1) Discute a transição da subjetividade moderna para a pós-moderna, representadas pela neurose e borderline respectivamente.
2) Apresenta elementos da subjetividade moderna como repressão e recalque e da pós-moderna como condescendência, onipotência mitigada e cisão.
3) Discutem como esses elementos "produzem" a gradação da neurose e borderline, desde o pólo patológico ao normal.
O documento descreve o contexto histórico e filosófico do surgimento da psicanálise, desde o pensamento moderno até Freud. Apresenta os principais conceitos de Descartes, a visão da doença mental no século XIX e o trabalho pioneiro de Freud, que rompeu com a visão médica reducionista e fundou a psicanálise.
O artigo apresenta um estudo sobre a melancolia centrado em dois textos fundadores: o Problema XXX,1 de Aristóteles e Luto e Melancolia de Freud. Aristóteles interpreta a melancolia como um fenômeno somático determinado pela bílis negra, enquanto Freud vê a melancolia como um acontecimento psíquico. Ambos os textos partem do mesmo pressuposto do Aforismo 23 de Hipócrates sobre a melancolia ser causada por tristeza e medo prolongados. O artigo discute como esses dois
1) O documento é um resumo da obra "Resumo da Doutrina Espírita" de Gustave Geley, um cientista francês que estudou a mediunidade de forma experimental.
2) Apesar de não ser espírita, Geley aceitava os principais postulados espíritas como a imortalidade da alma, a reencarnação e a comunicação com os espíritos.
3) Sua abordagem era mais racional e científica do que revelada, buscando provar tais conceitos através de experimentos e da concord
A transferência é um fenômeno onde os sentimentos do paciente em relação às figuras parentais são transferidos para o terapeuta. O documento discute os tipos de transferência, incluindo positiva, erótica e negativa, e como a transferência e resistência são mecanismos centrais na psicanálise.
O documento discute a emergência da psicologia como ciência independente no século 19. Três fatores principais contribuíram para isso: 1) o desenvolvimento da experiência da subjetividade privada na modernidade, 2) as condições socioculturais que levaram indivíduos a se verem como sujeitos únicos e 3) o surgimento do capitalismo e do trabalho assalariado, que promoveram a individualização.
O documento discute a transdisciplinaridade e novos paradigmas para integrar saúde e meio ambiente. Aborda o paradigma cartesiano-newtoniano mecanicista e apresenta o paradigma holístico que vê cada elemento como parte do todo, como um holograma. Também menciona terapias holísticas que enfatizam a totalidade e consciência para a saúde.
A psicanálise foi influenciada por ideias de Herbart, Fechner e Brentano sobre a dinâmica mental inconsciente. Sua "impureza conceitual" residiu nas origens naturalistas da teoria e na etiologia sexual proposta por Freud, embora ele alegasse desconhecimento dessas influências. Apesar de limites epistemológicos, a psicanálise desenvolveu um entendimento relevante do pensamento inconsciente.
Rehfeld, a. o que diferencia uma abordagem fenomenológico existencial das demaisÉrika Renata
O documento discute as diferenças entre uma abordagem fenomenológico-existencial e outras abordagens na psicoterapia. A principal diferença é o compromisso com uma compreensão ontológica da condição humana, incluindo fragilidade, mortalidade e incerteza. Isso requer aceitar a verdade sobre a existência humana em vez de tentar escapar dela com interpretações puramente ónticas.
O documento descreve o contexto histórico e filosófico do surgimento da psicanálise, desde o pensamento moderno até Freud. Apresenta os principais conceitos de Descartes, a visão da doença mental no século XIX e o trabalho pioneiro de Freud, que rompeu com a visão médica reducionista e fundou a psicanálise.
O artigo apresenta um estudo sobre a melancolia centrado em dois textos fundadores: o Problema XXX,1 de Aristóteles e Luto e Melancolia de Freud. Aristóteles interpreta a melancolia como um fenômeno somático determinado pela bílis negra, enquanto Freud vê a melancolia como um acontecimento psíquico. Ambos os textos partem do mesmo pressuposto do Aforismo 23 de Hipócrates sobre a melancolia ser causada por tristeza e medo prolongados. O artigo discute como esses dois
1) O documento é um resumo da obra "Resumo da Doutrina Espírita" de Gustave Geley, um cientista francês que estudou a mediunidade de forma experimental.
2) Apesar de não ser espírita, Geley aceitava os principais postulados espíritas como a imortalidade da alma, a reencarnação e a comunicação com os espíritos.
3) Sua abordagem era mais racional e científica do que revelada, buscando provar tais conceitos através de experimentos e da concord
A transferência é um fenômeno onde os sentimentos do paciente em relação às figuras parentais são transferidos para o terapeuta. O documento discute os tipos de transferência, incluindo positiva, erótica e negativa, e como a transferência e resistência são mecanismos centrais na psicanálise.
O documento discute a emergência da psicologia como ciência independente no século 19. Três fatores principais contribuíram para isso: 1) o desenvolvimento da experiência da subjetividade privada na modernidade, 2) as condições socioculturais que levaram indivíduos a se verem como sujeitos únicos e 3) o surgimento do capitalismo e do trabalho assalariado, que promoveram a individualização.
O documento discute a transdisciplinaridade e novos paradigmas para integrar saúde e meio ambiente. Aborda o paradigma cartesiano-newtoniano mecanicista e apresenta o paradigma holístico que vê cada elemento como parte do todo, como um holograma. Também menciona terapias holísticas que enfatizam a totalidade e consciência para a saúde.
A psicanálise foi influenciada por ideias de Herbart, Fechner e Brentano sobre a dinâmica mental inconsciente. Sua "impureza conceitual" residiu nas origens naturalistas da teoria e na etiologia sexual proposta por Freud, embora ele alegasse desconhecimento dessas influências. Apesar de limites epistemológicos, a psicanálise desenvolveu um entendimento relevante do pensamento inconsciente.
Rehfeld, a. o que diferencia uma abordagem fenomenológico existencial das demaisÉrika Renata
O documento discute as diferenças entre uma abordagem fenomenológico-existencial e outras abordagens na psicoterapia. A principal diferença é o compromisso com uma compreensão ontológica da condição humana, incluindo fragilidade, mortalidade e incerteza. Isso requer aceitar a verdade sobre a existência humana em vez de tentar escapar dela com interpretações puramente ónticas.
Este documento descreve a história e os conceitos fundamentais da psicanálise. Começa com a colaboração inicial de Breuer e Freud no tratamento de pacientes histéricos usando hipnose, e como Freud desenvolveu técnicas como a associação livre. Também discute conceitos como inconsciente, complexo de Édipo, repressão, transferência e desenvolvimento da libido.
Rehfeld, a. especificidade de uma psicoterapia fenomenológico existencialÉrika Renata
Este documento resume a especificidade de uma psicoterapia fenomenológico-existencial de acordo com Ari Rehfeld. A abordagem se diferencia por ter um compromisso com uma compreensão ontológica da condição humana, incluindo a mortalidade e finitude. O papel do terapeuta é facilitar a auto-compreensão do paciente de forma a ajudá-lo a lidar com a angústia inerente à condição humana e permitir que ele descubra seu próprio poder de ser.
Rehfeld, a. a prática clínica fenomenológico existencialÉrika Renata
O documento discute a prática clínica fenomenológico-existencial, definindo o papel do terapeuta como cuidar do ser do paciente, ajudando-o a desvelar suas próprias possibilidades de forma a aliviar o sofrimento. O terapeuta deve criar condições para o desabrochar da alma do paciente, sem impor um sentido, respeitando suas limitações. A terapia tem um caráter libertador, permitindo experimentar novas formas de ser.
