1. O documento discute as três vontades de Deus: a vontade intencional, a vontade circunstancial e a vontade última.
2. A vontade intencional de Deus é seu desejo ideal, sem interferências. A vontade circunstancial se refere às decisões tomadas diante das circunstâncias. A vontade última é alcançada mesmo através do mal.
3. É importante distinguir essas três vontades para não atribuir a Deus o sofrimento causado pelo homem ou circunstân
Mircea Eliade Ocultismo Bruxaria E Correntes CulturaisInge Christmann
Este capítulo discute como um historiador das religiões pode contribuir para a compreensão de movimentos culturais contemporâneos. O autor analisa como um artista moderno redescobriu mitologias antigas de forma não intencional, mostrando como ideias religiosas podem influenciar a cultura de forma sutil e indireta.
Este capítulo descreve como o autor aprendeu a andar na autoridade que Deus lhe deu através de uma experiência transformadora. Durante reuniões onde o Espírito de Deus estava fortemente presente, o autor declarou profeticamente que havia pecado na plataforma e que Deus iria expor quem não se arrependesse. Isso o ajudou a compreender melhor a necessidade de andar na autoridade dada por Deus.
O livro de Daniel contém histórias e visões proféticas que ocorreram durante o cativeiro babilônico. Daniel, um judeu levado cativo à Babilônia, serviu fielmente a Deus sob os reinos babilônico e medo-persa, interpretando sonhos e sobrevivendo provas. Suas visões profetizam sobre os reinos mundiais e eventos futuros que levariam ao estabelecimento do reino de Deus.
Keputusan Yayasan Aisyiyah Bustanul Athfal Kabupaten Muna mengangkat kembali tiga guru tetap yayasan di TK Aisyiyah Bustanul Athfal 17 Batalaiworu untuk mengisi kekosongan guru dan mendukung proses pembelajaran, yakni Sitti Haslia, Wa Ode Eknaayanthi, dan Sitti Asni Aryanti.
A última mensagem do ano (sermão inédito de c.h.spurgeon)Deusdete Soares
Este documento é um sermão de Charles Spurgeon pregado no último domingo de 1873. Nele, Spurgeon discute o versículo João 6:37, enfatizando três pontos: 1) Há apenas um caminho para a salvação, que é vir a Cristo; 2) Este caminho será usado por alguns, escolhidos pelo Pai; 3) Todos que vierem por este caminho serão salvos, pois Cristo não os rejeitará. O sermão defende a exclusividade, onipotência e gratuidade da graça divina na salvação
A cura de cristo como recebê la (t. l. osborn)Deusdete Soares
O documento descreve sete passos para receber a cura de Cristo. O primeiro passo é entender que a idade dos milagres não passou e que a cura faz parte do ministério de Cristo hoje. O segundo passo é conhecer as promessas de Deus de curar nas Escrituras e acreditar que elas se aplicam pessoalmente. O terceiro passo é compreender que Deus quer o bem-estar e que a doença vem de Satanás, não de Deus.
Mircea Eliade Ocultismo Bruxaria E Correntes CulturaisInge Christmann
Este capítulo discute como um historiador das religiões pode contribuir para a compreensão de movimentos culturais contemporâneos. O autor analisa como um artista moderno redescobriu mitologias antigas de forma não intencional, mostrando como ideias religiosas podem influenciar a cultura de forma sutil e indireta.
Este capítulo descreve como o autor aprendeu a andar na autoridade que Deus lhe deu através de uma experiência transformadora. Durante reuniões onde o Espírito de Deus estava fortemente presente, o autor declarou profeticamente que havia pecado na plataforma e que Deus iria expor quem não se arrependesse. Isso o ajudou a compreender melhor a necessidade de andar na autoridade dada por Deus.
O livro de Daniel contém histórias e visões proféticas que ocorreram durante o cativeiro babilônico. Daniel, um judeu levado cativo à Babilônia, serviu fielmente a Deus sob os reinos babilônico e medo-persa, interpretando sonhos e sobrevivendo provas. Suas visões profetizam sobre os reinos mundiais e eventos futuros que levariam ao estabelecimento do reino de Deus.
Keputusan Yayasan Aisyiyah Bustanul Athfal Kabupaten Muna mengangkat kembali tiga guru tetap yayasan di TK Aisyiyah Bustanul Athfal 17 Batalaiworu untuk mengisi kekosongan guru dan mendukung proses pembelajaran, yakni Sitti Haslia, Wa Ode Eknaayanthi, dan Sitti Asni Aryanti.
A última mensagem do ano (sermão inédito de c.h.spurgeon)Deusdete Soares
Este documento é um sermão de Charles Spurgeon pregado no último domingo de 1873. Nele, Spurgeon discute o versículo João 6:37, enfatizando três pontos: 1) Há apenas um caminho para a salvação, que é vir a Cristo; 2) Este caminho será usado por alguns, escolhidos pelo Pai; 3) Todos que vierem por este caminho serão salvos, pois Cristo não os rejeitará. O sermão defende a exclusividade, onipotência e gratuidade da graça divina na salvação
A cura de cristo como recebê la (t. l. osborn)Deusdete Soares
O documento descreve sete passos para receber a cura de Cristo. O primeiro passo é entender que a idade dos milagres não passou e que a cura faz parte do ministério de Cristo hoje. O segundo passo é conhecer as promessas de Deus de curar nas Escrituras e acreditar que elas se aplicam pessoalmente. O terceiro passo é compreender que Deus quer o bem-estar e que a doença vem de Satanás, não de Deus.
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O cerco de samaria - lockdown em tempos bíblicos Obed Souza
O documento descreve o cerco de Samaria imposto pelos sírios, que levou a uma grande fome entre os israelitas. Quatro leprosos decidiram ir ao acampamento sírio em busca de comida e encontraram-no vazio, tendo Deus assustado os sírios. Eles então levaram comida para Samaria, encerrando o cerco.
Lição 5 - Amando e Resgatando a Pessoa DesgarradaÉder Tomé
A lição discute a importância de resgatar aqueles que se afastaram de Deus, interpretando as parábolas da ovelha e da dracma perdidas. Ensina que Deus busca com alegria o pecador arrependido e que devemos nos empenhar em ajudar aqueles que se desgarraram, demonstrando interesse em sua volta sem julgamentos.
A Bíblia menciona a palavra "alma" 852 vezes. Mas, em nenhum texto afirma-se que a alma não morre ou que seja imortal.
Porém, diversas passagens mostram que a alma está sujeita a morte e, é mortal. O texto de Ezequiel 18.4,20, por exemplo ensina que a alma morre e, além disso, diz que é o pecado que a mata (veja: Romanos 6.23).
Ellen White comia carne depois da Reforma de Saúde(1863)?ASD Remanescentes
Este documento discute o consumo de carne por Ellen White ao longo do tempo. Ele mostra que Ellen White consumia carne de veado, pato e peixe em suas viagens no passado, mas que ela se tornou vegetariana após 1894 depois de um acampamento em Brigthon. Sua transição para o vegetarianismo ocorreu gradualmente ao longo de décadas.
Enchimento do espírito santo emanuel rev01Luiza Dayana
O documento discute o batismo no Espírito Santo e suas duas obras na vida dos crentes: 1) O Espírito Santo veio morar em você, transformando sua conduta. 2) Ele quer encher você com poder, como prometido em Atos, para que você seja testemunha de Deus. O texto convida os encontristas a receberem este dom do Espírito Santo por meio da oração.
Eu não aceito as propostas de Faraó (satanás)Almy Alves
O documento compara a história bíblica da libertação dos judeus do Egito sob a liderança de Moisés com a libertação espiritual do pecado. Apresenta as propostas de Faraó para que os judeus continuassem servindo a outros deuses no Egito, as quais Moisés recusou para levar seu povo a servir somente ao Senhor longe do sistema pecaminoso representado pelo Egito.
O documento discute os vícios e males que atormentam a vida humana, incluindo o orgulho. A primeira lição explica que o orgulho é um sentimento exagerado de si mesmo que leva as pessoas a se colocarem acima dos outros e dificulta receber críticas ou mudar de atitude. O orgulho afasta as pessoas de Deus e causa problemas como corrupção, desonra e humilhação. A humildade é apresentada como o antídoto contra o orgulho.
O documento contém 23 perguntas e respostas sobre o livro bíblico de Daniel. As perguntas cobrem detalhes como os nomes dos três amigos de Daniel, o sonho de Nabucodonosor, a adoração à estátua de ouro e o episódio da cova de leões. O documento também fornece o gabarito com as respostas corretas e citações bíblicas para cada pergunta.
1. Muitas pessoas precisam de cura interior para aceitar a si mesmas, lidar com feridas emocionais do passado, e estabelecer relacionamentos saudáveis.
2. A cura interior envolve enfrentar verdades sobre si mesmo através do poder do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para libertar-se de mentiras, medos e comportamentos negativos.
3. A cura da alma trata de áreas como a mente, vontade e emoções, para que a pessoa possa viver em paz interior e rel
Surat pengantar dari Ketua RT 005/013 Kelurahan Rorotan Kecamatan Cilincing Jakarta Utara untuk warga bernama tertentu yang berisi identitas diri warga tersebut seperti NIK, tempat/tanggal lahir, pekerjaan, agama, status pernikahan, kewarganegaraan, dan alamat tempat tinggal untuk proses tindak lanjut ke tingkat selanjutnya.
Este documento é um prefácio para o livro "Mil Esboços para Sermões" e contém: 1) Uma explicação de que os esboços não têm a intenção de incentivar a preguiça, mas sim de servir como esqueletos para os leitores desenvolverem sermões completos; 2) Uma oração para que os esboços "vivam" e salvem muitas pessoas; 3) Uma nota de que a obra contém esboços de autoria própria e de outros autores, fruto de pesquisa ao longo de anos.
Dokumen tersebut berisi tentang pemberitahuan berakhirnya masa jabatan kepala desa dan persiapan pemilihan kepala desa baru di Desa Bekasi. Dokumen tersebut memberikan informasi tentang dasar hukum, fakta-fakta, dan tindak lanjut yang perlu dilakukan terkait pemilihan kepala desa seperti penyampaian rencana pencalonan, pelaporan, dan pembentukan panitia pemilihan.
1) Jacó teve um encontro transformador com Deus em um lugar chamado Peniel, onde ele lutou com um homem até o amanhecer e sua coxa foi deslocada.
2) Para ter esse encontro, Jacó precisou enfrentar seu passado e ficar sozinho, para refletir profundamente.
3) Durante a luta, Deus quebrou as resistências de Jacó e o confrontou com sua verdadeira identidade como "enganador", para que ele pudesse se arrepender e ser transformado.
Dokumen tersebut merangkum kerangka isi makalah evaluasi diri untuk program seleksi Guru Berprestasi. Makalah ini terdiri dari empat bab yang mencakup latar belakang motivasi mengikuti program, prestasi yang mendukung kualifikasi menjadi guru berprestasi, kontribusi di keluarga dan masyarakat, serta rencana peningkatan mutu pendidikan di masa depan. Lampiran dokumen mencakup pedoman pengisian portofolio dan instrumen penila
O documento discute as diferenças entre um pastor verdadeiro e um "assalariado", que serve por motivações egoístas. Um pastor verdadeiro cuida do rebanho motivado por gratidão a Deus, enquanto um assalariado lida com motivações egoístas e acaba prejudicando o rebanho. O autor também destaca os desafios e privilégios da função pastoral de cuidar do povo de Deus.
Estamos diante de um texto que mostra a misericórdia (Do lat. misericordia. S. f. 1. Compaixão suscitada pela miséria alheia. 2 - Graça, perdão. de Deus para com o ser humano).
O ITG - Instituto Teológico Gamaliel, atualmente na condição de Maior Portal de Teologia do Brasil, atua na formação teológica de homens e mulheres, fornecendo-lhes cursos de teologia nos níveis. http://www.institutogamaliel.com
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O cerco de samaria - lockdown em tempos bíblicos Obed Souza
O documento descreve o cerco de Samaria imposto pelos sírios, que levou a uma grande fome entre os israelitas. Quatro leprosos decidiram ir ao acampamento sírio em busca de comida e encontraram-no vazio, tendo Deus assustado os sírios. Eles então levaram comida para Samaria, encerrando o cerco.
Lição 5 - Amando e Resgatando a Pessoa DesgarradaÉder Tomé
A lição discute a importância de resgatar aqueles que se afastaram de Deus, interpretando as parábolas da ovelha e da dracma perdidas. Ensina que Deus busca com alegria o pecador arrependido e que devemos nos empenhar em ajudar aqueles que se desgarraram, demonstrando interesse em sua volta sem julgamentos.
A Bíblia menciona a palavra "alma" 852 vezes. Mas, em nenhum texto afirma-se que a alma não morre ou que seja imortal.
Porém, diversas passagens mostram que a alma está sujeita a morte e, é mortal. O texto de Ezequiel 18.4,20, por exemplo ensina que a alma morre e, além disso, diz que é o pecado que a mata (veja: Romanos 6.23).
Ellen White comia carne depois da Reforma de Saúde(1863)?ASD Remanescentes
Este documento discute o consumo de carne por Ellen White ao longo do tempo. Ele mostra que Ellen White consumia carne de veado, pato e peixe em suas viagens no passado, mas que ela se tornou vegetariana após 1894 depois de um acampamento em Brigthon. Sua transição para o vegetarianismo ocorreu gradualmente ao longo de décadas.
Enchimento do espírito santo emanuel rev01Luiza Dayana
O documento discute o batismo no Espírito Santo e suas duas obras na vida dos crentes: 1) O Espírito Santo veio morar em você, transformando sua conduta. 2) Ele quer encher você com poder, como prometido em Atos, para que você seja testemunha de Deus. O texto convida os encontristas a receberem este dom do Espírito Santo por meio da oração.
Eu não aceito as propostas de Faraó (satanás)Almy Alves
O documento compara a história bíblica da libertação dos judeus do Egito sob a liderança de Moisés com a libertação espiritual do pecado. Apresenta as propostas de Faraó para que os judeus continuassem servindo a outros deuses no Egito, as quais Moisés recusou para levar seu povo a servir somente ao Senhor longe do sistema pecaminoso representado pelo Egito.
O documento discute os vícios e males que atormentam a vida humana, incluindo o orgulho. A primeira lição explica que o orgulho é um sentimento exagerado de si mesmo que leva as pessoas a se colocarem acima dos outros e dificulta receber críticas ou mudar de atitude. O orgulho afasta as pessoas de Deus e causa problemas como corrupção, desonra e humilhação. A humildade é apresentada como o antídoto contra o orgulho.
O documento contém 23 perguntas e respostas sobre o livro bíblico de Daniel. As perguntas cobrem detalhes como os nomes dos três amigos de Daniel, o sonho de Nabucodonosor, a adoração à estátua de ouro e o episódio da cova de leões. O documento também fornece o gabarito com as respostas corretas e citações bíblicas para cada pergunta.
1. Muitas pessoas precisam de cura interior para aceitar a si mesmas, lidar com feridas emocionais do passado, e estabelecer relacionamentos saudáveis.
2. A cura interior envolve enfrentar verdades sobre si mesmo através do poder do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para libertar-se de mentiras, medos e comportamentos negativos.
3. A cura da alma trata de áreas como a mente, vontade e emoções, para que a pessoa possa viver em paz interior e rel
Surat pengantar dari Ketua RT 005/013 Kelurahan Rorotan Kecamatan Cilincing Jakarta Utara untuk warga bernama tertentu yang berisi identitas diri warga tersebut seperti NIK, tempat/tanggal lahir, pekerjaan, agama, status pernikahan, kewarganegaraan, dan alamat tempat tinggal untuk proses tindak lanjut ke tingkat selanjutnya.
Este documento é um prefácio para o livro "Mil Esboços para Sermões" e contém: 1) Uma explicação de que os esboços não têm a intenção de incentivar a preguiça, mas sim de servir como esqueletos para os leitores desenvolverem sermões completos; 2) Uma oração para que os esboços "vivam" e salvem muitas pessoas; 3) Uma nota de que a obra contém esboços de autoria própria e de outros autores, fruto de pesquisa ao longo de anos.
Dokumen tersebut berisi tentang pemberitahuan berakhirnya masa jabatan kepala desa dan persiapan pemilihan kepala desa baru di Desa Bekasi. Dokumen tersebut memberikan informasi tentang dasar hukum, fakta-fakta, dan tindak lanjut yang perlu dilakukan terkait pemilihan kepala desa seperti penyampaian rencana pencalonan, pelaporan, dan pembentukan panitia pemilihan.
1) Jacó teve um encontro transformador com Deus em um lugar chamado Peniel, onde ele lutou com um homem até o amanhecer e sua coxa foi deslocada.
2) Para ter esse encontro, Jacó precisou enfrentar seu passado e ficar sozinho, para refletir profundamente.
