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863
PERFIL DOS USUÁRIOS REAIS E POTENCIAIS DA BIBLIOTECA INTERATIVA DO CEES
Cristina A. de GODOY1
Helen de C. SILVA2, 3
Sandra S. O. MARTINS3, 4
Paulo S. T. do PRADO3, 5
A biblioteca é uma instituição social que tem como um de seus objetivos
disponibilizar informações para a sociedade. De uma forma geral, elas têm organizado seus
produtos, serviços e o próprio planejamento de seus espaços para atender aos interesses de
representantes médios da população letrada. Assim, diversos grupos minoritários, tais como
crianças, pessoas com necessidades especiais e analfabetos não são contemplados com os
serviços das bibliotecas e outras Unidades de Informação, pois diversas barreiras – como
arquitetônica, atitudinal, comunicacional falta de recursos e planejamento adequado e até mesmo
de desconhecimento dos usuários (WALLING e STAUFFER, 1993) – atrapalham o acesso desse
grupo aos recursos e serviços disponíveis, tanto locais como remotamente.
A Biblioteca Interativa do Centro de Estudos em Educação e Saúde (CEES) foi
criada através de um projeto de extensão de professores dos Departamentos de Ciência da
Informação, Educação Especial e Psicologia da Educação da UNESP, Campus de Marília, cujo
intuito era de atender aos clientes do CEES, entre os quais incluem-se crianças com dificuldades
de aprendizagem até adultos com múltiplas deficiências. Embora a biblioteca ainda não esteja
completamente adaptada às necessidades dessa população, esta tem sido uma de suas metas
prioritárias, sendo para isto alvo de estudos permanentes (OLIVEIRA, 2002; MARTINS, 2003;
GODOY, 2004). Os resultados de um destes estudos deram origem a este artigo, como se verá a
seguir.
A Biblioteca Interativa do CEES
O projeto Biblioteca Interativa é desenvolvido junto ao Centro de Estudos da
Educação e da Saúde (CEES), que é uma Unidade Auxiliar da UNESP – Marília e que há décadas
vem desenvolvendo um trabalho de reabilitação e integração de indivíduos com necessidades
especiais de diferentes ordens (sociais, culturais, orgânicas e emocionais) com o apoio de uma
equipe multidisciplinar. O projeto Biblioteca Interativa do CEES visa disponibilizar um serviço de
informação de caráter interativo que sirva tanto como apoio às atividades terapêuticas e
pedagógicas já desenvolvidas no CEES, como de um espaço de lazer e cultura para os indivíduos
1
Bibliotecária e ex-bolsista do Núcleo de ensino da FFC – UNESP – Marília.
2
Orientadora; Departamento de Ciências da Informação da FFC – UNESP – Marília.
3
Coordenadores do Projeto Biblioteca Interativa do CEES.
4
Departamento de Educação Especial, FFC – UNESP – Marília.
5
Departamento de Psicologia da Educação, FFC – UNESP – Marília.
864
com necessidades especiais da comunidade. Também tem como propósito capacitar profissionais,
em particular bibliotecários, para lidar com esse público no oferecimento de serviços e também
desenvolvendo pesquisas sobre adaptação de serviços informacionais aos usuários com
necessidades especiais, uma vez que se trata de um tema ainda incipiente, porém extremamente
relevante no Brasil.
A Biblioteca Interativa do CEES está pautada em uma proposta elaborada por
especialistas da Universidade de São Paulo (AMARO, 1999; PERROTI, 2001). Segundo estes
autores, uma biblioteca interativa deve ser planejada de acordo com as características e
preferências da população que pretende atender. Deve ser dinâmica, com o oferecimento de
diversas atividades e ambientes e possuir um acervo diversificado no diz respeito às mídias e
materiais alternativos, como por exemplo, vídeos, fantoches e livros em suportes variados. A
princípio, toda biblioteca, principalmente aquelas voltadas para o público mais geral, deveria ser
pautada neste tipo de proposta. Porém, muitas bibliotecas ainda têm como foco principal a
disponibilização de seu acervo.
Visto que a Biblioteca Interativa é relativamente recente (foi inaugurada oficialmente
em 2003) e que, para atender ao princípio de ser interativa supõe a identificação das
características e preferências do público alvo, é que foi desenvolvida a pesquisa em que se baseia
este artigo (GODOY, 2004).
A realização da referida pesquisa teve por objetivos traçar o perfil daqueles que
freqüentavam a Biblioteca Interativa do CEES e daqueles que poderiam vir a se tornar possíveis
usuários dos serviços oferecidos, ou seja, pessoas que na época, permaneciam na sala de espera
do CEES aguardando atendimento. Foram caracterizadas as necessidades especiais dos
indivíduos, seus interesses e preferências de leitura. Também foi verificada a necessidade de
adaptação do acervo, do espaço físico e dos equipamentos da Biblioteca e avaliadas as
atividades, serviços e acervo disponibilizado nesse ambiente. A coleta de dados foi realizada
mediante entrevista.
A população entrevistada foi dividida em dois grupos: 1 – Usuários da Biblioteca
Interativa do CEES, e 2 – População da Sala de Espera do CEES. O primeiro grupo era formado
por clientes do CEES e acompanhantes que freqüentavam a Biblioteca regularmente, ou seja mais
de uma vez desde sua inauguração. Utilizando-se os dados Relatório de Atividades da Biblioteca
Interativa do ano de 2004 e seguindo o critério já mencionado foram identificadas 24 pessoas, o
que corresponde a 8% do total de clientes do CEES que é da ordem de 300 pessoas.
