1. Os 5 S para Acalmar um Bebê até 3 Meses
Os 5 métodos para acalmar um bebê até 3 meses de idade são extremamente
eficazes SOMENTE quando executados corretamente. Sem a técnica correta e o
vigor necessário, não adiantam em nada.
1. Swaddling (embrulhar o bebê apertadinho)
A pele é o maior órgão do corpo humano e o toque é o mais calmante dos cinco
sentidos. Embrulhadinho, o bebê recebe um carinho suave. Bebês alimentados
mas nunca tocados freqüentemente adoecem e morrem. Estar embrulhadinho
não é tão bom quanto estar no colo da mãe, mas é um ótimo substituto para
quando a mãe não está por perto.
Bebês podem ser embrulhados assim que nascem. Apertadinhos, de forma que
não mexam os braços. Eles se sentem confortáveis, “de volta ao útero”. Bebês
mais agitados precisam mais de ser embrulhados, outros são tão calmos que não
precisam.
Se o bebê tem dificuldade para pegar no sono, pode ser embrulhado
apertadinho, não é seguro colocar um bebê para dormir com um cueiro solto.
Não permita que o cueiro encoste no rosto do bebê. Se estiver encostando, o
bebê vai virar o rosto procurando o peito, ao invés de relaxar.
Todos os bebês precisam de tempo para espreguiçar, tomar banho, ganhar uma
massagem. 12-20 horas por dia embrulhadinho não é muito para um bebê que
passava 24 horas por dia apertadinho no útero. Depois de 1 ou 2 meses, você
pode reduzir o tempo, principalmente com bebês tranqüilos e calmos
2. Side/Stomach (posição de lado)
“Quanto mais nervoso seu bebê estiver, pior ele fica quando colocado sobre as
costas. Antes de nascer, seu bebê nunca ficou deitado de costas. Ele passava a
maior parte do tempo na posição fetal: cabeça para baixo, coluna encolhida,
joelhos contra a barriga. Até adultos, quando em perigo, inconscientemente
escolhem esta posição.
Segurar o bebê de lado ou com a barriga tocando os braços do adulto ajuda a
acalmá-lo (a cabeça fica na mão do adulto, o bumbum encostado na dobra do
cotovelo do adulto, com braços e pernas livres, pendurados). Carregar o bebê
2. num sling, com a coluna curvada, encolhidinho e virado de lado, tem o mesmo
efeito. Em muitas culturas os bebês passam 24 horas por dia pendurados às
mães (em algumas dessas culturas não há sequer uma palavra para designar
“cólica do recém-nascido).
Atualmente especialistas são unânimes em dizer que bebês NÃO DEVEM SER
POSTOS PARA DORMIR DE BRUÇOS, pelo risco de morte súbita.
O bebê não sente falta de ficar de cabeça para baixo, como no útero, porque na
verdade o úteroé cheio de fluido e o bebê flutua, como se não tivesse peso
algum. Do lado de fora, sem poder flutuar, virado de cabeça para baixo, a
pressão do sangue na cabeça é desconfortável.”
3. Shhhh Shhhh – O som favorito do bebê
“O som “shhh shhh” é parte de quem somos, tanto que até adultos acham o som
das ondas do mar relaxante.
Para bebês novinhos, “shhh” é o som do silêncio. Ele estava acostumado a ouvir
tal som 24 horas por dia, tão alto quanto um aspirador de pó. Imagine o choque
de um bebê acostumado a tal som chegando a um mundo onde as pessoas
cochicham e caminham na ponta dos pés, tentando fazer silêncio !
Coloque sua boca 10-20 cm de distância dos ouvidos do bebê e faça “shhh”,
“shhh”. Aumente o volume do “shh” até ficar tão alto quanto o choro do bebê.
Pode parecer rude tentar “calar” um bebê choroso fazendo “shh”, mas para o
bebê, é o som do que lhe é familiar.
Na primeira vez fazendo “shhh”, seu bebê deve calar pós uns 2 minutos. Com a
prática, você será capaz de acalmar o bebê em poucos segundos. É ótimo ensinar
isso aos irmãos mais velhos, que adorarão poder ajudar e acalmar o bebê.
Para substituir o “shhh”, pode-se ligar:
– secador de cabelos ou aspirador de pó
– som de ventilador ou exaustor
– som de água corrente
– um CD com som de ondas do mar
– um brinquedo que tenha sons de batimentos cardíacos
– rádio fora de estação ou babá eletrônica fora de sintonia
3. – secadora de roupas ligada com uma bola de tênis dentro
– máquina de lavar louças
O barulho do carro ligado também acalma a criança.
4. Swinging – Balançar
“A vida era tão rica no útero. Rica em sons e barulhos. Mas a maior parte era
movimento. Movimento contínuo. Quando a mãe senta, levanta, caminha e vira
o corpo – movimento, movimento, movimento.”
(Frederick Leboyer, Loving Hands)
Quando pensamos nos 5 sentidos – visão, audição, tato, paladar e olfato –
geralmente esquecemos o sextosentido. Não é intuição, mas a sensação de
movimento no espaço.
Movimento rítmico ou balanço é uma forma poderosa de acalmar bebês (e
adultos). Quem não se lembra de adormecer quase de forma hipnótica como
movimento de uma rede ou de um trem ? Por que tais movimentos trazem um
relaxamentotão profundo ? Porque o balanço imita o movimento que o bebê
sentia no útero materno e ativa as sensações de “movimento” dentro dos
ouvidos, que por sua vez ativam o reflexode acalmar.
