2.2. Será possível caracterizá-la? 1.2.3. As plantas medicinais estão sendo usadas corretamente? 1.2.4. Qual a atuação do Enfermeiro na orientação às mães, quanto aos chás infantis? 2 - DEFINIÇÃO DE TERMOS 2.1. - Assistência primária de saúde ou cuidados primários de saúde: A conferência de Alma -Ata8 , entendeu por cuidados primários de saúde, os cuidados essenciais, baseados em métodos práticos, cientificamente bem fundamentados e socialmente aceitáveis, e em tecnologia de acesso uni- versal para os indivíduos e suas famílias na comunidade, e a custo que a co- munidade e opa ís possam manter em cada fase de seu desenvolvimento, den- tro do espírito de autoconfiança e autodeterminação. 2.2. - Profissional enfermeiro - Enfermeiro graduado em curso superior, com carga horária mínima de 2.500 horas, de acordo com o parecer 163/72, do Conselho Federal de Educação. 2.3. - Enfermeiro de saúde pública - (; um especialista de atividade multidisciplinar que inclui conhecimentos e habilidades de Enfermagem e Ciências Humanas, para proporcionar um serviço de Enfermagem centraliza- do no indivíduo como membro de um grupo. 2.4. - Equipe multidisciplinar - Grupo de profissionais de várias es- pecialidades que atuam em conjunto, visando um objetivo comum. Revista Gaúcha de Enfermagem Porto Alegre. 3(~) : 133: 144, jun. 1982 135
  • 4. 3 -- REVISAO DE LITERATURA 3.1.1. - Seleção de plantas A seleção é um fator importante na fitoterapia; estas devem apresen- tar absoluta condição de pureza e frescor. Para cultivar-se, é necessário que a terra, cuidadosamente preparada, não seja adubada com nenhum produto químico nem adubo industrial. Também não se deve utilizar inseticidas ou outros produtos que possam contaminar. 3.1.2. - Coleta das plantas Quem vai coletar, precisa conhecer a planta, deve saber que as plantas das quais se utilizam as folhas, devem ser recolhidas antes da floração, que as flores usadas devem ser apanhadas no início da floração: os frutos, no iní- cio da maturação, ou seja, no começo do outono; as raízes, no começo do in- verno, quando o talo murcha, ou no começo da primavera, antes que tenha rebrotado. As plantas são, particularmente, ricas em suco pela manhã. As flores, os talos e as folhas devem ser colhidas tão logo se evapore o orvalho. As se- mentes devem ser coIh idas quando bem maduras. Outras precauções a tomar: - Fazer a triagem de fragmentos que possam ser de outras plantas; - Selecionar as plantas sãs, sem manchas, atacadas por insetos ou fungos. - Não misturar as plantas na coleta, não comprimi-las para que não murchem e percam parte do aroma; - Preparar a dessecação, o mais rápido possível, para evitar a forma- ção de bolores ou fermentações. 3.1.3 - Dessecação das plantas A desssecação tem por objetivo evaporar a água que todo vegetal con- tém. Evaporada a água, a seiva e o sumo tornam-se secos e em condições de serem conservados. Regras para dessecar: 1~) Espalhar bem a erva sobre caniços arejados e colocá-las a secar penduradas em lugar também arejado; 2?) Fazer a dessecação preferencialmente à sombra, nunca em sol forte, porque destruiria algumas essências voláteis; 3~) Todos os dias, revirar as plantas, a fim de que estejam bem ex- postas. Aproveitar esta operação para eliminar tudo o que tiver tendência a manchar ou a embolorar. 3 .1.4 - Conservação das plantas Após a dessecação, as plantas devem ser colocadas sem compressão, em recipientes herméticos. Pode-se utilizar latas, vasilhames de vidro ou ce- 136 Revista Gaúcha de Enfermagem Porto A legre, 3(2) : 133 • 144, jun. 1982