865
O segundo grupo era formado principalmente por acompanhantes e alguns clientes
que ficavam na Sala de Espera e que não freqüentavam regularmente a Biblioteca. Por esta
população ser bastante numerosa, ou seja, aproximadamente 672 indivíduos, considerou-se
necessário selecionar uma amostragem aleatória simples de 10%, o que resultou em uma amostra
de 67 participantes. Na tentativa de abranger todas as diferenças da população, as entrevistas
foram realizadas em dias alternados.
Perfil dos freqüentadores e usuários potenciais da Biblioteca Interativa do CEES
A maior parte dos freqüentadores da B.I. na época de realização desta pesquisa era
de clientes do CEES (17 dos 24 sujeitos), ou seja, de pessoas que recebiam atendimentos por um
ou mais dos serviços oferecidos na Instituição e que iam à Biblioteca enquanto aguardam o horário
de seus atendimentos, ou depois que este já havia terminado. É importante ressaltar que,
conforme foi observado durante o período de realização da pesquisa, alguns clientes chegavam ao
CEES com até uma hora de antecedência do horário de seus atendimentos para usar o acervo da
Biblioteca Interativa e participar das atividades oferecidas. Outros permaneciam na Biblioteca
depois do atendimento, apresentando resistência para deixar o ambiente no momento de retornar
para seus lares. Do total da amostra investigada, cabe ressaltar que sete pessoas (29,2%) eram
acompanhantes dos clientes que utilizavam a Biblioteca e que permaneciam no local durante a
realização do atendimento de seus parentes.
Com relação à caracterização desses freqüentadores, tem-se que: 14 eram do sexo
masculino e 10 do sexo feminino; 14 tinham idade entre 10 e 14 anos; nove entre cinco e nove
anos e apenas um com idade inferior a quatro anos.
Buscando caracterizar as necessidades especiais da população usuária da
Biblioteca Interativa, destacam-se como mais comuns: crianças que apresentavam Dificuldade de
Aprendizagem (cinco indicações, ou 20,7%), seguido por Dislexia (três sujeitos, ou 12,5%),
Dificuldade de Fala e Síndrome de Down, ambas indicadas por dois sujeitos cada uma (8,3%). As
demais necessidades apontadas foram: Deficiência Auditiva, Distúrbios da Linguagem, Distúrbios
Neurológicos, Gagueira e Hiperatividade, indicadas, cada uma, apenas uma vez pelos
participantes da pesquisa (4,2%).
866
Como a maioria dos usuários pesquisados apresentava necessidades especiais,
ressalta-se a importância do trabalho integrado entre estagiários dos cursos de Biblioteconomia e
Pedagogia (habilitação em Educação Especial). O bom entrosamento da equipe não só favoreceu
o desenvolvimento do trabalho na Biblioteca Interativa, como também contribuiu para o
desenvolvimento dos alunos com necessidades especiais, ou seja, na aquisição de novas
habilidades e no uso de materiais e recursos disponíveis na Biblioteca Interativa.
Quanto ao grau de escolaridade dos freqüentadores da Biblioteca, constatou-se que
grande parte deles estava cursando o Ensino Fundamental (22 dos 24 participantes), ao passo
que apenas dois estavam no Ensino Básico. Como o público que freqüentava a Biblioteca durante
o período de realização da pesquisa era formado, quase exclusivamente, por alunos do Ensino
Fundamental, faz-se pertinente sublinhar a necessidade de expansão e adequação do acervo,
levando em consideração o nível de escolaridade dos seus respectivos usuários, os temas de
interesse e ainda materiais de apoio ao desenvolvimento de pesquisas e atividades escolares.
Embora este último fuja aos propósitos iniciais do projeto da Biblioteca Interativa, acredita-se que
ela possa estar contribuindo para o desenvolvimento de competências informacionais para este
grupo na medida em que disponibilizar obras de referência, como por exemplo Atlas,
enciclopédias, dicionários, guias, em formato impresso, eletrônico ou digital e oferecer atividades
instrucionais a respeito do uso das mesmas.
No que diz respeito às práticas de leitura dos freqüentadores da BI verificou-se o
seguinte: grande parte dos usuários da Biblioteca afirmou gostar de ler (17 dos 24 sujeitos), três
disseram gostar de ler e outros três declararam não se interessar pela leitura. Um dos
participantes não respondeu esta questão porque ainda não era alfabetizado.
Através desse estudo, pode-se constatar que a leitura foi referida como fonte de
prazer para a maioria dos freqüentadores da Biblioteca, uma vez que não a relacionaram como
algo obrigatório e cansativo a ser realizado. Acrescenta-se ainda que todos eles eram leitores de
livros e revistas disponíveis na biblioteca de usuários de softwares educativos, conforme
informações apresentadas no Relatório de Atividades da Biblioteca Interativa do ano de 2004.
Na Tabela 1 estão relacionadas as preferências de leitura dos participantes, sendo
as mesmas categorizadas conforme as indicações dos entrevistados.
