Este subsídio tem o objetivo de explorar profunda e exaustivamente este assunto; não sendo, de forma alguma, a última palavra num assunto tão amplo. Espera-se contribuir, assim, com os objetivos listados na lição bíblica que é: “conscientizar-se de que sem a autoridade ministerial que recebemos de nosso Senhor Jesus Cristo, jamais conseguiremos desempenhar com eficácia o serviço cristão; compreender que temos de andar de acordo com as leis do Espírito, lutando sempre com as armas espirituais; e, explicar o significado da palavra autoridade.”. Bons estudos!!!
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A DEFESA DA AUTORIDADE APOSTÓLICA DE PAULO
Resumo
O subsídio desta semana (Lição 10 – 1º Trimestre de 2010 - de 07/03/2010) da Revista
“Lições Bíblicas” de Jovens e Adultos, que está abordando o tema “Eu, de muito boa vontade,
gastarei e me deixarei gastar pelas vossas almas”, (um estudo na 2ª epístola de Paulo aos
Coríntios), traz o assunto da Autoridade, com o título “A Defesa da Autoridade Apostólica de
Paulo”. O texto áureo desta lição está registrado em 2ª Co 1.1, que diz “Paulo, apóstolo de
Jesus Cristo pela vontade de Deus [...]”. O comentarista, Pr. Elienai Cabral, extraiu do texto
base (2 Co 10.1-8, 17 e 18), a seguinte verdade prática “Sem a autoridade ministerial que
recebemos de nosso Senhor Jesus Cristo, jamais conseguiremos desempenhar com eficácia o
serviço cristão”. Este subsídio tem o objetivo de explorar profunda e exaustivamente este
assunto; não sendo, de forma alguma, a última palavra num assunto tão amplo. Espera-se
contribuir, assim, com os objetivos listados na lição bíblica que é: “conscientizar-se de que
sem a autoridade ministerial que recebemos de nosso Senhor Jesus Cristo, jamais
conseguiremos desempenhar com eficácia o serviço cristão; compreender que temos de andar
de acordo com as leis do Espírito, lutando sempre com as armas espirituais; e, explicar o
significado da palavra autoridade.”.1 Bons estudos!!!
Palavras-Chaves: Autoridade; Mansidão; Armas Espirituais; Defesa
Introdução
A palavra “autoridade”, do grego, “exousia”, literalmente, significa: “autoridade,
direito de mandar, liberdade ou direito de escolher, agir, possuir, controlar”. Paulo procura
com muita sabedoria exercer essa autoridade de forma que a usava apenas em momentos
bastantes críticos, como, ele mesmo menciona, preferia usá-la para com os opositores do
evangelho genuíno (2ª Co 10.2); e, se necessário, também, a usaria para defender o apostolado
que ele mesmo recebeu, não de mãos humanas, mas de Deus (1ª Co 1.1; 2ª Co 1.1; Gl 1.1; Ef
1.1; Col 1.1; 1ª Tm 1.1; 2ª Tm 1.1). Neste caso, o apostolado de Paulo foi uma dádiva
concedida pelo próprio Cristo, e para defender essa dádiva, ele, em alguns momentos,
precisava usar da autoridade que possuía.
Nesta lição, passaremos a conhecer um pouco mais sobre o apóstolo e essa defesa, de
que forma ele reagia às provocações adversárias e quais as armas que ele deveria usar para
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LIÇÕES BÍBLICAS. Jovens e Adultos. 1º Trimestre de 2010. CPAD, 2010. 70 p.
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enfrentar esta guerra. Enfim, teremos uma perspectiva a mais para somar ao comentário da
CPAD feito pelo Pr. Elienai Cabral.
Paulo responde aos seus adversários
A aspereza versus a delicadeza de Paulo (10.1,2). Quando, de primeira mão, nos
deparamos com texto de Paulo onde ele diz no primeiro versículo do capítulo 10: “Ora eu
mesmo, Paulo, vos rogo pela mansidão e benignidade de Cristo, eu que, na verdade, quando
presente entre vós, sou humilde, mas quando ausente, ousado para convosco;” nos trás a
impressão de uma conotação de falsidade ou até mesmo de medo, por parte de Paulo. Parecia
que, na presença da congregação na cidade de Corinto, Paulo teria receio de corrigi-los. Mas,
quando analisamos o texto como um todo, percebemos que o motivo que o levava a agir dessa
maneira: com humildade, ao estar presente, e, com ousadia, quando ausente, era meramente
pelo fato das emoções que envolvem qualquer ser humano, e o amor que sentia pelos cristãos
(1ª Co 4.6; 1ª Co 13.1-13), não só pelos crentes de Corinto, mas, também, por todos pelo qual
lutou, ganhando-os para Cristo. Paulo na verdade está se colocando no papel de pai dos
cristãos. Que pai que, quando necessário corrigir o seu filho, não fica incomodado, com certa
tristeza ao fazê-lo? A vontade é, voltar e abraçar o filho. Entretanto o pai precisa estar firme
em suas decisões para que, de fato, o filho aprenda, os valores corretos da vida, sabendo
distinguir entre o certo e o errado, o que pode ou não pode fazer.
