SlideShare uma empresa Scribd logo
1
MEDITAÇÕES – O PONTO DE EQUILÍBRIO
VOLUME I
2
Neli Cavalcante
Assessoria jurídica
Especialista em Leis Cristãs
R. Aureliano Coutinho, 228 / 04
Embaré – Santos- Cep: 11.040- 240
Tel. 32314759- 91227361- 91780437
E-mail: nelicavalcante7@yahoo.com.br
“e te restituirei os teus juízes, como eram dantes, e os teus
conselheiros, como no princípio, então serás chamada cidade
de justiça, cidade fiel”.1
Dedicatória:
1
Isaías 1:26.
3
A Deus, pois justiça e juízo são a base do Seu trono.
4
Índice deste volume
1. Prefácio.............................................................................006
2. Oração..............................................................................008
3. O Ponto de Equilíbrio...........................................................009
3.a Misericórdia quero e não sacrifícios.....................................013
3.a.1 A Mulher adúltera recebe misericórdia..............................021
3.b Equilíbrio para os gregos...................................................023
3.c O Oscilar do pêndulo.........................................................026
3.d O desequilíbrio de Josué (gibeonitas)...................................030
3.d.1 O humanismo injustificável..............................................032
3.d.2 Fala o Pr Usiel Varella.....................................................037
3.d.3 Fala o Pr Edevir Perón.....................................................037
3.d.4 Aplicação pessoal...........................................................038
3.d.5 O Bom nome de Moisés e Josué ......................................040
3.e O desequilíbrio de Sarah e Abrahão (Ismael)........................046
3.f A ordem e a desordem......................................................047
3.g Estar ao lado do perdido....................................................050
3.h Fracos e fortes.................................................................066
3.h.1 Deus usa os fracos ou os fortes?......................................068
3.h.2 Moisés, Raabe e Cornélio: fortes ou fracos?.......................079
3.i Deixar a parentela..............................................................075
3.j Deus é amor?....................................................................080
3.j.1 O que é amar?................................................................083
3.k Aprender a amar com Jó.....................................................085
3.k.1 Deus prova a Abrahão.....................................................092
3.k.2 Abrahão e Ismael se separam..........................................105
3.k.3 As firmes razões da mulher sunamita................................108
3.k.3.a O filho da mulher sunamita...........................................110
3.k.3.b Mulher sunamita..........................................................117
3.k.4 A revolta de Gideão.........................................................120
3.k.5 O ponto de equilíbrio de Jacó............................................121
3.k.6 Mais conflitos: Moisés, Abrahão e Ló..................................123
3.k.7 Os conflitos de Paulo........................................................127
3.k.8 O drama do pai do filho pródigo.........................................130
3.k.9 O grande impasse de Moisés no Mar Vermelho....................132
3.k.10 A fé de próximos salva paralítico......................................138
3.k.11 A cura de um cego de nascença.......................................141
3.k.11.a Saber esperar o momento de Deus................................143
3.k.11.b Saber aguardar...........................................................144
3.k.11.c Esperar em Deus.........................................................145
3.k.11.d No coração de Jesus está a nossa razão de existir...
Desistir?...................................................................................14
6
3.k.11.e Ainda que a figueira não floresça...................................148
3.k.12 Somos madeira de acácia................................................151
3.k.13 Moisés se desequilibra e bate na Rocha.............................158
3.k.14 Continuando a aprender com Jó ....................................177
3.k.15 Os Fariseus.................................................................192
3.k.15.a Zelo........................................................................205
3.k.15.b Retornando aos Fariseus............................................211
Índice do volume II
3.l Dramas familiares................................................................231
3.l.1 Eli perde autoridade por causa dos filhos..............................295
3.l.2 Pais Maus.........................................................................308
5
A proposta aqui é trazer uma meditação sobre o assunto, filosofar
sobre o tema, já que, evidentemente, não há regras prontas para se
saber, ou se obter o ponto de equilíbrio, que é a própria justiça, esta
que, como se sabe, não pende para nenhum dos lados e é um dos
nomes redentivos do próprio Deus: “O Senhor Justiça Nossa”.2
Não
haverá também conclusão para este tema, já que ele é multiforme
como o é a raça humana, também insondável, e se renova a cada
manhã, como o é o nosso Deus. Há engano sutil e maligno em se
pensar ou fazer a sua própria justiça, ou o seu próprio ponto de
equilíbrio, como se observa no cotidiano. As pessoas são levadas a
pesar com as suas medidas particulares para decretarem a justiça em
cada situação, porém, esta não abrangerá a todos como o faz a
JUSTIÇA, mais deixará alguém de fora, ou via de regra, deixará a
todos de fora menos a pessoa em particular, transformando este
julgamento em uma perfeita injustiça. O que está mais alto que todos
é que poderá enxergar a situação acima de sentimentos humanos, de
partidarismos, ou egoísmos, e nos dar o ponto certo, O PONTO DE
EQUILÍBRIO, e só aí poderá então, a harmonia poderá reinar. Como
vemos não é uma coisa simplória como normalmente se pode pensar,
almejar ser uma pessoa equilibrada, mas, esta que pretende tão alta
e digna posição invocará o Espírito Santo de Deus, para obter d’Este
o entendimento, em cada caso concreto, no momento que suceder o
tal fato.
O Deus “da hora” nos dá uma ordem neste sentido, que a princípio
nos parece contraditória, tal a distância que estamos da realidade, na
nossa humanidade corrompida:
(...) portanto, sede mansos como a pomba e astuto como a
serpente (...). 3
Que coisa estranha nos parece esta proposta! Isto nos leva à
introspecção e ao espanto, e quando percebemos que tal alvitre se
trata de ordem divina, exclamamos perplexos: “Que tremendo
desafio!”; e depois começamos a conjecturar: “Como será possível
alguém ser as duas coisas ao mesmo tempo?!”. Entendemos que
estes requisitos separados são o caminho para a derrota, porém,
juntos, formarão a receita para o equilíbrio. Observamos então que a
idéia da famosa “Amélia, a mulher de verdade”, que era
“aparentemente” mansa como a pomba, hoje, ninguém mais compra,
pois a consideram totalmente desequilibrada. Percebemos então que
uma moeda, feita apenas de um lado, não será uma moeda,
portanto, uma pessoa astuta como uma cobra sem a mansidão da
pomba, ou vice versa, é totalmente inviável. O fato é que, quando se
imagina uma pessoa mansa como uma pomba não é comum se
2
Jeremias 23:6.
3
Mateus 10:16.
6
enquadrar nesta mesma pessoa, o requisito de uma cobra. Segundo
o que nos aponta o Livro Sagrado, separar estes dois requisitos, leva
ao pensamento ignorante e hipócrita de alguém compor um
personagem totalmente maligno como a citada Amélia, a que não
tinha a menor vaidade e achava bonito não ter o que comer, ou seja,
uma pessoa insana, para não falar: masoquista, escrava, uma
verdadeira “boneca” na mão de “machistas”, uma verdadeira
mentira para esconder a opressão do mais fraco contra o mais forte.
Jesus é o cabeça da igreja, o noivo desta (a espiritual e não esta que
está estabelecida). Existe alguém mais forte do que Ele? Quando
alguém viu ou soube que Ele explorou tal fato? Pelo contrário, ele
fala:
“Vinde a mim todos vós que estais cansados e
sobrecarregados, e eu darei descanso para as vossas almas”4
,
e “29 Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou
manso e humilde de coração; e achareis descanso para as
vossas almas”.5
Quando se toma conhecimento do que é a mulher idealizada por Deus
descrita por Salomão,6
percebe-se que ela prima sim pelos princípios
de Deus, e, portanto, é submissa e o seu casamento só termina com
a morte, por isso suporta os dias de seca e edifica (constrói) o seu
lar. Mas há também descrito o tremendo potencial desta mulher, que
está longe deste protótipo de Amélia, que é uma verdade torcida do
que seja uma mulher submissa. Este tipo de pensamento é:
“ (...) uma fortaleza formada desde a infância”7
.
Este tipo de pensamento também direciona as pessoas para a
aparência (uma aparência, uma caricatura de submissão) e não para
a essência. No decorrer do texto vamos aqui meditar sobre esta
dicotomia tão intrigante (ser mansa e astuta ao mesmo tempo),
vamos digerir esta matéria, mastigá-la para ir caminhando na direção
do ponto de equilíbrio, o que não é uma tarefa nem um pouco fácil,
como a princípio possa parecer, como já falamos, por conta da
matéria, somado ao fato vermos a superficialidade hoje imperar, o
imediatismo, tomando como desculpa uma pressa em um tempo que
tudo é muito rápido. Muitas são as pessoas que “comem cru”, por
conta deste engano, por não meditarem e não se preocuparem em
julgar com justiça, que segundo Deus é melhor que holocausto.
Durante todos esses anos em que tenho meditado na Justas Leis,
venho pedindo constantemente ao Criador a revelação deste tema,
4
Mateus 11:28.
5
Mateus 11:29.
6
Prov 31.
7
II aos Coríntios 10.
7
sem que tivesse idéia da profundidade que envolve a questão. Fala a
Constituição do Reino:
“Uma coisa pedi ao Senhor ( e, ?!...) e a buscarei (...)”8
,
... ou seja, depois de pedir, temos que ir buscar... Como estão
enganados os religiosos, os preguiçosos espirituais que não se
envolvem e querem viver a vida com Deus superficialmente:
“14 Também se ocupam em curar superficialmente a ferida do
meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz”.9
As coisas sublimes são “de graça”, mas não são baratas:
“Buscar-me-eis, e me achareis, (Quando?)... quando me
buscardes de todo o vosso coração”.
Se alguém então, puder descobrir o “mapa desta mina”, e ir então
buscar e achar este Tesouro, poderá enfim dizer que está a caminho
de ser uma pessoa equilibrada, para viver em harmonia com as
pessoas e tudo o que o cerca, alguém que está perto de conseguir
chegar “no ponto”, uma pessoa que aprende a olhar para o que é
reto, e não aceitar suborno algum quanto a pender para algum dos
lados. Esta estará sempre procurando com afinco onde está a
JUSTIÇA, ponderando, observando, analisando, neutralizando as
aparências, ou seja, se equilibrando, para que o julgamento justo
então possa acontecer. A Justiça observa a intenção do coração, se
apercebe de cada detalhe, mede com os olhos do amor, para então
chegar ao equilíbrio perfeito.
8
Salmo 27:4.
9
Jeremias 6:14.
8
Fala o Senhor sobre o equilíbrio, ou sobre a Justiça:
“Fazer justiça e julgar com retidão é mais aceitável ao Senhor
do que oferecer-lhe sacrifício”.
Ora, o que pode ser para Deus mais aceitável que um culto, um
holocausto para Ele? Fala o Senhor aqui que julgar com justiça é
melhor que oferecer para Ele qualquer holocausto. Ora, pudera!
Aquele que aprender a julgar com retidão, ou seja, a julgar sem se
embaraçar com sentimentos humanos, mas permanecendo na justiça
(n’Ele mesmo), desagradando a todos e a si mesmo se preciso for,
este terá alcançado o bem precioso, o equilíbrio, terá então alegrado
o coração de Deus. Ou será que alguma reza, algum ritual, ou
qualquer ato religioso suplanta este ato?
3.a Misericórdia quero e não sacrifícios
Diz o Senhor:
“Ide, pois, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e
não sacrifícios (...)”.10
Misericórdia é o resumo de todo o Mandamento. Sem ela ninguém é
nada e nada será coisa alguma, diz o Senhor11
através do Apóstolo
Paulo. Poderá alguém que não sabe amar, pretender ser uma pessoa
equilibrada? Não, pois este é o resumo de toda a Lei Santa e Eterna.
Portanto, oferecer sacrifícios, fazer orações ou quaisquer rituais sem
10
Mateus 9:13.
11
I aos Cor 13.
9
este requisito, é estar em desobediência a Deus, oferecendo “fogo
estranho” no altar. Fala o Motor Primeiro sobre obediência, através
de Samuel:
“Samuel, porém, disse: Tem, porventura, o Senhor tanto
prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça
à voz do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o
sacrificar, e o atender, do que a gordura de carneiros. Porque
a rebelião é como o pecado de adivinhação, e a obstinação é
como a iniqüidade de idolatria. Porquanto rejeitaste a palavra
do Senhor, ele também te rejeitou, a ti, para que não sejas
rei”.12
Atender, obedecer é fazer a vontade do Criador, que é a perfeita, por
mais que no momento não aparente ser. Este artigo da Lei Maior está
implícito no modelo de oração que Jesus deixou e que tantos repetem
cotidianamente, mas com o coração longe...
“Seja feita a tua vontade (...)”13
, e também: “Respondeu-lhes:
Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está
escrito: Este povo honra-me com os lábios; o seu coração,
porém, está longe de mim;” 14
.
Fala Deus, o Senhor da Vida, através de Joel:
“(...) poderoso é o que executa as minhas ordens (...)” 15
.
Sim, poderá haver algo mais injusto que desobedecer a Deus? Poderá
alguém ser equilibrado praticando este desvario? Diz o Senhor:
12
I a Samuel 15:21,22.
13
Mateus 6:1.
14
Marcos 7:6.
15
Joel 2:11.
10
“Ouvi a palavra do Senhor, governadores de Sodoma; dai
ouvidos à lei do nosso Deus, ó povo de Gomorra. De que me
serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? diz o Senhor.
Estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de
animais cevados; e não me agrado do sangue de novilhos,
nem de cordeiros, nem de bodes. Quando vindes para
comparecerdes perante mim, quem requereu de vós isto, que
viésseis pisar os meus átrios? Não continueis a trazer ofertas
vãs; o incenso é para mim abominação. As luas novas, os
sábados, e a convocação de assembléias ... não posso
suportar a iniqüidade e o ajuntamento solene! As vossas luas
novas, e as vossas festas fixas, a minha alma as aborrece; já
me são pesadas; estou cansado de as sofrer. Quando
estenderdes as vossas mãos, esconderei de vós os meus
olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as
ouvirei; porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai-
vos, purificai-vos; tirai de diante dos meus olhos a maldade
dos vossos atos; cessai de fazer o mal; aprendei a fazer o
bem; buscai a justiça, acabai com a opressão, fazei justiça ao
órfão, defendei a causa da viúva. Vinde, pois, e arrazoemos,
diz o Senhor: ainda que os vossos pecados são como a
escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que
são vermelhos como o carmesim, tornar-se-ão como a lã. Se
quiserdes, e me ouvirdes, comereis o bem desta terra; mas se
recusardes, e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; pois
a boca do Senhor o disse”.16
Quem poderá escutar tal coisa e continuar loucamente fazendo a sua
vontade e não a d’Ele. Porventura é o homem mais sábio, mais justo
que Deus?
16
Isaías 1:10/20.
11
“22 Ou provocaremos a zelos o Senhor? Somos, porventura,
mais fortes do que ele”.17
Os rituais, sem a misericórdia, é portanto, abominação a Deus:
“O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração
é abominável”.18
Continua a ira de Deus sobre os religiosos, os ativistas, os que
costumeiramente jogam o lixo para “debaixo do tapete”, ou colocam
uma “pedra” em cima, os que vivem pela aparência e não optam pela
essência:
“Seria esse o jejum que eu escolhi? o dia em que o homem
aflija a sua alma? Consiste porventura, em inclinar o homem a
cabeça como junco e em estender debaixo de si saco e cinza?
chamarias tu a isso jejum e dia aceitável ao Senhor? Acaso
não é este o jejum que escolhi? que soltes as ligaduras da
impiedade, que desfaças as ataduras do jugo? e que deixes ir
livres os oprimidos, e despedaces todo jugo? Porventura não é
também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em
casa os pobres desamparados? que vendo o nu, o cubras, e
não te escondas da tua carne? Então romperá a tua luz como
a alva, e a tua cura apressadamente brotará. e a tua justiça
irá adiante de ti; e a glória do Senhor será a tua retaguarda.
Então clamarás, e o Senhor te responderá; gritarás, e ele dirá:
Eis-me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o estender do
dedo, e o falar iniquamente; e se abrires a tua alma ao
faminto, e fartares o aflito; então a tua luz nascerá nas trevas,
e a tua escuridão será como o meio dia”.19
17
I aos Cor 10:22.
18
Provérbios 28:9.
19
Isaías 58:5/10.
12
Ou seja, sem amor (que engloba a mansidão da pomba e a astúcia da
cobra), não adiantará alguém perder tempo oferecendo qualquer
sacrifício. O coração quebrantado e contrito, este sim saberá
vislumbrar a justiça, não o sábio, o escriba, o doutor da lei. O ponto
de equilíbrio vem de Deus, portanto será preciso ter comunhão com
Ele para que se possa precisar a atitude equilibrada.
Em outro texto falamos sobre “A Simbologia Religiosa” onde
meditamos sobre o fato de que a presença do símbolo, sem a dita
misericórdia, é vã. O Livro Sagrado, nos relata que o povo de Israel
pecou e ao invés de procurar o arrependimento mandou buscar a
arca que era o símbolo da presença de Deus.20
Ora, e não é isto que
vemos nas igrejas hoje? O povo aprende que para sair do problema
terá que fazer “campanhas”, jejuns, orações, dar ofertas (as
indulgências). E são convidados freneticamente para que venham
participar deste ou daquele ajuntamento solene para saírem da
derrota, dos problemas financeiros, sentimentais, familiares, etc. É
uma indústria de bênçãos. Um comércio com alma de homens, ou
seja, Jesus tinha absolutamente toda razão (ou será que não?),
quando disse de maneira peremptória ao expulsar essas pessoas do
templo:
“Transformaram a minha Casa de Oração em covil de
ladrões”21
.
20
I a Samuel 4.
21
Marcos 11:17.
13
Casa de Oração, de Adoração, é o que deveria ser este ajuntamento
solene. É comum escutar alguém dizendo que está indo à igreja para
adorar a Deus? Na realidade isto é quase impossível de se escutar,
pois o que está no contexto do status quo é buscar as curas, as
bênçãos de modo geral, e para isso terão que cumprir os rituais
estabelecidos.
O Dono das bênçãos fica para 2º... ou melhor, na maioria das vezes
em plano nenhum, pois só existe aqui a relação indivíduo x igreja, ou
seja, um negócio entre pessoa física e pessoa jurídica. Um negócio
bem lucrativo, não para os famintos, já que eles cressem cada vez
mais, na mesma proporção que as mega igrejas, que oferecem os
carros “zero” etc, para os que as seguem. É uma prosperidade
“esquisita” onde se aprende que aqueles que “não têm fé” (... fé em
quem? na igreja ou em Deus?) não conquistam nada, e os que têm
“esta fé” são prósperos, com vários carros (cada vez mais), várias
casas, várias empresas só para eles (... ora... não é para repartir com
os famintos?).
Propaga-se a ordenança do dízimo (o que está absolutamente
correto), porém para onde está indo este dinheiro que é para o
necessitado, para os famintos?
“(...) quando fizestes a um destes pequeninos, a mim me
fizestes (...)”.22
22
Mateus 25:40.
14
Ou seja, o Deus que é o dono do ouro e da prata e de tudo o mais,
está em cada um necessitado, esperando receber o que lhe pertence.
O povo aqui neste relato de Samuel, precisava de cura e foram
então, como a religião ensina, cumprir o ritual23
:
Quando o povo voltou ao arraial, disseram os anciãos de
Israel: Por que nos feriu o Senhor hoje diante dos filisteus?
Tragamos para nós de Siló a arca do pacto do Senhor, para
que ela venha para o meio de nós, e nos livre da mão de
nossos inimigos. Quando a arca do pacto do Senhor chegou ao
arraial, prorrompeu todo o Israel em grandes gritos, de modo
que a terra vibrou”.24
Não é assim que acontece nas igrejas? Porém... :
“Então pelejaram os filisteus, e Israel foi derrotado, fugindo
cada um para a sua tenda; e houve mui grande matança, pois
caíram de Israel trinta mil homens de infantaria. Também foi
tomada a arca de Deus, e os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias,
foram mortos”.25
Não nos enganemos: de Deus não se zomba! Normalmente, o que
aparenta, não é. Temos então que repetir: “É de graça, mas não é
barato!”, ou seja, sem o arrependimento não há remissão de
pecados, segundo as Escrituras Sagradas:
“E ele percorreu toda a circunvizinhança do Jordão, pregando
o batismo de arrependimento para remissão de pecados;”.26
23
Sugerimos a leitura do texto: “Os Protestos de Hoje”.
24
I a Samuel 4:3,5.
25
I a Samuel 4:10,11.
26
Lucas 3:3.
15
A multiforme sabedoria de Deus contém todos os extremos, a
dualidade é constante, e junto com ela o conflito para se entender o
ponto de equilíbrio. Por exemplo: o livro de Isaías declara que Jesus
não tinha formosura e que a sua aparência era desprezível:
“Pois foi crescendo como renovo perante ele, e como raiz que
sai duma terra seca; não tinha formosura nem beleza; e
quando olhávamos para ele, nenhuma beleza víamos, para
que o desejássemos. Era desprezado, e rejeitado dos homens;
homem de dores, e experimentado nos sofrimentos; e, como
um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e
não fizemos dele caso algum”.27
O Apóstolo Paulo também foi citado nesta mesma condição:
“Porque eles dizem: As cartas dele são graves e fortes, mas a
sua presença corporal é fraca, e a sua palavra desprezível”.28
E também aqueles que Deus usa terão, via de regra, esta mesma
aparência:
“Ora, vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os
sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos. nem
muitos os nobres que são chamados. Pelo contrário, Deus
escolheu as coisas loucas do mundo para confundir os sábios;
e Deus escolheu as coisas fracas do mundo para confundir as
fortes; e Deus escolheu as coisas ignóbeis do mundo, e as
desprezadas, e as que não são, para reduzir a nada as que
27
Isaías 53:2,3.
28
II aos Coríntios 10:10.
16
são; para que nenhum mortal se glorie na presença de
Deus”.29
Ora, ora... será que teremos tempo suficiente para aprender tão
grande tema, se temos apenas uma vida para viver? Observemos o
que nos fala as Escrituras através de Salomão:
“Não responda ao tolo segundo a sua estultícia, para que
também não te faça semelhante a ele”.
E no versículo seguinte:
“Responda ao tolo segundo a sua estultícia, para que não seja
ele sábio aos seus próprios olhos”.30
Observamos que um versículo seguido ao outro, nos pede coisas
opostas. Sabemos que as Leis Divinas são perfeitas. Que coisa! E
agora: quando responderemos ao tolo? Como? Qual a medida? Que
tipo de tolo merece resposta? Vamos novamente recorrer às Leis
Eternas, porque nelas, sabemos, não há sombra de variação e não se
corre o risco de errar, como acontece com as leis humanas:
“E, chegando ao templo, acercaram-se dele, estando já
ensinando, os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo,
dizendo: Com que autoridade fazes isto? e quem te deu tal
autoridade? E Jesus, respondendo, disse-lhes: Eu também vos
perguntarei uma coisa; se ma disserdes, também eu vos direi
com que autoridade faço isto. O batismo de João, de onde era?
Do céu, ou dos homens? E pensavam entre si, dizendo: Se
dissermos: Do céu, ele nos dirá: Então por que não o crestes?
E, se dissermos: Dos homens, tememos o povo, porque todos
consideram João como profeta. E, respondendo a Jesus,
disseram: Não sabemos. Ele disse-lhes: Nem eu vos digo com
que autoridade faço isto”.31
Não é esplêndido saber responder desta maneira? Isto é sabedoria.
Em vários momentos espetaculares como este Jesus dá “banho” na
arte de responder e de não responder ao tolo.
3.a.1 A mulher adúltera recebe a misericórdia
29
I aos Coríntios 1:26/29.
30
Provérbios 26:4,5.
31
Mateus 21:23/27.
17
Augusto Cury32
, um conferencista, psiquiatra, psicólogo, professor,
escritor renomado internacionalmente, antes ateu, que fez uma
análise da inteligência de Cristo em cinco capítulos, faz um excelente
comentário sobre o incidente da mulher adúltera. Eis o texto
Sagrado:
“Então os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher
apanhada em adultério; e pondo-a no meio, disseram-lhe:
Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério. Ora,
Moisés nos ordena na lei que as tais sejam apedrejadas. Tu,
pois, que dizes? Isto diziam eles, tentando-o, para terem de
que o acusar. Jesus, porém, inclinando-se, começou a
escrever no chão com o dedo. Mas, como insistissem em
perguntar-lhe, ergueu-se e disse-lhes: Aquele dentre vós que
está sem pecado seja o primeiro que lhe atire uma pedra. E,
tornando a inclinar-se, escrevia na terra. Quando ouviram isto
foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos, até os
últimos; ficou só Jesus, e a mulher ali em pé. Então,
erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém senão a mulher,
perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores?
Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor. E
disse-lhe Jesus: Nem eu te condeno; vai-te, e não peques
mais”. 33
Como vemos, no primeiro momento Jesus não respondeu aos tolos.
Diz o autor que Jesus estava querendo também atingir, ensinar,
chocar os seus discípulos que também certamente iriam apedrejar a
32
Cury, Augusto Jorge/ O Mestre inesquecível/ Sextante/ RJ/ 2006/ (Análise da
Inteligência de Cristo v.5/ pág 92,93.
33
João 8:3/11.
18
mulher. No segundo momento Jesus respondeu aos tolos obrigando-
os a pensarem na sua própria ignomínia, protegendo a mulher. Seria
muito mais fácil dizer para matarem a mulher, mas assim Jesus
estaria matando o seu projeto de vida. Os discípulos puderam estar
ali diante do “espelho” vendo suas escórias, entendendo que eram
também discriminadores, tomando consciência de que não eram
também “flor que alguém cheirasse”. Tomaram consciência também
da dificuldade que se tem para raciocinar em situações estressantes
quando se trata dos seus limites, das suas misérias. Deste modo, o
“amai o próximo como a ti mesmo” ganhou outro sabor e outra
medida.
Que tipo de amor é esse que se dá sem medidas até às últimas
conseqüências?
3.b Equilíbrio para os gregos
Como já citamos em outros textos, sabe-se que na época de
Aristóteles, falava-se muito em equilíbrio, que se pode traduzir em
19
harmonia. Esse equilíbrio e esta harmonia eram derivativos diretos,
conseqüência direta do próprio equilíbrio da natureza. Os gregos
tinham uma noção muito grande de equilíbrio.
Tudo o que eles pensavam tinham uma marca registrada: a balança.
Não a balança do Direito, mas a balança em si, o equilíbrio. O Direito
natural do grego, portanto, necessariamente advém do equilíbrio e
será um derivativo de harmonia. Ora, o que está em harmonia está
em equilíbrio, aquilo que está em harmonia, necessariamente é
equilibrado. Imagine-se, por exemplo, uma pessoa adulta, muito
educada, muito polida, tentando relacionar-se com uma criança bem
pequena e apresentando-se a ela desta maneira: “Sou fulano de tal,
muito prazer.” A criança não entenderia tal gesto. Isto a classificaria
como uma criança mal educada? O adulto está totalmente errado na
maneira de se relacionar, embora pareça estar tecnicamente certo e
possa até acreditar que está fazendo o melhor, mas a criança não
entenderia e nem suportaria tal pessoa. Esta pessoa poderia ser
classificada como uma pessoa equilibrada? Ela perdeu o ponto de
equilíbrio. Se esta mesma frase tivesse sido usada para outra pessoa
adulta teria outra conotação; seria então polidez, gentileza,
educação, mas para uma criança seria uma insanidade. Vemos então
como oscila o pêndulo do equilíbrio. Uma pessoa poderá dizer a
seguinte frase: “Uma bermuda é igual a uma calça, só que mais
curta”; esta é a visão de uma pessoa. A outra poderá dizer que isso
não está certo pois o projeto desta peça de roupa no seu início, foi
para que fosse confeccionado uma bermuda e não uma calça; então
“uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa”. Outra poderá
dizer que uma calça pode ser transformada em uma bermuda e vice
versa a qualquer momento conforme planejamento anterior. O
pêndulo oscila.
Realmente tudo isso é muito grande e temos que aprender a filosofar
para aprender a aquilatar, a medir, a dimensionar esta matéria tão
cheia de nuances. Chega a ser pretensioso alguém querer intitular-se
uma pessoa equilibrada. Um juiz tem que aprender muito sobre esta
matéria:
20
“Fazer justiça e julgar com retidão é mais aceitável ao Senhor
do que oferecer-lhe sacrifício”.34
“E disse aos juízes: Vede o
que fazeis; porque não julgais da parte do homem, senão da
parte do Senhor, e ele está convosco quando julgardes. Agora,
pois, seja o temor do Senhor convosco; guardai-o, e fazei-o;
porque não há no Senhor nosso Deus iniqüidade nem acepção
de pessoas, nem aceitação de suborno”.35
Como se vê, não há outra alternativa, a não ser fazer o que a Palavra
sugere que se faça:
“Clama a mim e responder-te-ei e anunciar-te-ei coisas
grandes e ocultas, que não sabes”.36
Os que buscam o equilíbrio, O clamam. Neste momento estou
começando a vislumbrar sobre este tema de tão grande
responsabilidade (apenas começando) e fico estarrecida, pois,
quando subo um degrau, sempre constato o que disse Sócrates: “Só
sei que nada sei”.
34
Prov 21:3.
35
2º Crônicas 19:6,7.
36
Jeremias 33:3.
21
Mas mesmo assim continuo, passo a passo, buscando o
entendimento, de degrau em degrau, de glória em glória, aos
cuidados do Mestre da vida. Penso, oro e continuo percebendo o
Espírito de Deus me instruindo, me ensinando (na escola de Deus as
balas não são de festim), e com muito temor passo a expor estas
meditações. Sinto, a cada passo, como se estivesse me equilibrando
em uma linha sobre um despenhadeiro. Cada movimento é vital e
terá que ser feito com extremo zelo, sob pena de perdermos a chance
de resolver a questão com equilíbrio e então sofrer o dano, que será
muitas vezes irreversível. Teremos que lançar mão da perseverança,
da responsabilidade, da humildade, da fé, e sobretudo do amor sem o
qual nada fará sentido.
3.3 O oscilar do pêndulo
A cada dia percebo uma coisa nova:
22
“Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um
espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em
glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor”.37
Algumas vezes observo, por exemplo, o pêndulo das minhas atitudes
oscilar para o “manso como a pomba”, não antes do Mestre me
alertar para não passar da medida neste lado, pois o tempero do
“astuto como a cobra” é imprescindível para se ganhar a guerra. É
impressionante como é delicado este tema, como é rico em detalhes
e ... perigoso. Temos que estar constantemente alertas para o
espírito de engano, pois somos muito levados por sentimentos, por
aparências e por circunstâncias. Somos também muito rebeldes
quanto a respeitar regras, disciplina, muito falhos no caráter, na
honradez, pois dignidade está fora de moda. Vivemos em tempo de
guerra, porém temos quase nada de treinamento para ser um
soldado. Este terá que ser íntegro, conhecer as regras e as obedecer.
Terá que ter as “antenas ligadas” a cada instante, espreitando e
conhecendo o seu inimigo, as suas artimanhas, pois terá que ser mais
astuto do que ele. Um soldado ama a sua pátria, os seus irmãos, dá a
vida por eles e não aceita suborno.
Sansão38
foi subornado pela voz delicada de uma mulher. Ele confiou
nela (“Maldito o homem que confia no homem”.39
), e isto foi uma
tragédia na sua vida.
Sabemos que Salomão, o homem mais sábio que houve, segundo a
Bíblia,
37
II aos Cor 3:18.
38
Juízes 16:
39
Jeremias 17:5.
23
... e Davi, o homem segundo o coração de Deus, ambos, entre tantos
outros, foram também subornados pelos encantos das mulheres e foi
também para ambos, igualmente trágico. Não perceberam quando
passaram do ponto de equilíbrio.
Davi teve que suportar as conseqüências do seu erro. Absalão, seu
filho, tramou, roubou o seu reinado, desonrou o pai de maneira
ímpar, deitou-se com as suas concubinas em uma janela aos olhos de
todos, no entanto, quando os seus guerreiros reconquistaram o reino,