  • 5. râmica, etc..., de preferência mantê-las fora do contato com ar, umidade, luz e poeira. Deve-se revisar as plantas antes de usá-las, não esquecendo que a planta fresca é superior à dessecada, porém esta é mais concentrada e de- vemos empregá-la na proporção de 2 : 7 partes com relação à planta fresca. 3.1.5. - Algumas formas de preparação das plantas 3.1.5.1 .- Cataplasmas São preparações para uso externo, de consistência mole e com- postas de pós ou farinhas diluídas em água, cozimento, infusões, vinho ou leite. Algumas vezes associam-se com pomadas, azeites, etc... incorporan- do estas substâncias à massa ou espalhando-as sobre a superfície. Muitas ve- zes são recobertas com uma flanela seca. Para os cataplasmas quentes dissolve-se a farinha em água para formar uma pasta clara. Em seguida, cozinha-se a planta, agitando-a até que adquira boa consistência. Se forem adicionados pós aromáticos, ungüentos, tinturas, etc. . .. fazê-lo ao retirar a massa do fogo. 3.1.5.2. - Decocção ou cozimento Denomina-se decocção, a ação de ferver uma substância em um veí- culo qualquer. Esta operação tem o grave inconveniente de alterar ou quan- do menos, modificar, pelo efeito da ebulição, as propriedades medicinais das plantas. Deste modo, somente se recorre a ela quando o produto usado só se dissolve sob a ação prolongada da água e do calor, principalmente sementes. 3.1.5.3. - Infusão Coloca-se a erva numa chaleira ou outra vasilha e sobre esta, água fer- vendo, cobrindo em seguida. Este contato deve durar de 10 a 15 min. para folhas e flores, podendo durar mais de 1 h para raízes. Coa-se e toma-se o Ií- quido resultante. Eusada em particular, quando se trata de plantas aromáticas. 3.1.5.4. - Maceração Coloca-se a erva em contato com o veículo (água, vinho, álcool ou vi- nagre) na temperatura ambiente. Eum processo lento. 3.1.5.5. - Tinturas Assim se denomina o álcool no qual se dissolveram os princípios ati- vos dos vegetais. As partes das plantas que devem ser colocadas em álcool devem estar bem secas, cortadas e em proporção de 20%. O contato será prolongado de 2 a 6 dias. A gradação do álcool deverá ser de 60% para as substâncias que sol- tam com facilidade seus princípios; 80% quando as substâncias são ricas em princípios resinosos e azeites voláteis; 90% para as substâncias que conte- nham corpos gordurosos. Filtra-se, de preferência, em uma prensa, e obtém- se a tintura. E usada em pequenas doses (20 - 25 gotas) para uso interno, puras ou misturadas, e em maior quantidade para uso externo. Revista Gaúcha de Enfermagem Porto A legre, 312): 133 • 144, jun. 1982 137
  • 6. 3.2. - Caracterização, composição, indicação e uso das plantas medi- cinais em estudo. 3.2.1. - Anis - Pimpinella Anisum Sinonímia - Anis verde, erva - doce. 3.2.1.1. - Caracterização É uma planta herbácia anual, que cresce de 30 a 50 em de altura, da família das Umbel íferas, caule cilíndrico ereto, folhas inferiores arredonda- das, depois franjadas. As flores brancas são semelhantes às do funcho, mas pos- suem um perfume muito mais delicado. Os frutos ovóides pubescentes, são de cor cinza esverdeado e coberto por uma penujem; seu sabor doce e aromá- tico é muito característico e inconfundível. 