Paulo se incomodava com a necessidade de corrigir os cristãos de “sua igreja” (2ª Co
10.2), principalmente quando estava junto deles, antes, preferia colocar toda sua autoridade e
ousadia para refutar aqueles que o julgavam de forma antecipada, e, sem conhecimento
nenhum. Elas apontavam o apóstolo como um fraco que andava segundo a carne. Em outras
palavras, Paulo estava dizendo que; mesmo não gostando de repreender os cristãos quando
junto deles, se necessário usaria da autoridade dada por Deus para manter a igreja de Cristo
segundo os preceitos de Cristo.
Humildade, ousadia, amor, tristeza, autoridade e fraqueza entre outros, são adjetivos
que ajudam a provar a humanidade de cada pessoa. Antes de tornarem-se discípulos, pastores,
missionários e obreiros que estão a serviço na casa Deus, todos, na verdade, são homens com
seus sentimentos e valores, e, evidentemente, estão propícios a erros e acertos, mas sobretudo
controlados pelo Espírito Santo de Deus.
Aqui Paulo apela aos coríntios no sentido de que tomem providências antes de ele chegar, e efetuar sua
terceira visita, de modo que ele não precise agir contra os crentes, como está determinado a fazer contra
os adversários que questionam a validade de seu apostolado (vv. 1-2). O apóstolo nega que aja de
acordo com padrões mundanos, assegurando a seus leitores que conduz seu ministério com as armas do
poder divino (vv. 3-5). Conclui informando a eles que está pronto para punir seus adversários em
Corinto, a partir do instante em que a obediência dos coríntios completar-se (v.6)2
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KRUSE, Colin G. The Second Epistle of Paul to the Corinthians – An Introducion and Comentary. Tradução
de Oswaldo Ramos. Revisão Liege Marucci, João Guimarães, Theófilo Vieira. Coordenação editorial e de
produção: Vera Villar. SOCIEDADE RELIGIOSA EDIÇÕES VIDA NOVA, 1994. 183 p.. (Série Cultura
Bíblica).
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Paulo fundamentava sua autoridade na mansidão e ternura de Cristo (10.1,2). Paulo
estava bastante triste com a “zombaria” dos opositores em Coríntios. Eles diziam que, o
apostolo era convincente com palavras expressas através do papel, ou seja, em cartas, mas não
tão esplêndido em pessoa. Para conter essa zombaria Paulo poderia ter usado de grande
demonstração de autoridade, mas preferiu usar da sabedoria dada por Deus e ensinar aos
coríntios mais uma grande lição. Ele exorta para que sejam eles inspirados pela mansidão e
pela ternura do próprio Cristo e abandonassem esses tolos padrões para julgar seu poder.
Paulo sempre procurou seguir a Cristo em todos os seus atos, “Sede meus imitadores, como
também eu o sou de Cristo” (1ª Co 11.1).
Ele suplica aos crentes de Corinto pela mansidão e benignidade de Cristo, dizendo que
se eles quisessem, ele, Paulo, poderia recorrer à medidas mais graves, mas, a exemplo de
Cristo, mesmo sendo o Todo-Poderoso, apenas poucas vezes se utilizou da autoridade que
tinha, portanto, Paulo, como um bom seguidor, prefere ser suave e manso como Cristo Jesus.
“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e
achareis descanso para as vossas almas” (Mt 11.29).
Andar na carne não significa viver na carne (10.3). Aos que diziam que o apostolo
andava segundo a carne, ou seja, como homem mundano, ele da à seguinte resposta; “Porque,
embora andando na carne, não militamos segundo a carne” Paulo em nenhum momento diz
não andar na carne, segundo as condições humanas. Pelo contrário, quando ele afirma isso, na
verdade, estava dizendo que, como qualquer ser humano, ele sentia dor, alegria, tristeza,
enfim. Ele era humano, sujeito às condições humanas, estava inserido na sociedade e mesmo
querendo não há a possibilidade de negar esse fato. Seus opositores julgavam por si só, como
se Paulo fosse influenciado por motivos carnais, um dos fatores que os levaram a acusar Paulo
dessa forma foi que eles pensavam que o desejo de favorecer ou o medo de ofender, é que não
deixava o apostolo exercer a sua autoridade quando presente.