matando-o, Davi caiu em prantos, sendo assim exortado pelo seu
capitão a reconhecer a sua grande falha sob pena de perder o seu
reinado. Davi se perdeu, se envolveu em sentimentos, sendo
subornado por eles. Não que fosse uma tarefa fácil para ele, pois este
era o seu filho e era muito formoso (a Bíblia diz que não havia defeito
nele desde os pés à sua cabeça). Davi ficou desequilibrado:
“E disseram a Joabe: Eis que o rei anda chorando, e lastima-se
por Absalão. Então a vitória se tornou naquele mesmo dia em
tristeza por todo o povo; porque naquele mesmo dia o povo
ouvira dizer: Mui triste está o rei por causa de seu filho. E
24
naquele mesmo dia o povo entrou às furtadelas na cidade,
como o faz quando, envergonhado, foge da peleja. Estava,
pois, o rei com o rosto coberto; e o rei gritava a alta voz: Meu
filho Absalão, Absalão meu filho, meu filho! Então entrou
Joabe na casa do rei, e disse: Hoje envergonhaste o rosto de
todos os teus servos, que livraram hoje a tua vida, e a vida de
teus filhos, e de tuas filhas, e a vida de tuas mulheres, e a
vida de tuas concubinas; amando tu aos teus inimigos, e
odiando aos teus amigos. Porque hoje dás a entender que
nada valem para contigo príncipes e servos; porque entendo
hoje que se Absalão vivesse, e todos nós hoje fôssemos
mortos, estarias bem contente. Levanta-te, pois, agora; sai, e
fala conforme ao coração de teus servos; porque pelo Senhor
te juro que, se não saíres, nem um só homem ficará contigo
esta noite; e maior mal te será isto do que todo o mal que tem
vindo sobre ti desde a tua mocidade até agora. Então o rei se
levantou, e se assentou à porta; e fizeram saber a todo o povo
dizendo: Eis que o rei está assentado à porta. Então todo o
povo veio apresentar-se diante do rei; porém Israel havia
fugido cada um para a sua tenda”.40
É fácil festejar a morte do filho, mesmo que ele seja um inimigo? Nós
já ouvimos a Bíblia nos falar que os piores inimigos estão na nossa
própria família e também que aquele que não tem cuidado dos seus é
pior que o infiel. Então não é uma coisa corriqueira ficar contente
porque o filho marginal finalmente deu trégua para a sociedade, o
seu filho lindo e amado finalmente está pendurado em uma árvore
morto e agora você poderá reinar em paz. É fácil? Não. Teremos que
fazer um grande exercício de fé, sair do caminho da justiça e
perceber qual é o ponto de equilíbrio, o que é justo para esta
situação. Davi também teve que colocar na balança que toda esta
40
II Samuel 19:1/8.
25
tragédia teve sua origem no adultério que cometeu contra Usias, seu
fiel soldado, que ele traiu e matou.
Quando vivemos situações desta natureza, ou quando somos
“passados para trás”, temos a tendência de nos fechar, nos acovardar
ou então dar vazão a sentimentos de vingança que nos endurece e
normalmente nos leva para o lado ruim, para desconfiar e ser duros
demais com tudo e com todos, de maneira irremediável. Isto é
péssimo. Temos também que saber lidar com o fato de estarmos
muitas vezes fartos de desprezo como falou o salmista41
, saturados
de injustiça, cansados de sofrer traição e desamor. Há um momento
que Deus nos fala para tirar o iníquo do nosso meio, outra vez nos
fala para, depois de falar, insistir, levar testemunhas, se a pessoa
não harmonizar, é para tratá-lo como “publicano”; em outro
momento fala o Poderoso para nem sequer comer com este que se
diz cristão e se comporta como ímpio; fala também que o homem de
grande ira terá que sofrer o dano senão vai fazer de novo. Porém,
certamente nos dá uma ordem: ficar do lado do perdido para
defendê-lo, perseverando até o fim nesta função.
Então, qual o momento de “sacudir o pó das sandálias” e “sair fora”?
Como saber o ponto de equilíbrio nestas situações? Como saber como
agir? Qual o certo e o errado para ser feito em cada momento? Como
poderemos, e o que é usar de misericórdia em cada situação? Temos
que aprender a trabalhar com este pêndulo, que oscila, pois temos
uma alma que se emociona, que sente, que sofre, que se ira, que se
alegra, que se enternece, que quer amar e ser amada. Esta alma que
reage tantas vezes enganada e não percebe. Juntando tudo isso com
o livre arbítrio, esta enorme liberdade, que muitas vezes nos leva a
caminhos que nos parece direito, mas que no fim deles é morte:
“Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele
conduz à morte”.42
Como vemos, não é comum, ou barato, alguém conter o seu espírito,
ser íntegro e se conduzir no ponto exato para não ferir a JUSTIÇA.
3.d O desequilíbrio de Josué (gibeonitas)
41
Salmo 123:3.
42
Prov 14:12.
26
O livro de Josué, no capítulo 9, narra a astúcia dos gibeonitas, que
por medo que Israel os exterminasse, se fingiram de andrajosos e de
servos para conseguirem fazer aliança e serem acolhidos por eles,
pois sabiam que a aliança que fariam não poderia ser quebrada. E
conseguiram. Foram mais astutos do que Josué, o grande guerreiro,
que foi tentado por sentimentos humanos e não percebeu que estava
desobedecendo a ordem de Deus para destruir ali, todos os povos,
inclusive estes: os ardilosos gibeonitas.
Tiveram que suportar depois as graves conseqüências:
“Então os homens de Israel (...) não pediram conselho ao
Senhor. Assim Josué fez uma aliança de paz com eles,
prometendo poupar-lhes a vida, e os oficiais da congregação
prestaram-lhes juramento”. 43
Acrescemos aqui o resumo de alguns textos que julgamos
importantes para análise do nosso tema, sobre o episódio dos
gibeonitas, um tema riquíssimo em ensinamentos, pois nos mostra a
astúcia dos gibeonitas e a mansidão da pomba de Josué. Muitas
vezes queremos ser mais misericordiosos que o próprio Deus (não
chicoteamos os nossos filhos, temos pena de..., etc), e também é
difícil ser imune aos bajuladores. Josué caiu nesta cilada:
“(...) teus servos vieram duma terra mui distante, por causa
do nome do Senhor teu Deus, porquanto ouvimos a sua fama,
e tudo o que fez no Egito…”.44
“O homem é provado pelos louvores que recebe”.45
43
Josué 9:14,15.
44
Josué 9:9.
45
Prov 27:21.
27
De que nos serve a aprovação dos homens sem antes conquistarmos
a de Deus?
“Mas é judeu aquele…no espírito, e não na letra; cujo louvor
não provém dos homens, mas de Deus.46
Faltou discernimento para Josué para dosar o ponto de equilíbrio,
embora ele fosse um grande líder, um grande guerreiro:
“Portanto nada julgueis antes do tempo, até que venha o
Senhor, o qual não só trará à luz as coisas ocultas das trevas,
mas também manifestará os desígnios dos corações; e então
cada um receberá de Deus o seu louvor”.47
Talvez estivessem cansados da guerra e muito confiantes pelas
tantas vitórias. Observemos quantos conflitos, quantas armadilhas há
na mente do homem pra que ele não tome uma atitude equilibrada,
como é enganoso o coração, como o errado nos parece certo,
inúmeras vezes.
3.d.1 Humanitarismo Injustificável48
Observemos o texto deste autor:
O quadro que agora se apresenta surpreende novamente, pois o que
ocorrera na batalha anterior deveria ter soado com um alerta para o
46
Romanos 2:29.
47
I aos Cor 4:5.
48
César Moisés Carvalho
28
líder Josué.49
Lamentavelmente, Josué, uma vez mais, deixou-se
levar pela “lógica” humana ou pela emoção do momento, trazendo
prejuízos duradouros a Israel.50
O erro nesta lição está ainda mais
evidente que na anterior, a não-orientação divina faz toda a diferença
quando se trata de tomar decisões.51
Há momentos que o certo se torna errado. Nas grandes metrópoles, é
comum vermos crianças pedintes nas ruas. É evidente que essas
crianças precisam de ajuda. Entretanto, será que é correto dar-lhes
dinheiro? Isso resolverá o grave problema social que está por trás do
ato de pedir? Todos que conhecem um pouco dessa realidade sabem
que não é dessa maneira que as coisas podem melhorar. A exposição
desta idéia tem o objetivo de analisar algumas dimensões do
problema do exercício da ética no caso gibeonita.
Considerando que Deus é o Soberano de toda a Terra,52
suas decisões
são justas e não se baseiam na ética humana.53
A conquista da Terra
Prometida foi uma promessa do Eterno a Abraão,54
e foi feita
mediante a presciência de Deus que consignou a desocupação
daquelas terras à falta de temor dos povos que ali habitavam.55
Algo
que não pode passar despercebido neste episódio é que tanto os
gibeonitas quanto Josué tencionavam algo “bom”, não obstante,
usaram de expedientes errados. Os primeiros por usarem de astúcia
e engano, e o último por não consultar a Deus em mais uma decisão
cujo resultado parecia óbvio demais: “Diante de alguém necessitado,
devemos ajudar ou não?” A resposta é um retumbante “sim”. Mas, e
se esta pessoa for fugitiva das autoridades por ter cometido um
delito? Dar dinheiro às crianças sabendo que muitas delas utilizarão
aqueles valores para sustentar o alcoolismo dos pais ou comprar
drogas para si, é uma atitude solidária?
A ética maquiavélica “dos meios justificados pelos fins”, não serve
para ninguém (principalmente para o cristão), mas muito menos para
quem está sob o comando de Deus. O amor divino não é uma espécie
de sentimentalismo barato que capitula diante de situações
melancólicas. Aliás, analisado sob nossa ótica, o amor de Deus pode
até mostrar-se egoísta, “desumano”, irascível, injusto, partidário. D.
A. Carson, afirma “que no Antigo Testamento a ira de Deus é mais
admiravelmente transparente do que o seu amor, enquanto que no
Novo Testamento, embora sem dúvida um resíduo de ira permaneça,
uma suavidade domina e abranda o período mais tenebroso: o amor
de Deus agora é mais rico que a sua ira”.1
Este parece ser o “senso
comum teológico” entre muitos expositores da Palavra. Entretanto,
Nada poderia estar mais longe da verdade do que esta leitura
49
Prov 14:12.
50
Juízes 3:1/3.
51
Josué 9:14.
52
Gênesis 18:25.
53
Deuteronômio 32:4.
54
Gênesis 12:1/9; 17/1/8.
55
Deuteronômio 9:1/29.
29
do relacionamento entre os Testamentos. Suspeita-se que o
motivo pelo qual esta fórmula tenha qualquer credibilidade é que a
manifestação da ira de Deus no Antigo Testamento está
primeiramente nas categorias temporais fome, praga, cerco, guerra,
matança. Em nosso foco presente? no aqui e agora? estas imagens
possuem um impacto maior sobre nós do que o Novo Testamento diz
com seu alvo na ira na vida após a morte.
A realidade é que o Antigo Testamento mostra a graça e o amor de
Deus em experiência e tipos, e estas realidades se tornam mais
claras nos escritos da nova aliança. Semelhantemente, o Antigo
Testamento mostra a justa ira de Deus em experiências e tipos, e
estas realidades se tornam mais claras nos escritos da nova aliança.
Em outras palavras, tanto o amor como a ira de Deus estão
engrenados no movimento da antiga aliança para a nova, ou seja, do
Antigo Testamento para o Novo.
Como o assunto não é sobre o amor de Deus, mas acaba o
envolvendo, é preciso entender que Moisés já havia recebido a ordem
de como proceder com os habitantes da Terra Prometida, e a
transmitiu ao povo:
“Quando o Senhor, teu Deus, te tiver introduzido na terra, a
qual passas a possuir, e tiver lançado fora muitas nações de
diante de ti, os heteus, e os girgaseus, e os amorreus e os
cananeus, e os ferezeus, e os heveus, e os jebuseus, sete
nações mais numerosas e mais poderosas do que tu; e o
Senhor, teu Deus, as tiver dado diante de ti, para as ferir,
totalmente as destruirás; não farás com elas concerto nem
terás piedade delas; nem te aparentarás com elas; não darás
tuas filhas a seus filhos e não tomarás suas filhas para teus
filhos; pois elas fariam desviar teus filhos de mim, para que
servissem a outros deuses; e a ira do Senhor se acenderia
contra vós e depressa vos consumiria”.56
Se a ordem do Senhor, que é justo e reto, era de não fazer concerto
nem ter piedade delas, Josué jamais poderia ter feito o que fez.
Aquelas nações afrontaram a Deus e deveriam ser desapropriadas
pelo exército israelita.57
Por mais paradoxal que nos pareça, o
próprio ato de expulsão daqueles povos era uma prova do
amor de Deus, pois este também se manifesta quando a
justiça divina está sendo executada. O Senhor nunca instituiu
uma política de invasão como alguém acusa hoje, pois Ele mesmo
mostrou a Moisés como o estrangeiro deveria ser tratado:
“E, quando o estrangeiro peregrinar convosco na vossa terra,
não o oprimireis. Como o natural, entre vós será o estrangeiro
que peregrina convosco; amá-lo-eis como a vós mesmos, pois
56
Deut 7:1/4.
57
Deut 9:1/29.
30
estrangeiros fostes na terra do Egito. Eu sou o Senhor, vosso
Deus”.58
Neste caso o certo (que é ajudar) passou a ser errado (que é
negligenciar). Não se trata de ética situacional, mas de
obedecer a ordem de quem é maior que nós. Se tudo naquela
trajetória advinha de Deus, logo, todos os atos? vale a pena repetir?,
desde os espirituais até os mais “seculares” (como obras de caridade,
por exemplo), deveriam ser executados sob a égide do Eterno.
O conluio dos reis a oeste do Jordão, a dissimulação da caravana que
foi ao encontro dos israelitas e toda a encenação realizada para
ludibriar o povo escolhido, não são justificativas suficientes para
inocentar Josué.59
É oportuno abrir um parêntese aqui para deixar
claro que a análise que se faz do ocorrido, não tem a pretensão
audaciosa de querer insinuar que, no lugar de Josué, agiríamos
diferente. Todos sabem que o ser humano é perito em opinar como
agiria caso liderasse algo. Somos bons “palpiteiros”, mas quando
temos uma oportunidade de liderança, muitas vezes somos
condescendentes ou agimos pior do que a pessoa que
criticávamos, por isso, repito, a discussão está tratando da maneira
ideal e correta de se agir, mas não tem o tom acusatório de alguns
sensacionalistas que gostam de apontar o dedo para os personagens
da Bíblia.
Josué não tinha a obrigação de saber que aquela delegação estava
blefando, o problema todo, mais uma vez, como ele mesmo coloca, é
que os
“(...) israelitas examinaram as provisões dos heveus, mas não
consultaram o Senhor”.60
58
Levítico 19:33,34.
59
Josué 9:1/6.
60
Josué 9:14.
31
Assim, depois de fazer um acordo de defendê-los, Josué manteve sua
palavra, pois havia feito um “juramento em nome do Senhor, o Deus
de Israel” e por isso não podia voltar atrás.61
É interessante refletir
sobre a questão de que o livro que estamos examinando, saiu da
pena do próprio protagonista da saga israelita. Mesmo assim, não
vemos supressão de seus erros ou qualquer tentativa de
racionalização dos eventos miraculosos descritos no texto.
Algo que não pode escapar a essa discussão é o fato indiscutível de
que a falta de ética dos outros não me credencia a agir da mesma
maneira. Josué havia empenhado a sua palavra e deveria honrá-la
mesmo que o ônus dessa situação recaísse sobre Israel (como de fato
recaiu!)62
e desse a vantagem ao inimigo. É incrível como mais e mais
pessoas deixam de cumprir e honrar sua palavra valendo-se de
escusas inconcebíveis na tentativa de justificar suas atitudes. O
salmista, inspirado pelo Espírito Santo de Deus faz uma pergunta
retórica
(”Senhor, quem poderá habitar no teu santuário ou morar no
teu santo monte?”,63
... a qual ele responde com algumas atitudes e, dentre elas, uma que
tem implicações diretas com a atitude de cumprir o que se prometeu:
“(...) quem sustenta o que jurou, mesmo com prejuízo seu”.64
E foi exatamente o que aconteceu a Josué, ele sustentou a sua
palavra mesmo sabendo que ela traria prejuízos à sua liderança:
“Toda a comunidade, porém, queixou-se contra os líderes”.65
Neste caso, em particular, é preciso ter coerência e reconhecer que o
povo de Israel esta certo. É possível também pensar que o fato de o
nome do Senhor ter sido envolvido no juramento, tornava-o ainda
mais difícil de desfazer. Falando sobre o texto de Mateus66
o célebre
Sermão do Monte?, explica o pastor Geremias do Couto:
“Entre as civilizações antigas, era praxe o uso dos juramentos para
demonstrar a seriedade dos compromissos firmados. A própria
cultura dos patriarcas bíblicos assimilou a prática, que acabou sendo
incorporada pela nação de Israel, sempre no sentido de mostrar, por
exemplo, a seriedade de um acordo. Era uma forma solene de
expressar a verdade, como ainda hoje acontece nos tribunais”.
61
Josué 9:16/19.
62
I a Samuel 21:1/14.
63
Salmo 15:1.
64
Salmo 15:4.
65
Josué 9:18.
66
Mateus 5:33/37.
32
O que está sendo argüido pelo Senhor, todavia, é a vulgarização dos
juramentos, isto é, a forma desrespeitosa de usar o sagrado (o nome
de Deus, por exemplo) para legitimar situações da rotina diária (às
vezes comprometedoras), onde a palavra de cada um deveria ter o
peso do caráter de quem a profere. É o que a Bíblia identifica como
tomar o nome de Deus em vão. Naquela época tal prática tornou-se
também comum. Virou costume, entre os judeus, jurar pelo altar,
pela oferta, pelo templo, pelo ouro do templo e por Jerusalém, a
cidade do grande Rei.
Quanto mais importante o objeto do juramento, maior significado
tinha o compromisso. Até mesmo o céu (ou a terra) era invocado por
testemunha. Muitas vezes, porém, o fato de tais juramentos não se
referirem a Deus diretamente, criava a falsa idéia de que as partes
podiam evadir-se da verdade. Mas Jesus traz o tema para o seu
verdadeiro lugar, mostrando que Deus “está sempre presente quando
os homens falam; deste modo, precisam falar com sinceridade”.
Assim, como pôr o trono do Altíssimo como avalista de nossas
palavras, se apenas o Deus eterno tem o controle absoluto e
soberano do tempo para determinar o rumo da história? Em outras
palavras, os nossos juramentos são relativos diante daquele que tem
todo o poder sobre o Universo, cuja infinitude não encontra
parâmetros em nossa linguagem humana para ser claramente
definida, pois se assim fosse Ele deixaria de ser quem é.3
A fim de que não paire dúvidas, é imprescindível destacar que o que
deve valer para o cristão, é o que Cristo ensinou:
“Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não, porque o que
passa disso é de procedência maligna”.67
Acima de tudo, devemos viver de tal forma que a nossa palavra
venha valer por si mesma, sem a precisão de apelar para Deus ou
envolvê-lo em questões que muitas vezes só servem para a nossa
3.d.2 Fala Pr Osiel Varela68
:
Eles desconheciam os desígnios do coração dos gibeonitas e foram
aguçados no seu desejo, talvez, no sentido de abreviar uma etapa da
luta com mais um povo; aquele já estava se entregando de forma
gratuita. Pensamento ou ilação do pensamento dos hebreus: É menos
um povo, a que nós faremos guerra, e eles moram longe, já estamos
queimando uma etapa. É aí, que muitos perdem as batalhas, como
Abraão pensou em abreviar o tempo de ter um filho, concebeu um
filho de Agar a escrava. Facilidades que geram dificuldades futuras.
67
Mateus 5:37.
68
Escola dominical da Web/ Blog Archive.
33
“Não vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o
que o homem semear, isso também ceifará”.69
3.d.3 Fala Pr Edevir Perón70
Lições que podemos tirar deste acontecimento
a) Antes de assumir qualquer compromisso ou acordo com alguém,
precisamos consultar a Deus.
b) Quando fizermos um pacto, ou voto diante de Deus, não podemos
mais voltar atrás.
c) O maior perigo que corremos ainda em nossos dias é o ardil e o
engano de satanás.
d) Se por acaso cairmos em erros como Josué, precisamos
imediatamente recorrer a Deus.
e) Termos a certeza de que se fizermos a nossa parte, Deus se
encarrega de fazer aquilo que não está em nosso alcance.
f) Estarmos certo de que, a fé e a santificação são requisitos
indispensáveis em nossas vidas.
g) Entendemos que a vigilância, muitas vezes vale mais do que ações
precipitadas.
Deus honrou o pacto feito com os gibeonitas. Na mesma peleja de
Israel contra aquelas nações que pretendiam destruir os gibeonitas,
Deus agiu com obras milagrosas, enviou uma chuva de pedras sobre
aquele povo, e foram mais os que morreram pelas pedras do que
pela espada.71
Também foi nessa peleja que aconteceu o fenômeno
do maior dia da historia da humanidade em todos os tempos, sendo
uma resposta de Deus a oração de Josué.72
No tempo do rei Saul,
este matou alguns dos gibeonitas, e por isto veio uma praga
sobre Israel nos dias de Davi,73
e para que cessasse essa fome
em Israel, Davi teve de ir aos gibeonitas e ver o que eles
69
Gálatas 6:7.
70
Escola Dominical da Web/ Blog Archive.
71
Josué 10:11.
72
Josué 10:12/14.
73
2 de Samuel 21:1.
34
queriam que se fizesse, e eles pediram sete homens dos filhos
de Saul para serem enforcados; e assim foi feito, e cessou a
praga.74
3.4.d Aplicação Pessoal75
Somos desafiados à prudência. JESUS nos admoesta a respeito da
cautela diante do mundo .76
O propósito divino é que sejamos puros,
santos e humildes. Contudo, nenhuma dessas virtudes espirituais
elimina o comedimento, a precaução e a sensatez dos filhos de DEUS.
Os servos do Senhor cultivam a ingenuidade, mas não a tolice;77
a
candura no lugar da malícia; a piedade em vez da profanação. O
cristão que ama a DEUS e obedece às santas Escrituras não se torna
refém do crédito fácil, da mentira, injustiça e toda sorte de mazelas e
perturbações que afligem a alma do incauto. Ele procede com
prudência, galhardia, moderação e segurança. Tudo o que promete,
cumpre. Tudo que compra, paga. Andemos com prudência e temor ao
nome do Senhor para que em tudo o nosso Senhor seja glorificado.
Em conseqüência de sua precipitação, fizeram os israelitas uma
comprometedora aliança com os moradores de Gibeon. E, desta
aliança, advieram males e transtornos à família de Jacó. De igual
modo, se não vigiarmos, poderemos cair nas mesmas ciladas. E,
comprometidos espiritual e socialmente, não seremos capazes de
desempenhar com dignidade o ministério que nos confiou o Todo-
poderoso. Os gibeonitas continuam a semear enganos e embustes no
arraial dos santos. São embustes e enganos tão sutis que somente
poderão ser discernidos por aqueles que se mantém ligados ao céu.
Vigiemos, pois.
O engano dos gibeonitas trouxe conseqüências e serve de
advertência para nós. Vivemos dias perigosos em que o engano vem
se alastrando. A falsa humildade e este passaram a conviver juntos.
74
2 de Samuel 21:2/9.
75
Ev Luiz Henrique de Almeida Silva.
76
Mateus 10:16.
77
Prov 1:22.
35
Percebemos nas pessoas uma falsa humildade; que fingem propósitos
pacíficos, oferecendo aliança; fingem submissão; fingem piedade. O
apóstolo Paulo falou-nos de pessoas que têm quase as mesmas
características em nossos dias, dizendo:
“Tendo a aparência de piedade, mas negando a eficácia
dela”78
, e conclui: “Confessam que conhecem a DEUS, mas
negam-no com as obras”79
.
A falsa capa da religião não assegura entrada no reino eterno de
CRISTO, mas, sim, o branquejar das vestes no sangue do Cordeiro.80
O povo de Deus e o povo profano passaram a conviver juntos.
Aqui está, portanto, as conseqüências de não vigiar. A partir dai;
Israel passou a conviver com um “corpo estranho” no seio da
comunidade.
3.d.5 O Bom nome de Moisés e Josué81
Os anos de dedicação ao Senhor e a Moisés contribuíram muito para
conferir honra e respeito ao bom nome de Josué. Aliás, respeito e
honra não é algo que se impõe, mas algo que se conquista. A fé do
servo de Moisés em Deus fe-lo tornar-se um líder de grande projeção
para todo o povo.82
Comentário do Pr Elienai Cabral sobre o bom
nome de Josué:
O grande sábio Salomão declarou que:
78
II a Timóteo 3:5.
79
Tito 1:16.
80
Apoc 22:14.
81
J.Rosendo de Lima/Escola Dominical da Web/ Blog Archive.
82
Josué 1:16/18.
36
“(...) mais digno de ser escolhido é o bom nome do que as
muitas riquezas; e a graça é melhor do que a riqueza e o
ouro”.83
Josué tinha um bom nome que se destacou pela fidelidade a Deus e a
Moisés. Quando ele e Calebe deram seu relatório diferente dos
demais, enfrentaram resistência. Eles tentaram convencer a Israel de
que deveriam entrar na terra prometida, mas ninguém deu muita
atenção ao seu relatório. Eles ainda não tinham construído um nome
que influenciasse suficientemente o povo para decidir entrar na terra.
Aquele povo temia o futuro e estavam acomodados com as coisas do
presente. Porém os anos se passaram e Josué conquistou o seu
espaço de liderança, porque era um homem temente a Deus; era
correto nas suas atitudes e procurou viver de acordo com um padrão
que o tornou conhecido e influente. Ele ganhou bom nome porque
sabia obedecer a Deus, sendo servo, guerreiro e líder do povo. Diante
do desafio do Jordão, por sua liderança convenceu o povo de que
Deus estava com ele e lhe daria vitória. Seu caráter era um
referencial. Ele valorizava o que era certo, mesmo que, politicamente,
não agradasse a todos. Essa postura tornou-se conhecida entre todos
e tornou-se uma imagem positiva de influência. Por isso seu nome
ganhou respeito, não só entre o seu povo, mas expandiu-se entre as
nações.
Agiram sob forte emoção. Haviam saído de uma derrota vergonhosa,
por causa do pecado de Acã, para uma vitória espetacular depois do
sacrifício deste. A perda de alguns homens na guerra contra Ai,
acrescida da morte de Acã com toda a sua família, causou, sem
dúvida, grande comoção sobre o povo. Logo em seguida, o Senhor os
lidera numa espetacular vitória sobre Ai. Transitaram brevemente
entre um extremo e outro. Este misto de emoções - luto e júbilo -
causa um grande desgaste emocional, levando a um estado
considerável de vulnerabilidade. O ambiente estava propício às ações
ardilosas do inimigo. Em momentos de forte emoção, é perigoso
tomar qualquer decisão sem consultar ao Senhor. E por falar em
consultar ao Senhor…
Não consultaram ao Senhor. Talvez o tempo que tomassem para a
oração seria o suficiente para descobrirem a trapaça. Mas Josué e os
anciãos não oraram. Entraram presunçosamente em um irrevogável
concerto com os gibeonitas. E o fizeram jurando pelo nome do
Senhor, o qual eles nem sequer consultaram. Que tragédia: esta
decisão trouxe para dentro da comunidade Israelita aqueles que,
segundo a ordem de Deus, deveriam ser destruídos. Os ardis ocultam
males destruidores.84
Aqueles homens, aparentemente bem
intencionados, escondiam a sua verdadeira identidade, com o
propósito de escaparem de uma sentença que já havia sido
determinada para eles. A medida de suas iniqüidades já havia
83
Prov 22:1.
84
Josué 9:3,4.
37
enchido.85
Deus não os pouparia.86
Até porque o Eterno sabia que, se
alguns daqueles povos fossem poupados, serviriam como pedra de
tropeço e inspiração de idolatria para Israel. Sem dúvida, eles
ponderaram que os israelitas eram um povo que tinha a justiça e a
lealdade em alto conceito, e que serviam a um Deus justo. Então eles
procuraram enredar Israel no seu próprio conceito de justiça e
lealdade. Sabiam, é claro, que logo a sua verdadeira identidade seria
descoberta, ” mas”, cogitaram, “apenas depois de fazermos um pacto
com Israel, o qual, seguindo o seu alto conceito moral, não poderá
invalidar”. Notemos, então, que a intenção por trás do ardil era
primeiramente levar a nação santa a desobedecer à ordem de
Deus, o que abre as portas para males destruidores; segundo:
enredar Israel no seu próprio conceito de justiça. Tanto é que,
descobrindo Josué que havia sido enganado, apesar da indignação do
povo, nada pôde fazer contra os gibeonitas, pois os anciãos de Israel
já haviam feito aliança com eles, havendo jurado em nome do
Senhor. Seria cômico se não fosse trágico: mais tarde Israel se sentiu
na obrigação de defender numa guerra aqueles a quem receberam
ordens claras de Deus para destruir.87
Por muitos anos depois, Israel
ainda sofreria as conseqüências de sua decisão inconseqüente, pois,
em muitas ocasiões, os heveus causaram grandes angústias aos
filhos de Abraão.88
A estratégia dolosa dos gibeonitas: Agir com dolo é planejar,
deliberadamente, cada etapa do próprio ato criminoso. Os gibeonitas
foram precisos. O primeiro passo de sua estratégia era fazer Josué
acreditar que eles eram moradores de uma terra distante. Se
errassem aqui, estariam perdidos. A Bíblia mostra com detalhes a
maneira ardilosa e “inteligente” como teceram a rede que enlearia
Israel:
“(...) usaram de astúcia, e foram, e se fingiram de
embaixadores, tomaram sacos velhos sobre os seus jumentos
e odres de vinho velhos, e rotos, e remendados; e nos pés
sapatos velhos e remendados e vestes velhas sobre si; e todo
o pão que traziam para o caminho era seco e bolorento”.89
Em seguida, fizeram a nação santa acreditar que eles estavam
encantados com o Deus de Israel. Foi uma conjugação de aparência e
lisonja. Tomemos cuidado! Os nossos inimigos sabem tecer suas
redes. Lembra a arapuca que Balaão armou para os filhos de Israel?90
E o que armaram para Daniel na Babilônia?91
Para encerrar, veja a
armadilha que Semaías perpetrou para Neemias.92
Estes dois últimos
85
Gênesis 15:15.
86
Deut 7:1/6.
87
Josué 10:6/11.
88
Jz 3.1-3; 2 Sm 21. 1, 2.
89
Josué 9:4,5.
90
Nm 22.5-24.25; Dt 23.4; Jd 11.
91
Daniel 6.
92
Neemias 6:10/13.
38
escaparam porque não se deixaram levar pela falsa aparência das
coisas, pois buscavam sempre a orientação de Deus. O perigo da
convivência com o engano: pior do que ser enganado uma vez é a
sensação de estar habitando nos meio de enganadores. O salmista
Davi já dizia:
“Livra-nos, Senhor, porque faltam os homens
benignos;porque são poucos os fiéis entre os filhos dos
homens. Cada um fala com falsidade ao seu próximo: falam
com lábios lisonjeiros e coração dobrado”.93
Veja a preocupação de Paulo com o perigo do engano:
“(…) em perigo dos da minha nação, em perigo dos gentios…
em perigo entre os falsos irmãos”.94
Depois de haver feito um pacto com os gibeonitas, Israel foi forçado a
conviver com eles. Isso não era nada confortável. Já experimentou
conviver com alguém em quem você não confia pelo fato de já ter
sido enganado por ele? Pois é, o fermento já havia sido lançado no
meio da massa. E o apóstolo Paulo disse que
“(...) um pouco de fermento faz levedar toda a massa”.95
Israel teria que carregar aquele fardo por longos anos. Para nós, que
somos os destinatários de tudo quanto foi escrito, o que é para o
nosso ensino,96
fica o conselho do apóstolo:
“Não durmamos, pois, como os demais [os israelitas?], mas
vigiemos e sejamos sóbrios”97
Israel descobre o erro cometido.98
93
Salmo 12:1,2.
94
II aos Cor 11:26.
95
I aos Cor 5:6.
96
Romanos 15:4.
97
I aos Tess 5:6.
98
Josué 9:16/22.
39
Ao cabo de três dias, a verdade sobre os gibeonitas veio à superfície.
Aqueles “moradores de terra longínqua” eram, na verdade, vizinhos
de Gilgal, das cidades de Gibeom, Cefira, Beerote e Quiriate-Jearim.
Sinceramente acredito que os gibeonitas não se surpreenderam com
a rapidez com que Israel descobriu a farsa, já esperavam por isso.
Como já dissemos algures, eles queriam apenas forçar um pacto de
não agressão, o qual, por uma questão de fidelidade, a nação santa
dificilmente quebraria. É notável aqui a indignação do povo. Havia
murmurações e, provavelmente, questionamentos: como puderam os
príncipes de Israel cometer um erro primário e tão infantil como este?
A história sempre se repete porque o homem ainda é o mesmo. Ainda
hoje somos surpreendidos por grandes líderes tomando atitudes
infantis e tresloucadas no seio de muitas igrejas. Tantas vezes nos
deparamos com situações em que a congregação está estupefata
diante de decisões que se mostraram danosas. E, se os crentes se
mostram surpresos, é porque nunca esperavam tal comportamento
de um líder que pautou toda a sua vida em um relacionamento
estreito com Deus e que nunca havia descuidado de buscar as
orientações divinas.
Josué teve de honrar o acordo com os enganadores. Segundo um
ditado popular, um erro não concerta o outro. Apesar de agora saber
que os gibeonitas o haviam enganado, Josué não podia invalidar o
acordo que fizera com eles em nome do Senhor. Seria agravar ainda
mais a situação. Então, apesar da pressão do povo, os príncipes de
Israel se mantiveram firmes e leais ao concerto que haviam feito.
“Estão todos os príncipes disseram à congregação: Nós
juramos-lhes em nome do Senhor, Deus de Israel; pelo que
não podemos tocar-lhes”.99
99
Josué 9:19.
40
Nós vemos a responsabilidade dessa aliança pesar nos ombros de
Israel até nos dias de Saul e Davi.100
Analise esses versículos com
cuidado e veja a seriedade do juramento feito em nome do Senhor.
Depois do erro cometido, a melhor atitude é reconhecê-lo, assumi-lo
e procurar amenizar as conseqüências dele. Foi o que fizeram
humildemente Josué e os príncipes de Israel. Pouparam os gibeonitas
da morte, imposta a seguinte condição: seriam rachadores de lenha e