O conceito de subjetividade nas teorias sócio-históricasJuliana Soares
Neste estudo são analisadas as
concepções de subjetividade de três autores que
se inserem no campo da psicologia sóciohistórica:
Fernando Gonzalez Rey, Odair Furtado
e Maria da Graça Marchina Gonçalves. A
pesquisa realizada, de natureza teórica, teve por
objetivo identificar semelhanças e diferenças que
estão na base do conceito de subjetividade
destes diferentes autores, ainda que se situem
em uma mesma corrente teórica, como forma de
demonstrar a necessidade de avanço na
conceituação desta categoria. Adotou-se como
procedimento o modelo de Thomas Kuhn para a
análise de paradigmas da ciência. Para tanto,
foram selecionados textos dos três autores, em
que se observava uma preocupação com a
definição do conceito de subjetividade e fez-se
uma leitura aprofundada, buscando em suas
concepções os quatro principais aspectos que
caracterizam um paradigma: generalizações
simbólicas, paradigma metafísico, exemplares e
valores. Como resultado, constatou-se o
compartilhamento de idéias na maioria dos
aspectos analisados, revelando que o avanço na
postulação da categoria subjetividade dentro da
perspectiva da psicologia histórico-cultural ou
sócio-histórica parece promissor, o que confere a
esta abordagem teórica lastro para a sustentação
das investigações sobre a subjetividade,
oferecendo possibilidades de explicação dos
fenômenos observados. Contudo, também
aparecem divergências entre os autores, o que
pode estar relacionado ao enfoque que cada um
tem dado às pesquisas que vem realizando.
1) A terapia existencial-humanista surgiu após a Segunda Guerra Mundial como uma alternativa à psicanálise e ao behaviorismo, enfatizando as forças positivas do ser humano e sua experiência subjetiva.
2) A fenomenologia existencial se baseia na fenomenologia de Husserl e enfatiza a liberdade humana e a angústia resultante da falta de sentido e da consciência da morte, de acordo com autores como Kierkegaard, Heidegger e Sartre.
3) Os principais conceitos da
O documento discute as últimas pesquisas de Michel Foucault sobre a produção da verdade e os jogos de verdade. Foucault analisa conceitos como parrhésia (ato de dizer a verdade) e cinismo na Grécia Antiga e como esses conceitos se relacionam com questões de subjetividade, ética e liberdade no mundo moderno.
Giovanetti. psicologia existencial e espiritualidadeÉrika Renata
O documento discute a Psicologia Existencial e como ela pode contribuir para a compreensão da espiritualidade humana. A Psicologia Existencial tem como base o Existencialismo filosófico e enfatiza questões como angústia, liberdade e vivência humana. Ela pode ajudar a entender a espiritualidade não apenas do ponto de vista teológico, mas da experiência subjetiva do ser humano.
1. O documento discute a mediunidade, definindo-a como a faculdade humana natural pela qual se estabelecem as relações entre homens e espíritos.
2. A mediunidade se desenvolve em ciclos ao longo da vida, sendo mais forte na infância e adolescência. Na infância as manifestações são mais anímicas, enquanto na adolescência elas se tornam mais intensas e positivas.
3. O autor argumenta que a mediunidade não deve ser forçada ou desenvolvida através de rituais, mas sim orientada de forma natural
Este documento analisa a possibilidade de comunicação entre pessoas vivas através de médiuns, classificando diferentes categorias de casos. A primeira categoria descreve "Mensagens experimentais no mesmo aposento", onde o médium e o comunicador estão na mesma sala e o médium responde a perguntas mentais do comunicador, como no famoso caso do Rev. Newnham.
1) O documento discute a necessidade de espiritualização da humanidade em tempos de "anemia moral" e "noite moral".
2) Defende que o problema humano maior é a criatura humana em si e sua carência moral/valores espirituais.
3) Aponta que a espiritualização, por meio de uma consciência cósmica e vínculo com a divindade, traria benefícios como paz e harmonia.
1) Este livro apresenta estudos sobre vidas sucessivas e reencarnação conduzidos por Albert de Rochas no final do século 19.
2) Rochas realizou experiências de regressão de memória sob hipnose que revelaram lembranças de vidas passadas, fornecendo evidências científicas para a teoria da reencarnação.
3) O livro discute crenças antigas sobre a imortalidade da alma, apresenta os estudos de Rochas e observações de fenômenos análogos, e responde a obje
Michel Foucault nasceu na França em 1926 e estudou na École Normale Supérieure, onde conheceu importantes filósofos franceses. Morreu em 1984. O documento apresenta sua biografia básica em três frases.
O documento discute a evolução da psicologia como ciência independente. Afirma que a psicologia só emergiu como disciplina autônoma no século XIX, quando cientistas passaram a estudar a mente e o comportamento humanos como objetos de estudo próprios. No entanto, reconhece que os estudos psicológicos permanecem intimamente ligados a outras áreas como a biologia e as ciências sociais.
Hinoshita, alice ciência e espiritualidade - as noções de ciência no espiri...Karine Rodrigues
1) O documento analisa as noções de ciência presentes no Espiritismo Kardecista e na Apometria, uma nova técnica de cura espiritual criada na década de 1960.
2) Allan Kardec codificou o Espiritismo no século 19 como uma doutrina científica baseada em observação e experimentação dos fenômenos espirituais.
3) A Apometria introduz novas técnicas como o desdobramento dos corpos espirituais para tratamento no "mundo invisível", incorporando também elementos da Umbanda
Esta dissertação analisa as condições necessárias para o processo de produção do conhecimento a partir do corpo e dos afetos, por meio de um diálogo entre as obras de Reich e Spinoza. Ambos os autores evidenciam o papel fundamental dos afetos e da inserção do corpo no conhecimento. Busca-se explorar como Reich resgatou os princípios da teoria da sexualidade de Freud para introduzir o corpo intensivo e extensivo na clínica, assim como a união mente-corpo, princípio fundamental em seus
1. O documento discute os conceitos fundamentais da metapsicologia freudiana, incluindo o conceito de neurônio, quantidade de energia (Q) e intensidade.
2. Freud propõe no Projeto de 1895 que os neurônios são as unidades constituintes do aparelho psíquico e que a energia (Q) circula entre eles.
3. A intensidade dos sintomas é proporcional à intensidade dos traumas segundo Freud, antecipando o princípio da constância.
O documento descreve um resumo de dois capítulos de um livro sobre psicologia. O resumo discute a diferença entre psicologia de senso comum e ciência, e como a psicologia evoluiu de especulações filosóficas na Grécia Antiga para uma disciplina científica moderna dividida em abordagens como behaviorismo, Gestalt e psicanálise. O documento também discute a importância de estudar o passado para entender o desenvolvimento da psicologia.
1) O documento discute a histeria de conversão, resgatando sua importância histórica e indicando sua atualidade na clínica psicanalítica.
2) Ele destaca a noção freudiana de "solicitação somática" como ponto teórico fundamental para compreender o mecanismo de conversão da dor psíquica em sintomas físicos.
3) A história da histeria é revisitada, desde a Grécia Antiga até Charcot, que deu legitimidade científica aos fenômenos histéricos no século
História da Psicopatologia / Significado e evolução dos conceitos de normalid...Caio Maximino
O documento discute a história da psicopatologia desde a antiguidade até a Idade Média, abordando as concepções sobrenatural, biológica e psicológica da loucura. Descreve como Hipócrates e Galeno desenvolveram uma visão biológica baseada nos humores, e como a Igreja passou a atribuir a loucura a demônios durante a Idade Média, levando à perseguição de "bruxas". Também analisa a evolução do tratamento dos doentes mentais nesse período
A natureza da accao elementos ana leonor morais dos santosAnaRibeiro968038
Este documento discute a relação entre filosofia e ciência na compreensão da ação humana. A autora argumenta que é possível desenvolver uma "neurofilosofia da ação" que integra perspectivas filosóficas e neurobiológicas. Ela examina como conceitos como querer, emoções e identidade pessoal podem ser entendidos à luz dos achados das neurociências. O objetivo é superar a separação entre essas áreas do conhecimento e desenvolver uma teoria mais completa da ação humana.