867
Tabela 1
Indicações de Preferências de leitura dos usuários da Biblioteca Interativa do CEES
Material de preferência Freqüência %
História em quadrinhos 21 17.2
História de aventura 15 12.3
Poesia 15 12.3
Conto de fada 12 9.8
Lenda 11 9.0
História de suspense 8 6.6
Revista de artistas 7 5.7
Revista de moda 6 5.0
História real 5 4.1
Revista de ciência 4 3.3
Romances 4 3.3
Textos didáticos 4 3.3
Revista de notícias 3 2.5
Jornal 2 1.6
Obra biográfica 2 1.6
Obra religiosa 2 1.6
Nada 1 0.8
Total 122* 100
* Cada participante indicou mais de uma resposta.
Os gêneros literários preferidos pelos freqüentadores da BI foram bastante variados.
A história em quadrinhos foi considerada pelos freqüentadores da biblioteca o material mais
apreciado, sendo indicado por 21 dos 24 participantes, seguido por história de aventura e poesia,
com 15 indicações. Doze dos 24 respondentes afirmaram ser os contos de fadas o gênero que
mais gostavam de ler e 11 indicaram também interesse por lendas. Livros de suspense e revistas
que abordavam a vida de artistas foram indicados por sete dos 24 usuários. Assuntos de moda
foram atrativos para seis dos 24 respondentes, ficando as “histórias reais” com cinco indicações.
Textos didáticos, revistas de divulgação científica e romances foram indicados por quatro
freqüentadores, seguidos por revistas de notícias (três indicações) e jornal, obras biográficas e
religiosas receberam apenas duas indicações cada uma. As Histórias de terror foram indicadas por
apenas um dos entrevistados. Um dos participantes da pesquisa disse não ter preferência por
nenhum tipo de material de leitura por porque não gosta de ler.
Considerando que os freqüentadores da biblioteca, no ano de 2004, foram crianças
e adolescentes de até 14 anos, o resultado demonstrado acima, não estão de acordo com o
esperado, pois as revistas indicadas pelos sujeitos (de moda, de fofoca, de divulgação científica e
de notícia) estão mais voltadas para o público adulto, e, se somadas, ocupam o segundo lugar na
preferência dos entrevistados. Assim como o texto didático, que alcançou o mesmo número de
indicações que os romances e as revistas de avanços científicos também não aparecem na
868
literatura como materiais de preferência do público infanto-juvenil. Oportunamente há que se
investigar melhor esses resultados.
O segundo grupo investigado foi constituído por pessoas que não freqüentavam a BI
com regularidade, conforme apontado anteriormente. A realização de entrevistas com a população
da Sala de Espera teve por objetivo traçar o perfil deste grupo, verificando-se suas características
e preferências de leitura, tendo em vista a possibilidade de motivá-los a se tornarem público
usuário da biblioteca, buscando subsídios para adequá-la, se for necessário, às necessidades e
preferências também desse grupo.
A amostra da população da sala de espera do CEES participante deste estudo
totalizou 67 indivíduos, sendo 26 do sexo masculino e 41 do sexo feminino. Todas pessoas que
participaram das entrevistas o fizeram por livre escolha, sendo que vários clientes e
acompanhantes não aceitaram o convite e foram substituídos. Sessenta e cinco pessoas
entrevistadas eram acompanhantes das crianças atendidas no CEES. Dois sujeitos desta amostra
eram clientes adultos e, que freqüentavam o CEES pelo menos uma vez por ano para realização
de exames audiométricos, visando checar a presença de perda auditiva em função do nível
elevados de ruídos nas empresas.
Os dados referentes à idade dos indivíduos da sala de espera entrevistados estão
reunidos na tabela 02.
Tabela 02
Faixa etária da população da Sala de Espera – CEES – 2004
Faixa etária Freqüência Porcentagem
19 --| 26 15 22,4%
27 --| 34 20 29,8%
35 --| 42 22 32,8%
43 --| 50 8 12,0%
51 --| 58 2 3,0%
Total 67 100,0%
Constatou-se que a maior parte dos entrevistados tinha idade entre 19 e 42 anos,
totalizando 57 dos 67 participantes. No que diz respeito ao nível de escolaridade, verificou-se que
43 dos 67 entrevistados possuíam o ensino médio, 13 apenas o ensino fundamental e 11 haviam
alcançado o ensino superior.
869
Além de caracterizar as pessoas que ficavam na sala de espera do CEES e não
freqüentavam a biblioteca, procurou-se através deste estudo identificar alguns aspectos das
práticas de leitura deste grupo. A maioria dos participantes, 40 indivíduos, disseram gostar de ler,
enquanto 15 referiram ao contrário. Uma pequena parcela dos entrevistados, oito sujeitos,
afirmaram que adoravam ler, contra quatro que afirmaram não gostar. Acredita-se que a maior
incidência daqueles que afirmaram gostar de ler, possa estar relacionada ao fato das pessoas não
conseguirem admitir o contrário, como fizeram quatro participantes. Oportunamente deve-se
investigar melhor os fatores que influenciam o gosto pela leitura entre os indivíduos deste grupo,
detalhando, por exemplo, os tipos de materiais que liam. As suas preferências estão descritas na
Tabela 03.