tiradores de água para toda a congregação e para o altar do Senhor.
Começaram a viver uma situação análoga à escravidão, de qualquer
maneira, uma condição melhor que a morte.
Os gibeonitas atuais na igreja. Sendo a igreja de Cristo o novo Israel
de Deus e militando para tomar posse da cidade que lhe fora
prometida, ainda hoje é alvo de ardis perpetrados pelos gibeonitas
atuais, cuja roupagem pode não ser rota e cujo pão pode não ser
velho, mas continuam vindo disfarçados para enganar o povo de
Deus. Paulo avisara a Timóteo que, nos últimos tempos, espíritos
100
II a Samuel 21:1/9.
41
enganadores se introduzirão na igreja e semearão doutrinas
destruidoras.101
É preocupante o que estamos vendo nos dias atuais: muitos líderes e
pregadores comprometidos consigo mesmos, desviando o povo de
Deus da verdade do evangelho por suas mentiras e operação do erro.
É a época do vale tudo pelo sucesso. E, no afã de atingirem seus
objetivos, muitos desprezam a exegese bíblica e usam e abusam de
seu antônimo, a eisegese, introduzindo nas santas Escrituras aquilo
que ela nunca disse, a fim de atingirem seus propósitos. A igreja de
Cristo, como nunca, precisa estar atenta.
A Bíblia diz que tudo quanto foi escrito, para o nosso ensino foi
escrito .102
Os tempos mudaram. Mas o novo Israel de Deus ainda
luta para conquistar a terra prometida.103
E os gibeonitas ainda estão
aí, vestindo outras vestes, é claro, usando outros artifícios, porém
com o mesmo objetivo: enredar o povo de Deus. Devemos estar,
pois, atentos, buscando sempre a orientação de Senhor para que não
incorramos no mesmo erro em que Josué e os anciãos de Israel
incorreram. Satanás, nosso adversário, está ao nosso derredor,
bramando como leão procurando a quem possa tragar.104
Sejamos sóbrios e vigiemos.
3.e O desequilíbrio de Sarah e Abrahão (Ismael)
Lembramos também que Sarah no seu desequilíbrio emocional,
convenceu Abrahão a obter o filho da promessa através da sua
escrava. Isto foi uma verdadeira confusão, pois Ismael, o filho da
escrava, não herdará com o filho da livre, segundo Deus,105
e até hoje
101
I a Timóteo 4:1.
102
Romanos 15:4.
103
Gl 5.16; Hb 11.14-16.
104
I a Pedro 5:8.
105
Gálatas 4.
42
suportamos as conseqüências deste ato incrédulo dos “Pais de
Nações” (Abrahão e Sarah), haja vista a guerra terrível que se trava
entre os dois povos (Os árabes e os israelitas). Deus nos encaminha
para colher os frutos do que plantamos (poderia não deixar nascer a
Ismael, evitando assim tanto conflito, mas não fez assim). Respeita
nossas decisões e procura trabalhar em cima delas. Quantas vezes
homens e mulheres caem em armadilhas, nestas “emboscadas
sentimentais”, por se deixarem levar por uma “cara de contrito”, por
uma conversa, uma artimanha, por sentimentos de um coração
enganoso, como fala Jeremias? Isto não cabe em um soldado, pois
este sabe que um erro pode ser fatal. Quando dirigimos pelas ruas
caóticas da cidade de São Paulo, teremos toda cautela, pois uma
conversão errada pode nos custar horas de atraso para o objetivo, e
poderá até inviabilizar o projeto, então, sabendo disso, muitas vezes
teremos que “pisar em ovos”, pois o nosso coração, muitas vezes de
“papel”, é também:
“Enganoso é o coração, mas do que todas as coisas, e
incorrigível. Quem o conhecerá?”106
Há tradução que fala: “coração desesperadamente corrupto”.
3.f A ordem e a desordem
106
Jeremias 17:9.
43
O Deus do impossível não abandona ao que clama, ao que crê, ao
que depende dele. Este certamente aprenderá a medida certa. Na
verdade não estamos acostumados à disciplina, a pensar antes de
agir e nos assustamos com tanta responsabilidade, porém, quando
percebemos a maravilha que é a ordem, a justiça, queremos então
vivê-la cada vez mais e sem perceber, poderemos aí passar do limite
e caminhamos para o excesso, desprestigiando assim esta qualidade
e tornando assim o que é bom em um jugo, as vezes insuportável.
Por exemplo: Uma mulher, uma dona de casa, uma pessoa que gosta
da ordem, da limpeza e da organização se esmera a cada dia para se
aprimorar cada vez mais, e isto será primoroso se ela não passar da
medida. Uma casa cheirosa, limpa e organizada fala de amor, de
aconchego, de descanso.
Vemos uma situação na Bíblia que nos fala sobre isto:
“E ouvindo a rainha de Sabá a fama de Salomão, acerca do
nome do Senhor, veio prová-lo com questões difíceis. E
chegou a Jerusalém com uma grande comitiva; com camelos
carregados de especiarias, e muitíssimo ouro, e pedras
preciosas; e foi a Salomão, e disse-lhe tudo quanto tinha no
seu coração. E Salomão lhe deu resposta a todas as suas
perguntas, nada houve que não lhe pudesse esclarecer.
Vendo, pois, a rainha de Sabá toda a sabedoria de Salomão, e
a casa que edificara, e a comida da sua mesa, e o assentar de
seus servos, e o estar de seus criados, e as vestes deles, e os
seus copeiros, e os holocaustos que ele oferecia na casa do
Senhor, ficou fora de si. E disse ao rei: Era verdade a palavra
que ouvi na minha terra, dos teus feitos e da tua sabedoria. E
44
eu não cria naquelas palavras, até que vim e os meus olhos o
viram; eis que não me disseram metade; sobrepujaste em
sabedoria e bens a fama que ouvi. Bem-aventurados os teus
homens, bem-aventurados estes teus servos, que estão
sempre diante de ti, que ouvem a tua sabedoria! Bendito seja
o Senhor teu Deus, que teve agrado em ti, para te pôr no
trono de Israel; porque o Senhor ama a Israel para sempre,
por isso te estabeleceu rei, para fazeres juízo e justiça”.107
Como vemos, foi exatamente o esmero dos afazeres domésticos que
deslumbrou aquela grande mulher. Ela era uma rainha e ele o Rei
Salomão, e isto talvez surpreenda, ou seja, que reis e rainhas se
importem a este nível com coisas tão domésticas e sejam tão
“prendados”. Deus nos fala para fazer tudo com ordem e com
decência e é maravilhoso viver dentro deste padrão.108
Isto é cura, para quem vive isso e para quem observa isso. No
entanto, temos que olhar também para o outro lado, pois sabemos
que muitas pessoas se perdem aí. Muitos, ou muitas exageram e se
tornam escravos(as), perdendo assim muitas coisas na vida e
tornando a vida dos seus, insuportável. Para estes, as mesmas Leis
Divinas tem o remédio:
“E aconteceu que, indo eles de caminho, entrou Jesus numa
aldeia; e certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua
casa; e tinha esta uma irmã chamada Maria, a qual,
assentando-se também aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra.
Marta, porém, andava distraída em muitos serviços; e,
aproximando-se, disse: Senhor, não se te dá de que minha
irmã me deixe servir só? Dize-lhe que me ajude. E
107
I Reis 10:1/9.
108
I aos Cor 14:40.
45
respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e
afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; e
Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada”.109
Vemos que o rei e a rainha, fizeram esmeradamente o que Marta
estava fazendo e foram exaltados por isso e não exortados como
Marta o foi, pois não canalizavam a sua vida só neste sentido, mas
tinham uma história de vida repleta de outros objetivos, e portanto
estavam equilibrando as coisas.
Observamos alguns pais, por exemplo, que por terem sido
“controlados” por seus genitores de maneira excessiva, abrem a
porta para os filhos de maneira nociva à sua formação e também
outros, passando da conta, controlam a vida dos seus filhos porque
não querem que eles façam o que eles fizeram.
Os dois estão em desequilíbrio. Como já citamos, a Bíblia é a
totalidade, e para cada pessoa, para cada situação, para cada
momento, ela tem a Palavra da “hora”.
Para tudo tem que haver o ponto de equilíbrio sob pena de
perdermos o “fio da meada”.
3.g Estar do lado do perdido
Em dado momento da minha vida, Deus me mostrava que a
incumbência do cristão é estar do lado do que está perdido e não
109
Lucas 10:38/42.
46
defender a Ele, que é, evidentemente, indefensável, o único que não
precisa de defesa, pois é perfeito.
Isto foi extraordinário, e falaremos adiante, um pouco mais sobre
isso. Assim fez Moisés, intercedendo por um povo terrível que Deus
queria destruir e Deus acatou a sua defesa. Moisés, de maneira
impressionante, foi tomado de amor e zelo pelo perdido, ou seja,
cumpriu exatamente a sua função de intercessor, quando falou o que
nos parece absurdo no texto de Êxodo:
“7 Então disse o Senhor a Moisés: Vai, desce; porque o teu
povo, que fizeste subir da terra do Egito, se corrompeu; 8
depressa se desviou do caminho que eu lhe ordenei; eles
fizeram para si um bezerro de fundição, e adoraram-no, e lhe
ofereceram sacrifícios, e disseram: Eis aqui, ó Israel, o teu
deus, que te tirou da terra do Egito. 9 Disse mais o Senhor a
Moisés:
(Vejamos o tamanho da ira do Deus que não muda, segundo
Malaquias, o Deus que é o mesmo, ontem, hoje e eternamente, e
portanto, não se moderniza, não será subornado. Portanto o que era
erro para Ele no passado, o será sempre)
... Tenho observado este povo, e eis que é povo de dura cerviz.
10 Agora, pois, deixa-me, para que a minha ira se acenda
contra eles, e eu os consuma; e eu farei de ti uma grande
nação.
(Vejamos também qual é o papel do cristão na terra)
47
... 11 Moisés, porém, suplicou ao Senhor seu Deus, e disse: Ó
Senhor, por que se acende a tua ira contra o teu povo, que
tiraste da terra do Egito com grande força e com forte mão?
12 Por que hão de falar os egípcios, dizendo: Para mal os
tirou, para matá-los nos montes, e para destruí-los da face da
terra? Torna-te da tua ardente ira, e arrepende-te deste mal
contra o teu povo. 13 Lembra-te de Abraão, de Isaque, e de
Israel, teus servos, aos quais por ti mesmo juraste, e lhes
disseste: Multiplicarei os vossos descendentes como as
estrelas do céu, e lhes darei toda esta terra de que tenho
falado, e eles a possuirão por herança para sempre.
(Vejamos agora o resultado desta intercessão)
... 14 Então o Senhor se arrependeu do mal que dissera que
havia de fazer ao seu povo.
Ou seja, Moisés era um atalaia guardando aquele povo da ira de
Deus, esta que dura só um instante segundo a Palavra, mas que é o
suficiente para fazer tudo virar pó:
48
”1 Por amor de Sião não me calarei, e por amor de Jerusalém
não descansarei, até que saia a sua justiça como um
resplendor, e a sua salvação como uma tocha acesa. 6 e
Jerusalém, sobre os teus muros pus atalaias, que não se
calarão nem de dia, nem de noite; ó vós, os que fazeis lembrar
ao Senhor, não descanseis, 7 e não lhe deis a ele descanso até
que estabeleça Jerusalém e a ponha por objeto de louvor na
terra”.110
)
... 15 E virou-se Moisés, e desceu do monte com as duas
tábuas do testemunho na mão, tábuas escritas de ambos os
lados; de um e de outro lado estavam escritas. 16 E aquelas
tábuas eram obra de Deus; também a escritura era a mesma
escritura de Deus, esculpida nas tábuas. 17 Ora, ouvindo
Josué a voz do povo que jubilava, disse a Moisés: Alarido de
guerra há no arraial. 18 Respondeu-lhe Moisés: Não é alarido
dos vitoriosos, nem alarido dos vencidos, mas é a voz dos que
cantam e dançam que eu ouço.
É comum observar o povo na inconseqüência, na superficialidade, nas
festas, dançando, cantando, no churrasco, enquanto coisas graves
acontecem na terra, assim como estavam antes do dilúvio, enquanto
o juízo de Deus pairava sobre eles. Deus nos tem falado
insistentemente sobre este assunto em vários textos.
110
Isaías 62:1,6,7.
49
As pessoas também esquecem muito fácil do que não poderiam
esquecer. Moisés foi o instrumento de Deus para tirar este povo do
Egito, depois de quatrocentos anos de gemidos na escravidão.
Grande guerra se instalou para tirá-los da mão de Faraó e tão cedo
riscam Moisés e fazem para si outro deus, posto que só Um há, de
eternidade à eternidade. Da mesma maneira, hoje, vemos a mesma
ingratidão das pessoas com relação aos grandes livramentos de Deus
com cada um. Ao invés de servi-Lo como deveriam, seguem após o
lucro, servem o seu ventre, ou a qualquer ídolo. Porem, no momento
do “sufoco”, que chega para qualquer um, é comum também ver este
mesmo povo chamando por Deus, ou tirando da ”prateleira” o
“sonrisal”. Somos infiéis.
Vejamos agora este povo que Moisés defendeu tanto, como era. O
que faríamos no lugar de Moisés neste momento? A Bíblia nos ensina
que o ponto de equilíbrio seria continuar a defender aqueles rebeldes,
de fronte obstinada e duros de coração.
... 19 Chegando ele ao arraial e vendo o bezerro e as danças,
acendeu-se-lhe a ira, e ele arremessou das mãos as tábuas, e
as despedaçou ao pé do monte. 20 Então tomou o bezerro que
tinham feito, e queimou-o no fogo; e, moendo-o até que se
tornou em pó, o espargiu sobre a água, e deu-o a beber aos
filhos de Israel.
(Observemos o que disse Moisés a Arão, ou seja, com quem ele se
indignou)
... 21 E perguntou Moisés a Arão: Que te fez este povo, que
sobre ele trouxeste tamanho pecado?. 22 Ao que respondeu
Arão: Não se acenda a ira do meu senhor; tu conheces o povo,
como ele é inclinado ao mal. 23 Pois eles me disseram: Faze-
nos um deus que vá adiante de nós; porque, quanto a esse
Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não
sabemos o que lhe aconteceu. 24 Então eu lhes disse: Quem
50
tem ouro, arranque-o. Assim mo deram; e eu o lancei no fogo,
e saiu este bezerro.
... ora... ora... continuou Moisés a culpar Arão pelo desvario daquele
povo de dura cerviz. Fala Moisés que aquele povo fora duramente
atingido, pela inoperância de Arão. Fala o Senhor em Provérbios
de Salomão que sem sábia direção o povo cai. Qual então a causa da
queda daquele povo? A direção sem sabedoria, sem autoridade de
Arão. Ai da liderança, ai dos pais, professores e de quaisquer que têm
a incumbência de educar ou ensinar:
“Meus irmãos, não sejais muitos de vós mestres, sabendo que
receberemos um juízo mais severo”.111 112
“(...) tu, pois, que
ensinas a outrem, não te ensinas a ti mesmo? (...) pois tu que
julgas, praticas o mesmo?”.113
Só os desavisados, os que ignoram, almejam postos de liderança no
Reino de Deus, pensando que há aqui um paralelo com o presente
sistema mundial. É verdade que quando Ele decide e escolhe - É Ele
quem escolhe -, não há como escapar da Sua mão...
... 25 Quando, pois, Moisés viu que o povo estava desenfreado
(porque Arão o havia desenfreado, o tinha deixado à solta,
para escárnio entre os seus inimigos),
111
Tiago 3:1.
112
Prov 11:14.
113
Romanos 2:1,21.
51
(A liderança daquele povo os deixou à solta. É comum escutarmos
constantemente: “Larga do meu pé!”, “Meus pais me controlam a
vida”. E aqui vai outro drama: suportar a rebeldia, o desamor e
muitas vezes o abandono dos filhos, o rigor da lei dos homens que
pune os pais que assim agem, uma possível denúncia de algum
vizinho que se acha zeloso por aquele filho, mas que nem ele e nem,
o Estado estão presentes para “roer o osso”, mas só para “cobrar”
dos pais, para os acusar e jamais para ajudar ou suportar as terríveis
conseqüências de pessoas criadas sem freio, sem a vara da correção,
entregues a si mesmo, os quais têm se multiplicado na terra por
conta de uma psicologia diversa das Escrituras Sagradas, do Deus
que os fez, de uma legislação que não consegue conter a demanda de
marginais cada vez mais precoces, cada vez mais cruéis, cada vez
mais inseguros e infelizes114
, ou nos subteremos a Deus e à Sua
Palavra, corrigindo o tal segundo os seus princípios, e depois
suportando todas as conseqüências dos homens e não de Deus?
“Nos lábios do entendido se acha a sabedoria; mas a vara é
para as costas do que é falto de entendimento”.115
24 Aquele
que poupa a vara aborrece a seu filho; mas quem o ama, a seu
tempo o castiga”.116
“A estultícia está ligada ao coração do
menino; mas a vara da correção a afugentará dele”.117
Não
retires da criança a disciplina; porque, fustigando-a tu com a
vara, nem por isso morrerá”.118
“Tu a fustigarás com a vara e
114
Temos um texto escrito: “Como se corrigir uma criança segundo a Bíblia”.
115
Prov 10:13.
116
Prov 13:24.
117
Prov 22:15.
118
Prov 23:13.
52
livrarás a sua alma do Seol”.119
“A vara e a repreensão dão
sabedoria; mas a criança entregue a si mesma envergonha a
sua mãe”.120
Qual é aqui o ponto de equilíbrio para esta situação? Somos, como
afirma a Bíblia, uma geração rebelde e contradizente, pois esta
mesma lei que engessa os pais e educadores para uma correção
efetiva, agora, pune os pais por este resultado catastrófico, e manda
prender esses infelizes progenitores que não conseguem controlar os
seus filhos, alegando “abandono de incapaz”.
Aonde iremos parar? Observemos como agiu Moisés, o grande
defensor daquele povo, a mando de Deus, e como obedeceram
aqueles que entenderam que só o Senhor é Deus...
... 26 pôs-se em pé à entrada do arraial, e disse: Quem está ao
lado do Senhor, venha a mim. Ao que se ajuntaram a ele todos
os filhos de Levi. 27 Então ele lhes disse: Assim diz o Senhor,
o Deus de Israel: Cada um ponha a sua espada sobre a coxa; e
passai e tornai pelo arraial de porta em porta, e mate cada um
a seu irmão, e cada um a seu amigo, e cada um a seu vizinho.
28 E os filhos de Levi fizeram conforme a palavra de Moisés; e
caíram do povo naquele dia cerca de três mil homens.
Há momento que só seremos aprovados se deixarmos a família, onde
Deus nos fala que estão os nossos piores inimigos:
... 29 Então disse Moisés: Hoje fostes separados para o
Senhor, pois cada um foi contra o seu filho, e contra o seu
irmão e hoje Ele vos abençoou.
119
Prov 23:14.
120
Prov 29:15.
53
(Quantas vezes citamos a ordem de Deus para deixar tudo por Ele,
ou seja, para não colocar nada entre nós e Ele, para que Ele seja a
primícia de tudo e de todos, para que Ele seja honrado e amado
acima de todas as coisas? Quantas vezes citamos a passagem de
Saul121
que não cumpriu a ordem de Deus para exterminar aquele
povo contaminado ao qual Deus já havia feito o juízo, e não deixar
nem velho, nem criança de peito e nem riqueza alguma? Saul foi
destronado pois não obedeceu, e aquele povo depois foi-lhe um laço
e a causa da sua derrota. Sentimentos humanos são contrários a sã
doutrina, que nos parece muitas vezes cruel porque estamos muito
longe da retidão, acostumados à indisciplina e à desordem.
Raciocínios são a causa da derrota de muitos que querem julgar,
torcer o caráter Deus como ensina satanás dizendo: “Não é bem
assim”, e aí come-se o fruto proibido pensando que alcançará ser
igual ao Altíssimo e logo depois vem a queda vertiginosa. Não é nem
um pouco fácil discernir, ser uma pessoa equilibrada, quando temos
que deixar pessoas que nos são caras, ou coisas, mas quando alguém
entende que Deus é Deus e que não poderá ser nada sem Ele, que
Ele é mais importante que a sua vida, que não poderá viver a
eternidade sem Ele, então fala o que Pedro falou:
“60 Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isto, disseram:
Duro é este discurso; quem o pode ouvir? 61 Mas, sabendo
Jesus em si mesmo que murmuravam disto os seus discípulos,
disse-lhes: Isto vos escandaliza? 66 Por causa disso muitos
dos seus discípulos voltaram para trás e não andaram mais
com ele. 67 Perguntou então Jesus aos doze: Quereis vós
também retirar-vos? 68 Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor,
para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. 69
E nós já temos crido e bem sabemos que tu és o Santo de
Deus”.122
Este mesmo Pedro em dado momento recebeu uma grande revelação
divina e Jesus o colocou como cabeça da igreja. Instantes depois
acontece este colóquio a seguir tão chocante para quem não conhece
a grandeza de Deus:
“20 Então ordenou aos discípulos que a ninguém dissessem
que ele era o Cristo. 21 Desde então começou Jesus Cristo a
mostrar aos seus discípulos que era necessário que ele fosse a
Jerusalém, que padecesse muitas coisas dos anciãos, dos
principais sacerdotes, e dos escribas, que fosse morto, e que
ao terceiro dia ressuscitasse. 22 E Pedro, tomando-o à parte,
começou a repreendê-lo, dizendo: Tenha Deus compaixão de
ti, Senhor; isso de modo nenhum te acontecerá. 23 Ele,
porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás,
121
I a Samuel 15.
122
João 6:60,61,66/69.
54
que me serves de escândalo; porque não estás pensando nas
coisas que são de Deus, mas sim nas que são dos homens. 24
Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir
após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me;
25 pois, quem quiser salvar a sua vida por amor de mim
perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim,
achá-la-á. 26 Pois que aproveita ao homem se ganhar o
mundo inteiro e perder a sua vida? ou que dará o homem em
troca da sua vida”.123
Ou seja, Deus não nos fica exigindo algo insano ou usando de tirania,
porque Ele é averso a isso, haja vista a descrição terrível que vemos
em Isaías 53, onde fala o Senhor do Universo que agradou a Ele
enfermar Jesus para nos alcançar. Jesus tinha alguma culpa? E nós?
Não foi assim que conjeturou o ladrão da cruz em seus últimos
minutos?
E não foi isso que o transportou, “aos quarenta e cinco minutos do
segundo tempo”, ao perdão de Deus e conseqüentemente ao Paraíso
eterno com Ele?
“Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou
o braço do Senhor? Porque foi subindo como renovo perante
ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem
formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência
nele, para que o desejássemos. Era desprezado, e o mais
rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado
nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o
rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.
Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades,
123
Mateus 16:20/26.
55
e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por
aflito, ferido de Deus, e oprimido.
... Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e
moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos
traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos
sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas;
cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair
sobre ele a iniqüidade de nós todos. Ele foi oprimido e afligido,
mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao
matadouro, e como a ovelha muda perante os seus
tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca. Da opressão e
do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida?
Porquanto foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão
do meu povo ele foi atingido. E puseram a sua sepultura com
os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca
cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca. Todavia,
ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua
alma se puser por expiação do pecado, verá a sua
posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do
Senhor prosperará na sua mão. Ele verá o fruto do trabalho da
sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu
servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniqüidades
deles levará sobre si. Por isso lhe darei a parte de muitos, e
com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto
derramou a sua alma na morte, e foi contado com os
transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e
intercedeu pelos transgressores”.
Já falamos também muitas vezes que o chicote de Deus é quase
impossível de suportar, por dois motivos: a carne é fraca e é horrível
decepcionar o Pai que nos é tão fiel. Depois de providenciar a
“limpeza do altar”, Moisés sobe para clamar a Deus por este povo, ou
seja, não é de qualquer maneira que alguém vai interceder, mas se
há de ter uma base legal para assim o fazer. Se uma pessoa está em
adultério e resiste em querer sair desta condição, ou seja, “confessa
56
os seus pecados e não os deixa, não alcançará misericórdia”;124
insistiremos então com Deus para que não desista deste perdido e
que continue a “convencê-lo do pecado, da justiça e do juízo”.125
... 30 No dia seguinte disse Moisés ao povo Vós tendes
cometido grande pecado; agora porém subirei ao Senhor;
porventura farei expiação por vosso pecado. 31 Assim tornou
Moisés ao Senhor, e disse: Oh! este povo cometeu um grande
pecado, fazendo para si um deus de ouro. 32 Agora, pois,
perdoa o seu pecado; ou se não, risca-me do teu livro, que
tens escrito. 33 Então disse o Senhor a Moisés: Aquele que
tiver pecado contra mim, a este riscarei do meu livro. 34 Vai
pois agora, conduze este povo para o lugar de que te hei dito;
eis que o meu anjo irá adiante de ti; porém no dia da minha
visitação, sobre eles visitarei o seu pecado. 35 Feriu, pois, o
Senhor ao povo, por ter feito o bezerro que Arão formara”.126
Ou seja, Ele falou que estaria com aquele povo até a morte. Se eles
fossem riscados do Livro da Vida, ele queria estar ao lado deles nesta
morte eterna. Isto não é nem um pouco fácil de se entender e nem
de se viver. Só alguém amando com o amor ágape, o amor de Deus,
faria tal coisa.
124
Prov 28:13.
125
João 16:8.
126
Êxodo 32:32.
57
Neste momento, enquanto a unção de Deus ministrava sobre mim,
eu chorava muito por cada perdido, deslumbrada por estar vivendo
uma situação tão sublime, e por enfim estar entendendo o que falou
Deus, meu Salvador. Eu não conseguia pensar em mais nada. De
qualquer perdido que eu tinha notícia, caía em prantos, suplicando a
Deus misericórdia. Logo depois caí em uma armadilha astuta
recebendo cem dólares falsos. Fiquei perplexa e depois percebi que
isto era Deus me alertando que já estava passando do ponto.
Realmente, a imagem, a expressão daquela mulher astuta, ladra,
estelionatária, que lesou várias pessoas naquele mesmo dia, sem
nenhum vestígio de ser nada disso, me deixou perceber o quanto
estava carente de astúcia.
Fiquei, como todo soldado que se presa, muito decepcionada comigo,
envergonhada, assustada. Eu realmente via agora o perdido com
outros olhos, continuava a chorar por cada um e assim teria que ser,
porém, os olhos de um soldado não está em um só ponto, mas em
todos os pontos. Imaginemos se em uma guerra algum soldado
poderia se comportar desta maneira diante da mortandade ao seu
redor. Temos que gemer, secar as lágrimas, se revoltar contra o mal
(só contra o mal), clamar a Deus e ao mesmo tempo olhar ao redor,
astuta e responsavelmente. Cheguei mesmo a pensar que nunca
58
aprenderia ser as duas coisas: astuta e mansa, mas isto seria negar o
poder de Deus e tive que me sentar novamente nas carteiras santas
da Escola Sagrada para continuar aprendendo a mesma matéria.
Qual então o ponto certo? Qual o momento exato? Qual a medida
correta? Deus nos fala através de Salomão que há um tempo certo
para cada propósito debaixo dos céus. No Livro de Provérbios de
Salomão, no capítulo 30 127
lemos o seguinte texto:
“Duas coisas te pedi; não mas negues, antes que morra:
Afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês
nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha
porção de costume; para que, porventura, estando farto não
te negue, e venha a dizer: Quem é o Senhor? ou que,
empobrecendo, não venha a furtar, e tome o nome de Deus
em vão”.
Podemos aqui perceber a preocupação deste que orava, tentando
saber o ponto de equilíbrio para que não recebesse mais e nem
menos, mas a medida certa que ele poderia suportar para que não se
perdesse.
O bolo que assa, se passar do ponto perde-se todo;
.... a fruta que se colhe não estará boa se for colhida depois, ou antes
do tempo;
... se alguém segura um passarinho, a mão terá uma medida certa
para segurar para que ele não se sufoque ou escape.
127
Versículo 7/9.
59
Como vemos, não há limite para esta meditação. Jesus é o Príncipe
da Paz e, no entanto, nos fala:128
“Cuidais vós que vim trazer paz à terra? Não, vos digo, mas
antes dissensão;”.
Sim, porque a presença de Jesus traz a consciência do pecado, da
injustiça e isto aponta para dois caminhos: ou a pessoa se converte
dos seus maus caminhos, ou seja, muda de direção e passa,
conseqüentemente, a andar na “contra mão” da vida neste mundo
tenebroso, ou ela concorda com este século, com o presente sistema
mundial e passa a se opor à Leis Sagradas, ao Manual do Fabricante,
ao Criador do Universo e de todos nós. E aí surgem as discussões, as
pelejas, que a Bíblia diz que é salutar e mesmo necessárias para que
se estabeleça a luz divina:
“E até importa que haja entre vós diferenças, para os que têm
a aprovação de Deus se manifestem no vosso meio”.129
Deus nos fala sobre os dois extremos, como já falamos, ... a pomba e
a serpente...
“Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto,
sede prudentes, astutos, como as serpentes e inofensivos,
mansos, simples como as pombas”130
.
Outra vez perguntamos como poderá ser alguém as duas coisas: uma
cobra e uma pomba. Pode e deve, pois ninguém ganhará a guerra
(Deus também é o Senhor dos Exércitos) sem estes requisitos:
128
Lucas 12:51/53.
129
I aos Cor 11:19
130
Mateus 10:16.
60
“... faz-se violência ao reino dos céus, e pela força apoderam-
se dele”.131
A Palavra de Deus é o próprio Deus, e por isso ele abrange todos os
prismas do ser humano, ou seja, há pessoas precisando ouvir que
não é com violência e há outra que precisará ouvir uma coisa oposta:
“... não é por força e nem por violência, mas pelo meu
espírito, diz o Senhor dos Exércitos”.132
Quantas pessoas se espremem de espanto quando descobrem o que
está contido nesta palavra:
“Melhor é o longânimo que o valente, e o que governa o seu
espírito do que o que toma uma cidade”. 133
Com certeza, é extremamente mais difícil conter o seu espírito do que
empregar a força e conquistar uma cidade inteira. Gideão antes da
guerra invocou um nome em Deus134
. Qual foi?
“Então Gideão edificou ali um altar ao Senhor, e lhe chamou, o
Senhor é paz” (Jeová Shalon).135
Alguém poderá ganhar uma guerra se não tiver a paz, a ponderação,
a mansidão da pomba?
Diz o Senhor dos Senhores:
“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou
manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as
vossas almas”.136
131
Mateus 11:12.
132
Zacarias 4:6.
133
Prov. 16:32.
134
Indicamos a leitura do texto “Os nomes de Deus e o que cada um representa”.
135
Juízes 6:24.
136
Mateus 11:29.
61
Porém um pouco antes havia falado:
“Não temais os que matam o corpo, e não podem matar a
alma. Temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno
tanto a alma como o corpo”.137
Ou seja, o Todo Poderoso, o Insondável, o humilde de coração, está
falando para não temer nem o homem e nem o diabo, mas somente a
Ele, que é ao mesmo tempo: “amor e fogo consumidor!”.138
Se
alguém não teme a Deus, não tem sequer o princípio da sabedoria,
quanto mais a sabedoria. A prudência (a mansidão) e a sabedoria co-
habitam:
“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o
conhecimento do Santo é prudência”.139
“Eu, a sabedoria,
habito com a prudência; eu possuo conhecimento e
discrição”.140
3.h Fracos e fortes
“Proclamai isto entre os gentios; preparai a guerra, suscitai os
fortes; cheguem-se, subam todos os homens de guerra. Forjai
espadas das vossas enxadas, e lanças das vossas foices; diga
o fraco: Eu sou forte”141
.
137
Mateus 10:28.
138
Hebreus 12:29.
139
Prov 9:10.
140
Prov 8:12.
141
Joel 3:9,10.
62
Entendemos então que seremos fortes, e transformaremos tudo em
armas de guerra? A Palavra de Deus diz que não, pois há um tempo
determinado para a guerra e outro para a paz. É o equilíbrio:
“E irão muitos povos, e dirão: Vinde, subamos ao monte do
Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus
caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá
a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor. E ele julgará entre
as nações, e repreenderá a muitos povos; e estes converterão
as suas espadas em enxadões e as suas lanças em foices; uma
nação não levantará espada contra outra nação, nem
aprenderão mais a guerrear”.142
“E julgará entre muitos povos, e castigará nações poderosas e
longínquas, e converterão as suas espadas em pás, e as suas
lanças em foices; uma nação não levantará a espada contra
outra nação, nem aprenderão mais a guerra”.143
Ou seja, haverá o tempo em que tudo será transformado em armas
de guerra e outro tempo em que todas as armas de guerra serão
transformadas em objetos de paz:
142
Isaías 2:3,4.
143
Miquéias 4:3.
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Nunca
NuncaNunca
EBD - 1º Tri 2010 - Lição 10 - 07032010 - Subsídio
EBD - 1º Tri 2010 - Lição 10 - 07032010 - SubsídioEBD - 1º Tri 2010 - Lição 10 - 07032010 - Subsídio
EBD - 1º Tri 2010 - Lição 10 - 07032010 - Subsídio
Valter Borges
 
