E-book produzido por acadêmicos de Ciências Biológicas da UTFPR. Aborda as plantas medicinais com um enfoque CTS, tratando de fitoterápicos e cultura indígena.
2. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
CAMPUS PONTA GROSSA
Departamento Acadêmico de Ensino (DAENS)
Licenciatura em Ciências Biológicas
Disciplina: Projeto Interdisciplinar 4 – Prof. Danislei
Bertoni
1
3. Olá,aluno!
ESSE E-BOOK TEM COMO
OBJETIVO APRESENTAR ALGUMAS
INFORMAÇÕES SOBRE AS
PLANTAS MEDICINAIS,
FITOTERÁPICOS, ALÉM DE
QUEBRAR ALGUNS TABUS SOBRE A
SUA UTILIZAÇÃO E EFICÁCIA.
ESPERAMOS QUE A LEITURA
DESSE E-BOOK SEJA BEM
APROVEITADA E ESCLAREÇA
ALGUMAS IDEIAS A RESPEITO
DESSE TEMA QUE CARREGA
TANTAS HISTÓRIAS E CURAS.
BOA LEITURA!
APRESENTAÇÃO
Ao ver esse
raminho, clique na
imagem que você será
direcionado à um link
relacionado ao tema
da página!
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4. PLANTAS MEDICINAIS, QUAL O PROBLEMA?..............................................................4
RECURSO RENOVÁVEL ATÉ QUANDO?.................................................................4
DE ONDE VEM A MAIORIA DESSES CONHECIMENTOS?.....................................6
SAIBA MAIS..............................................................................................................8
MAS E OS ESTUDOS?..............................................................................................9
POR QUE SÃO IMPORTANTES?.....................................................................................11
FITO O QUE?...........................................................................................................11
RELAÇÕES INDÍGENAS............................................................................................15
INTERÇÃO HOMEM X PLANTAS MEDICINAIS.........................................................18
SAIBA MAIS.................................................................................................................21
V
.
PRESERVAÇÃO CULTURAL E AMBIENTAL...................................................................22
SAIBA MAIS....................................................................................................................24
SUGESTÃO DE LEITURA................................................................................................24
PASSATEMPO...............................................................................................................25
REFERÊNCIAS................................................................................................................27
.
SUMÁRIO
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5. RECURSO RENOVÁVEL ATÉ QUANDO?
Com certeza em algum período da vida você já
consumiu algum chá para dor de cabeça ou para se
recuperar de uma gripe ou resfriado. As plantas
possuem princípios ativos que auxiliam na recuperação
de diversas doenças de forma natural e até mesmo mais
econômica. Mas você sabia que muitas dessas plantas
estão ameaçadas de extinção?
PARA PENSAR!
Após a leitura, vamos fazer um breve exercício de
reflexão. Quais seriam os impactos causados pelas
ameaças de extinção dessas plantas? Quais grupos de
pessoas seriam impactadas por essa questão
ambiental?
PLANTAS MEDICINAIS, QUAL O
PROBLEMA?!
4
6. A Trombeta Vermelha do
Anjo (Brugmansia
sanguinea) é uma das
plantas ameaçadas de
extinção. Ela é utilizada
para tratar problemas
circulatórios.
O Teixo do Pacífico (Taxus
brevifolia) é outra planta
ameaçada de extinção. Sua
utilização é a base de um
remédio que combate o
câncer.
Outra planta também
ameaçada de extinção é a
Macela (Achyrocline
satureioides). Ela é antiviral,
antiespasmódia, digestiva e
relaxante.
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7. DE ONDE VEM A MAIORIA DESSES
CONHECIMENTOS?
De maneira geral, entre os índios, nas mais diversas
aldeias, o tratamento de muitas doenças ocorre através
de plantas medicinais. Toda a riqueza e potencialidade
que a natureza possui, eles sabem como utilizar. Porém,
estudos afirmam que muitos desses conhecimentos
farmacológicos e terapêuticos será perdido com a morte
dessas línguas.
Isso quer dizer que vários
recursos naturais deixarão de ser
utilizados pois não haverá os
registros para serem repassados
a população. Além disso, há
alguns fármacos derivados
desses conhecimentos de
plantas e ervas medicinais que
auxiliam na cura de algumas
doenças. O impacto da perda
dessas línguas é gigantesco.