Tabela 03
Preferência de leitura da população da Sala de Espera – CEES – 2004
Preferência Freqüência
Revistas populares 55
Jornal 51
Revista de notícias 48
Revista de ciência 42
História de aventura 40
Romances 38
História real 33
História em quadrinhos 30
Obras Biográficas 29
História de suspense 28
Poesia 26
Obras religiosas 25
Contos de fadas 15
Lenda 15
Outros assuntos 11
Artesanato 6
Esporte, pescaria 5
Culinária 4
Auto-ajuda 4
Crônicas 3
Política 3
Assuntos rurais, cavalos 3
Economia, negócios 3
Contos 2
Total 519
*Cada participante indicou mais de uma resposta.
Fonte: Entrevistas da população da Sala de Espera.
870
Verificou-se que as revistas populares (que tratam de moda, vida de artistas, etc.),
jornais, revistas de notícias e ciência, histórias de aventura, romances e histórias reais (que
contam histórias acontecidas com várias pessoas, situações trágicas, inusitadas, especiais
vivenciadas por elas) estavam entre as maiores preferências da população da Sala de Espera do
CEES. Na seqüência, apareceram histórias em quadrinhos, biografia, histórias de suspense,
poesias, obras religiosas, contos de fadas e lendas. Eram de menor interesse para o grupo em
questão os materiais que tratavam de artesanato, esporte, pescaria, culinária, auto-ajuda,
crônicas, política, assuntos rurais, cavalos, economia, negócios, contos. Outros assuntos foram
indicados, tais como bebês, carros, Direito, eletrônica, família, obras de ficção, Filosofia, obras que
tratavam da memória social – história das cidades, das pessoas, Psicologia, relacionamentos e
saúde, nesta ordem.
Acreditamos que a preferência por literatura infanto-juvenil como, por exemplo,
histórias em quadrinhos, contos de fadas e lendas, possa estar relacionada ao fato de os pais
lerem esses materiais para seus filhos e assim, refererindo-os nas entrevista deste estudo como
de suas preferências.
O levantamento dessas informações poderá contribuir para futuras adequações e
expansão do acervo na Biblioteca Interativa, conforme já sinalizado, visando a atração de novos
usuários. Disponibilizando os materiais de maior preferência para esse público com a aquisição de
novos jornais, revistas que tratam de avanços científicos em várias áreas, revistas que abordam
notícias de diversas temáticas, livros com histórias de aventura, romances e histórias reais, se
estará incentivando não só hábito da leitura, mas também promovendo a interação entre crianças
e adultos. Ao criar um espaço de convivência, aprendizado e diversão aos clientes do CEES,
acredita-se favorecer a comunicação e aproximação de crianças com necessidades especiais com
os seus respectivos familiares, amigos e outras pessoas.
Nas entrevistas, verificou-se também se os clientes do CEES conheciam a
Biblioteca Interativa. O resultado mostrou que 58 entrevistados ainda não conheciam a Biblioteca,
sendo convidados posteriormente a visitá-la em companhia da pesquisadora, após a entrevista.
Dentre eles, 56 pessoas manifestaram interesse em conhecer a biblioteca, apenas dois disseram
não se interessar alegando que não gostavam de ler. Dos nove entrevistados que afirmaram
conhecer a Biblioteca, seis indicaram freqüentá-la “de vez em quando”, dois indicaram freqüentá-la
“quando podem” e um declarou não freqüentá-la. Aqueles que disseram freqüentá-la relataram
levar os filhos antes ou depois de seus atendimentos, porém que não permaneciam na Biblioteca,
o que seria o desejável.
871
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa realizada permitiu levantar alguns aspectos do perfil e interesses de
leitura dos usuários da Biblioteca Interativa e também daqueles que potencialmente podem vir a se
tornar, ou seja, pessoas que permanecem na sala de espera aguardando os atendimentos do
CEES .
A partir desses dados é possível verificar que o planejamento e manutenção da
Biblioteca devem ser realizados no sentido de atender às necessidades especiais dos clientes,
mas também daqueles que os acompanham. Os materiais e atividades realizadas na Biblioteca
devem ser voltadas para o desenvolvimento das habilidades e capacidades de cada criança que
utiliza os seus serviços, de modo que a Biblioteca Interativa contemplar sua proposta de apoio aos
serviços oferecidos pelo CEES.
Espera-se que as informações aqui apresentadas possam ser de utilidade para o
desenvolvimento da Biblioteca Interativa, das atividades ali realizadas e para possíveis pesquisas
a se realizarem a partir das observações apontadas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARO, R. K. O. F. Biblioteca interativa: construção de novas relações entre biblioteca e
educação. Revista brasileira de Biblioteconomia e Documentação, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 91-103,
1999.
GODOY, C. A. A Biblioteca Interativa do Centro de Estudos em Educação e Saúde. Marília, 2004.
Relatório de pesquisa realizada com o apoio do Núcleo de Ensino da Faculdade de Filosofia e
Ciências, UNESP Marília, 2004.
MARTINS, S. E. S. de O. A língua de sinais e a formação de leitores surdos. Relatório apresentado
a PROEX/ FUNDUNESP, 2003.
OLIVEIRA, W. R. Subsídios para a implantação da biblioteca do CEES: caracterização dos
usuários potenciais e necessidades informacionais. Marília, 2002. 84 f. Trabalho de Conclusão de
Curso (Bacharel em Biblioteconomia) – Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual
Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Marília, 2002.
PERROTTI, E. Biblioteca interativa, nova forma do saber. Pesquisa FAPESP. São Paulo: abril, n.
63, p. 64-66, abril, 2001.
