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ISSN
METODOLOGIA INOVADORAS NO ENSINO DA BIOÉTICA EM EAD
Marta Luciane FISCHER1 - PUCPR
Thiago Rocha da CUNHA 2 - PUCPR
Ana Maria MOSER 3 - PUCPR
Ana Laura Diniz FURLNAN 4 - PUCPR
Eixo – ENSINO E PRÁTICASNASLICENCIATURAS
Agência Financiadora: nãocontoucom financiamento
Eixo – ENSINO E PRÁTICASNASLICENCIATURAS
Agência Financiadora: nãocontoucom financiamento
Resumo
A presente pesquisa refere-se à aplicação de metodologias inovadoras de ensino de bioética
associada ao EAD e aprendizagem colaborativa. Objetivou-se orientar o estudante na
estruturação de estratégias para viabilização da fundamentação de um problema atual, global,
plural e complexo, a saber, a identificação dos agentes e pacientes morais, a coleta de
informações e comunicação no âmbito da bioética. A utilização da bioética como ferramenta
para intermediação de questões éticas advindas do desenvolvimento tecnológico e científico
demanda o amadurecimento moral, logo o nivelamento moral de Kohlberg foi utilizado como
uma ferramenta para avaliar a efetividade das intervenções. Foram avaliadas ações compostas
por pesquisas documentais, bibliográficas e de campo no amadurecimento moral relativo à
aplicação da Bioética Ambiental em alunos do 6º período matriculados na disciplina Estudos
Independentes do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas - Bioética Ambiental e suas
interfaces: O papel do Biólogo na Crise Hídrica. O método de avaliação foi o posicionamentodo
estudante diante de uma situação-problema referente à responsabilidade da crise hídrica e o
nível de desenvolvimento moral dos argumentos de acordo com a teoria de Kohlberg. Os
resultados indicaram efetividade da metodologia, com desenvolvimento moral em metade dos
alunos e transposição do discurso inicial indicando preocupação com a finitude dos recursos
naturais para uma preocupação com o direito das futuras gerações, e da atenção das tarifas para
1 Doutora em Zoologia UFPR. Professora Titular da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). E-mail:
marta.fischer@pucpr.br
2 Doutor em Bioética Docente do programa de Pós-graduação em Bioética - da Pontifícia Universidade Católica
do Paraná (PUCPR). E-mail: rocha.thiago@pucpr.br
3 Doutora em Psicologia, Professora Titular da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). E-mail:
ana.moser@pucpr.br
4 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Bioética - Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
E-mail: ana.ldf@hotmail.com
2
o sofrimento. A análise das argumentações indicou um aumento de complexidade na
compreensão ética do problema, viabilizando a abordagem adotada, cujo foco interdisciplinar
permite sua replicação nas diversas áreas do conhecimento.
Palavras-chave: Bioética Ambiental. Ensino de Bioética. Metodologias Ativas de
Aprendizagem.
Introdução
As tecnologias de informação e comunicação tais como rádio, internet, blog, vlog e
aplicativos, assim como as metodologias ativas de ensino/aprendizagem, tais como:
aprendizagem por meio de projetos ou problemas (PBL), aprendizagem por times (TBL),
escrita por meio das disciplinas (WAC), estudo de caso grupos interativos, instrução por pares,
ensino por projetos e sala de aula invertida, têm sido amplamente pesquisadas, aplicadas e
monitoradas proporcionando uma expectativa de consolidação de um processo de
ensino/aprendizagem interdisciplinar superando as limitações para formação de professores
(MORAN, 2015, FISCHER et al. 2016c). Segundo Moran (2015), a educação contemporânea
demanda por mudanças, progressivas ou profundas, do tradicional sistema disciplinar para uma
intervenção que priorize o protagonismo e autonomia do educando alcançado por meio da MA
e do papel do docente como orientador e gestor do conhecimento. O autor apontou que
necessária as mudanças não precisam ser drásticas e instantâneas, sendo atualmente incentivado
o uso de modelos híbridos, os quais deve preceder as inovações mais profundas como isenções
de disciplinas, espaços e metodologias redesenhadas e aprendizagem personalizada. Para tal, é
importante que o estudante associe momento s individuais a fim de explorar os múltiplos
espaços reais e digitais do cotidiano, onde espera-se que se instrumentalize de informações
básicas e dados reais, com momentos presenciais compartilhados com colegas e professores, a
fim que desenvolva construções coletivas, criativas, supervisionadas e monitoradas.
Dentre as ferramentas utilizadas para monitorar os resultados de intervenções
pedagógicas destaca-se a teoria do desenvolvimento moral de Kohlberg (1969). Fischer et al.
(2016c) analisaram dados bibliográficas que atestaram a eficiência dessa teoria no
fundamentando o desenvolvimento cognitivo e moral baseado nas teorias de Piaget e posterior
contribuição de Kohlberg e identificação de estágios sequenciais pelos quais todo ser humano
deve passar pelos níveis: a) pré-convencional de natureza egocêntrica compondo os estágios I
cujas escolhas dependem da punição e premiação e estágio II do prazer individual; b)
convencional cuja perspectiva sócio-moral abarca o estágio III com expectativas interpessoais
mútuas e o estágio IV de ordem social; c) pós-convencional com incorporação de valores
universais formados pelo estágio V, caracterizando o acordo social e o estágio VI, os princípios
éticos universais. Os autores realizaram um levantamento da aplicação da teoria nde Kohlberg
resultando na educação, principalmente no uso de diagnósticos de estudantes, e detecção de
influências emocionais, socioculturais e cognitivas. Segundo os autores, é importante ressaltar
que a restrição às intenções do sujeito avaliado é um empecilho para a categorização do
indivíduo como moral, imoral, amoral, porém é possível avaliar o grau de coerência com que o
estudante diferencia e integra princípios morais em questões do dia-a-dia (BATAGLIA, 2010).
Partindo dos apontamentos de Fischer et al. (2016c) que mesmo diante das orientações
oficiais, aspectos técnicos têm atrasado a intervenção da bioética no ensino básico, dentre as
quais se destaca a capacitação do docente em mediar com alteridade o desenvolvimento moral
do estudante. Obviamente faz-se necessário que o docente também possua níveis morais
desenvolvidos. Diante desta questão a pergunta norteadora do presente estudo foi se é possível
promover o desenvolvimento moral do graduando de licenciatura em ciências biológicas em
uma disciplina de bioética na modalidade EAD. As hipóteses testadas foram: a)
problematização com questões éticas atuais insere o estudante no contexto real e o capacita para
protagonismo social e promove o amadurecimento; b) o uso de MA e TICs possibilitam o
aprimoramento cognitivo e autonomia crítica, relacionadas com o amadurecimento moral; c) É
possível promover o desenvolvimento moral dos argumentos estudante por meio da aplicação
de princípios bioéticos em questões reais. Assim, objetivou-se avaliar o nível de
desenvolvimento moral de argumentações de estudantes de licenciatura de biologia expostos a
MA envolvendo avaliação bioética da contemporânea, complexa, plural e global questão da
crise hídrica.
Desenvolvimento
4
Para atender aos princípios éticos o estudo foi realizado em conformidade com a
declaração Helsinque (AMM, 1964) e Resolução CNS 466/12 (BRASIL, 2012) e CNS
510/2016 (BRASIL, 2016) respeitando a integridade e anonimato dos estudantes, entrevistados,
instituições, bem como a preservação dos dados. O projeto detém aprovação do CEP/PUCPR
(nº 1.067.248).
Participantes
Os participantes da pesquisa foram constituídos por 22 alunos (14 mulheres e 8 homens)
matriculados na disciplina EAD de carga horária de 30h denominada “Estudos Independentes”
do 6º período curso de Licenciatura Ciências Biológicas noturno da PUCPR. A concepção da
disciplina foi o desenvolvimento de temáticas específicas, predominantemente a distância,
embora os estudantes encontravam-se diariamente para cursar as disciplinas presenciais. Essa
disciplina faz parte do eixo do projeto integrador podendo e devendo ser reestruturada a cada
semestre. No semestre em questão o tema da disciplina foi Bioética Ambiental e suas interfaces:
O papel do Biólogo na Crise Hídrica.
Plano de ensino
O plano de ensino visava habilitar o estudante a aplicar usar as perspectivas da bioética
nas reflexões e intervenções de questões do dia-a-dia, acadêmicas e profissionais na área da
Biologia. Por meio da aplicação de MA visou-se contribuir para o desenvolvimento moral do
estudante no sentido de que o futuro professor de Ciências e Biologia reconheça suas
responsabilidades sociais, sobretudo nas decisões políticas para problemas comuns, complexos
e globais, tendo como foco as questões ecológicas, ambientais e sociais. O plano de ensino foi
construído com atividades teóricas e práticas englobando estudo dirigido, contrato didático
colaborativo, PBL, entrevista, grupos interativos, uso de internet, celular, blog e aplicativos.
Primeiro estudo-dirigido resultou em 77% de respostas completas, 7% incorretas e 15%
de parcialmente corretas, já no segundo obteve-se 63% de completas, 17% de incorretas e 19%
parcialmente corretas. No primeiro blog, 86% dos estudantes cumpriram parcialmente e apenas
5% plenamente o solicitado, contudo 90% usaram o texto na íntegra da fonte original da
pesquisa, em 47,6% foram usadas imagens e 14,3%, vídeos. No segundo blog nenhum grupo
apresentou o texto totalmente completo, contudo apenas um apresentou o texto na integra,
enquanto os demais fundamentaram (32%), exemplificaram (32%), argumentaram (14%) e
propuseram soluções (18%). A pesquisa de campo permitiu aos estudantes reconhecerem a
concepção e a percepção do grupo estudado com real crise hídrica, assim como o
posicionamento de instituições vinculadas à gestão da agua, principalmente um discurso similar
aos dos próprios estudantes no início da disciplina e de uma disparidade de informações entre
integrantes de uma mesma instituição
Instrumento de avaliação: nivelamento moral de Kohlberg
O instrumento para identificação do nível de desenvolvimento moral foi uma situação-
problema construída para este estudo baseando-se na metodologia do dilema moral (FISCHER
et al. 2016c). O texto apresentado para os estudantes foi: “Nos últimos anos a mídia brasileira
tem apontado um problema drástico: a escassez de água também em Estados do Sudeste,
mundialmente conhecidos pela abundância desse recurso, que inclusive culminou na construção
de inúmeras hidroelétricas para produção de energia, disponibilização para irrigação agrícola
em larga escala e uso maciço no setor industrial. A mídia em geral, repercutindo
posicionamento dos governantes e das empresas de abastecimento, reforçou a mensagem de
que se o cidadão não economizar e se não chover o bastante haverá racionamento doméstico de
água e as tarifas iriam aumentar, o que acabou ocorrendo em muitos lugares. Considerando este
problema, você acha certo atribuir ao cidadão a responsabilidade pela crise hídrica? Justifique
sua resposta”
A avaliação do nivelamento moral no pré-teste resultou 30% dos estudantes não
concordavam com a atribuição da responsabilidade para os cidadãos, contra 65% que
concordavam e 5% não sabiam responder. Após a realização da disciplina, 40% não concordava
e 60% concordava. Com relação ao nível moral das argumentações do julgamento do dilema
apresentado, na primeira avaliação predominaram os níveis 2 e 4 e na segunda 2 e 5. Metade
dos estudantes aumentou o nível moral da sua argumentação, sendo que 30% subiram um nível,
10%, dois, 30%, três e 30%, quatro níveis. Porém, 45% manteve-se no mesmo nível e apenas
um baixou (Figura 1)
6
Figura 1 desempenho estudantes no nivelamento moral, pré teste (1) e pós-teste (2). A) frequência relativa de
estudantes que não concordaramcoma assertiva (N), Concordaram (S) e não souberamresponder (NS). B)
Frequência relativa da argumentação dos estudantes posicionadas nos níveis morais de Kohlberg.
Fonte: dados da pesquisa
Considerações Finais
Os dados do presente estudo reiteram a relevância e efetividade do ensino da Bioética
no ensino superior e em EAD, promovida por meio de utilização de MA e TICs no
desenvolvimento moral dos argumentos de futuros professores de ciências e biologia. Scheid,
(2011) pontou que a mudança de condutas exige boa formação inicial somada a capacitação
continuada, a fim de que o profissional esteja preparado para lidar com dilemas éticos. E desta
forma poder contribuir para habilitar a sociedade na tomada de decisões por meio de
perspectivas democráticas, assim como no exercício de seus direitos, cidadania e atitudes
participativas. Obviamente, que nesta perspectiva se faz necessário aumentar o nível cultural
do cidadão, para que se abstenha da inércia diante da dificuldade de compreender a rapidez e
multiplicidade das informações, muitas vezes contaminadas por apelos do mercado, que induze
as pessoas a priorizarem o consumo individual de bens e serviços descartáveis em detrimento
de bens e serviços duráveis e coletivos, como os relacionados à infraestrutura (SCHEID, 2011).
Os resultados do presente estudo corroboram com a visão de Pontes (1998) que colocar-
se como agente moral em conflitos éticos reais e complexos demanda determinadas
competências, sendo a motivação um elemento fundamental para que o educando, supere os
obstáculos emocionais particulares e se posicione diante de questões abstratas e amplas
0%
20%
40%
60%
80%
100%
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N NS S
0%
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80%
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1 2 4 5
(BIAGGIO, 1997) justificando, assim, atividades que promovam a sua imersão na questão no
mundo real. Neste contexto, destaca-se o diálogo e o ouvir os argumentos e valores dos outros,
e assim se munir de conteúdo para promoção do julgamento de condutas próprias e alheias
sendo hábil em alcançar soluções que beneficiem igualitariamente a todos os envolvidos em
dilemas éticos (FISCHER et al., 2017). Para tal, requerer-se, investimento no desenvolvimento
moral por meio de processos educativos e formativos em espaços democráticos, além do
incentivo na participação da pluralidade de atores.
A educação moral tem como objetivo a formação do sujeito autônomo, responsável,
consciente tanto dos seus direitos quanto dos deveres. Para tal, é necessário que sejam
instrumentalizados para avaliar o certo e o errado por meio da aplicação de valores que visem
o bem-comum (FISCHER et al., 2017). Logo, espera-se que a educação seja fomentada pelas
oportunidades vivenciadas na construção da competência moral, e não exclusivamente pelos
conteúdos técnicos tradicionalmente trabalhados na formação, o que fez com que Biaggio,
(1997) e Bataglia (2010) demandasse um direcionamento dos olhares da escola para o pré-
adolescente. A bioética se constitui, assim, em instrumento metodológico que visa prevenir a
vulnerabilidade, sendo essencial para todas as áreas do conhecimento que envolvem conflitos
éticos no processo de formação (ARAÚJO et al., 2010).
A Bioética insere-se como instrumento viabilizador do diálogo engajando todos níveis
de escolaridade intermediada por interesses pessoais, socais, políticos e econômicos da
comunidade e os interesses de promoção de um meio ambiente integro, em prol do bem-estar
coletivo (FISCHER et al., 2016b). Contudo, a falta de informações e de vivencia de processos
que promovam a conscientização podem atrasar as tão almejadas mudanças de paradigmas.
Logo, reitera-se a importância da comunicação no desenvolvimento moral, uma vez que a
compreensão da mensagem do outro está condicionada a capacidade de transmitir a mesma
mensagem promovidas por processos que estimulem o conhecimento, criatividade, valores e
autoestima (FISCHER et al., 2016b).
A utilizada de atividades personalizadas encontra um espaço fértil, uma vez nosso
sistema educacional, todavia detém uma legislação em construção, logo é possível testar e
validar novas propostas. Por isso, destaca-se a importância de supervisionar para contribuir para
qualidade do ensino e efetivamente contribuir para formação de profissionais, multiplicadores
8
e cidadãos autônomos, críticos e conscientes do seu papel na construção de um mundo mais
justo, onde os valores coletivos genuinamente levem em conta o bem-estar de todos os seres
vivos desta e de futuras gerações.
Agradecimentos
Aos graduandos do 6º período de Licenciatura em Ciências Biológicas e aos Respondentes dos
questionários.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, E.S.N.N.; TIZIOTO, P.C.; CALUZI, J.J.; BATISTETI, C.B.; CALDEIRA,
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contribuições da pesquisa acadêmica a partir de múltiplas perspectivas. São Paulo: Editora
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BATAGLIA, P.R; MORAIS, A.; LEPRE, R.M. A teoria de Kohlberg sobre o
desenvolvimento do raciocínio moral e os instrumentos de avaliação de juízo e competência
moral em uso no Brasil. Estudos de Psicologia. Natal, v. 15, n. 1, p. 25-32, jan./abr. 2010.
http://dx.doi.org/10.1590/S1413-294X2010000100004.
BIAGGIO, A.M. B. Kohlberg e a" Comunidade Justa": promovendo o senso ético e a
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FISCHER, M.L.; CUNHA T R, RENKE V., SGANZERLA, A., SANTOS, JZ. Crise hídrica
em publicações científicas: olhares da bioética ambiental. Revista Ambiente & Água.
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FISCHER, M.L.; MOLINARI, R.B. Bioética ambiental: a retomada do cunho ecológico da
bioética. In: SGANZERLA, A. SCHRAMM FR. Fundamentos da Bioética série Bioética
vol. 3. Curitiba: CRV, 2016b, . p. 233-253.
FISCHER, M.L.; MOSER, A.M.; FURLAN, A.L.D. Bioética e Educação: a Utilização do
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Autônomo e Reflexivo. In RENK, V.E. Bioética e Educação: Múltiplos Olhares Curitiba:
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FISCHER, M.L.et al. Da Ética Ambiental à Bioética Ambiental: antecedentes, trajetórias e
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da vegetação). Revista da Faculdade de Letras. Línguas e Literaturas, Porto, v.15, p.197-
219, 1998.
10
METODOLOGIAS ATIVAS NO ENSINO SUPERIOR:É POSSÍVELA
SUBSTITUIÇÃO DO USO DE ANIMAIS NAS AULAS PRÁTICAS DE
ZOOLOGIA?
Ana Laura Diniz FURLAN5 - PUCPR
Iolanda de Jesus SCNHWARTZ6 -
PUCPR
Rhoxane LUCHESI7 - PUCPR
Marta Luciane FISCHER8 - PUCPR
Eixo – Didática
Agência Financiadora: não contou com
financiamento
Resumo
O uso de animais para atividades didáticas é uma pratica que remota a Era Clássica e que tem
se sustentado apoiada na concepção de que a reprodução de fenômenos conhecidos e o
reconhecimento de estruturas corporais em modelos reais é essencial para formação técnica do
profissional. Contudo, após anos de debate sobre a idoneidade de se tirar uma vida para
situações plausíveis de terem substitutos eficientes, principalmente decorrente do
desenvolvimento tecnológico, estimulou docentes e pesquisadores a buscarem métodos
alternativos ao uso de animais. Embora essa prática esteja se consolidando na área da
biomedicina e veterinária, todavia é incipiente nas aulas de zoologia. Desta forma, o presente
estudo se propôs a categorizar o desenvolvimento da área no contexto nacional e internacional
e elaborar, aplicar e avaliar o uso de métodos de redução, substituição e refinamento ao uso de
animais em uma disciplina de zoologia de invertebrados do curso de Biologia da PUCPR. Os
resultados parciais confirmam a baixa divulgação de métodos alternativos ao uso de animais
em aulas de zoologia, os quais podem estar relacionados à pequena adesão de docentes e
discentes ou mesmo ao desinteresse de divulgação das inovações, necessárias, diante das
restrições legais para coleta e de conservação de muitos animais. O encaminhamento da
disciplina utilizando métodos alternativos aliados a metodologias ativas apresentou um
resultado satisfatório de aprendizagem atestado tanto pela adesão do estudante quanto pela
5 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Bioética - Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
E-mail:ana.ldf@hotmail.com
6 Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas. E-mail: iolandaschwartz@hotmail.com
7 Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas. E-mail: rholuchesi@yahoo.com.br
8 Doutora em Zoologia UFPR. Professora Titular da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). E-
mail: marta.fischer@pucpr.br
12
avaliação do professor. Os estudantes se mostraram abertos para inovações no ensino,
principalmente aquelas que inserem tecnologia e elementos digitais.
Palavras-chave: Metodologias Ativas. Métodos Substitutivos ao uso de Animal. Ética
Animal.
Introdução
O pronunciado avanço tecnológico da humanidade tem promovido perceptíveis
mudanças na sociedade, tanto de cunho técnico, com a facilidade atrelada à vida moderna,
quanto a questões éticas instituídas no questionamento dos impactos da mesma. O uso de
animais para finalidade didática remota da Era Antiga e por muitos séculos foi endossado na
crença de que os animais não eram capazes de sentir dor. Contudo, o avanço da tecnologia e do
conhecimento tem atestado o contrário, levando ao questionamento da idoneidade da
interrupção da vida de um animal apenas para finalidade de ilustrar processos biológicos já
conhecidos, ou apenas para reconhecer estruturas morfológicas (FISCHER; OLIVEIRA, 2012).
A educação, igualmente se apropria da tecnologia inserindo dentro e fora de sala de aula
tecnologias da informação e comunicação (TICs) (PINTO, RIMOLI, 2005, PRESGRAVE et
al., 2010), as quais integradas à dinâmicas de aprendizado formais na abordagem de ensino
híbrida, resultam em novas realidades educacionais ampliam conhecimento, motivam,
habilitam na formação de um estudante autônomo, criativo, protagonista e principalmente mais
envolvido com novos paradigmas na relação com a natureza. (PRESGRAVE et al., 2010,
LEVAI, 2010).