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8. Além da perda desses conhecimentos, há também
uma visão reducionista dos conhecimentos já
dispersados. É comum marginalizar e negar os
conhecimentos tradicionais uma vez que não são
comprovados cientificamente, sendo apenas validados
pela população a partir da indústria farmacêutica.
“Negar às outras culturas seus direitos por serem diferentes da
cultura europeia foi conveniente para tirar-lhes seus recursos e suas
riquezas” Shiva
Em relação ao potencial terapêutico de plantas
medicinais, à extinção da língua indígena e invalidação
desses conhecimentos podem ocasionar grande perda
de informações eficazes que foram trazidas de geração
para geração, podendo até ocasionar a extinção de
culturas.
PARA PENSAR!
É possível que os conhecimentos medicinais
tradicionais sejam anulados pela indústria farmacêutica?
Como podemos validar os conhecimentos indígenas
como eficientes e verdadeiros?
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9. SAIBA MAIS
A seguir, estão dois vídeos que o auxiliará a entender
um pouco mais sobre plantas medicinais, sua
importância e a relação com a sociedade. Basta clicar
na imagem e você será direcionado para o link!
Um mundo onde as plantas se
comunicam com os homens e
que as pessoas se transformam
em plantas. É assim o universo
dos indígenas Huni Kuin, a maior
etnia do Acre. O "Paratodos"
acompanhou esses pajés aqui em
São Paulo e foi até o Acre
conhecer os jardins medicinais
que foram registrados num livro.
O documentário explora, sob múltiplas
abordagens, o estudo das plantas
medicinais no Brasil. O tema traz à tona
uma quantidade surpreendente de
debates que atravessam a pesquisa
acadêmica e a sociedade, como o
intercâmbio de conhecimentos entre
comunidades tradicionais e cientistas,
a proibição dos estudos com a
maconha medicinal, o potencial
desperdiçado de uma indústria
farmacêutica nacional, entre outros.
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10. Mas o que isso tem a ver com plantas medicinais? É
simples, se não tem investimento, não tem estudos que
abordem plantas medicinais e seus efeitos além de
fitoterápicos. A implantação de laboratórios, bolsas e
auxílios direcionados e fomento são essenciais para o
desenvolvimento da ciência e tecnologia.
MAS E OS ESTUDOS?
Fazer ciência no Brasil, de uma forma geral, é muito
difícil. Falta incentivo e investimentos que impedem o
avanço da ciência. Essa carência afeta não apenas o
meio científico, mas toda a sociedade que se beneficiaria
dessas pesquisas. Os dados mostram que em 2021, a
verba atribuída ao Ministério da Ciência e Tecnologia foi
reduzida em 15%, valor que, comparado a 2015, é 58%
menor.
PARA PENSAR!
Como você, como aluno, poderia contribuir para
incentivar o estudo científico no Brasil? E como cidadão,
por que é tão importante defender esses estudos?
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11. Para que os estudos ocorram deve se ter materiais
necessários e específicos para que possa ser realizado
corretamente e muitas vezes não acontece por faltas de
verbas.
Para se ter ideia, um produto fitoterápico para estar
pronto completamente leva em média 10 anos, desde os
estudos até estar no mercado. Por ser natural as plantas
medicinais devem tem um estudo bem aprofundado.
Logicamente já existem uma grande ajuda das histórias
indígenas, porém para estar disponível, os fitofármacos
devem ser aprovados pela ANVISA, e sem verbas para
conseguir estudar, pesquisar e comprovar, será quase
impossível de termos em prateleiras remédios mais
baratos e com efeitos colaterais menores comparados
aos remédios sintéticos, claro, se consumindo de
maneira controlada.
Com os cortes de bolsas, muitos pós doutorandos
tiveram que parar com suas pesquisas, pois quando são
aprovados em novos programas, estes pesquisadores
necessitam dessa bolsas para obter materiais e com isso
muitos foram impedidos de continuar, sendo assim
prejudicados.