RELATÓRIO de Atividades da Biblioteca Interativa do CEES. Marília, 2004
WALLING, L. L.; STAUFFER, M. H. K. Disabilities, children and libraries: mainstreaming services in
public libraries and school library media centers. Englewwod, Colo: Libraries Unlimited, 1993. 418
p.

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  • 1. 863 PERFIL DOS USUÁRIOS REAIS E POTENCIAIS DA BIBLIOTECA INTERATIVA DO CEES Cristina A. de GODOY1 Helen de C. SILVA2, 3 Sandra S. O. MARTINS3, 4 Paulo S. T. do PRADO3, 5 A biblioteca é uma instituição social que tem como um de seus objetivos disponibilizar informações para a sociedade. De uma forma geral, elas têm organizado seus produtos, serviços e o próprio planejamento de seus espaços para atender aos interesses de representantes médios da população letrada. Assim, diversos grupos minoritários, tais como crianças, pessoas com necessidades especiais e analfabetos não são contemplados com os serviços das bibliotecas e outras Unidades de Informação, pois diversas barreiras – como arquitetônica, atitudinal, comunicacional falta de recursos e planejamento adequado e até mesmo de desconhecimento dos usuários (WALLING e STAUFFER, 1993) – atrapalham o acesso desse grupo aos recursos e serviços disponíveis, tanto locais como remotamente. A Biblioteca Interativa do Centro de Estudos em Educação e Saúde (CEES) foi criada através de um projeto de extensão de professores dos Departamentos de Ciência da Informação, Educação Especial e Psicologia da Educação da UNESP, Campus de Marília, cujo intuito era de atender aos clientes do CEES, entre os quais incluem-se crianças com dificuldades de aprendizagem até adultos com múltiplas deficiências. Embora a biblioteca ainda não esteja completamente adaptada às necessidades dessa população, esta tem sido uma de suas metas prioritárias, sendo para isto alvo de estudos permanentes (OLIVEIRA, 2002; MARTINS, 2003; GODOY, 2004). Os resultados de um destes estudos deram origem a este artigo, como se verá a seguir. A Biblioteca Interativa do CEES O projeto Biblioteca Interativa é desenvolvido junto ao Centro de Estudos da Educação e da Saúde (CEES), que é uma Unidade Auxiliar da UNESP – Marília e que há décadas vem desenvolvendo um trabalho de reabilitação e integração de indivíduos com necessidades especiais de diferentes ordens (sociais, culturais, orgânicas e emocionais) com o apoio de uma equipe multidisciplinar. O projeto Biblioteca Interativa do CEES visa disponibilizar um serviço de informação de caráter interativo que sirva tanto como apoio às atividades terapêuticas e pedagógicas já desenvolvidas no CEES, como de um espaço de lazer e cultura para os indivíduos 1 Bibliotecária e ex-bolsista do Núcleo de ensino da FFC – UNESP – Marília. 2 Orientadora; Departamento de Ciências da Informação da FFC – UNESP – Marília. 3 Coordenadores do Projeto Biblioteca Interativa do CEES. 4 Departamento de Educação Especial, FFC – UNESP – Marília. 5 Departamento de Psicologia da Educação, FFC – UNESP – Marília.
  • 2. 864 com necessidades especiais da comunidade. Também tem como propósito capacitar profissionais, em particular bibliotecários, para lidar com esse público no oferecimento de serviços e também desenvolvendo pesquisas sobre adaptação de serviços informacionais aos usuários com necessidades especiais, uma vez que se trata de um tema ainda incipiente, porém extremamente relevante no Brasil. A Biblioteca Interativa do CEES está pautada em uma proposta elaborada por especialistas da Universidade de São Paulo (AMARO, 1999; PERROTI, 2001). Segundo estes autores, uma biblioteca interativa deve ser planejada de acordo com as características e preferências da população que pretende atender. Deve ser dinâmica, com o oferecimento de diversas atividades e ambientes e possuir um acervo diversificado no diz respeito às mídias e materiais alternativos, como por exemplo, vídeos, fantoches e livros em suportes variados. A princípio, toda biblioteca, principalmente aquelas voltadas para o público mais geral, deveria ser pautada neste tipo de proposta. Porém, muitas bibliotecas ainda têm como foco principal a disponibilização de seu acervo. Visto que a Biblioteca Interativa é relativamente recente (foi inaugurada oficialmente em 2003) e que, para atender ao princípio de ser interativa supõe a identificação das características e preferências do público alvo, é que foi desenvolvida a pesquisa em que se baseia este artigo (GODOY, 2004). A realização da referida pesquisa teve por objetivos traçar o perfil daqueles que freqüentavam a Biblioteca Interativa do CEES e daqueles que poderiam vir a se tornar possíveis usuários dos serviços oferecidos, ou seja, pessoas que na época, permaneciam na sala de espera do CEES aguardando atendimento. Foram caracterizadas as necessidades especiais dos indivíduos, seus interesses e preferências de leitura. Também foi verificada a necessidade de adaptação do acervo, do espaço físico e dos equipamentos da Biblioteca e avaliadas as atividades, serviços e acervo disponibilizado nesse ambiente. A coleta de dados foi realizada mediante entrevista. A população entrevistada foi dividida em dois grupos: 1 – Usuários da Biblioteca Interativa do CEES, e 2 – População da Sala de Espera do CEES. O primeiro grupo era formado por clientes do CEES e acompanhantes que freqüentavam a Biblioteca regularmente, ou seja mais de uma vez desde sua inauguração. Utilizando-se os dados Relatório de Atividades da Biblioteca Interativa do ano de 2004 e seguindo o critério já mencionado foram identificadas 24 pessoas, o que corresponde a 8% do total de clientes do CEES que é da ordem de 300 pessoas.