"Andar na carne" significa fazer parte da natureza humana, e, portanto, sujeito às
tentações. O próprio Cristo, ao renunciar seu corpo de glória, encarnou e tornou-se homem, e,
como homem, também sofreu tentações, e essas diretamente de Satanás, ma não cedeu, pois
era santo. “Assim, tendo o Diabo acabado toda sorte de tentação, retirou-se dele até ocasião
oportuna.” (Lc 4.13). Em tudo isso Cristo não se contaminou, o que significa andar na carne,
ou seja, em forma humana, mas não segundo a “concupiscência da carne”, isto é, estar
seguindo os padrões negativos de pecado numa sociedade envolta em corrupção. Não ser
contaminado por pelo pecado realmente não é fácil, mas a Bíblia diz “Bem-aventurado o
homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos
pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores; antes tem seu prazer na lei do
Senhor, e na sua lei medita de dia e noite”.3
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Grifo meu
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Inimigos e armas espirituais do apostolado
O apostolo Paulo relata na epístola aos Filipenses no capítulo 3 e versículos 2 e 3 que
existem três tipos de inimigos do qual devemos ter cuidado “acautelai-vos dos cães;
acautelai-vos dos maus obreiros; acautelai-vos da falsa circuncisão. Porque a circuncisão
somos nós, que servimos a Deus em espírito, e nos gloriamos em Cristo Jesus, e não
confiamos na carne”. Paulo adverte-nos, portanto, contra três tipos de inimigos. Ele os
nomeia como: os cães, os maus obreiros e os adeptos da falsa circuncisão. Estes inimigos
ainda nos rodeiam, construindo muros para nos afastar da cruz e da graça. Seus rostos podem
não ser os mesmos dos do tempo do apóstolo, porque fizeram “plásticas” para disfarce,
enganando-nos. No entanto, continuam em ação, afastando pessoas da graça e completamente
afastados da graça. Entendamos então o sentido aplicado pelo apostolo no texto
mencionado acima.
Os inimigos visíveis: os cães. Quem são estes cães a que se refere o apóstolo Paulo?
Lembremos que, com exceção de uma passagem bíblica, quando os guerreiros de coragem e
prudentes são aqueles que, na história de Gideão, bebem água como os cachorros (Juízes 7:5),
trazendo água até a boca, a Bíblia representa os cães de uma maneira bastante negativa, bem
diferente dos nossos tempos, onde se tornaram animais de estimação convivendo
pacificamente entre as famílias. Aqui a visão bíblica repercute, no plano dos símbolos, o fato
dos cães, nos tempos antigos, estarem apenas semi-domesticados. Em Israel, por exemplo,
aqueles cães que não estavam a serviço da agropecuária (Isaías 56.10, Jó 30.1), se
alimentavam do que encontrassem pelos campos e cidades, fossem restos de comida (Lucas
16.21) e até de cadáveres (1ª Reis 14.11, Salmo 59.6,14), como fizeram com o corpo da
rainha Jezabel (2ª Reis 9.10).
Sabemos que os cães guardam pessoas e propriedades (Isaías 56.10, Jó 30.1), mas
também sabemos que se tornam perigosos quando deixam de escutar ao seu dono.
Veja o caso dos pitt bulls, traiçoeiros atacam até seus donos. Na dimensão espiritual, podemos
afirmar que os cães são os que se auto-elegem em guardiães da moral e da doutrina... sempre
apontando para os outros. Estão sempre de plantão para denunciar o erro alheio. Existem
cristãos especialistas em “latir” para avisar que seu irmão fraquejou. Paulo alerta para que
tenhamos cuidado essas pessoas. A graça, para eles, ficou na cruz, não podendo hoje ser mais
ministrada. São cães, negativamente falando, porque não ouvem mais a voz de Deus. Quando
a ouvem, é pela metade, somente para adaptar aos seus desejos e preceitos mundanos.
Pensamos também nestes cães como aqueles que só querem sugar, extrair de Cristo.