Clique na imagem para ser direcionado a uma entrevista
sobre o cortes de verbas nos estudos dos medicinais:
10
12. FITO O QUÊ?!
É possível produzir remédios a partir das plantas
medicinais, são os fitoterápicos. Os fitoterápicos são
derivados de alguma parte da planta, desde raízes até
suas flores. Assim como um medicamento tradicional,
os fitoterápicos passam por processos de controle
definidos pela Anvisa para garantir a segurança e os
benefícios do produto.
É importante destacar que plantas medicinais e
fitoterápicos não são sinônimos. As plantas medicinais
são utilizadas de forma natural, como chás e
aplicações. Já os remédios utilizam a planta medicinal
como base, utilizado como forma de comprimido ou
xarope.
POR QUE SÃO IMPORTANTES?
11
13. Todo fitoterápico tem sua origem das plantas, mas
nem toda planta considerada medicinal é fitoterápica.
Os fitoterápicos possuem um conjunto de princípios
ativos obtidos de partes de plantas como raízes, folhas,
sementes, ou até mesmo da planta inteira. Podem
também fazer parte da fórmula outras substâncias de
origem vegetal como ceras, óleos ou extratos.
Porém, tem-se a ideia de que por ser natural, não fará
mal. O que é uma mentira.
Existem diversas plantas que são tóxicas e se você por
um acaso beber um chá feito com essas plantas, pode
acarretar em insuficiência hepática ou até mesmo à
morte.
A utilização de fitoterápicos pelo Sistema Único de
Saúde (SUS) foi permitida associada como complemento
de tratamentos medicamentosos empregado na
população menos favorecida, por se tratar de um
produto de baixo custo, além de ser natural, promovendo
qualidade de vida.
Além disso, por ser rico em sua biodiversidade, o Brasil
exporta seus produtos, tendo como principais
consumidores, Estados Unidos e Alemanha,
influenciando no faturamento da indústria farmacêutica
brasileira.
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14. É importante não confundir fitoterápicos com
qualquer chazinho. Os fitoterápicos como qualquer
medicamento devem oferecer garantia de qualidade,
efeitos terapêuticos comprovados cientificamente,
composição padronizada e garantia de uso para a
população.
A própria OMS reconhece que muitas pessoas
fazem uso de plantas medicinais; é claro que se
alguém que faça o uso de uma planta medicinal por
tradição em que você tenha como comprovar que
estes usos não causem prejuízos à saúde, é possível
considerar como um tratamento fitoterápico, já o
produto elaborado com a parte da planta
(medicamento em si) é necessário estudos mais
avançados (processo de validação mais avançado).
Imagens: Canva
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15. Para a produção das drogas originadas das plantas
medicinais é necessário conhecer sua morfologia, a
composição química, suas propriedades, além de
atender critérios de segurança e qualidade. Também é
necessário conhecer os efeitos colaterais.
Já a comercialização precisa passar por padrões
aceitáveis de qualidade, segurança e eficácia.
1.Qualidade
A composição das plantas é
considerada complexa, pois podem
variar de acordo com fatores ambientais
e genéticos. Por isso é importante um
controle minucioso da matéria prima e
do produto final para assegurar sua
qualidade
2.Segurança
Como qualquer outro medicamento, os
fitoterápicos também podem oferecer risco
para a saúde. Muitas plantas podem ser
tóxicas, e por terem dados científicos
limitados podem passar despercebidos
pelas gerações, sendo propagadas até
hoje.
3.Eficácia
Atualmente, são poucas as plantas
que foram submetidas a estudos
rigorosos, por isso as informações
sobre seus princípios ativos,
farmacodinâmicos e eficácia são
restritos. As plantas mais estudadas até
agora são: camomila, ginkgo-biloba,
espinheiro branco, lúpulo, uva ursina e
valeriana.
14
16. RELAÇÕES INDÍGENAS
Os índios como um todo, tem muita influência sobre as
plantas medicinais, pois os conhecimentos que vem
trazidos por esses vem contribuindo para estudos e
ações terapêuticas validados como uso comprovado e
assegurado. Os primeiros registros no Brasil da
utilização de plantas medicinais foi feito por Gabriel
Soares de Souza, no qual descrevia os produtos naturais
utilizados pelos índios de árvores a ervas. A partir daí a
indústria farmacêutica europeia percebeu a importância
das plantas medicinais utilizadas pelo povo indígena
como remédio.