  • 3. 865 O segundo grupo era formado principalmente por acompanhantes e alguns clientes que ficavam na Sala de Espera e que não freqüentavam regularmente a Biblioteca. Por esta população ser bastante numerosa, ou seja, aproximadamente 672 indivíduos, considerou-se necessário selecionar uma amostragem aleatória simples de 10%, o que resultou em uma amostra de 67 participantes. Na tentativa de abranger todas as diferenças da população, as entrevistas foram realizadas em dias alternados. Perfil dos freqüentadores e usuários potenciais da Biblioteca Interativa do CEES A maior parte dos freqüentadores da B.I. na época de realização desta pesquisa era de clientes do CEES (17 dos 24 sujeitos), ou seja, de pessoas que recebiam atendimentos por um ou mais dos serviços oferecidos na Instituição e que iam à Biblioteca enquanto aguardam o horário de seus atendimentos, ou depois que este já havia terminado. É importante ressaltar que, conforme foi observado durante o período de realização da pesquisa, alguns clientes chegavam ao CEES com até uma hora de antecedência do horário de seus atendimentos para usar o acervo da Biblioteca Interativa e participar das atividades oferecidas. Outros permaneciam na Biblioteca depois do atendimento, apresentando resistência para deixar o ambiente no momento de retornar para seus lares. Do total da amostra investigada, cabe ressaltar que sete pessoas (29,2%) eram acompanhantes dos clientes que utilizavam a Biblioteca e que permaneciam no local durante a realização do atendimento de seus parentes. Com relação à caracterização desses freqüentadores, tem-se que: 14 eram do sexo masculino e 10 do sexo feminino; 14 tinham idade entre 10 e 14 anos; nove entre cinco e nove anos e apenas um com idade inferior a quatro anos. Buscando caracterizar as necessidades especiais da população usuária da Biblioteca Interativa, destacam-se como mais comuns: crianças que apresentavam Dificuldade de Aprendizagem (cinco indicações, ou 20,7%), seguido por Dislexia (três sujeitos, ou 12,5%), Dificuldade de Fala e Síndrome de Down, ambas indicadas por dois sujeitos cada uma (8,3%). As demais necessidades apontadas foram: Deficiência Auditiva, Distúrbios da Linguagem, Distúrbios Neurológicos, Gagueira e Hiperatividade, indicadas, cada uma, apenas uma vez pelos participantes da pesquisa (4,2%).
  • 4. 866 Como a maioria dos usuários pesquisados apresentava necessidades especiais, ressalta-se a importância do trabalho integrado entre estagiários dos cursos de Biblioteconomia e Pedagogia (habilitação em Educação Especial). O bom entrosamento da equipe não só favoreceu o desenvolvimento do trabalho na Biblioteca Interativa, como também contribuiu para o desenvolvimento dos alunos com necessidades especiais, ou seja, na aquisição de novas habilidades e no uso de materiais e recursos disponíveis na Biblioteca Interativa. Quanto ao grau de escolaridade dos freqüentadores da Biblioteca, constatou-se que grande parte deles estava cursando o Ensino Fundamental (22 dos 24 participantes), ao passo que apenas dois estavam no Ensino Básico. Como o público que freqüentava a Biblioteca durante o período de realização da pesquisa era formado, quase exclusivamente, por alunos do Ensino Fundamental, faz-se pertinente sublinhar a necessidade de expansão e adequação do acervo, levando em consideração o nível de escolaridade dos seus respectivos usuários, os temas de interesse e ainda materiais de apoio ao desenvolvimento de pesquisas e atividades escolares. Embora este último fuja aos propósitos iniciais do projeto da Biblioteca Interativa, acredita-se que ela possa estar contribuindo para o desenvolvimento de competências informacionais para este grupo na medida em que disponibilizar obras de referência, como por exemplo Atlas, enciclopédias, dicionários, guias, em formato impresso, eletrônico ou digital e oferecer atividades instrucionais a respeito do uso das mesmas. No que diz respeito às práticas de leitura dos freqüentadores da BI verificou-se o seguinte: grande parte dos usuários da Biblioteca afirmou gostar de ler (17 dos 24 sujeitos), três disseram gostar de ler e outros três declararam não se interessar pela leitura. Um dos participantes não respondeu esta questão porque ainda não era alfabetizado. Através desse estudo, pode-se constatar que a leitura foi referida como fonte de prazer para a maioria dos freqüentadores da Biblioteca, uma vez que não a relacionaram como algo obrigatório e cansativo a ser realizado. Acrescenta-se ainda que todos eles eram leitores de livros e revistas disponíveis na biblioteca de usuários de softwares educativos, conforme informações apresentadas no Relatório de Atividades da Biblioteca Interativa do ano de 2004. Na Tabela 1 estão relacionadas as preferências de leitura dos participantes, sendo as mesmas categorizadas conforme as indicações dos entrevistados.