O desafio atual é refletir sobre como a tecnologia alcançará a educação, considerando
que a instituição de ensino atual, fruto de um processo da era industrial, desenvolvida e
estruturada a condicionar as pessoas a viverem e trabalharem, gradativamente substituída pela
sociedade da informação (PINTO; RIMOLI, 2005). Logo, a utilização de tecnologia tornou-se
uma preocupação para as políticas educacionais. De acordo com Levai (2010), o impacto do
avanço tecnológico sobre os processos e instituições sociais tem sido significativo e perceptível
em vários níveis, porém segundo o autor, propostas de formação de professores parecem
caminhar ainda lentamente. A complexidade que envolve o aprender exige uma prática docente
que repense as estratégias pedagógicas, exigindo competência dos padrões escolares
tradicionais, que até então não eram valorizados e nem vislumbrados (LEVAI, 2010).
Dentre as aplicações de associação da tecnologia e da ética, está a substituição do
modelo animal em atividades acadêmicas (FEIJÓ et al., 2010). Tradicionalmente os animais
têm sido utilizados para reproduzir processos conhecidos, ou servirem como modelo para
reconhecimento anatômico a fim de subsidiar a sistemática. Contudo, as atuais legislações
(CONCEA, 2015) têm normatizado as coletas, capturas e experimentação animal demandando
o desenvolvimento de métodos alternativos que substitua o uso do animal, mas que não
prejudiquem a capacitação do estudante. A legislação se apoia no princípio dos 3R’s que
condiciona qualquer uso de animal para atividades acadêmicas e didáticas à aplicação de
procedimentos que visem: reduzir ao máximo o número de animais utilizados; refinar os
métodos de coleta, captura e manipulação de forma que o mínimo de dor seja infringido ao
animal; e substituir o modelo animal por modelos sintéticos ou softwares, sem prejudicar os
objetivos das intervenções (CONCEA, 2915).
Embora já se tenha disponível inúmeras alternativas para a substituição do uso de
animais em aulas experimentais e até mesmo em técnica cirúrgica, pouco tem-se refletido a
respeito das aulas de Zoologia, tidas até então como insubstituíveis (DINIZ, 2006). Diante dessa
defasagem o presente projeto questiona se métodos alternativos são eficientes na substituição
de animais em aulas de zoologia, tendo como hipótese o incipiente envolvimento de professores
de zoologia os quais condicionam o aprendizado à presença do animal. Assim, objetivou-se: a)
categorizar o conhecimento científico mundial a respeito à substituição ao uso de animais; b)
elaborar, aplicar e avaliar métodos alternativos no uso de animais como recursos didáticos para
ensino de zoologia para turma do segundo período do Curso de Ciências Biológicas.
Desenvolvimento
A presente pesquisa compõe um projeto desenvolvido no Programa de Pós-Graduação
em Bioética da PUCPR, já aprovado pelo CEP-PUCPR (1.682.944) e CEUA-PUCPR
(n.01087/2016), cuja análise foi realizada atendendo as recomendações quanto aos
procedimentos ético, técnico e legal, prezando por uma pesquisa integra e preservando os
direitos e dignidade dos participantes. Todos os estudantes participantes assinaram o TCLE, o
14
qual será arquivado no Laboratório Núcleo de Estudos do Comportamento Animal (NEC-
PUCPR) por 5 anos.
Categorização dos métodos substitutivos ao uso de animais em atividades acadêmicas
Nesta fase se propôs a categorizar os métodos alternativos para o uso de animais
disponíveis no meio digital, a fim de estruturar a base de reflexão e atuação, além de gerar
conteúdo para construção de um Blog. A intenção é sistematizar tudo que tem sido proposto
para substituição animal e a partir desse conteúdo selecionar o referente ao uso de animais em
aulas de zoologia. Para tal, está sendo utilizado o motor de busca o google.com desprovido de
login, para diminuir o viés da tendência de respostas da própria ferramenta, e os descritores em
português e inglês: “métodos alternativos ao uso de animais”, “métodos substitutivos ao uso de
animal”, “simulador para modelo animal”, “chave de identificação animal” e “manequim
animal”. As páginas recuperadas estão sendo categorizadas segundo a técnica de Bardin (2011)
conforme: tipo (aula ou pesquisa), ferramenta (blog, vlog, redes sociais, site, portal, textos
científicos), origem (1º, 2º ou 3 o setor, academia ou pessoal), local, ano, modelo-animal, aula
(demonstrativa, experimental), nível e Curso (ensino básico, superior com curso, atividade de
extensão e ensino não formal) e recurso (software, manequim, simulador, modelos). Sendo
determinado para cada descritor o catálogo dos 100 primeiros registros.
Até o presente momento foram avaliados 51 conteúdos, composto por monografias,
dissertações, planos de ensino, sites de notícias, dos quais apenas oito trazem efetivamente
propostas de métodos alternativos para substituição de animais no ensino. Todavia o material
disponível corresponde a propostas didáticas no ensino básico visando aprimoramento no
aprendizado dos alunos para o ensino de Zoologia e outras disciplinas da Biologia, para os quais
é proibido o uso de animais vivos para aulas didáticas (CONCEA, 2015). No Brasil, até o
presente momento não foi registrada a aplicação de nenhum método alternativo ao uso de
animais no ensino acadêmico de zoologia para aula de Biologia. É possível que estas práticas
estejam sendo aplicadas, porém a divulgação, todavia é incipiente, diferente do que vem sendo
atestado para o curso de medicina veterinária, cujos métodos alternativos promoveram redução
do uso de animais, destacando-se protótipos de materiais sintéticos para prática da dissecação
e modelos tridimensionais.
Elaboração, aplicação e avaliação de métodos alternativos ao uso de animais em aulas de
Zoologia
Para realização desta etapa foi considerado o desenvolvimento da disciplina Zoologia II
(Anelídeos a Equinodermos) oferecida para o segundo período do curso de Ciências Biológicas
da PUCPR durante o segundo semestre de 2016, constando com 48 alunos matriculados. A
disciplina possui uma carga de 64 horas, sendo duas teóricas e duas práticas semanais,
comportando eixo das disciplinas de fundamentação na qual os estudantes devem ser
capacitados para compreender conceitos sobre a estrutura corporal dos animais e sua associação
com demandas ecológicas e evolutivas, além de ser capacitado a reconhecer estruturas corporais
e identificar filos, classes e ordens de invertebrados.
A aplicação e avaliação de métodos alternativos ao uso de animais demandou o uso de
metodologias ativas e um ensino híbrido com atividades teóricas, práticas, presenciais e busca
de elementos na realidade para formação dos conceitos. As aulas práticas foram elaboradas
segundo as recomendações legais (CONCEA, 2015) que institui a aplicação do princípio ético
dos 3R’s em atividades que possui uma justificativa idônea para o uso de animais, sendo os
mesmos relativos à: redução, substituição e refinamento. Desta forma, os grupos taxonômicos
animais foram trabalhados na forma tradicional envolvendo o animal conservado em álcool e
com dissecação, o uso de métodos de conservação mais efetivos como resina e glicerina e
métodos inovadores como chaves sistemáticas digitais. As adesões do estudante aos métodos
utilizados foram atestadas por meio de um questionário disponibilizado no qualtricis, o qual o
mesmo deveria acessar após a aula. Tanto as aulas apenas expositivas como as aulas
demonstrativas dos métodos de amostragem o tiveram elevada adesão e boa avaliação dos
estudantes (Figura 1), ressalta-se a baixa concordância que o uso do animal real, no caso a
barata, tenha deixado os estudantes constrangidos ou desconfortáveis. Quanto aos métodos
alternativos maior adesão foi atribuída ao meio digital e menor à resina, esse resultado foi
atrelado a dificuldade de visualização de estruturas corporais contrapondo com as possiblidades
do meio digital, além provavelmente, da identificação dos estudantes com a ferramenta.
16
Figura 1. Atribuição de nota de 0 a 10 por estudantes de biologia para os métodos
substitutivos ao uso de animais em aula de zoologia.
Fonte: as autoras – dados da pesquisa.
O estudante foi avaliado globalmente considerando uma composição de rubricas para
cada atividade, além de ter sido aplicado um teste para nivelamento de desenvolvimento moral
segundo a teoria de Kolberg (Kohlberg, 1969), a fim de verificar se esse tipo de abordagem
pedagógica promoveu o desenvolvimento moral do mesmo. Esse resultado, todavia, não foi
analisado. As atividades propostas foram: a) Pesquisa por projeto relativo à observação de um
invertebrado em seu ambiente relacionando a forma de utilização da estrutura corporal para
resolver seus desafios de sobrevivência, sendo avaliado aplicação correta de termos técnicos e
nome científico, caracterização da biologia e ecologia com base na literatura científica e correta
citação, relato detalhado do método de coleta de dados, apresentação, interpretação e validação
dos resultados e uso de imagens próprias; b) Simulação de atuação em situação real com
aplicação do conteúdo na realidade com elaboração de um projeto de pesquisa: relevância,
viabilidade, entrevista, proposta escrita e defesa pública; c) Coleção didática de invertebrados
real: planejamento, condutas para reduzir uso de animais, técnica de conservação e
etiquetagem, tabelamento dos dados e geração de gráficos comparativos entre as variáveis
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
9,00
VisãoGeral
Técnica
Métodos
Muitasinformações
Reflexões
Desnecessário
Manipulação
Detalhes
Habilidadesmanuais
Nãosesentiuavontate
Desnecessáriomatar
Animaispequenos
Aprovou
Nãoaprovou
Aprovou
Nãoaprovou
Aprovou
Nãoaprovou
Aprovou
Nãoaprovou
Atribuiçãodevalorconformeconcrdância
Aulaexpositiva- métodos
de amostragem
Aulaprática - Dissecação
Animal real
Alcool Seco Resina Digital
Métodosde Conservação
testadas; d) Coleção didática de invertebrados virtual: veiculada pelo grupo do whatsapp,
sendo que o estudante deveria fotografar os invertebrados de seu dia-dia-dia, sendo avaliado o
animal fotografado, correta identificação e redação de nome científico; e) Reconhecimento de
características de animais de interesse médico, econômico e conservacionista: produção de
banner explicativo com aplicação correta de termos técnicos e nome científico dos animais,
apresentação de informações sobre a biologia, ecologia e capricho. Ao final da disciplina os
estudantes realizaram uma auto avaliação com atribuição de notas de 0 a 10 (sendo 0 para
pouco capaz e 10 para muito capaz) para o quanto se considera capaz em: 1) identificar classes
e ordens de invertebrados; 2) redigir corretamente nomes científicos; 3) utilizar termos
técnicos; 4) associar aspetos da biologia e ecologia de invertebrados de interesse médico,
econômico ou ambiental; 5) planejar uma pesquisa de amostragem; 6) aplicar os métodos de
amostragem; 7) preparar uma coleção científica; 8) reconhecer questões éticas no uso de
animais para atividades acadêmicas; 9) planejar soluções para minimizar o impacto das
atividades de aprendizagem nos animais e na natureza; 10) utilizar corretamente fontes
bibliográficas. Para cada quesito o docente atribuiu um conceito A, B ou C para o desempenho
do estudante durante uma avaliação presencial no qual o mesmo foi confrontado com cada uma
das situações atestadas nas questões. O estudante também foi questionado quanto as aulas
promoveram possibilidades de: 1) aprender questões técnicas; 2) refletir sobre questões éticas;
3) possibilidade de se sentir como Biólogo na percepção e proposta de soluções para questões
reais; 4) possibilitar a formação e crescimento acadêmico e profissional.
A média geral da auto avaliação dos estudantes foi de 7,76±1,58 (N=669; 5-10), sendo
que apenas 14,58% atribuíram nota inferior a 7. A questão com menor nota foi a identificação
correta dos animais e a melhor pontuada o reconhecimento das questões éticas. Contudo foi
justamente a identificação que apresentou maior frequência de conceito A, sendo a aplicação
correta bibliografia a de menor desempenho (Figura 2).
Figura 2. A) Pontuação média da auto avaliação dos estudantes para o capacidade técnica e quanto as
aulas práticas contribuíram para sua formação profissional; b) atribuição de conceitos pelo docente a
cada uma das questões de auto avaliação.
18
Fonte: as autoras – dados da pesquisa
Considerações Finais
Os resultados parciais atestam que apesar de uma maior percepção ética sobre o tema
na área das Ciências Biológicas e uma busca pela minimização do sofrimento animal, os
métodos alternativos são pouco aplicados no ensino superior principalmente na disciplina de
Zoologia. Um dado preocupante, pois como a Biologia trata-se do estudo da vida e de
constante respeito aos seres vivos, espera-se uma maior percepção e sensitividade quanto a
práticas que podem colaborar para uma diminuição do problema. Certamente, isso é possível
se houver meios que possibilitem a aplicação de métodos para que, além de contribuir para a
diminuição ou anulação do uso de animais no ensino, possa também, contribuir de forma
positiva na formação acadêmica dos discentes.
As análises iniciais da aplicação dos princípios dos 3R’s nas aulas de Zoologia de
invertebrados associada com as metodologias inovadoras já proporcionam resultados
animadores quanto à efetividade das técnicas utilizadas, principalmente aquelas que usam
meios digitais, os quais provavelmente decorrente da identificação são mais motivadoras para
os estudantes do que o uso de animais mortos para o estudo da morfologia corporal.
Percebe-se que a utilização de métodos alternativos, por mais simples que possam vir
a ser, são efetivos no ensino, pois instigam pensamentos críticos sobre essa prática e uma
percepção real do mundo científico, algo muito positivo, tendo em vista que os alunos
testados serão profissionais futuros e necessitam da desenvoltura de pensamentos que
coloquem em questionamento sua própria visão perante possíveis problemas na carreira
profissional.
REFERÊNCIAS
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Edições 70 (Ed.), p. 229, 2011.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Identificação
Nomescientíficos
Termostécnicos
Biologiaeecologia
Planejarpesquisa
aplicarmétodos
Prepararcoleção
Questõeséticas
Planejarsoluções
Bibliografia
Técnica
Éticas
SesentirBiólogo
Crescimentoprofissional
Pontuaçãomédia
Auto-avaliaçãotécnica
Contribuiçãoaulas
Conceitos atribuídos pelodocente
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Identificação
Nomescientíficos
Termostécnicos
Biologiaeecologia
Planejarpesquisa
aplicarmétodos
Prepararcoleção
Questõeséticas
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Bibliografia
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106-117, 2010.
20
AVALIAÇÃO DE MÉTODOS ALTERNATIVOS NO USO DE ANIMAIS
NO ENSINO DA ZOOLOGIA
Ana Laura Diniz FURLAN9 - PUCPR
Marta Luciane FISCHER10 - PUCPR
Eixo – Educação, tecnologia e comunicação
Agência Financiadora: não contou com
financiamento
Resumo
O uso de animais em aulas práticas há muitas décadas tem fomentado inquietações de cunho
ético sobre essa “pseudo” necessidade. Entretanto a demanda por rompimento de paradigmas é
constantemente incitados pelos estudantes que não concordam com os hábitos tecnicistas e
tradicionais. Com o apoio da Bioética na valorização do cuidados e proteção da vida, a temática
tem sido debatida em instituições de ensino, visando minimizar o sofrimento animal. Objetivou-
se caracterizar a percepção dos estudantes e professores a respeito do uso de animais em aulas
práticas de Zoologia e seu conhecimento sobre métodos alternativos substitutivos. Para tal,
aplicou-se um questionário on line com 55 questões a presente pesquisa é análise dos dados do
período de setembro de 2016 a maio de 2017. Foram analisadas até o momento a resposta de
259 estudantes e 46 professores, os principais resultados encontrados até o momento, refere-se
que alunos e professores reconhecem a Senciência animal, entretanto ainda utilizam animais
em aulas práticas e mesmo já realizaram coletas em sua maioria artrópodes. O condicionamento
de estudantes e professores a acreditarem que unicamente com a utilização do animal o
conhecimento será eficiente, não permitiu um avanço nas técnicas consolidadas. Porém o
conhecimento bioético, que suscita a substituição de animais por métodos alternativos em aulas
é possível, incluindo um amadurecimento moral e ético com o animal quanto a sua relação com
a natureza. Dessa forma, fica claro que apesar do desejo do rompimento de paradigmas, é
fundamental ampliar as discussões bioéticas e promover o conhecimento e desmistificando
ideias retrogradas afim de elevar a valorização da vida animal independente de sua
complexidade celular e bioquímica.
9 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Bioética - Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR)..
10Doutora em Zoologia UFPR. Professora Titular da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). E-mail:
marta.fischer@pucpr.br.
22
Palavras-chave: Uso de animais no ensino. Zoologia. Métodos Alternativos. Bioética.
Senciência.
Introdução
O uso de animais em atividades acadêmicas visando à demonstração de conhecimentos
biológicos conhecidos é tradicionalmente embasado na crença de que os animais não são seres
senscientes (FEIJÓ et al., 2010). Contudo, o avanço do conhecimento científico, somado à
mudança de condutas da sociedade como um todo e da comunidade acadêmica em particular,
têm resultado em leis que visam regulamentar esse uso. Assim, é considerado crime causar
sofrimento ou dor em animais em situações para as quais existem alternativas (DANIELSKI et
al., 2011). Diante dessa demanda, paulatinamente o uso de animais em atividades acadêmicas
vem sendo, sempre que possível substituído por manequins, modelos e softwares, partindo-se
do pressuposto que esta substituição não incorra em prejuízo para o aprendizado, contribuindo
para a formação de profissionais e cidadãos com condutas mais éticas com respeito aos animais
(DINIZ, 2006). Cadáveres de animais são tradicionalmente utilizados em aulas de zoologia.
Muitos educadores alegam ser impossível desenvolver habilidades necessárias para o exercício
profissional sem contato prévio com este tipo de material biológico. No entanto, para suprir
essa demanda é necessário coletar espécimes com frequência, uma vez que as dificuldades
encontradas para a manutenção de acervos didáticos com manipulação constante demanda
frequentes reposições de material. À retirada dos animais do seu habitat e o possível impacto
ecológico gerado por esse tipo de atividade, soma-se o sofrimento causado pelos métodos de
coleta, transporte e eutanásia, quando realizados de maneira inadequada (YAMAZAKI &
YAMAZAKI, 2006). Diante dessa necessidade a presente pesquisa se propõe a elaborar, aplicar
e avaliar métodos alternativos para o ensino de zoologia, por meio da aplicação de diferentes
métodos de conservação, uso de alternativas, metodologias ativas de aprendizagem
sensibilização ética e averiguação da sua eficiência através da simulação do exercício
profissional do estudante.
Os resultados da pesquisa visam despertar docentes e discentes para condutas mais
condizentes com novas diretrizes éticas e legais a respeito do uso de animais para atividades no
qual não haja justificativa e existam outros meios de se alcançar o objetivo (MAGALHÃES &
HORTENCIO FILHO, 2006). Embora já existam inúmeras alternativas para uso de animais em
aulas de fisiologia, toxicologia, psicologia experimental e anatomia para o curso de medicina
veterinária, muito pouca atenção tem sido direcionada para o Curso de Ciências biológicas.
Logo, a presente proposta possui um grande potencial de inovação e aplicação.
Os animais são utilizados como modelos de demonstração de padrões e processos
biológicos desde a Era Clássica, sendo essa prática culturalmente e cientificamente endossada
pela crença que os animais são desprovidos da consciência da dor e do sofrimento decorrentes
dessas intervenções (FISCHER, et al., 2012). Contudo, o próprio desenvolvimento tecnológico
tem evidenciado paulatinamente que diferentes grupos taxonômicos são sencientes, levando a
reflexões a respeito do status moral desses animais (MOLONARI, 2014). As sociedades
contemporâneas são, assim, conduzidas a questionar as condutas humanas com relação aos
animais, demandado novas paradigmas no balizamento de práticas culturalmente enraizadas,
tais como o uso de animais para atividades acadêmicas (FISCHER & TAMIOSO, 2013;
PASSERINO et al., 2014). A manifestação da sociedade e a consequente mobilização do meio
acadêmico e dos órgãos legisladores remontam há mais de dois séculos, quando movimentos
surgidos na Europa acarretaram na elaboração de leis específicas, as quais paulatinamente
influenciaram na legislação de outras nações (PASSERINO et al., 2014).
No Brasil, essa iniciativa de se não utilizar animais encontra-se representada pela Lei
7.964 de 2008 que, refletindo as tendências internacionais e apoiada nos princípios dos 3 R’s
(FISCHER, et al., 2012), objetivou regulamentar o uso de animais em ensino e pesquisa,
visando a redução no número de animais, a substituição de modelos considerados mais
sencientes por menos sencientes e o refinamento das intervenções, de modo a causar o menor
sofrimento possível (FISCHER et al., 2014). Desde então, vem sendo incentivada a pesquisa, a
avaliação e a divulgação de métodos alternativos ao uso dos animais, principalmente no
contexto educacional, cuja prática não encontre justificativa legitimada.
Em um primeiro momento, direcionaram-se esforços para substituição de animais em
procedimentos mais invasivos, para os quais foram desenvolvidos, por exemplo, modelos
artificiais tridimensionais e alternativas digitais (BRASIL, 2008; DINIZ, et al., 2006; TUDURY
et al., 2008; PAIXÃO, 2008; KONFLANZ et al., 2015). O atual momento demanda um
direcionamento para os métodos de ensino menos invasivos e impactantes.