Imagem: SÉRGIO VALE/SECOM-AC
Podemos dizer que o ser humano tem uma grande
relação com as plantas tão antiga quanto sua própria
história. A etnobotânica é a parte da ciência que estuda
a relação do homem com a natureza ou homem e as
plantas, bem como as etnias e os acúmulos de
conhecimentos com relação ao uso destes medicinais,
grande parte dos rituais é utilizado deste meio natural, e
levando a pesquisas sobre os efeitos estas plantas,
mostrou um resultado significativo e são utilizados como
produto psicoativo.
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17. Alguns povos indígenas vêm trazendo contribuições e
outros vêm trazendo ensinamentos terapêuticos, e
práticas medicinais tem muita ênfase nas palavras
encantadas, como os benzimentos que acreditam curar
mais com fórmulas especificas de medicinais. Vale
lembrar que atualmente a grande procura destes
medicinais como forma de tratamento está fortemente
ligado ao baixo custos relacionados aos remédios
sintéticos.
A população indígena é uma fonte bem confiável
sobre estes produtos, pois mesmo com a ciência
estudando e comprovando a eficácia das ervas, os
indígenas com seus conhecimentos passados de pais
para filhos contribuem para novos conhecimentos, além
disso há outros que a ciência não considera e
permanece inexplorada.
Com pesquisas realizadas em aldeias foi constatado
que maioria dos conhecimentos sobre o assunto vêm de
mulheres que dominam o tema.
Os índios têm suas produções agrícolas, e com isso as
pessoas de áreas rurais optam e creem que produtos
naturais tem cura, além do baixo custo em remédios.
Para os índios o nome plantas medicinais, é usado outro
termo como remédio do mato.
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18. A relação indígena com as plantas medicinais é
bastante cultural. Para o povo Borari, na comunidade de
Alter do Chão, há algumas pessoas que rejeitam a
medicina científica, utilizando apenas o tratamento
natural trazida de seus antepassados como chás,
misturas, banhos e óleos. Ademais, a utilização das
plantas também serve para a caça e a pesca, através de
venenos e gases asfixiantes.
Associado à utilização das plantas medicinais, os
indígenas utilizam do xamanismo e das encantações
terapêuticas, relacionando amuletos com a cura.
Além da cura, as plantas também servem para a
preparação de bebidas para alimentação e rituais. As
bebidas são produzidas a partir de cereais, frutas e
raízes que são fermentadas e utilizadas em festividades.
Uma das bebidas bastante famosa entre os indígenas é
o ayahuasca, que quer dizer “corda dos mortos”.
Quais as formas de proteger os conhecimentos
indígenas? Qual a principal importância dos
fitoterápicos para os indígenas?
PARA PENSAR!
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19. A INTERAÇÃO HOMEM X
PLANTAS MEDICINAIS
Os critérios para a utilização de plantas medicinais são
variados como por exemplo circunstâncias históricas e
culturais como já mencionado aqui, socioeconômicos,
dificuldade de acesso à assistência médica, filosofia de
vida e a sensação de segurança por ser produto natural.
A interação do homem com as plantas medicinais vem
desde os primórdios a fim de buscar sobrevivência, cura
e qualidade de vida. Com o passar do tempo, a indústria
farmacêutica evoluiu e assim surgiram os medicamentos
sintéticos que conhecemos hoje. Porém, atualmente vê-
se uma crescente na busca pelos fitoterápicos, por conta
do baixo custo e da eficácia comprovada dos produtos
naturais.
Alguns estudos mostram o quanto é utilizado as
plantas medicinais entre os homens como recurso
terapêutico, sendo feito uma autoavaliação de qual
parte do corpo está com condições agudas, e a partir
disso determinam se sua condição realmente necessita
de auxílio profissional ou não. Por muitas vezes ser
tratado como sintomas acabam somente usando os
medicinais e acarretando sérios problemas pois os
fármacos são somente utilizados no alívio da dor e não
como tratamento, para certos casos.