Pessoas vêm para igreja, ou ainda, estão dentro da igreja apenas para receber, só querem
bênçãos, mas quando se fala de responsabilidade, fogem! Pois não tem nenhum compromisso
com Deus, e querem ser tratados por Cristo como se eles fossem fiéis... Esses cães integram a
religião do "o que o Senhor vai me dar hoje?”, e não "o que darei eu ao Senhor por todos os
seus benefícios que tem trazido?” Jesus Cristo é firme em suas palavras quando diz: “Não
deis aos cães o que é santo, nem lanceis aos porcos as vossas pérolas, para não acontecer
que as calquem aos pés e, voltando-se, vos despedacem” (Mt 7.6).
O terceiro tipo de cão é encontrado no livro de Apocalipse, onde diz; “Ficarão de fora
os cães, os feiticeiros, os adúlteros, os homicidas, os idólatras e todo o que ama e pratica a
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mentira.” (Ap. 22.15). Esses cães que, de forma figurada, está expressa neste texto são os
pecadores rebeldes, aqueles que mesmo ouvindo a voz de Deus não as praticam, não se
arrependem de seus pecados, e, essa é a razão porque não terão direito de morar nos céus.
Aqueles que não permitem que a voz de Deus alcance o seu coração, que, em seu íntimo até
sabem que Jesus é o Senhor, mas seu coração não permite que seus lábios o confessem. Esses
chegam a pensar que do jeito que vive em no cristianismo, imaginam que se vive melhor no
mundo do que dentro da igreja. Pensam que o mundo é melhor do que Cristo, peca contra o
Espírito Santo quando não se deixa convencer por Ele, do pecado e do juízo certo que
enfrentará.
Os maus obreiros. A edificação do Corpo espiritual de Cristo é tarefa de todo aquele
que recebeu de Deus um dom e o exercita. Não há crente para quem Deus não tenha reservado
um dom, todos têm um chamado de Deus “E ele deu uns como apóstolos, e outros como
profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres,” (Ef 4.11). Existem
aqueles que ainda não deram oportunidade para Deus lhes mostrar qual é o seu, e nem se
preocupam em procurar “Ora, vós sois corpo de Cristo, e individualmente seus membros. E a
uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro
mestres, depois operadores de milagres, depois dons de curar, socorros, governos,
variedades de línguas. Porventura são todos apóstolos? são todos profetas? são todos
mestres? são todos operadores de milagres? Todos têm dons de curar? falam todos em
línguas? interpretam todos? Mas procurai com zelo os maiores dons. Ademais, eu vos
mostrarei um caminho sobremodo excelente.” Outros enterram os dons com medo de usar.
Todos os membros do Corpo de Cristo são obreiros de Deus. Cabe a nós escolher ser bons ou
maus obreiros. Os maus são aqueles que, não importando a sua função, buscam seus próprios
interesses, usando sua fé ou a dos outros para benefício próprio, são aqueles que fazem os
outros tropeçarem, que dificilmente leva uma pessoa a conhecer e ter um contato íntimo com
Deus, mas com palavras duras e atitudes anticristãs machucam, fere e maltratam as pessoas
levando-as para longe do Salvador. Movidos pela vaidade se auto-promovem, vêem nas
pessoas o patamar ideal para seu crescimento. Alguns obreiros estão no caminho do erro
porque visam seus próprios benefícios. Gostam de vencer para mostrar o quanto são
abençoados por Deus. Até fazem grandes obras, mas a motivação dessas obras tira-lhes o
valor, podem ser até vencedores, mas são triunfos vazios os seus porque são buscados
segundo os métodos da impiedade.
Os bons obreiros não adoram visando o auto-elogio ou o aplauso, porque seu culto é
uma verdadeira celebração, prestado para honra de Deus, e não própria. É verdade que Jesus
nos torna, espiritualmente, mais fortes, mesmo nós sendo fracos, Ele nos enche do Seu
poder... do poder do Espírito Santo. Assim, nos tornamos capazes para viver e para conviver
com todos, tornando-nos fortes para amar, fortes para respeitar, fortes para cuidar. Devemos
confiar na cruz (e não na carne). Aprendamos de uma vez por todas: quando nos sentimos
fortes, segundo nossa confiança própria, então, na verdade, estamos fracos, à beira do
desânimo. Quando nos achamos os bons, segundo o preceito secular, é que pecamos com
mais sofisticação, quando nos firmamos na carne, nossos pés resvalam para o buraco. Temos
de entender que o patamar na qual Jesus nos coloca não significa que o alcançamos por
méritos próprios, e é bom nem pensarmos assim, pois não há merecimento nenhum em nós. É
a graça de Jesus que veio até nós. Não foi o nosso esforço que nos levou a Ele, mas sua
misericórdia que O trouxe a nós.