24
Neste contexto, destacam-se as aulas práticas de zoologia. Muitos zoólogos argumentam
que é impossível substituir um animal em uma aula prática de zoologia sem a consequente perda
de qualidade das atividades docentes realizadas, pois o estudante precisa do modelo real para
aprender a diferenciar as morfologias interna e externa, fundamentais principalmente para
identificação taxonômica precisa (LIMA et al., 2008). Para tanto, os laboratórios das
instituições de ensino superior que ofertam o curso de Biologia precisam manter um acervo
diverso que necessita ser frequentemente renovado, tendo em vista a pouca durabilidade da
material face à contínua manipulação, principalmente de animais com corpos mais frágeis tais
como muitos invertebrados. Ademais, a inadequação de métodos de preparação resulta muitas
vezes em material de péssima qualidade, que não se presta de forma adequada aos propósitos
das aulas práticas. Assim, questiona-se a aplicabilidade dos princípios dos 3R’s também nas
aulas de zoologia. Depreende-se a necessidade de promover um aprendizado mais eficiente,
ético e produtivo, tendo em vista o avanço tecnológico que permita acessar com mais qualidade
padrões morfológicos e processos fisiológicos, em relação àqueles disponíveis em exemplares
mal preservados. Têm-se como hipótese que tradicionalmente os estudantes e professores das
disciplinas de zoologia estão condicionados a acreditarem que somente com a utilização do
animal, seu aprendizado será eficiente. Porém, acredita-se que a substituição de animais por
métodos alternativos em aulas é viável, e além de promover a conduta ética com o animal -
demanda da sociedade - também irá contribuir para o amadurecimento moral quanto a sua
relação com a natureza. Avaliar eticamente a percepção e concepção dos estudantes a respeito
do uso de animais em aulas práticas de zoologia e sobre os métodos alternativos substitutivos.
A condição genética do ser humano em estabelecer uma conexão com as demais espécies
existentes no planeta Terra é algo inerente, atribuído ao termo Biofilia proposto por Wilson
(1989). Em que tal ligação segue da atração a repulsa, da admiração á indiferença. É inegável
a necessidade de interação da espécie humana com os demais fatores bióticos e abióticos da
Natureza, uma vez que historicamente o homem teve sua história evolutiva intrinsicamente
ligada às outras espécies, levando seu melhor desenvolvimento em ambientes inóspitos, através
do consumo de carnes, peles, óleos, sendo delegados para trabalhos que envolvam diretamente
a força bruta, ou mesmo a utilização de seus corpos para pesquisa cientifica (CASSIDY, 2001),
além de criar uma efetiva interação na vida do homem com sua companhia. A este laço
interativo criou-se um sistema cognitivo de saberes, crenças além de práticas culturais
relacionando o homem a fauna do local existente (SANTOS-FITA, 2007).As instituições de
ensino e principalmente docentes, podem através de metodologias alternativas buscarem uma
melhor compreensão ética a respeito do saber, ademais Levai (2010) exemplifica: Sistemas
biológicos “in vitro”; cromatografia e espectrometria de massa; farmacologia e mecânica
quântica; estudos epistemológicos; estudos clínicos; necropsias e biopsias; simulações
computadorizadas; modelos matemáticos; culturas de bactérias e protozoários. A adoção de
métodos alternativos nos Estados Unidos e na Europa e outros países aboliram o uso de animais
no ensino, além de abolir os testes com animais (LEVAI, 2010). A educação atualizada e
sincronizada com métodos alternativos envolto no progresso tecnológico contribue para o
pensamento ético. Criar-se-ia um ambiente saudável de aprendizagem com o mínimo de
conflitos negativos éticos envolvendo o contexto educacional (PRESGRAVE, et al., 2010).
Metodologia
Para caracterizar o conhecimento da percepção dos estudantes do ensino superior e
professores da rede básica e faculdades foram elaborados, validados e aplicados instrumentos
de pesquisa especialmente elaborado para esta pesquisa, por meio de plataforma eletrônica
Qualtrics. O questionário apresenta 15 questões voltadas aos estudantes da graduação, e 20
questões direcionadas aos professores da rede pública e privada, em instituição de ensino
básico, médio e ensino superior. A pesquisa foi divulgada através da rede social Facebook, lista
pessoais de e-mails das autoras, também por meio de pesquisas utilizando o buscador Google
mapeando os contatos de professores de Zoologia do ensino superior. Para a presente pesquisa,
utilizou-se respostas coletadas de setembro de 2016 até abril de 2017. Nesses questionários
foram investigados os motivos que conduziram a escolha pelo curso, a representatividade do
contato com o animal para sua formação, a percepção de suas condutas com relação aos novos
paradigmas éticos no relacionamento do homem com o animal. O presente estudo necessitou
previamente da aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Católica do Paraná
cujo número do parecer é 1.682.944.
Resultados
26
A pesquisa até o presente momento contou com a participação de 259 estudantes e 46
professores. O curso de formação predominante foi o curso de Ciências Biológicas
Bacharelado, com 55,7% das participações e de Licenciatura com 29,2%. Destacando
universidades (86.7%) e instituições privadas (52,9%) que congregavam os estudantes. Entre
os professores, 43,8% assinalaram licenciatura como formação acadêmica, com predominância
de universidades (91,3%) e públicas (47,8%). Enquanto concentram sua área de atuação em
instituições de ensino pública e privada, desde de ensino básico a superior.
Entre os estudantes, quando questionados sobre o uso de animais no decorrer de sua
formação, apenas 0,7% afirmara que não utilizaram animais em suas aulas, contra 73,3% que
tiveram aulas com animais mortos e 25,9% utilizaram animais vivos durante sua formação. A
maioria dos respondentes (43,8%) afirmaram que no decorrer da sua graduação não precisaram
coletar animais para suas aulas práticas, contra 56,1% que coletaram, em sua grande maioria
invertebrados artrópodes. Por sua vez, 4,3% disseram que não utilizaram animais em sua
formação, contra 47,8% que tiveram aulas práticas com animais, sendo destes 47,8% foram
com animais vivos. Correspondente ao padrão dos estudantes, 67,3% dos professores
afirmaram que coletaram animais para suas aulas, destacando os artrópodes, enquanto apenas
32,6% não realizaram coletas.
Quanto aos motivos que levaram os estudantes a optarem pelo curso de formação,
conforme tabela 1, foi atribuída maiores pontuações para “amar a natureza e os seres vivos”,
assim como ter através do seu serviço oportunidade para salvar o planeta.
Tabela 1- Média relativa sobre os motivos que motivaram a escolha pelo curso de graduação.
Média
Desvio
padrão
Por amar a natureza e os seres vivos 7.81 1.84
Por poder ter a possibilidade de trabalhar na natureza com plantas e animais 7.32 2.12
Por ter a possibilidade de contribuir com seu trabalho para salvar o planeta Terra 7.02 2.23
Por ter a oportunidade de manipular e conheceros animais desde a graduação 5.81 2.54
Por ter a oportunidade de defender os animais do uso excessivo pelos seres humanos 6.73 2.31
O quanto você acha necessário o contato do animal nas aulas práticas de Zoologia para
sua formação?
6.33 2.58
O quanto você ficaria satisfeito se soubesse que não usaria nenhumanimal em suas
aulas de zoologia
4.84 3.17
O quanto você ficaria frustrado se soubesse que não usaria nenhumanimal em suas
aulas de zoologia
4.81 3.10
O quanto você acredita que o contato com o animal nas aulas práticas de zoologia o
capacitará como Biólogo para identificar um animal posteriormente
6.24 2.61
O quanto você acredita que o contato com o animal nas aulas práticas de zoologia o
capacitará como Biólogo para identificar hábitos e habitats dos animais
5.25 2.71
O quanto você acredita que o contato com o animal nas aulas práticas de zoologia o
capacitará como Biólogo para identificar e solucionar questões ambientais
4.97 2.74
O quanto você acredita que os métodos alternativos podemsubstituiro uso de animais
nas aulas de zoologia
5.95 2.62
O quanto você conhece dos novos paradigmas éticos no relacionamento do homem
com o animal?
5.11 2.18
Fonte: Dados da Pesquisa.
Os professores para o mesmo questionamento atribuíram altas pontuações para a possibilidade
de se trabalhar com plantas e animais a principal escolha pelo curso de formação, amor a
natureza e aos animais, seguido de o contato com animais no decorrer da graduação foram
fatores que estimularam a escolha profissional.
O princípio dos 3 R’s, é conhecido por 66,6% dos participantes da pesquisa, quando
questionados de que forma tiveram acesso a informação as respostas variaram em aulas no
decorrer da graduação, Internet e aulas de bioética. Contra 33,3% que afirmaram não terem
conhecimento da temática. A maioria dos professores (76%) relataram conhecer o Principio dos
3R’s, já os que não tinham conhecimento totalizaram 23,9%. Sobre a lei de Objeção de
Consciência, a maioria (75,3%) afirmou nunca ter ouvido sobre, em contrapartida com 24,6%
que disseram ter adquirido conhecimento, na universidade, através de amigos, congressos e
Internet. Entre os docentes, 69,5% disseram não ter conhecimento sobre a Lei de Objeção de
Consciência, contra 30,4% que conheciam. Sobre o contato com métodos alternativos no
decorrer das aulas práticas, 66,6% não tiveram experiências com metodologias alternativas,
contra 33,3% que afirmaram sim na maioria em aulas de Fisiologia animal e Zoologia.
Quando questionados sobre o uso de animais nas aulas práticas, os participantes
concordam com o uso de animais em aulas desde que seja extremamente necessário como
recurso didático, conforme tabela 2, desde que esses animais estejam livres de sofrimento. Além
de utilizar animais em aulas desde que não utilizam animais com capacidade de sentir dor e
sofrimento, tendo como exemplo os grandes mamíferos.
28
Tabela 2- Pontuação média (0-9) atribuída aos motivos que motivaram a escolha pelo curso de graduação.
Média Desvio padrão
Eu concordo com o uso de animais em aulas práticas de Zoologia como
recurso didático, pois sem poderdissecá-los e conhecê-los a fundo os homens
não alcançariam o desenvolvimento científico e tecnológico que detém
atualmente e que almeja para o futuro
4.77 2.89
Eu concordo com o uso de animais em aulas práticas de Zoologia como um
recurso didático, porém não os utilizando vivos ou aqueles que possuem
capacidade de sentirdor e sofrer, sentir prazer ou bem-estar, tais como
grandes mamíferos
6.00 2.84
Eu concordo com o uso de animais em aulas práticas de Zoologia como
recurso didático desde que seja extremamente necessário,não haja outra
alternativa e os animais utilizados estejam livres de dor e sofrimento
6.73 2.65
Eu não concordo com o uso de animais em aulas práticas de Zoologia como
recurso didático, pois por serem dotados de vida têm direito de não serem
utilizados como recursos pelo homem para a finalidade que for, muito menos
a didática, a qual é facilmente substituída.
4.76 3.00
Eu não concordo com o uso de animais em aulas práticas de Zoologia como
recurso didático, pois todos os seres vivos são importantes pelo seu valor
intrínseco, independente se possuemou não capacidade de sentir, o importante
é que são seres-vivos e têm o direito de viver suas vidas.
4.84 2.91
Eu não concordo com o uso de animais em aulas práticas de zoologia como
recurso didático, pois cada servivo faz parte de uma teia que compõe os
ecossistemas.Logo, retirá-los da natureza simplesmente para usar em aulas
pode contribuir para um desequilíbrio ecológico.
4.84 3.04
Fonte: Dados da Pesquisa.
Igualmente questionados se concordam com a utilização dos animais em aulas práticas,
os docentes pontuaram que concordam, desde que não existe métodos substitutivos, e que os
animais não sintam dor nem sofrimento. Outra assertiva pontuada pelos docentes, que
contrapõe as respostas dos estudantes diz respeito a necessidade dos animais em aulas práticas,
pois segundo eles, sem poder disseca-los e conhece-los a fundo não se alcançariam o
desenvolvimento cientifico e tecnológico necessário.
Quanto ao usarem métodos alternativos os professores 48,8% afirmaram não utilizar em
suas aulas práticas. Enquanto que 51,1% dos professores afirmaram incluir vídeos, imagens,
saída de campo, modelos anatômicos produzidos pelos estudantes, conforme tabela 3.
Tabela - Pontuação média (0-9) atribuída ao modo como são lecionadas as aulas de Zoologia.
Média
Desvio
padrão
Acompanhando livro didático e usando as figuras disponibilizadas pelo mesmo 6.35 2.62
Usando animais fixados em álcool presente na instituição trazidos pelos alunos 4.39 3.09
Usando animais fixados em álcool presente na instituição coletados pelos
professores
5.95 3.02
Dissecando animais como minhocas e peixes juntamente com os estudantes 3.95 3.40
Fazendo excursões no jardim da instituição para identificar os animais 6.10 3.15
Fazendo excursões à zoológicos para conhecer melhor os animais 4.83 3.52
Fonte: Dados da Pesquisa.
Considerações Finais
Os animais se constituem de um dos modelos didáticos mais utilizados em aulas práticas
nas instituições de ensino superior, essa perspectiva clássica que contribui com o uso de animais
como estratégia didática soe normal, apropriado e até mesmo inquestionável, como se o ensino
dependesse exclusivamente dessas práticas retrogradas. Fato este evidenciado na presente
pesquisa em que a maioria dos participantes relaram ter tido aulas com animais no decorrer de
sua graduação. Para Zanetti (2009) persiste ainda uma barreira a ser destruída que é a falta de
conhecimento e o não praticar discussões sobre os aspectos éticos que envolvem o uso de
animais no ensino. As novas tendências de métodos alternativos como recurso didático, está
evoluindo, bem como uma abertura a temas científicos até então silenciados como o bem-estar
animal, bioética e a interação homem-animal (ZANETTI, 2009).
Os movimentos de libertação animal, para Singer (2002), requerem a quebra de
paradigmas para práticas anteriormente consideradas naturais e inevitáveis tornem-se a todos
atividades injustificáveis. Segundo Spinsanti (1990) abordagens históricas de que animais não
possuem valor intrínseco, mas sim utilitário, perpetuam-se ainda hoje,. O Princípio da Igual
Consideração de Interesses, em que Singer (1998) afirma, que todos os seres vivos possuem o
mesmo peso de interesse, independentemente da raça, sexo ou espécie.
A senciência animal caracterizada pela capacidade do animal de sentir, ainda é
sucumbida por alguns estudiosos e expostas de maneira tendenciosas (SINGER, 1998),. Este
fato, pode ser identificado nas respostas dos questionários da presente pesquisa, em que
30
enquanto na graduação mais da metade dos participantes, afirmam terem realizados coletas de
animais para aulas práticas, destacando entre os invertebrados o grupo dos artrópodes. Oliveira
(2014) elucidou o ceticismo da comunidade quanto ao sentimento dos animais quando
comparadas a outras áreas do conhecimento. Entretanto, apesar de amargo o gosto da aceitação
da sensciência no Filo animal, os animais invertebrados sofrem ainda mais com subjugação,
sendo o filo mais numeroso, que comporta aproximadamente um milhão de espécies animais
conhecidas, essa variedade e complexidade de vida animal dificulta a compreensão do ponto da
escala evolutiva surge a senciência (Oliveira, 2014). As abordagens para se concluir os níveis
de senciência animal são complexas, que envolvem estudo de comportamento, neurológico e
fisiológico. Oliveira (2014) ressaltou que não existe um momento ao certo para se definir onde
começou a presença da senciência nos animais, dessa forma temos obrigação moral para com
todos os animais e o benefício da dúvida em os tratar como fossem seres sencientes.
A legislação da União Europeia em diversos encontros, estudou a possibilidade de se
enquadrar determinados grupos de invertebrados considerando a complexidade de sua forma
embrionária e fetal. A versão final da Diretiva 2010/63/UE inclui os cefalópodes (polvos, lulas
entre outros), incluindo como seres sencientes. Outros países como no Canadá, existe uma
divisão no grupo de invertebrados entre superiores e inferiores (OLIVEIRA et al. 2014). O
Manifesto de Cambridge (2012) declara sobre a consciência animal, que embora a ausência de
neocórtex não implica a incapacidade de um organismo experimentar estados efetivos.
O dialogo acerca do status moral animal, perpetua-se em discussões filosóficas até o
momento, ganhando força com o livro de Peter Singer Animal Liberation, publicado em 1975,
causando polêmica mundial, principalmente devido a péssimas condições em que animais eram
submetidos nas indústrias de cosméticos e produção de alimentos. Dentro dessa temática,
Russel e Burch (1959) definiram o princípio dos 3Rs: Replace, reduce, refine, pautado
justamente na redução, substituição e o refinamento, em que visa a minimização da dor causada.
Esse termo é conhecido pela maioria dos participantes da pesquisa, apontando que os temas
permanecem viventes e atuais, ganhando forças para causa animal.
Em contrapartida a Lei de Objeção de Consciência é pouco conhecida pelos
participantes da pesquisa, que trata-se que nenhum aluno precisa participar de aulas que
envolvam animais vivos, consequentemente nenhum professor ou diretor, pode puni-los, tirar
pontos ou mesmo reprova-los, pois é amparado por lei. O caminho já foi indicado na própria
Lei Ambiental: adoção de métodos alternativos à experimentação animal. Mencionado
dispositivo ajusta-se perfeitamente ao mandamento supremo expresso no artigo 225, § 1º, VII,
da Constituição Federal, em que o legislador houve por bem vedar as práticas que submetam
animais à crueldade: “Incumbe ao Poder Público proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma
da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção das
espécies ou submetam os animais à crueldade”. Ao considerar na atualidade os recursos
alternativos existentes para a não utilização de procedimentos vivisseccionistas, faze necessário
uma mudança de paradigmas, na mentalidade de educadores e pesquisadores, um fomento
interior que seja possível conciliar a ética com atividades didáticas-cientifica (LEVAI, 2006).
A pesquisa atual mostra seu ponto de vulnerabilidade moral vivenciada pelos participantes, em
que compreendem as questões da senciência animal, são passionais quanto a escolha do curso
de graduação, tem conhecimento de métodos alternativos substitutivos, ainda afirmam que
concordam com o uso de animais em aulas práticas. Tais conceitos encontram-se tão
consolidados que a intervenção da Bioética, em trazer luz a mudanças revolucionárias se fazem
necessárias.
A maneira atual em que aulas são planejadas, a introdução de métodos alternativos ainda
é considerada com dificuldades por alguns educadores. Utilizando de animais para repetição de
técnicas amplamente descritas, em que a demonstração resume a teoria, uma mera repetição
teórica na prática (SEIXAS et al. 2008). A utilização de métodos alternativos no uso de animais
é vantajosa, por trazer um ensino atualizado tanto no quesito tecnológico quanto ético. Outro
ponto relevante é a manutenção dispendiosa para manter animais em instituições de ensino,
seria minimizada ao se utilizar métodos alternativos (Pinto et al. 2005).
A importância de atividades práticas no ensino, laboratoriais, campo, utilização de
modelos, slides, vídeos e softwares como recursos didáticos reforçam a aprendizagem. Desde
que bem direcionadas e planejadas facilitam a assimilação dos conteúdos. Em um estudo
direcionado por Tudury e Potier (2008), estudantes que utilizam métodos alternativos
substitutivos demonstraram a eficácia das iniciativas a não utilização de animais, alcançando o
mesmo nível de conhecimento que os estudantes que utilizavam técnicas convencionais.
32
O desafio educacional deve ser o combustível que irá promover a metamorfose de
pensamentos, romper os paradigmas morais que envolvem o uso de animais, reconhecer o status
moral de todos os organismos vivos com a luz da bioética. Construir um pensamento crítico e
reflexivo de igualdade a todos os seres, romper com o utilitarismo e especismo. Desta forma
será possível promover a substituição por métodos mais eficazes a um desenvolvimento ético e
cientifico envolvendo o uso de animais no ensino.
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CATEGORIZAÇÃO DAS AULAS PRÁTICAS DE ZOOLOGIA E
APLICAÇÃO DE MÉTODOS ALTERNATIVOS SOB A PERSPECTIVA
CIENTÍFICAE POPULAR
Ana Laura Diniz FURLAN11 - PUCPR
Pedro Cazetta CRUZ12 - PUCPR
Fernanda Fornerolli WISNIEWSKI13 -
PUCPR
Marta Luciane FISCHER14 - PUCPR
Eixo –Educação, Tecnologia e Comunicação
Agência Financiadora: não contou com
financiamento
Resumo
O uso de animais para atividades acadêmicas é justificado na necessidade do desenvolvimento
de habilidades técnicas consideradas fundamentais no exercício profissional na área das
ciências biológicas tais como biólogos, biomédicos e médicos. No entanto debates instaurados
nas últimas décadas tem levado a sociedade a questionar a legitimidade das justificativas e
conclamar o desenvolvimento de tecnologias que substituía o uso de animais sem prejudicar a
formação profissional. Contudo, a análise da questão sob a perspectiva bioética prevê a listagem
de argumentos favoráveis e contrários visando a equalização de um conflito ético e a busca por
uma solução que diminuía as vulnerabilidades. Assim, é fundamental conhecer o que tem sido
proposto e as consequências no aprendizado. O presente testudo teve como objetivo categorizar
o conhecimento científico e popular a respeito da substituição ao uso de animais em atividades
didáticas, levantar a opinião popular em meio digital e avaliar de que forma as aulas com
animais têm sido conduzidas. Os resultados parciais elucidam que no meio popular os métodos
alternativos estão sendo aceitos, com certa parcialidade da população que acredita que o uso de
animais em aulas seja indispensável para uma boa formação acadêmica. Os métodos
alternativos têm sido disponibilizados digitalmente no meio popular, sendo assim há um acesso
mais básico sobre o assunto, já no meio científico, o uso de planos de aulas e o uso de artigos
científicos demandam um estudo mais aprofundado sobre os métodos alternativos e de como
esses serão aplicados. O docente não deve perceber as novas exigências éticas e legais como
entraves para o exercício profissional do docente, mas como oportunidade de criar, juntamente
como os acadêmicos, alternativas para que não haja prejuízo para o ensino, para o profissional
e principalmente para a natureza.