3.2.1.2. - Composição Segundo QUER 1 l) , os frutos contém 2 a 3% de essência podendo chegar a 6 c,b. Da semente se extraem o azeite que varia de 8 a 23% conten- do pequenas quantidades de açúcar, am ido e até 19% de matérias proteicas. A essencia se compõe de anetol 80 a 90% dando seu odor característico, as- sim como metilcavicol, e outros, como ácido,aldeido e cetonas. MO REIRA' 4 , afirma que, este apresenta, além do princípio particular, anisulmina, esteari- na, óleo graxo e a essência de Anis, que é conhecido óleo volátil e incolor. 3.2.1.3. - Indicações e uso O Anis é expectorante, carminativo, tônico estomacal ou digestivo, aumenta a secreção láctea e se tem como regulador das funções menstruais. A infusão, contendo pequenas quantidades de essência, é usada nas diarréias pertinentes e como antiflatulento. Esta é a orientação de QUER 1 8 . Porém MOREIRA' 4 , relata que a parte medicinal reside, sobretudo, nas frutas, não discordando do primeiro autor, e acrescenta que é um estimulante suave, atua na atonia digestiva, como estomáquico, expectorante, diurético, eme- nagogo, antiespasmódico e como estimulante lácteo das mães. Os autores foram concordes na maioria das indicações; confirmando, inclusive, com o relato informal de mê's que o utilizam. 3.2.2. - Camomila - Matricaria chamomila Sinonímia - Camomila da Alemanha, macela, matricária, maçanilha. 3.2.2.1. - Caracterização A Camomila é uma erva de origem européia, aclimatada no Brasil. Planta muito popular, fortemente aromática, é anual, possui flores brancas, semelhantes a margarinha. Atinge de 1 a 2 palmos de altura, floresce a partir de abril até boa parte da primavera. A parte utilizada é a flor, coletada nove- rão e secada à sombra, ao ar livre. 3.2.2.2. - Composição A essência contém hidrocarbono, um álcool sesquiterpênico, um ál- cool tricíclico, outros álcoois terciários, na maior parte dicíclicos. Um anil 138 Revista Gaúcha de Enfermagem Porto Alegre. 3 (2) : 133 · 144, jun. 1982
  • 7. de sete átomos combinado com outro de cinco. Contém ainda ácido salicí- clico, um ácido octílico, apigenima, umbeliferona e o éster metílico, peque- nas quantidades de dioxicumarina, substâncias resinosas, fitosterina, boas quantidades de vitamina C até 0,73%. Há notável presença de esteres de ácidos etínicos. As qualidades antiespasmódicas se atibuem à apigenina. Só é encontrada referência à composição em OU ER 1 s . 3.2.2.3. - Indicações e uso E antiespasmódica, sedativa e utilizada principalmente nos trans- tornos nervosos. E indicada nas cólicas estomacais, intestinais, e uterinas, nas dismenorréias, nas enfermidades infecciosas (resfriados, gripes, etc...), devido a sua ação sudorípara, poderá ser bem empregada. MOREIRA1 4 , diz que este chá é digestivo, usado também em crian- ças de tenra idade, com efeitos calmante e regulador do aparelho digestivo. DUFLOT1 0 lhe atribui atividade antidiarreica infantil. 3.2.3. - Funcho - Foeniculum vulgare Sinonímia - Erva de anis, funcho, anis doce, erva doce, fal sa anis. 3.2.3.1. - Caracterização Pertence à família das Umbel íferas, tem folhas recortadas, com flores amarelas em umbela. Toda a planta exala um odor característico. Eencontra- da em terrenos saibrosos e à margem de rios. Forma uma roseta, dividida e· subdividida que, de tão fi na, lembra cabelo. As flores são amarelas e o fruto tem uns 4mm de largura. Floresce de junho em diante. 