  • 5. 867 Tabela 1 Indicações de Preferências de leitura dos usuários da Biblioteca Interativa do CEES Material de preferência Freqüência % História em quadrinhos 21 17.2 História de aventura 15 12.3 Poesia 15 12.3 Conto de fada 12 9.8 Lenda 11 9.0 História de suspense 8 6.6 Revista de artistas 7 5.7 Revista de moda 6 5.0 História real 5 4.1 Revista de ciência 4 3.3 Romances 4 3.3 Textos didáticos 4 3.3 Revista de notícias 3 2.5 Jornal 2 1.6 Obra biográfica 2 1.6 Obra religiosa 2 1.6 Nada 1 0.8 Total 122* 100 * Cada participante indicou mais de uma resposta. Os gêneros literários preferidos pelos freqüentadores da BI foram bastante variados. A história em quadrinhos foi considerada pelos freqüentadores da biblioteca o material mais apreciado, sendo indicado por 21 dos 24 participantes, seguido por história de aventura e poesia, com 15 indicações. Doze dos 24 respondentes afirmaram ser os contos de fadas o gênero que mais gostavam de ler e 11 indicaram também interesse por lendas. Livros de suspense e revistas que abordavam a vida de artistas foram indicados por sete dos 24 usuários. Assuntos de moda foram atrativos para seis dos 24 respondentes, ficando as “histórias reais” com cinco indicações. Textos didáticos, revistas de divulgação científica e romances foram indicados por quatro freqüentadores, seguidos por revistas de notícias (três indicações) e jornal, obras biográficas e religiosas receberam apenas duas indicações cada uma. As Histórias de terror foram indicadas por apenas um dos entrevistados. Um dos participantes da pesquisa disse não ter preferência por nenhum tipo de material de leitura por porque não gosta de ler. Considerando que os freqüentadores da biblioteca, no ano de 2004, foram crianças e adolescentes de até 14 anos, o resultado demonstrado acima, não estão de acordo com o esperado, pois as revistas indicadas pelos sujeitos (de moda, de fofoca, de divulgação científica e de notícia) estão mais voltadas para o público adulto, e, se somadas, ocupam o segundo lugar na preferência dos entrevistados. Assim como o texto didático, que alcançou o mesmo número de indicações que os romances e as revistas de avanços científicos também não aparecem na
  • 6. 868 literatura como materiais de preferência do público infanto-juvenil. Oportunamente há que se investigar melhor esses resultados. O segundo grupo investigado foi constituído por pessoas que não freqüentavam a BI com regularidade, conforme apontado anteriormente. A realização de entrevistas com a população da Sala de Espera teve por objetivo traçar o perfil deste grupo, verificando-se suas características e preferências de leitura, tendo em vista a possibilidade de motivá-los a se tornarem público usuário da biblioteca, buscando subsídios para adequá-la, se for necessário, às necessidades e preferências também desse grupo. A amostra da população da sala de espera do CEES participante deste estudo totalizou 67 indivíduos, sendo 26 do sexo masculino e 41 do sexo feminino. Todas pessoas que participaram das entrevistas o fizeram por livre escolha, sendo que vários clientes e acompanhantes não aceitaram o convite e foram substituídos. Sessenta e cinco pessoas entrevistadas eram acompanhantes das crianças atendidas no CEES. Dois sujeitos desta amostra eram clientes adultos e, que freqüentavam o CEES pelo menos uma vez por ano para realização de exames audiométricos, visando checar a presença de perda auditiva em função do nível elevados de ruídos nas empresas. Os dados referentes à idade dos indivíduos da sala de espera entrevistados estão reunidos na tabela 02. Tabela 02 Faixa etária da população da Sala de Espera – CEES – 2004 Faixa etária Freqüência Porcentagem 19 --| 26 15 22,4% 27 --| 34 20 29,8% 35 --| 42 22 32,8% 43 --| 50 8 12,0% 51 --| 58 2 3,0% Total 67 100,0% Constatou-se que a maior parte dos entrevistados tinha idade entre 19 e 42 anos, totalizando 57 dos 67 participantes. No que diz respeito ao nível de escolaridade, verificou-se que 43 dos 67 entrevistados possuíam o ensino médio, 13 apenas o ensino fundamental e 11 haviam alcançado o ensino superior.
  • 7. 869 Além de caracterizar as pessoas que ficavam na sala de espera do CEES e não freqüentavam a biblioteca, procurou-se através deste estudo identificar alguns aspectos das práticas de leitura deste grupo. A maioria dos participantes, 40 indivíduos, disseram gostar de ler, enquanto 15 referiram ao contrário. Uma pequena parcela dos entrevistados, oito sujeitos, afirmaram que adoravam ler, contra quatro que afirmaram não gostar. Acredita-se que a maior incidência daqueles que afirmaram gostar de ler, possa estar relacionada ao fato das pessoas não conseguirem admitir o contrário, como fizeram quatro participantes. Oportunamente deve-se investigar melhor os fatores que influenciam o gosto pela leitura entre os indivíduos deste grupo, detalhando, por exemplo, os tipos de materiais que liam. As suas preferências estão descritas na Tabela 03. Tabela 03 Preferência de leitura da população da Sala de Espera – CEES – 2004 Preferência Freqüência Revistas populares 55 Jornal 51 Revista de notícias 48 Revista de ciência 42 História de aventura 40 Romances 38 História real 33 História em quadrinhos 30 Obras Biográficas 29 História de suspense 28 Poesia 26 Obras religiosas 25 Contos de fadas 15 Lenda 15 Outros assuntos 11 Artesanato 6 Esporte, pescaria 5 Culinária 4 Auto-ajuda 4 Crônicas 3 Política 3 Assuntos rurais, cavalos 3 Economia, negócios 3 Contos 2 Total 519 *Cada participante indicou mais de uma resposta. Fonte: Entrevistas da população da Sala de Espera.