Palavras-chave: Bioética. Métodos alternativos. Principio dos 3 R’s
11 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Bioética - Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
E-mail: ana.ldf@hotmail.com
12 Acadêmico do Curso de Ciências Biológicas. E-mail: pedrocazettacruz@gmail.com
13 Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas. E-mail: fernanda.fornerolliwisniewski@gmail.com
14 Doutora em Zoologia UFPR. Professora Titular da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). E-
mail: marta.fischer@pucpr.br
36
Introdução
O uso de animais em atividades acadêmicas visando à demonstração de conhecimentos
biológicos conhecidos é tradicionalmente justificado na importância para formação profissional
do estudante e apoiado na crença de que os animais não são seres senscientes (FEIJÓ et al.,
2010). Contudo, o avanço do conhecimento científico, somado à mudança de condutas da
sociedade como um todo e da comunidade acadêmica, em particular, têm resultado em leis que
visam regulamentar esse uso. Assim, é considerado crime causar sofrimento ou dor em animais
em situações para as quais exista alternativas (DANIELSKI et al., 2011, CONCEA, 2015)
Diante da demanda da sociedade por novos paradigmas na relação homem/natureza,
paulatinamente o uso de animais em atividades acadêmicas vem sendo, sempre que possível
substituído por manequins, modelos e softwares, partindo-se do pressuposto que esta
substituição não incorra em prejuízo para o aprendizado, contribuindo para a formação de
profissionais e cidadãos com condutas mais éticas com respeito aos animais (DINIZ, 2006,
FEIJÓ et al., 2010). Dados internacionais atestam que universidades de medicina americanas e
europeias já não usam modelos animais em suas aulas práticas há décadas, e por isso não são
considerados pela comunidade como piores médicos do que aqueles que, todavia, usam o
modelo animal para a prática da técnica operatória, como é argumentado pelas universidades
brasileiras, por exemplo (DINIZ, 2006, FEIJÓ et al., 2010).
Cadáveres de animais são tradicionalmente utilizados em aulas de zoologia, apoiados
por educadores que alegam ser impossível desenvolver habilidades necessárias para o exercício
profissional sem contato prévio com o material biológico. No entanto, para suprir essa demanda
é necessário, no caso de animais silvestres coletar e no caso de animais de laboratório ou de
produção comprar e sacrificar inúmeros indivíduos com frequência. Uma vez que são
encontradas dificuldades para a manutenção de acervos didáticos cujo material é facialmente
deteriorado com manipulação constante requisitando as reposições, principalmente de animais
invertebrados, devido a fragilidade dos seus corpos. A retirada dos animais do seu habitat e o
possível impacto ecológico gerado por esse tipo de atividade, soma-se ao sofrimento causado
pelos métodos de coleta, transporte e eutanásia geralmente realizados de maneira inadequada
(YAMAZAKI; YAMAZAKI, 2006).
Embora já existam alternativas formais e informais para a substituição do uso de animais
em aulas de fisiologia, toxicologia, psicologia experimental e anatomia destacando-se os cursos
de medicina, veterinária, biomedicina e psicologia pouca atenção tem sido direcionada para o
Curso de Ciências Biológicas quanto ao uso de animais nas aulas de Zoologia. Logo, a presente
proposta, apoiada em um relevante potencial de inovação, questiona qual é a perspectiva
científica e popular quanto ao uso de animais para atividades acadêmicas. Tem-se como
hipótese a existência de aderência popular à substituição ao uso de animal, contra a resistência
dos docentes e discentes de cursos específicos que condicionam o aprendizado ao contato com
o animal. O objetivo foi avaliar e categorizar os métodos alternativos sob a perspectiva
científica e popular e avaliar como as aulas de zoologia vêm sendo conduzidas visando a
substituição do modelo animal nas atividades acadêmicas de Zoologia.
Desenvolvimento
A presente pesquisa compõe um projeto desenvolvido no Programa de Pós-Graduação
em Bioética da PUCPR, já aprovado pelo CEP-PUCPR (1.682.944) e CEUA-PUCPR
(n.01087/2016), cujo estudos têm sido realizadas atendendo as recomendações quanto aos
procedimentos ético, técnico e legal, prezando por uma pesquisa integra e preservando os
direitos e dignidade dos participantes.
Categorização a abordagem científica da substituição do modelo animal nas atividades
acadêmicas
Na primeira etapa da pesquisa está sendo a categorização dos conteúdos disponíveis em
textos científicos disponível em livros, artigos científicos, resumos apresentados em congresso
disponíveis em bibliotecas e no meio digital. No meio digital o material está sendo recuperado
de duas maneiras: o portal da CAPES e o Google Acadêmico, em ambos serão utilizados como
descritores em português e inglês “métodos alternativos ao uso de animais” e “métodos
38
substitutivos ao uso de animal”, “uso didático de animais” e “aula prática com animais”. Os
textos recuperados (Tabela 1) estão sendo arquivados e categorizados segundo a técnica de
análise de conteúdo de Bardim (2011), conforme: tipo (Artigo, Resumo, Ensaio), termo
pesquisado, data e hora pesquisada, título do artigo, ano, instituição, teórico/prático, curso
destinado a pesquisa, disciplina, objetivo do trabalho, problemas identificados e os
procedimentos. No meio digital a pesquisa é realizada com o navegador desprovido de login,
devendo ser registrado o número de páginas e data e hora da pesquisa. Para cada descritor serão
catalogados os 100 primeiros registros.
Tabela 1. Número de Registros de Conteúdos Científicos e Populares quanto à substituição ao uso de animais
Termo Portal Capes Google Acadêmico Google.com Youtube
Métodos alternativos ao uso de animais 74 140 10.800 64
Métodos substitutivos ao uso de animais
8 46 1.160
25
Uso didático de animais 101 41 1.150 1.470
Aula prática com animais 222 9 2.580 28
Alternative Methods to Animal Use 10 64 8.070 9.620
Animal replace 56
72 86.800 0
Animal use in education 7 111 15.300 3
Animals in classrooms 3 115 166.000 2
Fonte: As autoras.
Até o presente momento foram categorizados 30 artigos publicados de 2002 a 2015,
para um publico alvo dos acadêmicos e profissionais de graduação em Medicina Veterinária,
Zootecnia e Ciências Biológicas de Bacharelado e Licenciatura abordando sobre a substituição
de métodos alternativos na utilização de animais tanto em pesquisas quanto em atividades
acadêmicas, avaliando sua eficácia, não prejudicando na qualidade do ensino e das pesquisas.
Conforme a realização da categorização dos artigos foi observada que na maioria dos textos
científicos a uma maior abordagem sobre os métodos alternativos ocorrendo nas atividades
acadêmicas de técnicas cirúrgicas, aulas de fisiologia e toxicologia animal. Já os artigos
voltados para a área de Ciências Biológicas mostram que em certas instituições já testaram ou
ainda irão realizar o teste da substituição dos animais para os métodos a fim de avaliar
comparativamente o desempenho de graduandos com e sem a utilização dos métodos para
certificar-se que ao utilizar esses métodos não será prejudicado o aprendizado nas atividades
acadêmicas de zoologia. Alguns dos problemas identificados durante a caracterização desses
textos científicos foi a observação de argumentos que explicam a não utilização devido ao custo
de aquisição do material visto ainda que ainda há um conflito dentre professores e acadêmicos
que se posicionam tanto a favor quanto contra a utilização dos desses métodos. Muitos
argumentos favoráveis ainda defendem a ideia de que o método tradicional é o ideal e
necessário para a formação de um bom profissional e obter uma boa compreensão dos
conteúdos.
Categorização a abordagem popular de notícias meio digital sobre da substituição do modelo
animal nas atividades acadêmicas
Concomitantemente com a análise cientifica estão sendo categorizados os conteúdos
populares disponíveis em sites, blogs e redes sociais presentes no meio digital sobre métodos
alternativos, utilizando como motor de busca o Google.com desprovido de login para diminuir
o viés dessa ferramenta quanto ao direcionamento das respostas (Tabela 1). Para tal, estão sendo
utilizados os mesmos descritores para recuperação de material científico. As páginas
recuperadas estão sendo arquivadas em pdf e categorizadas segundo a técnica de Bardim
(2011), conforme: Termo pesquisado, data e hora, ano, instituição, ferramenta (Blog, Vlog, site,
notícias, portal, redes sociais), objetivos e problemas identificados, número de visualizações,
curtidas, compartilhamento e comentários. Para cada descritor serão catalogados os 100
primeiros registros. No caso dos comentários, os mesmos igualmente serão analisados quanto
a aderência ou não à substituição e a forma de expressão.
Até o presente momento foram analisados 30 sites populares, sendo 85% notícias e 15%
redes sociais, as notícias e publicações em diferentes redes sociais enfocam em uma área mais
voltada para a pesquisa (90%), poucas das notícias e postagens tratam sobre a utilização de
métodos alternativos na área da educação (10%). Pode-se inferir, nesta fase inicial, que métodos
alternativos são mais utilizados na pesquisa. Na área da educação, os métodos alternativos estão
mais voltados para a medicina veterinária, sendo assim há uma menor distribuição e menor
visualização por parte de outras áreas acadêmicas, fazendo com que o nível de popularização
desses métodos seja baixo entre os diferentes cursos que tenham a matéria de zoologia em sua
grade.
40
Categorização dos planos de aulas de zoologia disponíveis no meio digital
A terceira etapa visa compreender como as aulas de zoologia têm sido ministradas e se
estão sendo utilizados métodos alternativos por meio da análise de planos de aula disponíveis
no meio digital. Para tal, estão sendo recuperados planos de aula utilizando a ferramenta google.
com desprovida de login e com os descritores “plano de aula” adicionado o nome do filo animal.
O conteúdo recuperado está sendo arquivado e categorizado segundo a técnica de Bardim
(2011), conforme: Termo pesquisado, data e hora da pesquisa, turma destinada a atividade,
tema da aula, objetivos gerais e específicos, conteúdos, metodologias e avaliações empregadas.
Para cada descritor serão catalogados os 50 primeiros registros.
Até o presente momento foram categorizados 31 planos de aulas relativos aos táxons
Protozoa, Porifera e Cnidaria, Platelmintes, Nematelmintes e Anelida, em turmas de
graduações, ensino fundamental e médio, visando como objetivo geral a compreensão de seus
habitas, sua sistemática, identificação e reconhecimento das características evolutivas,
taxonômicas, morfo-fisiológicas, ecológica e a biologia do animal. O objetivo específico das
aulas práticas tem sido a evidenciação da diversidade dos diversos grupos, proporcionando um
treinamento para sua identificação. Além do fornecimento do conhecimento teórico e prático
das técnicas de coleta, identificação e conservação dos organismos, ressaltando os principais
aspectos morfo-anatômicos, biológicos, ecológicos e sistemáticos dos diversos grupos e
recursos disponíveis para o estudo. Como conteúdo foram registradas características gerais,
nutrição, locomoção, reprodução, morfologia e fisiologia, suas adaptações evolutivas, sua
sistemática e importância ecológica, econômica e de interesse médico. Na maioria dos planos
de aulas categorizados e analisados as metodologias são realizadas através de Datashow,
Vídeos, Documentários, Aulas expositivas, de campo, práticas e teóricas, discussões e
utilização de laboratórios para análises, sendo avaliados a partir de avaliações, trabalhos,
seminários, relatórios de aulas práticas e resenhas das aulas.
Considerações Finais
As análises iniciais têm confirmado a hipótese testada de que a substituição de animais
nas aulas de Zoologia todavia não é uma prática consolidada, pelo menos não divulgada em
conteúdos científicos ou populares. A viviveseção de fato se constitui de uma intervenção mais
impactante e que permeou a história da ética animal e as manifestações populares contra o uso
de animais em aulas práticas (FISCHER; TAMIOSO, 2013, 2016) se constituindo de um dos
alicerces da implementação legal (CONCEA, 2015). As tradicionais aulas de inoculação de
substâncias, testes de irritação dermal e técnicas cirúrgicas foram alvo dos conflitos éticos entre
estudantes e professores. Estes argumentavam a importância da aula e que a prática era inerente
à formação do profissional, levando aos estudantes mais sensíveis a desistirem do curso, e os
demais a criarem uma desensibilização para o sofrimento animal e tornando-o posteriormente
um disseminador da técnica.
As aulas de Zoologia podem envolver o uso de animais vivos em laboratório, como as
tradicionais aulas em que se abre a minhoca para visualizar os corações batendo, as que
destrincham animais como cupins, baratas e larvas vivas para acessarem os parasitas no seu
interior e até mesmo aquelas em que moluscos são manipulados. Aulas de campo também são
comuns, e nestas situações os estudantes podem interagir com o animal, muitas vezes retirando-
os do seu ambiente ou causando injuria e até morte. Contudo, a prática mais comum é o uso de
animais já mortos conservados em álcool, a seco ou em resina, cuja morfologia é
minuciosamente estudada e os caracteres diagnósticos identificados para que seja possível a
identificação taxonômica.
Esses animais antigamente chegavam até as coleções didáticas por meio de coletas
espontâneas de estudantes e docentes e eram acumulados nos laboratórios, muitos deles
deteriorados por falta de manutenção com substituição da substância fixadora ou mesmo para
prevenção de serem consumidos por insetos (aqueles guardados a seco). A partir de 1998 toda
coleta e captura de animais passou a ser condicionada a Lei de Crimes Ambientais (BRASIL,
1998), que criminaliza todo aquele que retira da natureza qualquer animal e para finalidade que
for sem a autorização dos órgãos competentes. O Ibama disponibiliza um sistema on line
(ICMBIO, 2011) no qual o docente que tem interesse em coletar animais para coleção didática
deve solicitar autorização e fornecer após a realização da aula um relatório informando os
animais coletados e o destino do mesmo. Desta forma, os órgãos gestores da fauna monitoram
42
onde os animais estão alocados. Já não é possível também receber animais capturados nas
residências como pássaros que caem das árvores, serpentes ou aranhas, pois as coleções
precisam atestar a origem desses animais. Dez anos após a instauração da Lei de crimes
ambientas, foi promulgada a Lei Arouca (CONCEA, 2015) que condiciona toda aula com
vertebrado a ser analisada por uma comissão de ética que objetiva avaliar se a justificativa é
mesmo idônea, se não há métodos alternativos e se os procedimentos atendem ao princípio dos
3R’s. Esse aparato legal tem se constituído de um entrave para muitos professores na aquisição
de animais e na manutenção dos acervos didáticos de animais silvestres que até então eram
usado sem um cuidado maior.
Assim, a confluência da legislação e dos novos paradigmas éticos tem demandado para
que haja uma mobilização no sentido de desenvolvimento, avaliação e validação de métodos
alterativos ao uso de animais nas aulas de zoologia, contudo pelo atestado até o presente
momento do estudo, tem-se mostrado incipiente. É importante igualmente ressaltar que a
tecnologia tem a disposição de promover meios muito mais eficientes de aprendizado.
Atualmente as impressoras 3D trazem a possibilidade de criar modelos bem próximos
dos reais, contudo com maiores tamanhos e possiblidade de visualizar melhor as estruturas
corporais, do que os animais armazenados em álcool por exemplo, no qual as cores originais
são perdidas, partes do corpo se desprendem ou sofrem distorções. Além disso, modelos virtuais
seja imagens, vídeos ou até os óculos de realidade virtual poderá inserir o estudante em uma
qualidade de imagem favorável para o aprendizado. Argumentos contrários alegam que viver
uma experiência virtual não é a mesma coisa que viver uma experiência real, e até exemplificam
dizendo que por mais que seja possível atualmente se realizar uma visita virtual a um museu ou
a uma cidade, a compreensão da dimensão do contexto só é possível estando no local. Os contra-
argumentos, concordam com a colocação, mas acrescentam que ao viver uma situação virtual
antecedente a real possibilita que a experiência real seja maximizada. Por exemplo, o estudante
que aprende a identificar caracteres morfológicos em animais por meio de imagens, vídeos ou
manequins, não terá a mesma experiência do que em um animal real, contudo, no seu exercício
profissional ao se deparar com esse animal pela primeira vez, potencialmente irá reconhecer o
mesmo a partir do seu conhecimento acumulado de outros meios. Diante do exposto, é óbvio
que a sociedade vive um novo momento e quebra de paradigmas é difícil e gera resistência,
contudo este é um caminho sem volta, o uso de animais para finalidades que tenha alternativa
não é mais aceito. Esses momentos de crise são importantes para que haja uma mobilização em
prol da busca de alternativas. O próprio desenvolvimento tecnológico que trouxe tantos
problemas para humanidade, é o mesmo que trará meios de mitigar esse problema. Logo, o
docente não deve perceber as novas exigências éticas e legais como entraves para seu exercício
profissional, mas como oportunidade de criar, juntamente como seus acadêmicos, alternativas
para que não haja prejuízo para o ensino, para o profissional e principalmente para a natureza.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Brasília, 1998. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9605.htm> Acesso em: 26 de maio de 2017.
CONCEA. Concea aprova proposta sobre a substituição progressiva aos testes com
animais. 2015. Disponível em: < http://umaincertaantropologia.org/tag/animais-de-
laboratorio/> Acesso em: 26 de maio de 2017.
DANIELSKI, J. C. R; BARROS, D. M; DE CARVALHO, F. A. H. O uso de animais pelo
ensino e pela pesquisa: prós e contras. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação &
Inovação em Saúde. Rio de Janeiro, v. 5, n. 1, mar. 2011.
DINIZ, R., DUARTE, A. L. D. A., OLIVEIRA, C. A. S. D., & ROMITI, M. Animais em
aulas práticas: podemos substituí-los com a mesma qualidade de ensino. Revista brasileira
de educação médica. Rio de Janeiro, v. 30, n. 2, p. 31-41, abr. 2006.
ICMBIO.Relatório de atividades. Brasilia, 2011. Disponível em:
<http://www.icmbio.gov.br/sisbio/relatorio-de-atividades.html> Acesso em: 26 de maio de
2017.
FEIJÓ, A. Utilização de animais na investigação e docência: uma reflexão ética
necessária. Porto Alegre: Edipucrs, 2005. 148 p.
FISCHER, M. L., TAMIOSO, P. R. Perception and position of animals used in education and
experimentation by students and teachers of diferents academic fields. Estudos de Biologia.
Curitiba, v. 35, n. 84, p. 85-98, jan/jun. 2013.
FISCHER, M.L. TAMIOSO, P. Bioética ambiental: concepção de estudantes universitários
sobre o uso de animais para consumo, trabalho, entretenimento e companhia. Ciência &
Educação. Bauru, v. 22, n. 1, p. 163-182, jan/mar. 2016.
44
YAMAZAKI, S. C.; YAMAZAKI, R. M. O. Sobre o uso de metodologias alternativas para
ensino-aprendizagem de ciências. In: COELHO, N. Educação e Diversidade na Sociedade
Contemporânea. 2016. p. 1-14.