3.2.3.2. - Composição A haste tem 12% de azeite (na semente) , a essência é incolor ou ligei- ramente amarelo, sabor doce e depois amarga, levemente. Possui anetol (até 60%), metilcanicol, ácido anísico, aldeído anísico e cetona anísica. Odor canforáceo. Esta é a análise de QUER 1 8 • Porém MOREIRA14 , justifica a composição afirmando que a essência contém ametol (60%), estrago!, mine- rais, açúcares, mucilagem, lipídios e aleurona. 3.2.3.3. - Indicações e uso A propriedade mais importante é carminativa, QUER 1 8 , refere ainda que a semente é diurética e aperitiva, em geral, substitui sem inconveniente o fruto do anis, mas tem ação mais duradoura que este. Estimula a lactação, diminui a atonia intestinal e estomacal. E reco- mendado nas diarréias fétidas e flatulências. O fruto ingerido em excesso pode provocar a menstruação. A raiz é usada como diurético. Suas indica- ções são confirmadas em sua maioria por MOREIRA 14 • 3.2.4. - Ho rtelã - Mentha piperita Sinonímia -- Hortelã pimenta, menta, menta piper.ta, hortelã. 3.2.4.1. - Caracterização Revista Gaúcha de Enfermagem Porto Alegre, 3!2) : 133- 144, jun. 1982 139
  • 8. Família das Labiadas. Existem diversas espécies de menta, mas todas possuem mais ou menos as mesmas propriedades. Todas são aromáticas. Suas flores são cor malva ou violeta, pequenas e, mais ou menos, irregulares, com dois lóbulos mal distingüíveis. Possui haste pilosa, !:Om cerca de 60 em de al- tura, folhas ovais serrilhadas, pubescentes e fortemente aromáticas. Toda a planta é de cor verde, sabor menta. Floresce no verão e é muito cultivada para fins industriais, como dro- gas ou Iicores e essências. 3.2.4.2. -Composição Contém mentol, até 50%, matérias minerais, tanino, esteres, que é um composto orgânico derivado de um álcool, também chamado éter-sol, e mentona, que se obtém oxigenando o mentol. QUER 1 8 assinala que a essên- cia se compõe de mentollivre e em combinação com os ácidos acéticos, e va- leriânico. Acrescenta, ainda, outros componentes aos já assinalados por MOR EIRA 1 4 como mentenonas, cineol, piperitona, menteno e outros terpenos. 3.2.4.3.- Indicações e uso A Menta é estimulante, antiespasmódica e anestésica. A essência pro- duz efeitos cáusticos sobre a pele e as mucosas e, quando diluída em água, deixa na boca um frescor agradável. Em uso interno, atua como carminati- va, e estomáquica, ativando o apetite e facilitando a digestão, como analgési- co, acalmando as dores gástricas e intestinais. Contribui,segundo MORGAN 1 5 , para diminuir a exaltação dos reflexos de todo tipo e acalmar nevralgias. E também desinfetante e estimulante da bílis. Usa-se contra a dispesia atônica e a anorexia. Em uso externo, a infusão misturada com azeite de oliva, é muito útil em queimaduras. E usado na indústria para licores, essência e drogas. 3.2.5. -Erva cidreira - Melissa officinalis Sinonímia- Melissa, erva-cidreira-verdadeira. QUER1 8 , refere como sinônimo cidrão e folha de limão. 3.2.5.1. - Caracterização E vegetal aromático, de cheiro característico, suas folhas são de um verde claro e suas flores são de cor branca, ficando semi escondidas sob a folhagem. BALBACH4 , descreve que a planta atinge 1m de altura, tem as fo- lhas opostas, pecioladas, ovais, serreadas, com superfície marginal áspera. As flores tem odor semelhante ao Iimão. 3.2.5.2. -Composição A planta contém tanino e um óleo essencial que contém citro e citro- nela. Segundo QUER1 8 , a essência possui citral, citronelal, geraniol e linolol. 140 Revista Gaúcha de Enfermagem Pono Alegre, 312) :133 • 144, jun. 1982