3) Durante a luta, Deus quebrou as resistências de Jacó e o confrontou com sua verdadeira identidade como "enganador", para que ele pudesse se arrepender e ser transformado.
Dokumen tersebut merangkum kerangka isi makalah evaluasi diri untuk program seleksi Guru Berprestasi. Makalah ini terdiri dari empat bab yang mencakup latar belakang motivasi mengikuti program, prestasi yang mendukung kualifikasi menjadi guru berprestasi, kontribusi di keluarga dan masyarakat, serta rencana peningkatan mutu pendidikan di masa depan. Lampiran dokumen mencakup pedoman pengisian portofolio dan instrumen penila
O documento discute as diferenças entre um pastor verdadeiro e um "assalariado", que serve por motivações egoístas. Um pastor verdadeiro cuida do rebanho motivado por gratidão a Deus, enquanto um assalariado lida com motivações egoístas e acaba prejudicando o rebanho. O autor também destaca os desafios e privilégios da função pastoral de cuidar do povo de Deus.
Estamos diante de um texto que mostra a misericórdia (Do lat. misericordia. S. f. 1. Compaixão suscitada pela miséria alheia. 2 - Graça, perdão. de Deus para com o ser humano).
O ITG - Instituto Teológico Gamaliel, atualmente na condição de Maior Portal de Teologia do Brasil, atua na formação teológica de homens e mulheres, fornecendo-lhes cursos de teologia nos níveis. http://www.institutogamaliel.com
Este documento é uma edição de janeiro de 2009 de uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha. Ele discute como a Palavra de Deus pode restaurar e curar as feridas da alma, afirmando que a única solução para isso é a Palavra do Senhor e que devemos caminhar com base na nossa identidade em Cristo como filhos de Deus e amigos de Cristo.
Deus não é o autor do pecado, mas Ele o permite e o ordena para Seus próprios bons propósitos. Embora termos como "causa" tenham sido evitados historicamente por implicar culpa, podemos dizer que Deus causa o pecado se não implicar culpa, mas apenas eficiência. A distinção entre causas remotas e imediatas ajuda a distinguir a agência de Deus da das criaturas, mas não resolve totalmente o problema.
Este documento discute a misericórdia de Deus para com o homem a partir do relato bíblico em I Crônicas 21:10-13 sobre Deus oferecendo três punições a Davi para escolher após pecar. Apesar da desobediência de Davi, Deus demonstra Sua misericórdia ao dar a ele escolha na punição. O texto também reflete sobre como a confiança no Senhor, em Sua misericórdia, pode transformar defeitos em virtudes e mudar o mundo.
O documento descreve a misericórdia de Deus para com Davi após ele pecar ao contar o povo de Israel. Deus ofereceu três punições para Davi escolher, e Davi escolheu cair nas mãos de Deus por Sua grande misericórdia. A narrativa mostra como Deus é compassivo com a humanidade, apesar dos pecados cometidos.
Este capítulo discute a importância da verdadeira masculinidade e pureza sexual. Ele enfatiza Jó como um modelo bíblico de integridade, que fez uma "aliança com os olhos" para não cobiçar mulheres. Também discute como o autor estabeleceu sua própria aliança com os olhos para acabar com a impureza.
Este capítulo discute a passagem bíblica sobre as "duas testemunhas" mencionadas em Apocalipse 11. Apresenta três pontos principais:
1. A palavra usada para "corpos" está no singular na língua original, sugerindo que se refere a um único grupo ou entidade, não necessariamente a dois indivíduos.
2. Isso abre a possibilidade das duas testemunhas representarem um corpo maior de pessoas, não apenas duas figuras históricas como Moisés e Elias.
3. A profecia bíblica
O documento discute a importância de não distorcer as profecias e palavras de Deus, citando exemplos de como versículos bíblicos foram mal interpretados no passado, levando a consequências negativas. A Bíblia deve ser entendida pelo contexto e com o guia do Espírito Santo para evitar heresias.
Este documento discute a importância da pergunta "Quem é Jesus para mim?" e convida o leitor a buscar respostas nesta questão com base na Bíblia. Primeiramente, apresenta a visão de C.S. Lewis de que Jesus não pode ser considerado apenas um grande mestre, mas sim o Filho de Deus. Em seguida, explica que este livro responderá perguntas sobre a identidade, propósito e realizações de Jesus e por que devemos nos importar com isso. Por fim, convida o leitor a buscar respostas nestas questões com base na Palavra de
Este documento discute três perguntas importantes sobre Jesus: (1) Por que Jesus teve de morrer? A resposta é que Ele morreu para satisfazer a justiça e o amor de Deus, levando a maldição do pecado em nosso lugar; (2) Como Deus pode me amar? O amor de Deus é demonstrado pelo grande sacrifício de enviar Seu Filho único para morrer por nós, mesmo sendo nós indignos; (3) E se eu não amar a Deus? Rejeitar a Deus resulta na ira eterna de Deus, não na aniqu
Livro ebook-8-razoes-por-que-os-homens-nao-creem-no-evangelhoLucas Santos
1. O documento resume 8 razões de Thomas Boston para a rejeição do evangelho pelo homem pecador: a falta de senso da própria miséria espiritual, nenhuma visão da própria iniquidade, não perceber a ira de Deus, desconhecer a própria incapacidade, não sentir a necessidade de Cristo, não ver a própria indignidade, não se preocupar com as necessidades da alma, não estar satisfeito com Cristo mas com as próprias realizações.
O documento é uma carta endereçada a um homem homossexual, oferecendo conselhos e perspectiva bíblica sobre a questão. A carta afirma que (1) a homossexualidade não é o pior pecado possível e que todos são pecadores; (2) os conselhos comuns de "resistir" e "evitar tentações" não funcionam, pois o pecado está dentro de nós; e (3) a única solução é encontrar liberdade através da graça de Cristo, como descrito em Romanos 8.
A lição aborda os seguintes tópicos:
1) A bondade é uma qualidade gerada por Deus no coração dos que nasceram de novo;
2) A maior demonstração da bondade de Deus é ter enviado Seu Filho para morrer por nós;
3) O primeiro homicídio registrado na Bíblia foi Caim matando seu irmão Abel por inveja.
Este documento discute a doutrina do pecado original no Metodismo e a graça de Deus. [1] O pecado original levou à queda do homem e da mulher, afastando-os de Deus e uns dos outros. [2] Apesar disso, Deus oferece sua graça preveniente a todos, não por méritos humanos, mas por seu amor misericordioso. [3] Cristo é a maior expressão da graça divina, oferecendo salvação a todos independentemente de quem sejam.
Mortificação do Pecado 3 - Christopher LoveSilvio Dutra
Exposição da seguinte passagem bíblica: “Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis.” (Romanos 8.13)
O documento discute três pontos principais:
1) A Bíblia não deve ser interpretada de acordo com a vontade humana, mas sim inspirada pelo Espírito Santo.
2) Muitos distorcem as palavras da Bíblia para justificar suas ações, como no caso do homem que arrancou os próprios olhos.
3) A interpretação correta da Bíblia requer entendimento do contexto e orientação do Espírito Santo.
Por que Deus permite o sofrimento dos homens?João Batista
O documento discute por que Deus permite o sofrimento humano. Aponta que embora Deus seja onipresente e onisciente, Ele deu aos humanos livre arbítrio, então não pode impedir todas as ações ruins. Além disso, algumas vezes permite sofrimento para fortalecer a fé, como no caso de Jó. Apesar da injustiça, Jesus promete recompensa no céu para os que sofrem.
1) O documento discute a morte predeterminada de Cristo no propósito de Deus, não como uma emergência, mas como parte do plano eterno de Deus.
2) Cristo morreu na cruz de forma voluntária para sofrer a maldição de Deus contra o pecado em nome de seu povo.
3) A morte de Cristo na cruz foi prefigurada e predita, cumprindo o plano de Deus para redimir aqueles que crêem em Jesus.
A doutrina da absoluta inabilidade humana john mac arthurDeusdete Soares
O documento resume a doutrina da absoluta inabilidade humana segundo o pastor John MacArthur. Ele argumenta que (1) os seres humanos estão espiritualmente mortos devido ao pecado e incapazes de se salvar sem a intervenção divina, (2) Deus deve regenerar e justificar os pecadores através de Seu poder, não de sua própria vontade, e (3) somente aqueles escolhidos e chamados por Deus podem crer e se salvar, não por sua própria capacidade.
Semelhante a Leslie d. weatherhead as três-vontades_de_deus - (20)
A empresa está enfrentando desafios financeiros devido à queda nas vendas e precisa cortar custos. O departamento de marketing será reestruturado e alguns funcionários serão demitidos, enquanto outros serão transferidos para novas funções. Uma consulta externa foi contratada para ajudar a empresa a se reorganizar e voltar ao crescimento.
Este documento descreve a história dos mártires cristãos no Coliseu de Roma. Relata como os primeiros cristãos eram executados no anfiteatro para entretenimento do público pagão e como a arena se tornou um local sagrado para os cristãos, que erigiram estações da Via Sacra em memória dos mártires. No entanto, recentemente o governo italiano removeu os símbolos cristãos do local, para desgosto dos que o consideram um monumento sagrado.
Os 100 acontecimentos mais importantes da história do cristianismo a. kenne...Aristoteles Rocha
O documento descreve os 100 eventos mais importantes da história do cristianismo desde o incêndio de Roma até o crescimento da igreja na China. O prefácio discute o propósito da lista e como ela foi compilada, enquanto a introdução fornece contexto sobre o início do período coberto e a organização dos eventos.
O que o ato conjugal significa para o homem tim e beverly lahayeAristoteles Rocha
Este documento discute o significado do sexo para os homens. Afirma que o ato sexual é importante para os homens por satisfazer seu instinto sexual e seu senso de masculinidade. Explica que os homens têm um forte impulso sexual ligado à sua função de provedor e líder da família, e que frustrações sexuais podem levar a uma fraca autoimagem. Também sugere que as esposas demonstrem afeto através do sexo para apoiar os maridos durante períodos de fracasso.
1. O documento descreve a conversão do autor ao cristianismo e como isso afetou seu noivado. Sua noiva inicialmente não compartilhou sua fé.
2. Após orações fervorosas, a noiva do autor também se converteu, dizendo "Agora eu sei quem é o Espírito Santo".
3. Esta declaração sugere que ela passou de um conhecimento abstrato para um conhecimento pessoal e experimental do Espírito Santo através de sua conversão.
O autor descreve como a graça de Deus é frequentemente negada na prática pela igreja evangélica, que enfatiza demais as obras e o esforço pessoal em vez da iniciativa e do amor incondicional de Deus. A cultura também distorceu o significado de graça, promovendo uma espiritualidade baseada no mérito em vez da resposta ao chamado de Deus. Alguma coisa está errada quando a igreja não proclama ou vive de acordo com o evangelho da graça.
O bispo a história revelada de edir macedo - christina lemos & douglas tavo...Aristoteles Rocha
O documento é a biografia autorizada do bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus e da Rede Record de Televisão. Ele conta detalhes da vida de Edir Macedo, incluindo sua prisão há 15 anos, quando ele voltou à delegacia onde foi detido para relembrar esse momento difícil em sua vida. A biografia foi escrita após mais de 70 horas de entrevistas com Edir Macedo ao longo de 14 meses para revelar detalhes nunca antes contados sobre sua vida e obra.
El documento describe el poder de la oración de compañeros a través de la historia. Introduce a Bill Klassen, un laico que se ofreció a orar diariamente por el autor. Esto llevó a la creación de un ministerio de compañeros de oración en la iglesia del autor que creció a 120 personas y coincidió con un período de gran crecimiento y avivamiento. También menciona ejemplos históricos de compañeros de oración como Abel Clary por Charles Finney y Marianne Adlard por D.L. Moody.
Este documento discute os efeitos da televisão nas famílias cristãs e oferece orientações sobre seu uso adequado. O autor argumenta que a televisão pode ser uma bênção ou uma maldição dependendo do conteúdo assistido e encoraja os cristãos a boicotarem programas que não estejam de acordo com a Bíblia. Ele também destaca a importância de educar as crianças com base na Palavra de Deus em vez de deixá-las passar muito tempo na frente da televisão.
1) O documento discute como a televisão está influenciando negativamente as famílias e a sociedade, promovendo valores contrários à palavra de Deus, como violência, sexo e drogas.
2) Também critica líderes religiosos que dedicam mais tempo à televisão do que à oração e aos interesses de Deus, enfraquecendo assim as igrejas.
3) Defende que os cristãos devem substituir o tempo gasto com a televisão por atividades como oração, jejum e estudo bíblico, fortal
1) O documento é um livro sobre obediência escrito pelo Missionário Marco Antonio Ripari. Ele discute a importância da obediência a Deus e como isso leva ao sucesso.
2) O livro contém cinco capítulos que usam exemplos bíblicos como Daniel, Noé e Abraão para mostrar como a obediência a Deus os ajudou mesmo quando passaram por dificuldades.
3) O autor incentiva o leitor a ter mais fé e oração em Deus, especialmente durante problemas, para que Deus possa libertá-lo como libert
O documento descreve o livro mais vendido no mundo, a Bíblia, destacando suas características, traduções e influência entre diversas religiões e povos ao redor do globo.
O documento discute a propaganda enganosa de videntes e espiritismo que impede as pessoas de adorarem a Deus verdadeiro. O autor argumenta que, embora os cristãos tenham sido libertos dessas práticas, eles ainda precisam alertar seus amigos e familiares que continuam nelas. Cita a Bíblia para mostrar que Jesus é o único mediador entre Deus e os homens, e que os cristãos devem ser santos e separados para servir a Deus.
Horinhas com deus_vol_ii-_martin_p._simon_e__allan_hart_jahsmannAristoteles Rocha
Este documento é uma introdução ao livro "Mais Pequenas Visitas com Deus", que contém histórias inspiradoras para crianças sobre Deus e a fé. A introdução descreve como a primeira versão do livro teve grande influência sobre as famílias cristãs e como este segundo volume pretende levar as crianças mais perto de Deus.
1) O documento discute sinais bíblicos da Segunda Vinda de Cristo, incluindo o incremento do saber humano, a invenção do automóvel e do avião, e o desenvolvimento da rádio, televisão e energia nuclear.
2) Estes desenvolvimentos cumprem profecias bíblicas e indicam que a volta de Cristo está próxima.
3) A bomba atômica em particular cumpre profecias sobre os "poderes dos céus" sendo abalados, indicando que os últimos dias estão chegando.
Este documento discute a necessidade do derramamento do Espírito Santo sobre a igreja e a nação. Afirma que o derramamento do Espírito é uma promessa bíblica e trará resultados extraordinários como a conversão em massa e o avivamento espiritual. Contém exemplos históricos de como o poder de Deus transformou nações através do derramamento do Espírito.
David powlison idolos do-coracao_e_feira_das_vaidadesAristoteles Rocha
O documento discute a relevância do conceito bíblico de idolatria para entender problemas humanos internos e sociais. A idolatria é descrita como qualquer motivação ou lealdade que não seja a Deus, seja nos desejos individuais ou na influência social. Relacionamentos disfuncionais podem ser melhor compreendidos como sistemas de "co-idolatria" onde os envolvidos reforçam mutuamente seus falsos deuses.
David a. reed as testemunhas de jeová refutadas versículo por versículoAristoteles Rocha
1. O documento descreve as principais crenças das Testemunhas de Jeová, incluindo que Deus em breve destruirá todos, exceto as Testemunhas de Jeová, durante o Armagedom, e que celebrar aniversários é proibido.
2. O autor analisa versículos bíblicos usados pelas Testemunhas de Jeová para justificar suas doutrinas e também discute versículos ignorados por elas.
3. O objetivo é fornecer recursos para que cristãos possam compartilhar o evangelho
O documento fornece um resumo da culinária do tempo de Jesus, baseado em referências bíblicas. Ele descreve que os israelitas consumiam principalmente: (1) leite, iogurte, queijos e manteiga; (2) cereais integrais como trigo e cevada e leguminosas como lentilhas; e (3) aves, peixes e carne vermelha em ocasiões especiais. O documento também fornece uma receita de como preparar coalhada ou iogurte.
1) O documento discute a teoria da evolução versus a criação, com foco nos argumentos do professor Michael Behe sobre a complexidade celular e sistemas biológicos que não poderiam ter surgido por evolução gradual.
2) A teoria da evolução tornou-se amplamente aceita após Darwin, mas avanços científicos revelaram a complexidade molecular da vida que não era conhecida na época de Darwin.