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Metodologias Inovadoras na Educação em Bioética

  • 1. ISSN METODOLOGIA INOVADORAS NO ENSINO DA BIOÉTICA EM EAD Marta Luciane FISCHER1 - PUCPR Thiago Rocha da CUNHA 2 - PUCPR Ana Maria MOSER 3 - PUCPR Ana Laura Diniz FURLNAN 4 - PUCPR Eixo – ENSINO E PRÁTICASNASLICENCIATURAS Agência Financiadora: nãocontoucom financiamento Eixo – ENSINO E PRÁTICASNASLICENCIATURAS Agência Financiadora: nãocontoucom financiamento Resumo A presente pesquisa refere-se à aplicação de metodologias inovadoras de ensino de bioética associada ao EAD e aprendizagem colaborativa. Objetivou-se orientar o estudante na estruturação de estratégias para viabilização da fundamentação de um problema atual, global, plural e complexo, a saber, a identificação dos agentes e pacientes morais, a coleta de informações e comunicação no âmbito da bioética. A utilização da bioética como ferramenta para intermediação de questões éticas advindas do desenvolvimento tecnológico e científico demanda o amadurecimento moral, logo o nivelamento moral de Kohlberg foi utilizado como uma ferramenta para avaliar a efetividade das intervenções. Foram avaliadas ações compostas por pesquisas documentais, bibliográficas e de campo no amadurecimento moral relativo à aplicação da Bioética Ambiental em alunos do 6º período matriculados na disciplina Estudos Independentes do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas - Bioética Ambiental e suas interfaces: O papel do Biólogo na Crise Hídrica. O método de avaliação foi o posicionamentodo estudante diante de uma situação-problema referente à responsabilidade da crise hídrica e o nível de desenvolvimento moral dos argumentos de acordo com a teoria de Kohlberg. Os resultados indicaram efetividade da metodologia, com desenvolvimento moral em metade dos alunos e transposição do discurso inicial indicando preocupação com a finitude dos recursos naturais para uma preocupação com o direito das futuras gerações, e da atenção das tarifas para 1 Doutora em Zoologia UFPR. Professora Titular da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). E-mail: marta.fischer@pucpr.br 2 Doutor em Bioética Docente do programa de Pós-graduação em Bioética - da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). E-mail: rocha.thiago@pucpr.br 3 Doutora em Psicologia, Professora Titular da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). E-mail: ana.moser@pucpr.br 4 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Bioética - Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). E-mail: ana.ldf@hotmail.com
  • 2. 2 o sofrimento. A análise das argumentações indicou um aumento de complexidade na compreensão ética do problema, viabilizando a abordagem adotada, cujo foco interdisciplinar permite sua replicação nas diversas áreas do conhecimento. Palavras-chave: Bioética Ambiental. Ensino de Bioética. Metodologias Ativas de Aprendizagem. Introdução As tecnologias de informação e comunicação tais como rádio, internet, blog, vlog e aplicativos, assim como as metodologias ativas de ensino/aprendizagem, tais como: aprendizagem por meio de projetos ou problemas (PBL), aprendizagem por times (TBL), escrita por meio das disciplinas (WAC), estudo de caso grupos interativos, instrução por pares, ensino por projetos e sala de aula invertida, têm sido amplamente pesquisadas, aplicadas e monitoradas proporcionando uma expectativa de consolidação de um processo de ensino/aprendizagem interdisciplinar superando as limitações para formação de professores (MORAN, 2015, FISCHER et al. 2016c). Segundo Moran (2015), a educação contemporânea demanda por mudanças, progressivas ou profundas, do tradicional sistema disciplinar para uma intervenção que priorize o protagonismo e autonomia do educando alcançado por meio da MA e do papel do docente como orientador e gestor do conhecimento. O autor apontou que necessária as mudanças não precisam ser drásticas e instantâneas, sendo atualmente incentivado o uso de modelos híbridos, os quais deve preceder as inovações mais profundas como isenções de disciplinas, espaços e metodologias redesenhadas e aprendizagem personalizada. Para tal, é importante que o estudante associe momento s individuais a fim de explorar os múltiplos espaços reais e digitais do cotidiano, onde espera-se que se instrumentalize de informações básicas e dados reais, com momentos presenciais compartilhados com colegas e professores, a fim que desenvolva construções coletivas, criativas, supervisionadas e monitoradas. Dentre as ferramentas utilizadas para monitorar os resultados de intervenções pedagógicas destaca-se a teoria do desenvolvimento moral de Kohlberg (1969). Fischer et al. (2016c) analisaram dados bibliográficas que atestaram a eficiência dessa teoria no fundamentando o desenvolvimento cognitivo e moral baseado nas teorias de Piaget e posterior
  • 3. contribuição de Kohlberg e identificação de estágios sequenciais pelos quais todo ser humano deve passar pelos níveis: a) pré-convencional de natureza egocêntrica compondo os estágios I cujas escolhas dependem da punição e premiação e estágio II do prazer individual; b) convencional cuja perspectiva sócio-moral abarca o estágio III com expectativas interpessoais mútuas e o estágio IV de ordem social; c) pós-convencional com incorporação de valores universais formados pelo estágio V, caracterizando o acordo social e o estágio VI, os princípios éticos universais. Os autores realizaram um levantamento da aplicação da teoria nde Kohlberg resultando na educação, principalmente no uso de diagnósticos de estudantes, e detecção de influências emocionais, socioculturais e cognitivas. Segundo os autores, é importante ressaltar que a restrição às intenções do sujeito avaliado é um empecilho para a categorização do indivíduo como moral, imoral, amoral, porém é possível avaliar o grau de coerência com que o estudante diferencia e integra princípios morais em questões do dia-a-dia (BATAGLIA, 2010). Partindo dos apontamentos de Fischer et al. (2016c) que mesmo diante das orientações oficiais, aspectos técnicos têm atrasado a intervenção da bioética no ensino básico, dentre as quais se destaca a capacitação do docente em mediar com alteridade o desenvolvimento moral do estudante. Obviamente faz-se necessário que o docente também possua níveis morais desenvolvidos. Diante desta questão a pergunta norteadora do presente estudo foi se é possível promover o desenvolvimento moral do graduando de licenciatura em ciências biológicas em uma disciplina de bioética na modalidade EAD. As hipóteses testadas foram: a) problematização com questões éticas atuais insere o estudante no contexto real e o capacita para protagonismo social e promove o amadurecimento; b) o uso de MA e TICs possibilitam o aprimoramento cognitivo e autonomia crítica, relacionadas com o amadurecimento moral; c) É possível promover o desenvolvimento moral dos argumentos estudante por meio da aplicação de princípios bioéticos em questões reais. Assim, objetivou-se avaliar o nível de desenvolvimento moral de argumentações de estudantes de licenciatura de biologia expostos a MA envolvendo avaliação bioética da contemporânea, complexa, plural e global questão da crise hídrica. Desenvolvimento
  • 4. 4 Para atender aos princípios éticos o estudo foi realizado em conformidade com a declaração Helsinque (AMM, 1964) e Resolução CNS 466/12 (BRASIL, 2012) e CNS 510/2016 (BRASIL, 2016) respeitando a integridade e anonimato dos estudantes, entrevistados, instituições, bem como a preservação dos dados. O projeto detém aprovação do CEP/PUCPR (nº 1.067.248). Participantes Os participantes da pesquisa foram constituídos por 22 alunos (14 mulheres e 8 homens) matriculados na disciplina EAD de carga horária de 30h denominada “Estudos Independentes” do 6º período curso de Licenciatura Ciências Biológicas noturno da PUCPR. A concepção da disciplina foi o desenvolvimento de temáticas específicas, predominantemente a distância, embora os estudantes encontravam-se diariamente para cursar as disciplinas presenciais. Essa disciplina faz parte do eixo do projeto integrador podendo e devendo ser reestruturada a cada semestre. No semestre em questão o tema da disciplina foi Bioética Ambiental e suas interfaces: O papel do Biólogo na Crise Hídrica. Plano de ensino O plano de ensino visava habilitar o estudante a aplicar usar as perspectivas da bioética nas reflexões e intervenções de questões do dia-a-dia, acadêmicas e profissionais na área da Biologia. Por meio da aplicação de MA visou-se contribuir para o desenvolvimento moral do estudante no sentido de que o futuro professor de Ciências e Biologia reconheça suas responsabilidades sociais, sobretudo nas decisões políticas para problemas comuns, complexos e globais, tendo como foco as questões ecológicas, ambientais e sociais. O plano de ensino foi construído com atividades teóricas e práticas englobando estudo dirigido, contrato didático colaborativo, PBL, entrevista, grupos interativos, uso de internet, celular, blog e aplicativos. Primeiro estudo-dirigido resultou em 77% de respostas completas, 7% incorretas e 15% de parcialmente corretas, já no segundo obteve-se 63% de completas, 17% de incorretas e 19% parcialmente corretas. No primeiro blog, 86% dos estudantes cumpriram parcialmente e apenas 5% plenamente o solicitado, contudo 90% usaram o texto na íntegra da fonte original da pesquisa, em 47,6% foram usadas imagens e 14,3%, vídeos. No segundo blog nenhum grupo
  • 5. apresentou o texto totalmente completo, contudo apenas um apresentou o texto na integra, enquanto os demais fundamentaram (32%), exemplificaram (32%), argumentaram (14%) e propuseram soluções (18%). A pesquisa de campo permitiu aos estudantes reconhecerem a concepção e a percepção do grupo estudado com real crise hídrica, assim como o posicionamento de instituições vinculadas à gestão da agua, principalmente um discurso similar aos dos próprios estudantes no início da disciplina e de uma disparidade de informações entre integrantes de uma mesma instituição Instrumento de avaliação: nivelamento moral de Kohlberg O instrumento para identificação do nível de desenvolvimento moral foi uma situação- problema construída para este estudo baseando-se na metodologia do dilema moral (FISCHER et al. 2016c). O texto apresentado para os estudantes foi: “Nos últimos anos a mídia brasileira tem apontado um problema drástico: a escassez de água também em Estados do Sudeste, mundialmente conhecidos pela abundância desse recurso, que inclusive culminou na construção de inúmeras hidroelétricas para produção de energia, disponibilização para irrigação agrícola em larga escala e uso maciço no setor industrial. A mídia em geral, repercutindo posicionamento dos governantes e das empresas de abastecimento, reforçou a mensagem de que se o cidadão não economizar e se não chover o bastante haverá racionamento doméstico de água e as tarifas iriam aumentar, o que acabou ocorrendo em muitos lugares. Considerando este problema, você acha certo atribuir ao cidadão a responsabilidade pela crise hídrica? Justifique sua resposta” A avaliação do nivelamento moral no pré-teste resultou 30% dos estudantes não concordavam com a atribuição da responsabilidade para os cidadãos, contra 65% que concordavam e 5% não sabiam responder. Após a realização da disciplina, 40% não concordava e 60% concordava. Com relação ao nível moral das argumentações do julgamento do dilema apresentado, na primeira avaliação predominaram os níveis 2 e 4 e na segunda 2 e 5. Metade dos estudantes aumentou o nível moral da sua argumentação, sendo que 30% subiram um nível, 10%, dois, 30%, três e 30%, quatro níveis. Porém, 45% manteve-se no mesmo nível e apenas um baixou (Figura 1)
  • 6. 6 Figura 1 desempenho estudantes no nivelamento moral, pré teste (1) e pós-teste (2). A) frequência relativa de estudantes que não concordaramcoma assertiva (N), Concordaram (S) e não souberamresponder (NS). B) Frequência relativa da argumentação dos estudantes posicionadas nos níveis morais de Kohlberg. Fonte: dados da pesquisa Considerações Finais Os dados do presente estudo reiteram a relevância e efetividade do ensino da Bioética no ensino superior e em EAD, promovida por meio de utilização de MA e TICs no desenvolvimento moral dos argumentos de futuros professores de ciências e biologia. Scheid, (2011) pontou que a mudança de condutas exige boa formação inicial somada a capacitação continuada, a fim de que o profissional esteja preparado para lidar com dilemas éticos. E desta forma poder contribuir para habilitar a sociedade na tomada de decisões por meio de perspectivas democráticas, assim como no exercício de seus direitos, cidadania e atitudes participativas. Obviamente, que nesta perspectiva se faz necessário aumentar o nível cultural do cidadão, para que se abstenha da inércia diante da dificuldade de compreender a rapidez e multiplicidade das informações, muitas vezes contaminadas por apelos do mercado, que induze as pessoas a priorizarem o consumo individual de bens e serviços descartáveis em detrimento de bens e serviços duráveis e coletivos, como os relacionados à infraestrutura (SCHEID, 2011). Os resultados do presente estudo corroboram com a visão de Pontes (1998) que colocar- se como agente moral em conflitos éticos reais e complexos demanda determinadas competências, sendo a motivação um elemento fundamental para que o educando, supere os obstáculos emocionais particulares e se posicione diante de questões abstratas e amplas 0% 20% 40% 60% 80% 100% 1 2 N NS S 0% 20% 40% 60% 80% 100% 1o 2o 1 2 4 5
  • 7. (BIAGGIO, 1997) justificando, assim, atividades que promovam a sua imersão na questão no mundo real. Neste contexto, destaca-se o diálogo e o ouvir os argumentos e valores dos outros, e assim se munir de conteúdo para promoção do julgamento de condutas próprias e alheias sendo hábil em alcançar soluções que beneficiem igualitariamente a todos os envolvidos em dilemas éticos (FISCHER et al., 2017). Para tal, requerer-se, investimento no desenvolvimento moral por meio de processos educativos e formativos em espaços democráticos, além do incentivo na participação da pluralidade de atores. A educação moral tem como objetivo a formação do sujeito autônomo, responsável, consciente tanto dos seus direitos quanto dos deveres. Para tal, é necessário que sejam instrumentalizados para avaliar o certo e o errado por meio da aplicação de valores que visem o bem-comum (FISCHER et al., 2017). Logo, espera-se que a educação seja fomentada pelas oportunidades vivenciadas na construção da competência moral, e não exclusivamente pelos conteúdos técnicos tradicionalmente trabalhados na formação, o que fez com que Biaggio, (1997) e Bataglia (2010) demandasse um direcionamento dos olhares da escola para o pré- adolescente. A bioética se constitui, assim, em instrumento metodológico que visa prevenir a vulnerabilidade, sendo essencial para todas as áreas do conhecimento que envolvem conflitos éticos no processo de formação (ARAÚJO et al., 2010). A Bioética insere-se como instrumento viabilizador do diálogo engajando todos níveis de escolaridade intermediada por interesses pessoais, socais, políticos e econômicos da comunidade e os interesses de promoção de um meio ambiente integro, em prol do bem-estar coletivo (FISCHER et al., 2016b). Contudo, a falta de informações e de vivencia de processos que promovam a conscientização podem atrasar as tão almejadas mudanças de paradigmas. Logo, reitera-se a importância da comunicação no desenvolvimento moral, uma vez que a compreensão da mensagem do outro está condicionada a capacidade de transmitir a mesma mensagem promovidas por processos que estimulem o conhecimento, criatividade, valores e autoestima (FISCHER et al., 2016b). A utilizada de atividades personalizadas encontra um espaço fértil, uma vez nosso sistema educacional, todavia detém uma legislação em construção, logo é possível testar e validar novas propostas. Por isso, destaca-se a importância de supervisionar para contribuir para qualidade do ensino e efetivamente contribuir para formação de profissionais, multiplicadores
  • 8. 8 e cidadãos autônomos, críticos e conscientes do seu papel na construção de um mundo mais justo, onde os valores coletivos genuinamente levem em conta o bem-estar de todos os seres vivos desta e de futuras gerações. Agradecimentos Aos graduandos do 6º período de Licenciatura em Ciências Biológicas e aos Respondentes dos questionários. REFERÊNCIAS ARAÚJO, E.S.N.N.; TIZIOTO, P.C.; CALUZI, J.J.; BATISTETI, C.B.; CALDEIRA, A.M.A. Bioética e ensino: o que pensam os alunos do ensino médio sobre as pesquisas com células tronco embrionárias? In: BASTOS, F. Ensino de ciências e matemática III: contribuições da pesquisa acadêmica a partir de múltiplas perspectivas. São Paulo: Editora Unesp/Cultura, 2010. p. 33-62. BATAGLIA, P.R; MORAIS, A.; LEPRE, R.M. A teoria de Kohlberg sobre o desenvolvimento do raciocínio moral e os instrumentos de avaliação de juízo e competência moral em uso no Brasil. Estudos de Psicologia. Natal, v. 15, n. 1, p. 25-32, jan./abr. 2010. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-294X2010000100004. BIAGGIO, A.M. B. Kohlberg e a" Comunidade Justa": promovendo o senso ético e a cidadania na escola. Psicologia: reflexão e crítica, Porto Alegre, v.10, n.1, p. 47-69, nov. 1997. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-79721997000100005. FISCHER, M.L.; CUNHA T R, RENKE V., SGANZERLA, A., SANTOS, JZ. Crise hídrica em publicações científicas: olhares da bioética ambiental. Revista Ambiente & Água. Taubaté, v.11, n.3, p. 586, set. 2016a. FISCHER, M.L.; MOLINARI, R.B. Bioética ambiental: a retomada do cunho ecológico da bioética. In: SGANZERLA, A. SCHRAMM FR. Fundamentos da Bioética série Bioética vol. 3. Curitiba: CRV, 2016b, . p. 233-253. FISCHER, M.L.; MOSER, A.M.; FURLAN, A.L.D. Bioética e Educação: a Utilização do Nivelamento Moral como Balizador para Construção de um Agente Moral Consciente, Autônomo e Reflexivo. In RENK, V.E. Bioética e Educação: Múltiplos Olhares Curitiba: Prisma, 2016c. p. 33-67.
  • 9. FISCHER, M.L.et al. Da Ética Ambiental à Bioética Ambiental: antecedentes, trajetórias e perspectivas. História, Ciências e Saúde de Manguinhos, Rio De Janeiro, no prelo, 2017. KOHLBERG, L. Stage and sequence: The cognitive developmental approach to socialization. In: GOSLIN, D. Handbook of socialization theory and research. Chicago: Rand McNally, 1969. p. 325-480. MORÁN, J.M. Mudando a educação com metodologias ativas. Coleção Mídias Contemporâneas-Convergências Midiáticas, Educação e Cidadania: aproximações jovens. Ponta Grossa: PROEX, 2015. PONTES, M.R. A árvore: um arquétipo da verticalidade (contributo para um estudo simbólica da vegetação). Revista da Faculdade de Letras. Línguas e Literaturas, Porto, v.15, p.197- 219, 1998.
  • 10. 10
  • 11. METODOLOGIAS ATIVAS NO ENSINO SUPERIOR:É POSSÍVELA SUBSTITUIÇÃO DO USO DE ANIMAIS NAS AULAS PRÁTICAS DE ZOOLOGIA? Ana Laura Diniz FURLAN5 - PUCPR Iolanda de Jesus SCNHWARTZ6 - PUCPR Rhoxane LUCHESI7 - PUCPR Marta Luciane FISCHER8 - PUCPR Eixo – Didática Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo O uso de animais para atividades didáticas é uma pratica que remota a Era Clássica e que tem se sustentado apoiada na concepção de que a reprodução de fenômenos conhecidos e o reconhecimento de estruturas corporais em modelos reais é essencial para formação técnica do profissional. Contudo, após anos de debate sobre a idoneidade de se tirar uma vida para situações plausíveis de terem substitutos eficientes, principalmente decorrente do desenvolvimento tecnológico, estimulou docentes e pesquisadores a buscarem métodos alternativos ao uso de animais. Embora essa prática esteja se consolidando na área da biomedicina e veterinária, todavia é incipiente nas aulas de zoologia. Desta forma, o presente estudo se propôs a categorizar o desenvolvimento da área no contexto nacional e internacional e elaborar, aplicar e avaliar o uso de métodos de redução, substituição e refinamento ao uso de animais em uma disciplina de zoologia de invertebrados do curso de Biologia da PUCPR. Os resultados parciais confirmam a baixa divulgação de métodos alternativos ao uso de animais em aulas de zoologia, os quais podem estar relacionados à pequena adesão de docentes e discentes ou mesmo ao desinteresse de divulgação das inovações, necessárias, diante das restrições legais para coleta e de conservação de muitos animais. O encaminhamento da disciplina utilizando métodos alternativos aliados a metodologias ativas apresentou um resultado satisfatório de aprendizagem atestado tanto pela adesão do estudante quanto pela 5 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Bioética - Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). E-mail:ana.ldf@hotmail.com 6 Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas. E-mail: iolandaschwartz@hotmail.com 7 Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas. E-mail: rholuchesi@yahoo.com.br 8 Doutora em Zoologia UFPR. Professora Titular da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). E- mail: marta.fischer@pucpr.br
  • 12. 12 avaliação do professor. Os estudantes se mostraram abertos para inovações no ensino, principalmente aquelas que inserem tecnologia e elementos digitais. Palavras-chave: Metodologias Ativas. Métodos Substitutivos ao uso de Animal. Ética Animal. Introdução O pronunciado avanço tecnológico da humanidade tem promovido perceptíveis mudanças na sociedade, tanto de cunho técnico, com a facilidade atrelada à vida moderna, quanto a questões éticas instituídas no questionamento dos impactos da mesma. O uso de animais para finalidade didática remota da Era Antiga e por muitos séculos foi endossado na crença de que os animais não eram capazes de sentir dor. Contudo, o avanço da tecnologia e do conhecimento tem atestado o contrário, levando ao questionamento da idoneidade da interrupção da vida de um animal apenas para finalidade de ilustrar processos biológicos já conhecidos, ou apenas para reconhecer estruturas morfológicas (FISCHER; OLIVEIRA, 2012). A educação, igualmente se apropria da tecnologia inserindo dentro e fora de sala de aula tecnologias da informação e comunicação (TICs) (PINTO, RIMOLI, 2005, PRESGRAVE et al., 2010), as quais integradas à dinâmicas de aprendizado formais na abordagem de ensino híbrida, resultam em novas realidades educacionais ampliam conhecimento, motivam, habilitam na formação de um estudante autônomo, criativo, protagonista e principalmente mais envolvido com novos paradigmas na relação com a natureza. (PRESGRAVE et al., 2010, LEVAI, 2010). O desafio atual é refletir sobre como a tecnologia alcançará a educação, considerando que a instituição de ensino atual, fruto de um processo da era industrial, desenvolvida e estruturada a condicionar as pessoas a viverem e trabalharem, gradativamente substituída pela sociedade da informação (PINTO; RIMOLI, 2005). Logo, a utilização de tecnologia tornou-se uma preocupação para as políticas educacionais. De acordo com Levai (2010), o impacto do avanço tecnológico sobre os processos e instituições sociais tem sido significativo e perceptível em vários níveis, porém segundo o autor, propostas de formação de professores parecem caminhar ainda lentamente. A complexidade que envolve o aprender exige uma prática docente
  • 13. que repense as estratégias pedagógicas, exigindo competência dos padrões escolares tradicionais, que até então não eram valorizados e nem vislumbrados (LEVAI, 2010). Dentre as aplicações de associação da tecnologia e da ética, está a substituição do modelo animal em atividades acadêmicas (FEIJÓ et al., 2010). Tradicionalmente os animais têm sido utilizados para reproduzir processos conhecidos, ou servirem como modelo para reconhecimento anatômico a fim de subsidiar a sistemática. Contudo, as atuais legislações (CONCEA, 2015) têm normatizado as coletas, capturas e experimentação animal demandando o desenvolvimento de métodos alternativos que substitua o uso do animal, mas que não prejudiquem a capacitação do estudante. A legislação se apoia no princípio dos 3R’s que condiciona qualquer uso de animal para atividades acadêmicas e didáticas à aplicação de procedimentos que visem: reduzir ao máximo o número de animais utilizados; refinar os métodos de coleta, captura e manipulação de forma que o mínimo de dor seja infringido ao animal; e substituir o modelo animal por modelos sintéticos ou softwares, sem prejudicar os objetivos das intervenções (CONCEA, 2915). Embora já se tenha disponível inúmeras alternativas para a substituição do uso de animais em aulas experimentais e até mesmo em técnica cirúrgica, pouco tem-se refletido a respeito das aulas de Zoologia, tidas até então como insubstituíveis (DINIZ, 2006). Diante dessa defasagem o presente projeto questiona se métodos alternativos são eficientes na substituição de animais em aulas de zoologia, tendo como hipótese o incipiente envolvimento de professores de zoologia os quais condicionam o aprendizado à presença do animal. Assim, objetivou-se: a) categorizar o conhecimento científico mundial a respeito à substituição ao uso de animais; b) elaborar, aplicar e avaliar métodos alternativos no uso de animais como recursos didáticos para ensino de zoologia para turma do segundo período do Curso de Ciências Biológicas. Desenvolvimento A presente pesquisa compõe um projeto desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Bioética da PUCPR, já aprovado pelo CEP-PUCPR (1.682.944) e CEUA-PUCPR (n.01087/2016), cuja análise foi realizada atendendo as recomendações quanto aos procedimentos ético, técnico e legal, prezando por uma pesquisa integra e preservando os direitos e dignidade dos participantes. Todos os estudantes participantes assinaram o TCLE, o
  • 14. 14 qual será arquivado no Laboratório Núcleo de Estudos do Comportamento Animal (NEC- PUCPR) por 5 anos. Categorização dos métodos substitutivos ao uso de animais em atividades acadêmicas Nesta fase se propôs a categorizar os métodos alternativos para o uso de animais disponíveis no meio digital, a fim de estruturar a base de reflexão e atuação, além de gerar conteúdo para construção de um Blog. A intenção é sistematizar tudo que tem sido proposto para substituição animal e a partir desse conteúdo selecionar o referente ao uso de animais em aulas de zoologia. Para tal, está sendo utilizado o motor de busca o google.com desprovido de login, para diminuir o viés da tendência de respostas da própria ferramenta, e os descritores em português e inglês: “métodos alternativos ao uso de animais”, “métodos substitutivos ao uso de animal”, “simulador para modelo animal”, “chave de identificação animal” e “manequim animal”. As páginas recuperadas estão sendo categorizadas segundo a técnica de Bardin (2011) conforme: tipo (aula ou pesquisa), ferramenta (blog, vlog, redes sociais, site, portal, textos científicos), origem (1º, 2º ou 3 o setor, academia ou pessoal), local, ano, modelo-animal, aula (demonstrativa, experimental), nível e Curso (ensino básico, superior com curso, atividade de extensão e ensino não formal) e recurso (software, manequim, simulador, modelos). Sendo determinado para cada descritor o catálogo dos 100 primeiros registros. Até o presente momento foram avaliados 51 conteúdos, composto por monografias, dissertações, planos de ensino, sites de notícias, dos quais apenas oito trazem efetivamente propostas de métodos alternativos para substituição de animais no ensino. Todavia o material disponível corresponde a propostas didáticas no ensino básico visando aprimoramento no aprendizado dos alunos para o ensino de Zoologia e outras disciplinas da Biologia, para os quais é proibido o uso de animais vivos para aulas didáticas (CONCEA, 2015). No Brasil, até o presente momento não foi registrada a aplicação de nenhum método alternativo ao uso de animais no ensino acadêmico de zoologia para aula de Biologia. É possível que estas práticas estejam sendo aplicadas, porém a divulgação, todavia é incipiente, diferente do que vem sendo atestado para o curso de medicina veterinária, cujos métodos alternativos promoveram redução
  • 15. do uso de animais, destacando-se protótipos de materiais sintéticos para prática da dissecação e modelos tridimensionais. Elaboração, aplicação e avaliação de métodos alternativos ao uso de animais em aulas de Zoologia Para realização desta etapa foi considerado o desenvolvimento da disciplina Zoologia II (Anelídeos a Equinodermos) oferecida para o segundo período do curso de Ciências Biológicas da PUCPR durante o segundo semestre de 2016, constando com 48 alunos matriculados. A disciplina possui uma carga de 64 horas, sendo duas teóricas e duas práticas semanais, comportando eixo das disciplinas de fundamentação na qual os estudantes devem ser capacitados para compreender conceitos sobre a estrutura corporal dos animais e sua associação com demandas ecológicas e evolutivas, além de ser capacitado a reconhecer estruturas corporais e identificar filos, classes e ordens de invertebrados. A aplicação e avaliação de métodos alternativos ao uso de animais demandou o uso de metodologias ativas e um ensino híbrido com atividades teóricas, práticas, presenciais e busca de elementos na realidade para formação dos conceitos. As aulas práticas foram elaboradas segundo as recomendações legais (CONCEA, 2015) que institui a aplicação do princípio ético dos 3R’s em atividades que possui uma justificativa idônea para o uso de animais, sendo os mesmos relativos à: redução, substituição e refinamento. Desta forma, os grupos taxonômicos animais foram trabalhados na forma tradicional envolvendo o animal conservado em álcool e com dissecação, o uso de métodos de conservação mais efetivos como resina e glicerina e métodos inovadores como chaves sistemáticas digitais. As adesões do estudante aos métodos utilizados foram atestadas por meio de um questionário disponibilizado no qualtricis, o qual o mesmo deveria acessar após a aula. Tanto as aulas apenas expositivas como as aulas demonstrativas dos métodos de amostragem o tiveram elevada adesão e boa avaliação dos estudantes (Figura 1), ressalta-se a baixa concordância que o uso do animal real, no caso a barata, tenha deixado os estudantes constrangidos ou desconfortáveis. Quanto aos métodos alternativos maior adesão foi atribuída ao meio digital e menor à resina, esse resultado foi atrelado a dificuldade de visualização de estruturas corporais contrapondo com as possiblidades do meio digital, além provavelmente, da identificação dos estudantes com a ferramenta.