É Necessária uma Devida Consideração De Deus
É Necessária uma Devida Consideração De DeusÉ Necessária uma Devida Consideração De Deus
É Necessária uma Devida Consideração De Deus
Silvio Dutra
 
Leslie d. weatherhead as três-vontades_de_deus -
Leslie d. weatherhead   as três-vontades_de_deus - Leslie d. weatherhead   as três-vontades_de_deus -
Leslie d. weatherhead as três-vontades_de_deus -
Aristoteles Rocha
 
Jormi Jornal Missionário n° 88
Jormi   Jornal Missionário n° 88Jormi   Jornal Missionário n° 88
Jormi Jornal Missionário n° 88
Almir Rodrigues
 
O poder do báculo
O poder do báculoO poder do báculo
O poder do báculo
Natanael Araujo
 
Livro dos Espiritos Q.571 ESE cap 6
Livro dos Espiritos Q.571 ESE cap 6Livro dos Espiritos Q.571 ESE cap 6
Livro dos Espiritos Q.571 ESE cap 6
Patricia Farias
 
falando do fim
falando do fimfalando do fim
falando do fim
Jose Moraes
 
Livro dos Espíritos Q.558 e ESE Cap 6 - item11
Livro dos Espíritos Q.558 e ESE Cap 6 - item11Livro dos Espíritos Q.558 e ESE Cap 6 - item11
Livro dos Espíritos Q.558 e ESE Cap 6 - item11
Patricia Farias
 
John wesley carta de john wesley a george lavington i
John wesley   carta de john wesley a george lavington iJohn wesley   carta de john wesley a george lavington i
John wesley carta de john wesley a george lavington i
Francisco Deuzilene
 
Violador do sabado
Violador do sabadoViolador do sabado
Violador do sabado
Jose Moraes
 
A doutrina da absoluta inabilidade humana john mac arthur
A doutrina da absoluta inabilidade humana   john mac arthurA doutrina da absoluta inabilidade humana   john mac arthur
A doutrina da absoluta inabilidade humana john mac arthur
Deusdete Soares
 
S.O.SILVA- PROVAS, DIFICULDADES- ENTENDA COMO VEM CELAS.
S.O.SILVA- PROVAS, DIFICULDADES- ENTENDA COMO VEM CELAS.S.O.SILVA- PROVAS, DIFICULDADES- ENTENDA COMO VEM CELAS.
S.O.SILVA- PROVAS, DIFICULDADES- ENTENDA COMO VEM CELAS.
Eduardo Bispo Silva
 
Livro dos Espiritos 549 e ESE cap 5
Livro dos Espiritos 549 e ESE cap 5Livro dos Espiritos 549 e ESE cap 5
Livro dos Espiritos 549 e ESE cap 5
Patricia Farias
 
Livro dos espiritos 551 e Evangelho cap 6 item 6,7,8
Livro dos espiritos 551 e Evangelho cap 6 item 6,7,8Livro dos espiritos 551 e Evangelho cap 6 item 6,7,8
Livro dos espiritos 551 e Evangelho cap 6 item 6,7,8
Patricia Farias
 
Viver pela Fe nas Dificuldades John Owen
Viver pela Fe nas Dificuldades John OwenViver pela Fe nas Dificuldades John Owen
Viver pela Fe nas Dificuldades John Owen
Silvio Dutra
 
30 Razões porque não Guardar o sábado
30 Razões porque não Guardar o sábado30 Razões porque não Guardar o sábado
30 Razões porque não Guardar o sábado
Abdias Barreto
 
Missão 13 Maio 2014
Missão 13 Maio 2014Missão 13 Maio 2014
Missão 13 Maio 2014
Fabiano Brito
 
A Morte de Jesus - Licão 12 - 2º Trimestre / 2015
A Morte de Jesus - Licão 12 - 2º Trimestre / 2015A Morte de Jesus - Licão 12 - 2º Trimestre / 2015
A Morte de Jesus - Licão 12 - 2º Trimestre / 2015
Pr. Andre Luiz
 
Julgamento ou justificação
Julgamento ou justificaçãoJulgamento ou justificação
Julgamento ou justificação
Diego Fortunatto
 

Mais procurados (20)

Nunca
NuncaNunca
Nunca
 
EBD - 1º Tri 2010 - Lição 10 - 07032010 - Subsídio
EBD - 1º Tri 2010 - Lição 10 - 07032010 - SubsídioEBD - 1º Tri 2010 - Lição 10 - 07032010 - Subsídio
EBD - 1º Tri 2010 - Lição 10 - 07032010 - Subsídio
 
É Necessária uma Devida Consideração De Deus
É Necessária uma Devida Consideração De DeusÉ Necessária uma Devida Consideração De Deus
É Necessária uma Devida Consideração De Deus
 
Leslie d. weatherhead as três-vontades_de_deus -
Leslie d. weatherhead   as três-vontades_de_deus - Leslie d. weatherhead   as três-vontades_de_deus -
Leslie d. weatherhead as três-vontades_de_deus -
 
Jormi Jornal Missionário n° 88
Jormi   Jornal Missionário n° 88Jormi   Jornal Missionário n° 88
Jormi Jornal Missionário n° 88
 
O poder do báculo
O poder do báculoO poder do báculo
O poder do báculo
 
Livro dos Espiritos Q.571 ESE cap 6
Livro dos Espiritos Q.571 ESE cap 6Livro dos Espiritos Q.571 ESE cap 6
Livro dos Espiritos Q.571 ESE cap 6
 
falando do fim
falando do fimfalando do fim
falando do fim
 
Livro dos Espíritos Q.558 e ESE Cap 6 - item11
Livro dos Espíritos Q.558 e ESE Cap 6 - item11Livro dos Espíritos Q.558 e ESE Cap 6 - item11
Livro dos Espíritos Q.558 e ESE Cap 6 - item11
 
John wesley carta de john wesley a george lavington i
John wesley   carta de john wesley a george lavington iJohn wesley   carta de john wesley a george lavington i
John wesley carta de john wesley a george lavington i
 
Violador do sabado
Violador do sabadoViolador do sabado
Violador do sabado
 
A doutrina da absoluta inabilidade humana john mac arthur
A doutrina da absoluta inabilidade humana   john mac arthurA doutrina da absoluta inabilidade humana   john mac arthur
A doutrina da absoluta inabilidade humana john mac arthur
 
S.O.SILVA- PROVAS, DIFICULDADES- ENTENDA COMO VEM CELAS.
S.O.SILVA- PROVAS, DIFICULDADES- ENTENDA COMO VEM CELAS.S.O.SILVA- PROVAS, DIFICULDADES- ENTENDA COMO VEM CELAS.
S.O.SILVA- PROVAS, DIFICULDADES- ENTENDA COMO VEM CELAS.
 
Livro dos Espiritos 549 e ESE cap 5
Livro dos Espiritos 549 e ESE cap 5Livro dos Espiritos 549 e ESE cap 5
Livro dos Espiritos 549 e ESE cap 5
 
Livro dos espiritos 551 e Evangelho cap 6 item 6,7,8
Livro dos espiritos 551 e Evangelho cap 6 item 6,7,8Livro dos espiritos 551 e Evangelho cap 6 item 6,7,8
Livro dos espiritos 551 e Evangelho cap 6 item 6,7,8
 
Viver pela Fe nas Dificuldades John Owen
Viver pela Fe nas Dificuldades John OwenViver pela Fe nas Dificuldades John Owen
Viver pela Fe nas Dificuldades John Owen
 
30 Razões porque não Guardar o sábado
30 Razões porque não Guardar o sábado30 Razões porque não Guardar o sábado
30 Razões porque não Guardar o sábado
 
Missão 13 Maio 2014
Missão 13 Maio 2014Missão 13 Maio 2014
Missão 13 Maio 2014
 
A Morte de Jesus - Licão 12 - 2º Trimestre / 2015
A Morte de Jesus - Licão 12 - 2º Trimestre / 2015A Morte de Jesus - Licão 12 - 2º Trimestre / 2015
A Morte de Jesus - Licão 12 - 2º Trimestre / 2015
 
Julgamento ou justificação
Julgamento ou justificaçãoJulgamento ou justificação
Julgamento ou justificação
 

Destaque

LIÇÃO 09 – NÃO ADULTERARÁS
LIÇÃO 09 – NÃO ADULTERARÁSLIÇÃO 09 – NÃO ADULTERARÁS
LIÇÃO 09 – NÃO ADULTERARÁS
Lourinaldo Serafim
 
Banheiro Feminino
Banheiro FemininoBanheiro Feminino
Banheiro Feminino
Osmar Algarte
 
Jamais Perca A Dignidade
Jamais Perca A DignidadeJamais Perca A Dignidade
Jamais Perca A Dignidade
Osmar Algarte
 
No tempo de deus
No  tempo  de  deusNo  tempo  de  deus
O Tempo De Deus
O Tempo De DeusO Tempo De Deus
O Tempo De Deus
cab3032
 
O tempo de Deus
O tempo de DeusO tempo de Deus
7 princípios bíblicos para a administração do tempo
7 princípios bíblicos para a administração do tempo7 princípios bíblicos para a administração do tempo
7 princípios bíblicos para a administração do tempo
Cleoci Ribeiro
 
O Tempo Para todas as Coisas.
O Tempo Para todas as Coisas.O Tempo Para todas as Coisas.
O Tempo Para todas as Coisas.
Antonio Fernandes
 
Lição 9 - O Tempo para Todas as Coisas
Lição 9 - O Tempo para Todas as CoisasLição 9 - O Tempo para Todas as Coisas
Lição 9 - O Tempo para Todas as Coisas
Natalino das Neves Neves
 
Estudo 5 (Simplicidade)
Estudo 5  (Simplicidade)Estudo 5  (Simplicidade)
Estudo 5 (Simplicidade)
Daniel Junior
 
Temperança
TemperançaTemperança
Temperança
Ismael Rosa
 
Aula M2 - (19/04/12) - Tudo me é lícito, mas nem tudo me convem
Aula M2 - (19/04/12) - Tudo me é lícito, mas nem tudo me convemAula M2 - (19/04/12) - Tudo me é lícito, mas nem tudo me convem
Aula M2 - (19/04/12) - Tudo me é lícito, mas nem tudo me convem
Mocidade Espírita União Fraternal
 
Administrando o tempo de deus
Administrando o tempo de deusAdministrando o tempo de deus
Administrando o tempo de deus
Noimix
 
O Discípulo Radical
O Discípulo RadicalO Discípulo Radical
O Discípulo Radical
Egmon Pereira
 
O tempo para todas as coisas
O tempo para todas as coisasO tempo para todas as coisas
O tempo para todas as coisas
Moisés Sampaio
 
Estudo 6 (Equilíbrio)
Estudo 6 (Equilíbrio)Estudo 6 (Equilíbrio)
Estudo 6 (Equilíbrio)
Daniel Junior
 
Temperança (TE)
Temperança (TE)Temperança (TE)
Temperança (TE)
Gérson Fagundes da Cunha
 
8 pilares para uma vida extraordinária - ebook
8 pilares para uma vida extraordinária - ebook8 pilares para uma vida extraordinária - ebook
8 pilares para uma vida extraordinária - ebook
Priscila Stuani
 
Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém
Tudo me é lícito, mas nem tudo me convémTudo me é lícito, mas nem tudo me convém
Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém
Cemica Missionários da Caridade
 
A Roda Da Vida
A Roda Da VidaA Roda Da Vida
A Roda Da Vida
Priscilla de Sa
 

Destaque (20)

LIÇÃO 09 – NÃO ADULTERARÁS
LIÇÃO 09 – NÃO ADULTERARÁSLIÇÃO 09 – NÃO ADULTERARÁS
LIÇÃO 09 – NÃO ADULTERARÁS
 
Banheiro Feminino
Banheiro FemininoBanheiro Feminino
Banheiro Feminino
 
Jamais Perca A Dignidade
Jamais Perca A DignidadeJamais Perca A Dignidade
Jamais Perca A Dignidade
 
No tempo de deus
No  tempo  de  deusNo  tempo  de  deus
No tempo de deus
 
O Tempo De Deus
O Tempo De DeusO Tempo De Deus
O Tempo De Deus
 
O tempo de Deus
O tempo de DeusO tempo de Deus
O tempo de Deus
 
7 princípios bíblicos para a administração do tempo
7 princípios bíblicos para a administração do tempo7 princípios bíblicos para a administração do tempo
7 princípios bíblicos para a administração do tempo
 
O Tempo Para todas as Coisas.
O Tempo Para todas as Coisas.O Tempo Para todas as Coisas.
O Tempo Para todas as Coisas.
 