3) O documento analisa os fundamentos e "provas" usadas pela teoria da evolução, como fósseis e semelhanças
Eu tomei conhecimento do livro DIDÁTICA MAGNA quando estava fazendo licenciatura em História e tínhamos que adquirir conhecimentos sobre métodos de ensinos. Não adianta conhecer história e não ter métodos didáticos para transmitir estes conhecimentos aos alunos. Neste contexto conheci Comenius e fiquei encantado com este livro. Estamos falando de um livro de séculos atrás e que revolucionou a metodologia escolar. Imagine que a educação era algo somente destinada a poucas pessoas, em geral homens, ricos, e os privilegiados. Comenius ficaria famoso e lembrado para sempre como aquele educador que tinha como lema: “ensinar tudo, para todos.” Sua missão neste mundo foi fantástica: Ele entrou em contato com vários príncipes protestantes da Europa e passou a criar um novo modelo de escola que depois se alastrou para o mundo inteiro. Comenius é um orgulho do cristianismo, porque ele era um fervoroso pastor protestante da Morávia e sua missão principal era anunciar Jesus ao mundo e ele sabia que patrocinar a educação a todas as pessoas iria levar a humanidade a outro patamar. Quem estuda a história da educação, vai se defrontar com as ideias de Comenius e como nós chegamos no século XXI em que boa parte da humanidade sabe ler e escrever graças em parte a um trabalho feito por Comenius há vários séculos atrás. Até hoje sua influencia pedagógica é grande e eu tenho a honra de republicar seu livro DIDÁTICA MAGNA com comentários. Comenius ainda foi um dos líderes do movimento enciclopédico que tentava sintetizar todo o conhecimento humano em Enciclopédias. Hoje as enciclopédias é uma realidade.
Resguardada as devidas proporções, a minha felicidade em entrar no Museu do Cairo só percebeu em ansiedade a de Jean-François Champollion, o decifrador dos hieróglifos. Desde os meus 15 anos que estudo a Bíblia e consequentemente acabamos por estudar também a civilização egípcia, uma vez que o surgimento da nação de Israel tem relação com a imigração dos patriarcas Abraão, Isaque, Jacó e José ao Egito. Depois temos a história do Êxodo com Moisés e quando pensamos que o Egito não tem mais relação com a Bíblia, ai surge o Novo Testamento e Jesus e sua família foge de Belém para o Egito até Herodes morrer, uma vez que perseguiu e queria matar o ainda menino Jesus. No museu Egípcio do Cairo eu pude saborear as obras de arte, artefatos, sarcófagos, múmias e todo esplendor dos faraós como Tutancâmon. Ao chegar na porta do Museu eu fiquei arrepiado, cheguei mesmo a gravar um vídeo na hora e até printei este momento único. Foi um arrepio de emoção, estou com 54 anos e foram quase 40 anos lendo e estudando sobre a antiga civilização do Egito e ao chegar aqui no museu do Cairo, eu concretizei um sonho da adolescência e que esperei uma vida inteira por este momento. Neste livro vou pincelar informações e mostrar fotos que tirei no museu sempre posando do lado destas peças que por tantos anos só conhecia por fotos e vídeos. Recomendo que antes de visitar o Museu leia este livro par você já ir com noções do que verá lá.
Este livro serve para desmitificar a crença que o apostólo Pedro foi o primeiro Papa. Não havia papa no cristianismo nem nos tempos de Jesus, nem nos tempos apostólicos e nem nos tempos pós-apostólicos. Esta aberração estrutural do cristianismo se formou lá pelo quarto século. Nesta obra literária o genial ex-padre Anibal Pereira do Reis que faleceu em 1991 liquida a fatura em termos de boas argumentações sobre a questão de Pedro ser Papa. Sempre que lemos ou ouvimos coisas que vão contra nossa fé ou crença, criamos uma defesa para não se convencer. Fica a seu critério ler este livro com honestidade intelectual, ou simplesmente esquecer que teve esta oportunidade de confronto consigo mesmo. Qualquer leigo de inteligência mediana, ao ler o livro de Atos dos Apóstolos que é na verdade o livro da história dos primeiros anos do cristianismo, verá que até um terço do livro de Atos vários personagens se alternam em importância no seio cristão, entre eles, Pedro, Filipe, Estevão, mas dois terço do livro se dedica a conta as proezas do apóstlo Paulo. Se fosse para colocar na posição de papa, com certeza o apóstolo seria Paulo porque ele centraliza as atenções no livro de Atos e depois boa parte dos livros do Novo Testamento foram escritos por Paulo. Pedro escreveu somente duas epístolas. A criação do papado foi uma forma de uma elite criar um cargo para centralizar o poder sobre os cristãos. Estudando antropologia, veremos que sempre se formam autocratas nas sociedades para tentar manter um grupo coeso, só que no cristianismo o que faz a liga entre os cristãos é o próprio Cristo.
Lição 10 - Desenvolvendo Uma Consciência de Santidade.pptxCelso Napoleon
Lição 10 - Desenvolvendo Uma Consciência de Santidade
EBD – Escola Bíblica Dominical
Lições Bíblicas Adultos 2° trimestre 2024 CPAD
REVISTA: A CARREIRA QUE NOS ESTÁ PROPOSTA: O Caminho da Salvação, Santidade e Perseverança para Chegar ao Céu
Comentarista: Pr. Osiel Gomes
Apresentação: Missionário Celso Napoleon
Renovados na Graça
Oração Para Pedir Bênçãos Aos AgricultoresNilson Almeida
Conteúdo recomendado aos cristãos e cristãs do Brasil e do mundo. Material publicado gratuitamente. Desejo muitas luzes e bênçãos para todos. Devemos sempre ser caridosos com os nossos semelhantes.
Oração Ao Sagrado Coração De Jesus E Maria (2)Nilson Almeida
Presente especial para os cristãos e cristãs do Brasil e do mundo. Material distribuído gratuitamente. Desejo muitas luzes e bênçãos para todos. Devemos sempre ser caridosos com os nossos semelhantes.
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Lição 11 - A Realidade Bíblica do Inferno
EBD – Escola Bíblica Dominical
Lições Bíblicas Adultos 2° trimestre 2024 CPAD
REVISTA: A CARREIRA QUE NOS ESTÁ PROPOSTA: O Caminho da Salvação, Santidade e Perseverança para Chegar ao Céu
Comentarista: Pr. Osiel Gomes
Apresentação: Missionário Celso Napoleon
Renovados na Graça
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https://www.facebook.com/renovadosnagraca
PROFECIAS DE NOSTRADAMUS SÃO BÍBLICAS_.pdfNelson Pereira
As profecias bíblicas somente são fantasias para os analfabetos bíblicos e descrentes. A Escatologia é uma doutrina central das Escrituras que anunciam a Primeira Vinda no AT e o NT a Segunda.
Eu comecei a ter vida intelectual em 1985, vejam que coincidência, um ano após o título deste livro, e neste ano de 1985 me converti a Cristo e passei a estudar o comunismo e como os cristãos na União Soviética estavam sofrendo. Acompanhava tudo através de dois periódicos cristãos chamados: Missão Portas Abertas e “A voz dos mártires.” Neste contexto eu e o Eguinaldo Helio de Souza, que éramos novos convertidos tomamos conhecimento das obras de George Orwell, como a Revolução dos Bichos e este livro chamado “1984”. Ao longo dos últimos anos eu assino muitas obras como DIREITA CONSERVADORA CRISTÃ e Eguinaldo Helio se tornou um conferencista e escritor reconhecido em todo território nacional por expor os perigos do Marxismo Cultural. Naquela época de 1985-88 eu tinha entre 15 a 17 anos e agora tenho 54 anos e o que aprendi lendo este livro naquela época se tornou tão enraizado em mim que sempre oriento as pessoas do meu círculo de amizade ou grupos de whatsapp que para entender política a primeira coisa que a pessoa precisa fazer é ler estas duas obras de George Orwell. O comunismo, o socialismo e toda forma de tirania e dominação do Estado sobre o cidadão deve ser rejeitado desde cedo pelo cidadão que tem consciência política. Só lembrando que em 2011 foi criado no Brasil a Comissão da Verdade, para reescrever a história do período do terrorismo comunista no Brasil e ao concluir os estudos, a “Comissão da Verdade” colocou os heróis como vilões e os vilões como heróis.
4. Sumário
A Vontade de Deus... ou a do Homem?..... 7
Prefácio................................. 9
1. A Vontade Intencional de Deus.......... 11
2. A Vontade Circunstancial de Deus....... 27
3. A Vontade Ultima de Deus.............. 47
4. Como Discernir a Vontade de Deus...... 59
5. "Em Sua Vontade Está a Nossa Paz"..... 71
5. A Vontade de Deus...
Ou a do homem?
Entender quais são as três vontades genuínas de Deus é descobrir a paz,
perder o medo e fugir da confusão.
Usar a expressão "a vontade de Deus" indistintamente, é convidar o
desastre emocional e intelectual para se instalar no mundo e em nossas vidas.
Em meio a tudo o que acontece conosco, quando é que se trata realmente de
uma das três vontades de Deus, e o que devemos fazer para distinguir essas três
vontades ?
Saber essa diferença é o princípio da sabedoria, da realização espiritual e
do equilíbrio social.
Escrevi este livro para ajudar você a distinguir as três vontades de Deus.
Isto pode mudar sua vida.
6. Prefácio
Aqui foram reunidas cinco mensagens sobre as três vontades de Deus,
que preguei enquanto as bombas dos aviões de Hitler destruíam Londres. Meus
amigos Edgar C. Barton e Leslie F. Church, ambos também pastores, disseram-
me que a publicação dessas pregações poderia ajudar a esclarecer a um maior
número de pessoas sobre um assunto de especial importância, nestes dias de
tantas perdas e tristezas. Apresento-as no estilo direto em que foram proferidas.
Não tentei disfarçar o fato de que foram preparadas como sermões.
— L.D.W.
7. 1
A Vontade
Intencional de Deus
Usa-se a expressão "a vontade de Deus" de modo tão impreciso, sendo as
consequências dessa imprecisão sobre a nossa paz de espírito tão sérias, que
gostaria de passar algum tempo refletin-do com você a respeito do assunto. Nada
mais há que mereça tanta clareza de reflexão; no entanto, parece-me às vezes,
que poucos assuntos geram tanta confusão.
Permita-me dar-lhe um exemplo. Tenho um amigo cuja esposa querida
morreu recentemente. Após sua morte, eis o que ele disse: "Bem, eu preciso
aceitar a morte da minha esposa. Foi a vontade de Deus". No entanto, sendo
médico, ele lutou semanas para salvar a vida da esposa. Havia contactado os
mais competentes especialistas de Londres. Usara todos os recursos da ciência
moderna, toda a engenhosa aparelhagem mediante a qual as energias da
natureza podem ser usadas no combate à doença. Mas será que durante todo o
tempo ele estava lutando contra a vontade de Deus? E na hipótese de a esposa se
haver recuperado, não seria tal fato, para ele, a vontade de Deus? É certo, pois,
que não podemos dar o mesmo nome a duas coisas completamente diversas. A
recuperação da mulher ou, no caso contrário, a sua morte não podem de igual
modo ser a vontade de Deus, aquilo que ele havia intentado.
Desejo dar-lhe outro exemplo dessa confusão. "Meu filho morreu há dez
dias num dos ataques aéreos a Londres" disse uma mulher,"mas estou tentando
me curvar perante a incompreensível vontade de Deus." Porém, teria sido aquela
morte vontade de Deus? Eu diria que foi a vontade do inimigo, de Hitler, se
preferir, das forças malignas com as quais militamos. Então, é tudo a mesma coi-
sa?
Temos aí uma mãe que torce as mãos e chora de angústia pela morte de
seu menino. O pastor está ao seu lado, e anseia confortá-la; embora sua presença
e suas orações possam representar algum consolo, ele sabe muito bem que,
quando ruge a tempestade, é tarde demais para falar sobre a âncora que deveria
ter sido atirada antes de ela sobrevir.
Quero mostrar com isso a tremenda importância de tentarmos pensar com
clareza antes que a desventura nos assole. Se agirmos assim, a despeito de toda a
nossa tristeza, contaremos então com uma filosofia de vida que nos ampara e
tranquiliza, assim como a âncora estabiliza o navio. Caso contrário, diante do
furor da tempestade, muito pouco poderemos fazer até que ela seja amainada.
Ah! se o pastor pudesse ao menos injetar na mente daquela mulher as convicções
que ele mesmo nutria a respeito de Deus! Mas, isso infelizmente é impossível. Em
sua angústia, foi isto que a mulher disse: "Acho que foi a vontade de Deus, mas,
se o médico tivesse chegado a tempo, teria salvado o meu filho". Vê-se, pois, a
confusão de pensamento. Se o médico houvesse chegado a tempo, teria sido
capaz de mudar ou neutralizar a vontade de Deus?
Essa questão me atingiu de forma mais forte quando estava na índia. Eu
estava em pé, na varanda de uma casa, sobre a qual descera a sombra do luto.
Meu amigo indiano havia perdido o filhinho — a luz de seus olhos — por causa de
8. uma epidemia de cólera. Na outra extremidade da varanda estava a filhinha dele,
a única criança sobrevivente, que dormia numa cama tosca, recoberta por um
véu que a protegia contra os mosquitos. Andávamos de um lado para o outro.
Tentei, bastante sem jeito, confortar e consolar meu amigo. Disse-me ele,
contudo: "Bem, pastor, essa é a vontade de Deus. É isso. Nada mais: a vontade
de Deus".
Felizmente eu o conhecia bem o bastante para replicar sem que me
entendesse mal. Disse-lhe mais ou menos o seguinte:
— Vamos supor que alguém subisse os degraus desta escada até esta
varanda e, enquanto todos dormissem, deliberadamente pusesse na boca de sua
filhinha, que está dormindo ali, um chumaço de algodão embebido numa cultura
de germes da cólera. Que você diria disso?
— Meu Deus — exclamou ele — o que eu diria? Ninguém faria uma
crueldade dessas. Mas se tentasse fazê-lo, e eu apanhasse essa pessoa, eu a
mataria sem compaixão alguma, como se estivesse matando uma serpente, e a
atiraria varanda abaixo. Mas o que você pretende trazendo um exemplo desses?
— Muito bem, John — disse-lhe com tranquilidade — você acabou de
acusar Deus de fazer essa crueldade, ao afirmar que essa era a vontade dele.
Diga que a morte de seu filho é resultado da ignorância em grande escala, diga
que morreu por causa da insensatez, do pecado, diga o que quiser, que foi pela
precariedade do saneamento básico ou pelo descuido comunitário, mas não diga
que foi a vontade de Deus.
Sem dúvida não podemos identificar como vontade de Deus algo que levaria
um homem para a penitenciária ou um louco para o hospício.
Os que quiserem uma base bíblica para este sermão, a encontrarão no
capítulo 18 do evangelho de Mateus, no versículo 14: "Assim, pois, não é da
vontade de vosso Pai celeste que pereça um só destes pequeninos".
Vemos, mediante esses exemplos, que poderiam ser citados com outros
infortúnios diferentes da morte, como nosso pensamento é confuso e desconexo
no que diz respeito à vontade de Deus. Mas deixe-me dizer agora algo que possa
aliviar a tensão da sua mente; quero antecipar algo do que pretendo tratar nas
próximas mensagens desta série.
O raciocínio a que cheguei requer que o assunto seja dividido em três
partes. Estamos tratando agora da primeira delas. A vontade de Deus, na verda-
de, pode ser dividida em três aspectos:
1. A vontade intencional,
2. A vontade circunstancial,
3. A vontade última.
O problema aparece quando usamos a expressão"a vontade de Deus"em
referência aos três aspectos da sua vontade, sem fazer distinção entre eles.
Porém, quando examinamos a cruz de Cristo, tal distinção, no meu entender, se
torna indispensável.
1. Terá sido a intenção de Deus, desde o início, que Cristo fosse para a
cruz? Creio que a resposta a essa pergunta deve ser NÃO. Não me parece que
Jesus tivesse isso em mente no começo de seu ministério. Ele veio com a intenção
de que o seguissem, não de que o matassem. A vontade intencional de Deus ou,
se preferir, seu propósito ideal, era que Cristo fizesse discípulos, não que
morresse. Que bom seria se "a vontade de Deus" fosse a expressão usada
9. somente em referência à vontade intencional de Deus!
2. Todavia, quando as circunstâncias geradas pela maldade humana
criaram o dilema, segundo o qual Cristo deveria morrer ou fugir, então, dadas as
circunstâncias, a cruz tornou-se a vontade de Deus; entretanto, só naquelas
circunstâncias, por si mesmas, e por elas serem fruto do mal. Naquele caso,
qualquer outra ação seria sem valor e impraticável; foi por isso que o Senhor
disse: "Não seja como eu quero, e, sim, como tu queres". Nas más circunstâncias
criadas pela guerra, o fato de o pai dizer ao filho "estou contente porque você
entrou para o exército, João" não significa que o pai desde o começo tenha al-
mejado que seu filho seguisse uma carreira militar. Talvez preferisse que o filho,
digamos, fosse um arquiteto. O pai deseja que o filho vá para o exército, só por
causadas circunstâncias impostas pelo mal. Para esse pai, e para o filho
igualmente, essa decisão pareceu a mais honrada, inevitável. Isto ilustra o
segundo aspecto da vontade de Deus: o circunstancial.