  • 16. 16 Figura 1. Atribuição de nota de 0 a 10 por estudantes de biologia para os métodos substitutivos ao uso de animais em aula de zoologia. Fonte: as autoras – dados da pesquisa. O estudante foi avaliado globalmente considerando uma composição de rubricas para cada atividade, além de ter sido aplicado um teste para nivelamento de desenvolvimento moral segundo a teoria de Kolberg (Kohlberg, 1969), a fim de verificar se esse tipo de abordagem pedagógica promoveu o desenvolvimento moral do mesmo. Esse resultado, todavia, não foi analisado. As atividades propostas foram: a) Pesquisa por projeto relativo à observação de um invertebrado em seu ambiente relacionando a forma de utilização da estrutura corporal para resolver seus desafios de sobrevivência, sendo avaliado aplicação correta de termos técnicos e nome científico, caracterização da biologia e ecologia com base na literatura científica e correta citação, relato detalhado do método de coleta de dados, apresentação, interpretação e validação dos resultados e uso de imagens próprias; b) Simulação de atuação em situação real com aplicação do conteúdo na realidade com elaboração de um projeto de pesquisa: relevância, viabilidade, entrevista, proposta escrita e defesa pública; c) Coleção didática de invertebrados real: planejamento, condutas para reduzir uso de animais, técnica de conservação e etiquetagem, tabelamento dos dados e geração de gráficos comparativos entre as variáveis 0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00 VisãoGeral Técnica Métodos Muitasinformações Reflexões Desnecessário Manipulação Detalhes Habilidadesmanuais Nãosesentiuavontate Desnecessáriomatar Animaispequenos Aprovou Nãoaprovou Aprovou Nãoaprovou Aprovou Nãoaprovou Aprovou Nãoaprovou Atribuiçãodevalorconformeconcrdância Aulaexpositiva- métodos de amostragem Aulaprática - Dissecação Animal real Alcool Seco Resina Digital Métodosde Conservação
  • 17. testadas; d) Coleção didática de invertebrados virtual: veiculada pelo grupo do whatsapp, sendo que o estudante deveria fotografar os invertebrados de seu dia-dia-dia, sendo avaliado o animal fotografado, correta identificação e redação de nome científico; e) Reconhecimento de características de animais de interesse médico, econômico e conservacionista: produção de banner explicativo com aplicação correta de termos técnicos e nome científico dos animais, apresentação de informações sobre a biologia, ecologia e capricho. Ao final da disciplina os estudantes realizaram uma auto avaliação com atribuição de notas de 0 a 10 (sendo 0 para pouco capaz e 10 para muito capaz) para o quanto se considera capaz em: 1) identificar classes e ordens de invertebrados; 2) redigir corretamente nomes científicos; 3) utilizar termos técnicos; 4) associar aspetos da biologia e ecologia de invertebrados de interesse médico, econômico ou ambiental; 5) planejar uma pesquisa de amostragem; 6) aplicar os métodos de amostragem; 7) preparar uma coleção científica; 8) reconhecer questões éticas no uso de animais para atividades acadêmicas; 9) planejar soluções para minimizar o impacto das atividades de aprendizagem nos animais e na natureza; 10) utilizar corretamente fontes bibliográficas. Para cada quesito o docente atribuiu um conceito A, B ou C para o desempenho do estudante durante uma avaliação presencial no qual o mesmo foi confrontado com cada uma das situações atestadas nas questões. O estudante também foi questionado quanto as aulas promoveram possibilidades de: 1) aprender questões técnicas; 2) refletir sobre questões éticas; 3) possibilidade de se sentir como Biólogo na percepção e proposta de soluções para questões reais; 4) possibilitar a formação e crescimento acadêmico e profissional. A média geral da auto avaliação dos estudantes foi de 7,76±1,58 (N=669; 5-10), sendo que apenas 14,58% atribuíram nota inferior a 7. A questão com menor nota foi a identificação correta dos animais e a melhor pontuada o reconhecimento das questões éticas. Contudo foi justamente a identificação que apresentou maior frequência de conceito A, sendo a aplicação correta bibliografia a de menor desempenho (Figura 2). Figura 2. A) Pontuação média da auto avaliação dos estudantes para o capacidade técnica e quanto as aulas práticas contribuíram para sua formação profissional; b) atribuição de conceitos pelo docente a cada uma das questões de auto avaliação.
  • 18. 18 Fonte: as autoras – dados da pesquisa Considerações Finais Os resultados parciais atestam que apesar de uma maior percepção ética sobre o tema na área das Ciências Biológicas e uma busca pela minimização do sofrimento animal, os métodos alternativos são pouco aplicados no ensino superior principalmente na disciplina de Zoologia. Um dado preocupante, pois como a Biologia trata-se do estudo da vida e de constante respeito aos seres vivos, espera-se uma maior percepção e sensitividade quanto a práticas que podem colaborar para uma diminuição do problema. Certamente, isso é possível se houver meios que possibilitem a aplicação de métodos para que, além de contribuir para a diminuição ou anulação do uso de animais no ensino, possa também, contribuir de forma positiva na formação acadêmica dos discentes. As análises iniciais da aplicação dos princípios dos 3R’s nas aulas de Zoologia de invertebrados associada com as metodologias inovadoras já proporcionam resultados animadores quanto à efetividade das técnicas utilizadas, principalmente aquelas que usam meios digitais, os quais provavelmente decorrente da identificação são mais motivadoras para os estudantes do que o uso de animais mortos para o estudo da morfologia corporal. Percebe-se que a utilização de métodos alternativos, por mais simples que possam vir a ser, são efetivos no ensino, pois instigam pensamentos críticos sobre essa prática e uma percepção real do mundo científico, algo muito positivo, tendo em vista que os alunos testados serão profissionais futuros e necessitam da desenvoltura de pensamentos que coloquem em questionamento sua própria visão perante possíveis problemas na carreira profissional. REFERÊNCIAS BARDIN, L. Análise de conteúdo. Edições 70 (Ed.), p. 229, 2011. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Identificação Nomescientíficos Termostécnicos Biologiaeecologia Planejarpesquisa aplicarmétodos Prepararcoleção Questõeséticas Planejarsoluções Bibliografia Técnica Éticas SesentirBiólogo Crescimentoprofissional Pontuaçãomédia Auto-avaliaçãotécnica Contribuiçãoaulas Conceitos atribuídos pelodocente 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Identificação Nomescientíficos Termostécnicos Biologiaeecologia Planejarpesquisa aplicarmétodos Prepararcoleção Questõeséticas Planejarsoluções Bibliografia A B CConceito
  • 19. CONCEA. Normativas do CONCEA: Para produção, manutenção ou utilização de animais em atividades de ensino ou pesquisa científica. Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal. n. 2, p. 329, 2015. DINIZ, R.; DUARTE, A. L. D. A.; OLIVEIRA, C. A. S. D.; ROMITI, M. Animais em aulas práticas: podemos substituí-los com a mesma qualidade de ensino. Revista Brasileira de Educação Médica, v.30, n.2, p.31-41, 2006. FISCHER, M L.; OLIVEIRA, G. M. D. Ética no uso de animais: a experiência do comitê de ética no uso de animais da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Estudos de Biologia, Ambiente Diversidade, v. 34, n. 83, p. 247-260, 2012. KOHLBERG, L.; KOHLBERG, L. Stage and Sequence: the Cognitive-Developmental Approach to Socialization, Goslin, DA (ed.), Handbook of Socialization and Endash; Theory and research. Chicago: McNally, 1969. LEVAI, L. F. O direito à escusa de consciência na experimentação animal. Pensata Animal, n. 2, p12, 2010. PINTO, M. C. M.; RÍMOLI, A. O. Vivência dos estudantes das áreas biológicas, agrárias e da saúde da Universidade Católica Dom Bosco quanto ao uso de animais em aulas práticas. Biotemas, v. 18, n. 1, p. 193-215, 2005. PRESGRAVE, O. A. F., CALDEIRA, C., GIMENES, I., de FREITAS, J. C. B. R., NOGUEIRA, S. D. T. B., de OLIVEIRA, N. D. E., de Farias PRESGRAVE, R. Métodos alternativos ao uso de animais: uma visão atual. Ciência Veterinária nos Trópicos. 13, 106-117, 2010.
  • 20. 20
  • 21. AVALIAÇÃO DE MÉTODOS ALTERNATIVOS NO USO DE ANIMAIS NO ENSINO DA ZOOLOGIA Ana Laura Diniz FURLAN9 - PUCPR Marta Luciane FISCHER10 - PUCPR Eixo – Educação, tecnologia e comunicação Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo O uso de animais em aulas práticas há muitas décadas tem fomentado inquietações de cunho ético sobre essa “pseudo” necessidade. Entretanto a demanda por rompimento de paradigmas é constantemente incitados pelos estudantes que não concordam com os hábitos tecnicistas e tradicionais. Com o apoio da Bioética na valorização do cuidados e proteção da vida, a temática tem sido debatida em instituições de ensino, visando minimizar o sofrimento animal. Objetivou- se caracterizar a percepção dos estudantes e professores a respeito do uso de animais em aulas práticas de Zoologia e seu conhecimento sobre métodos alternativos substitutivos. Para tal, aplicou-se um questionário on line com 55 questões a presente pesquisa é análise dos dados do período de setembro de 2016 a maio de 2017. Foram analisadas até o momento a resposta de 259 estudantes e 46 professores, os principais resultados encontrados até o momento, refere-se que alunos e professores reconhecem a Senciência animal, entretanto ainda utilizam animais em aulas práticas e mesmo já realizaram coletas em sua maioria artrópodes. O condicionamento de estudantes e professores a acreditarem que unicamente com a utilização do animal o conhecimento será eficiente, não permitiu um avanço nas técnicas consolidadas. Porém o conhecimento bioético, que suscita a substituição de animais por métodos alternativos em aulas é possível, incluindo um amadurecimento moral e ético com o animal quanto a sua relação com a natureza. Dessa forma, fica claro que apesar do desejo do rompimento de paradigmas, é fundamental ampliar as discussões bioéticas e promover o conhecimento e desmistificando ideias retrogradas afim de elevar a valorização da vida animal independente de sua complexidade celular e bioquímica. 9 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Bioética - Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).. 10Doutora em Zoologia UFPR. Professora Titular da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). E-mail: marta.fischer@pucpr.br.
  • 22. 22 Palavras-chave: Uso de animais no ensino. Zoologia. Métodos Alternativos. Bioética. Senciência. Introdução O uso de animais em atividades acadêmicas visando à demonstração de conhecimentos biológicos conhecidos é tradicionalmente embasado na crença de que os animais não são seres senscientes (FEIJÓ et al., 2010). Contudo, o avanço do conhecimento científico, somado à mudança de condutas da sociedade como um todo e da comunidade acadêmica em particular, têm resultado em leis que visam regulamentar esse uso. Assim, é considerado crime causar sofrimento ou dor em animais em situações para as quais existem alternativas (DANIELSKI et al., 2011). Diante dessa demanda, paulatinamente o uso de animais em atividades acadêmicas vem sendo, sempre que possível substituído por manequins, modelos e softwares, partindo-se do pressuposto que esta substituição não incorra em prejuízo para o aprendizado, contribuindo para a formação de profissionais e cidadãos com condutas mais éticas com respeito aos animais (DINIZ, 2006). Cadáveres de animais são tradicionalmente utilizados em aulas de zoologia. Muitos educadores alegam ser impossível desenvolver habilidades necessárias para o exercício profissional sem contato prévio com este tipo de material biológico. No entanto, para suprir essa demanda é necessário coletar espécimes com frequência, uma vez que as dificuldades encontradas para a manutenção de acervos didáticos com manipulação constante demanda frequentes reposições de material. À retirada dos animais do seu habitat e o possível impacto ecológico gerado por esse tipo de atividade, soma-se o sofrimento causado pelos métodos de coleta, transporte e eutanásia, quando realizados de maneira inadequada (YAMAZAKI & YAMAZAKI, 2006). Diante dessa necessidade a presente pesquisa se propõe a elaborar, aplicar e avaliar métodos alternativos para o ensino de zoologia, por meio da aplicação de diferentes métodos de conservação, uso de alternativas, metodologias ativas de aprendizagem sensibilização ética e averiguação da sua eficiência através da simulação do exercício profissional do estudante. Os resultados da pesquisa visam despertar docentes e discentes para condutas mais condizentes com novas diretrizes éticas e legais a respeito do uso de animais para atividades no qual não haja justificativa e existam outros meios de se alcançar o objetivo (MAGALHÃES &
  • 23. HORTENCIO FILHO, 2006). Embora já existam inúmeras alternativas para uso de animais em aulas de fisiologia, toxicologia, psicologia experimental e anatomia para o curso de medicina veterinária, muito pouca atenção tem sido direcionada para o Curso de Ciências biológicas. Logo, a presente proposta possui um grande potencial de inovação e aplicação. Os animais são utilizados como modelos de demonstração de padrões e processos biológicos desde a Era Clássica, sendo essa prática culturalmente e cientificamente endossada pela crença que os animais são desprovidos da consciência da dor e do sofrimento decorrentes dessas intervenções (FISCHER, et al., 2012). Contudo, o próprio desenvolvimento tecnológico tem evidenciado paulatinamente que diferentes grupos taxonômicos são sencientes, levando a reflexões a respeito do status moral desses animais (MOLONARI, 2014). As sociedades contemporâneas são, assim, conduzidas a questionar as condutas humanas com relação aos animais, demandado novas paradigmas no balizamento de práticas culturalmente enraizadas, tais como o uso de animais para atividades acadêmicas (FISCHER & TAMIOSO, 2013; PASSERINO et al., 2014). A manifestação da sociedade e a consequente mobilização do meio acadêmico e dos órgãos legisladores remontam há mais de dois séculos, quando movimentos surgidos na Europa acarretaram na elaboração de leis específicas, as quais paulatinamente influenciaram na legislação de outras nações (PASSERINO et al., 2014). No Brasil, essa iniciativa de se não utilizar animais encontra-se representada pela Lei 7.964 de 2008 que, refletindo as tendências internacionais e apoiada nos princípios dos 3 R’s (FISCHER, et al., 2012), objetivou regulamentar o uso de animais em ensino e pesquisa, visando a redução no número de animais, a substituição de modelos considerados mais sencientes por menos sencientes e o refinamento das intervenções, de modo a causar o menor sofrimento possível (FISCHER et al., 2014). Desde então, vem sendo incentivada a pesquisa, a avaliação e a divulgação de métodos alternativos ao uso dos animais, principalmente no contexto educacional, cuja prática não encontre justificativa legitimada. Em um primeiro momento, direcionaram-se esforços para substituição de animais em procedimentos mais invasivos, para os quais foram desenvolvidos, por exemplo, modelos artificiais tridimensionais e alternativas digitais (BRASIL, 2008; DINIZ, et al., 2006; TUDURY et al., 2008; PAIXÃO, 2008; KONFLANZ et al., 2015). O atual momento demanda um direcionamento para os métodos de ensino menos invasivos e impactantes.