Alguns dos principais trechos do livro "Psicologia, uma (nova) introdução: uma visão histórica da psicologia como ciência".
Uma breve apresentação do que é a Psicologia, sobre quais condições históricas e sociais foram marcantes para seu desenvolvimento como ciência no final do Séc. XIX e também um pouco sobre cada uma de suas principais abordagens teóricas.
Por Bruno Carrasco, psicoterapeuta existencial.
www.ex-isto.com
www.fb.com/existocom
www.youtube.com/existo
www.instagram.com/existocom
2017
1 historia do surgimento da psicanaliseEdleusa Silva
1) O documento descreve o contexto histórico e filosófico que levou ao surgimento da psicanálise, incluindo o pensamento moderno inaugurado por Descartes, que valorizava o indivíduo e a subjetividade.
2) No século XIX, a loucura era vista como desrazão e a psiquiatria buscava explicações anatômicas para as doenças mentais. A psicanálise criticou essa abordagem ao enfatizar a dimensão inconsciente.
3) A metapsicologia freudiana estudou process
Este documento descreve a história e os conceitos fundamentais da psicanálise. Começa com a colaboração inicial de Breuer e Freud no tratamento de pacientes histéricos usando hipnose, e como Freud desenvolveu técnicas como a associação livre. Também discute conceitos como inconsciente, complexo de Édipo, repressão, transferência e desenvolvimento da libido.
Rehfeld, a. especificidade de uma psicoterapia fenomenológico existencialÉrika Renata
Este documento resume a especificidade de uma psicoterapia fenomenológico-existencial de acordo com Ari Rehfeld. A abordagem se diferencia por ter um compromisso com uma compreensão ontológica da condição humana, incluindo a mortalidade e finitude. O papel do terapeuta é facilitar a auto-compreensão do paciente de forma a ajudá-lo a lidar com a angústia inerente à condição humana e permitir que ele descubra seu próprio poder de ser.
Rehfeld, a. a prática clínica fenomenológico existencialÉrika Renata
O documento discute a prática clínica fenomenológico-existencial, definindo o papel do terapeuta como cuidar do ser do paciente, ajudando-o a desvelar suas próprias possibilidades de forma a aliviar o sofrimento. O terapeuta deve criar condições para o desabrochar da alma do paciente, sem impor um sentido, respeitando suas limitações. A terapia tem um caráter libertador, permitindo experimentar novas formas de ser.
O conceito de subjetividade nas teorias sócio-históricasJuliana Soares
Neste estudo são analisadas as
concepções de subjetividade de três autores que
se inserem no campo da psicologia sóciohistórica:
Fernando Gonzalez Rey, Odair Furtado
e Maria da Graça Marchina Gonçalves. A
pesquisa realizada, de natureza teórica, teve por
objetivo identificar semelhanças e diferenças que
estão na base do conceito de subjetividade
destes diferentes autores, ainda que se situem
em uma mesma corrente teórica, como forma de
demonstrar a necessidade de avanço na
conceituação desta categoria. Adotou-se como
procedimento o modelo de Thomas Kuhn para a
análise de paradigmas da ciência. Para tanto,
foram selecionados textos dos três autores, em
que se observava uma preocupação com a
definição do conceito de subjetividade e fez-se
uma leitura aprofundada, buscando em suas
concepções os quatro principais aspectos que
caracterizam um paradigma: generalizações
simbólicas, paradigma metafísico, exemplares e
valores. Como resultado, constatou-se o
compartilhamento de idéias na maioria dos
aspectos analisados, revelando que o avanço na
postulação da categoria subjetividade dentro da
perspectiva da psicologia histórico-cultural ou
sócio-histórica parece promissor, o que confere a
esta abordagem teórica lastro para a sustentação
das investigações sobre a subjetividade,
oferecendo possibilidades de explicação dos
fenômenos observados. Contudo, também
aparecem divergências entre os autores, o que
pode estar relacionado ao enfoque que cada um
tem dado às pesquisas que vem realizando.
1) A terapia existencial-humanista surgiu após a Segunda Guerra Mundial como uma alternativa à psicanálise e ao behaviorismo, enfatizando as forças positivas do ser humano e sua experiência subjetiva.
2) A fenomenologia existencial se baseia na fenomenologia de Husserl e enfatiza a liberdade humana e a angústia resultante da falta de sentido e da consciência da morte, de acordo com autores como Kierkegaard, Heidegger e Sartre.
3) Os principais conceitos da
O documento discute as últimas pesquisas de Michel Foucault sobre a produção da verdade e os jogos de verdade. Foucault analisa conceitos como parrhésia (ato de dizer a verdade) e cinismo na Grécia Antiga e como esses conceitos se relacionam com questões de subjetividade, ética e liberdade no mundo moderno.
Giovanetti. psicologia existencial e espiritualidadeÉrika Renata
O documento discute a Psicologia Existencial e como ela pode contribuir para a compreensão da espiritualidade humana. A Psicologia Existencial tem como base o Existencialismo filosófico e enfatiza questões como angústia, liberdade e vivência humana. Ela pode ajudar a entender a espiritualidade não apenas do ponto de vista teológico, mas da experiência subjetiva do ser humano.
1. O documento discute a mediunidade, definindo-a como a faculdade humana natural pela qual se estabelecem as relações entre homens e espíritos.
2. A mediunidade se desenvolve em ciclos ao longo da vida, sendo mais forte na infância e adolescência. Na infância as manifestações são mais anímicas, enquanto na adolescência elas se tornam mais intensas e positivas.
3. O autor argumenta que a mediunidade não deve ser forçada ou desenvolvida através de rituais, mas sim orientada de forma natural
Este documento analisa a possibilidade de comunicação entre pessoas vivas através de médiuns, classificando diferentes categorias de casos. A primeira categoria descreve "Mensagens experimentais no mesmo aposento", onde o médium e o comunicador estão na mesma sala e o médium responde a perguntas mentais do comunicador, como no famoso caso do Rev. Newnham.
1) O documento discute a necessidade de espiritualização da humanidade em tempos de "anemia moral" e "noite moral".
2) Defende que o problema humano maior é a criatura humana em si e sua carência moral/valores espirituais.
3) Aponta que a espiritualização, por meio de uma consciência cósmica e vínculo com a divindade, traria benefícios como paz e harmonia.
1) Este livro apresenta estudos sobre vidas sucessivas e reencarnação conduzidos por Albert de Rochas no final do século 19.
2) Rochas realizou experiências de regressão de memória sob hipnose que revelaram lembranças de vidas passadas, fornecendo evidências científicas para a teoria da reencarnação.
3) O livro discute crenças antigas sobre a imortalidade da alma, apresenta os estudos de Rochas e observações de fenômenos análogos, e responde a obje
Michel Foucault nasceu na França em 1926 e estudou na École Normale Supérieure, onde conheceu importantes filósofos franceses. Morreu em 1984. O documento apresenta sua biografia básica em três frases.
O documento discute a evolução da psicologia como ciência independente. Afirma que a psicologia só emergiu como disciplina autônoma no século XIX, quando cientistas passaram a estudar a mente e o comportamento humanos como objetos de estudo próprios. No entanto, reconhece que os estudos psicológicos permanecem intimamente ligados a outras áreas como a biologia e as ciências sociais.
Hinoshita, alice ciência e espiritualidade - as noções de ciência no espiri...Karine Rodrigues
1) O documento analisa as noções de ciência presentes no Espiritismo Kardecista e na Apometria, uma nova técnica de cura espiritual criada na década de 1960.
2) Allan Kardec codificou o Espiritismo no século 19 como uma doutrina científica baseada em observação e experimentação dos fenômenos espirituais.