3. E finalmente, usamos a expressão "a vontade de Deus" num terceiro
sentido: quando nos referimos à vontade última de Deus, sua intencionalidade a
despeito do mal ou, como veremos, mesmo através dele. Essa intenção se cumpre
sem que se perca nada de seu valor, obtendo os mesmos resultados a que se
chegaria se a vontade intencional de Deus houvesse sido obedecida, sem
frustração, desde o início. Espero que cheguemos a ver nos demais capítulos
deste livro que Deus não pode jamais ser derrotado de modo definitivo, sendo isso
a que chamo de onipotência. Nem tudo o que acontece é da vontade de Deus,
mas nada do que acontece pode definitivamente derrotar a sua vontade. Assim, no
que concerne à cruz, Deus atingiu seu objetivo irreversível não simplesmente a
despeito da cruz, mas por meio dela. Deus operou grande redenção e concretizou
sua vontade última em sentido pleno, como o teria feito se sua vontade
intencional não houvesse sido temporariamente paralisada.
Sei que as pessoas têm a mente exausta, por causa do cansaço e pelo
estresse ocasionados pelo peso dos problemas da vida. Mas desejo pedir a todos
que, no futuro, na hipótese de tristezas ou desventuras, procurem ter em mente
que a vontade divina para com a nossa vida manifesta-se de três maneiras, as
quais poderão depois ser harmonizadas: a vontade intencional de Deus, a
vontade circunstancial de Deus e a vontade última de Deus.
Concentremo-nos, portanto, na primeira, pensando na vontade de Deus
sob o aspecto de sua intenção ideal. Para tanto, uma das primeiras coisas que
devemos fazer é dissociar da expressão "a vontade de Deus" tudo quanto seja
perverso e desagradável, que traga infelicidade. Esses aspectos serão tratados sob
o título "A vontade circunstancial de Deus".
A vontade intencional de Deus representa o modo de Deus derrarmar-se em
bondade, como ocorre com o pai amoroso em relação aos filhos.
Veja como nosso pensamento está confuso a esse respeito em razão de
certos hinos teologicamente errados. Eis a estrofe de um deles:
Se é escuro o caminho, triste o viver, Dá que eu os sofra sem murmurar, E
sempre a divina oração a dizer: "Venha tua vontade se realizar".
Que tipo de Deus é esse que, por sua intenção, não por causa das
circunstâncias atiradas à nossa vida pela ignorância, pela loucura ou pelo
pecado, derrama aflição imerecida e infelicidade, decepção e frustrações, tristezas
e doenças sobre seus amados filhos, de quem exige que, em meio às lágrimas, er-
gam a fronte e clamem: "Seja feita a tua vontade!"? Precisamos acabar com a
10. ideia de que tudo o que acontece se deve à vontade de Deus, como se essa fosse a
sua intenção. Tais acontecimentos estão dentro da vontade de Deus, se você
precisa usar a expressão, nas circunstâncias sobre as quais já demos algum
indício. Mas precisamos entender o fato de que a vontade intencional de Deus
pode ser temporariamente paralisada pela vontade do homem. Não fosse verdade,
o ser humano não teria liberdade alguma. Todo o mal que obtém sucesso
temporário bloqueia a vontade de Deus temporariamente.
Voltemos aos exemplos anteriores. Eu poderia dizer ao meu querido amigo:
"A morte de sua esposa não era da vontade de Deus, de modo algum. Foi apenas
o fruto da ignorância humana. Se pudéssemos gastar tanto dinheiro em
pesquisas médicas quanto gastamos na construção de um navio de guerra, a vida
de sua esposa poderia ter sido poupada". Embora não fosse momento oportuno
para dizer-lhe isso, não era possível deixar de pensar dessa forma.
Quando um jovem missionário manifesta sua presteza e resolução diante
de todas as provas, depois de todos os exames exigidos, para entregar a vida em
prol de levar as boas novas de Cristo a um povo que nunca as ouviu antes,
podemos dizer verdadeiramente: "Seja feita a tua vontade". Mas não podemos
dizer o mesmo quando um piloto despenca, o avião em chamas, para encontrar a
morte precoce. Porém, quando finda a guerra e os jovens de todas as nações
podem apertar as mãos e iniciar
juntos a reconstrução do mundo — essa é a hora d dizer: "Seja feita a tua
vontade".
Não quando um bebé morre, mas sim quando dois jovens levam o filhinho
perante o púlpito da igreja, a fim de consagrá-lo a Deus, porque desejam que
Deus reine em seu lar pequenino, mas amorável, e na pequenina vida que lhes foi
concedida, o filho. Esse é o momento de dizer: "Seja feita a tua vontade".
Não quando as crianças morrem de fome na Africa em razão das
circunstâncias da guerra, ocasionadas pela maldade do mundo todo. Mas quando
os países oprimidos forem finalmente libertados dol jugo impiedoso de seus
opressores e todas as crianJ cinhas ali tiverem o suficiente para comer, podendo!
cantar e brincar felizes, ao sol, amigo do corpo e dal alma — é chegado o
momento de dizer: "Seja feita ai tua vontade".
Venha comigo a uma favela, na área esquecida! de alguma cidade grande,
em que a vida e o serviço! das pessoas são meros meios para que outros al-1
cancem seus objetivos, onde encontraremos doen-l ças do corpo e corrupção da
alma, onde o mal se in-l flama e se propaga em condições sórdidas, terrí-l veis,
onde as pessoas nem sequer têm motivação para protestar, mas aceitam sua
forma de vida com apatia mais horrenda que uma revolução. Se diante disso,
alguém diz: "É a vontade de Deus", respondo que se trata de grande blasfémia,
pior do que negar a Santa Trindade.
A opressão económica, a usura, a negação das dádivas de Deus a seus
próprios filhos por causa da nbição de uma minoria, os horrores da guerra — isso
retrata um ateísmo pior do que aquele que se rofessa. Voltamo-nos para pouco
mais de cem nos atrás e maravilhamo-nos de que os cristãos entoassem hinos a
Deus, enquanto a escravidão dominava. Queira Deus, todavia, que daqui a cem
anos nossos descendentes se voltem para nós sem entender como nos
intitulamos cristãos com o corpo de Cristo despedaçado nas igrejas, pisoteado em
nossas cidades, explorado na indústria e no comércio, abandonado às doenças,
embora o conhecimento médico e os recursos terapêuticos estivessem ao alcance
da família humana. Chame a tudo isso perversidade, chame-o mal inevitável, por
causa do pecado que se propagou, mas não diga que se trata da vontade de Deus.
11. Percebe, então, a importância que há em corrigirmos nossa forma de
pensar a respeito da vontade de Deus? É que, por causa de nossa própria
confusão, jogamos as pessoas num tormento inacreditável; embotamos o fio do
propósito humano até que as pessoas murmurem o refrão: "Seja feita a vontade
de Deus". Mas o oposto da vontade de Deus é que está sendo feito.
Se os homens pudessem ver com maior clareza ps propósitos de Deus e
corrigissem seus pensamentos desconexos, passariam a ser os instrumen->s
úteis de Deus para a consecução de seu propósito, eliminando o mal que
arrogantemente consideraram "vontade de Deus". As pessoas estão usando a
expressão "a vontade de Deus" como se fosse uma fórmula de feitiçaria, selando
toda a questão com um tabu de silêncio, fugindo assim do desafio das perguntas
perturbadoras que o pensamento sincero faria ressoar em suas mentes com a
insistência de soar de trovão.
Há, todavia, duas dificuldades:
1. A primeira pode ser expressa como segue: Você poderia afirmar: "Sim,
está certo, mas não devemos esquecer que as pessoas se consolam ao i-maginar
que suas tragédias são da vontade de Deus. O sofredor suporta melhor suas
dores ao su-3or que são da vontade de Deus. É difícil suportá-as, se forem
resultado de erro humano grosseiro, e ião da vontade de Deus. Esse modo de ver
as coisas tira o consolo das pessoas. Mas quando elas icham que determinada
coisa é da vontade de Deus, conseguem suportá-la com serenidade de espírito".
Mas, apesar dessa contra-argumentação, eu :ontinuo firme nos meus
argumentos. Como se ;abe, existe uma época em que as coisas podem ;er ditas e
outra época em que não podem ser dias, ainda que sejam verdadeiras. Se
passamos por ima grande tragédia, muito pouco podemos di-^er acerca da
vontade de Deus. Mas de uma coisa ão podemos nos esquecer: Jamais pode
existir :onsolo na mentira.
Apesar do quão intimamente tenhamos acalentado uma mentira, no
momento que a percebermos como tal, devemos ter a sabedoria de nos afastar
dela. Os que se refugiam numa mentira asseme-lham-se aos que se refugiam sob
um abrigo fraquíssimo, feito de ripas pintadas de modo que pareçam pedras.
Quando as pessoas mais precisarem desse abrigo, ele ruirá, expondo-as à
tempestade.
Quem se proteger numa falsa ideia a respeito de Deus, na hora da
necessidade ficará tão sem auxílio quanto o ateu. Se por recusar-se em ponderar
bem as coisas, a pessoa se vir num abrigo imprestável, incapaz de dar-lhe
proteção à alma, essa mesma recusa torna-se pecado, pois Cristo ordenou-nos
que o amemos de todo o coração. E ele é o nosso único abrigo. Sei quão penoso é
encarar a verdade, e as pessoas odeiam ser obrigadas a pensar, mas só pela
verdade é que seremos libertos.
2. Em segundo lugar, há outra objeção, de que trataremos agora. Alguém
poderá dizer: "É bom guardarmos a expressão 'a vontade de Deus' para as coisas
amáveis, alegres, sadias e benéficas que acontecem às pessoas; porém, algumas
das melhores qualidades, as pessoas adquirem mediante o sofrimento. Portanto,
não seria também o sofrimento a vontade de Deus? O sofrimento muitas vezes dá
coragem às pessoas. A guerra faz heróis".
Veremos essa objeção de modo mais minucioso ao tratarmos da vontade
circunstancial de Deus.
Basta-nos por ora dar uma breve resposta a essa objeção.
12. Existe um nó vicioso na lógica da observação de quem usa esse argumento,
visto que a pessoa estará errada ao argumentar que, para criar a coragem, a
guerra é da vontade de Deus. Não foi a guerra que deu a coragem. A guerra
apenas pôs a descoberto a coragem que sempre existiu. Deu-lhe a oportunidade
tremenda de se manifestar. Jamais o mal gera o bem, embora as circunstâncias
do mal muitas vezes ocasionam a manifestação do bem.
Observe não apenas a falta de lógica, mas também as implicações
infundadas no que concerne à teologia. Se afirmarmos que o sofrimento causado
pelo mal é essencial por causa das qualidades que produz, pela lógica somos
obrigados a supor que Deus precisa do mal para produzir o bem. Isto nos leva à
conclusões mais sérias: Deus só poderia gerar a coragem fazendo uso de uma
guerra perversa; ou quando Jesus curava as pessoas, estava desafiando a
vontade de Deus, em vez de cumpri-la, pois estava eliminando algo essencial ao
crescimento da alma.
Se isso for verdade, que acontecerá nos céus dos céus depois que todas as
almas tiverem sido recolhidas no último dia? Será que todas as qualidades
manifestadas pelo mal ficarão atrofiadas porque o mal não estará mais presente
para produzi-las? Repito que o mal não gera as boas qualidades. Ele as faz aflorar
e lhes dá exercício, mas sempre existe a possibilidade — e essa é a intenção de
Deus, com toda certeza — de essas mesmas qualidades surgirem e ser exercidas
em decorrência da bondade.
Permita-me trazer-lhe à memória, a esse respeito, as palavras de Jesus:
"Jerusalém, Jerusalém! que matas os profetas e apedrejas os que te foram envi-
ados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus
pintinhos debaixo das asas, e tu não o quiseste! Eis que a tua casa te ficará
deserta" (Mt 23:37,38). Observe as palavras: "Tu não o quiseste". Subentendem
um "...mas poderias". Veja também estas outras palavras de Jesus: "Eis que a tua
casa te ficará deserta. E em verdade te digo que não mais me verás até que
venhas a dizer: Bendito o que vem em nome do Senhor". Observe também esta
expressão bíblica: "Ah! Se conheceras...". Mostra que tinham a possibilidade de
conhecer. As excelentes qualidades da alma humana não são concebidas pelo
mal. Deus é quem as gera, e às vezes elas se revelam na reação correta do ho-
mem bom diante do mal, sem, contudo, depender do mal para ser produzidas,
pois podem ser ocasionadas mediante uma reação positiva ao bem.
Sejamos, portanto, extremamente cuidadosos no uso da expressão "a
vontade de Deus". Gostaria de encerrar este capítulo falando sobre a morte de um
grande líder religioso, o pastor F. Luke Wiseman. Num dia cinzento e nebuloso,
esse servo de Deus, nos seus 86 anos, pregou duas vezes — uma delas no próprio
púlpito de Wesley, em City
Road. Depois, foi para casa. A esposa morrera há muitos anos. Os filhos
eram todos adultos. Podemos imaginá-lo sentado em sua poltrona, junto à la-
reira. Caiu no sono e acordou nos céus. A respeito desse acontecimento você pode
usar a expressão "Seja feita a tua vontade". E alguns de nós acrescentariam outro
texto bíblico: "e que eu termine meus dias assim".
Neste, iremos examinar também como a calamidade e a tristeza se
enquadram em nossa estrutura de pensamento acerca da vontade de Deus. Por
enquanto, guardemos a expressão para aquilo que Deus de fato intentou. E,
quando você vir a glória de Deus refletir-se nesta terra maravilhosa, na natureza
tão exuberante ao nosso redor, na poesia e na música, na pintura, na arquitetura
de primeira qualidade e no serviço humilde, na vida de pessoas encantadoras, na
felicidade de um lar, na saúde do corpo, na capacidade da mente e na
13. consagração da alma, olhe para o Pai, que está nos céus, e diga: "Está sendo feita
a tua vontade". E dediquemo-nos de tal modo que possamos nos tornar um, na
gloriosa harmonia de todas as coisas, com todas as pessoas que cumprem a
vontade de Deus, para que ela possa realizar-se na terra, como os anjos a
praticam no céu.
14. 2
A Vontade Circunstancial de Deus
Já dissemos que a expressão "a vontade de Deus"é proferida tão
imprecisamente que ficamos não só confusos, mas também com sentimentos
atormentados.
Quando perdemos uma pessoas amada, dizemos que foi "a vontade de
Deus", embora as medidas tomadas para impedir essa morte dificilmente seriam
consideradas contrárias à vontade de Deus. Se as mesmas providências, no
entanto, tivessem alcançado sucesso, teríamos dado graças a Deus, certos de
que, na recuperação do doente, a vontade de Deus se havia concretizado. De
modo semelhante, quando a tristeza, a doença e a calamidade recaem sobre as
pessoas, elas dizem, resignadas: "Seja feita a vontade de Deus". Dizem isto
mesmo quando o ocorrido contraria essa vontade. Quando Jesus curou muitas
pessoas na Palestina, alegrando-lhes a vida, estava cumprindo a vontade de
Deus. Não a estava contrariando, tampouco anulando-a.
Para reforçar o que estou querendo provar neste livro, repetirei: a vontade
de Deus manifesta-se de três maneiras:
1. Vontade intencional — seu plano ideal.
2. Vontade circunstancial — seu plano conforme as circunstâncias.
3. Vontade última — a realização final de seus propósitos.
Mais uma vez, examinemos o exemplo supremo da cruz.
1. Sem dúvida não era a vontade intencional de Deus que Jesus fosse
crucificado. Antes, que as pessoas o seguissem. Se o povo tivesse aceito a
mensagem de Jesus, se tivesse se arrependido de seus pecados e entendido a
dimensão do reino que ele veio anunciar, a história do mundo teria sido muito
diferente. Os que afirmam que a crucificação foi da vontade de Deus precisam
lembrar-se de que ela foi da vontade dos homens perversos permitida pela
vontade circunstancial de Deus.
2. Todavia, quando Jesus encarou as circunstâncias provocadas pelo mal
e se viu lançado no dilema de ter de fugir ou ser crucificado, então, dadas
aquelas circunstâncias, a cruz tornou-se a vontade do Pai. Foi por isso que Jesus
disse: "Não seja como eu quero, e, sim, como tu queres".
