O documento descreve o cerco de Lisboa em 1147, quando as tropas portuguesas e cruzados, num total de quase 200 embarcações, sitiaram a cidade por quatro meses até a rendição dos invasores árabes em outubro. A vitória cristã resultou na reconquista de Lisboa e foi o único êxito da Segunda Cruzada.

1. O cerco de Lisboa Prof. Rafael Souza Gonçalves

2. Antecedentes 622 (Calendário Cristão): fuga de Maomé, de Meca para Medina – Hégira – Ano 1 do Calendário Muçulmano. 632 (CC/ Ano 10 CM): Morte de Maomé – início da expansão muçulmana, no contexto da jihad, visando à conversão dos infiéis (não-islâmicos)

3. A expansão muçulmana:

4. Dentro do contexto da expansão, a Península Ibérica, até então cristã, é conquistada pelos muçulmanos em 711. Em poucos anos teria início o processo conhecido como Reconquista, em que os reinos ibéricos buscam a expulsão dos árabes muçulmanos da Península e sua consequente retomada cristã. Dois momentos são chave neste processo: a Batalha de Covadonga e a de Poitiers:

5. Batalha de Covadonga: Batalha de Poitiers: Em 722 Pelayo (primeiro Rei das Astúrias) derrotou os árabes, segundo se conta, com o auxílio miraculoso de Nossa Senhora Em 1732, Carlos Martel (avô de Carlos Magno) comanda o ataque dos francos aos exércitos mouros Gruta de Covadonga. Fonte:http://gloriadaidademedia.blogspot.com/2011/09/covadonga-milagre-parou-invasao.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+IdadeMedia+%28Gl%C3%B3ria+da+Idade+M%C3%A9dia%29

6. A Reconquista O processo de Reconquista da Península Ibérica, iniciado ainda no início do século VIII, portanto, se estende até 01/08/1492 (dois dias antes de Colombo partir do país, em direção à América), quando o último reino ainda nas mãos dos mouros, o de Granada, é retomado em favor da Espanha Cristã. Neste longo processo de lutas se forja com ainda mais força o fervor cristão que durante tanto tempo caracterizou Portugal e Espanha...

7. ... mas é também dentro deste período que importantes alterações/ transformações ocorrem na Europa, como: Cisma do Oriente Renascimento comercial, com maior intensidade Com ele, o progressivo renascimento urbano Com o domínio muçulmano de Jerusalém e do Santo Sepulcro, tem início as Cruzadas Guerra dos Cem Anos (Inglaterra X França) Renascimento Início da Expansão Marítima Portuguesa

8. As Cruzadas Expedições principalmente militares, a princípio organizadas pela Igreja, com o objetivo inicial de reconquistar o Santo Sepulcro, em Jerusalém Foram 8 no total as oficiais Partiam de pontos diferentes da Europa, envolvendo povos de origens também diferentes

9. 1095 – Concílio de Clermont: o Papa Urbano II convoca os cristãos a irem nas expedições cruzadas à Jerusalém 1096 a 1099: Primeira Cruzada – obteve êxito, com os cruzados conseguindo conquistar Jerusalém. Décadas depois, porém, os turcos reconquistam a cidade. É organizada então a Segunda Cruzada: 1147 a 1149 – motivada pela queda de Edessa

10. O cerco de Lisboa... É dentro deste duplo contexto, portanto, que ocorre o Cerco de Lisboa, em 1147: Reconquista da Cruzadas Península Ibérica

11. Quando: 01 de julho a 25 de outubro de 1147 Quem: D. Afonso Henriques + soldados cruzados que se dirigiam à segunda cruzada (quase 200 embarcações, vindas da Inglaterra e do Mar do Norte)

12. Como: as tropas portuguesas por terra se encontraram com os exércitos Cruzados, que avançaram pelo Rio Tejo, sitiando a cidade. Os invasores árabes sofreram por quase quatro meses problemas que se agravavam, como fome, doenças e os repetidos ataques. Acabam se rendendo em 24/10, mas o Rei e suas tropas entram na cidade no dia seguinte. O apoio dos soldados cruzados acabou sendo fundamental para o sucesso do cerco – e, por conseguinte, da vitória cristã e reconquista de Lisboa.

13. Resultado: o vitorioso cerco de Lisboa foi o único êxito da Segunda Cruzada – após os soldados cruzados se retirarem de Portugal e se dirigirem à Jerusalém, acabaram sendo derrotados.

14. Enfim... Mais seis cruzadas foram organizadas, mas ao final do processo Jerusalém continuou em mãos árabes. Com o tempo, preocupações econômicas (como a possibilidade de enriquecimento no comércio com o Oriente) sobrepuseram-se às puramente religiosas, desvirtuando o propósito cruzadista...