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20. O hábito de curar vem de muito antes da escrita pois o
homem utilizava destas plantas para se alimentar e
outros como para remédios. Como não tinham
conhecimento científico estes utilizavam com métodos
aleatórios, como exemplo, o sucesso e o fracasso - o
sucesso era quando utilizavam e o alivio da dor vinha e o
fracasso acarretava inúmeras consequências desde
efeitos colaterais graves e até a morte.
Como maioria das plantas medicinais estão sendo
catalogadas, ainda existem muitas espécies que não
foram estudadas, porém tem aquelas que já foram
estudadas e comprovadas cientificamente, contudo
permanecem proibida sua comercialização. Como
exemplo temos a erva Cannabis (maconha), que no
Brasil não é legalizado e é motivo de muitas manchetes e
jornais por seus efeitos, porém há muito preconceito da
parte da população, entretanto seus benefícios de uso
controlado é comprovado cientificamente e com a
proibição da comercialização muitas pessoas estão
sendo prejudicadas, pois com histórias de mal uso desta
planta acarretou inúmeros problemas em consumo
excessivo ou até mesmo levando ao vício.
Julia Teichmann/ Pixabay
19
21. .
Sabe se que maioria da população que vem
adquirindo meios de tratar algum tipo de doença com
plantas medicinais, além de adquirir os fármacos
processados e próprio para consumo, adquirem mudas
de plantas, pois maioria destas são de fácil cultivo, assim
como a Cannabis, e com isso também contribuiu para a
inexploração de inúmeros fármacos.
Um exemplo de bioma rico em diversidade é a
caatinga, esse é estudado mas tem uma grande pressão
de conservação sobre estas áreas, grande parte da
população que habitam estas áreas tem um vasto
conhecimento e também usufruem pelo mesmos
motivos dos índios, baixo custo e ser mais acessível pois
tem uma renda baixa.
Clique na imagem para saber um pouco mais sobre a
matéria prima da maconha, o Canabidiol.
Mateus Pereira/Governo da Bahia
20
22. SAIBA MAIS
Um outro fator relevante para a diminuição da
exploração das plantas medicinais na sociedade é a
modernização. Muitos jovens tem a ideia de que esses
hábitos não funcionam e acabam utilizando os
medicamentos sintéticos na tentativa de se inserirem na
sociedade, de modo que contribui para o uso
desenfreado e desordenada por automedicação.
Aspectos valorativos das plantas
medicinais do cerrado goiano como
alternativa de modelo econômico-
ecológico”. Dissertação defendida
pelo biólogo Carlos Eduardo, na
Escola de Agronomia da UFG. Esse
foi o ponto de partida para este
programa mostrar que sim, é
possível investir na diversidade das
espécies do Cerrado com lucro e
geração de muitos empregos. A
consequência disso é a preservação
do nosso bioma.
O Brasil possui uma das mais
ricas floras medicinais do
mundo e uma rica medicina
popular relacionada ao uso de
plantas. Elas auxiliam no
tratamento de diversas
doenças, mas é preciso ter
cuidado: também podem
apresentar efeitos colaterais e
contraindicações. E assim como
na medicina convencional, a
automedicação é perigosa.
21
23. Para falarmos da preservação ambiental, vamos
relembrar que muitas espécies de plantas medicinais
estão em ameaça de extinção. Isso afeta várias áreas
de vida ambiental, social e econômica. É possível
observar os impactos desse descuido ambiental no
nosso dia a dia com a alteração de clima repentina, as
chuvas e as secas. E com as plantas medicinais não
poderia ser diferente.
A abordagem das plantas medicinais, ao ser
mostrada sua importância e eficácia pode colaborar
com a preservação ambiental, desenvolvendo a
consciência de cuidado e preservação.
O Brasil tem uma das maiores biodiversidades do
planeta, aproximadamente de 15 a 20% do total
mundial, e entre elas muitas espécies com fins
terapêuticos e medicinais que ainda não foram
explorados.
PRESERVAÇÃO CULTURAL E
AMBIENTAL
22
24. A preservação ambiental evita que recursos naturais,
entre eles, plantas medicinais, se esgotem e causem a
destruição de vários ecossistemas importantes.
Além disso, é importante também preservarmos o
conhecimento indígena. Quando o Brasil foi descoberto,
havia em média 1.300 diversidades de línguas indígenas,
no qual apenas 15% sobreviveram à extinção dos povos.