3. A vontade última de Deus significa, no caso da cruz, que o elevado
propósito de redimir o homem (ou, usando uma linguagem mais simples, de
restituir o homem à sua unidade com Deus) — alvo que teria sido alcançado pelo
plano intencional de Deus, se tal plano não tivesse sido frustrado — ainda será
alcançado mediante a vontade circunstancial de Deus. Em suma, o mal não
consegue deter a vontade de Deus definitivamente, nem fazer que algum "valor"se
perca.
Vamos, então, concentrar-nos na segunda divisão e tratar daquilo a que
chamo "vontade circunstancial de Deus". A questão poderá ficar mais clara ainda
15. se eu relembrar o exemplo anterior; imaginemos um pai que planeja a carreira do
filho com a colaboração do próprio jovem. Talvez fosse da vontade de ambos,
digamos, que o rapaz se tornasse arquiteto. Mas explode a guerra. O pai está
disposto a permitir que o filho se engaje nas forças armadas. Entretanto, a
carreira na marinha, no exército ou na força aérea é apenas a vontade provisória
ou circunstancial do pai para o filho, vontade gerada pelas circunstâncias da
guerra. Dizer que a intenção ideal do pai em relação ao filho era que o rapaz
passasse anos valiosos da juventude nas forças armadas não corresponde à
realidade.
Bem, há, de maneira semelhante, um propósito intencional da parte de
Deus para a vida de cada pessoa. Entretanto, por causa da insensatez e do
pecado humano; porque o livre-arbítrio do ser humano propicia circunstâncias
perniciosas que atravancam os planos de Deus; porque a nossa unidade com a
grande família humana implica em o mal entre os demais membros da espécie
humana poder criar circunstâncias que perturbam a intenção de Deus para
conosco — por tudo isso, existe uma vontade dentro da vontade de Deus, isto é, a
"vontade circunstancial" de Deus (como a chamo). Ao segui-la, a alma encontra
paz, a mente encontra equilíbrio e a vontade pode manifestar-se de tal modo que,
em última análise, o plano original de Deus é levado à execução plena.
No meu entender, há dois aspectos da vontade circunstancial de Deus —
um no reino natural, e o outro no espiritual.
1. Examinemos de novo a cruz de Cristo. Devido as circunstâncias do mal,
foi da vontade de Deus que Jesus fosse traído, preso, coroado de espinhos,
crucificado e abandonado na cruz para morrer sob o sol escaldante. As leis do
universo as quais, por si mesmas, revelam a vontade de Deus, não foram
abolidas em benefício de Jesus, o Filho amado. As leis que governaram a
martelação dos cravos nas mãos e nos pés do Senhor vigoraram no dia da
crucificação, da mesma forma que vigoram ao fazermos um caixote de madeira.
Se algumas bombas forem atiradas de um avião sobre uma área
habitacional densamente povoada, explodirão tanto sobre a casa de crentes como
de ímpios. Se os cravos forem pregados com um martelo empunhado por um
braço forte, perfurarão a carne até do próprio Filho de Deus. Como as leis do
universo estão em vigor, e consistem na representação da vontade de Deus, você
pode, se quiser, chamar tais leis de "a vontade de Deus", mas só no sentido
restrito a que aludimos. As forças da natureza desempenham suas funções, não
sendo revogadas quando empregadas pelas forças do mal.
Para os que perderam pessoas queridas em circunstâncias trágicas, não
preciso dizer mais nada a esse respeito. Quando a carne de Cristo foi traspassada
na cruz, as leis de Deus com respeito à dor funcionaram da mesma forma que
funcionam quando nos ferimos. E Cristo aceitou esse fato como parte da
harmonia das leis do universo, efetuada pela vontade de um Deus sábio, santo e
amoroso. Cristo não reclamou para Deus que era injusto as leis valerem contra
ele na cruz, sendo ele quem era, o Filho de Deus. 2. Há, no entanto, um segundo
elemento dessa vontade circunstancial de Deus. O primeiro podemos dizer que é
natural; o segundo, espiritual. Cristo não se submeteu simplesmente ao temível
acontecimento da crucificação com a atitude a que chamamos, de modo
equivocado, "resignação". Ele dominou a situação. Devido as circunstâncias que o
mal havia propiciado, passou a ser também da vontade de Deus que Jesus não
morresse como um animal encurralado. Antes, Deus desejou que ele reagisse ao
mal de modo positivo e criativo, de maneira que conseguisse extrair o bem do
16. mal. É por isso que a cruz não é mero símbolo de pena de morte, como é o caso
da forca, mas representa o triunfante do mal redirecionado para os propósitos
santos de Deus. Noutras palavras, ao executarmos a vontade circunstancial de
Deus, abrimos o caminho para o triunfo último dele, sem que haja o mínimo
prejuízo em nossos valores.
Tendo considerado o exemplo da cruz, vejamos agora essa mesma verdade
num exemplo bem humano. Tomemos o caso da mulher solteira, de meia-idade,
cuja mente está quase fechada para a possibilidade do casamento. O que outrora
era uma ardente expectativa torna-se agora uma esperança que se vai esvaindo
até deixar de existir. Ora, não faz parte da vontade intencional de Deus que ela
permaneça solteira. O Senhor não quer que essa mulher fique solteira. A intenção
divina, certamente, é que toda mulher tenha um lar, marido e filhos. A própria
estrutura do seu corpo, os centros criativos de seu cérebro, seus instintos
sexuais e impulsos maternais são provas suficientes disso, pois estão presente
em todas as mulheres.
Embora alguns instintos possam ser reprimidos no inconsciente ou
canalizados para atividades não-biológicas, os instintos estão presentes em todas
as pessoas. Fazer com que todo ser humano sinta-se realizado biologicamente é a
intenção de Deus.
Mas, e se a tirania das circunstâncias malignas — e são malignas quando
privam a mulher da sua razão de ser — puser a mulher num dilema? Ela não
conseguirá satisfazer o aspecto biológico de sua natureza, imaginemos, se não
sacrificar seus ideais — ela não pode praticar sexo sem pecar. Então, a vontade
circunstancial de Deus é que ela permaneça frustrada, e essa vontade pode ser
examinada de dois ângulos. Um diz respeito ao aspecto natural, o outro, ao
espiritual.
Primeiramente, há o aspecto físico da necessidade sexual, visto que
nenhuma suposta sublimação pode resolver essa dificuldade. A sublimação é
sempre a segunda melhor alternativa, mas provisória. Mas, em segundo lugar, ela
não deve apenas resignar-se, talvez com amargura, diante de sua condição de
solteira, mas deve reagir de modo criativo e positivo à vontade circunstancial de
Deus, a ponto de conseguir transformar a vida em algo sublime, algo que Deus
possa usar para consumar sua vontade última, a saber, fazer dessa mulher uma
personalidade completa e integrada, unida ao próprio Deus.
Observamos, então, que o segundo aspecto da vontade circunstancial de
Deus não pode ser efetuado sem a cooperação humana. Sem ela, a cruz teria sido
mais uma integrante da longa lista de sentenças de morte executadas pelo estado
bárbaro e selvagem. Teria sido um nobre sacrifício em prol de um ideal.
No caso da mulher a que acabamos de nos referir, sem a colaboração
humana, ela apenas se resignaria ante as forças do universo e tornaria sua frus-
tração impossível de suportar. Mas com uma postura positiva e criativa diante da
situação — a qual, note-se bem, foi gerada pelo mal, não por Deus —, a mulher
deve encontrar nessa mesma situação a vontade circunstancial de Deus, de modo
que sua frustração acabe por contribuir enormemente para a sua harmonia
interior e para os objetivos perfeitos de Deus. É o que, aliás, muitas mulheres têm
feito.
Porém, é muito mais fácil falar de sublimação do que pô-la em prática.
Sobretudo os que não precisam exercê-la podem falar com mais facilidade a
respeito de sua validade para os outros. Na verdade, a sublimação não é
considerada rigorosamente até que seja inconsciente — em outras palavras, até
que as energias instintivas estejam percorrendo canais não-biológicos, sem que a
17. pessoa perceba essa mudança. Mas a sublimação pode ter início quando a pessoa
volta suas atividades e interesses para alguma tarefa altruística que
a) seja de uso da comunidade,
b) seja gratificante ou satisfatória para o ego e
c) esteja em harmonia com os ideais da pessoa.
Só de acordo com essas três condições pode realizar-se a sublimação eficaz.
O exemplo mais comum de sublimação é o trabalho realizado com os filhos
pequenos de outras pessoas. No tratamento de doentes, no trabalho de
enfermagem, no artesanato, na música, na produção literária, na organização de
esquemas, na chefia de clubes e na direção de lares alheios, as mulheres utilizam
suas energias de modos úteis à comunidade, satisfazendo-se a si próprias, em
harmonia com seus ideais. Ao executarem esses trabalhos, ampliam
imensamente o reino de Deus.
Poderíamos abrir um parêntese e acrescentar que nada há de mais cruel,
desumano ou estúpido do que desprezar uma mulher solteira de meia-idade. É
ainda mais intolerável quando o desprezo se origina dos que se casaram por
razões suspeitas. Todos os que trabalham entre as pessoas carentes relatam que
sempre que se desenvolvem trabalhos altruístas aos necessitados, com sacrifício
do conforto pessoal, ali estão em ação mulheres solteiras de meia-idade, servindo
à comunidade e fazendo que as circunstâncias malignas que frustraram a
vontade intencional de Deus contribuam para a consecução de seu plano último.
Posso imaginar uma dessas mulheres dizendo: "Eu sei que a vontade de
Deus era que eu realizasse a minha natureza feminina da mesma forma que
outras mulheres felizes, que se casaram. É claro que eu gostaria muito de ter
minha própria família, o meu lar. Mas não vou permitir que o universo me
esmague, pois não existem circunstâncias permitidas por Deus capazes de
derrotar de modo definitivo o seu propósito último. Assim como Jesus reagiu às
circunstâncias malignas transformando a coroa de espinhos em coroa de glória, e
a cruz em trono, assim também posso controlar minhas circunstâncias e extrair
delas algo capaz de trazer harmonia à minha própria natureza, que traga
felicidade e bem-estar ao mundo e que ajude a expandir o reino de Deus".
Como vê, ninguém poderá dizer para Deus: "Bem, é claro que eu queria
fazer isso ou aquilo, mas fui vítima da doença, da tristeza, da frustração, da
guerra ou das perdas irreparáveis. Diante disso, o que me restava fazer?".
Nenhuma circunstância será tão horrenda como a que Cristo teve de enfrentar.
Não é possível surgir uma situação que traga em si o poder de derrotar-nos ou de
derrotar a Deus — jamais, nem mesmo a morte. Embora ocorram milhares de
mortes contrárias à vontade intencional de Deus, o Senhor não pode ser
derrotado por nenhuma combinação de circunstâncias malignas. Talvez a própria
morte e, conseqüentemente, o fato de o servirmos no céu e não na terra não
façam a mínima diferença para a vontade última de Deus, assim como não faz
diferença se o servimos em São Paulo ou em Nova Iorque.
Uma coisa só é incrível: Deus permite circunstâncias capazes de derrotar
seus planos últimos de forma inevitável. Se ele o permitisse, significaria ter
abdicado do trono do universo. Mas a verdade é esta: embora a revolta contra
Deus pareça insuperável, "o Senhor Deus onipotente reina". Como afirmou o
escritor de Hebreus: "Agora, porém, ainda não vemos todas as cousas a ele
sujeitas; vemos, todavia, aquele que... foi coroado de glória e de honra".
18. Então, voltando aos nossos exemplos da morte, a que de modo indevido
chamamos de "vontade de Deus", só podemos aceitar que se trata da vontade
circunstancial de Deus. Certa vez, quando um bebê caiu de uma janela no quinto
andar, alguém me perguntou se aquela morte fora da vontade de Deus. Essa
pergunta demonstra a importância de pensarmos de modo correto, visto que
nesse caso a resposta é ao mesmo tempo sim e não.
Sim, é da vontade circunstancial de Deus. Quero dizer com isso que é da
vontade de Deus que a lei da gravidade esteja em funcionamento. E é da vontade
de Deus que os bebês sejam feitos de carne e osso. Se um bebê choca-se contra
um pavimento de concreto ao cair de uma determinada altura, claro que é da
vontade de Deus que a criança se quebre — de outra forma, Deus teria feito de
borracha ou algo que o valha. No entanto, sinto que devo responder a essa
pergunta com um enfático não, afirmando que a morte do bebê não foi da vontade
de Deus, porque não foi de sua vontade, de forma alguma, que por descuido
alguém deixasse a criança cair daquela janela.
Vezes e vezes sem conta, quando as pessoas perguntam "É da vontade de
Deus?", penso que temos de separar os assuntos, a fim de dar uma resposta
inteligente.
Reflita, por exemplo, sobre a questão das doenças. O ministro cristão, ao
fazer sua visitação, enfrenta de contínuo a pergunta quanto às doenças serem ou
não da vontade de Deus. A primeira resposta é não. A vontade de Deus para o
homem é a saúde perfeita. Mas não devemos esquecer que Deus pode usar um
corpo sadio com mais eficácia do que um corpo enfermo. Jesus não teria sido
uma bênção espiritual maior, em seu ministério, caso fosse aleijado, diabético ou
tuberculoso. Entretanto, a vontade de Deus encontra-se também dentro das
circunstâncias malignas; que todos os sofredores que me lêem entendam que, se
reagirem corretamente diante de tais circunstâncias, a vontade última de Deus
será realizada tão eficazmente quanto se não estivessem doentes. Deus não
permitiria o câncer, se essa doença por si mesma fosse capaz de derrotá-lo.
Creio que a questão pode ser mais bem entendida, talvez, se pensarmos
nas doenças causadas pela invasão dos germes. No meu entender, Deus é res-
ponsável pela criação dos germes, mesmo dos que causam doenças. Não sei por
que foram criados. Pode ser que tenham tido lá a sua função na natureza. Acho
que ninguém tem a resposta a essa pergunta.
Se alguns desses germes invadirem um corpo cuja resistência tenha sido
enfraquecida por circunstâncias malignas, o resultado é a instalação da doença.
E a essa tal doença podemos chamar, se quisermos, a vontade circunstancial de
Deus. Todavia, é vontade de Deus apenas dentro das circunstâncias geradas pelo
mal.
Deixe-me repetir de novo que essa vontade circunstancial pode ser vista de
dois ângulos — o primeiro é natural; o segundo, espiritual. Há a afecção física, a
que chamamos doença; mas, em segundo lugar, há a possibilidade de o doente
reagir de modo esplêndido a essas circunstâncias, de modo que delas surge um
bem espiritual, na comunidade, de maior valor do que a saúde da maioria das
pessoas.
É por causa da boa reação de alguns santos de Deus diante das más
circunstâncias que se criou a falsa crença de que a enfermidade e o sofrimento
são da vontade de Deus. Deixe-me expressar de outra forma. Se houver um
reavivamento espiritual tão magnífico que a pessoa passa a viver em íntima
cooperação com Deus, o corpo sadio fica mais em harmonia com a sua vontade.
Entretanto, muitas pessoas sadias estão adormecidas espiritualmente, sem
19. cooperarem com o Senhor de modo algum, e muitos doentes, por meio de suas
doenças, experimentam um despertamento espiritual, de modo que dessas
circunstâncias malignas extraem forças e liberam energias espirituais muito mais
valiosas do que a apatia espiritual dos sadios.
Estou certíssimo de que a batalha contra a doença é da vontade de Deus, e
agradeço ao Senhor por todas as pessoas que participam dessa batalha. An-
tigamente, nos Estados Unidos, os lobos costumavam descer das florestas, entrar
nas vilas e causar grandes danos. Entretanto, para os nossos imbatí-veis pais
peregrinos, essas invasões de lobos não eram a "vontade de Deus". Lançaram
mão de todos os seus recursos e "liquidaram" os lobos.
Quando uma comunidade é invadida por um contingente de germes, isso
não é da vontade de Deus. A situação é a mesma. Você talvez me diga que os
animais são em menor número ou que os germes da doença só podem ser vistos
por microscópio, mas o problema é o mesmo, e a batalha é a mesma.
Não posso entender como alguém que tenha lido atentamente o Novo
Testamento pode se pôr no leito de um doente e, sem dar explicações, emitir a
queixa patética de que a doença é da vontade de Deus. Sempre imaginei que
Jesus haveria de responder com ira a palavras tão impensadas como essas.
Quando lhe levaram uma mulher doente havia muitos anos, Jesus se referiu a
ela como "...esta filha de Abraão, a quem Satanás trazia presa há 18 anos".
Satanás!
Segundo posso entender na atitude de Jesus, tanto pelas palavras que
pronunciava, quanto pelos milagres de cura que realizava de modo esplêndido, o
Senhor sempre considerou a doença parte do reino do maligno e, com todos os
seus poderes, a combateu, instruindo seus seguidores a que fizessem o mesmo.