3) A Apometria introduz novas técnicas como o desdobramento dos corpos espirituais para tratamento no "mundo invisível", incorporando também elementos da Umbanda
Esta dissertação analisa as condições necessárias para o processo de produção do conhecimento a partir do corpo e dos afetos, por meio de um diálogo entre as obras de Reich e Spinoza. Ambos os autores evidenciam o papel fundamental dos afetos e da inserção do corpo no conhecimento. Busca-se explorar como Reich resgatou os princípios da teoria da sexualidade de Freud para introduzir o corpo intensivo e extensivo na clínica, assim como a união mente-corpo, princípio fundamental em seus
1. O documento discute os conceitos fundamentais da metapsicologia freudiana, incluindo o conceito de neurônio, quantidade de energia (Q) e intensidade.
2. Freud propõe no Projeto de 1895 que os neurônios são as unidades constituintes do aparelho psíquico e que a energia (Q) circula entre eles.
3. A intensidade dos sintomas é proporcional à intensidade dos traumas segundo Freud, antecipando o princípio da constância.
O documento descreve um resumo de dois capítulos de um livro sobre psicologia. O resumo discute a diferença entre psicologia de senso comum e ciência, e como a psicologia evoluiu de especulações filosóficas na Grécia Antiga para uma disciplina científica moderna dividida em abordagens como behaviorismo, Gestalt e psicanálise. O documento também discute a importância de estudar o passado para entender o desenvolvimento da psicologia.
1) O documento discute a histeria de conversão, resgatando sua importância histórica e indicando sua atualidade na clínica psicanalítica.
2) Ele destaca a noção freudiana de "solicitação somática" como ponto teórico fundamental para compreender o mecanismo de conversão da dor psíquica em sintomas físicos.
3) A história da histeria é revisitada, desde a Grécia Antiga até Charcot, que deu legitimidade científica aos fenômenos histéricos no século
História da Psicopatologia / Significado e evolução dos conceitos de normalid...Caio Maximino
O documento discute a história da psicopatologia desde a antiguidade até a Idade Média, abordando as concepções sobrenatural, biológica e psicológica da loucura. Descreve como Hipócrates e Galeno desenvolveram uma visão biológica baseada nos humores, e como a Igreja passou a atribuir a loucura a demônios durante a Idade Média, levando à perseguição de "bruxas". Também analisa a evolução do tratamento dos doentes mentais nesse período
A natureza da accao elementos ana leonor morais dos santosAnaRibeiro968038
Este documento discute a relação entre filosofia e ciência na compreensão da ação humana. A autora argumenta que é possível desenvolver uma "neurofilosofia da ação" que integra perspectivas filosóficas e neurobiológicas. Ela examina como conceitos como querer, emoções e identidade pessoal podem ser entendidos à luz dos achados das neurociências. O objetivo é superar a separação entre essas áreas do conhecimento e desenvolver uma teoria mais completa da ação humana.
Alguns dos principais trechos do livro "Psicologia, uma (nova) introdução: uma visão histórica da psicologia como ciência".
Uma breve apresentação do que é a Psicologia, sobre quais condições históricas e sociais foram marcantes para seu desenvolvimento como ciência no final do Séc. XIX e também um pouco sobre cada uma de suas principais abordagens teóricas.
Por Bruno Carrasco, psicoterapeuta existencial.
www.ex-isto.com
www.fb.com/existocom
www.youtube.com/existo
www.instagram.com/existocom
2017
1 historia do surgimento da psicanaliseEdleusa Silva
1) O documento descreve o contexto histórico e filosófico que levou ao surgimento da psicanálise, incluindo o pensamento moderno inaugurado por Descartes, que valorizava o indivíduo e a subjetividade.
2) No século XIX, a loucura era vista como desrazão e a psiquiatria buscava explicações anatômicas para as doenças mentais. A psicanálise criticou essa abordagem ao enfatizar a dimensão inconsciente.
3) A metapsicologia freudiana estudou process
O documento discute os fundamentos da psicologia, abordando os tipos de conhecimento como empírico, científico, filosófico, teológico e artístico. Também apresenta breve histórico da psicologia desde a Grécia Antiga até o século 20, destacando conceitos como senso comum, subjetividade, libido e complexo de Édipo. Por fim, discute abordagens literárias influenciadas pela psicanálise.
Este documento apresenta um resumo de um livro de Ernesto Bozzano sobre comunicações mediúnicas entre vivos. O resumo descreve que o livro analisa evidências de que pessoas vivas podem se comunicar através de médiuns, e que isso sugere que a mente humana não está limitada ao corpo físico. O autor classifica vários tipos de comunicações mediúnicas entre vivos e conclui que isso prova a existência de uma psique humana independente do corpo.
6 Descrença no positivismo e novas conceções científicasNúria Inácio
O documento discute o declínio do pensamento positivista no final do século XIX e início do século XX, e o surgimento de novas concepções científicas como o relativismo. Apresenta as teorias de Freud sobre o inconsciente e a estrutura da mente humana, que desafiaram a visão do homem como um ser puramente racional. Explora também o impacto social das ideias psicanalíticas.
Nascimento, c.l. a centralidade da epoché na fenomenologia husserlianaÉrika Renata
1) A epoché é um conceito cético que Husserl adota para sua fenomenologia, colocando entre parênteses o mundo exterior e focando apenas na esfera da consciência.
2) A epoché visa alcançar um rigor científico absoluto, suspendendo julgamentos sobre a existência do mundo ou objetos para focar nas vivências da consciência.
3) Ao colocar o mundo "entre parênteses", Husserl busca fundamentar o conhecimento a partir da esfera da consciência, que é imediatamente evident
O documento discute a evolução da psicologia como ciência independente no século XIX. Apresenta os desafios enfrentados pela psicologia em estabelecer seu objeto e métodos próprios, já que conceitos psicológicos eram estudados por outras áreas. Também descreve as condições sócio-culturais necessárias para o surgimento da psicologia científica, como a experiência da subjetividade privada em sociedades de crise e a constituição do sujeito moderno na passagem do Renascimento para a Idade Moderna.
O documento discute o surgimento da fenomenologia como resposta à crise do pensamento ocidental. A fenomenologia de Husserl propôs refundar o conhecimento a partir da intencionalidade da consciência, que se volta para os objetos no mundo. Isso marcou uma virada epistemológica ao conectar indissociavelmente sujeito e objeto. A fenomenologia também se distanciou das abstrações metafísicas e da objetividade científica, adotando a descrição das essências a partir da intuição originária como método.
Pedagogia dos monstros os prazeres e os perigos da confusão de fronteirasAriane Mafra
O documento discute como as novas teorias sociais e culturais colocaram em crise a noção de sujeito racional e crítico que esteve no centro da pedagogia crítica. A psicanálise, o pós-estruturalismo e o pós-modernismo questionaram a ideia de um núcleo essencial de subjetividade, enfatizando seu caráter social e linguístico. Deleuze e Guattari substituíram a noção de sujeito por máquinas desejantes e corpos sem órgão,
Este documento apresenta conceitos filosóficos e principais filósofos. Resume:
1) A filosofia examina questões fundamentais sobre a existência humana, conhecimento, verdade, valores e universo através da argumentação racional. Ela inclui disciplinas como metafísica, epistemologia e ética.
2) Dois principais filósofos discutidos são Friedrich Nietzsche, conhecido por criticar valores estabelecidos e defender um "Homem Superior", e Santo Agostinho, importante teólogo cristão e autor de "Conf
O documento discute a história do espiritualismo moderno, começando com as primeiras manifestações nos Estados Unidos no século 19 e como ganhou aceitação por cientistas renomados através de evidências experimentais. Também descreve os diferentes tipos de fenômenos espíritas observados e como eles evoluíram para se tornar mais elevados com o tempo.
1) A doutrina oficial cartesiana defende que cada pessoa é composta por uma mente e um corpo distintos, sendo a mente não-espacial e privada e o corpo público e sujeito às leis físicas.
2) A teoria sustenta que cada um tem conhecimento direto apenas dos estados mentais próprios através da introspecção, enquanto os estados mentais dos outros só podem ser inferidos.