Lição 9 - O Tempo para Todas as Coisas
Lição 9 - O Tempo para Todas as CoisasLição 9 - O Tempo para Todas as Coisas
Lição 9 - O Tempo para Todas as Coisas
 
Estudo 5 (Simplicidade)
Estudo 5  (Simplicidade)Estudo 5  (Simplicidade)
Estudo 5 (Simplicidade)
 
Temperança
TemperançaTemperança
Temperança
 
Aula M2 - (19/04/12) - Tudo me é lícito, mas nem tudo me convem
Aula M2 - (19/04/12) - Tudo me é lícito, mas nem tudo me convemAula M2 - (19/04/12) - Tudo me é lícito, mas nem tudo me convem
Aula M2 - (19/04/12) - Tudo me é lícito, mas nem tudo me convem
 
Administrando o tempo de deus
Administrando o tempo de deusAdministrando o tempo de deus
Administrando o tempo de deus
 
O Discípulo Radical
O Discípulo RadicalO Discípulo Radical
O Discípulo Radical
 
O tempo para todas as coisas
O tempo para todas as coisasO tempo para todas as coisas
O tempo para todas as coisas
 
Estudo 6 (Equilíbrio)
Estudo 6 (Equilíbrio)Estudo 6 (Equilíbrio)
Estudo 6 (Equilíbrio)
 
Temperança (TE)
Temperança (TE)Temperança (TE)
Temperança (TE)
 
8 pilares para uma vida extraordinária - ebook
8 pilares para uma vida extraordinária - ebook8 pilares para uma vida extraordinária - ebook
8 pilares para uma vida extraordinária - ebook
 
Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém
Tudo me é lícito, mas nem tudo me convémTudo me é lícito, mas nem tudo me convém
Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém
 
A Roda Da Vida
A Roda Da VidaA Roda Da Vida
A Roda Da Vida
 

Semelhante a O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I

A serpente do paraíso erwin lutzer
A serpente do paraíso    erwin lutzerA serpente do paraíso    erwin lutzer
A serpente do paraíso erwin lutzer
Deusdete Soares
 
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL II
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL IIO PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL II
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL II
Cristiane Patricio
 
O OCULTO DO OCULTISMO - VÓL I
O OCULTO DO OCULTISMO - VÓL IO OCULTO DO OCULTISMO - VÓL I
O OCULTO DO OCULTISMO - VÓL I
Cristiane Patricio
 
Os tesouros divinos em vasos de barro
Os tesouros divinos em vasos de barroOs tesouros divinos em vasos de barro
Os tesouros divinos em vasos de barro
Clelia Oliveira
 
PÉROLAS QUE JÁ PENSOU, MAS...
PÉROLAS QUE JÁ PENSOU, MAS...PÉROLAS QUE JÁ PENSOU, MAS...
PÉROLAS QUE JÁ PENSOU, MAS...
Alex Martins
 
Frank e ida mae hammond porcos na sala
Frank e ida mae hammond   porcos na salaFrank e ida mae hammond   porcos na sala
Frank e ida mae hammond porcos na sala
eduardo cassim Cassim
 
As parábolas de Jesus
As parábolas de Jesus  As parábolas de Jesus
As parábolas de Jesus
Ponte de Luz ASEC
 
ESDE II - MÓD. XIV - ROT. 5 - VALORIZAÇÃO E CONSERVAÇÃO DA VIDA-1.pdf
ESDE II - MÓD. XIV - ROT. 5 - VALORIZAÇÃO E CONSERVAÇÃO DA VIDA-1.pdfESDE II - MÓD. XIV - ROT. 5 - VALORIZAÇÃO E CONSERVAÇÃO DA VIDA-1.pdf
ESDE II - MÓD. XIV - ROT. 5 - VALORIZAÇÃO E CONSERVAÇÃO DA VIDA-1.pdf
AdrianaDriks
 
A Obsessão - Allan Kardec
A Obsessão - Allan KardecA Obsessão - Allan Kardec
A Obsessão - Allan Kardec
Marco Seganti
 
A revolucao de bel
A revolucao de belA revolucao de bel
A revolucao de bel
sonia diemer
 
A armadura do cristão, por arthur walkington pink
A armadura do cristão, por arthur walkington pinkA armadura do cristão, por arthur walkington pink
A armadura do cristão, por arthur walkington pink
Deusdete Soares
 
A maravilhosa proteção dos anjos de deus
A maravilhosa proteção dos anjos de deusA maravilhosa proteção dos anjos de deus
A maravilhosa proteção dos anjos de deus
Luiz Ferreira
 
A maravilhosa proteção dos anjos de deus
A maravilhosa proteção dos anjos de deusA maravilhosa proteção dos anjos de deus
A maravilhosa proteção dos anjos de deus
Luiz Ferreira
 
Um engano quase que perfeito.
Um engano quase que perfeito.Um engano quase que perfeito.
Um engano quase que perfeito.
Natanael Araujo
 
O que Deve Fazer quem se Encontra sob uma Tentação Dominante - John Owen
O que Deve Fazer quem se Encontra sob uma Tentação Dominante - John OwenO que Deve Fazer quem se Encontra sob uma Tentação Dominante - John Owen
O que Deve Fazer quem se Encontra sob uma Tentação Dominante - John Owen
Silvio Dutra
 
Liber 777
Liber 777Liber 777
Liber 777
RODRIGO ORION
 
II corintios cap 6 e 7
II corintios cap 6 e 7II corintios cap 6 e 7
II corintios cap 6 e 7
Andreia Quesada
 
A dupla natureza e o duelo interior – Spurgeon
A dupla natureza e o duelo interior – SpurgeonA dupla natureza e o duelo interior – Spurgeon
A dupla natureza e o duelo interior – Spurgeon
Silvio Dutra
 
32214258 4850767-dois-tipos-de-justica-e-w-kenyon
32214258 4850767-dois-tipos-de-justica-e-w-kenyon32214258 4850767-dois-tipos-de-justica-e-w-kenyon
32214258 4850767-dois-tipos-de-justica-e-w-kenyon
Antonio Ferreira
 
Pregações a tempo e fora de tempo
Pregações a tempo e fora de tempoPregações a tempo e fora de tempo
Pregações a tempo e fora de tempo
Juarez Fragata
 

Semelhante a O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I (20)

A serpente do paraíso erwin lutzer
A serpente do paraíso    erwin lutzerA serpente do paraíso    erwin lutzer
A serpente do paraíso erwin lutzer
 
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL II
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL IIO PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL II
O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL II
 
O OCULTO DO OCULTISMO - VÓL I
O OCULTO DO OCULTISMO - VÓL IO OCULTO DO OCULTISMO - VÓL I
O OCULTO DO OCULTISMO - VÓL I
 
Os tesouros divinos em vasos de barro
Os tesouros divinos em vasos de barroOs tesouros divinos em vasos de barro
Os tesouros divinos em vasos de barro
 
PÉROLAS QUE JÁ PENSOU, MAS...
PÉROLAS QUE JÁ PENSOU, MAS...PÉROLAS QUE JÁ PENSOU, MAS...
PÉROLAS QUE JÁ PENSOU, MAS...
 
Frank e ida mae hammond porcos na sala
Frank e ida mae hammond   porcos na salaFrank e ida mae hammond   porcos na sala
Frank e ida mae hammond porcos na sala
 
As parábolas de Jesus
As parábolas de Jesus  As parábolas de Jesus
As parábolas de Jesus
 
ESDE II - MÓD. XIV - ROT. 5 - VALORIZAÇÃO E CONSERVAÇÃO DA VIDA-1.pdf
ESDE II - MÓD. XIV - ROT. 5 - VALORIZAÇÃO E CONSERVAÇÃO DA VIDA-1.pdfESDE II - MÓD. XIV - ROT. 5 - VALORIZAÇÃO E CONSERVAÇÃO DA VIDA-1.pdf
ESDE II - MÓD. XIV - ROT. 5 - VALORIZAÇÃO E CONSERVAÇÃO DA VIDA-1.pdf
 
A Obsessão - Allan Kardec
A Obsessão - Allan KardecA Obsessão - Allan Kardec
A Obsessão - Allan Kardec
 
A revolucao de bel
A revolucao de belA revolucao de bel
A revolucao de bel
 
A armadura do cristão, por arthur walkington pink
A armadura do cristão, por arthur walkington pinkA armadura do cristão, por arthur walkington pink
A armadura do cristão, por arthur walkington pink
 
A maravilhosa proteção dos anjos de deus
A maravilhosa proteção dos anjos de deusA maravilhosa proteção dos anjos de deus
A maravilhosa proteção dos anjos de deus
 
A maravilhosa proteção dos anjos de deus
A maravilhosa proteção dos anjos de deusA maravilhosa proteção dos anjos de deus
A maravilhosa proteção dos anjos de deus
 
Um engano quase que perfeito.
Um engano quase que perfeito.Um engano quase que perfeito.
Um engano quase que perfeito.
 
O que Deve Fazer quem se Encontra sob uma Tentação Dominante - John Owen
O que Deve Fazer quem se Encontra sob uma Tentação Dominante - John OwenO que Deve Fazer quem se Encontra sob uma Tentação Dominante - John Owen
O que Deve Fazer quem se Encontra sob uma Tentação Dominante - John Owen
 
Liber 777
Liber 777Liber 777
Liber 777
 
II corintios cap 6 e 7
II corintios cap 6 e 7II corintios cap 6 e 7
II corintios cap 6 e 7
 
A dupla natureza e o duelo interior – Spurgeon
A dupla natureza e o duelo interior – SpurgeonA dupla natureza e o duelo interior – Spurgeon
A dupla natureza e o duelo interior – Spurgeon
 
32214258 4850767-dois-tipos-de-justica-e-w-kenyon
32214258 4850767-dois-tipos-de-justica-e-w-kenyon32214258 4850767-dois-tipos-de-justica-e-w-kenyon
32214258 4850767-dois-tipos-de-justica-e-w-kenyon
 
Pregações a tempo e fora de tempo
Pregações a tempo e fora de tempoPregações a tempo e fora de tempo
Pregações a tempo e fora de tempo
 

Mais de Cristiane Patricio

GUERRA
GUERRAGUERRA
ANTES SÓ DO QUE MAL ACOMPANHADO
ANTES SÓ DO QUE MAL ACOMPANHADOANTES SÓ DO QUE MAL ACOMPANHADO
ANTES SÓ DO QUE MAL ACOMPANHADO
Cristiane Patricio
 
OS PROTESTOS DE HOJE - VÓL IV
OS PROTESTOS DE HOJE - VÓL IVOS PROTESTOS DE HOJE - VÓL IV
OS PROTESTOS DE HOJE - VÓL IV
Cristiane Patricio
 
OS PROTESTOS DE HOJE - VÓL III UM PARCEIRO IDÔNEO
OS PROTESTOS DE HOJE - VÓL III UM PARCEIRO IDÔNEOOS PROTESTOS DE HOJE - VÓL III UM PARCEIRO IDÔNEO
OS PROTESTOS DE HOJE - VÓL III UM PARCEIRO IDÔNEO
Cristiane Patricio
 
OS PROTESTOS DE HOJE - VÓL II
OS PROTESTOS DE HOJE - VÓL IIOS PROTESTOS DE HOJE - VÓL II
OS PROTESTOS DE HOJE - VÓL II
Cristiane Patricio
 
OS PROTESTOS DE HOJE - VÓL I
OS PROTESTOS DE HOJE - VÓL IOS PROTESTOS DE HOJE - VÓL I
OS PROTESTOS DE HOJE - VÓL I
Cristiane Patricio
 
O OCULTO DO OCULTISMO - VÓL III
O OCULTO DO OCULTISMO - VÓL IIIO OCULTO DO OCULTISMO - VÓL III
O OCULTO DO OCULTISMO - VÓL III
Cristiane Patricio
 
O OCULTO DO OCULTISMO - VÓL II
O OCULTO DO OCULTISMO - VÓL IIO OCULTO DO OCULTISMO - VÓL II
O OCULTO DO OCULTISMO - VÓL II
Cristiane Patricio
 
NAMORO, NOIVADO E CASAMENTO
NAMORO, NOIVADO E CASAMENTONAMORO, NOIVADO E CASAMENTO
NAMORO, NOIVADO E CASAMENTO
Cristiane Patricio
 
A MÚSICA A SERVIÇO DAS TREVAS E A SERVIÇO DA LUZ
A MÚSICA A SERVIÇO DAS TREVAS E A SERVIÇO DA LUZA MÚSICA A SERVIÇO DAS TREVAS E A SERVIÇO DA LUZ
A MÚSICA A SERVIÇO DAS TREVAS E A SERVIÇO DA LUZ
Cristiane Patricio
 
A DISTÂNCIA
A DISTÂNCIAA DISTÂNCIA
A DISTÂNCIA
Cristiane Patricio
 
DUREZA DA LEI NOS DEIXA SEM GRAÇA - VÓL III
 DUREZA DA LEI NOS DEIXA SEM GRAÇA - VÓL III DUREZA DA LEI NOS DEIXA SEM GRAÇA - VÓL III
DUREZA DA LEI NOS DEIXA SEM GRAÇA - VÓL III
Cristiane Patricio
 
DUREZA DA LEI NOS DEIXA SEM GRAÇA - VÓL II
 DUREZA DA LEI NOS DEIXA SEM GRAÇA - VÓL II DUREZA DA LEI NOS DEIXA SEM GRAÇA - VÓL II
DUREZA DA LEI NOS DEIXA SEM GRAÇA - VÓL II
Cristiane Patricio
 
DUREZA DA LEI NOS DEIXA SEM GRAÇA - VÓL I
DUREZA DA LEI NOS DEIXA SEM GRAÇA - VÓL IDUREZA DA LEI NOS DEIXA SEM GRAÇA - VÓL I
DUREZA DA LEI NOS DEIXA SEM GRAÇA - VÓL I
Cristiane Patricio
 

Mais de Cristiane Patricio (14)

GUERRA
GUERRAGUERRA
GUERRA
 
ANTES SÓ DO QUE MAL ACOMPANHADO
ANTES SÓ DO QUE MAL ACOMPANHADOANTES SÓ DO QUE MAL ACOMPANHADO
ANTES SÓ DO QUE MAL ACOMPANHADO
 
OS PROTESTOS DE HOJE - VÓL IV
OS PROTESTOS DE HOJE - VÓL IVOS PROTESTOS DE HOJE - VÓL IV
OS PROTESTOS DE HOJE - VÓL IV
 
OS PROTESTOS DE HOJE - VÓL III UM PARCEIRO IDÔNEO
OS PROTESTOS DE HOJE - VÓL III UM PARCEIRO IDÔNEOOS PROTESTOS DE HOJE - VÓL III UM PARCEIRO IDÔNEO
OS PROTESTOS DE HOJE - VÓL III UM PARCEIRO IDÔNEO
 
OS PROTESTOS DE HOJE - VÓL II
OS PROTESTOS DE HOJE - VÓL IIOS PROTESTOS DE HOJE - VÓL II
OS PROTESTOS DE HOJE - VÓL II
 
OS PROTESTOS DE HOJE - VÓL I
OS PROTESTOS DE HOJE - VÓL IOS PROTESTOS DE HOJE - VÓL I
OS PROTESTOS DE HOJE - VÓL I
 
O OCULTO DO OCULTISMO - VÓL III
O OCULTO DO OCULTISMO - VÓL IIIO OCULTO DO OCULTISMO - VÓL III
O OCULTO DO OCULTISMO - VÓL III
 
O OCULTO DO OCULTISMO - VÓL II
O OCULTO DO OCULTISMO - VÓL IIO OCULTO DO OCULTISMO - VÓL II
O OCULTO DO OCULTISMO - VÓL II
 
NAMORO, NOIVADO E CASAMENTO
NAMORO, NOIVADO E CASAMENTONAMORO, NOIVADO E CASAMENTO
NAMORO, NOIVADO E CASAMENTO
 
A MÚSICA A SERVIÇO DAS TREVAS E A SERVIÇO DA LUZ
A MÚSICA A SERVIÇO DAS TREVAS E A SERVIÇO DA LUZA MÚSICA A SERVIÇO DAS TREVAS E A SERVIÇO DA LUZ
A MÚSICA A SERVIÇO DAS TREVAS E A SERVIÇO DA LUZ
 
A DISTÂNCIA
A DISTÂNCIAA DISTÂNCIA
A DISTÂNCIA
 
DUREZA DA LEI NOS DEIXA SEM GRAÇA - VÓL III
 DUREZA DA LEI NOS DEIXA SEM GRAÇA - VÓL III DUREZA DA LEI NOS DEIXA SEM GRAÇA - VÓL III
DUREZA DA LEI NOS DEIXA SEM GRAÇA - VÓL III
 
DUREZA DA LEI NOS DEIXA SEM GRAÇA - VÓL II
 DUREZA DA LEI NOS DEIXA SEM GRAÇA - VÓL II DUREZA DA LEI NOS DEIXA SEM GRAÇA - VÓL II
DUREZA DA LEI NOS DEIXA SEM GRAÇA - VÓL II
 
DUREZA DA LEI NOS DEIXA SEM GRAÇA - VÓL I
DUREZA DA LEI NOS DEIXA SEM GRAÇA - VÓL IDUREZA DA LEI NOS DEIXA SEM GRAÇA - VÓL I
DUREZA DA LEI NOS DEIXA SEM GRAÇA - VÓL I
 