Gosto de pensar em Jesus de pé, ao lado do leito de enfermidade,
colaborando com médicos e enfermeiras, para restituir a saúde, atuando na
mente e no espírito do doente da mesma forma que os médicos operam no corpo.
Se estes falharem, gosto de pensar em Cristo demonstrando ao sofredor que a
vitória pode ser conquistada, e a derrota afastada, para que os propósitos de
Deus sejam alcançados.
Uma última reflexão. Se você disser: "Bem, talvez haja aqui um pouco de
descuido da parte de Deus por ele permitir que essas coisas aconteçam, se não
estavam em sua intenção original". Concordo em que há algum mistério aqui.
Seria tolice dizer que todos os caminhos de Deus fossem claros ao homem. Não
quero dar a impressão de poder responder facilmente a todas as perguntas
referentes a doenças e a sofrimentos que me fossem trazidas. Eu mesmo muitas
vezes me espanto diante do sofrimento que algumas pessoas suportam, de modo
especial as criancinhas.
Mas fico imaginando se, em certo sentido, não estamos todos na condição
de crianças. Posso imaginar uma criança olhando para o pai, que a ama, e lhe
perguntando: "Papai, você não acha que é um tanto descuidado de me deixar
sentir dor desse jep to?" Imaginei também uma grande reunião de bebês que
ainda engatinham com a capacidade milagrosa de expor seus pensamentos em
palavras. Pense neles, se puder, todos reunidos num grande salão, sendo um
deles o líder. Este ajeita o babador e se dirige aos colegas, dizendo mais ou menos
o seguinte: "Tenho certeza de que meus pais não se importam comigo. Vejam os
meus joelhos!". Os joelhos do bebê estão arranhados e vermelhos. E imagino a
assembléia aprovando a seguinte deliberação: "Esta assembléia protesta contra a
negligência dos pais e exige que no futuro não se construam móveis com quinas
agudas, que sejam abolidos os pisos de pedregulhos e os quintais de concreto, e
20. que as unhas dos gatos lhes sejam arrancadas".
Tenho certeza de que essas resoluções seriam aprovadas por unanimidade.
Não dizemos a Deus: "Veja os meus joelhos!". Mas dizemos: "Veja as minhas
frustrações, tristezas, decepções e dores! Como podes ser tão insensível, e como
esperas que pensemos que te preocupas conosco?". Talvez as tragédias da
infância representam para nós o que nossas tragédias significam para Deus.
O Senhor não é insensível, como tampouco o pai, mas suas perspectivas
são diferentes. Mas o pensamento que consola a criança também me consola. Se
a criança pensasse profundamente em seu problema, acho que diria: "Há muita
coisa que não entendo, mas sei que o meu pai me ama, e se preocupa comigo. Por
isso, quanto a mim, estou bem certo de que, pelo fato de Deus ser amor, nada
existe neste mundo que possa ser considerado tortura absurda. Há muitas coisas
que não entendo. Muita coisa há que não poderei entender, senão depois de
passar à fase adulta. Mas, como o conheço por outros meios, especialmente pelo
fato de ele ser revelado em Jesus Cristo, sei que, embora não consiga entender a
resposta a minhas perguntas, há uma resposta, e nisso posso descansar feliz."
Pois eu sei em quem tenho crido
E estou bem certo que é poderoso
Para guardar o meu tesouro até o dia final.
Não nos podemos deixar de impressionar profundamente com as respostas
que Jesus dava às pessoas. Quando João Batista lhe fez uma pergunta,
respondeu: "Deixa por enquanto". Quando Pedro lhe fez uma pergunta, o Senhor
respondeu: "O que eu faço não o sabes agora, compreendê-lo-ás depois". E
quando, na noite mais tenebrosa da história do mundo, anterior ao dia de sua
morte, todos os discípulos lhe faziam perguntas, disse o Senhor: "Tenho muitas
coisas a dizer-vos ainda, mas não as podeis suportar agora".
Veja, pois, que nem o próprio Jesus pôde dizer: "Eu expliquei o mundo". O
que ele disse foi: "Eu venci o mundo". Ah, se confiamos quando sem enxergar o
caminho, se caminharmos segundo a luz que temos — que muitas vezes eqüivale
a lutar contra as trevas —, se fizermos fielmente aquilo que sabemos ser a
vontade de Deus, nas circunstâncias que o mal nos reserva, podemos descansar,
seguros de que as circunstâncias permitidas por Deus, desde que nossa reação
seja com fé, coragem e confiança, jamais poderão derrotar os propósitos últimos
de Deus para nós. Agindo assim, extrairemos da vida algo grandioso e
esplendoroso. Teremos paz de espírito. Encontraremos integração para nossa
mente. Seremos capazes de servir nossos companheiros com coragem e alegria.
Então, certo dia — essa promessa temos —, contemplaremos a face do
Senhor e entenderemos tudo. Agora vemos obscuramente, como que num
espelho, mas depois veremos face a face. Francamente, por difícil que seja dizê-lo,
é falta de fé não ser capaz de suportar a idéia de algo que Deus tenha permitido.
Sei que o que é certo é certo; que quem dá receberá
mais;
Que o dever ilumina o caminho para os formosos pés
da paz;
Que a coragem é melhor que o medo, e que a fé é mais
verdadeira que a dúvida.
Por mais que os inimigos lutem de modo acirrado, e
por maior que seja o tempo em que os anjos ficarem
ocultos,
Sei que a Verdade e o Direito têm o Universo ao seu
21. lado;
Sei que, em algum lugar, além das estrelas, há um
Amor mais forte do que o ódio;
Quando cair a noite, eu o verei — e esperarei.
3
A Vontade Última de Deus
Há uma frase no fim do livro de Jó que sintetiza a mensagem deste
capítulo: "Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser
frustrado". Moffatt traduziu esse texto assim: "Nada é demasiado difícil para ti".
Falamos a respeito da vontade intencional de Deus — isto é, o plano
original de Deus em prol do bem-estar de seus filhos, intenção que a insensatez e
o pecado do homem prejudicaram. Tratamos da vontade circunstancial de Deus,
sua vontade de acordo com as circunstâncias originadas pela maldade humana.
Desejo falar agora sobre a vontade última de Deus, do objetivo que, parece-me,
ele alcança, não só apesar do que o homem possa fazer, mas até mesmo
utilizando-se dessa maldade a fim de fazer cumprir seu plano.
Voltemo-nos para a cruz mais uma vez, o nosso supremo exemplo. Veremos
que:
1. a vontade intencional de Deus não era que Jesus fosse crucificado, mas
que fosse seguido;
2. a vontade circunstancial de Deus, dadas as circunstâncias geradas pela
maldade humana, foi que Jesus aceitasse a morte; todavia, que a aceitasse de
modo positivo e criativo, para que cheguemos à
3. vontade última de Deus — a saber, a redenção do homem. Este foi
reconsquistado para Deus, não apesar da cruz, mas através dela, tendo sido
criada pelo pecado humano como instrumento para fazer cumprir a vontade
última de Deus.
O quadro que me vem à mente é o de crianças brincando às margens de
pequenino riacho que desce montanha abaixo ao encontro do rio. As crianças
pequenas podem represar um pouco da água do riacho, com o auxílio de pedras e
terra. Mas nenhuma delas consegue impedir que as águas cheguem, finalmente,
ao rio. (Não me apertem contra a parede, dizendo que uma empresa de
engenharia poderia fazer uma represa que segurasse toda a água!) Diante de
Deus, somos criancinhas bem pequenas. Embora consigamos às vezes desviar e
prejudicar seus planos, não creio que os consigamos derrotar definitivamente.
Ainda que esse exemplo não nos leve tão longe, digo que com freqüência nossos
erros e pecados são utilizados como mais um canal a levar a água dos planos de
Deus ao rio de seus propósitos.
Como vê, a onipotência de Deus não significa que, mediante simples
exibição de poder superior, ele consegue o que quer. Se agisse dessa maneira, o
22. livre-arbítrio do ser humano seria uma ilusão, e o seu desenvolvimento moral,
impossível. O "objetivo" que Deus tem em mente não pode ser imposto; o
propósito de Deus, a expiação de todas as almas consigo, deve provir da escolha
individual do ser humano; não vem da imposição da vontade de Deus, com poder
irresistível que não deixa lugar para a nossa livre escolha.
Poder significa capacidade de alcançar um objetivo. Visto que o propósito é
ganhar a vontade do ser humano, qualquer atividade de Deus que negasse ou
suprimisse a vontade humana (para que não lhe derrotasse o propósito) não seria
uso de poder, mas confissão de fraqueza e permissão de derrota.
Quando dizemos, portanto, que Deus é onipotente, não queremos dizer com
isso que nada vá acontecer sem a vontade (= intenção) de Deus. Queremos dizer,
isso sim, que nada acontece que o derrote de modo definitivo.
Para que o homem seja livre de fato, para que a comunidade se una num
vínculo tão forte, que um sofre por todos da mesma forma que um se beneficia de
todos — para que a vida, em suma, se baseie
na família e não no indivíduo, então é óbvio que dez mil coisas poderão
acontecer contrárias à intenção de Deus, e milhões de inocentes sofrerão por
causa do pecado alheio. Não precisamos de mais exemplos dessa grande verdade.
Os horrores da guerra e o sofrimento de inocentes comprovam-no de modo
enormemente convincente.
O que se entende por onipotência de Deus é que ele alcançará por fim o seu
objetivo último, que nenhum valor se perderá, ainda que o ser humano consiga
represar e prender a corrente dos propósitos de Deus. E Deus — se não puder
usar seres humanos como agentes — os empregará como seus instrumentos,
embora com grande sofrimento para o Senhor e para eles mesmos. "Bem sei que
tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado."
Aqui vai outro exemplo que pode ajudar-nos. Antes de existir o extinto
mata-borrão, secava-se a tinta de um documento mediante um pó fino espalhado
sobre a folha. Certo dia, um operário de uma empresa de papel cometeu um erro.
Digamos, só para fazer uma comparação, que o tal homem cometeu um pecado.
Por causa de sua flagrante desatenção e falta de cuidado, o operário deixou de
fora um ingrediente químico. Conseqüentemente, o papel produzido revelou-se
impróprio para a escrita. O dono da fábrica ficou irado. Aquele erro iria significar
a perda de toda a carga de papel produzido.
Quando, porém, lhe trouxeram amostras do papel e ele tentou escrever, o
homem notou que o papel absorvia de imediato a tinta. Ocorreu-lhe então a idéia
do mata-borrão. Digamos, só para o propósito de nossa discussão, que o objetivo
do dono da fábrica de papel era ganhar dinheiro. Vemos, então, que a aparente
perda converteu-se em lucro. O objetivo último (ganhar dinheiro) foi alcançado,
ainda que a intenção (ganhar dinheiro mediante a venda de papel para escrever)
foi frustrada pelas circunstâncias criadas pelo mal (o descuido do operário), às
quais houve reação positiva e criativa.
É claro que nenhum exemplo que criemos abrangerá com perfeição a
realidade espiritual. Você poderia, diante disso, fazer uma objeção: "Ora, muito
bem, então não vamos incomodar-nos com coisa alguma. Pouco importará se
formos descuidados, estúpidos ou pecadores. Se Deus pode usar o mal tanto
quanto usa o bem, que Deus cuide dos males! Nada que façamos parece fazer
grande diferença!".
Pois aí está o velho argumento que Paulo combateu com tamanho vigor, em
sua carta aos romanos. Quando os homens perguntavam "Permaneceremos no
pecado, para que seja a graça mais abundante?", assim respondeu Paulo: "De
23. modo nenhum. Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele
morremos?". Desde que tenhamos visto o que é o pecado — "o braço erguido, o
punho fechado, o murro na face de Deus", como Joseph Parker o descreveu —,
como poderemos praticá-lo? Seria como se um estudante de Medicina abrisse a
cabeça da mãe com um machado e dissesse: "Esta minha ação foi muito boa!?
Aumentei meu conhecimento da estrutura do cérebro".
O pecado é o fato mais negro do universo. Uma coisa é dizer: "Este mal foi
cometido. Que bem posso extrair dele?". Outra, completamente diferente, é dizer:
"Vou praticar o mal de modo premeditado a fim de tirar algum proveito dele".
Além disso, embora Deus use um instrumento para alcançar seus objetivos,
se tal instrumento for um ser humano, este deve pagar pelos seus pecados. Deus
usou a cruz, já dissemos, como instrumento para um propósito divino, mas isso
não impediu que o Senhor afirmasse a respeito de Judas: "Ai daquele por
intermédio de quem o Filho do homem está sendo traído! Melhor lhe fora não
haver nascido!" (Mt 26:24). E ainda: "É inevitável que venham escândalos, mas ai
do homem pelo qual eles vêm!" (Mt 18:7).
Com tudo isso bem claro na mente, a mensagem, no entanto, se me afigura
de imenso consolo para estes dias. São dias de grande dor e de grandes perdas,
de sofrimento e de tristeza. Todavia, não são dias de desperdício. São fruto do
pecado do mundo inteiro. Voltando ao exemplo do mata-borrão, trata-se agora da
negligência, não de um só operário, mas de milhões. Não pensaremos no passado
com frases que se iniciam com: "Ah, se em 1918 nós houvéssemos...". A idéia é
dolorosa demais agora. O resultado daquele descuido, que resultou na 2-Guerra
Mundial, não foi desperdício de papel, mas de vidas, lares, cidades, dinheiro e
energia. Mas será que houve tão-somente um desperdício? Minha resposta é um
retumbante não! Pela simples razão de que confio no Dono dessa grande fábrica,
representada por um mundo de operários que estão alcançando os seus
propósitos. Ele não perde a paciência, nem diz a respeito deste mundo: "Estou
farto de vocês todos. Eu não os devia ter criado!".
Imagine que a terra é ferida com um golpe de máquina agrícola. A natureza
se porá a trabalhar de imediato para cicatrizar o ferimento. Ela o cobrirá de relva
verde que cresce nas imediações, e também com violetas e outras flores, as quais
não poderiam ali crescer enquanto um rasgo na terra não servisse de abrigo
contra o vento norte. Com um plano perverso, os homens crucificaram o Filho de
Deus, mas dentro de seis semanas outros homens estavam pregando que a cruz
era instrumento de salvação. Esses pregadores não se referiam à cruci-ficação
como um crime dos homens. Com ousadia quase alarmante, referiam-se à cruz
como obra redentora de Deus.
Agora o mundo todo está crucificado. Mas veja o que está acontecendo!
Surgiu uma nova consciência social. Que conversa toda é essa a respeito de uma
lei de ensino, de novas prescrições para a saúde, de novas providências
habitacionais, de novo planejamento urbano? Ora, que relação isto tudo tem com
a guerra? Havia cortiços e favelas antes da guerra, péssimas condições escolares
e mau atendimento médico ao povo. Não foi a guerra que trouxe isso. Digo-lhes
que o Espírito de Deus está em operação, num trabalho magnífico. Ele faz que a
ira do homem sirva ao seu propósito, e proporcione o cumprimento de sua
vontade última.
O Senhor está usando o momento em que o coração do homem está
horrorizado pelo mal que ele mesmo gerou. E nesse momento que o Senhor o
desperta para aquilo que sempre foi a vontade divina. Deste modo, desperto e
sensível, o homem, ao cumprir a vontade circunstancial de Deus, pode chegar à
24. sua vontade última, com tanta certeza quanto se a vontade intencional tivesse
sido de início cumprida. É certo que o horror extremo da guerra não teria sido
necessário para que o homem entendesse as intenções de Deus para seus filhos
que vivem nas grandes cidades.
Uma jovem senhora, cujo marido morreu num acidente, disse-me o
seguinte: "Sim, admiro sua preocupação com os assuntos do mundo e com os
problemas cívicos, mas cheguemos ao indivíduo. Meu marido foi morto, e meus
dois filhos pequenos ficaram sem pai. Sou jovem, e a minha vida se estende
numa longa solidão. Como Deus pode realizar sua vontade última em minha
vida? É certo que sua vontade intencional foi um lar para mim e a felicidade no
casamento. Na minha maneira de ver, a vontade de Deus fracassou para sempre".
Se eu lhe oferecesse uma resposta fácil, eu me odiaria a mim mesmo, e
você me desprezaria. Considerei a pergunta porque quero ser sincero e não quero
fugir dela. Neste caso, ninguém pode dar uma resposta a não ser pela fé, visto
que ninguém consegue ver o fim a partir do começo. Permita-me dizer duas ou
três coisas, com muito amor. Na noite da Sexta-Feira da Paixão, onze homens
sentiam-se imersos na maior depressão e angústia, como você. Diziam no
coração: "Confiamos nele. Seguimos os seus passos. Ele queria estabelecer o
reino. Foi o que ele nos disse. E o maligno teve permissão para arrebatá-lo de
nós. Isto é o fim".