  • 8. 870 Verificou-se que as revistas populares (que tratam de moda, vida de artistas, etc.), jornais, revistas de notícias e ciência, histórias de aventura, romances e histórias reais (que contam histórias acontecidas com várias pessoas, situações trágicas, inusitadas, especiais vivenciadas por elas) estavam entre as maiores preferências da população da Sala de Espera do CEES. Na seqüência, apareceram histórias em quadrinhos, biografia, histórias de suspense, poesias, obras religiosas, contos de fadas e lendas. Eram de menor interesse para o grupo em questão os materiais que tratavam de artesanato, esporte, pescaria, culinária, auto-ajuda, crônicas, política, assuntos rurais, cavalos, economia, negócios, contos. Outros assuntos foram indicados, tais como bebês, carros, Direito, eletrônica, família, obras de ficção, Filosofia, obras que tratavam da memória social – história das cidades, das pessoas, Psicologia, relacionamentos e saúde, nesta ordem. Acreditamos que a preferência por literatura infanto-juvenil como, por exemplo, histórias em quadrinhos, contos de fadas e lendas, possa estar relacionada ao fato de os pais lerem esses materiais para seus filhos e assim, refererindo-os nas entrevista deste estudo como de suas preferências. O levantamento dessas informações poderá contribuir para futuras adequações e expansão do acervo na Biblioteca Interativa, conforme já sinalizado, visando a atração de novos usuários. Disponibilizando os materiais de maior preferência para esse público com a aquisição de novos jornais, revistas que tratam de avanços científicos em várias áreas, revistas que abordam notícias de diversas temáticas, livros com histórias de aventura, romances e histórias reais, se estará incentivando não só hábito da leitura, mas também promovendo a interação entre crianças e adultos. Ao criar um espaço de convivência, aprendizado e diversão aos clientes do CEES, acredita-se favorecer a comunicação e aproximação de crianças com necessidades especiais com os seus respectivos familiares, amigos e outras pessoas. Nas entrevistas, verificou-se também se os clientes do CEES conheciam a Biblioteca Interativa. O resultado mostrou que 58 entrevistados ainda não conheciam a Biblioteca, sendo convidados posteriormente a visitá-la em companhia da pesquisadora, após a entrevista. Dentre eles, 56 pessoas manifestaram interesse em conhecer a biblioteca, apenas dois disseram não se interessar alegando que não gostavam de ler. Dos nove entrevistados que afirmaram conhecer a Biblioteca, seis indicaram freqüentá-la “de vez em quando”, dois indicaram freqüentá-la “quando podem” e um declarou não freqüentá-la. Aqueles que disseram freqüentá-la relataram levar os filhos antes ou depois de seus atendimentos, porém que não permaneciam na Biblioteca, o que seria o desejável.
  • 9. 871 CONSIDERAÇÕES FINAIS A pesquisa realizada permitiu levantar alguns aspectos do perfil e interesses de leitura dos usuários da Biblioteca Interativa e também daqueles que potencialmente podem vir a se tornar, ou seja, pessoas que permanecem na sala de espera aguardando os atendimentos do CEES . A partir desses dados é possível verificar que o planejamento e manutenção da Biblioteca devem ser realizados no sentido de atender às necessidades especiais dos clientes, mas também daqueles que os acompanham. Os materiais e atividades realizadas na Biblioteca devem ser voltadas para o desenvolvimento das habilidades e capacidades de cada criança que utiliza os seus serviços, de modo que a Biblioteca Interativa contemplar sua proposta de apoio aos serviços oferecidos pelo CEES. Espera-se que as informações aqui apresentadas possam ser de utilidade para o desenvolvimento da Biblioteca Interativa, das atividades ali realizadas e para possíveis pesquisas a se realizarem a partir das observações apontadas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMARO, R. K. O. F. Biblioteca interativa: construção de novas relações entre biblioteca e educação. Revista brasileira de Biblioteconomia e Documentação, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 91-103, 1999. GODOY, C. A. A Biblioteca Interativa do Centro de Estudos em Educação e Saúde. Marília, 2004. Relatório de pesquisa realizada com o apoio do Núcleo de Ensino da Faculdade de Filosofia e Ciências, UNESP Marília, 2004. MARTINS, S. E. S. de O. A língua de sinais e a formação de leitores surdos. Relatório apresentado a PROEX/ FUNDUNESP, 2003. OLIVEIRA, W. R. Subsídios para a implantação da biblioteca do CEES: caracterização dos usuários potenciais e necessidades informacionais. Marília, 2002. 84 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Biblioteconomia) – Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Marília, 2002. PERROTTI, E. Biblioteca interativa, nova forma do saber. Pesquisa FAPESP. São Paulo: abril, n. 63, p. 64-66, abril, 2001. RELATÓRIO de Atividades da Biblioteca Interativa do CEES. Marília, 2004 WALLING, L. L.; STAUFFER, M. H. K. Disabilities, children and libraries: mainstreaming services in public libraries and school library media centers. Englewwod, Colo: Libraries Unlimited, 1993. 418 p.