O PONTO DE EQUILÍBRIO - VÓL I

  • 1. 1 MEDITAÇÕES – O PONTO DE EQUILÍBRIO VOLUME I
  • 2. 2 Neli Cavalcante Assessoria jurídica Especialista em Leis Cristãs R. Aureliano Coutinho, 228 / 04 Embaré – Santos- Cep: 11.040- 240 Tel. 32314759- 91227361- 91780437 E-mail: nelicavalcante7@yahoo.com.br “e te restituirei os teus juízes, como eram dantes, e os teus conselheiros, como no princípio, então serás chamada cidade de justiça, cidade fiel”.1 Dedicatória: 1 Isaías 1:26.
  • 3. 3 A Deus, pois justiça e juízo são a base do Seu trono.
  • 4. 4 Índice deste volume 1. Prefácio.............................................................................006 2. Oração..............................................................................008 3. O Ponto de Equilíbrio...........................................................009 3.a Misericórdia quero e não sacrifícios.....................................013 3.a.1 A Mulher adúltera recebe misericórdia..............................021 3.b Equilíbrio para os gregos...................................................023 3.c O Oscilar do pêndulo.........................................................026 3.d O desequilíbrio de Josué (gibeonitas)...................................030 3.d.1 O humanismo injustificável..............................................032 3.d.2 Fala o Pr Usiel Varella.....................................................037 3.d.3 Fala o Pr Edevir Perón.....................................................037 3.d.4 Aplicação pessoal...........................................................038 3.d.5 O Bom nome de Moisés e Josué ......................................040 3.e O desequilíbrio de Sarah e Abrahão (Ismael)........................046 3.f A ordem e a desordem......................................................047 3.g Estar ao lado do perdido....................................................050 3.h Fracos e fortes.................................................................066 3.h.1 Deus usa os fracos ou os fortes?......................................068 3.h.2 Moisés, Raabe e Cornélio: fortes ou fracos?.......................079 3.i Deixar a parentela..............................................................075 3.j Deus é amor?....................................................................080 3.j.1 O que é amar?................................................................083 3.k Aprender a amar com Jó.....................................................085 3.k.1 Deus prova a Abrahão.....................................................092 3.k.2 Abrahão e Ismael se separam..........................................105 3.k.3 As firmes razões da mulher sunamita................................108 3.k.3.a O filho da mulher sunamita...........................................110 3.k.3.b Mulher sunamita..........................................................117 3.k.4 A revolta de Gideão.........................................................120 3.k.5 O ponto de equilíbrio de Jacó............................................121 3.k.6 Mais conflitos: Moisés, Abrahão e Ló..................................123 3.k.7 Os conflitos de Paulo........................................................127 3.k.8 O drama do pai do filho pródigo.........................................130 3.k.9 O grande impasse de Moisés no Mar Vermelho....................132 3.k.10 A fé de próximos salva paralítico......................................138 3.k.11 A cura de um cego de nascença.......................................141 3.k.11.a Saber esperar o momento de Deus................................143 3.k.11.b Saber aguardar...........................................................144 3.k.11.c Esperar em Deus.........................................................145 3.k.11.d No coração de Jesus está a nossa razão de existir... Desistir?...................................................................................14 6 3.k.11.e Ainda que a figueira não floresça...................................148 3.k.12 Somos madeira de acácia................................................151 3.k.13 Moisés se desequilibra e bate na Rocha.............................158 3.k.14 Continuando a aprender com Jó ....................................177 3.k.15 Os Fariseus.................................................................192 3.k.15.a Zelo........................................................................205 3.k.15.b Retornando aos Fariseus............................................211 Índice do volume II 3.l Dramas familiares................................................................231 3.l.1 Eli perde autoridade por causa dos filhos..............................295 3.l.2 Pais Maus.........................................................................308
  • 5. 5 A proposta aqui é trazer uma meditação sobre o assunto, filosofar sobre o tema, já que, evidentemente, não há regras prontas para se saber, ou se obter o ponto de equilíbrio, que é a própria justiça, esta que, como se sabe, não pende para nenhum dos lados e é um dos nomes redentivos do próprio Deus: “O Senhor Justiça Nossa”.2 Não haverá também conclusão para este tema, já que ele é multiforme como o é a raça humana, também insondável, e se renova a cada manhã, como o é o nosso Deus. Há engano sutil e maligno em se pensar ou fazer a sua própria justiça, ou o seu próprio ponto de equilíbrio, como se observa no cotidiano. As pessoas são levadas a pesar com as suas medidas particulares para decretarem a justiça em cada situação, porém, esta não abrangerá a todos como o faz a JUSTIÇA, mais deixará alguém de fora, ou via de regra, deixará a todos de fora menos a pessoa em particular, transformando este julgamento em uma perfeita injustiça. O que está mais alto que todos é que poderá enxergar a situação acima de sentimentos humanos, de partidarismos, ou egoísmos, e nos dar o ponto certo, O PONTO DE EQUILÍBRIO, e só aí poderá então, a harmonia poderá reinar. Como vemos não é uma coisa simplória como normalmente se pode pensar, almejar ser uma pessoa equilibrada, mas, esta que pretende tão alta e digna posição invocará o Espírito Santo de Deus, para obter d’Este o entendimento, em cada caso concreto, no momento que suceder o tal fato. O Deus “da hora” nos dá uma ordem neste sentido, que a princípio nos parece contraditória, tal a distância que estamos da realidade, na nossa humanidade corrompida: (...) portanto, sede mansos como a pomba e astuto como a serpente (...). 3 Que coisa estranha nos parece esta proposta! Isto nos leva à introspecção e ao espanto, e quando percebemos que tal alvitre se trata de ordem divina, exclamamos perplexos: “Que tremendo desafio!”; e depois começamos a conjecturar: “Como será possível alguém ser as duas coisas ao mesmo tempo?!”. Entendemos que estes requisitos separados são o caminho para a derrota, porém, juntos, formarão a receita para o equilíbrio. Observamos então que a idéia da famosa “Amélia, a mulher de verdade”, que era “aparentemente” mansa como a pomba, hoje, ninguém mais compra, pois a consideram totalmente desequilibrada. Percebemos então que uma moeda, feita apenas de um lado, não será uma moeda, portanto, uma pessoa astuta como uma cobra sem a mansidão da pomba, ou vice versa, é totalmente inviável. O fato é que, quando se imagina uma pessoa mansa como uma pomba não é comum se 2 Jeremias 23:6. 3 Mateus 10:16.
  • 6. 6 enquadrar nesta mesma pessoa, o requisito de uma cobra. Segundo o que nos aponta o Livro Sagrado, separar estes dois requisitos, leva ao pensamento ignorante e hipócrita de alguém compor um personagem totalmente maligno como a citada Amélia, a que não tinha a menor vaidade e achava bonito não ter o que comer, ou seja, uma pessoa insana, para não falar: masoquista, escrava, uma verdadeira “boneca” na mão de “machistas”, uma verdadeira mentira para esconder a opressão do mais fraco contra o mais forte. Jesus é o cabeça da igreja, o noivo desta (a espiritual e não esta que está estabelecida). Existe alguém mais forte do que Ele? Quando alguém viu ou soube que Ele explorou tal fato? Pelo contrário, ele fala: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e sobrecarregados, e eu darei descanso para as vossas almas”4 , e “29 Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas”.5 Quando se toma conhecimento do que é a mulher idealizada por Deus descrita por Salomão,6 percebe-se que ela prima sim pelos princípios de Deus, e, portanto, é submissa e o seu casamento só termina com a morte, por isso suporta os dias de seca e edifica (constrói) o seu lar. Mas há também descrito o tremendo potencial desta mulher, que está longe deste protótipo de Amélia, que é uma verdade torcida do que seja uma mulher submissa. Este tipo de pensamento é: “ (...) uma fortaleza formada desde a infância”7 . Este tipo de pensamento também direciona as pessoas para a aparência (uma aparência, uma caricatura de submissão) e não para a essência. No decorrer do texto vamos aqui meditar sobre esta dicotomia tão intrigante (ser mansa e astuta ao mesmo tempo), vamos digerir esta matéria, mastigá-la para ir caminhando na direção do ponto de equilíbrio, o que não é uma tarefa nem um pouco fácil, como a princípio possa parecer, como já falamos, por conta da matéria, somado ao fato vermos a superficialidade hoje imperar, o imediatismo, tomando como desculpa uma pressa em um tempo que tudo é muito rápido. Muitas são as pessoas que “comem cru”, por conta deste engano, por não meditarem e não se preocuparem em julgar com justiça, que segundo Deus é melhor que holocausto. Durante todos esses anos em que tenho meditado na Justas Leis, venho pedindo constantemente ao Criador a revelação deste tema, 4 Mateus 11:28. 5 Mateus 11:29. 6 Prov 31. 7 II aos Coríntios 10.
  • 7. 7 sem que tivesse idéia da profundidade que envolve a questão. Fala a Constituição do Reino: “Uma coisa pedi ao Senhor ( e, ?!...) e a buscarei (...)”8 , ... ou seja, depois de pedir, temos que ir buscar... Como estão enganados os religiosos, os preguiçosos espirituais que não se envolvem e querem viver a vida com Deus superficialmente: “14 Também se ocupam em curar superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz”.9 As coisas sublimes são “de graça”, mas não são baratas: “Buscar-me-eis, e me achareis, (Quando?)... quando me buscardes de todo o vosso coração”. Se alguém então, puder descobrir o “mapa desta mina”, e ir então buscar e achar este Tesouro, poderá enfim dizer que está a caminho de ser uma pessoa equilibrada, para viver em harmonia com as pessoas e tudo o que o cerca, alguém que está perto de conseguir chegar “no ponto”, uma pessoa que aprende a olhar para o que é reto, e não aceitar suborno algum quanto a pender para algum dos lados. Esta estará sempre procurando com afinco onde está a JUSTIÇA, ponderando, observando, analisando, neutralizando as aparências, ou seja, se equilibrando, para que o julgamento justo então possa acontecer. A Justiça observa a intenção do coração, se apercebe de cada detalhe, mede com os olhos do amor, para então chegar ao equilíbrio perfeito. 8 Salmo 27:4. 9 Jeremias 6:14.
  • 8. 8 Fala o Senhor sobre o equilíbrio, ou sobre a Justiça: “Fazer justiça e julgar com retidão é mais aceitável ao Senhor do que oferecer-lhe sacrifício”. Ora, o que pode ser para Deus mais aceitável que um culto, um holocausto para Ele? Fala o Senhor aqui que julgar com justiça é melhor que oferecer para Ele qualquer holocausto. Ora, pudera! Aquele que aprender a julgar com retidão, ou seja, a julgar sem se embaraçar com sentimentos humanos, mas permanecendo na justiça (n’Ele mesmo), desagradando a todos e a si mesmo se preciso for, este terá alcançado o bem precioso, o equilíbrio, terá então alegrado o coração de Deus. Ou será que alguma reza, algum ritual, ou qualquer ato religioso suplanta este ato? 3.a Misericórdia quero e não sacrifícios Diz o Senhor: “Ide, pois, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifícios (...)”.10 Misericórdia é o resumo de todo o Mandamento. Sem ela ninguém é nada e nada será coisa alguma, diz o Senhor11 através do Apóstolo Paulo. Poderá alguém que não sabe amar, pretender ser uma pessoa equilibrada? Não, pois este é o resumo de toda a Lei Santa e Eterna. Portanto, oferecer sacrifícios, fazer orações ou quaisquer rituais sem 10 Mateus 9:13. 11 I aos Cor 13.
  • 9. 9 este requisito, é estar em desobediência a Deus, oferecendo “fogo estranho” no altar. Fala o Motor Primeiro sobre obediência, através de Samuel: “Samuel, porém, disse: Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à voz do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, do que a gordura de carneiros. Porque a rebelião é como o pecado de adivinhação, e a obstinação é como a iniqüidade de idolatria. Porquanto rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou, a ti, para que não sejas rei”.12 Atender, obedecer é fazer a vontade do Criador, que é a perfeita, por mais que no momento não aparente ser. Este artigo da Lei Maior está implícito no modelo de oração que Jesus deixou e que tantos repetem cotidianamente, mas com o coração longe... “Seja feita a tua vontade (...)”13 , e também: “Respondeu-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim;” 14 . Fala Deus, o Senhor da Vida, através de Joel: “(...) poderoso é o que executa as minhas ordens (...)” 15 . Sim, poderá haver algo mais injusto que desobedecer a Deus? Poderá alguém ser equilibrado praticando este desvario? Diz o Senhor: 12 I a Samuel 15:21,22. 13 Mateus 6:1. 14 Marcos 7:6. 15 Joel 2:11.
  • 10. 10 “Ouvi a palavra do Senhor, governadores de Sodoma; dai ouvidos à lei do nosso Deus, ó povo de Gomorra. De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? diz o Senhor. Estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; e não me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes. Quando vindes para comparecerdes perante mim, quem requereu de vós isto, que viésseis pisar os meus átrios? Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação. As luas novas, os sábados, e a convocação de assembléias ... não posso suportar a iniqüidade e o ajuntamento solene! As vossas luas novas, e as vossas festas fixas, a minha alma as aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer. Quando estenderdes as vossas mãos, esconderei de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei; porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai- vos, purificai-vos; tirai de diante dos meus olhos a maldade dos vossos atos; cessai de fazer o mal; aprendei a fazer o bem; buscai a justiça, acabai com a opressão, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva. Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados são como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que são vermelhos como o carmesim, tornar-se-ão como a lã. Se quiserdes, e me ouvirdes, comereis o bem desta terra; mas se recusardes, e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; pois a boca do Senhor o disse”.16 Quem poderá escutar tal coisa e continuar loucamente fazendo a sua vontade e não a d’Ele. Porventura é o homem mais sábio, mais justo que Deus? 16 Isaías 1:10/20.
  • 11. 11 “22 Ou provocaremos a zelos o Senhor? Somos, porventura, mais fortes do que ele”.17 Os rituais, sem a misericórdia, é portanto, abominação a Deus: “O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração é abominável”.18 Continua a ira de Deus sobre os religiosos, os ativistas, os que costumeiramente jogam o lixo para “debaixo do tapete”, ou colocam uma “pedra” em cima, os que vivem pela aparência e não optam pela essência: “Seria esse o jejum que eu escolhi? o dia em que o homem aflija a sua alma? Consiste porventura, em inclinar o homem a cabeça como junco e em estender debaixo de si saco e cinza? chamarias tu a isso jejum e dia aceitável ao Senhor? Acaso não é este o jejum que escolhi? que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo? e que deixes ir livres os oprimidos, e despedaces todo jugo? Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desamparados? que vendo o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne? Então romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará. e a tua justiça irá adiante de ti; e a glória do Senhor será a tua retaguarda. Então clamarás, e o Senhor te responderá; gritarás, e ele dirá: Eis-me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o estender do dedo, e o falar iniquamente; e se abrires a tua alma ao faminto, e fartares o aflito; então a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio dia”.19 17 I aos Cor 10:22. 18 Provérbios 28:9. 19 Isaías 58:5/10.
  • 12. 12 Ou seja, sem amor (que engloba a mansidão da pomba e a astúcia da cobra), não adiantará alguém perder tempo oferecendo qualquer sacrifício. O coração quebrantado e contrito, este sim saberá vislumbrar a justiça, não o sábio, o escriba, o doutor da lei. O ponto de equilíbrio vem de Deus, portanto será preciso ter comunhão com Ele para que se possa precisar a atitude equilibrada. Em outro texto falamos sobre “A Simbologia Religiosa” onde meditamos sobre o fato de que a presença do símbolo, sem a dita misericórdia, é vã. O Livro Sagrado, nos relata que o povo de Israel pecou e ao invés de procurar o arrependimento mandou buscar a arca que era o símbolo da presença de Deus.20 Ora, e não é isto que vemos nas igrejas hoje? O povo aprende que para sair do problema terá que fazer “campanhas”, jejuns, orações, dar ofertas (as indulgências). E são convidados freneticamente para que venham participar deste ou daquele ajuntamento solene para saírem da derrota, dos problemas financeiros, sentimentais, familiares, etc. É uma indústria de bênçãos. Um comércio com alma de homens, ou seja, Jesus tinha absolutamente toda razão (ou será que não?), quando disse de maneira peremptória ao expulsar essas pessoas do templo: “Transformaram a minha Casa de Oração em covil de ladrões”21 . 20 I a Samuel 4. 21 Marcos 11:17.
  • 13. 13 Casa de Oração, de Adoração, é o que deveria ser este ajuntamento solene. É comum escutar alguém dizendo que está indo à igreja para adorar a Deus? Na realidade isto é quase impossível de se escutar, pois o que está no contexto do status quo é buscar as curas, as bênçãos de modo geral, e para isso terão que cumprir os rituais estabelecidos. O Dono das bênçãos fica para 2º... ou melhor, na maioria das vezes em plano nenhum, pois só existe aqui a relação indivíduo x igreja, ou seja, um negócio entre pessoa física e pessoa jurídica. Um negócio bem lucrativo, não para os famintos, já que eles cressem cada vez mais, na mesma proporção que as mega igrejas, que oferecem os carros “zero” etc, para os que as seguem. É uma prosperidade “esquisita” onde se aprende que aqueles que “não têm fé” (... fé em quem? na igreja ou em Deus?) não conquistam nada, e os que têm “esta fé” são prósperos, com vários carros (cada vez mais), várias casas, várias empresas só para eles (... ora... não é para repartir com os famintos?). Propaga-se a ordenança do dízimo (o que está absolutamente correto), porém para onde está indo este dinheiro que é para o necessitado, para os famintos? “(...) quando fizestes a um destes pequeninos, a mim me fizestes (...)”.22 22 Mateus 25:40.
  • 14. 14 Ou seja, o Deus que é o dono do ouro e da prata e de tudo o mais, está em cada um necessitado, esperando receber o que lhe pertence. O povo aqui neste relato de Samuel, precisava de cura e foram então, como a religião ensina, cumprir o ritual23 : Quando o povo voltou ao arraial, disseram os anciãos de Israel: Por que nos feriu o Senhor hoje diante dos filisteus? Tragamos para nós de Siló a arca do pacto do Senhor, para que ela venha para o meio de nós, e nos livre da mão de nossos inimigos. Quando a arca do pacto do Senhor chegou ao arraial, prorrompeu todo o Israel em grandes gritos, de modo que a terra vibrou”.24 Não é assim que acontece nas igrejas? Porém... : “Então pelejaram os filisteus, e Israel foi derrotado, fugindo cada um para a sua tenda; e houve mui grande matança, pois caíram de Israel trinta mil homens de infantaria. Também foi tomada a arca de Deus, e os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias, foram mortos”.25 Não nos enganemos: de Deus não se zomba! Normalmente, o que aparenta, não é. Temos então que repetir: “É de graça, mas não é barato!”, ou seja, sem o arrependimento não há remissão de pecados, segundo as Escrituras Sagradas: “E ele percorreu toda a circunvizinhança do Jordão, pregando o batismo de arrependimento para remissão de pecados;”.26 23 Sugerimos a leitura do texto: “Os Protestos de Hoje”. 24 I a Samuel 4:3,5. 25 I a Samuel 4:10,11. 26 Lucas 3:3.
  • 15. 15 A multiforme sabedoria de Deus contém todos os extremos, a dualidade é constante, e junto com ela o conflito para se entender o ponto de equilíbrio. Por exemplo: o livro de Isaías declara que Jesus não tinha formosura e que a sua aparência era desprezível: “Pois foi crescendo como renovo perante ele, e como raiz que sai duma terra seca; não tinha formosura nem beleza; e quando olhávamos para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos. Era desprezado, e rejeitado dos homens; homem de dores, e experimentado nos sofrimentos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum”.27 O Apóstolo Paulo também foi citado nesta mesma condição: “Porque eles dizem: As cartas dele são graves e fortes, mas a sua presença corporal é fraca, e a sua palavra desprezível”.28 E também aqueles que Deus usa terão, via de regra, esta mesma aparência: “Ora, vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos. nem muitos os nobres que são chamados. Pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para confundir os sábios; e Deus escolheu as coisas fracas do mundo para confundir as fortes; e Deus escolheu as coisas ignóbeis do mundo, e as desprezadas, e as que não são, para reduzir a nada as que 27 Isaías 53:2,3. 28 II aos Coríntios 10:10.
  • 16. 16 são; para que nenhum mortal se glorie na presença de Deus”.29 Ora, ora... será que teremos tempo suficiente para aprender tão grande tema, se temos apenas uma vida para viver? Observemos o que nos fala as Escrituras através de Salomão: “Não responda ao tolo segundo a sua estultícia, para que também não te faça semelhante a ele”. E no versículo seguinte: “Responda ao tolo segundo a sua estultícia, para que não seja ele sábio aos seus próprios olhos”.30 Observamos que um versículo seguido ao outro, nos pede coisas opostas. Sabemos que as Leis Divinas são perfeitas. Que coisa! E agora: quando responderemos ao tolo? Como? Qual a medida? Que tipo de tolo merece resposta? Vamos novamente recorrer às Leis Eternas, porque nelas, sabemos, não há sombra de variação e não se corre o risco de errar, como acontece com as leis humanas: “E, chegando ao templo, acercaram-se dele, estando já ensinando, os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo, dizendo: Com que autoridade fazes isto? e quem te deu tal autoridade? E Jesus, respondendo, disse-lhes: Eu também vos perguntarei uma coisa; se ma disserdes, também eu vos direi com que autoridade faço isto. O batismo de João, de onde era? Do céu, ou dos homens? E pensavam entre si, dizendo: Se dissermos: Do céu, ele nos dirá: Então por que não o crestes? E, se dissermos: Dos homens, tememos o povo, porque todos consideram João como profeta. E, respondendo a Jesus, disseram: Não sabemos. Ele disse-lhes: Nem eu vos digo com que autoridade faço isto”.31 Não é esplêndido saber responder desta maneira? Isto é sabedoria. Em vários momentos espetaculares como este Jesus dá “banho” na arte de responder e de não responder ao tolo. 3.a.1 A mulher adúltera recebe a misericórdia 29 I aos Coríntios 1:26/29. 30 Provérbios 26:4,5. 31 Mateus 21:23/27.
  • 17. 17 Augusto Cury32 , um conferencista, psiquiatra, psicólogo, professor, escritor renomado internacionalmente, antes ateu, que fez uma análise da inteligência de Cristo em cinco capítulos, faz um excelente comentário sobre o incidente da mulher adúltera. Eis o texto Sagrado: “Então os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério; e pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério. Ora, Moisés nos ordena na lei que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes? Isto diziam eles, tentando-o, para terem de que o acusar. Jesus, porém, inclinando-se, começou a escrever no chão com o dedo. Mas, como insistissem em perguntar-lhe, ergueu-se e disse-lhes: Aquele dentre vós que está sem pecado seja o primeiro que lhe atire uma pedra. E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra. Quando ouviram isto foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos, até os últimos; ficou só Jesus, e a mulher ali em pé. Então, erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém senão a mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu te condeno; vai-te, e não peques mais”. 33 Como vemos, no primeiro momento Jesus não respondeu aos tolos. Diz o autor que Jesus estava querendo também atingir, ensinar, chocar os seus discípulos que também certamente iriam apedrejar a 32 Cury, Augusto Jorge/ O Mestre inesquecível/ Sextante/ RJ/ 2006/ (Análise da Inteligência de Cristo v.5/ pág 92,93. 33 João 8:3/11.
  • 18. 18 mulher. No segundo momento Jesus respondeu aos tolos obrigando- os a pensarem na sua própria ignomínia, protegendo a mulher. Seria muito mais fácil dizer para matarem a mulher, mas assim Jesus estaria matando o seu projeto de vida. Os discípulos puderam estar ali diante do “espelho” vendo suas escórias, entendendo que eram também discriminadores, tomando consciência de que não eram também “flor que alguém cheirasse”. Tomaram consciência também da dificuldade que se tem para raciocinar em situações estressantes quando se trata dos seus limites, das suas misérias. Deste modo, o “amai o próximo como a ti mesmo” ganhou outro sabor e outra medida. Que tipo de amor é esse que se dá sem medidas até às últimas conseqüências? 3.b Equilíbrio para os gregos Como já citamos em outros textos, sabe-se que na época de Aristóteles, falava-se muito em equilíbrio, que se pode traduzir em
  • 19. 19 harmonia. Esse equilíbrio e esta harmonia eram derivativos diretos, conseqüência direta do próprio equilíbrio da natureza. Os gregos tinham uma noção muito grande de equilíbrio. Tudo o que eles pensavam tinham uma marca registrada: a balança. Não a balança do Direito, mas a balança em si, o equilíbrio. O Direito natural do grego, portanto, necessariamente advém do equilíbrio e será um derivativo de harmonia. Ora, o que está em harmonia está em equilíbrio, aquilo que está em harmonia, necessariamente é equilibrado. Imagine-se, por exemplo, uma pessoa adulta, muito educada, muito polida, tentando relacionar-se com uma criança bem pequena e apresentando-se a ela desta maneira: “Sou fulano de tal, muito prazer.” A criança não entenderia tal gesto. Isto a classificaria como uma criança mal educada? O adulto está totalmente errado na maneira de se relacionar, embora pareça estar tecnicamente certo e possa até acreditar que está fazendo o melhor, mas a criança não entenderia e nem suportaria tal pessoa. Esta pessoa poderia ser classificada como uma pessoa equilibrada? Ela perdeu o ponto de equilíbrio. Se esta mesma frase tivesse sido usada para outra pessoa adulta teria outra conotação; seria então polidez, gentileza, educação, mas para uma criança seria uma insanidade. Vemos então como oscila o pêndulo do equilíbrio. Uma pessoa poderá dizer a seguinte frase: “Uma bermuda é igual a uma calça, só que mais curta”; esta é a visão de uma pessoa. A outra poderá dizer que isso não está certo pois o projeto desta peça de roupa no seu início, foi para que fosse confeccionado uma bermuda e não uma calça; então “uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa”. Outra poderá dizer que uma calça pode ser transformada em uma bermuda e vice versa a qualquer momento conforme planejamento anterior. O pêndulo oscila. Realmente tudo isso é muito grande e temos que aprender a filosofar para aprender a aquilatar, a medir, a dimensionar esta matéria tão cheia de nuances. Chega a ser pretensioso alguém querer intitular-se uma pessoa equilibrada. Um juiz tem que aprender muito sobre esta matéria:
  • 20. 20 “Fazer justiça e julgar com retidão é mais aceitável ao Senhor do que oferecer-lhe sacrifício”.34 “E disse aos juízes: Vede o que fazeis; porque não julgais da parte do homem, senão da parte do Senhor, e ele está convosco quando julgardes. Agora, pois, seja o temor do Senhor convosco; guardai-o, e fazei-o; porque não há no Senhor nosso Deus iniqüidade nem acepção de pessoas, nem aceitação de suborno”.35 Como se vê, não há outra alternativa, a não ser fazer o que a Palavra sugere que se faça: “Clama a mim e responder-te-ei e anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes”.36 Os que buscam o equilíbrio, O clamam. Neste momento estou começando a vislumbrar sobre este tema de tão grande responsabilidade (apenas começando) e fico estarrecida, pois, quando subo um degrau, sempre constato o que disse Sócrates: “Só sei que nada sei”. 34 Prov 21:3. 35 2º Crônicas 19:6,7. 36 Jeremias 33:3.
  • 21. 21 Mas mesmo assim continuo, passo a passo, buscando o entendimento, de degrau em degrau, de glória em glória, aos cuidados do Mestre da vida. Penso, oro e continuo percebendo o Espírito de Deus me instruindo, me ensinando (na escola de Deus as balas não são de festim), e com muito temor passo a expor estas meditações. Sinto, a cada passo, como se estivesse me equilibrando em uma linha sobre um despenhadeiro. Cada movimento é vital e terá que ser feito com extremo zelo, sob pena de perdermos a chance de resolver a questão com equilíbrio e então sofrer o dano, que será muitas vezes irreversível. Teremos que lançar mão da perseverança, da responsabilidade, da humildade, da fé, e sobretudo do amor sem o qual nada fará sentido. 3.3 O oscilar do pêndulo A cada dia percebo uma coisa nova:
  • 22. 22 “Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor”.37 Algumas vezes observo, por exemplo, o pêndulo das minhas atitudes oscilar para o “manso como a pomba”, não antes do Mestre me alertar para não passar da medida neste lado, pois o tempero do “astuto como a cobra” é imprescindível para se ganhar a guerra. É impressionante como é delicado este tema, como é rico em detalhes e ... perigoso. Temos que estar constantemente alertas para o espírito de engano, pois somos muito levados por sentimentos, por aparências e por circunstâncias. Somos também muito rebeldes quanto a respeitar regras, disciplina, muito falhos no caráter, na honradez, pois dignidade está fora de moda. Vivemos em tempo de guerra, porém temos quase nada de treinamento para ser um soldado. Este terá que ser íntegro, conhecer as regras e as obedecer. Terá que ter as “antenas ligadas” a cada instante, espreitando e conhecendo o seu inimigo, as suas artimanhas, pois terá que ser mais astuto do que ele. Um soldado ama a sua pátria, os seus irmãos, dá a vida por eles e não aceita suborno. Sansão38 foi subornado pela voz delicada de uma mulher. Ele confiou nela (“Maldito o homem que confia no homem”.39 ), e isto foi uma tragédia na sua vida. Sabemos que Salomão, o homem mais sábio que houve, segundo a Bíblia, 37 II aos Cor 3:18. 38 Juízes 16: 39 Jeremias 17:5.