Como balançar ?
1. Carregando o bebê num “sling” ou canguru;
2. Dançando (movimentos de cima para baixo);
3. Colocando o bebê num balanço;
4. Dando tapinhas rítmicos no bumbum ou nas costas;
5. Colocando o bebê na rede;
6. Balançando numa cadeira de balanço;
7. Passeando de carro;
8. Colocando o bebê em cadeirinhas vibratórias (próprias para isso);
9. Sentando com o bebê numa bola inflável de ginástica e balançando de cima
para baixo com ele no colo;
10. Caminhando bem rapidamente com o bebê no colo.
A diferença entre balançar e sacudir
“O ato de sacudir podendo causar a síndrome do bebê sacudido (shaken baby
4. syndrome) é tão violento que pessoas observando a situação podem reconhecer
como perigoso e capaz de matar a criança” (Academia Americana de Pediatria,
Julho 2001)
Quando balançar o bebê, seus movimentos devem rápidos mas curtos. A cabeça
do bebê não fica sacudindo freneticamente. A cabeça move no máximo 2-5 cm
de um lado para o outro. A cabeça está sempre alinhada com o corpo e não há
perigo de o corpo mover-se numa direção e cabeça abruptamente ir na direção
oposta.
5. Sugar – a cobertura do bolo
Agira que seu filho irrequieto começou a se acalmar com as quatro primeiras
etapas, ele já está pronto para a quinta e gloriosa fase: sugar. Trata-se da
cobertura do “bolo da calma”, pois induz a criança, que já está mais tranqüila, a
alcançar um estágio de profunda tranqüilidade.
Obviamente, é mais difícil para seu filho gritar com uma chupeta na boca, mas
não é por essa razão que sugar tem um efeito calmante. Na verdade, esse ato
afeta o sistema nervoso infantil, aciona o reflexocalmante e libera substâncias
naturais no cérebro, que provocam, em questão de minutos, um alto nível de
relaxamentoe satisfação.
Alguns pais dão aos filhos mamadeiras ou chupetas, mas em qualquer lugar do
mundo e em qualquer época, o brinquedo favorito de sucção é o bico do seio da
mãe. Como já mencionamos, em algumas sociedades, para tranqüilizar os
bebês, as mães oferecem o seio quase cem vezes por dia
Em resumo, as duas primeiras etapas – embrulhar e colocar de lado/de bruços
– iniciam o processo de apaziguamento ao impedir que braços e pernas se
agitem, ao “desligar” o reflexo de Moro e ao ajudar o bebê a se concentrar em
você à medida que o reflexo calmante começa a ser ativado. A terceira e quarta
etapas – fazer só… e balançar – interrompem o ciclo do choro ao ativar o reflexo
calmante e tranqüilizar o sistema nervoso da criança. A quinta etapa – sugar –
mantém o reflexo atuando e permite que o bebê consiga relaxar profundamente.
As cinco etapas são recursos fantásticos, mas como qualquer ferramenta, a
habilidade de usá-las aumenta com a pratica. Uma vez que o reflexo só funciona
se acionado na ordem correta, você vaidescobrir que dominar essa técnica
antiga é a primeira tarefa importante da maternidade.
Interessante notar que não só os pais melhoram com a pratica, mas também os
bebês. Muitos pais percebem que, depois de algumas semanas embrulhando-os
5. com firmeza, os bebês começam a esticar os braços e a se acalmar no instante
em que são postos sobre o cobertor. É como se eles dissessem “eu me lembro, eu
gosto disso”.
Você pode ler sobre as cinco etapas e pensar: o que há de novo? Esses
procedimentos são conhecidos há séculos. E você estaria parcialmente certa. As
etapas em si não são novas; a novidade, entretanto, são os dois conceitos
essenciais que as tornam realmente eficazes: a vigor e a combinação entre elas.
Bebês pequenos e separação das mães
A preocupação das mães ao verem seus bebezinhos requerem contato contínuo
com elas, quase que 24 horas por dia, e não entenderem porque disso ou
receberem conselhos contrários a atender suas necessidades, é muito frequente.
Veja o que diz Dr. Sunderland:
Quando muito pequenos, os bebês não suportam a separação das suas mães. É
impossível para seu cérebroem desenvolvimento entender que a mãe, longe do
seu campo visual, continua existindo. Aos poucos, com o desenvolvimento
cerebral e as experiências de ida-e-vinda da mãe, ele se torna capaz de manter a
mãe viva mesmo sem poder vê-la.
Ele desenvolve a noção de permanência, ao mesmo tempo que adquire
capacidade de maternar-se. Ele desenvolve uma série de comportamentos que
simbolizam sua mãe, e a faz presente na ausência. Logo seu medo e angústia
diante da separação cede lugar à certeza que não há qualquer perigo.
Esses sistemas de medo e angústia de separação se tornam muito menos
sensíveis com o tempo, por causa do desenvolvimento do cérebroque começa
naturalmente a inibi-los.Ouseja, quando as crianças compreendem
racionalmente que não há qualquer perigo, que os pais estão no quartoao lado e
que, se precisarem, eles virão ao seu encontro, são capazes de dormir sozinhas
sem chorar e sem os chamar se não houver qualquer problema, embora às vezes
seu instinto continue a dizer-Ihes outra coisa.