3) O autor argumenta que esta doutrina está errada em princípio e entra em conflito com o
1) A doutrina oficial cartesiana defende que cada pessoa tem uma mente separada do corpo, que existe no espaço mental e não físico. Cada mente só tem acesso direto aos seus próprios estados mentais através da introspecção.
2) Esta teoria implica que não podemos ter certeza sobre os estados mentais de outras pessoas, apenas fazer inferências. Isso leva a conclusões absurdas como a solidão absoluta das mentes.
3) O autor argumenta que esta doutrina está errada em seus princípios fundamentais e entra
Uma Relação Possível entre os Inclassificáveis e a Modernidade Líquida.pdfjoca2008
A psicanálise muito se ocupou de compreender as sociedades e sujeitos que a compõem, e,
disto, Freud desenvolveu as três estruturas clínicas. Contudo, foi com Lacan que a psicose foi
mais explorada teórica e clinicamente. Depois, com Miller e a “formalização” do termo
“psicose ordinária”, em 1998, há também os “inclassificáveis”, que escapam destas estruturas.
Na sociologia, Bauman cria o termo “Modernidade Líquida”, para se referir a este tempo de
desbussolamento do sujeito, de escape e perda de referencial, que nos motivou a discutir,
teoricamente, quais as relações entre essa modernidade e as estruturas psíquicas existentes e
reconhecidas pela psicanálise Freud-lacaniana. Tal discussão foi realizada através de revisão
bibliográfica das obras de Freud, Lacan, Miller e Bauman, resultando no entendimento de que
as formas de gozo se multiplicaram e seu valor simbólico para o sujeito se estilhaçou; aquilo
que era a regra, hoje é mais um dos desvios dos sintomas.
O documento discute a inter-relação entre psicanálise e filosofia à luz de uma interpretação da modernidade como um projeto de encobrimento da finitude humana. A psicanálise e a filosofia podem se encontrar nessa tensão em relação à razão, uma vez que ambas se movem entre os parâmetros da angústia e do saber. A tensão entre esses saberes ilustra como eles reconhecem seu enraizamento na finitude humana apesar dos esforços de racionalização.
O documento discute a inter-relação entre psicanálise e filosofia à luz de uma interpretação da modernidade como um projeto de encobrimento da finitude humana. A psicanálise e a filosofia podem se encontrar nessa tensão em relação à razão, uma vez que ambas se movem entre os parâmetros da angústia e do saber. A tensão entre esses saberes é ilustrada pela questão da angústia, que revela o abismo no qual o saber se abisma.
1) Sigmund Freud foi o criador da psicanálise e baseou seus estudos em experiências pessoais. 2) Carl Jung acreditava que todo ser humano tende a realizar seu potencial interior. 3) Jacques Lacan viu o inconsciente estruturado como linguagem e deu continuidade à obra de Freud.
1. O documento apresenta as aulas previstas para um curso de Antropologia breve, abordando temas como o eu pessoal, as relações interpessoais e a pessoa na sociedade.
2. A primeira aula é uma introdução que define a pessoa como uma substância individual de natureza racional e destaca características como a substancialidade, individualidade e natureza racional.
3. A dignidade da pessoa é explorada, notando que decorre da sua existência enquanto ser pessoal, tornando-a um valor absoluto e não instrumentalizável.
O documento descreve a teoria de Jung sobre o inconsciente coletivo, que corresponde às camadas mais profundas da psique comuns a todos os seres humanos. O inconsciente coletivo contém símbolos e temas míticos compartilhados e explica similaridades entre culturas diferentes. Jung chegou a esta ideia ao notar analogias entre delírios de pacientes e mitos antigos.
A adicção é uma doença que nos torna incapazes de controlar o uso de drogas e nos leva a comportamentos obsessivos e compulsivos. A negação é parte dessa doença e nos impede de reconhecer a gravidade do problema, culpando os outros ou minimizando os efeitos. Eventualmente, a adicção destrói nossas vidas e relacionamentos, fazendo-nos perceber a necessidade de recuperação.
O documento discute a importância de entregar regularmente sua vontade e vida aos cuidados de Deus conforme o entendimento de cada um, por meio de uma decisão consciente e repetida, envolvendo coração e espírito, não apenas mente, e colocando essa decisão em ação no dia a dia.
O documento discute o Terceiro Passo dos 12 Passos, que envolve a decisão de entregar nossa vontade e nossas vidas aos cuidados de Deus, da maneira como o compreendemos. A decisão pode ser dividida em etapas menores para aliviar medos. Ao trabalhar este passo, estamos permitindo que um poder maior do que nós cuide de nós, em vez de tentar controlar tudo.
O documento discute a impotência dos adictos e como eles reagem a essa palavra. Explica que a impotência é essencial para a recuperação e que adictos são impotentes quando forças como o vício estão fora de controle, levando-os a perder coisas importantes e fazer coisas de que se envergonham.
Adictos reagem à palavra "impotência" de diversas formas. Alguns reconhecem que não existe descrição mais precisa de sua situação e admitem sua impotência com alívio.
O documento discute a vontade própria destrutiva e como ela nos isola dos outros e causa destruição. Para trabalhar o Terceiro Passo, cada um precisa identificar como age por vontade própria e entender que entregar a vontade própria não significa aceitar passivamente injustiças, mas sim diferenciar a vontade própria destrutiva da ação construtiva.
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.Mary Alvarenga
A música 'Espalhe Amor', interpretada pela cantora Anavitória é uma celebração do amor e de sua capacidade de transformar e conectar as pessoas. A letra sugere uma reflexão sobre como o amor, quando verdadeiramente compartilhado, pode ultrapassar barreiras alcançando outros corações e provocando mudanças positivas.
REGULAMENTO DO CONCURSO DESENHOS AFRO/2024 - 14ª edição - CEIRI /UREI (ficha...Eró Cunha
XIV Concurso de Desenhos Afro/24
TEMA: Racismo Ambiental e Direitos Humanos
PARTICIPANTES/PÚBLICO: Estudantes regularmente matriculados em escolas públicas estaduais, municipais, IEMA e IFMA (Ensino Fundamental, Médio e EJA).
CATEGORIAS: O Concurso de Desenhos Afro acontecerá em 4 categorias:
- CATEGORIA I: Ensino Fundamental I (4º e 5º ano)
- CATEGORIA II: Ensino Fundamental II (do 6º ao 9º ano)
- CATEGORIA III: Ensino Médio (1º, 2º e 3º séries)
- CATEGORIA IV: Estudantes com Deficiência (do Ensino Fundamental e Médio)
Realização: Unidade Regional de Educação de Imperatriz/MA (UREI), através da Coordenação da Educação da Igualdade Racial de Imperatriz (CEIRI) e parceiros
OBJETIVO:
- Realizar a 14ª edição do Concurso e Exposição de Desenhos Afro/24, produzidos por estudantes de escolas públicas de Imperatriz e região tocantina. Os trabalhos deverão ser produzidos a partir de estudo, pesquisas e produção, sob orientação da equipe docente das escolas. As obras devem retratar de forma crítica, criativa e positivada a população negra e os povos originários.
- Intensificar o trabalho com as Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, buscando, através das artes visuais, a concretização das práticas pedagógicas antirracistas.
- Instigar o reconhecimento da história, ciência, tecnologia, personalidades e cultura, ressaltando a presença e contribuição da população negra e indígena na reafirmação dos Direitos Humanos, conservação e preservação do Meio Ambiente.
Imperatriz/MA, 15 de fevereiro de 2024.
Produtora Executiva e Coordenadora Geral: Eronilde dos Santos Cunha (Eró Cunha)
1. 1
BORDERLINE, IDENTIFICAÇÃO E SUBJETIVIDADE PÓS-MODERNA
Nahman Armony
A grosso-modo pode-se dizer que durante aproximadamente os primeiros 50
anos de psicanálise o neurótico domina a cena psicanalítica e que, de lá para cá, as
chamadas síndromes limítrofes têm ocupado um lugar cada vez maior na clínica e no
pensamento psicanalítico.