  • 23. 23 ... e Davi, o homem segundo o coração de Deus, ambos, entre tantos outros, foram também subornados pelos encantos das mulheres e foi também para ambos, igualmente trágico. Não perceberam quando passaram do ponto de equilíbrio. Davi teve que suportar as conseqüências do seu erro. Absalão, seu filho, tramou, roubou o seu reinado, desonrou o pai de maneira ímpar, deitou-se com as suas concubinas em uma janela aos olhos de todos, no entanto, quando os seus guerreiros reconquistaram o reino, matando-o, Davi caiu em prantos, sendo assim exortado pelo seu capitão a reconhecer a sua grande falha sob pena de perder o seu reinado. Davi se perdeu, se envolveu em sentimentos, sendo subornado por eles. Não que fosse uma tarefa fácil para ele, pois este era o seu filho e era muito formoso (a Bíblia diz que não havia defeito nele desde os pés à sua cabeça). Davi ficou desequilibrado: “E disseram a Joabe: Eis que o rei anda chorando, e lastima-se por Absalão. Então a vitória se tornou naquele mesmo dia em tristeza por todo o povo; porque naquele mesmo dia o povo ouvira dizer: Mui triste está o rei por causa de seu filho. E
  • 24. 24 naquele mesmo dia o povo entrou às furtadelas na cidade, como o faz quando, envergonhado, foge da peleja. Estava, pois, o rei com o rosto coberto; e o rei gritava a alta voz: Meu filho Absalão, Absalão meu filho, meu filho! Então entrou Joabe na casa do rei, e disse: Hoje envergonhaste o rosto de todos os teus servos, que livraram hoje a tua vida, e a vida de teus filhos, e de tuas filhas, e a vida de tuas mulheres, e a vida de tuas concubinas; amando tu aos teus inimigos, e odiando aos teus amigos. Porque hoje dás a entender que nada valem para contigo príncipes e servos; porque entendo hoje que se Absalão vivesse, e todos nós hoje fôssemos mortos, estarias bem contente. Levanta-te, pois, agora; sai, e fala conforme ao coração de teus servos; porque pelo Senhor te juro que, se não saíres, nem um só homem ficará contigo esta noite; e maior mal te será isto do que todo o mal que tem vindo sobre ti desde a tua mocidade até agora. Então o rei se levantou, e se assentou à porta; e fizeram saber a todo o povo dizendo: Eis que o rei está assentado à porta. Então todo o povo veio apresentar-se diante do rei; porém Israel havia fugido cada um para a sua tenda”.40 É fácil festejar a morte do filho, mesmo que ele seja um inimigo? Nós já ouvimos a Bíblia nos falar que os piores inimigos estão na nossa própria família e também que aquele que não tem cuidado dos seus é pior que o infiel. Então não é uma coisa corriqueira ficar contente porque o filho marginal finalmente deu trégua para a sociedade, o seu filho lindo e amado finalmente está pendurado em uma árvore morto e agora você poderá reinar em paz. É fácil? Não. Teremos que fazer um grande exercício de fé, sair do caminho da justiça e perceber qual é o ponto de equilíbrio, o que é justo para esta situação. Davi também teve que colocar na balança que toda esta 40 II Samuel 19:1/8.
  • 25. 25 tragédia teve sua origem no adultério que cometeu contra Usias, seu fiel soldado, que ele traiu e matou. Quando vivemos situações desta natureza, ou quando somos “passados para trás”, temos a tendência de nos fechar, nos acovardar ou então dar vazão a sentimentos de vingança que nos endurece e normalmente nos leva para o lado ruim, para desconfiar e ser duros demais com tudo e com todos, de maneira irremediável. Isto é péssimo. Temos também que saber lidar com o fato de estarmos muitas vezes fartos de desprezo como falou o salmista41 , saturados de injustiça, cansados de sofrer traição e desamor. Há um momento que Deus nos fala para tirar o iníquo do nosso meio, outra vez nos fala para, depois de falar, insistir, levar testemunhas, se a pessoa não harmonizar, é para tratá-lo como “publicano”; em outro momento fala o Poderoso para nem sequer comer com este que se diz cristão e se comporta como ímpio; fala também que o homem de grande ira terá que sofrer o dano senão vai fazer de novo. Porém, certamente nos dá uma ordem: ficar do lado do perdido para defendê-lo, perseverando até o fim nesta função. Então, qual o momento de “sacudir o pó das sandálias” e “sair fora”? Como saber o ponto de equilíbrio nestas situações? Como saber como agir? Qual o certo e o errado para ser feito em cada momento? Como poderemos, e o que é usar de misericórdia em cada situação? Temos que aprender a trabalhar com este pêndulo, que oscila, pois temos uma alma que se emociona, que sente, que sofre, que se ira, que se alegra, que se enternece, que quer amar e ser amada. Esta alma que reage tantas vezes enganada e não percebe. Juntando tudo isso com o livre arbítrio, esta enorme liberdade, que muitas vezes nos leva a caminhos que nos parece direito, mas que no fim deles é morte: “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele conduz à morte”.42 Como vemos, não é comum, ou barato, alguém conter o seu espírito, ser íntegro e se conduzir no ponto exato para não ferir a JUSTIÇA. 3.d O desequilíbrio de Josué (gibeonitas) 41 Salmo 123:3. 42 Prov 14:12.
  • 26. 26 O livro de Josué, no capítulo 9, narra a astúcia dos gibeonitas, que por medo que Israel os exterminasse, se fingiram de andrajosos e de servos para conseguirem fazer aliança e serem acolhidos por eles, pois sabiam que a aliança que fariam não poderia ser quebrada. E conseguiram. Foram mais astutos do que Josué, o grande guerreiro, que foi tentado por sentimentos humanos e não percebeu que estava desobedecendo a ordem de Deus para destruir ali, todos os povos, inclusive estes: os ardilosos gibeonitas. Tiveram que suportar depois as graves conseqüências: “Então os homens de Israel (...) não pediram conselho ao Senhor. Assim Josué fez uma aliança de paz com eles, prometendo poupar-lhes a vida, e os oficiais da congregação prestaram-lhes juramento”. 43 Acrescemos aqui o resumo de alguns textos que julgamos importantes para análise do nosso tema, sobre o episódio dos gibeonitas, um tema riquíssimo em ensinamentos, pois nos mostra a astúcia dos gibeonitas e a mansidão da pomba de Josué. Muitas vezes queremos ser mais misericordiosos que o próprio Deus (não chicoteamos os nossos filhos, temos pena de..., etc), e também é difícil ser imune aos bajuladores. Josué caiu nesta cilada: “(...) teus servos vieram duma terra mui distante, por causa do nome do Senhor teu Deus, porquanto ouvimos a sua fama, e tudo o que fez no Egito…”.44 “O homem é provado pelos louvores que recebe”.45 43 Josué 9:14,15. 44 Josué 9:9. 45 Prov 27:21.
  • 27. 27 De que nos serve a aprovação dos homens sem antes conquistarmos a de Deus? “Mas é judeu aquele…no espírito, e não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus.46 Faltou discernimento para Josué para dosar o ponto de equilíbrio, embora ele fosse um grande líder, um grande guerreiro: “Portanto nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor, o qual não só trará à luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações; e então cada um receberá de Deus o seu louvor”.47 Talvez estivessem cansados da guerra e muito confiantes pelas tantas vitórias. Observemos quantos conflitos, quantas armadilhas há na mente do homem pra que ele não tome uma atitude equilibrada, como é enganoso o coração, como o errado nos parece certo, inúmeras vezes. 3.d.1 Humanitarismo Injustificável48 Observemos o texto deste autor: O quadro que agora se apresenta surpreende novamente, pois o que ocorrera na batalha anterior deveria ter soado com um alerta para o 46 Romanos 2:29. 47 I aos Cor 4:5. 48 César Moisés Carvalho
  • 28. 28 líder Josué.49 Lamentavelmente, Josué, uma vez mais, deixou-se levar pela “lógica” humana ou pela emoção do momento, trazendo prejuízos duradouros a Israel.50 O erro nesta lição está ainda mais evidente que na anterior, a não-orientação divina faz toda a diferença quando se trata de tomar decisões.51 Há momentos que o certo se torna errado. Nas grandes metrópoles, é comum vermos crianças pedintes nas ruas. É evidente que essas crianças precisam de ajuda. Entretanto, será que é correto dar-lhes dinheiro? Isso resolverá o grave problema social que está por trás do ato de pedir? Todos que conhecem um pouco dessa realidade sabem que não é dessa maneira que as coisas podem melhorar. A exposição desta idéia tem o objetivo de analisar algumas dimensões do problema do exercício da ética no caso gibeonita. Considerando que Deus é o Soberano de toda a Terra,52 suas decisões são justas e não se baseiam na ética humana.53 A conquista da Terra Prometida foi uma promessa do Eterno a Abraão,54 e foi feita mediante a presciência de Deus que consignou a desocupação daquelas terras à falta de temor dos povos que ali habitavam.55 Algo que não pode passar despercebido neste episódio é que tanto os gibeonitas quanto Josué tencionavam algo “bom”, não obstante, usaram de expedientes errados. Os primeiros por usarem de astúcia e engano, e o último por não consultar a Deus em mais uma decisão cujo resultado parecia óbvio demais: “Diante de alguém necessitado, devemos ajudar ou não?” A resposta é um retumbante “sim”. Mas, e se esta pessoa for fugitiva das autoridades por ter cometido um delito? Dar dinheiro às crianças sabendo que muitas delas utilizarão aqueles valores para sustentar o alcoolismo dos pais ou comprar drogas para si, é uma atitude solidária? A ética maquiavélica “dos meios justificados pelos fins”, não serve para ninguém (principalmente para o cristão), mas muito menos para quem está sob o comando de Deus. O amor divino não é uma espécie de sentimentalismo barato que capitula diante de situações melancólicas. Aliás, analisado sob nossa ótica, o amor de Deus pode até mostrar-se egoísta, “desumano”, irascível, injusto, partidário. D. A. Carson, afirma “que no Antigo Testamento a ira de Deus é mais admiravelmente transparente do que o seu amor, enquanto que no Novo Testamento, embora sem dúvida um resíduo de ira permaneça, uma suavidade domina e abranda o período mais tenebroso: o amor de Deus agora é mais rico que a sua ira”.1 Este parece ser o “senso comum teológico” entre muitos expositores da Palavra. Entretanto, Nada poderia estar mais longe da verdade do que esta leitura 49 Prov 14:12. 50 Juízes 3:1/3. 51 Josué 9:14. 52 Gênesis 18:25. 53 Deuteronômio 32:4. 54 Gênesis 12:1/9; 17/1/8. 55 Deuteronômio 9:1/29.
  • 29. 29 do relacionamento entre os Testamentos. Suspeita-se que o motivo pelo qual esta fórmula tenha qualquer credibilidade é que a manifestação da ira de Deus no Antigo Testamento está primeiramente nas categorias temporais fome, praga, cerco, guerra, matança. Em nosso foco presente? no aqui e agora? estas imagens possuem um impacto maior sobre nós do que o Novo Testamento diz com seu alvo na ira na vida após a morte. A realidade é que o Antigo Testamento mostra a graça e o amor de Deus em experiência e tipos, e estas realidades se tornam mais claras nos escritos da nova aliança. Semelhantemente, o Antigo Testamento mostra a justa ira de Deus em experiências e tipos, e estas realidades se tornam mais claras nos escritos da nova aliança. Em outras palavras, tanto o amor como a ira de Deus estão engrenados no movimento da antiga aliança para a nova, ou seja, do Antigo Testamento para o Novo. Como o assunto não é sobre o amor de Deus, mas acaba o envolvendo, é preciso entender que Moisés já havia recebido a ordem de como proceder com os habitantes da Terra Prometida, e a transmitiu ao povo: “Quando o Senhor, teu Deus, te tiver introduzido na terra, a qual passas a possuir, e tiver lançado fora muitas nações de diante de ti, os heteus, e os girgaseus, e os amorreus e os cananeus, e os ferezeus, e os heveus, e os jebuseus, sete nações mais numerosas e mais poderosas do que tu; e o Senhor, teu Deus, as tiver dado diante de ti, para as ferir, totalmente as destruirás; não farás com elas concerto nem terás piedade delas; nem te aparentarás com elas; não darás tuas filhas a seus filhos e não tomarás suas filhas para teus filhos; pois elas fariam desviar teus filhos de mim, para que servissem a outros deuses; e a ira do Senhor se acenderia contra vós e depressa vos consumiria”.56 Se a ordem do Senhor, que é justo e reto, era de não fazer concerto nem ter piedade delas, Josué jamais poderia ter feito o que fez. Aquelas nações afrontaram a Deus e deveriam ser desapropriadas pelo exército israelita.57 Por mais paradoxal que nos pareça, o próprio ato de expulsão daqueles povos era uma prova do amor de Deus, pois este também se manifesta quando a justiça divina está sendo executada. O Senhor nunca instituiu uma política de invasão como alguém acusa hoje, pois Ele mesmo mostrou a Moisés como o estrangeiro deveria ser tratado: “E, quando o estrangeiro peregrinar convosco na vossa terra, não o oprimireis. Como o natural, entre vós será o estrangeiro que peregrina convosco; amá-lo-eis como a vós mesmos, pois 56 Deut 7:1/4. 57 Deut 9:1/29.
  • 30. 30 estrangeiros fostes na terra do Egito. Eu sou o Senhor, vosso Deus”.58 Neste caso o certo (que é ajudar) passou a ser errado (que é negligenciar). Não se trata de ética situacional, mas de obedecer a ordem de quem é maior que nós. Se tudo naquela trajetória advinha de Deus, logo, todos os atos? vale a pena repetir?, desde os espirituais até os mais “seculares” (como obras de caridade, por exemplo), deveriam ser executados sob a égide do Eterno. O conluio dos reis a oeste do Jordão, a dissimulação da caravana que foi ao encontro dos israelitas e toda a encenação realizada para ludibriar o povo escolhido, não são justificativas suficientes para inocentar Josué.59 É oportuno abrir um parêntese aqui para deixar claro que a análise que se faz do ocorrido, não tem a pretensão audaciosa de querer insinuar que, no lugar de Josué, agiríamos diferente. Todos sabem que o ser humano é perito em opinar como agiria caso liderasse algo. Somos bons “palpiteiros”, mas quando temos uma oportunidade de liderança, muitas vezes somos condescendentes ou agimos pior do que a pessoa que criticávamos, por isso, repito, a discussão está tratando da maneira ideal e correta de se agir, mas não tem o tom acusatório de alguns sensacionalistas que gostam de apontar o dedo para os personagens da Bíblia. Josué não tinha a obrigação de saber que aquela delegação estava blefando, o problema todo, mais uma vez, como ele mesmo coloca, é que os “(...) israelitas examinaram as provisões dos heveus, mas não consultaram o Senhor”.60 58 Levítico 19:33,34. 59 Josué 9:1/6. 60 Josué 9:14.
  • 31. 31 Assim, depois de fazer um acordo de defendê-los, Josué manteve sua palavra, pois havia feito um “juramento em nome do Senhor, o Deus de Israel” e por isso não podia voltar atrás.61 É interessante refletir sobre a questão de que o livro que estamos examinando, saiu da pena do próprio protagonista da saga israelita. Mesmo assim, não vemos supressão de seus erros ou qualquer tentativa de racionalização dos eventos miraculosos descritos no texto. Algo que não pode escapar a essa discussão é o fato indiscutível de que a falta de ética dos outros não me credencia a agir da mesma maneira. Josué havia empenhado a sua palavra e deveria honrá-la mesmo que o ônus dessa situação recaísse sobre Israel (como de fato recaiu!)62 e desse a vantagem ao inimigo. É incrível como mais e mais pessoas deixam de cumprir e honrar sua palavra valendo-se de escusas inconcebíveis na tentativa de justificar suas atitudes. O salmista, inspirado pelo Espírito Santo de Deus faz uma pergunta retórica (”Senhor, quem poderá habitar no teu santuário ou morar no teu santo monte?”,63 ... a qual ele responde com algumas atitudes e, dentre elas, uma que tem implicações diretas com a atitude de cumprir o que se prometeu: “(...) quem sustenta o que jurou, mesmo com prejuízo seu”.64 E foi exatamente o que aconteceu a Josué, ele sustentou a sua palavra mesmo sabendo que ela traria prejuízos à sua liderança: “Toda a comunidade, porém, queixou-se contra os líderes”.65 Neste caso, em particular, é preciso ter coerência e reconhecer que o povo de Israel esta certo. É possível também pensar que o fato de o nome do Senhor ter sido envolvido no juramento, tornava-o ainda mais difícil de desfazer. Falando sobre o texto de Mateus66 o célebre Sermão do Monte?, explica o pastor Geremias do Couto: “Entre as civilizações antigas, era praxe o uso dos juramentos para demonstrar a seriedade dos compromissos firmados. A própria cultura dos patriarcas bíblicos assimilou a prática, que acabou sendo incorporada pela nação de Israel, sempre no sentido de mostrar, por exemplo, a seriedade de um acordo. Era uma forma solene de expressar a verdade, como ainda hoje acontece nos tribunais”. 61 Josué 9:16/19. 62 I a Samuel 21:1/14. 63 Salmo 15:1. 64 Salmo 15:4. 65 Josué 9:18. 66 Mateus 5:33/37.
  • 32. 32 O que está sendo argüido pelo Senhor, todavia, é a vulgarização dos juramentos, isto é, a forma desrespeitosa de usar o sagrado (o nome de Deus, por exemplo) para legitimar situações da rotina diária (às vezes comprometedoras), onde a palavra de cada um deveria ter o peso do caráter de quem a profere. É o que a Bíblia identifica como tomar o nome de Deus em vão. Naquela época tal prática tornou-se também comum. Virou costume, entre os judeus, jurar pelo altar, pela oferta, pelo templo, pelo ouro do templo e por Jerusalém, a cidade do grande Rei. Quanto mais importante o objeto do juramento, maior significado tinha o compromisso. Até mesmo o céu (ou a terra) era invocado por testemunha. Muitas vezes, porém, o fato de tais juramentos não se referirem a Deus diretamente, criava a falsa idéia de que as partes podiam evadir-se da verdade. Mas Jesus traz o tema para o seu verdadeiro lugar, mostrando que Deus “está sempre presente quando os homens falam; deste modo, precisam falar com sinceridade”. Assim, como pôr o trono do Altíssimo como avalista de nossas palavras, se apenas o Deus eterno tem o controle absoluto e soberano do tempo para determinar o rumo da história? Em outras palavras, os nossos juramentos são relativos diante daquele que tem todo o poder sobre o Universo, cuja infinitude não encontra parâmetros em nossa linguagem humana para ser claramente definida, pois se assim fosse Ele deixaria de ser quem é.3 A fim de que não paire dúvidas, é imprescindível destacar que o que deve valer para o cristão, é o que Cristo ensinou: “Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna”.67 Acima de tudo, devemos viver de tal forma que a nossa palavra venha valer por si mesma, sem a precisão de apelar para Deus ou envolvê-lo em questões que muitas vezes só servem para a nossa 3.d.2 Fala Pr Osiel Varela68 : Eles desconheciam os desígnios do coração dos gibeonitas e foram aguçados no seu desejo, talvez, no sentido de abreviar uma etapa da luta com mais um povo; aquele já estava se entregando de forma gratuita. Pensamento ou ilação do pensamento dos hebreus: É menos um povo, a que nós faremos guerra, e eles moram longe, já estamos queimando uma etapa. É aí, que muitos perdem as batalhas, como Abraão pensou em abreviar o tempo de ter um filho, concebeu um filho de Agar a escrava. Facilidades que geram dificuldades futuras. 67 Mateus 5:37. 68 Escola dominical da Web/ Blog Archive.
  • 33. 33 “Não vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará”.69 3.d.3 Fala Pr Edevir Perón70 Lições que podemos tirar deste acontecimento a) Antes de assumir qualquer compromisso ou acordo com alguém, precisamos consultar a Deus. b) Quando fizermos um pacto, ou voto diante de Deus, não podemos mais voltar atrás. c) O maior perigo que corremos ainda em nossos dias é o ardil e o engano de satanás. d) Se por acaso cairmos em erros como Josué, precisamos imediatamente recorrer a Deus. e) Termos a certeza de que se fizermos a nossa parte, Deus se encarrega de fazer aquilo que não está em nosso alcance. f) Estarmos certo de que, a fé e a santificação são requisitos indispensáveis em nossas vidas. g) Entendemos que a vigilância, muitas vezes vale mais do que ações precipitadas. Deus honrou o pacto feito com os gibeonitas. Na mesma peleja de Israel contra aquelas nações que pretendiam destruir os gibeonitas, Deus agiu com obras milagrosas, enviou uma chuva de pedras sobre aquele povo, e foram mais os que morreram pelas pedras do que pela espada.71 Também foi nessa peleja que aconteceu o fenômeno do maior dia da historia da humanidade em todos os tempos, sendo uma resposta de Deus a oração de Josué.72 No tempo do rei Saul, este matou alguns dos gibeonitas, e por isto veio uma praga sobre Israel nos dias de Davi,73 e para que cessasse essa fome em Israel, Davi teve de ir aos gibeonitas e ver o que eles 69 Gálatas 6:7. 70 Escola Dominical da Web/ Blog Archive. 71 Josué 10:11. 72 Josué 10:12/14. 73 2 de Samuel 21:1.
  • 34. 34 queriam que se fizesse, e eles pediram sete homens dos filhos de Saul para serem enforcados; e assim foi feito, e cessou a praga.74 3.4.d Aplicação Pessoal75 Somos desafiados à prudência. JESUS nos admoesta a respeito da cautela diante do mundo .76 O propósito divino é que sejamos puros, santos e humildes. Contudo, nenhuma dessas virtudes espirituais elimina o comedimento, a precaução e a sensatez dos filhos de DEUS. Os servos do Senhor cultivam a ingenuidade, mas não a tolice;77 a candura no lugar da malícia; a piedade em vez da profanação. O cristão que ama a DEUS e obedece às santas Escrituras não se torna refém do crédito fácil, da mentira, injustiça e toda sorte de mazelas e perturbações que afligem a alma do incauto. Ele procede com prudência, galhardia, moderação e segurança. Tudo o que promete, cumpre. Tudo que compra, paga. Andemos com prudência e temor ao nome do Senhor para que em tudo o nosso Senhor seja glorificado. Em conseqüência de sua precipitação, fizeram os israelitas uma comprometedora aliança com os moradores de Gibeon. E, desta aliança, advieram males e transtornos à família de Jacó. De igual modo, se não vigiarmos, poderemos cair nas mesmas ciladas. E, comprometidos espiritual e socialmente, não seremos capazes de desempenhar com dignidade o ministério que nos confiou o Todo- poderoso. Os gibeonitas continuam a semear enganos e embustes no arraial dos santos. São embustes e enganos tão sutis que somente poderão ser discernidos por aqueles que se mantém ligados ao céu. Vigiemos, pois. O engano dos gibeonitas trouxe conseqüências e serve de advertência para nós. Vivemos dias perigosos em que o engano vem se alastrando. A falsa humildade e este passaram a conviver juntos. 74 2 de Samuel 21:2/9. 75 Ev Luiz Henrique de Almeida Silva. 76 Mateus 10:16. 77 Prov 1:22.
  • 35. 35 Percebemos nas pessoas uma falsa humildade; que fingem propósitos pacíficos, oferecendo aliança; fingem submissão; fingem piedade. O apóstolo Paulo falou-nos de pessoas que têm quase as mesmas características em nossos dias, dizendo: “Tendo a aparência de piedade, mas negando a eficácia dela”78 , e conclui: “Confessam que conhecem a DEUS, mas negam-no com as obras”79 . A falsa capa da religião não assegura entrada no reino eterno de CRISTO, mas, sim, o branquejar das vestes no sangue do Cordeiro.80 O povo de Deus e o povo profano passaram a conviver juntos. Aqui está, portanto, as conseqüências de não vigiar. A partir dai; Israel passou a conviver com um “corpo estranho” no seio da comunidade. 3.d.5 O Bom nome de Moisés e Josué81 Os anos de dedicação ao Senhor e a Moisés contribuíram muito para conferir honra e respeito ao bom nome de Josué. Aliás, respeito e honra não é algo que se impõe, mas algo que se conquista. A fé do servo de Moisés em Deus fe-lo tornar-se um líder de grande projeção para todo o povo.82 Comentário do Pr Elienai Cabral sobre o bom nome de Josué: O grande sábio Salomão declarou que: 78 II a Timóteo 3:5. 79 Tito 1:16. 80 Apoc 22:14. 81 J.Rosendo de Lima/Escola Dominical da Web/ Blog Archive. 82 Josué 1:16/18.
  • 36. 36 “(...) mais digno de ser escolhido é o bom nome do que as muitas riquezas; e a graça é melhor do que a riqueza e o ouro”.83 Josué tinha um bom nome que se destacou pela fidelidade a Deus e a Moisés. Quando ele e Calebe deram seu relatório diferente dos demais, enfrentaram resistência. Eles tentaram convencer a Israel de que deveriam entrar na terra prometida, mas ninguém deu muita atenção ao seu relatório. Eles ainda não tinham construído um nome que influenciasse suficientemente o povo para decidir entrar na terra. Aquele povo temia o futuro e estavam acomodados com as coisas do presente. Porém os anos se passaram e Josué conquistou o seu espaço de liderança, porque era um homem temente a Deus; era correto nas suas atitudes e procurou viver de acordo com um padrão que o tornou conhecido e influente. Ele ganhou bom nome porque sabia obedecer a Deus, sendo servo, guerreiro e líder do povo. Diante do desafio do Jordão, por sua liderança convenceu o povo de que Deus estava com ele e lhe daria vitória. Seu caráter era um referencial. Ele valorizava o que era certo, mesmo que, politicamente, não agradasse a todos. Essa postura tornou-se conhecida entre todos e tornou-se uma imagem positiva de influência. Por isso seu nome ganhou respeito, não só entre o seu povo, mas expandiu-se entre as nações. Agiram sob forte emoção. Haviam saído de uma derrota vergonhosa, por causa do pecado de Acã, para uma vitória espetacular depois do sacrifício deste. A perda de alguns homens na guerra contra Ai, acrescida da morte de Acã com toda a sua família, causou, sem dúvida, grande comoção sobre o povo. Logo em seguida, o Senhor os lidera numa espetacular vitória sobre Ai. Transitaram brevemente entre um extremo e outro. Este misto de emoções - luto e júbilo - causa um grande desgaste emocional, levando a um estado considerável de vulnerabilidade. O ambiente estava propício às ações ardilosas do inimigo. Em momentos de forte emoção, é perigoso tomar qualquer decisão sem consultar ao Senhor. E por falar em consultar ao Senhor… Não consultaram ao Senhor. Talvez o tempo que tomassem para a oração seria o suficiente para descobrirem a trapaça. Mas Josué e os anciãos não oraram. Entraram presunçosamente em um irrevogável concerto com os gibeonitas. E o fizeram jurando pelo nome do Senhor, o qual eles nem sequer consultaram. Que tragédia: esta decisão trouxe para dentro da comunidade Israelita aqueles que, segundo a ordem de Deus, deveriam ser destruídos. Os ardis ocultam males destruidores.84 Aqueles homens, aparentemente bem intencionados, escondiam a sua verdadeira identidade, com o propósito de escaparem de uma sentença que já havia sido determinada para eles. A medida de suas iniqüidades já havia 83 Prov 22:1. 84 Josué 9:3,4.
  • 37. 37 enchido.85 Deus não os pouparia.86 Até porque o Eterno sabia que, se alguns daqueles povos fossem poupados, serviriam como pedra de tropeço e inspiração de idolatria para Israel. Sem dúvida, eles ponderaram que os israelitas eram um povo que tinha a justiça e a lealdade em alto conceito, e que serviam a um Deus justo. Então eles procuraram enredar Israel no seu próprio conceito de justiça e lealdade. Sabiam, é claro, que logo a sua verdadeira identidade seria descoberta, ” mas”, cogitaram, “apenas depois de fazermos um pacto com Israel, o qual, seguindo o seu alto conceito moral, não poderá invalidar”. Notemos, então, que a intenção por trás do ardil era primeiramente levar a nação santa a desobedecer à ordem de Deus, o que abre as portas para males destruidores; segundo: enredar Israel no seu próprio conceito de justiça. Tanto é que, descobrindo Josué que havia sido enganado, apesar da indignação do povo, nada pôde fazer contra os gibeonitas, pois os anciãos de Israel já haviam feito aliança com eles, havendo jurado em nome do Senhor. Seria cômico se não fosse trágico: mais tarde Israel se sentiu na obrigação de defender numa guerra aqueles a quem receberam ordens claras de Deus para destruir.87 Por muitos anos depois, Israel ainda sofreria as conseqüências de sua decisão inconseqüente, pois, em muitas ocasiões, os heveus causaram grandes angústias aos filhos de Abraão.88 A estratégia dolosa dos gibeonitas: Agir com dolo é planejar, deliberadamente, cada etapa do próprio ato criminoso. Os gibeonitas foram precisos. O primeiro passo de sua estratégia era fazer Josué acreditar que eles eram moradores de uma terra distante. Se errassem aqui, estariam perdidos. A Bíblia mostra com detalhes a maneira ardilosa e “inteligente” como teceram a rede que enlearia Israel: “(...) usaram de astúcia, e foram, e se fingiram de embaixadores, tomaram sacos velhos sobre os seus jumentos e odres de vinho velhos, e rotos, e remendados; e nos pés sapatos velhos e remendados e vestes velhas sobre si; e todo o pão que traziam para o caminho era seco e bolorento”.89 Em seguida, fizeram a nação santa acreditar que eles estavam encantados com o Deus de Israel. Foi uma conjugação de aparência e lisonja. Tomemos cuidado! Os nossos inimigos sabem tecer suas redes. Lembra a arapuca que Balaão armou para os filhos de Israel?90 E o que armaram para Daniel na Babilônia?91 Para encerrar, veja a armadilha que Semaías perpetrou para Neemias.92 Estes dois últimos 85 Gênesis 15:15. 86 Deut 7:1/6. 87 Josué 10:6/11. 88 Jz 3.1-3; 2 Sm 21. 1, 2. 89 Josué 9:4,5. 90 Nm 22.5-24.25; Dt 23.4; Jd 11. 91 Daniel 6. 92 Neemias 6:10/13.
  • 38. 38 escaparam porque não se deixaram levar pela falsa aparência das coisas, pois buscavam sempre a orientação de Deus. O perigo da convivência com o engano: pior do que ser enganado uma vez é a sensação de estar habitando nos meio de enganadores. O salmista Davi já dizia: “Livra-nos, Senhor, porque faltam os homens benignos;porque são poucos os fiéis entre os filhos dos homens. Cada um fala com falsidade ao seu próximo: falam com lábios lisonjeiros e coração dobrado”.93 Veja a preocupação de Paulo com o perigo do engano: “(…) em perigo dos da minha nação, em perigo dos gentios… em perigo entre os falsos irmãos”.94 Depois de haver feito um pacto com os gibeonitas, Israel foi forçado a conviver com eles. Isso não era nada confortável. Já experimentou conviver com alguém em quem você não confia pelo fato de já ter sido enganado por ele? Pois é, o fermento já havia sido lançado no meio da massa. E o apóstolo Paulo disse que “(...) um pouco de fermento faz levedar toda a massa”.95 Israel teria que carregar aquele fardo por longos anos. Para nós, que somos os destinatários de tudo quanto foi escrito, o que é para o nosso ensino,96 fica o conselho do apóstolo: “Não durmamos, pois, como os demais [os israelitas?], mas vigiemos e sejamos sóbrios”97 Israel descobre o erro cometido.98 93 Salmo 12:1,2. 94 II aos Cor 11:26. 95 I aos Cor 5:6. 96 Romanos 15:4. 97 I aos Tess 5:6. 98 Josué 9:16/22.
  • 39. 39 Ao cabo de três dias, a verdade sobre os gibeonitas veio à superfície. Aqueles “moradores de terra longínqua” eram, na verdade, vizinhos de Gilgal, das cidades de Gibeom, Cefira, Beerote e Quiriate-Jearim. Sinceramente acredito que os gibeonitas não se surpreenderam com a rapidez com que Israel descobriu a farsa, já esperavam por isso. Como já dissemos algures, eles queriam apenas forçar um pacto de não agressão, o qual, por uma questão de fidelidade, a nação santa dificilmente quebraria. É notável aqui a indignação do povo. Havia murmurações e, provavelmente, questionamentos: como puderam os príncipes de Israel cometer um erro primário e tão infantil como este? A história sempre se repete porque o homem ainda é o mesmo. Ainda hoje somos surpreendidos por grandes líderes tomando atitudes infantis e tresloucadas no seio de muitas igrejas. Tantas vezes nos deparamos com situações em que a congregação está estupefata diante de decisões que se mostraram danosas. E, se os crentes se mostram surpresos, é porque nunca esperavam tal comportamento de um líder que pautou toda a sua vida em um relacionamento estreito com Deus e que nunca havia descuidado de buscar as orientações divinas. Josué teve de honrar o acordo com os enganadores. Segundo um ditado popular, um erro não concerta o outro. Apesar de agora saber que os gibeonitas o haviam enganado, Josué não podia invalidar o acordo que fizera com eles em nome do Senhor. Seria agravar ainda mais a situação. Então, apesar da pressão do povo, os príncipes de Israel se mantiveram firmes e leais ao concerto que haviam feito. “Estão todos os príncipes disseram à congregação: Nós juramos-lhes em nome do Senhor, Deus de Israel; pelo que não podemos tocar-lhes”.99 99 Josué 9:19.