No entanto, estavam errados, não? Era apenas o fim do equívoco deles e o
início do mais maravilhoso uso do mal por parte de Deus. Se você se entregar ao
desespero, também estará errado! Um dia, como aqueles discípulos, descobrirá
quão profundamente errado esteve e ficará mais triste com seus desesperos do que
com suas perdas.
Você sabe que o seu amado não se perdeu. Ele vive. O Senhor está
executando seu plano. Deus está usando seu amado no que ele quer para você.
Por que você não reassume a vida com coragem, em comunhão espiritual com
Deus, em memória do amado que está com o Senhor? Por que não se torna o pai
e a mãe de seus pequeninos? Por que não conforta os corações mais fracos que o
seu, nesta noite escura que caiu sobre a humanidade? Diga com o poeta
Tennyson:
Nada caminha com pés errantes; Nenhuma vida pode ser destruída, Nem
jogada fora como lixo ao nada, Pois Deus importa-se com todos nós: guarda-nos
para si.
Aí está, pois! Tenho certeza de que você não vai ser defraudado. Quando
chegar ao fim da estrada não terá nenhum sentimento de injustiça, nenhum sen-
timento de perda. A vontade intencional de Deus era que você exercitasse
plenamente sua personalidade, por meio de algo que poderíamos chamar de
regato da montanha, os anos verdes de sua vida conjugai. O regato está agora
represado. Mas você tem certeza, segundo o lugar onde está, com visão tão
limitada, de que Deus não pode realizar sua personalidade por nenhum outro
meio? O propósito primeiro para o universo todo é o Amor, e Deus jamais falhará,
jamais desamparará nenhum de seus filhos, a menos que se lhe oponham para
sempre.
O mal pode fazer-nos coisas terríveis. Quanto mais leio e penso, mais
acredito no diabo.
— Deus está dando corda ao diabo nestes dias — disse um amigo, doutor
em teologia, à sua mãe.
25. — Sim — disse a senhora idosa — mas continua segurando a outra ponta
com firmeza.
Deus reina. Um Deus que é como Jesus, que morreu para que um sonho se
tornasse realidade. Uma realidade melhor que nossos mais fantásticos sonhos.
Descanse nesta certeza da vontade última de Deus. "Nem olhos viram, nem
ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano, o que Deus tem
preparado para aqueles que o amam". Confie em Deus. Descanse na natureza de
Deus. Ele, que iniciou essa curiosa aventura a que chamamos vida humana, a
controlará até o fim. "Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o
último". A última palavra está com Deus.
Esse Deus, que vive e ama para sempre, Um só Deus, uma só lei, um só
elemento, Um só acontecimento divino e distante, Para quem a criação toda se
dirige...
"Um só acontecimento divino e distante" de natureza tal qual nenhum ser
humano pode sequer sonhar, mas a que podemos chamar de concretização da
vontade última de Deus.
26. 4
Como Discernir
a Vontade de Deus
Tendo feito as distinções acima a respeito das três maneiras como a
vontade de Deus se manifesta, podemos perguntar-nos agora se é possível
discerni-la, e como. Faço um quadro mental para você: o de uma pessoa perdida
numa floresta. Não precisamos descobrir se ela se perdeu por culpa sua, ou se foi
mal-orientada, ou se teria sido vítima de um acidente. A pessoa perdida está
fazendo uma pergunta que nos últimos dias tem estado nos lábios de muita
gente: "E agora, para onde vou?". Essa pessoa entende que deve haver um
caminho, o plano de Deus para sua vida, naquelas circunstâncias, mas de que
maneira pode essa pessoa ter certeza de que aquele é o caminho de Deus, e como
pode ter certeza de que não cometerá erros?
Primeiro, vamos responder à primeira pergunta.
Para sermos bem sinceros, essa pessoa não pode ter certeza de não estar
cometendo um erro enquanto não chegar ao fim. Precisa ir caminhando pela fé,
mais que pela vista. Todavia, se estiver disposta a ler as "placas"e seguir as
orientações, vai acabar no lugar em que Deus queria que estivesse. Felizmente
Deus lida conosco no exato lugar onde estamos.
Há uma história engraçada a respeito de um motorista que pôs a cabeça
para fora da janela do carro e perguntou a um camponês qual era o caminho
para Londres. Ao que este respondeu: "Bem, senhor, se eu estivesse indo para
Londres, eu não começaria por aqui". Felizmente, Deus pode começar conosco
onde estamos, e ele tem meios de mostrar-nos o caminho de sua vontade para
nós.
Estou certo de que a maior ajuda disponível para quem quer descobrir a
vontade de Deus está em aprofundarmos nossa comunhão com ele. Todos os que
conhecem a Deus são os que de modo mais rápido e certo discernem a sua
vontade. Às vezes se ouvem pessoas discutindo a respeito de um presente que
gostariam de dar a um amigo. É possível que alguém então diga: "Ora, eu o
conheço há 50 anos. Sei o que ele gostaria de ganhar". Penso que, de modo geral,
a autoridade de tal pessoa é imediatamente reconhecida.
Às vezes, tentando interpretar a vontade de uma pessoa morta, alguém
dirá: "Eu sei de que ele mais gostaria". O conhecimento, a amizade e o amor
tornam-se as qualificações que decidirão o que se fará a respeito da pessoa em
questão.
Sem dúvida foi a intimidade que Jesus desfrutava com o Pai — se
pudermos dar-lhe nome tão simples — que fazia o Senhor ter tanta certeza, ao
27. trilhar os caminhos tortuosos deste mundo, em cada curva, e em cada
bifurcação, de qual era a direção segundo a vontade de Deus.
O Senhor quase se perdeu no jardim das Oliveiras; a noite estava
excessivamente escura. Foi difícil encontrar o caminho; mas, ajoelhando-se em
profunda agonia espiritual, o Senhor usou a chave poderosa — "Não se faça a
minha vontade, e, sim, a tua". Cristo abriu a porta que o levaria à morte, crendo
que naquelas circunstâncias deveria tomar o caminho da cruz.
Entretanto, deixando de lado a amizade e a comunhão, há numerosas
"placas" que nos orientam, sobre quais eu gostaria de falar de modo breve.
1. A consciência pode ter origem humilde. Algumas pessoas acham que é
uma espécie de sabedoria de grupo, acumulada ao longo das eras, à medida que
as pessoas iam descobrindo que certos comportamentos conduziam a um preci-
pício, outros a um beco sem saída e outros constituíam avenidas. Sei que pode-se
dar muito desprezo a essa voz suave e modesta do interior do coração. Os seres
humanos já praticaram o mal, supondo estarem seguindo os ditames da
consciência. Essa voz é distorcida pelo nível espiritual que a raça atingiu, e
depende muito da sensibilidade da pessoa que a ela reage.
Até mesmo pessoas da mesma geração têm opiniões diferentes a esse
respeito. Uma pessoa pratica algo relativamente mau sem sentir nenhuma
alfinetada na consciência. Outra faz a mesma coisa e sente que um tormento lhe
penetra a alma, um grande remorso, o qual talvez não se justifique tanto.
Anos a fio a escravidão jamais foi condenada pela consciência humana, e,
nos séculos à nossa frente, muitas pessoas acharão incrível que nossa
consciência pudesse dormir sem se preocupar com as favelas e com as guerras.
Porém, no final de tudo, reconheceremos uma voz que dirá: "Isto está certo;
aquilo está errado". E reconheceremos o caminho que conduz à vontade de Deus.
2. Há outro "sinal" de estrada a que damos o nome de "bom senso". "Orei
pedindo orientação", disse um homem certa vez, "mas nada aconteceu. Não recebi
resposta alguma às minhas orações. Então usei o bom senso". Mas, quem lhe deu
o "bom senso", e por que foi-lhe dado? Se Deus colocou dentro da nossa mente
um maquinismo que nos ajuda a tomar decisões, por que não o usaríamos? É
certo que um entendimento baseado na apreciação bem ponderada da situação
merece mais confiança do que impulsos. Mas não merece mais confiança que os
desígnos de Deus. Ao mesmo tempo precisamos fazer uma advertência: às vezes a
orientação da vontade de Deus é o oposto daquilo que o bom senso está
determinando. Às vezes a vontade de Deus é o que o mundo chama "loucura".
3. Não vamos desprezar o valor do conselho de um amigo. Não me refiro ao
conselho de um ministro do evangelho, nem o de um consultor profissional;
refiro-me a compartilhar as dificuldades com um amigo sábio que, pelo fato de
poder ver a questão de outro ângulo, consegue enxergar os prós e os contras de
modo imparcial, e que, por estar emocionalmente fora do problema, muitas vezes
nos pode prestar um conselho muito útil.
É claro que há problemas em que o melhor meio de Deus ajudar a pessoa é
mediante um especialista. Numa situação médica ou psicológica difícil, talvez não
tenhamos sabedoria suficiente para trazer a melhor solução; o psicólogo fez dos
problemas particularmente difíceis para nós seu campo de especialização. De
novo pensemos no conselheiro como um instrumento nas mãos de Deus, como
28. alternativa à nossa capacidade de avaliação. Lembre-se de duas citações de
Browning:
Silêncio, eu imploro!
Esse amigo pode muito bem ser... Deus!
e a outra:
Deus nos ensina a ajudar-nos uns aos outros;
Portanto, emprestemos nossa mente.
Descubra um amigo com visão cristã, para que lhe empreste sua mente na
resolução de seus problemas, e Deus dará a você orientação segura. Não quero
dizer que há obrigatoriamente uma identificação entre o que o amigo aconselhar e
a vontade de Deus, mas o problema, visto sob novo prisma, se apresentará de
forma mais clara.
4. Há outra maneira de usar a mente e a sabedoria das pessoas. Agimos
assim ao ler bons livros, sobretudo os históricos e os biográficos. Já fui
grandemente consolado ao ler biografia de grandes homens. Poucos problemas
existem em nossa vida que grandes pessoas já não tenham enfrentado antes de
nós; e, quando lemos a Bíblia, biblioteca de variados livros, embora escritos sob
uma perspectiva ímpar — sob as três manifestações da vontade de Deus e sob os
propósitos de Deus —, talvez tenhamos acesso com maior clareza à orientação
que Deus proporciona aos filhos que procuram discernir sua vontade.
5. Não se deu ainda, creio, o devido valor à voz da Igreja. Certa vez Jesus
recomendou a seus discípulos que ouvissem a igreja (Mt 18:17). Acredito não
estar sendo demasiado severo se disser que nenhuma igreja funcionará como
deve se não mantiver grupos de comunhão fraterna aos quais o crente perplexo
possa levar seus problemas. Esse irmão pode até disfarçar, dizendo: "Conheço
um homem que...", sendo ele próprio a pessoa com problema.
Posso afirmar com certeza, baseado na experiência própria que tive no City
Temple, que às vezes a alma perturbada, em busca em discernir a vontade de
Deus recebe direção com clareza cristalina, quando recorre a um grupo de
crentes solícitos, prudentes, amorosos, perguntando qual seria a vontade de
Deus em determinada situação.
6. Nossos amigos quacres utilizam muito bem o que chamam "luz interior",
e apoio inteiramente as afirmações que fazem. Dizem que Deus pode falar
diretamente à alma humana e mostrar sua vontade aos que o buscam. Sem
dúvida isto é verdade. Desejo fazer apenas um alerta. Seguir a prática dos grupos
de Oxford, esforçando-se para que a mente fique inteiramente vazia e, a seguir,
considerar qualquer coisa que vier à mente como vontade de Deus, é prática de
todo temerária.
Corremos o risco de supor que esse método pelo qual recebemos a "luz" faz
que ela seja "divina". Mas o pensamento ou impulso que ocorre à mente vazia é
apenas o fruto de processos mentais anteriores como, por exemplo, do pen-
samento que ocorre à mente depois de longa discussão. Na verdade, ninguém
consegue desligar a mente, apagá-la a partir de certo ponto, impedir o fluxo dos
pensamentos. Isso é tão impossível quanto tentar isolar uma onda do mar, na
29. suposição de que nenhuma relação tem com as demais ondas que vêm atrás. No
entanto, se o método for usado com sabedoria e prudência e se o que "vier" à
mente naqueles momentos de tranqüilidade for testado de outras maneiras, como
as apresentamos acima, se tudo for "testado"por outras pessoas, ninguém pode
negar que a vontade de Deus pode ser discernida desta maneira.
Dessa forma, então, a vontade de Deus, no momento que precisamos de
ajuda, pode ser discernida. Quero ressaltar a última parte do que acabei de dizer:
no momento que precisamos de ajuda. Já cometi o erro de tentar discernir a
vontade de Deus com anos de antecedência. Cheguei à conclusão de que Deus
não nos incentiva a ver as coisas à nossa frente se estiverem ainda longe demais.
Deve-se aceitar a realidade de que não sabemos onde e como a estrada vai
terminar. Basta saber que, ao chegar a uma encruzilhada, saberemos que
caminho tomar.
Embora gostemos de pensar que é de máxima importância não cometer
erros — e repito que jamais podemos ter certeza de não haver cometido um erro
—, creio firmemente no conceito expresso no capítulo sobre a vontade última de
Deus. Nossos erros, se cometidos de boa fé, não resultarão em ficarmos perdidos.
"Não perderemos nosso caminho providencial." Com freqüência Deus interliga
nossos erros ao elaborar seu plano para nós, da mesma forma que tece nossos
sofrimentos e pecados.
Entretanto, permita-me encerrar o capítulo com duas perguntas
desafiadoras que sempre me faço e desejo transmiti-la a você:
1. Quero mesmo discernir a vontade de Deus, ou simplesmente quero que
ele aprove a minha? Conta-se a história engraçada do pastor que fora convidado
para pastorear uma igreja que pagava um salário quatro vezes maior que o que
ele vinha recebendo. Sendo homem consagrado, passou muitas horas em oração
a fim de discernir a vontade de Deus. Certo dia um amigo encontrou o filho desse
pastor na rua e perguntou-lhe:
— Então, o que o seu pai está fazendo?
— Bem — disse o garoto — meu pai está orando, e minha mãe
encaixotando as coisas.
O pai perguntava a Deus: "Que queres que eu faça?". Mas a mãe, com
intenções não tão boas, estava dizendo a Deus: "Vou fazer isso, Senhor. Espero
que tu aproves".
Discernir a vontade de Deus significa colocar-nos fora do quadro — não
vamos escolher um caminho, argumentando que é o caminho de Deus, só porque
é desagradável (já tratei dessa falácia), nem ir ao outro extremo, dizendo: "Vou
fazer tal e tal coisa. Por favor, aprove meu plano, Senhor, porque quero muito
realizá-lo".
2. A segunda pergunta desafiadora é a seguinte: Terei coragem de aceitar e
fazer a vontade de Deus depois que a discernir? Muitas pessoas formulam
inúmeras perguntas sobre a maneira de poderem descobrir a vontade de Deus. E
todo pastor sabe o que significa sentar-se ao lado de uma pessoa ansiosa por
obter respostas a essas perguntas. Entretanto, muitos pastores têm tido a
experiência de conhecer pessoas que, ao chegarem a descobrir claramente qual é
a vontade de Deus, dizem: "Não. Farei qualquer coisa, menos isso". Visto que
percebo em mim mesmo essa fraqueza, passo adiante a advertência de que às
vezes precisa-se não de discernimento, mas de vontade e disposição forte para
obedecer a Deus. No meu caso, preciso muito mais de força de ânimo, coragem,
30. fé, resolução, perseverança do que de discernimento. Drinkwater disse-o bem:
Não te pedimos o conhecimento — tu no-lo deste já.
Senhor—o querer realizá-lo—aqui está nossa maior necessidade.
Dá-nos o efetuar, acima da intenção. A ação, a ação!
31. 5
“Em Sua Vontade
Está a Nossa Paz"
Neste capítulo gostaria que o leitor tivesse em mente não só a citação de
Dante, que encima estas linhas — "Em sua vontade está a nossa paz" —, mas
também a palavra de Deus no livro de Provérbios: "Reconhece-o em todos os teus
caminhos, e ele endireitará as tuas veredas"(Pv 3:6).
Podemos achar magnífico o fato de Dante ter dito: "Em sua vontade está a
nossa paz", mas há tanta coisa acontecendo no mundo hoje fora da vontade de
Deus — pelo menos no sentido de estar fora da intenção de Deus —, que
podemos nos sentir afastados da paz. Exatamente! Essa é a razão por que não
encontramos a paz, antes a guerra a nos cercar e a intranqüilidade de espírito.
Depois de tantos anos de guerra não é de surpreender que encontremos tantas
pessoas doentes. Se não estão incapacitadas no corpo, milhares se encontram
ansiosas, preocupadas e insones. Além disso, se uma pessoa tiver imaginação ou
um pouco de sensibilidade e permitir que a mente divague sobre o morticínio e o
sofrimento, sobre a preocupação e a infelicidade deste mundo, sua mente
permanecerá ferida.