  • 24. 24 Neste contexto, destacam-se as aulas práticas de zoologia. Muitos zoólogos argumentam que é impossível substituir um animal em uma aula prática de zoologia sem a consequente perda de qualidade das atividades docentes realizadas, pois o estudante precisa do modelo real para aprender a diferenciar as morfologias interna e externa, fundamentais principalmente para identificação taxonômica precisa (LIMA et al., 2008). Para tanto, os laboratórios das instituições de ensino superior que ofertam o curso de Biologia precisam manter um acervo diverso que necessita ser frequentemente renovado, tendo em vista a pouca durabilidade da material face à contínua manipulação, principalmente de animais com corpos mais frágeis tais como muitos invertebrados. Ademais, a inadequação de métodos de preparação resulta muitas vezes em material de péssima qualidade, que não se presta de forma adequada aos propósitos das aulas práticas. Assim, questiona-se a aplicabilidade dos princípios dos 3R’s também nas aulas de zoologia. Depreende-se a necessidade de promover um aprendizado mais eficiente, ético e produtivo, tendo em vista o avanço tecnológico que permita acessar com mais qualidade padrões morfológicos e processos fisiológicos, em relação àqueles disponíveis em exemplares mal preservados. Têm-se como hipótese que tradicionalmente os estudantes e professores das disciplinas de zoologia estão condicionados a acreditarem que somente com a utilização do animal, seu aprendizado será eficiente. Porém, acredita-se que a substituição de animais por métodos alternativos em aulas é viável, e além de promover a conduta ética com o animal - demanda da sociedade - também irá contribuir para o amadurecimento moral quanto a sua relação com a natureza. Avaliar eticamente a percepção e concepção dos estudantes a respeito do uso de animais em aulas práticas de zoologia e sobre os métodos alternativos substitutivos. A condição genética do ser humano em estabelecer uma conexão com as demais espécies existentes no planeta Terra é algo inerente, atribuído ao termo Biofilia proposto por Wilson (1989). Em que tal ligação segue da atração a repulsa, da admiração á indiferença. É inegável a necessidade de interação da espécie humana com os demais fatores bióticos e abióticos da Natureza, uma vez que historicamente o homem teve sua história evolutiva intrinsicamente ligada às outras espécies, levando seu melhor desenvolvimento em ambientes inóspitos, através do consumo de carnes, peles, óleos, sendo delegados para trabalhos que envolvam diretamente a força bruta, ou mesmo a utilização de seus corpos para pesquisa cientifica (CASSIDY, 2001), além de criar uma efetiva interação na vida do homem com sua companhia. A este laço
  • 25. interativo criou-se um sistema cognitivo de saberes, crenças além de práticas culturais relacionando o homem a fauna do local existente (SANTOS-FITA, 2007).As instituições de ensino e principalmente docentes, podem através de metodologias alternativas buscarem uma melhor compreensão ética a respeito do saber, ademais Levai (2010) exemplifica: Sistemas biológicos “in vitro”; cromatografia e espectrometria de massa; farmacologia e mecânica quântica; estudos epistemológicos; estudos clínicos; necropsias e biopsias; simulações computadorizadas; modelos matemáticos; culturas de bactérias e protozoários. A adoção de métodos alternativos nos Estados Unidos e na Europa e outros países aboliram o uso de animais no ensino, além de abolir os testes com animais (LEVAI, 2010). A educação atualizada e sincronizada com métodos alternativos envolto no progresso tecnológico contribue para o pensamento ético. Criar-se-ia um ambiente saudável de aprendizagem com o mínimo de conflitos negativos éticos envolvendo o contexto educacional (PRESGRAVE, et al., 2010). Metodologia Para caracterizar o conhecimento da percepção dos estudantes do ensino superior e professores da rede básica e faculdades foram elaborados, validados e aplicados instrumentos de pesquisa especialmente elaborado para esta pesquisa, por meio de plataforma eletrônica Qualtrics. O questionário apresenta 15 questões voltadas aos estudantes da graduação, e 20 questões direcionadas aos professores da rede pública e privada, em instituição de ensino básico, médio e ensino superior. A pesquisa foi divulgada através da rede social Facebook, lista pessoais de e-mails das autoras, também por meio de pesquisas utilizando o buscador Google mapeando os contatos de professores de Zoologia do ensino superior. Para a presente pesquisa, utilizou-se respostas coletadas de setembro de 2016 até abril de 2017. Nesses questionários foram investigados os motivos que conduziram a escolha pelo curso, a representatividade do contato com o animal para sua formação, a percepção de suas condutas com relação aos novos paradigmas éticos no relacionamento do homem com o animal. O presente estudo necessitou previamente da aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Católica do Paraná cujo número do parecer é 1.682.944. Resultados
  • 26. 26 A pesquisa até o presente momento contou com a participação de 259 estudantes e 46 professores. O curso de formação predominante foi o curso de Ciências Biológicas Bacharelado, com 55,7% das participações e de Licenciatura com 29,2%. Destacando universidades (86.7%) e instituições privadas (52,9%) que congregavam os estudantes. Entre os professores, 43,8% assinalaram licenciatura como formação acadêmica, com predominância de universidades (91,3%) e públicas (47,8%). Enquanto concentram sua área de atuação em instituições de ensino pública e privada, desde de ensino básico a superior. Entre os estudantes, quando questionados sobre o uso de animais no decorrer de sua formação, apenas 0,7% afirmara que não utilizaram animais em suas aulas, contra 73,3% que tiveram aulas com animais mortos e 25,9% utilizaram animais vivos durante sua formação. A maioria dos respondentes (43,8%) afirmaram que no decorrer da sua graduação não precisaram coletar animais para suas aulas práticas, contra 56,1% que coletaram, em sua grande maioria invertebrados artrópodes. Por sua vez, 4,3% disseram que não utilizaram animais em sua formação, contra 47,8% que tiveram aulas práticas com animais, sendo destes 47,8% foram com animais vivos. Correspondente ao padrão dos estudantes, 67,3% dos professores afirmaram que coletaram animais para suas aulas, destacando os artrópodes, enquanto apenas 32,6% não realizaram coletas. Quanto aos motivos que levaram os estudantes a optarem pelo curso de formação, conforme tabela 1, foi atribuída maiores pontuações para “amar a natureza e os seres vivos”, assim como ter através do seu serviço oportunidade para salvar o planeta. Tabela 1- Média relativa sobre os motivos que motivaram a escolha pelo curso de graduação. Média Desvio padrão Por amar a natureza e os seres vivos 7.81 1.84 Por poder ter a possibilidade de trabalhar na natureza com plantas e animais 7.32 2.12 Por ter a possibilidade de contribuir com seu trabalho para salvar o planeta Terra 7.02 2.23 Por ter a oportunidade de manipular e conheceros animais desde a graduação 5.81 2.54 Por ter a oportunidade de defender os animais do uso excessivo pelos seres humanos 6.73 2.31 O quanto você acha necessário o contato do animal nas aulas práticas de Zoologia para sua formação? 6.33 2.58
  • 27. O quanto você ficaria satisfeito se soubesse que não usaria nenhumanimal em suas aulas de zoologia 4.84 3.17 O quanto você ficaria frustrado se soubesse que não usaria nenhumanimal em suas aulas de zoologia 4.81 3.10 O quanto você acredita que o contato com o animal nas aulas práticas de zoologia o capacitará como Biólogo para identificar um animal posteriormente 6.24 2.61 O quanto você acredita que o contato com o animal nas aulas práticas de zoologia o capacitará como Biólogo para identificar hábitos e habitats dos animais 5.25 2.71 O quanto você acredita que o contato com o animal nas aulas práticas de zoologia o capacitará como Biólogo para identificar e solucionar questões ambientais 4.97 2.74 O quanto você acredita que os métodos alternativos podemsubstituiro uso de animais nas aulas de zoologia 5.95 2.62 O quanto você conhece dos novos paradigmas éticos no relacionamento do homem com o animal? 5.11 2.18 Fonte: Dados da Pesquisa. Os professores para o mesmo questionamento atribuíram altas pontuações para a possibilidade de se trabalhar com plantas e animais a principal escolha pelo curso de formação, amor a natureza e aos animais, seguido de o contato com animais no decorrer da graduação foram fatores que estimularam a escolha profissional. O princípio dos 3 R’s, é conhecido por 66,6% dos participantes da pesquisa, quando questionados de que forma tiveram acesso a informação as respostas variaram em aulas no decorrer da graduação, Internet e aulas de bioética. Contra 33,3% que afirmaram não terem conhecimento da temática. A maioria dos professores (76%) relataram conhecer o Principio dos 3R’s, já os que não tinham conhecimento totalizaram 23,9%. Sobre a lei de Objeção de Consciência, a maioria (75,3%) afirmou nunca ter ouvido sobre, em contrapartida com 24,6% que disseram ter adquirido conhecimento, na universidade, através de amigos, congressos e Internet. Entre os docentes, 69,5% disseram não ter conhecimento sobre a Lei de Objeção de Consciência, contra 30,4% que conheciam. Sobre o contato com métodos alternativos no decorrer das aulas práticas, 66,6% não tiveram experiências com metodologias alternativas, contra 33,3% que afirmaram sim na maioria em aulas de Fisiologia animal e Zoologia. Quando questionados sobre o uso de animais nas aulas práticas, os participantes concordam com o uso de animais em aulas desde que seja extremamente necessário como recurso didático, conforme tabela 2, desde que esses animais estejam livres de sofrimento. Além de utilizar animais em aulas desde que não utilizam animais com capacidade de sentir dor e sofrimento, tendo como exemplo os grandes mamíferos.
  • 28. 28 Tabela 2- Pontuação média (0-9) atribuída aos motivos que motivaram a escolha pelo curso de graduação. Média Desvio padrão Eu concordo com o uso de animais em aulas práticas de Zoologia como recurso didático, pois sem poderdissecá-los e conhecê-los a fundo os homens não alcançariam o desenvolvimento científico e tecnológico que detém atualmente e que almeja para o futuro 4.77 2.89 Eu concordo com o uso de animais em aulas práticas de Zoologia como um recurso didático, porém não os utilizando vivos ou aqueles que possuem capacidade de sentirdor e sofrer, sentir prazer ou bem-estar, tais como grandes mamíferos 6.00 2.84 Eu concordo com o uso de animais em aulas práticas de Zoologia como recurso didático desde que seja extremamente necessário,não haja outra alternativa e os animais utilizados estejam livres de dor e sofrimento 6.73 2.65 Eu não concordo com o uso de animais em aulas práticas de Zoologia como recurso didático, pois por serem dotados de vida têm direito de não serem utilizados como recursos pelo homem para a finalidade que for, muito menos a didática, a qual é facilmente substituída. 4.76 3.00 Eu não concordo com o uso de animais em aulas práticas de Zoologia como recurso didático, pois todos os seres vivos são importantes pelo seu valor intrínseco, independente se possuemou não capacidade de sentir, o importante é que são seres-vivos e têm o direito de viver suas vidas. 4.84 2.91 Eu não concordo com o uso de animais em aulas práticas de zoologia como recurso didático, pois cada servivo faz parte de uma teia que compõe os ecossistemas.Logo, retirá-los da natureza simplesmente para usar em aulas pode contribuir para um desequilíbrio ecológico. 4.84 3.04 Fonte: Dados da Pesquisa. Igualmente questionados se concordam com a utilização dos animais em aulas práticas, os docentes pontuaram que concordam, desde que não existe métodos substitutivos, e que os animais não sintam dor nem sofrimento. Outra assertiva pontuada pelos docentes, que contrapõe as respostas dos estudantes diz respeito a necessidade dos animais em aulas práticas, pois segundo eles, sem poder disseca-los e conhece-los a fundo não se alcançariam o desenvolvimento cientifico e tecnológico necessário. Quanto ao usarem métodos alternativos os professores 48,8% afirmaram não utilizar em suas aulas práticas. Enquanto que 51,1% dos professores afirmaram incluir vídeos, imagens, saída de campo, modelos anatômicos produzidos pelos estudantes, conforme tabela 3. Tabela - Pontuação média (0-9) atribuída ao modo como são lecionadas as aulas de Zoologia.
  • 29. Média Desvio padrão Acompanhando livro didático e usando as figuras disponibilizadas pelo mesmo 6.35 2.62 Usando animais fixados em álcool presente na instituição trazidos pelos alunos 4.39 3.09 Usando animais fixados em álcool presente na instituição coletados pelos professores 5.95 3.02 Dissecando animais como minhocas e peixes juntamente com os estudantes 3.95 3.40 Fazendo excursões no jardim da instituição para identificar os animais 6.10 3.15 Fazendo excursões à zoológicos para conhecer melhor os animais 4.83 3.52 Fonte: Dados da Pesquisa. Considerações Finais Os animais se constituem de um dos modelos didáticos mais utilizados em aulas práticas nas instituições de ensino superior, essa perspectiva clássica que contribui com o uso de animais como estratégia didática soe normal, apropriado e até mesmo inquestionável, como se o ensino dependesse exclusivamente dessas práticas retrogradas. Fato este evidenciado na presente pesquisa em que a maioria dos participantes relaram ter tido aulas com animais no decorrer de sua graduação. Para Zanetti (2009) persiste ainda uma barreira a ser destruída que é a falta de conhecimento e o não praticar discussões sobre os aspectos éticos que envolvem o uso de animais no ensino. As novas tendências de métodos alternativos como recurso didático, está evoluindo, bem como uma abertura a temas científicos até então silenciados como o bem-estar animal, bioética e a interação homem-animal (ZANETTI, 2009). Os movimentos de libertação animal, para Singer (2002), requerem a quebra de paradigmas para práticas anteriormente consideradas naturais e inevitáveis tornem-se a todos atividades injustificáveis. Segundo Spinsanti (1990) abordagens históricas de que animais não possuem valor intrínseco, mas sim utilitário, perpetuam-se ainda hoje,. O Princípio da Igual Consideração de Interesses, em que Singer (1998) afirma, que todos os seres vivos possuem o mesmo peso de interesse, independentemente da raça, sexo ou espécie. A senciência animal caracterizada pela capacidade do animal de sentir, ainda é sucumbida por alguns estudiosos e expostas de maneira tendenciosas (SINGER, 1998),. Este fato, pode ser identificado nas respostas dos questionários da presente pesquisa, em que
  • 30. 30 enquanto na graduação mais da metade dos participantes, afirmam terem realizados coletas de animais para aulas práticas, destacando entre os invertebrados o grupo dos artrópodes. Oliveira (2014) elucidou o ceticismo da comunidade quanto ao sentimento dos animais quando comparadas a outras áreas do conhecimento. Entretanto, apesar de amargo o gosto da aceitação da sensciência no Filo animal, os animais invertebrados sofrem ainda mais com subjugação, sendo o filo mais numeroso, que comporta aproximadamente um milhão de espécies animais conhecidas, essa variedade e complexidade de vida animal dificulta a compreensão do ponto da escala evolutiva surge a senciência (Oliveira, 2014). As abordagens para se concluir os níveis de senciência animal são complexas, que envolvem estudo de comportamento, neurológico e fisiológico. Oliveira (2014) ressaltou que não existe um momento ao certo para se definir onde começou a presença da senciência nos animais, dessa forma temos obrigação moral para com todos os animais e o benefício da dúvida em os tratar como fossem seres sencientes. A legislação da União Europeia em diversos encontros, estudou a possibilidade de se enquadrar determinados grupos de invertebrados considerando a complexidade de sua forma embrionária e fetal. A versão final da Diretiva 2010/63/UE inclui os cefalópodes (polvos, lulas entre outros), incluindo como seres sencientes. Outros países como no Canadá, existe uma divisão no grupo de invertebrados entre superiores e inferiores (OLIVEIRA et al. 2014). O Manifesto de Cambridge (2012) declara sobre a consciência animal, que embora a ausência de neocórtex não implica a incapacidade de um organismo experimentar estados efetivos. O dialogo acerca do status moral animal, perpetua-se em discussões filosóficas até o momento, ganhando força com o livro de Peter Singer Animal Liberation, publicado em 1975, causando polêmica mundial, principalmente devido a péssimas condições em que animais eram submetidos nas indústrias de cosméticos e produção de alimentos. Dentro dessa temática, Russel e Burch (1959) definiram o princípio dos 3Rs: Replace, reduce, refine, pautado justamente na redução, substituição e o refinamento, em que visa a minimização da dor causada. Esse termo é conhecido pela maioria dos participantes da pesquisa, apontando que os temas permanecem viventes e atuais, ganhando forças para causa animal. Em contrapartida a Lei de Objeção de Consciência é pouco conhecida pelos participantes da pesquisa, que trata-se que nenhum aluno precisa participar de aulas que envolvam animais vivos, consequentemente nenhum professor ou diretor, pode puni-los, tirar
  • 31. pontos ou mesmo reprova-los, pois é amparado por lei. O caminho já foi indicado na própria Lei Ambiental: adoção de métodos alternativos à experimentação animal. Mencionado dispositivo ajusta-se perfeitamente ao mandamento supremo expresso no artigo 225, § 1º, VII, da Constituição Federal, em que o legislador houve por bem vedar as práticas que submetam animais à crueldade: “Incumbe ao Poder Público proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção das espécies ou submetam os animais à crueldade”. Ao considerar na atualidade os recursos alternativos existentes para a não utilização de procedimentos vivisseccionistas, faze necessário uma mudança de paradigmas, na mentalidade de educadores e pesquisadores, um fomento interior que seja possível conciliar a ética com atividades didáticas-cientifica (LEVAI, 2006). A pesquisa atual mostra seu ponto de vulnerabilidade moral vivenciada pelos participantes, em que compreendem as questões da senciência animal, são passionais quanto a escolha do curso de graduação, tem conhecimento de métodos alternativos substitutivos, ainda afirmam que concordam com o uso de animais em aulas práticas. Tais conceitos encontram-se tão consolidados que a intervenção da Bioética, em trazer luz a mudanças revolucionárias se fazem necessárias. A maneira atual em que aulas são planejadas, a introdução de métodos alternativos ainda é considerada com dificuldades por alguns educadores. Utilizando de animais para repetição de técnicas amplamente descritas, em que a demonstração resume a teoria, uma mera repetição teórica na prática (SEIXAS et al. 2008). A utilização de métodos alternativos no uso de animais é vantajosa, por trazer um ensino atualizado tanto no quesito tecnológico quanto ético. Outro ponto relevante é a manutenção dispendiosa para manter animais em instituições de ensino, seria minimizada ao se utilizar métodos alternativos (Pinto et al. 2005). A importância de atividades práticas no ensino, laboratoriais, campo, utilização de modelos, slides, vídeos e softwares como recursos didáticos reforçam a aprendizagem. Desde que bem direcionadas e planejadas facilitam a assimilação dos conteúdos. Em um estudo direcionado por Tudury e Potier (2008), estudantes que utilizam métodos alternativos substitutivos demonstraram a eficácia das iniciativas a não utilização de animais, alcançando o mesmo nível de conhecimento que os estudantes que utilizavam técnicas convencionais.
  • 32. 32 O desafio educacional deve ser o combustível que irá promover a metamorfose de pensamentos, romper os paradigmas morais que envolvem o uso de animais, reconhecer o status moral de todos os organismos vivos com a luz da bioética. Construir um pensamento crítico e reflexivo de igualdade a todos os seres, romper com o utilitarismo e especismo. Desta forma será possível promover a substituição por métodos mais eficazes a um desenvolvimento ético e cientifico envolvendo o uso de animais no ensino. REFERÊNCIAS BRASIL. Lei n o 11.794, de 8 de outubro de 2008. Brasília, 2008: Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11794.htm> Acesso em: 22 de maio de 2017. CASSIDY, R. On the human–animal boundary. Anthrozoös. Australia, v. 14, n. 4, p. 194- 203, abr.2001. DANIELSKI, J. C. R; BARROS, D. M; DE CARVALHO, F. A. H. O uso de animais pelo ensino e pela pesquisa: prós e contras. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde. Rio de Janeiro, v. 5, n. 1, mar. 2011. DINIZ, R., DUARTE, A. L. D. A., OLIVEIRA, C. A. S. D., & ROMITI, M. Animais em aulas práticas: podemos substituí-los com a mesma qualidade de ensino. Revista brasileira de educação médica. Rio de Janeiro, v. 30, n. 2, p. 31-41, abr. 2006. FEIJÓ, A. Utilização de animais na investigação e docência: uma reflexão ética necessária. Porto Alegre: Edipucrs, 2005. 148 p. FISCHER M. L., OLIVEIRA, G.M.D. Ética no uso de animais: A experiência do Comitê de Ética no Uso de Animais da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Estudos de Biologia; Ambiente e Diversidade. Curitiba, v. 34, n. 83, p. 247-260, jul./dez. 2012. FISCHER M.L., TAMIOSO, P. R. Perception and position of animals used in education and experimentation by students and teachers of different academic fields. Estudos de Biologia: Ambiente e Diversidade. Curitiba, v. 35, n. 84, p. 85-98, jan./jun. 2013. KONFLANZ, T. L.; SCHEID, N. M. J.; FRANZIN, R. F. A real necessidade do uso de animais não humanos in vivo em aulas práticas. Revista Polyphonía. Goiás v. 26, n. 2, p. 99- 114, jul./dez. 2015
  • 33. LEVAI, L. F. O direito à escusa de consciência na experimentação animal. Pensata, Animal, n. 2, 2006. LIMA, K. E., MAYER, M., CARNEIRO-LEÃO, A. M., & VASCONCELOS, S. D. Conflito ou convergência? Percepções de professores e licenciandos sobre ética no uso de animais no ensino de zoologia. Investigações em Ensino de Ciências. Porto Alegre, v. 13, n. 3, p. 353-369, 2008. MAGALHÃES, M.; ORTÊNCIO FILHO, H.Alternativas ao uso de animais como recurso didático. Arquivos de Ciências Veterinárias e Zoologia da Unipar. Umuarama, v. 9, n. 2, p. 147-154, jul./dez. 2006. MOLONARI, R. B., SANTOS, J. Z. , RODRIGUEZ, G. & FISCHER, M. L. Vertentes Contemporâneas da Ética na Pesquisa com Animais. p. 1-13, 2015. Disponível em: <http://jorneb.pucpr.br/wpontent/uploads/sites/7/2015/02/VERTENTES- CONTEMPOR%C3%82NEAS-DA-%C3%89TICA-NA-PESQUISA-COM-ANIMAIS.pdf> Acesso em 20 jan. 2014. OLIVEIRA, E. M.; GOLDIM, J. R.. Legislação de proteção animal para fins científicos e a não inclusão dos invertebrados: análise bioética. Revista bioética. Brasília, v. 22, n. 1, p. 45- 56, 2014. PAIXÃO, R. L. Métodos substitutivos ao uso de animais vivos no ensino. Ciência Veterinária nos Trópicos. Pernambuco, 11, 88-91, abr. 2008. PASSERINO, A. S. M. ; FEIJO, A. G. S. ; MALHEIRO, A. ; MOLINARO, E. ; SILVA, L. L. C. ; PETERS, V. ; OLIVEIRA, G. M. D. E. ; FISCHER, M. L. ; MOLINARI, R. B. ; QUINTANA, L. G. Workshop: Sucessos e Vicissitudes das Comissões de Ética no Uso de Animais (CEUAs) Aulas práticas com animais vivos. Estudos de Biologia (UCP. Impresso). Curitiba, v. 36, p. 1-1, jul. 2014. doi: 10.7213/estud.biol.36.SE.03 PINTO, M. C. M.; RÍMOLI, A. O. Vivência dos estudantes das áreas biológicas, agrárias e da saúde da Universidade Católica Dom Bosco quanto ao uso de animais em aulas práticas. Biotemas. Florianópolis, v. 18, n. 1, p. 193-215, jan. 2005. PRESGRAVE, O. A. F. et al. A Proposal to establish a Brazilian Center for Validation of Alternative Methods (BraCVAM). Altex. 27, Special Issue, p.47-51, 2010. RUSSELL, W. M. S., & BURCH, R. L. . The principles of humane experimental technique. London: Methuen. 1959, p. 238. SANTOS-FITA, D.; COSTA-NETO, E. M. As interações entre os seres humanos e os animais: a contribuição da etnozoologia. Biotemas. Florianópolis, v. 20, n. 4, p. 99-110, dez. 2007.