  • 40. 40 Nós vemos a responsabilidade dessa aliança pesar nos ombros de Israel até nos dias de Saul e Davi.100 Analise esses versículos com cuidado e veja a seriedade do juramento feito em nome do Senhor. Depois do erro cometido, a melhor atitude é reconhecê-lo, assumi-lo e procurar amenizar as conseqüências dele. Foi o que fizeram humildemente Josué e os príncipes de Israel. Pouparam os gibeonitas da morte, imposta a seguinte condição: seriam rachadores de lenha e tiradores de água para toda a congregação e para o altar do Senhor. Começaram a viver uma situação análoga à escravidão, de qualquer maneira, uma condição melhor que a morte. Os gibeonitas atuais na igreja. Sendo a igreja de Cristo o novo Israel de Deus e militando para tomar posse da cidade que lhe fora prometida, ainda hoje é alvo de ardis perpetrados pelos gibeonitas atuais, cuja roupagem pode não ser rota e cujo pão pode não ser velho, mas continuam vindo disfarçados para enganar o povo de Deus. Paulo avisara a Timóteo que, nos últimos tempos, espíritos 100 II a Samuel 21:1/9.
  • 41. 41 enganadores se introduzirão na igreja e semearão doutrinas destruidoras.101 É preocupante o que estamos vendo nos dias atuais: muitos líderes e pregadores comprometidos consigo mesmos, desviando o povo de Deus da verdade do evangelho por suas mentiras e operação do erro. É a época do vale tudo pelo sucesso. E, no afã de atingirem seus objetivos, muitos desprezam a exegese bíblica e usam e abusam de seu antônimo, a eisegese, introduzindo nas santas Escrituras aquilo que ela nunca disse, a fim de atingirem seus propósitos. A igreja de Cristo, como nunca, precisa estar atenta. A Bíblia diz que tudo quanto foi escrito, para o nosso ensino foi escrito .102 Os tempos mudaram. Mas o novo Israel de Deus ainda luta para conquistar a terra prometida.103 E os gibeonitas ainda estão aí, vestindo outras vestes, é claro, usando outros artifícios, porém com o mesmo objetivo: enredar o povo de Deus. Devemos estar, pois, atentos, buscando sempre a orientação de Senhor para que não incorramos no mesmo erro em que Josué e os anciãos de Israel incorreram. Satanás, nosso adversário, está ao nosso derredor, bramando como leão procurando a quem possa tragar.104 Sejamos sóbrios e vigiemos. 3.e O desequilíbrio de Sarah e Abrahão (Ismael) Lembramos também que Sarah no seu desequilíbrio emocional, convenceu Abrahão a obter o filho da promessa através da sua escrava. Isto foi uma verdadeira confusão, pois Ismael, o filho da escrava, não herdará com o filho da livre, segundo Deus,105 e até hoje 101 I a Timóteo 4:1. 102 Romanos 15:4. 103 Gl 5.16; Hb 11.14-16. 104 I a Pedro 5:8. 105 Gálatas 4.
  • 42. 42 suportamos as conseqüências deste ato incrédulo dos “Pais de Nações” (Abrahão e Sarah), haja vista a guerra terrível que se trava entre os dois povos (Os árabes e os israelitas). Deus nos encaminha para colher os frutos do que plantamos (poderia não deixar nascer a Ismael, evitando assim tanto conflito, mas não fez assim). Respeita nossas decisões e procura trabalhar em cima delas. Quantas vezes homens e mulheres caem em armadilhas, nestas “emboscadas sentimentais”, por se deixarem levar por uma “cara de contrito”, por uma conversa, uma artimanha, por sentimentos de um coração enganoso, como fala Jeremias? Isto não cabe em um soldado, pois este sabe que um erro pode ser fatal. Quando dirigimos pelas ruas caóticas da cidade de São Paulo, teremos toda cautela, pois uma conversão errada pode nos custar horas de atraso para o objetivo, e poderá até inviabilizar o projeto, então, sabendo disso, muitas vezes teremos que “pisar em ovos”, pois o nosso coração, muitas vezes de “papel”, é também: “Enganoso é o coração, mas do que todas as coisas, e incorrigível. Quem o conhecerá?”106 Há tradução que fala: “coração desesperadamente corrupto”. 3.f A ordem e a desordem 106 Jeremias 17:9.
  • 43. 43 O Deus do impossível não abandona ao que clama, ao que crê, ao que depende dele. Este certamente aprenderá a medida certa. Na verdade não estamos acostumados à disciplina, a pensar antes de agir e nos assustamos com tanta responsabilidade, porém, quando percebemos a maravilha que é a ordem, a justiça, queremos então vivê-la cada vez mais e sem perceber, poderemos aí passar do limite e caminhamos para o excesso, desprestigiando assim esta qualidade e tornando assim o que é bom em um jugo, as vezes insuportável. Por exemplo: Uma mulher, uma dona de casa, uma pessoa que gosta da ordem, da limpeza e da organização se esmera a cada dia para se aprimorar cada vez mais, e isto será primoroso se ela não passar da medida. Uma casa cheirosa, limpa e organizada fala de amor, de aconchego, de descanso. Vemos uma situação na Bíblia que nos fala sobre isto: “E ouvindo a rainha de Sabá a fama de Salomão, acerca do nome do Senhor, veio prová-lo com questões difíceis. E chegou a Jerusalém com uma grande comitiva; com camelos carregados de especiarias, e muitíssimo ouro, e pedras preciosas; e foi a Salomão, e disse-lhe tudo quanto tinha no seu coração. E Salomão lhe deu resposta a todas as suas perguntas, nada houve que não lhe pudesse esclarecer. Vendo, pois, a rainha de Sabá toda a sabedoria de Salomão, e a casa que edificara, e a comida da sua mesa, e o assentar de seus servos, e o estar de seus criados, e as vestes deles, e os seus copeiros, e os holocaustos que ele oferecia na casa do Senhor, ficou fora de si. E disse ao rei: Era verdade a palavra que ouvi na minha terra, dos teus feitos e da tua sabedoria. E
  • 44. 44 eu não cria naquelas palavras, até que vim e os meus olhos o viram; eis que não me disseram metade; sobrepujaste em sabedoria e bens a fama que ouvi. Bem-aventurados os teus homens, bem-aventurados estes teus servos, que estão sempre diante de ti, que ouvem a tua sabedoria! Bendito seja o Senhor teu Deus, que teve agrado em ti, para te pôr no trono de Israel; porque o Senhor ama a Israel para sempre, por isso te estabeleceu rei, para fazeres juízo e justiça”.107 Como vemos, foi exatamente o esmero dos afazeres domésticos que deslumbrou aquela grande mulher. Ela era uma rainha e ele o Rei Salomão, e isto talvez surpreenda, ou seja, que reis e rainhas se importem a este nível com coisas tão domésticas e sejam tão “prendados”. Deus nos fala para fazer tudo com ordem e com decência e é maravilhoso viver dentro deste padrão.108 Isto é cura, para quem vive isso e para quem observa isso. No entanto, temos que olhar também para o outro lado, pois sabemos que muitas pessoas se perdem aí. Muitos, ou muitas exageram e se tornam escravos(as), perdendo assim muitas coisas na vida e tornando a vida dos seus, insuportável. Para estes, as mesmas Leis Divinas tem o remédio: “E aconteceu que, indo eles de caminho, entrou Jesus numa aldeia; e certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa; e tinha esta uma irmã chamada Maria, a qual, assentando-se também aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra. Marta, porém, andava distraída em muitos serviços; e, aproximando-se, disse: Senhor, não se te dá de que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe que me ajude. E 107 I Reis 10:1/9. 108 I aos Cor 14:40.
  • 45. 45 respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada”.109 Vemos que o rei e a rainha, fizeram esmeradamente o que Marta estava fazendo e foram exaltados por isso e não exortados como Marta o foi, pois não canalizavam a sua vida só neste sentido, mas tinham uma história de vida repleta de outros objetivos, e portanto estavam equilibrando as coisas. Observamos alguns pais, por exemplo, que por terem sido “controlados” por seus genitores de maneira excessiva, abrem a porta para os filhos de maneira nociva à sua formação e também outros, passando da conta, controlam a vida dos seus filhos porque não querem que eles façam o que eles fizeram. Os dois estão em desequilíbrio. Como já citamos, a Bíblia é a totalidade, e para cada pessoa, para cada situação, para cada momento, ela tem a Palavra da “hora”. Para tudo tem que haver o ponto de equilíbrio sob pena de perdermos o “fio da meada”. 3.g Estar do lado do perdido Em dado momento da minha vida, Deus me mostrava que a incumbência do cristão é estar do lado do que está perdido e não 109 Lucas 10:38/42.
  • 46. 46 defender a Ele, que é, evidentemente, indefensável, o único que não precisa de defesa, pois é perfeito. Isto foi extraordinário, e falaremos adiante, um pouco mais sobre isso. Assim fez Moisés, intercedendo por um povo terrível que Deus queria destruir e Deus acatou a sua defesa. Moisés, de maneira impressionante, foi tomado de amor e zelo pelo perdido, ou seja, cumpriu exatamente a sua função de intercessor, quando falou o que nos parece absurdo no texto de Êxodo: “7 Então disse o Senhor a Moisés: Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste subir da terra do Egito, se corrompeu; 8 depressa se desviou do caminho que eu lhe ordenei; eles fizeram para si um bezerro de fundição, e adoraram-no, e lhe ofereceram sacrifícios, e disseram: Eis aqui, ó Israel, o teu deus, que te tirou da terra do Egito. 9 Disse mais o Senhor a Moisés: (Vejamos o tamanho da ira do Deus que não muda, segundo Malaquias, o Deus que é o mesmo, ontem, hoje e eternamente, e portanto, não se moderniza, não será subornado. Portanto o que era erro para Ele no passado, o será sempre) ... Tenho observado este povo, e eis que é povo de dura cerviz. 10 Agora, pois, deixa-me, para que a minha ira se acenda contra eles, e eu os consuma; e eu farei de ti uma grande nação. (Vejamos também qual é o papel do cristão na terra)
  • 47. 47 ... 11 Moisés, porém, suplicou ao Senhor seu Deus, e disse: Ó Senhor, por que se acende a tua ira contra o teu povo, que tiraste da terra do Egito com grande força e com forte mão? 12 Por que hão de falar os egípcios, dizendo: Para mal os tirou, para matá-los nos montes, e para destruí-los da face da terra? Torna-te da tua ardente ira, e arrepende-te deste mal contra o teu povo. 13 Lembra-te de Abraão, de Isaque, e de Israel, teus servos, aos quais por ti mesmo juraste, e lhes disseste: Multiplicarei os vossos descendentes como as estrelas do céu, e lhes darei toda esta terra de que tenho falado, e eles a possuirão por herança para sempre. (Vejamos agora o resultado desta intercessão) ... 14 Então o Senhor se arrependeu do mal que dissera que havia de fazer ao seu povo. Ou seja, Moisés era um atalaia guardando aquele povo da ira de Deus, esta que dura só um instante segundo a Palavra, mas que é o suficiente para fazer tudo virar pó:
  • 48. 48 ”1 Por amor de Sião não me calarei, e por amor de Jerusalém não descansarei, até que saia a sua justiça como um resplendor, e a sua salvação como uma tocha acesa. 6 e Jerusalém, sobre os teus muros pus atalaias, que não se calarão nem de dia, nem de noite; ó vós, os que fazeis lembrar ao Senhor, não descanseis, 7 e não lhe deis a ele descanso até que estabeleça Jerusalém e a ponha por objeto de louvor na terra”.110 ) ... 15 E virou-se Moisés, e desceu do monte com as duas tábuas do testemunho na mão, tábuas escritas de ambos os lados; de um e de outro lado estavam escritas. 16 E aquelas tábuas eram obra de Deus; também a escritura era a mesma escritura de Deus, esculpida nas tábuas. 17 Ora, ouvindo Josué a voz do povo que jubilava, disse a Moisés: Alarido de guerra há no arraial. 18 Respondeu-lhe Moisés: Não é alarido dos vitoriosos, nem alarido dos vencidos, mas é a voz dos que cantam e dançam que eu ouço. É comum observar o povo na inconseqüência, na superficialidade, nas festas, dançando, cantando, no churrasco, enquanto coisas graves acontecem na terra, assim como estavam antes do dilúvio, enquanto o juízo de Deus pairava sobre eles. Deus nos tem falado insistentemente sobre este assunto em vários textos. 110 Isaías 62:1,6,7.
  • 49. 49 As pessoas também esquecem muito fácil do que não poderiam esquecer. Moisés foi o instrumento de Deus para tirar este povo do Egito, depois de quatrocentos anos de gemidos na escravidão. Grande guerra se instalou para tirá-los da mão de Faraó e tão cedo riscam Moisés e fazem para si outro deus, posto que só Um há, de eternidade à eternidade. Da mesma maneira, hoje, vemos a mesma ingratidão das pessoas com relação aos grandes livramentos de Deus com cada um. Ao invés de servi-Lo como deveriam, seguem após o lucro, servem o seu ventre, ou a qualquer ídolo. Porem, no momento do “sufoco”, que chega para qualquer um, é comum também ver este mesmo povo chamando por Deus, ou tirando da ”prateleira” o “sonrisal”. Somos infiéis. Vejamos agora este povo que Moisés defendeu tanto, como era. O que faríamos no lugar de Moisés neste momento? A Bíblia nos ensina que o ponto de equilíbrio seria continuar a defender aqueles rebeldes, de fronte obstinada e duros de coração. ... 19 Chegando ele ao arraial e vendo o bezerro e as danças, acendeu-se-lhe a ira, e ele arremessou das mãos as tábuas, e as despedaçou ao pé do monte. 20 Então tomou o bezerro que tinham feito, e queimou-o no fogo; e, moendo-o até que se tornou em pó, o espargiu sobre a água, e deu-o a beber aos filhos de Israel. (Observemos o que disse Moisés a Arão, ou seja, com quem ele se indignou) ... 21 E perguntou Moisés a Arão: Que te fez este povo, que sobre ele trouxeste tamanho pecado?. 22 Ao que respondeu Arão: Não se acenda a ira do meu senhor; tu conheces o povo, como ele é inclinado ao mal. 23 Pois eles me disseram: Faze- nos um deus que vá adiante de nós; porque, quanto a esse Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe aconteceu. 24 Então eu lhes disse: Quem
  • 50. 50 tem ouro, arranque-o. Assim mo deram; e eu o lancei no fogo, e saiu este bezerro. ... ora... ora... continuou Moisés a culpar Arão pelo desvario daquele povo de dura cerviz. Fala Moisés que aquele povo fora duramente atingido, pela inoperância de Arão. Fala o Senhor em Provérbios de Salomão que sem sábia direção o povo cai. Qual então a causa da queda daquele povo? A direção sem sabedoria, sem autoridade de Arão. Ai da liderança, ai dos pais, professores e de quaisquer que têm a incumbência de educar ou ensinar: “Meus irmãos, não sejais muitos de vós mestres, sabendo que receberemos um juízo mais severo”.111 112 “(...) tu, pois, que ensinas a outrem, não te ensinas a ti mesmo? (...) pois tu que julgas, praticas o mesmo?”.113 Só os desavisados, os que ignoram, almejam postos de liderança no Reino de Deus, pensando que há aqui um paralelo com o presente sistema mundial. É verdade que quando Ele decide e escolhe - É Ele quem escolhe -, não há como escapar da Sua mão... ... 25 Quando, pois, Moisés viu que o povo estava desenfreado (porque Arão o havia desenfreado, o tinha deixado à solta, para escárnio entre os seus inimigos), 111 Tiago 3:1. 112 Prov 11:14. 113 Romanos 2:1,21.
  • 51. 51 (A liderança daquele povo os deixou à solta. É comum escutarmos constantemente: “Larga do meu pé!”, “Meus pais me controlam a vida”. E aqui vai outro drama: suportar a rebeldia, o desamor e muitas vezes o abandono dos filhos, o rigor da lei dos homens que pune os pais que assim agem, uma possível denúncia de algum vizinho que se acha zeloso por aquele filho, mas que nem ele e nem, o Estado estão presentes para “roer o osso”, mas só para “cobrar” dos pais, para os acusar e jamais para ajudar ou suportar as terríveis conseqüências de pessoas criadas sem freio, sem a vara da correção, entregues a si mesmo, os quais têm se multiplicado na terra por conta de uma psicologia diversa das Escrituras Sagradas, do Deus que os fez, de uma legislação que não consegue conter a demanda de marginais cada vez mais precoces, cada vez mais cruéis, cada vez mais inseguros e infelizes114 , ou nos subteremos a Deus e à Sua Palavra, corrigindo o tal segundo os seus princípios, e depois suportando todas as conseqüências dos homens e não de Deus? “Nos lábios do entendido se acha a sabedoria; mas a vara é para as costas do que é falto de entendimento”.115 24 Aquele que poupa a vara aborrece a seu filho; mas quem o ama, a seu tempo o castiga”.116 “A estultícia está ligada ao coração do menino; mas a vara da correção a afugentará dele”.117 Não retires da criança a disciplina; porque, fustigando-a tu com a vara, nem por isso morrerá”.118 “Tu a fustigarás com a vara e 114 Temos um texto escrito: “Como se corrigir uma criança segundo a Bíblia”. 115 Prov 10:13. 116 Prov 13:24. 117 Prov 22:15. 118 Prov 23:13.
  • 52. 52 livrarás a sua alma do Seol”.119 “A vara e a repreensão dão sabedoria; mas a criança entregue a si mesma envergonha a sua mãe”.120 Qual é aqui o ponto de equilíbrio para esta situação? Somos, como afirma a Bíblia, uma geração rebelde e contradizente, pois esta mesma lei que engessa os pais e educadores para uma correção efetiva, agora, pune os pais por este resultado catastrófico, e manda prender esses infelizes progenitores que não conseguem controlar os seus filhos, alegando “abandono de incapaz”. Aonde iremos parar? Observemos como agiu Moisés, o grande defensor daquele povo, a mando de Deus, e como obedeceram aqueles que entenderam que só o Senhor é Deus... ... 26 pôs-se em pé à entrada do arraial, e disse: Quem está ao lado do Senhor, venha a mim. Ao que se ajuntaram a ele todos os filhos de Levi. 27 Então ele lhes disse: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Cada um ponha a sua espada sobre a coxa; e passai e tornai pelo arraial de porta em porta, e mate cada um a seu irmão, e cada um a seu amigo, e cada um a seu vizinho. 28 E os filhos de Levi fizeram conforme a palavra de Moisés; e caíram do povo naquele dia cerca de três mil homens. Há momento que só seremos aprovados se deixarmos a família, onde Deus nos fala que estão os nossos piores inimigos: ... 29 Então disse Moisés: Hoje fostes separados para o Senhor, pois cada um foi contra o seu filho, e contra o seu irmão e hoje Ele vos abençoou. 119 Prov 23:14. 120 Prov 29:15.
  • 53. 53 (Quantas vezes citamos a ordem de Deus para deixar tudo por Ele, ou seja, para não colocar nada entre nós e Ele, para que Ele seja a primícia de tudo e de todos, para que Ele seja honrado e amado acima de todas as coisas? Quantas vezes citamos a passagem de Saul121 que não cumpriu a ordem de Deus para exterminar aquele povo contaminado ao qual Deus já havia feito o juízo, e não deixar nem velho, nem criança de peito e nem riqueza alguma? Saul foi destronado pois não obedeceu, e aquele povo depois foi-lhe um laço e a causa da sua derrota. Sentimentos humanos são contrários a sã doutrina, que nos parece muitas vezes cruel porque estamos muito longe da retidão, acostumados à indisciplina e à desordem. Raciocínios são a causa da derrota de muitos que querem julgar, torcer o caráter Deus como ensina satanás dizendo: “Não é bem assim”, e aí come-se o fruto proibido pensando que alcançará ser igual ao Altíssimo e logo depois vem a queda vertiginosa. Não é nem um pouco fácil discernir, ser uma pessoa equilibrada, quando temos que deixar pessoas que nos são caras, ou coisas, mas quando alguém entende que Deus é Deus e que não poderá ser nada sem Ele, que Ele é mais importante que a sua vida, que não poderá viver a eternidade sem Ele, então fala o que Pedro falou: “60 Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isto, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir? 61 Mas, sabendo Jesus em si mesmo que murmuravam disto os seus discípulos, disse-lhes: Isto vos escandaliza? 66 Por causa disso muitos dos seus discípulos voltaram para trás e não andaram mais com ele. 67 Perguntou então Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos? 68 Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. 69 E nós já temos crido e bem sabemos que tu és o Santo de Deus”.122 Este mesmo Pedro em dado momento recebeu uma grande revelação divina e Jesus o colocou como cabeça da igreja. Instantes depois acontece este colóquio a seguir tão chocante para quem não conhece a grandeza de Deus: “20 Então ordenou aos discípulos que a ninguém dissessem que ele era o Cristo. 21 Desde então começou Jesus Cristo a mostrar aos seus discípulos que era necessário que ele fosse a Jerusalém, que padecesse muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes, e dos escribas, que fosse morto, e que ao terceiro dia ressuscitasse. 22 E Pedro, tomando-o à parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Tenha Deus compaixão de ti, Senhor; isso de modo nenhum te acontecerá. 23 Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, 121 I a Samuel 15. 122 João 6:60,61,66/69.
  • 54. 54 que me serves de escândalo; porque não estás pensando nas coisas que são de Deus, mas sim nas que são dos homens. 24 Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me; 25 pois, quem quiser salvar a sua vida por amor de mim perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á. 26 Pois que aproveita ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida? ou que dará o homem em troca da sua vida”.123 Ou seja, Deus não nos fica exigindo algo insano ou usando de tirania, porque Ele é averso a isso, haja vista a descrição terrível que vemos em Isaías 53, onde fala o Senhor do Universo que agradou a Ele enfermar Jesus para nos alcançar. Jesus tinha alguma culpa? E nós? Não foi assim que conjeturou o ladrão da cruz em seus últimos minutos? E não foi isso que o transportou, “aos quarenta e cinco minutos do segundo tempo”, ao perdão de Deus e conseqüentemente ao Paraíso eterno com Ele? “Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do Senhor? Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos. Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum. Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, 123 Mateus 16:20/26.
  • 55. 55 e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. ... Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos. Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca. Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo ele foi atingido. E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca. Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão. Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniqüidades deles levará sobre si. Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores”. Já falamos também muitas vezes que o chicote de Deus é quase impossível de suportar, por dois motivos: a carne é fraca e é horrível decepcionar o Pai que nos é tão fiel. Depois de providenciar a “limpeza do altar”, Moisés sobe para clamar a Deus por este povo, ou seja, não é de qualquer maneira que alguém vai interceder, mas se há de ter uma base legal para assim o fazer. Se uma pessoa está em adultério e resiste em querer sair desta condição, ou seja, “confessa
  • 56. 56 os seus pecados e não os deixa, não alcançará misericórdia”;124 insistiremos então com Deus para que não desista deste perdido e que continue a “convencê-lo do pecado, da justiça e do juízo”.125 ... 30 No dia seguinte disse Moisés ao povo Vós tendes cometido grande pecado; agora porém subirei ao Senhor; porventura farei expiação por vosso pecado. 31 Assim tornou Moisés ao Senhor, e disse: Oh! este povo cometeu um grande pecado, fazendo para si um deus de ouro. 32 Agora, pois, perdoa o seu pecado; ou se não, risca-me do teu livro, que tens escrito. 33 Então disse o Senhor a Moisés: Aquele que tiver pecado contra mim, a este riscarei do meu livro. 34 Vai pois agora, conduze este povo para o lugar de que te hei dito; eis que o meu anjo irá adiante de ti; porém no dia da minha visitação, sobre eles visitarei o seu pecado. 35 Feriu, pois, o Senhor ao povo, por ter feito o bezerro que Arão formara”.126 Ou seja, Ele falou que estaria com aquele povo até a morte. Se eles fossem riscados do Livro da Vida, ele queria estar ao lado deles nesta morte eterna. Isto não é nem um pouco fácil de se entender e nem de se viver. Só alguém amando com o amor ágape, o amor de Deus, faria tal coisa. 124 Prov 28:13. 125 João 16:8. 126 Êxodo 32:32.
  • 57. 57 Neste momento, enquanto a unção de Deus ministrava sobre mim, eu chorava muito por cada perdido, deslumbrada por estar vivendo uma situação tão sublime, e por enfim estar entendendo o que falou Deus, meu Salvador. Eu não conseguia pensar em mais nada. De qualquer perdido que eu tinha notícia, caía em prantos, suplicando a Deus misericórdia. Logo depois caí em uma armadilha astuta recebendo cem dólares falsos. Fiquei perplexa e depois percebi que isto era Deus me alertando que já estava passando do ponto. Realmente, a imagem, a expressão daquela mulher astuta, ladra, estelionatária, que lesou várias pessoas naquele mesmo dia, sem nenhum vestígio de ser nada disso, me deixou perceber o quanto estava carente de astúcia. Fiquei, como todo soldado que se presa, muito decepcionada comigo, envergonhada, assustada. Eu realmente via agora o perdido com outros olhos, continuava a chorar por cada um e assim teria que ser, porém, os olhos de um soldado não está em um só ponto, mas em todos os pontos. Imaginemos se em uma guerra algum soldado poderia se comportar desta maneira diante da mortandade ao seu redor. Temos que gemer, secar as lágrimas, se revoltar contra o mal (só contra o mal), clamar a Deus e ao mesmo tempo olhar ao redor, astuta e responsavelmente. Cheguei mesmo a pensar que nunca
  • 58. 58 aprenderia ser as duas coisas: astuta e mansa, mas isto seria negar o poder de Deus e tive que me sentar novamente nas carteiras santas da Escola Sagrada para continuar aprendendo a mesma matéria. Qual então o ponto certo? Qual o momento exato? Qual a medida correta? Deus nos fala através de Salomão que há um tempo certo para cada propósito debaixo dos céus. No Livro de Provérbios de Salomão, no capítulo 30 127 lemos o seguinte texto: “Duas coisas te pedi; não mas negues, antes que morra: Afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção de costume; para que, porventura, estando farto não te negue, e venha a dizer: Quem é o Senhor? ou que, empobrecendo, não venha a furtar, e tome o nome de Deus em vão”. Podemos aqui perceber a preocupação deste que orava, tentando saber o ponto de equilíbrio para que não recebesse mais e nem menos, mas a medida certa que ele poderia suportar para que não se perdesse. O bolo que assa, se passar do ponto perde-se todo; .... a fruta que se colhe não estará boa se for colhida depois, ou antes do tempo; ... se alguém segura um passarinho, a mão terá uma medida certa para segurar para que ele não se sufoque ou escape. 127 Versículo 7/9.
  • 59. 59 Como vemos, não há limite para esta meditação. Jesus é o Príncipe da Paz e, no entanto, nos fala:128 “Cuidais vós que vim trazer paz à terra? Não, vos digo, mas antes dissensão;”. Sim, porque a presença de Jesus traz a consciência do pecado, da injustiça e isto aponta para dois caminhos: ou a pessoa se converte dos seus maus caminhos, ou seja, muda de direção e passa, conseqüentemente, a andar na “contra mão” da vida neste mundo tenebroso, ou ela concorda com este século, com o presente sistema mundial e passa a se opor à Leis Sagradas, ao Manual do Fabricante, ao Criador do Universo e de todos nós. E aí surgem as discussões, as pelejas, que a Bíblia diz que é salutar e mesmo necessárias para que se estabeleça a luz divina: “E até importa que haja entre vós diferenças, para os que têm a aprovação de Deus se manifestem no vosso meio”.129 Deus nos fala sobre os dois extremos, como já falamos, ... a pomba e a serpente... “Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes, astutos, como as serpentes e inofensivos, mansos, simples como as pombas”130 . Outra vez perguntamos como poderá ser alguém as duas coisas: uma cobra e uma pomba. Pode e deve, pois ninguém ganhará a guerra (Deus também é o Senhor dos Exércitos) sem estes requisitos: 128 Lucas 12:51/53. 129 I aos Cor 11:19 130 Mateus 10:16.
  • 60. 60 “... faz-se violência ao reino dos céus, e pela força apoderam- se dele”.131 A Palavra de Deus é o próprio Deus, e por isso ele abrange todos os prismas do ser humano, ou seja, há pessoas precisando ouvir que não é com violência e há outra que precisará ouvir uma coisa oposta: “... não é por força e nem por violência, mas pelo meu espírito, diz o Senhor dos Exércitos”.132 Quantas pessoas se espremem de espanto quando descobrem o que está contido nesta palavra: “Melhor é o longânimo que o valente, e o que governa o seu espírito do que o que toma uma cidade”. 133 Com certeza, é extremamente mais difícil conter o seu espírito do que empregar a força e conquistar uma cidade inteira. Gideão antes da guerra invocou um nome em Deus134 . Qual foi? “Então Gideão edificou ali um altar ao Senhor, e lhe chamou, o Senhor é paz” (Jeová Shalon).135 Alguém poderá ganhar uma guerra se não tiver a paz, a ponderação, a mansidão da pomba? Diz o Senhor dos Senhores: “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas”.136 131 Mateus 11:12. 132 Zacarias 4:6. 133 Prov. 16:32. 134 Indicamos a leitura do texto “Os nomes de Deus e o que cada um representa”. 135 Juízes 6:24. 136 Mateus 11:29.
  • 61. 61 Porém um pouco antes havia falado: “Não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma. Temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo”.137 Ou seja, o Todo Poderoso, o Insondável, o humilde de coração, está falando para não temer nem o homem e nem o diabo, mas somente a Ele, que é ao mesmo tempo: “amor e fogo consumidor!”.138 Se alguém não teme a Deus, não tem sequer o princípio da sabedoria, quanto mais a sabedoria. A prudência (a mansidão) e a sabedoria co- habitam: “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é prudência”.139 “Eu, a sabedoria, habito com a prudência; eu possuo conhecimento e discrição”.140 3.h Fracos e fortes “Proclamai isto entre os gentios; preparai a guerra, suscitai os fortes; cheguem-se, subam todos os homens de guerra. Forjai espadas das vossas enxadas, e lanças das vossas foices; diga o fraco: Eu sou forte”141 . 137 Mateus 10:28. 138 Hebreus 12:29. 139 Prov 9:10. 140 Prov 8:12. 141 Joel 3:9,10.
  • 62. 62 Entendemos então que seremos fortes, e transformaremos tudo em armas de guerra? A Palavra de Deus diz que não, pois há um tempo determinado para a guerra e outro para a paz. É o equilíbrio: “E irão muitos povos, e dirão: Vinde, subamos ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor. E ele julgará entre as nações, e repreenderá a muitos povos; e estes converterão as suas espadas em enxadões e as suas lanças em foices; uma nação não levantará espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerrear”.142 “E julgará entre muitos povos, e castigará nações poderosas e longínquas, e converterão as suas espadas em pás, e as suas lanças em foices; uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra”.143 Ou seja, haverá o tempo em que tudo será transformado em armas de guerra e outro tempo em que todas as armas de guerra serão transformadas em objetos de paz: 142 Isaías 2:3,4. 143 Miquéias 4:3.