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Os da falsa circuncisão. O apóstolo Paulo se refere aqui aos judaizantes, que achavam
que os não judeus tinham que se fazerem judeus para se tornarem cristãos. Há ainda cristãos
tão legalistas que temos de nos perguntar se suas crenças são realmente cristãs. Dizem-se
tanto serem santos que acabam por se convencer a si próprios dessa “falsa verdade”, quando
que por dentro estão como sepulcros caiados: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!
porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos,
mas por dentro estão cheios de ossos e de toda imundícia. Assim também vós exteriormente
pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade. Ai de
vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque edificais os sepulcros dos profetas e adornais os
monumentos dos justos, e dizeis: Se tivéssemos vivido nos dias de nossos pais, não teríamos
sido cúmplices no derramar o sangue dos profetas” (Mt 23.27-30).
Pessoas pregam um evangelho onde o sofrimento não é permitido na vida de um
cristão, mas acabamos de mencionar partículas da carta do apóstolo Paulo onde ele expõe
esses inimigos conhecidos como inimigo da graça ou inimigo da cruz, provando que a falsa
teologia do “não sofrimento” não passa de mitológica. Como verdadeiros cristãos, sofremos
todos os tipos de investidas por amor de Cristo, não só no âmbito físico, os chamados
inimigos visíveis, mas, também, na dimensão espiritual, e, essa, com maior intensidade.
Os inimigos invisíveis. A Bíblia diz: “pois não é contra carne e sangue que temos que
lutar, mas sim contra os principados, contra as potestades, conta os príncipes do mundo
destas trevas, contra as hostes espirituais da iniqüidade nas regiões celestes.” (Ef 6.12). O
apóstolo menciona nessa passagem que nosso maior desafio, não está no que os olhos podem
ver, mas, sim, no que está oculto, no que é intangível, embora possamos sentir e perceber.
Satanás e seus anjos são o maior desafio do cristão e de qualquer ser humano. Sabemos que o
diabo está rugindo como leão procurando a quem possa tragar (1ª Pe. 5.8, 9). Enquanto
ficamos despercebidos, exércitos de Satanás traçam metas para destruir vidas. Angústias,
depressão e desilusão levam a cada dia centenas de pessoas a morte, mas como vencer essa
batalha se não é uma guerra material, se com armas físicas não podemos atingí-las? Sendo
uma guerra espiritual como alguém pode sobreviver? A resposta vem do apostolo onde diz;
Precisamos ser "fortalecidos no Senhor e na força do seu poder" (Ef 6.10) e devemos vestir
"toda a armadura de Deus" (Ef 6.11,13).4
As armaduras de Deus
O cinto (Ef 6. 14) diz respeito à verdade. “Santifica-os na verdade, a tua palavra é a
verdade.” (Jo 17.17). A palavra de Deus deve estar sempre envolvendo o nosso meio, sem
essa palavra toda a armadura vem ao chão, não há sustentabilidade.
A couraça (Ef 6.15) diz respeito à justiça de Deus “Porque não me envergonho do
evangelho, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu,
e também do grego. Porque no evangelho é revelada, de fé em fé, a justiça de Deus, como
está escrito: Mas o justo viverá da fé.” (Rm 1.16,17). O cristão que vive segundo o Evangelho
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de Cristo e deposita toda sua fé nesse Evangelho, e no precursor que é Cristo está protegendo
seu coração do mal.
Os calçados (Ef 6.15) é o Evangelho da paz. Esse evangelho é uma arma poderosa
para vencer batalhas, ele é a arma de resgate perfeita, pois através do evangelho de Cristo
levamos pessoas a conhecer o poder e a bondade de Deus, tirando-as das mãos de Satanás.
Pregando o evangelho da paz salvamos vidas da destruição na batalha.
O escudo (Ef 6.16) diz respeito à fé. A fé é o escudo do cristão contra “todos os
dardos inflamados do maligno”. Quando estamos em Cristo e depositamos toda nossa fé
nEle, então tudo pode ser vencido “Posso todas as coisas naquele que me fortalece”
(Fl.4.13). A fé foi entregue por Deus a cada um, “Amados, enquanto eu empregava toda a
diligência para escrever-vos acerca da salvação que nos é comum, senti a necessidade de vos
escrever, exortando-vos a pelejar pela fé que de uma vez para sempre foi entregue aos
santos” (Judas 3). E cabe a nós usá-la com sabedoria.