  • 9. Fora a essência, as folhas contém resina, mucilago e uma substância amarga. BALME7 , refere óleo essencial e ácido gálico. 3.2.5.3. - Indicações e uso Toda a planta é antiespasmódica, sedativa, digestiva, estomáquica, an- ticefalálgica, carminativa e estimulante. E indicada nas digestões difíceis, nas cólicas nervosas e nas vertigens. QUER 1 8 , trefere efeito antihemético na gra- videz, nas obnubilações passageiras, dismenorréias, histerismo, etc... 3.3. -- Papel do Enfermeiro na orientação às mães No trabalho da equipe de saúde, o Enfermeiro destaca-se como um elemento de muita importância. Em todos os setores da assistência em saú- de, a atividade de Enfermagem torna-se contribuição decisiva para a sua efi- cácia. Baseando-se nas funções gerais de Enfermagem de saúde pública, po- de-se definir funções específicas; dentre elas, uma torna-se de vital importân- cia, de acordo com Rodrigues, citado por LACERDA 1 1 : " Prestar cuidados globais de Enfermagem à indivíduos, famílias e grupos, na unidade de saúde, no domicílio, nas escolas e nos locais de trabalho; participando no estabele- cimento de prioridades que atendam às necessidades de saúde locais". Desta forma, entende-se que o Enfermeiro de saúde pública, com co- nhecimentos de ervas medicinais, poderá orientar às mães quanto ao melhor uso do chá. Assim, poderá também usá-lo de forma mais específica para cada patologia ou caso, e não indiscriminadamente o mesmo chá para toda crian- ça, como, geralmente, se processa. O conhecimento sobre ervas medicinais, muito ajudará o Enfermeiro no seu trabalho, principalmente comunitário, pois trata-se de um recurso disponível, acessível e considerado de pouco ou nenhum efeito nocivo. 4 - LIMITAÇOES DA PESQUISA Durante o desenvolvimento deste trabalho, surgiram muitas dificulda- des quanto à literatura; a grande maioria dos livros não abordam a composi- ção das plantas, alguns fazem relatos muito superficiais e genéricos. Foi também limitado o trabalho, pela quase inexistência de pessoas técnicas no assunto, que pudessem orientar; bem como, a inexperiência do autor em trabalhos científicos. 5 - CONCLUSÃO A partir das colocações feitas no decorrer deste trabalho, pode-se concluir que todas as ervas medicinais sempre tem algum efeito sobre o or- ganismo humano. Revista Gaúcha de Enfermagem Porto Alegre, 3(2) : 133 · 144, jun. 1982 14 1
  • 10. Este efeito poderá ser em beneficio da saúde quando usada pondera- damente e corretamente, ou de forma danosa, usando-se excessivamente e/ou incorretamente. Segundo argumentações dos autores, as ervas medicinais, somente se- rão tóxicas em relação a dose. Assim cada erva terá sua aplicação terapêutica. E visível a necessidade de aprofundar os estudos sobre as ervas, por- que representam, um meio útil para o uso na assistência de saúde, e conside- ra-se que a bibliografia disponível não é ainda satisfatória, dificultando mui- to o conhecimento nesta área. Nota·se, que alguns livros atribuem propriedades medicinais difíceis de serem comprovadas. por outro lado, a grande maioria das propriedades atribuídas, são confirmadas por vários autores e também na prática por pes- soas que as usam. Assim sendo, considera-se de suma importância o interesse, no senti- do do aprofundamento, dos profissionais da saúde e interessados, como En- fermeiro, Médico, Nutricionista, auxiliares de saúde, etc... . Espera-se ter contribu ido, de forma positiva, para esse aprofunda- mento em ervas medicinais, com este pequeno estudo que estará acessível e disponível, a todos quantos possa interessar. Conclui-se, finalmente, que é necessário um incentivo ao uso de ervas medicinais, pois elas são um recurso acessível, disponível, eficaz e praticamen- te inofensivo, além de colocar-se a disposição, no local de trabalho, principal- mente, comunitário. 