Estes conjuntos (neurose e borderline) referem-se a uma patologia inserida em
um tempo, em uma subjetividade. Representam dois períodos: o moderno e o pósmoderno. São representantes, por assim dizer, patológicos, com uma correspondência na
normalidade. Existe uma normalidade e uma patologia neurótica e uma outra
normalidade e patologia borderline.
Para este dois grupos podemos conceber duas linhas de desenvolvimento
diferentes e independentes, cada uma delas apresentando uma gradação que vai do
patológico absoluto ao normal ideal. Assim pensam alguns autores como Bergeret,
Winnicott e outros. Farei somente uma citação de Winnicott: “Os psicanalistas
experientes concordariam em que há uma gradação da normalidade não somente no
sentido da neurose mas também da psicose (...) Pode ser verdade que há um elo mais
íntimo entre normalidade e psicose do que entre normalidade e neurose; isto é, em
certos aspectos. Por exemplo, o artista tem a habilidade e a coragem de estar em
contato com os processos primitivos aos quais o neurótico não tolera chegar, e que as
pessoas sadias podem deixar passar para o seu próprio empobrecimento”1
Estamos ampliando, desta forma, os conceitos de neurótico e de borderline
(neuróide e psicóide segundo André Martins)2 estendendo-os a todas pessoas de nossa
sociedade, qualquer que seja o grau de patologia, saúde, doença, normalidade,
anormalidade, etc. que possa a elas ser atribuído. Daí surgiu a idéia do borderline
brando, um borderline próximo do pólo da normalidade3.
Então o neurótico (ou neuróide) pertence a uma episteme e o borderline (ou
psicóide) a outra.
1
Winnicott, D.W.W., 1982, p.21.
Martins, André, 2002, p.212.
3
Armony, Nahman, 1998.
2
2. 2
Cada época tem a sua episteme, a sua subjetividade, subjetividade esta ligada ao
tempo histórico e que atravessa os vários segmentos do ser e fazer humano: econômico,
político, cultural, familiar, pessoal, etc.
Para efeito de estudo do borderline e do neurótico, escolherei, inicialmente,
alguns aspectos da subjetividade: da subjetividade moderna retirarei a repressão e o
recalque; da pós-moderna a condescendência, a onipotência mitigada e a cisão. A
repressão e o recalque “produzem” a neurose (desde o seu pólo patológico ao seu pólo
normal)4, enquanto que a condescendência, a onipotência mitigada e a cisão
“produzem” a gradação patológico-normal borderline.
Podemos ainda acompanhar um movimento subjetivo que vai da repressão à
desrepressão. O borderline só pôde se tornar, na atualidade, uma idéia dominante em
virtude do movimento social de desrepressão. Onde podemos, didaticamente melhor
visualizar este movimento é na passagem do capitalismo de acumulação que
desestimulava o consumo (contenção do desejo, repressão) e estimulava a poupança,
para o capitalismo de consumo que desestimula a poupança e estimula o consumo
(liberação e incitação do desejo). Também percebe-se este mesmo movimento na
família que de repressora tornou-se condescendente, permitindo uma liberdade ampla
para a realização de desejos dos filhos. Com isso, há uma tendência de passagem de
uma interioridade para uma exterioridade, de uma dinâmica calcada no recalque para
uma dinâmica centrada na onipotência/cisão, de um superego forte capaz de se bastar a
si mesmo, para um superego dependente da opinião e aprovação do ambiente. O
Freud em “Análise Terminável e Interminável” escreve: “A análise, contudo, capacita o ego,
que atingiu maior maturidade e força, a empreender uma revisão dessas antigas repressões;
algumas são demolidas, ao passo que outras são identificadas, mas construídas de novo, a
partir de um material mais sólido. O grau de firmeza dessas novas represas é bastante
diferente do das anteriores; podemos confiar em que não cederão facilmente ante uma maré
ascendente da força instintual. Dessa maneira, a façanha real da terapia analítica seria a
subseqüente correção do processo original de repressão, correção que põe fim à dominância
do fator quantitativo”(p.259/260 do vol. XXIII – Edição Standard da Imago, 1975). Na
conferência 28 (“Terapia analítica”) de “Conferências introdutórias sobre psicanálise” escreve:
“Não podemos negar que também as pessoas sadias possuem, em sua vida mental, aquilo
que, por si só, possibilita a formação tanto dos sonhos como dos sintomas; e devemos concluir
que também elas efetuaram repressões, que despendem determinada quantidade de energia a
fim de mantê-las, que seu sistema inconsciente oculta impulsos reprimidos ainda catexizado
com energia, e que uma parte de sua libido é retirada e deixa de estar à disposição do ego.
Assim, também uma pessoa sadia é virtualmente um neurótico; mas os sonhos parecem ser
os únicos sintomas que ela é capaz de formar. É verdade que, se alguém submete a um exame
mais atento sua vida desperta, descobre algo que contradiz essa aparência – ou seja, que essa
vida pretensamente sadia está marcada aqui e ali por grande número de sintomas banais e
destituídos de importância prática”.(p.532/3 do vol. XVI).
4
3. 3
dinamismo predominante de funcionamento da personalidade, até então o recalque,
passa a ser a onipotência mitigada e a cisão.
REPRESSÃO-RECALQUE
Além da diminuição da repressão social e educacional, além da questão do
capitalismo tardio e do declínio do nome-do-pai podemos encontrar outros elementos na
genealogia da repressão-recalque. Por exemplo, a atividade da igreja, com sua noção de
pecado e culpa, teve seu papel no desenvolvimento da subjetividade moderna. Quero,
porém me estender na questão da repressão da conotação da palavra.
Antes do aparecimento da ciência empírico-racional as palavras tinham uma
ampla conotação. Com o surgimento das ciências exatas, com sua necessidade de
precisão, de cálculo, ela, a ciência, reduziu a conotação à denotação. A palavra não
tinha mais uma aura que permitisse uma polissemia, um deslizamento. Ela passou a ser
dura, engessada, exata. Isabelle Stengers5 dá um exemplo dessa transformação. A noção
de velocidade reportava-se a um tempo gasto para percorrer um espaço; a noção de
intensidade tanto servia para falar da velocidade crescente de um corpo em queda,
quanto de um cavalo que reduzia sua velocidade por cansaço, como ainda de uma vida
que se tornava cada vez mais virtuosa. Intensidade era um conceito holístico que podia
ser usado em vários campos da vida, desde a física até a moral. Importante assinalar o
aspecto de mistério que a palavra "intensidade" possuía e que a colocava numa região
ao mesmo tempo objetiva e subjetiva, permitindo um uso universal da palavra.
Ao criar o conceito de "velocidade instantânea" Galileu promoveu uma
revolução; retirando a subjetividade dos conceitos, tornou-os privativos da física, dando
a partida para o esvaziamento do inefável da palavra; também delimitou o campo da
física separando-o dos outros campos da vida. Já não era possível usar o conceito de
"velocidade instantânea" ou de "aceleração" para falar da moral ou da fisiologia. Porém,
fora da física, as palavras conservavam a sombra do incognoscível. Na medida em que
as ciências exatas obtiveram um estrondoso sucesso, passaram a paradigma de todos os
outros campos do conhecimento que assim deveriam renunciar ao mistério, à
subjetividade e à imprecisão - à faixa de desconhecimento enfim - e se conformar à
objetividade dos termos das ciências exatas. A denotação da palavra passou a valer mais
que a conotação. Com isto expulsava-se do mundo o inefável, o fantasmático, o mítico.