A espada (Ef 6.17) é a Palavra de Deus. A Palavra de Deus é a única arma ofensiva
que o cristão precisa ter para ganhar uma batalha espiritual. Hebreus no capítulo de número 4
e versículo 12 diz: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que
qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e
medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb. 4.12).
Tomemos, pois, essa armadura e revestimo-nos do poder de Deus, e, assim saiamos
como verdadeiros guerreiros espirituais para saquear o inimigo de nossas almas, granjeando
vidas para o reino de Deus, e quando as lutas e toda sorte de mal nos sobrevier, então
estaremos firmados na graça do Evangelho e na cruz de Cristo.
A perspectiva de Paulo sobre autoridade
Após refutar os questionamentos dos opositores em Corinto, o apóstolo demonstra
mais uma vez a sua autoridade expressa principalmente no versículo 6, onde ele afirma que,
se preciso for, eles seriam duros na correção, por que a obra de Deus não pode ser levada de
qualquer maneira. O apóstolo, contudo, continua dizendo que os cristãos estavam olhando a
situação segundo a aparência. Eles viam Paulo como fraco e mundano, e eles, como sendo de
Cristo. Mas, o apóstolo trás a memória daquelas pessoas que “Se alguém confia de si mesmo
que é de Cristo, pense outra vez isto consigo que, assim como ele é de Cristo, também nós o
somos.” Ou seja, se eles os opositores dizem ser de Cristo, por que Paulo e seus
companheiros não poderiam, também, ser? O apóstolo confirma que ele se gloria um pouco
sobre a autoridade que ele e seus companheiros possuem. Como não se gloriar? Existe, pois
no mundo algo mais lindo que os dons que Deus entrega a cada um? Paulo estava afirmando
para aqueles incrédulos que eles sim podem dizer que é de Deus, pois pregavam o que vivia, e
vivia o que pregam. Como Paulo pregava e vivia segundo Cristo, e Cristo vivia no apóstolo.
A questão é: muitos dizem ser cristãos, mas não são, e não vivem segundo o que afirmam.
Outros dizem ser crentes, mas precisam entender que somente o são, não por méritos próprios,
pois isso é dom de Deus. No livro de Eclesiastes no capítulo 5 e versículo 19 diz: “E quanto
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ao homem a quem Deus deu riquezas e bens, e poder para desfrutá-los, receber o seu
quinhão, e se regozijar no seu trabalho, isso é dom de Deus.” Porque não é aprovado por
Deus o homem que a si mesmo se louva, mais sim aquele a quem o Senhor louva.
Conclusão
Pudemos perceber de uma forma maravilhosa a autoridade do apostolo Paulo frente o
ministério que Deus o outorgou, sua defesa persistente e comovente de um Evangelho que
cura. Independente da situação, independente do nível de destruição que está na alma das
pessoas, esse evangelho cura!! A prova é que todos os envolvidos nesse debate perceberam a
manifestação da glória de Deus. Problemas, lutas e batalhas incessantes, todos enfrentaremos,
mas em Cristo seremos como o apóstolo afirma: mais que vencedores. E, se morrermos
defendendo esse Evangelho, isso para nós deve ser vida, ser lucro, pois o apóstolo afirma:
“segundo a minha ardente expectativa e esperança, de que em nada serei confundido; antes,
com toda a ousadia, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja
pela vida, seja pela morte. Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro.” (Fp
1.20,21).5
Referências
BÍBLIA. Português. Bíblia de Referência Thompson. Ed. Vida.
BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Plenitude. Sociedade Bíblica do Brasil.
BUCKLAND. Rev. A.R, M.A. Dicionário bíblico universal, 6ª Edição, Miami, traduzido por
Editora Vida – 1981.
CHAMPLIN, Russel Norman. O Novo Testamento Interpretado: versículo por versículo –
volume 4. R. N. Champlin, Ph. D. 9ª: Reimpressão – São Paulo: CANDEIA, 1995.
KRUSE, Colin G. The Second Epistle of Paul to the Corinthians – An Introducion and
Comentary. Tradução de Oswaldo Ramos. Revisão Liege Marucci, João Guimarães, Theófilo
Vieira. Coordenação editorial e de produção: Vera Villar. SOCIEDADE RELIGIOSA
EDIÇÕES VIDA NOVA, 1994. 145 p.. (Série Cultura Bíblica).
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