2. TV/Computador
A partir da digitalização, grandes
transformações estão ocorrendo tanto na
TV quanto na internet. Duas
possibilidades de mudanças são
possíveis: pode-se levar a internet para a
TV; ou o contrário, fazer com que os
canais de televisão sejam passíveis de
serem assistidos via internet, na tela do
computador.
3. Interatividade
A interatividade tem sido apontada como uma
das possibilidades da TV Digital. O
telespectador poderá participar da obra
televisiva, definindo as ações de sua preferência
e construindo o seu próprio programa a partir
das definições de hipertextos. Será possível,
entre outras possibilidades, a interação com os
programas, através de links, a intervenção do
usuário na montagem dos programas, a escolha
de finais, e a criação de grupos temáticos.
4. Escolha de programas e horários
O telespectador também terá amplas
possibilidades de escolha de
programação e de horários.
5. Ver TV será, em grande parte, como baixar um
arquivo para um computador. Uma vez no
computador, não há necessidade de vê-los na
ordem em que foram enviados. De repente, a
TV se transforma num veículo de acesso
aleatório, mais parecido com um livro ou jornal:
pode-se folheá-la, modificá-la; ela não depende
mais do horário, do dia ou do tempo necessário
para a transmissão.
6. Anunciantes
A TV Digital deverá adaptar a sua
programação às necessidades e
preferências de cada espectador. Como
conseqüência, os investimentos dos
anunciantes serão pulverizados. As
grandes campanhas publicitárias de
caráter universal, destinadas a atingir
milhões de compradores em todas as
classes sociais serão cada vez mais
raras.
7. Convergência de mídia
A tecnologia também propiciará a
convergência de mídias. Convergência de
mídias consiste na utilização de vários
meios de comunicação, em tempo real, e
onde imagens e textos em movimento
permitem o acesso ao conteúdo de forma
não linear.
8. Devido a essa convergência, a
interatividade entre os veículos tem
ocorrido cada vez mais: vota-se pelo
telefone fixo ou celular e pela internet para
retirar um participante de um dado
programa, por exemplo. Essa
convergência tende a aumentar. A TV
Digital possibilitará o acesso à internet
para, entre outras coisas, realizar uma
compra usando o controle remoto.
9. Revolução da linguagem
A digitalização da imagem modifica as relações
de produção e consequentemente aponta para
uma outra revolução, antevista pelos críticos e
cineastas: a da linguagem. O filme digital nos
abre para uma nova realidade, estamos no meio
de uma revolução que, por meio da tecnologia
digital, traz novas concepções de
contemporaneidade para o cinema, de maneira
condicional e incondicional.
10. Time Code
Em Time Code, filme digital de Mike
Figgis, seqüências do filme quebram com
o modelo usual de cortes para mostrar
que duas cenas ocorrem paralelamente.
Estes paralelismos não são expostos
através de cortes mas, simplesmente, por
meio da exibição simultânea de tudo que
acontece em cada uma das tramas
envolvidas.
11. A tecnologia digital anuncia um avanço
para este recurso: através de um suporte
caseiro, como o computador e
futuramente a TV digital, o espectador
pode escolher qual das seqüências
apresentadas simultaneamente quer
assistir. Basta que o diretor tenha previsto
esta possibilidade no processo de
realização do filme, introduzindo o público
em caminhos diferentes.
13. Telemig Celular
Em 2002, a DNA Propaganda, criou um
comercial para a Telemig Celular abrindo a
possibilidade do espectador escolher o final. A
linguagem utilizada reproduziu o conceito
introduzido por Abel Gance: cenas mostradas
paralelamente, divididas em janelas na tela da
televisão. Em cada janela, os personagens
seguem caminhos diferentes. No final do
comercial, pede-se ao espectador que escolha
qual caminho a personagem principal deve
seguir.
14. Merchandising
A fragmentação do público vai ser uma
realidade com a TV Digital. Os horários
dos programas serão flexíveis, podendo
ser acessados em horários diferentes por
cada espectador. Os comerciais vão
migrar cada vez mais do intervalo entre os
programas para dentro dos programas,
evitando que espectador possa eliminá-
los. É a propaganda de conteúdo.
15. Pepsi
A Pepsi, por exemplo, está começando a
desenvolver programas de marca próprios. A
empresa trabalhou com Joel Gallen, produtor
dos Video Music Awards da MTV, para produzir
o "Pepsi Smash", uma série de shows
televisados ao vivo apresentando músicos como
Avril Lavigne, na WB Network, neste ano. A
Pepsi ficou tão satisfeita com os resultados que
planeja tentar outros tipos de shows.
16. American Express
Uma experiência do cartão American Express
aproveitou a convergência de três linguagens: cinema,
televisão e Internet. A empresa patrocinou uma série de
comerciais estreladas pelo ator americano Jerry Seinfeld
que contracenava com o Superman (em desenho
animado).
O cartão American Express aparecia apenas como um
detalhe, um merchandising. A diferença em relação aos
merchandisings tradicionais é que foram criadas
histórias, roteiros bem produzidos, oferecendo ao
espectador o que ele busca na televisão:
entretenimento.
17. BMW
Em 2001, a BMW produziu uma série de filmes de curta
metragem para a Internet, estrelados pelo ator britânico
Clive Owen e dirigidos por renomados diretores de
cinema: Tony Scott, John Woo, Guy Ritchie, John
Frankenheimer, Alexandro Gonzáles Inarritu. Os filmes
foram exibidos em festivais de cinema, incluindo o
prestigiado Festival de Cannes e colocados no site da
BMW. Na concepção dos filmes, os diretores tiveram
liberdade, condicionada a apenas um fator: um carro da
BMW tinha que fazer parte da trama. Mais de 50
milhões de espectadores acessaram o site para assistir
aos filmes durante a campanha.
18. Cinema/TV/Comunicação
Mistura de cinema e propaganda, essas
experiências exploram uma das possibilidades
da TV Digital: a propaganda de conteúdo.
Filmes, programas, shows, patrocinados por
grandes marcas. Merchandisings que fazem
parte da trama, dos roteiros, e não apenas
inserções no meio de cenas. A propaganda
assume uma de suas principais características:
o entretenimento, oferecendo ao espectador
boas histórias.