Só se sente bem a pessoa que, de alguma forma, por causa de seu
temperamento ou de sua indiferença, ou pela capacidade de desviar os olhos das
desgraças, conseguiu edificar um muro de defesa a separá-la do mundo que
sangra ao redor. Para a maioria das pessoas sobra a tristeza profunda, dia após
dia. Subitamente tal tristeza se concentra num caso excessivamente doloroso,
quando a pessoa que sofre é alguém que amamos, ou por que a pessoa que sofre
nos escolheu como portadores de seu fardo.
A pessoa alegra-se ao encontrar o alívio de ter o fardo compartilhado; mas
às vezes um de nós, sofredores, julga que não conseguirá viver um só dia mais. O
sofrimento é tão grande, o peso é tão esmagador que até nos impacientamos
como Dante, clamando: "Sim, mas nada disso é da vontade de Deus. Então, que
paz podemos encontrar?".
Penso ser aqui que deve entrar o valor de nosso pensamento anterior,
nossa distinção entre a vontade intencional, a vontade circunstancial e a vontade
última de Deus.
Vimos que a vontade intencional de Deus pode ser desviada pelo mau uso
que o homem faz do livre-arbítrio — pela loucura e pela ignorância deste mundo,
e pelo relacionamento familiar mediante o qual a humanidade toda está
intimamente ligada, de tal modo que os seus pecados me afetam, e os meus
pecados afligem aos demais. No entanto, existe uma vontade de Deus dentro das
circunstâncias ocasionadas pelo mal.
Creio, como já disse antes, que a cruz não foi a intenção de Deus para
Jesus Cristo. A intenção de Deus foi que as pessoas seguissem a Jesus, não que
o crucificassem. Mas, quando os homens perversos atiraram Jesus à cruz, o
Senhor aceitou a vontade de Deus naquelas circunstâncias, e sua reação
transformou a cruz em instrumento de poder, mediante o qual a vontade última
de Deus pôde ser realizada.
No jardim do Getsêmani, quando a sombra da morte descia sobre o Senhor,
32. ele viu, à semelhança do peregrino de Bunyan, uma luz brilhante; ao per-severar
no caminho, o Senhor cumpriu os propósitos de Deus, não só apesar da cruz,
mas através dela.
Assim, a mensagem deste capítulo é que nenhuma circunstância má pode
jamais nos sobrevir sem descobrirmos nela um caminho, o qual é a vontade de
Deus para a ocasião, e devemos praticar, como vimos no último capítulo, o
discernimento da vontade de Deus, para que não tropecemos nem fracassemos
na descoberta de qual seja esse caminho. Quando o tivermos achado, ainda que o
mundo inteiro esteja em tumulto, haverá pelo menos a paz interior, bem no
âmago de nosso ser — a paz que sobrevém pelo fato de nos sabermos dentro da
vontade de Deus, a qual nos é revelada naquelas circunstâncias, naquele
momento.
Participar da vontade de Deus redunda em paz por três razões:
1. Livramo-nos do medo de nos perder. Todos sabem quão terrível é quando
a criança não consegue encontrar o caminho de casa. Há uma boa ilustração a
esse respeito, na maneira pela qual um piloto de avião descobre o caminho de
casa. Uma onda de rádio é enviada pela estação de sua cidade. Desde que o piloto
permaneça dentro dessa onda e a siga, encontrará o caminho de casa. Se se
desviar da onda, um ruído forte ressoará nos fones de ouvido, o que significa com
toda clareza: "Você está indo na direção errada. Volte até que haja total silêncio".
Dentro da onda sonora, há paz.
Creio não estar forçando a ilustração ao dizer que Deus envia, por assim
dizer, uma onda de orientação — isto é, sua vontade para nós nas circunstâncias
que enfrentamos agora — e, enquanto estivermos dentro de sua vontade, teremos
paz. A turbulência e a intranqüilidade tomarão conta de nossa mente, se nos
afastarmos de sua vontade ou não conseguirmos achá-la — coisa que com
freqüência, como bem sei, para grande tristeza minha, nos acontece, ainda que
procuremos diligentemente evitá-lo.
Acho que acontece a mesma coisa na cabecinha de um pássaro. Não nos
referimos à "coragem" nem à "confiança" da andorinha, visto que tais valores
humanos não têm sentido no mundo das aves. Todavia, na primavera, ou no
início do verão, uma andorinha na África longínqua inicia uma viagem de
milhares de quilômetros, de volta aos telhados da mesma cidadezinha, às
mesmas árvores em que no ano passado edificou seu ninho. Essa andorinha não
se desviará, nem perderá o caminho. Descobrirá seu caminho não-traçado, entre
as tempestades, entre ventos tempestuosos, por cima das ondas tumultuadas,
sem perturbação alguma, sem mau humor, sem ansiedade, visto que, embora de
modo mecânico, instintivo, a andorinha está no caminho da vontade de Deus, e
na vontade de Deus há paz. Assim é que Browning diz:
Partirei a fim de testar minha alma!
Vejo meu caminho, como os pássaros vêem sua trajetória não-traçada.
Eu chegarei! Não pergunto a que horas, por qual circuito,
por qual caminho terei de seguir...
Na hora certa, na boa hora de Deus, chegarei lá.
Guardemos bem esta mensagem: ao nos mantermos na vontade de Deus,
como a vemos em qualquer experiência, descobrimos o caminho, ainda que
sobrevenham tempestades aparentemente avassaladoras, até por fim chegarmos
aonde Deus quer que estejamos — e o objetivo de todos os esforços humanos é
33. cumprir os propósitos de Deus e ser um com ele.
2. A segunda razão por que penso que encontramos paz na vontade de
Deus é esta: elimina-se o terror de ter de carregar a responsabilidade dos fatos.
Que momento angustioso quando a multidão, clamando ardentemente pela
crucificação de Cristo, gritava: "Caia sobre nós o seu sangue, e sobre nossos
filhos". O povo entendia estar pronto para assumir a responsabilidade de seus
atos.
Esse peso da responsabilidade com freqüência nos esmaga. Mas creio que a
mensagem de Deus a nós inclui isto. É como se ele nos dissesse: "Enquanto você
estiver tentando fazer minha vontade, aceitarei a responsabilidade por tudo que
acontecer. Carregarei o fardo em seu lugar. Dirigirei sua vida, e as conseqüências
serão minha responsabilidade, não sua". "Reconhece-o em todos os teus
caminhos, e ele endireitará as tuas veredas" (Pv 3:6).
Talvez outro exemplo nos ajude aqui. Há pouco tempo tomei conhecimento
de uma garota cuja mãe, longe de casa, delegou-lhe a responsabilidade de cuidar
da casa, do pai e de vários irmãos menores. Você talvez consiga imaginar o peso
da responsabilidade posto sobre os ombros daquela criança, que tinha a tarefa de
substituir a mãe, não só no cuidado da casa, mas na atenção às exigências das
crianças menores. Essa menina comportou-se com bravura e desempenhou suas
funções de modo maravilhoso. Mas, quando a mãe voltou, você pode imaginar o
alívio da menina? Ela clamou: "Ah! Mãe! Que bom que você voltou!".
Lembre-se de que a menina talvez tenha continuado a desempenhar a
maior parte daqueles deveres domésticos, mas agora a mãe assumia a
responsabilidade. Creio que esse exemplo é profundo.
Quando submetemos nossa vontade à suprema vontade de Deus, em certo
sentido podemos dizer a Deus: "Que bom que tu voltaste!". Já não estamos
desempenhando uma série de deveres desacompanhados, nem levando sozinhos
a responsabilidade da vida. Estamos tentando fazer a vontade de alguém que está
conosco o tempo todo, e que nos diz: "Tudo que você tem de fazer é seguir meu
plano, minha vontade, dia a dia, e a responsabilidade pelo que acontecer será mi-
nha. Eu a assumirei por você". Porém, muitas vezes, em vez de deixarmos que
Deus se responsabilize, estamos tentando arcar com o peso do mundo. Mas isso é
responsabilidade de Deus.
Talvez eu possa ilustrar um pouco melhor o que pretendo dizer, citando
parte de uma oração que escrevi há pouco, para meu conforto espiritual, num
período de tensão muito forte:
Senhor Jesus, a ti que suportas o peso dos homens, e és confortador dos
oprimidos, trazemos todos os que estão tristes. Ajuda-nos a partilhar teu amor
fortalecedor com o nosso próximo, mas concede-nos a graça de termos o contínuo
refrígério da comunhão contigo. Que não sejamos esmagados pelos fardos do
mundo. Tu és o que leva os nossos fardos — nós não agüentamos peso algum. Tu
és o Redentor; nós, os pecadores. Só tu, ó Cristo, podes carregar as tristezas do
mundo. Nessa fé, ensina-nos a cumprir nossos deveres, dia a dia, desde que os
entendamos como vontade tua, e livra-nos da opressão e da tirania dos que tentam
oprimir-nos com pesos superiores aos que o ser humano pode suportar. Que
olhemos para ti continuamente, ó Cordeiro de Deus, que levaste os pecados do
mundo.
3. A terceira razão por que na vontade de Deus reside a nossa paz é que
34. pela sua vontade nossos conflitos se resolvem. Estou certo de que um pouco de
conflito é essencial para o progresso da alma. A alma inconsciente do conflito não
consegue perceber o confronto do bem com o mal — está como que cega aos
impulsos da tentação por se entregar demais a ela; esta já não exerce seu poder,
e a ação desejada é efetuada sem conflito algum. Segue-se uma horrenda
deterioração da personalidade.
Ao mesmo tempo, como é fraco o homem que está constantemente pesando
as suas decisões: "Devo fazer isto? ou Devo fazer aquilo?". O princípio orientador
"farei a vontade de Deus no que puder discerni-la" responde a muitos de nossos
conflitos e traz-nos paz e forças. Se nos for dito: "Sim, mas você poderia fazer
cessar o conflito tomando uma decisão errada", minha resposta é que cometer
um erro sempre suscita uma dezena de conflitos quando antes havia apenas um.
Afundamo-nos cada vez mais no pântano do mal e perdemos as forças na tentati-
va infrutífera de safar-nos dali, pois o universo tende para o bem.
Para o direito eterno
As estrelas eternas são fortes.
Se esta fosse uma aula de psicologia, eu tentaria explicar com que
freqüência a personalidade se exaure nos conflitos internos. Ao escrever estas pa-
lavras, lembro-me de uma jovem oficial do Exército que certa vez me consultou,
queixando-se de fadiga tão grande que em certas ocasiões não conseguia erguer o
braço acima dos ombros para pentear os cabelos. Sua mente estava atormentada
pela obsessão de vir a adoecer. A verdade era que parte de sua mente desejava
adoecer, visto que a doença lhe traria compreensão, amor e segurança no lar, sob
os cuidados dos pais. Seu namoro havia sido rompido recentemente; a moça
sentia-se sem amor, e almejava o carinho da mãe. Mas outra parte de sua mente
temia a doença, para ela sem causa real, e essa doença resultaria em grande
sentimento de culpa por ter de sair do Exército. Ela odiava o Exército, porque
nele não havia a menor oportunidade de ser amada. A sede de amor e a ausência
de amor — como sabem muito bem os psicólogos — são importantes causas das
neuroses.
Tais conflitos nos deixam exaustos e enfraquecidos. A jovem sente o
conflito entre o dever para com sua mãe e o desejo de independência. O dr.
Hadfield nos conta que, na mente de certo soldado, o sentimento do dever era tão
forte, mas formava tão grande conflito com seu desejo de fugir, movido pelo
instinto de autopreservação, que lhe causou uma paralisia nas pernas, a qual
solucionou o problema imediatamente, embora fizesse dele uma vítima, uma
baixa no Exército.
Em nossa clínica psicológica conheci o conflito que assolava um estudante.
Este tinha o desejo de sobressair-se nos estudos universitários, como fizera no
curso secundário, mas agora sofria a inferioridade que o agarrara com tanta
intensidade ao tentar fazer o curso universitário. Aqui ele se viu entre pessoas
com qualidade intelectual mais apurada que a dos de sua antiga escola. A
frustração de não ser mais o primeiro aluno da classe, o medo de ser
tachado de aluno mediano e o desejo de estar em primeiro lugar na
universidade causaram um conflito tão cansativo que o rapaz ficou doente. Diz
Hadfield sabiamente:
Quando enfrentamos nossos conflitos e de modo deliberado tomamos nossas
decisões, ao dirigir todos os nossos esforços a um propósito grandioso, cheios de
confiança e sem medo algum, nossa alma se restaura, cheia de harmonia e força.
Sempre imagino que o quadro que Jesus pintou com suas palavras
—"Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde
35. de coração; e achareis descanso para as vossas almas" (Mt 11:29) —, na verdade
está falando do jugo que une o boi forte a um animal mais fraco, distreinado. O
boi mais fraco contribui apenas com sua pouca força, como diríamos, mantendo-
se no nível do boi mais forte. Este carrega o peso maior, na extremidade do jugo.
É o responsável pelo sulco direito, em linha reta, e por atingir o outro lado do
terreno. Se o boi mais fraco ficar puxando o arado para outra direção, a de sua
escolha, o jugo lhe esfola o pescoço, e o peso se lhe torna grande demais. "Tomai
sobre vós o meu jugo", diz-nos Jesus, "e aprendei de mim, porque sou manso e
humilde de coração. Não sejais desobedientes, presos a vossas próprias opiniões,
orgulhosos e autoconfiantes, dizendo: 'farei o que eu bem entender'. Se vós
fizerdes isso, fareis que o jugo fique esfolando vossos pescoços. Caminhai
comigo, e o trabalho será fácil (é o verdadeiro sentido da palavra). A respon-
sabilidade será tirada de vós, e o vosso peso se tornará leve". (Em sua vontade
está a nossa paz.)
Quando adolescente, muitas vezes eu tirava férias numa fazenda na
Charnwood Forest. Perto da fazenda havia uma enorme pedra na qual eu gostava
de me sentar, principalmente no pôr-do-sol. Lá embaixo, no sopé do morro
íngrime, havia um reservatório d'água rodeado de juncos e arbustos. Ao lado, a
imensidão das águas. Do outro lado um bloco de granito imenso, vermelho,
soerguendo-se acima do lago. No alto do rochedo viam-se uns pinheiros soberbos.
Sentei-me naquela rocha em todas as horas do dia. Posso fechar os olhos
agora e recobrar a sensação de tranqüilidade e de paz que me sobrevinha naquele
lugar solitário. Quase posso ouvir o grito da gaivota ao sobrevoar as águas, o doce
sussurro do vento, o murmúrio das águas caindo nas pedras de uma pequena
praia em meio aos juncos.
Certo dia me sobreveio, quase como uma revelação, um pensamento que
pode ser algo banal para você, que me atingiu a mente com a força da verdade.
Não havia seres humanos, tampouco habitação humana à vista. Tudo que eu
enxergava cumpria totalmente e com perfeição a vontade de Deus. Concordo que
ali a vontade do Senhor era cumprida mecanicamente, e que a vida campestre,
selvagem, ao meu redor, não oferecia o peso de uma decisão. Mas eu parecia
estar aprendendo o segredo da harmonia e da paz daquele lugar. Ali a vontade de
Deus era executada com perfeição. Se pudéssemos executar a vontade de Deus
voluntariamente, como se faz na natureza de modo mecânico, acredito que
encontraríamos a mesma sensação de paz. "Reconhece-o em todos os teus
caminhos [como os pássaros fazem], e ele endireitará as tuas veredas."
Os poetas conseguem dizer essas coisas melhor do que nós. Permita-me
concluir com uns versos do poeta William Cullen Bryant, que os escreveu quando
contemplava um pássaro a voar — assim lhe pareceu — em direção do centro ao
pôr-do-sol:
Até onde, por entre o orvalho que cai,
Enquanto rebrilham nos céus as últimas gotas do dia,
Ao longe, através de profundidades róseas,
Persegues teu caminho solitário?
Em vão o olho do caçador
Poderia marcar teu distante vôo, para fazer-te o mal,
Teu vulto recortado no céu cinzento
Flutua ao longe.
36. Procuras tu a beirada pantanosa
Do lago coberto de mato, a margem do rio extenso,
Ou as pedras no meio do oceano que aparecem e se
escondem
Segundo as marés, próximas à praia ?
Existe um Poder cujo cuidado
Te ensina o caminho ao longo dessa costa que não
mostra caminho algum —
O ar deserto, ilimitado —
Em que voas a sós, não porém perdido.
Partiste. O abismo do céu
Engoliu teu vulto. No entanto, em meu coração
Gravou-se a lição que me deste
De que tão cedo não me esquecerei.
Aquele que, de uma parte para outra,
Te guia pelo céu infinito em vôo certo,
No longo caminho que a sós devo trilhar
Também conduzirá meus passos com segurança.