142 SUMMARY: This article introduces a general point of view about some medicai grasses commonly used for children tea, as far as their composition and prescription. Makes a relationship between this knowledge and the medicai profissional action, giving prom inence for this pratics.on the simplyfied thectchry. Revista Gaúcha de Enfermagem Porto A legre. 3(2) : 133 · 144, jun. 1982
  • 11. BIBLIOGRAFIA 1. ACHARAN, Manuel Lezaeta. Medicina natural ao alcance de todos. São Paulo, Hemus, 1979. 468p. 2. ALCANTARA, Pedro & MARCONDES, Eduardo. Pediatria básica. 5.ed. São Paulo, Sarvier, 1975. v.1 98p. 3. ATE onde são realmente eficazes as ervas medicinais? Jornal Brasileiro de Enfermagem, Rio de Janeiro, 5 (42) : 7, mar./abr. 1981. 4. BALBACH, Alfons. A flora nacional na medicina doméstica. 7? ed. São São Paulo, Ed. MVP, s.d. 5. . As frutas na medicina doméstica. 8? ed. São Paulo, Ed. MVP, s.d. 6. . A s plantas curam. 22? ed. São Paulo, Ed. Missionária, 1966. 7. BALMÉ, Françóis. Plantas medicinais. São Paulo, Hemus, 1978. 8. CONFERENCIA INTERNACIONAL SOBRE CU IDADOS PRIMARIOS ALMA-ATA, URSS, 6-12, set. 1978. Brasília, UNICEF/OMS, 1979. 64p. 9. DELORME, Renée J. & M IOLDA, Hermes. Pronto socorro do sertão: a cura pelas plantas. 2~ ed. Porto Alegre, Grafosul, 1980. 10. DUFLOT, Augusto. Guia de medicina vegetal Klein. Porto Alegre, Labo- ratório Klein, 1977. 66p. 11. LACERDA, Elodi Rodrigues de. O enfermeiro frente ao paciente com amigdalite. Pelotas, VFPEL, 1980. 43p. 12. MAGALHAES, Alvaro. Grande manual globo: plantas medicinais e indi- cações terapêuticas por espécies. Ed. Globo, Porto Alegre, 1978. v.7 198p. 13. MEDICINA caseira - ervas (pesquisa). Jornal Brasileiro de Enferma- gem, Rio de Janeiro, 5(44) : 7, jul./ago. 1981. 14. MOREIRA, Frederico. As plantas que curam. São Paulo, Hemus, 1978. 15. MORGAN, René. Enciclopédia das ervas e plantas medicinais. São Paulo, Hemus, 1979. 16. NEMEC, Jeane. Redescoberta de um recurso antigo: nova visão da medi- cina tradicional. CONTACT, Genebra, (16), 1981 . 17. PENSO, Guiseppe. Reencontro com a natureza. Saúde do Mundo, Gene- bra. 28-31, jul. 1978. 18. QUER, Font O. Plantas medicinais. 4~ ed. Barcelona, Labor, 1978. 19. RIZZIN I, Carlos T. & MORS, Walter B. Botânica econômica brasileira, São Paulo, EPU, 1976. 20. SCHULTZ, Alarich R. Os nomes científicos e populares das plantas do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Ed. Emma, 1974. 21. SIMPÚSIO DE PLANTAS MEDICINA IS DO BRASIL,5,São Paulo,SBPC, 1978, s.d. Revista Gaúcha de Enfermagem Porto Alegre, 3(2) :133- 144, jun. 1982 143
  • 12. 22. WERNER, David. Onde não há médico. 4~ ed. São Paulo, Ed. Paulinas, 1977. 23. LIMA, Durval Stockler de. Nutrição orientada, e os médicos da natureza. S.L.P., Departamento Gráfico União Sul Brasileira da IASD, s.c_i. Endereço do Autor: Author's Adress: 144 Antonio de Medeiros Nazario Rua Augusto Severo, 239/103 Bairro São João - Fone: 43-3795 90.000 - Porto Alegre (RS). Revista Gaúcha de Enfermagem Porto Alegre 3(2) : 133- 144, jun. 1982