Na maioria das vezes, o processo de extinção se dá
através do contato dos indígenas com a língua principal
do país, no caso, o português.
A preservação da língua indígena, não apenas protege
os registros naturais como também a história de cada
tribo como os contos, a cultura e os rituais. Sendo assim,
a perda dessas línguas causam um dano irrecuperável.
Hoje já existem projetos que visam recuperar e registrar
algumas línguas para que não haja a perda total delas.
Imagem: Labvis
23
25. SAIBA MAIS
Luciana Storto, professora
do Departamento de
Linguística da FFLCH-USP,
fala sobre a atuação de
pesquisadores que buscam
evitar o desaparecimento de
idiomas nativos no Brasil.
24
Esse ebook explica um
pouco mais sobre os
princípios ativos e
eficácia de algumas
plantas medicinais que
você pode usar, agora
que já conhece um
pouco mais sobre elas.
SUGESTÃO DE LEITURA
26. 25
PASSATEMPO
As palavras deste caça palavras estão
escondidas na horizontal, vertical e diagonal, sem
palavras ao contrário.
BIODIVERSIDADE CIÊNCIA
CORTE DE VERBAS CULTURA
EXTINÇÃO FITOTERÁPICOS
INVESTIMENTO PRESERVAÇÃO
TRATAMENTO XAROPE ÍNDIOS
28. REFERÊNCIAS
ADELHA, Claudia S. et al. ESTUDO SOBRE O USO DAS PLANTAS
MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS NO BRASIL. Revista Verde (Mossoró –
RN), v. 8, n. 5, p. 208-212, (Edição Especial) dezembro, 2013.
IBIAPINA, Waléria V. et al. INSERÇÃO DA FITOTERAPIA NA ATENÇÃO
PRIMÁRIA AOS USUÁRIOS DO SUS. Rev. Ciênc. Saúde Nova Esperança
–Jun. 2014;12(1).
SILVA, J. CORREA, M. PLANTAS MEDICINAIS NA CULTURA INDÍGENA
BORARI DE ALTER DO CHÃO. 2012.
GAUDENCIO, Jéssica da Silva; RODRIGUES, Sérgio P. J.; MARTINS, Décio
R. INDÍGENAS BRASILEIROS E O USO DAS PLANTAS: SABER
TRADICIONAL, CULTURA E ETNOCIÊNCIA.
KORCZOVEL, S.R.M.; ROMAGNOLO, M.B. PLANTAS MEDICINAIS:
VALORIZAÇÃO DO CONHECIMENTO POPULAR ASSOCIADO AO
CONHECIMENTO CIENTÍFICO. Os desafios da escola pública
paranaense na perspectiva do professor PDE. 2013.
FERREIRA, T. P. et al. A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E O CONHECIMENTO
DE PLANTAS MEDICINAIS PARA ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
NA ZONA OESTE, REALENGO - RJ.XII Congresso Nacional de Meio
Ambiente de Poços de Caldas. Setembro de 2016.
VIEIRA, D. S., et al. PLANTAS MEDICINAIS COMO PROPOSTA DE
INTERVENÇÃO NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL À LUZ DA LEGISLAÇÃO
VIGENTE. Revista EA. 2018.
Sem autor. O QUE É PRESERVAÇÃO AMBIENTAL? Horizonte Ambiental.
2021.
Sem autor. PROJETO QUER PRESERVAR LINGUAS INDÍGENAS EM
EXTINÇÃO. Portal MEC. 2009.
Sem autor. A IMPORTÂNCIA DAS LÍNGUAS INDÍGENAS. Prodoclin.
27
29. NITAHARA, Akemi. MATERIAL DE PRESERVAÇÃO DE LÍNGUAS
INDÍGENAS SERÁ DISTRIBUÍDO PARA AS ALDEIAS. Agencia Brasil,
2015.
CALDAS, Ana Carolina. CORTE DE BOLSAS NAS UNIVERSIDADES
IMPEDIRÃO PESQUISAS SOBRE NOVOS MEDICAMENTOS. Brasil de
fato, Curitiba, 2019.
ATHIAS, Renato. OS POVOS INDÍGENAS E AS PLANTAS MEDICINAIS.
Revista Continente, 2014.
28