  • 34. 34 SEIXAS, M. M. et al. Consciência na substituição do uso de animais no ensino: aspectos históricos, éticos e de legislação. Revista Brasileira de Direito Animal. Salvador, v. 5, n. 6, jan./jun. 2014. doi: http://dx.doi.org/10.9771/rbda.v5i6.11073 SINGER, P. Ética Prática. In:_________ Libertação Animal. São Paulo: Martins, 2009.. 3.ed. São Paulo: Martins, 2009. p. 357. SPINSANTI S. Ética biomédica. São Paulo: Paulinas, 1990. p. 44. TUDURY, E. A. & POTIER, G. M. Métodos substitutivos ao uso de animais vivos no ensino: Métodos alternativos para aprendizado prático da disciplina técnica cirúrgica veterinária. In: Congresso Brasileiro de Bioética e Bem-estar Animal & I Seminário Nacional de Biossegurança e Biotecnologia Animal, 1., 2008, Recife. Anais... p. 92-95. WILSON E. O. Biophilia. Cambridge: Harvard University Press, 1984. p. 157. YAMAZAKI, S. C.; YAMAZAKI, R.M. O. Sobre o uso de metodologias alternativas para ensino-aprendizagem de ciências. Jornada de Educação da Grande Região de Dourados, v. 3, 2006 ZANETTI, M. B. F. O uso experimental de animais como instrumento didático nas práticas de ensino no curso de medicina veterinária. In: ENCONTRO SUL BRASILEIRO DE PSICOPEDAGOGIA, 3., 2009, Curitiba. v. 3, p. 8.570-8.582, 2009. CATEGORIZAÇÃO DAS AULAS PRÁTICAS DE ZOOLOGIA E APLICAÇÃO DE MÉTODOS ALTERNATIVOS SOB A PERSPECTIVA CIENTÍFICAE POPULAR
  • 35. Ana Laura Diniz FURLAN11 - PUCPR Pedro Cazetta CRUZ12 - PUCPR Fernanda Fornerolli WISNIEWSKI13 - PUCPR Marta Luciane FISCHER14 - PUCPR Eixo –Educação, Tecnologia e Comunicação Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo O uso de animais para atividades acadêmicas é justificado na necessidade do desenvolvimento de habilidades técnicas consideradas fundamentais no exercício profissional na área das ciências biológicas tais como biólogos, biomédicos e médicos. No entanto debates instaurados nas últimas décadas tem levado a sociedade a questionar a legitimidade das justificativas e conclamar o desenvolvimento de tecnologias que substituía o uso de animais sem prejudicar a formação profissional. Contudo, a análise da questão sob a perspectiva bioética prevê a listagem de argumentos favoráveis e contrários visando a equalização de um conflito ético e a busca por uma solução que diminuía as vulnerabilidades. Assim, é fundamental conhecer o que tem sido proposto e as consequências no aprendizado. O presente testudo teve como objetivo categorizar o conhecimento científico e popular a respeito da substituição ao uso de animais em atividades didáticas, levantar a opinião popular em meio digital e avaliar de que forma as aulas com animais têm sido conduzidas. Os resultados parciais elucidam que no meio popular os métodos alternativos estão sendo aceitos, com certa parcialidade da população que acredita que o uso de animais em aulas seja indispensável para uma boa formação acadêmica. Os métodos alternativos têm sido disponibilizados digitalmente no meio popular, sendo assim há um acesso mais básico sobre o assunto, já no meio científico, o uso de planos de aulas e o uso de artigos científicos demandam um estudo mais aprofundado sobre os métodos alternativos e de como esses serão aplicados. O docente não deve perceber as novas exigências éticas e legais como entraves para o exercício profissional do docente, mas como oportunidade de criar, juntamente como os acadêmicos, alternativas para que não haja prejuízo para o ensino, para o profissional e principalmente para a natureza. Palavras-chave: Bioética. Métodos alternativos. Principio dos 3 R’s 11 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Bioética - Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). E-mail: ana.ldf@hotmail.com 12 Acadêmico do Curso de Ciências Biológicas. E-mail: pedrocazettacruz@gmail.com 13 Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas. E-mail: fernanda.fornerolliwisniewski@gmail.com 14 Doutora em Zoologia UFPR. Professora Titular da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). E- mail: marta.fischer@pucpr.br
  • 36. 36 Introdução O uso de animais em atividades acadêmicas visando à demonstração de conhecimentos biológicos conhecidos é tradicionalmente justificado na importância para formação profissional do estudante e apoiado na crença de que os animais não são seres senscientes (FEIJÓ et al., 2010). Contudo, o avanço do conhecimento científico, somado à mudança de condutas da sociedade como um todo e da comunidade acadêmica, em particular, têm resultado em leis que visam regulamentar esse uso. Assim, é considerado crime causar sofrimento ou dor em animais em situações para as quais exista alternativas (DANIELSKI et al., 2011, CONCEA, 2015) Diante da demanda da sociedade por novos paradigmas na relação homem/natureza, paulatinamente o uso de animais em atividades acadêmicas vem sendo, sempre que possível substituído por manequins, modelos e softwares, partindo-se do pressuposto que esta substituição não incorra em prejuízo para o aprendizado, contribuindo para a formação de profissionais e cidadãos com condutas mais éticas com respeito aos animais (DINIZ, 2006, FEIJÓ et al., 2010). Dados internacionais atestam que universidades de medicina americanas e europeias já não usam modelos animais em suas aulas práticas há décadas, e por isso não são considerados pela comunidade como piores médicos do que aqueles que, todavia, usam o modelo animal para a prática da técnica operatória, como é argumentado pelas universidades brasileiras, por exemplo (DINIZ, 2006, FEIJÓ et al., 2010). Cadáveres de animais são tradicionalmente utilizados em aulas de zoologia, apoiados por educadores que alegam ser impossível desenvolver habilidades necessárias para o exercício profissional sem contato prévio com o material biológico. No entanto, para suprir essa demanda é necessário, no caso de animais silvestres coletar e no caso de animais de laboratório ou de produção comprar e sacrificar inúmeros indivíduos com frequência. Uma vez que são encontradas dificuldades para a manutenção de acervos didáticos cujo material é facialmente deteriorado com manipulação constante requisitando as reposições, principalmente de animais invertebrados, devido a fragilidade dos seus corpos. A retirada dos animais do seu habitat e o
  • 37. possível impacto ecológico gerado por esse tipo de atividade, soma-se ao sofrimento causado pelos métodos de coleta, transporte e eutanásia geralmente realizados de maneira inadequada (YAMAZAKI; YAMAZAKI, 2006). Embora já existam alternativas formais e informais para a substituição do uso de animais em aulas de fisiologia, toxicologia, psicologia experimental e anatomia destacando-se os cursos de medicina, veterinária, biomedicina e psicologia pouca atenção tem sido direcionada para o Curso de Ciências Biológicas quanto ao uso de animais nas aulas de Zoologia. Logo, a presente proposta, apoiada em um relevante potencial de inovação, questiona qual é a perspectiva científica e popular quanto ao uso de animais para atividades acadêmicas. Tem-se como hipótese a existência de aderência popular à substituição ao uso de animal, contra a resistência dos docentes e discentes de cursos específicos que condicionam o aprendizado ao contato com o animal. O objetivo foi avaliar e categorizar os métodos alternativos sob a perspectiva científica e popular e avaliar como as aulas de zoologia vêm sendo conduzidas visando a substituição do modelo animal nas atividades acadêmicas de Zoologia. Desenvolvimento A presente pesquisa compõe um projeto desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Bioética da PUCPR, já aprovado pelo CEP-PUCPR (1.682.944) e CEUA-PUCPR (n.01087/2016), cujo estudos têm sido realizadas atendendo as recomendações quanto aos procedimentos ético, técnico e legal, prezando por uma pesquisa integra e preservando os direitos e dignidade dos participantes. Categorização a abordagem científica da substituição do modelo animal nas atividades acadêmicas Na primeira etapa da pesquisa está sendo a categorização dos conteúdos disponíveis em textos científicos disponível em livros, artigos científicos, resumos apresentados em congresso disponíveis em bibliotecas e no meio digital. No meio digital o material está sendo recuperado de duas maneiras: o portal da CAPES e o Google Acadêmico, em ambos serão utilizados como descritores em português e inglês “métodos alternativos ao uso de animais” e “métodos
  • 38. 38 substitutivos ao uso de animal”, “uso didático de animais” e “aula prática com animais”. Os textos recuperados (Tabela 1) estão sendo arquivados e categorizados segundo a técnica de análise de conteúdo de Bardim (2011), conforme: tipo (Artigo, Resumo, Ensaio), termo pesquisado, data e hora pesquisada, título do artigo, ano, instituição, teórico/prático, curso destinado a pesquisa, disciplina, objetivo do trabalho, problemas identificados e os procedimentos. No meio digital a pesquisa é realizada com o navegador desprovido de login, devendo ser registrado o número de páginas e data e hora da pesquisa. Para cada descritor serão catalogados os 100 primeiros registros. Tabela 1. Número de Registros de Conteúdos Científicos e Populares quanto à substituição ao uso de animais Termo Portal Capes Google Acadêmico Google.com Youtube Métodos alternativos ao uso de animais 74 140 10.800 64 Métodos substitutivos ao uso de animais 8 46 1.160 25 Uso didático de animais 101 41 1.150 1.470 Aula prática com animais 222 9 2.580 28 Alternative Methods to Animal Use 10 64 8.070 9.620 Animal replace 56 72 86.800 0 Animal use in education 7 111 15.300 3 Animals in classrooms 3 115 166.000 2 Fonte: As autoras. Até o presente momento foram categorizados 30 artigos publicados de 2002 a 2015, para um publico alvo dos acadêmicos e profissionais de graduação em Medicina Veterinária, Zootecnia e Ciências Biológicas de Bacharelado e Licenciatura abordando sobre a substituição de métodos alternativos na utilização de animais tanto em pesquisas quanto em atividades acadêmicas, avaliando sua eficácia, não prejudicando na qualidade do ensino e das pesquisas. Conforme a realização da categorização dos artigos foi observada que na maioria dos textos científicos a uma maior abordagem sobre os métodos alternativos ocorrendo nas atividades acadêmicas de técnicas cirúrgicas, aulas de fisiologia e toxicologia animal. Já os artigos voltados para a área de Ciências Biológicas mostram que em certas instituições já testaram ou ainda irão realizar o teste da substituição dos animais para os métodos a fim de avaliar comparativamente o desempenho de graduandos com e sem a utilização dos métodos para certificar-se que ao utilizar esses métodos não será prejudicado o aprendizado nas atividades
  • 39. acadêmicas de zoologia. Alguns dos problemas identificados durante a caracterização desses textos científicos foi a observação de argumentos que explicam a não utilização devido ao custo de aquisição do material visto ainda que ainda há um conflito dentre professores e acadêmicos que se posicionam tanto a favor quanto contra a utilização dos desses métodos. Muitos argumentos favoráveis ainda defendem a ideia de que o método tradicional é o ideal e necessário para a formação de um bom profissional e obter uma boa compreensão dos conteúdos. Categorização a abordagem popular de notícias meio digital sobre da substituição do modelo animal nas atividades acadêmicas Concomitantemente com a análise cientifica estão sendo categorizados os conteúdos populares disponíveis em sites, blogs e redes sociais presentes no meio digital sobre métodos alternativos, utilizando como motor de busca o Google.com desprovido de login para diminuir o viés dessa ferramenta quanto ao direcionamento das respostas (Tabela 1). Para tal, estão sendo utilizados os mesmos descritores para recuperação de material científico. As páginas recuperadas estão sendo arquivadas em pdf e categorizadas segundo a técnica de Bardim (2011), conforme: Termo pesquisado, data e hora, ano, instituição, ferramenta (Blog, Vlog, site, notícias, portal, redes sociais), objetivos e problemas identificados, número de visualizações, curtidas, compartilhamento e comentários. Para cada descritor serão catalogados os 100 primeiros registros. No caso dos comentários, os mesmos igualmente serão analisados quanto a aderência ou não à substituição e a forma de expressão. Até o presente momento foram analisados 30 sites populares, sendo 85% notícias e 15% redes sociais, as notícias e publicações em diferentes redes sociais enfocam em uma área mais voltada para a pesquisa (90%), poucas das notícias e postagens tratam sobre a utilização de métodos alternativos na área da educação (10%). Pode-se inferir, nesta fase inicial, que métodos alternativos são mais utilizados na pesquisa. Na área da educação, os métodos alternativos estão mais voltados para a medicina veterinária, sendo assim há uma menor distribuição e menor visualização por parte de outras áreas acadêmicas, fazendo com que o nível de popularização desses métodos seja baixo entre os diferentes cursos que tenham a matéria de zoologia em sua grade.
  • 40. 40 Categorização dos planos de aulas de zoologia disponíveis no meio digital A terceira etapa visa compreender como as aulas de zoologia têm sido ministradas e se estão sendo utilizados métodos alternativos por meio da análise de planos de aula disponíveis no meio digital. Para tal, estão sendo recuperados planos de aula utilizando a ferramenta google. com desprovida de login e com os descritores “plano de aula” adicionado o nome do filo animal. O conteúdo recuperado está sendo arquivado e categorizado segundo a técnica de Bardim (2011), conforme: Termo pesquisado, data e hora da pesquisa, turma destinada a atividade, tema da aula, objetivos gerais e específicos, conteúdos, metodologias e avaliações empregadas. Para cada descritor serão catalogados os 50 primeiros registros. Até o presente momento foram categorizados 31 planos de aulas relativos aos táxons Protozoa, Porifera e Cnidaria, Platelmintes, Nematelmintes e Anelida, em turmas de graduações, ensino fundamental e médio, visando como objetivo geral a compreensão de seus habitas, sua sistemática, identificação e reconhecimento das características evolutivas, taxonômicas, morfo-fisiológicas, ecológica e a biologia do animal. O objetivo específico das aulas práticas tem sido a evidenciação da diversidade dos diversos grupos, proporcionando um treinamento para sua identificação. Além do fornecimento do conhecimento teórico e prático das técnicas de coleta, identificação e conservação dos organismos, ressaltando os principais aspectos morfo-anatômicos, biológicos, ecológicos e sistemáticos dos diversos grupos e recursos disponíveis para o estudo. Como conteúdo foram registradas características gerais, nutrição, locomoção, reprodução, morfologia e fisiologia, suas adaptações evolutivas, sua sistemática e importância ecológica, econômica e de interesse médico. Na maioria dos planos de aulas categorizados e analisados as metodologias são realizadas através de Datashow, Vídeos, Documentários, Aulas expositivas, de campo, práticas e teóricas, discussões e utilização de laboratórios para análises, sendo avaliados a partir de avaliações, trabalhos, seminários, relatórios de aulas práticas e resenhas das aulas. Considerações Finais
  • 41. As análises iniciais têm confirmado a hipótese testada de que a substituição de animais nas aulas de Zoologia todavia não é uma prática consolidada, pelo menos não divulgada em conteúdos científicos ou populares. A viviveseção de fato se constitui de uma intervenção mais impactante e que permeou a história da ética animal e as manifestações populares contra o uso de animais em aulas práticas (FISCHER; TAMIOSO, 2013, 2016) se constituindo de um dos alicerces da implementação legal (CONCEA, 2015). As tradicionais aulas de inoculação de substâncias, testes de irritação dermal e técnicas cirúrgicas foram alvo dos conflitos éticos entre estudantes e professores. Estes argumentavam a importância da aula e que a prática era inerente à formação do profissional, levando aos estudantes mais sensíveis a desistirem do curso, e os demais a criarem uma desensibilização para o sofrimento animal e tornando-o posteriormente um disseminador da técnica. As aulas de Zoologia podem envolver o uso de animais vivos em laboratório, como as tradicionais aulas em que se abre a minhoca para visualizar os corações batendo, as que destrincham animais como cupins, baratas e larvas vivas para acessarem os parasitas no seu interior e até mesmo aquelas em que moluscos são manipulados. Aulas de campo também são comuns, e nestas situações os estudantes podem interagir com o animal, muitas vezes retirando- os do seu ambiente ou causando injuria e até morte. Contudo, a prática mais comum é o uso de animais já mortos conservados em álcool, a seco ou em resina, cuja morfologia é minuciosamente estudada e os caracteres diagnósticos identificados para que seja possível a identificação taxonômica. Esses animais antigamente chegavam até as coleções didáticas por meio de coletas espontâneas de estudantes e docentes e eram acumulados nos laboratórios, muitos deles deteriorados por falta de manutenção com substituição da substância fixadora ou mesmo para prevenção de serem consumidos por insetos (aqueles guardados a seco). A partir de 1998 toda coleta e captura de animais passou a ser condicionada a Lei de Crimes Ambientais (BRASIL, 1998), que criminaliza todo aquele que retira da natureza qualquer animal e para finalidade que for sem a autorização dos órgãos competentes. O Ibama disponibiliza um sistema on line (ICMBIO, 2011) no qual o docente que tem interesse em coletar animais para coleção didática deve solicitar autorização e fornecer após a realização da aula um relatório informando os animais coletados e o destino do mesmo. Desta forma, os órgãos gestores da fauna monitoram
  • 42. 42 onde os animais estão alocados. Já não é possível também receber animais capturados nas residências como pássaros que caem das árvores, serpentes ou aranhas, pois as coleções precisam atestar a origem desses animais. Dez anos após a instauração da Lei de crimes ambientas, foi promulgada a Lei Arouca (CONCEA, 2015) que condiciona toda aula com vertebrado a ser analisada por uma comissão de ética que objetiva avaliar se a justificativa é mesmo idônea, se não há métodos alternativos e se os procedimentos atendem ao princípio dos 3R’s. Esse aparato legal tem se constituído de um entrave para muitos professores na aquisição de animais e na manutenção dos acervos didáticos de animais silvestres que até então eram usado sem um cuidado maior. Assim, a confluência da legislação e dos novos paradigmas éticos tem demandado para que haja uma mobilização no sentido de desenvolvimento, avaliação e validação de métodos alterativos ao uso de animais nas aulas de zoologia, contudo pelo atestado até o presente momento do estudo, tem-se mostrado incipiente. É importante igualmente ressaltar que a tecnologia tem a disposição de promover meios muito mais eficientes de aprendizado. Atualmente as impressoras 3D trazem a possibilidade de criar modelos bem próximos dos reais, contudo com maiores tamanhos e possiblidade de visualizar melhor as estruturas corporais, do que os animais armazenados em álcool por exemplo, no qual as cores originais são perdidas, partes do corpo se desprendem ou sofrem distorções. Além disso, modelos virtuais seja imagens, vídeos ou até os óculos de realidade virtual poderá inserir o estudante em uma qualidade de imagem favorável para o aprendizado. Argumentos contrários alegam que viver uma experiência virtual não é a mesma coisa que viver uma experiência real, e até exemplificam dizendo que por mais que seja possível atualmente se realizar uma visita virtual a um museu ou a uma cidade, a compreensão da dimensão do contexto só é possível estando no local. Os contra- argumentos, concordam com a colocação, mas acrescentam que ao viver uma situação virtual antecedente a real possibilita que a experiência real seja maximizada. Por exemplo, o estudante que aprende a identificar caracteres morfológicos em animais por meio de imagens, vídeos ou manequins, não terá a mesma experiência do que em um animal real, contudo, no seu exercício profissional ao se deparar com esse animal pela primeira vez, potencialmente irá reconhecer o mesmo a partir do seu conhecimento acumulado de outros meios. Diante do exposto, é óbvio que a sociedade vive um novo momento e quebra de paradigmas é difícil e gera resistência,
  • 43. contudo este é um caminho sem volta, o uso de animais para finalidades que tenha alternativa não é mais aceito. Esses momentos de crise são importantes para que haja uma mobilização em prol da busca de alternativas. O próprio desenvolvimento tecnológico que trouxe tantos problemas para humanidade, é o mesmo que trará meios de mitigar esse problema. Logo, o docente não deve perceber as novas exigências éticas e legais como entraves para seu exercício profissional, mas como oportunidade de criar, juntamente como seus acadêmicos, alternativas para que não haja prejuízo para o ensino, para o profissional e principalmente para a natureza. REFERÊNCIAS BRASIL. Lei n. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Brasília, 1998. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9605.htm> Acesso em: 26 de maio de 2017. CONCEA. Concea aprova proposta sobre a substituição progressiva aos testes com animais. 2015. Disponível em: < http://umaincertaantropologia.org/tag/animais-de- laboratorio/> Acesso em: 26 de maio de 2017. DANIELSKI, J. C. R; BARROS, D. M; DE CARVALHO, F. A. H. O uso de animais pelo ensino e pela pesquisa: prós e contras. Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde. Rio de Janeiro, v. 5, n. 1, mar. 2011. DINIZ, R., DUARTE, A. L. D. A., OLIVEIRA, C. A. S. D., & ROMITI, M. Animais em aulas práticas: podemos substituí-los com a mesma qualidade de ensino. Revista brasileira de educação médica. Rio de Janeiro, v. 30, n. 2, p. 31-41, abr. 2006. ICMBIO.Relatório de atividades. Brasilia, 2011. Disponível em: <http://www.icmbio.gov.br/sisbio/relatorio-de-atividades.html> Acesso em: 26 de maio de 2017. FEIJÓ, A. Utilização de animais na investigação e docência: uma reflexão ética necessária. Porto Alegre: Edipucrs, 2005. 148 p. FISCHER, M. L., TAMIOSO, P. R. Perception and position of animals used in education and experimentation by students and teachers of diferents academic fields. Estudos de Biologia. Curitiba, v. 35, n. 84, p. 85-98, jan/jun. 2013. FISCHER, M.L. TAMIOSO, P. Bioética ambiental: concepção de estudantes universitários sobre o uso de animais para consumo, trabalho, entretenimento e companhia. Ciência & Educação. Bauru, v. 22, n. 1, p. 163-182, jan/mar. 2016.
  • 44. 44 YAMAZAKI, S. C.; YAMAZAKI, R. M. O. Sobre o uso de metodologias alternativas para ensino-aprendizagem de ciências. In: COELHO, N. Educação e Diversidade na Sociedade Contemporânea. 2016. p. 1-14.