5
Stengers, Isabelle, 1990
4. 4
Descartes falava das idéias “claras e distintas” e Newton organizou o mundo como um
mecanismo de relógio, onde tudo funcionaria perfeitamente e tudo seria previsível. O
pensamento cartesiano e a física newtoniana fizeram com que a humanidade acreditasse
que o mundo poderia se transformar em um paraíso de onde o mal seria abolido. O
mundo poderia funcionar como um perfeito mecanismo de relógio. Bastava dar tempo
para a ciência trabalhar. A ciência necessitava de conceitos e conceitos eram reduções
do campo fenomênico, redução essa que invadiu todo o pensamento existente. O
pensamento obedecia à lógica da contradição, à lógica da exclusão. Simplificava-se o
mundo através da ciência. Tudo poderia ser explicado por cálculo. Mas para isso as
palavras tinham de ser exatas, e com isso reprimiam-se as suas conotações.
Reportemo-nos agora a Foucault. Este autor fala-nos de sociedade imperial e de
sociedade disciplinar. Na imperial o homem era livre até o limite em que se chocava
com a lei imperial. Na disciplinar o homem era induzido desde cedo a ter um
comportamento perpetuador do status-quo. O panóptico de Bentham é a alegoria usada
para Foucault esclarecer seu pensamento. Trata-se de uma prisão em círculo em cujo
centro há uma torre de observação -- o panóptico. Toda e cada cela era acessível ao
olhar do vigia instalado no panóptico. Mesmo que o olheiro não pudesse ver todas as
celas ao mesmo tempo, e mesmo que ele nem lá estivesse, os prisioneiros disso não
sabiam. Eles agiam como se estivessem sendo observados o tempo inteiro. O vigia
tornava-se onipresente e transformava-se em um vigilante interno, dando origem a uma
função interna à qual Freud chamou de superegóica. Estamos diante de um superego
disciplinador, cruel e recalcador.
A sociedade vitoriana foi uma sociedade repressiva que criou a figura do
recalque, que é a repressão interna. As empresas desse período necessitavam acumular
capital e para isso reprimiam o desejo de consumo para economizar numerário. A
acumulação, a disciplina, a ascese, a renúncia aos prazeres, a moderação, eram
estimuladas. O homem vitoriano ideal era educado, formal, correto, disciplinado,
cumpridor de suas obrigações, honesto, íntegro, retilíneo em sua trajetória de vida,
confiável, honrado. Um cavalheiro, um gentleman. Ordem, dever, organização,
controle, disciplina eram os preceitos a serem seguidos. Dedicava sua vida à tarefa de
crescer lenta e seguramente dentro da atividade e/ou empresa escolhida.
As regras eram estritas e aquele que as seguia era valorizado e recompensado. A
sexualidade, o feminino, os sentimentos de fraqueza, dor, tristeza, a espontaneidade, a
empatia e a capacidade de identificação eram desvalorizados, reprimidos e recalcados.
5. 5
A educação era repressiva. Na escola valorizava-se a disciplina, o dever, o bom
comportamento. A criança era cumpridora de obrigações e entre estas, a de decorar as
matérias escolares.
As empresas procuravam funcionários “certinhos”, disciplinados, cumpridores
de deveres, assíduos, burocráticos, dedicados à firma e lhes oferecia segurança e
aposentadoria.
Acompanhamos algo do surgimento e crescimento da repressão/recalque,
substrato sobre o qual se assenta o neuróide. Vamos agora tentar perseguir a
subjetividade psicóide que prospera especialmente a partir de meados do século
passado. Veremos como a repressão/recalque evolui para a onipotência/cisão.
A família patriarcal entra em declínio. As identificações sólidas com o pai
sofrem com a perda de poder desse pai, com sua desorientação diante de um mundo
mutável onde nada é seguro, nem o emprego, nem as amizades, nem as convenções
sociais, nem a moralidade. Um pai que fica perdido entre o autoritarismo e a
condescendência, agindo muitas vezes erraticamente. Um comportamento próprio de
um período de transição. O homem firme, seguro, com valores sólidos, com um
superego forte, perde seus parâmetros e torna-se um homem inseguro, que não sabe se
expressa ou não seus sentimentos, que não sabe se desenvolve ou não sua capacidade de
empatia e identificação, que não sabe se deve ou não ser autoritário. Quanto à mãe,
chamada a entrar no mercado de trabalho por razões econômicas, também o faz para
livrar-se do jugo do marido, para tornar-se independente, valorizar-se, igualar-se
subjetiva e hierarquicamente ao marido; ela então, torna-se uma profissional dedicada a
sua carreira. Duas conseqüências: menos tempo para o bebê e mais preocupação com o
sustento da casa. Esses dois fatores diminuem sua disponibilidade para o bebê, e a fusão
e a identificação mãe/bebê ficam prejudicadas, remetendo-nos a questões de
identidade/identificação.
O borderline, visto de um ângulo negativo será dito como tendo insuficiência de
identificações, expressão que poderá ser substituída por valências identificatórias
abertas, se olharmos o mesmo fenômeno positivamente, à luz de uma outra episteme.
Segundo Freud, quando o complexo de Édipo se resolve satisfatoriamente o
homem adquire um superego sólido que dificilmente se deixará modificar pelo
ambiente. O borderline pensado na perspectiva edípica será falado como tendo um
superego frouxo, lábil, influenciável, correspondente à descrição freudiana do superego
6. 6
feminino. Justamente é este superego poroso -- que se deixa penetrar e influenciar -- que
privilegiará o homem da pós-modernidade, tornando-o apto a acompanhar as rápidas
transformações da cultura.
Grinker6 fala de quatro níveis de borderline: Grupo 1- O borderline psicótico –
comportamento inapropriado e não adaptado. Deficiente senso de identidade e de
realidade. Comportamento negativo e raivoso em relação às pessoas. Depressão. Grupo
2- O borderline nuclear – Envolvimento flutuante com outros. Expressões abertas e
atuadas de raiva. Depressão. Ausência de indicações de um self consistente. Grupo 3 –
Personalidades ‘como se’ – comportamento adaptado e apropriado. Relações
complementares. Pouca espontaneidade e afeto em resposta a situações. Defesas:
afastamento e intelectualização. Grupo 4- O borderline neurótico – Depressão anaclítica
(semelhante à da infância). Ansiedade. Semelhança com caráter narcisista neurótico.
Influenciado por essa sistematização agrupei esse conjunto humano em borderline
pesado (patológico), borderline falso-self
e borderline brando (próximo da
normalidade).
Manter as valências identificatórias em aberto é conservar características infantis
e adolescentes: curiosidade, alegria, prazer, empatia, necessidade de identificação não
apenas mental, mas principalmente psicossomática. Para preencher suas valências
identificatórias abertas, o borderline pesado poderá procurar figuras de identificação,
das quais exigirá uma conduta tal, que será incompatível com uma boa relação
interpessoal. Ele exigirá comportamento de mãe primeva e de pai primevo da pessoa
escolhida para seu par, e fará demandas impossíveis de serem atendidas. Seguem-se a
frustração, a separação, o abandono, o sentimento de solidão, de vazio, de
incompreensão; aparecem a depressão, a ansiedade, os distúrbios de conduta, os
comportamentos perversos, as somatizações, os sintomas neuróticos, as vivências
psicóticas, etc. Deste jardim florido cada borderline “escolherá” o seu buquê.
Poderá, porém usar as suas valências identificatórias abertas para realizar uma
identificação em devir, uma identificação dual-porosa com o mundo circundante. Esta
intimidade com o mundo poderá permitir que ele realize os seus desejos infantis
onipotentes mitigados no social, tornando-o um membro produtivo da sociedade.
O borderline acopla-se melhor à sociedade pós-moderna por sua maior
flexibilidade, por não possuir uma identidade firme, por não possuir um superego
6
Grinker,R.R., .Werble,B., Drye,R.C., 1968, p.83-90.
7. 7
sólido. Existe uma afinidade entre a sociedade pós-moderna e o borderline, o que é uma
redundância, pois simplesmente o borderline faz parte dessa sociedade. As empresas já
não querem funcionários disciplinados e burocráticos, mas homens criativos. A escola
já não fala em disciplina, dever e decoreba, mas sim em criatividade, pesquisa,
singularidade, estimulação afetiva. Mais que uma ação repressiva temos um estímulo à
criatividade. Mais
que
recalque
com
seus derivados
temos
a
alternância
onipotência/impotência, com uma compartimentação destes dois estados, caracterizando
uma cisão. O borderline brando pode ser considerado o homem da pós-modernidade por
sua inquietude, flexibilidade, criatividade, sensibilidade, empatia, permeabilidade,
intuição, pela sua apreensão mais direta, menos mediada da realidade, pela sua
capacidade de detectar os mínimos movimentos do inconsciente pessoal, coletivo e
cultural.
As rápidas conquistas tecnológicas desestabilizaram o sistema das grandes
empresas burocratizadas. As empresas, que até então valorizavam o homem correto, de
sólida e monodirigida formação profissional, que valorizavam um currículo acadêmico
e um currículo profissional voltado a uma única atividade, valorizavam a disciplina, o
horário, a assiduidade, passaram a preferir o homem de múltiplos conhecimentos e
capacidades, de múltiplas experiências, um homem enriquecido por uma vida variada e
dispersa, um homem capaz de se safar de situações difíceis e complexas, um homem
criativo.
Na família, as identificações sólidas tornaram-se problemáticas pela solicitação
que o mercado e a vida atual fazem à mãe e pela perda da posição de patriarca por parte
do homem, o que o deixou confuso, em estado de busca de uma nova identidade
familiar. Os parâmetros morais também se modificaram colocando o homem em
conflito consigo mesmo e muitas vezes com o entorno. Em conseqüência os filhos ficam
com o que seria um déficit de identificações, se visto pelo lado negativo, ou como
valências identificatórias abertas, se visto pelo lado positivo.
O pai, até então idealizado, preservado em sua autoridade e onipotência, distante
de seus filhos em termos de uma amorosidade explícita e ativa, alvo de um respeito
reverencial, estímulo para a revolta ou a submissão dos filhos, vai-se tornando mais
próximo, evitando provocar o temor reverencial, mostrando suas dúvidas e fraquezas,
seu lado feminino, e sendo percebido/sentido em seu dilaceramento. O filho ou se
8. 8
identifica com a inconstância e cria um self criativo e um ego flexível – e aí teremos um
borderline brando --- ou fica baratinado, sem ponto de referência, sem âncora, sem um
eixo. As conseqüências negativas podem ser a busca de grupos místicos e de drogas, a
depressão, a ansiedade, a desorientação, a síndrome borderline pesada, o pânico, etc.
BORDERLINE
O borderline pesado é polissintomático, ambulatório, com dificuldades nas
relações pessoais por sua fragmentação ou por suas necessidades narcísicas
exacerbadas, com tendência à atuação, com problemas na área afetiva, com questões nas
áreas das identificações e identidade, necessitando de uma circunvizinhança humana
para atuar os seus fantasmas, com labilidade de humor, com tendência à exagerada
dependência afetiva muitas vezes reativamente negada, usando excessivamente a
identificação projetiva e introjetiva, com extrema sensibilidade e susceptibilidade,
incomumente e seletivamente permeável ao próprio inconsciente, ao inconsciente do
outro e à subjetividade circulante.
Se peneirarmos o borderline acima de maneira a obter a farinha purificada do
borderline brando, sobrará a tendência à atuação, a necessidade afetivo/dinâmica de uma
circunvizinhança humana para nela atuar seus fantasmas e realizar seus desejos infantis,
o uso da divisão/compartimentação e da onipotência mitigada de forma não
incompatível com o social, a extrema sensibilidade, a incomum permeabilidade ao
próprio inconsciente, ao inconsciente do outro e à subjetividade circulante; tal
permeabilidade permite-lhe identificar-se continuamente, em devir, com o que o rodeia.
A essa identificação dei o nome de "identificação dual-porosa", "identificação transital",
"identificação contínua", e, posso agora acrescentar, "identificação em devir".
(Borderline: uma outra normalidade)
O borderline brando tende mais à multiplicidade do que ao polissintomático, o
que significa que ele não inibe os vários aspectos de sua personalidade em favor de um
único aspecto, mantendo as suas várias potencialidades disponíveis para serem usadas.
No que diz respeito à sensibilidade/susceptibilidade narcísica ela apresenta-se menos
como uma ferida e mais como um instrumento de conhecimento do outro; a
permeabilidade das fronteiras do eu, que poderia torná-lo vulnerável às afetações do
outro mantém-se como sensibilidade que permite conhecer o outro, propiciando o
desenvolvimento de afetos e sentimentos pertinentes à relação em curso. Assim, ao invés
9. 9
de um fechamento nas próprias fantasias, há uma abertura para o conhecimento das
fantasias do outro. A permeabilidade das fronteiras, que no borderline pesado pode ser
usada contra o outro ou pode dar lugar a um excesso de identificação projetiva e
introjetiva, no borderline brando muda de qualidade, transformando-se em identificação
dual-porosa, uma identificação que permite um regime de trocas fantasmáticas e afetivas
contínuas entre os seres humanos entre si e com o mundo circundante. A porosidade
tanto funciona em relação ao mundo externo (a um outro humano, sim, mas também em
relação à cultura, à natureza, ao planeta), quanto ao mundo interno, isto é, na percepção
do próprio inconsciente. Em se tratando do borderline brando, as trocas fantasmáticas e
afetivas ocorrem em um espaço potencial ou a ele equivalente, o que significa que ao
objeto subjetivo superpõe-se o mesmo objeto objetivamente percebido. A identificação
dual-porosa mostra-se um precioso instrumento de conhecimento, relação e
comunicação, permitindo surfar nas ondas do devir, possibilitando ao borderline deslizar
e se enlear nas sutis e infindas variações de um mundo em constante mutação. A
tendência à dependência do borderline pesado, traduz-se no borderline brando pelo
reconhecimento da necessidade afetiva de um outro também dual-poroso, de tal maneira
que um regime de trocas, onde vigore tanto o subjetivo quanto o objetivamente
percebido, possa ser estabelecido.
O estado de identificação em devir encontrado no borderline brando (o homem
pós-moderno) entrelaça-o à subjetividade contemporânea como sujeito criativo e
transformador.
Nahman Armony
Membro psicanalista da CPRJ e da SPID
Psiquiatra
Doutor em Comunicação pela ECO da UFRJ
Professor do curso de pós-graduação lato-senso “Psicologia clínica e Psicossomática” da
Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro.
Rua Paissandu, 94, apt.402, Flamengo. CEP: 22210-080.
Telefone: 22858782
e-mail: nahman@uol.com.br
10. 10
BIBLIOGRAFIA
Armony, N. – “Borderline, uma outra normalidade”. Rio de Janeiro, Editora Revinter,
1998.
Freud, S. – “Análise terminável e interminável” (1937) Edição Standard Brasileira vol.
XXIII. Rio de Janeiro, Imago Editora, 1975.
Idem – “Terapia analítica”, conferência 28, vol. XVI.
Grinker,R.R., Werble,B., Drye,R.C. – “The Borderline Syndrome”. New York, Basic
Books Inc., 1968.
Martins, A. – “Pulsão de morte? Natureza e cultura na metapsicologia freudiana”. Tese
de doutorado em Psicologia Psicanalítica – UFRJ, Rio de Janeiro, 2002.
Stengers,I. – “Quem tem medo da ciência?”. São Paulo, Siciliano, 1990.
Winnicott,D.W. (1959-1964) – “Classificação: existe uma contribuição psicanalítica à
classificação psiquiátrica?” IN “O ambiente e os processos de maturação”. Porto
Alegre, Artes Médicas, 1983.
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