O documento discute os conceitos de realidade e ficção nas narrativas, a estrutura da narrativa e a narrativa moderna. Resume os principais pontos como: 1) a distinção entre narrativas ficcionais e não ficcionais; 2) os elementos estruturais da narrativa como foco narrativo, enredo, personagens, espaço e tempo; e 3) a evolução histórica da narrativa desde os mitos até o romance e conto modernos.
Esta apresentação levanta alguns pontos através dos quais se pode introduzir o conceito de intertextualidade, tendo em vista o aluno do Ensino Médio e do Pré-vestibular. Para tanto são apresentadas algumas formas e modelos diálogos intertextuais, a partir das concepções de Bakhtin, Afonso Romano de Sant'anna, Maruschi e outros.
O TEXTO DESCRITIVO
O TEXTO DESCRITIVO
Nas provas de Português, em todos os Concursos, estão presentes textos das mais diversas naturezas, por exemplo, persuasivo, informativo, humorístico, didático... Contudo, vale lembrar que todos se organizam em três modos: descrição, narração e dissertação.
DESCRIÇÃO: é descrever um objeto, uma pessoa, um lugar. Requer observação cuidadosa, para tornar o que vai ser descrito em um modelo inconfundível, porém, não se trata de enumerar uma série de elementos, mas transmitir sensações, sentimentos. É criar o que não se vê, mas se percebe ou imagina; é não copiar friamente uma imagem, mas deixá-la rica, pois o ser e o ambiente são aspectos importantíssimos na descrição.Existem duas possibilidades de descrição:
a) Descrição objetiva: quando o objeto, o ser, a cena, são apresentadas no seu sentido real. Exemplo: "Sua altura é 1,85m. Seu peso, 70Kg. Aparência atlética, ombros largos, pele bronzeada. Moreno, olhos negros, cabelos negros e lisos".
b) Descrição subjetiva: quando há maior participação da emoção, ou seja, quando o objeto, o ser, a cena, a paisagem são apresentados em sentido figurado. Exemplo: "Nas ocasiões de aparato é que se podia tomar pulso ao homem. Não só as condecorações gritavam-lhe no peito como uma couraça de grilos. Ateneu! Ateneu! Aristarco todo era um anúncio; os gestos, calmos, soberanos, calmos, eram de um rei..." ("O Ateneu", Raul Pompéia)
ESTRUTURA:
a) Introdução: a perspectiva do observador focaliza o ser ou objeto e distingue seus aspectos gerais.
b) Desenvolvimento: capta os elementos numa ordem coerente com a disposição em que eles se encontram no espaço, caract
Esta apresentação levanta alguns pontos através dos quais se pode introduzir o conceito de intertextualidade, tendo em vista o aluno do Ensino Médio e do Pré-vestibular. Para tanto são apresentadas algumas formas e modelos diálogos intertextuais, a partir das concepções de Bakhtin, Afonso Romano de Sant'anna, Maruschi e outros.
O TEXTO DESCRITIVO
O TEXTO DESCRITIVO
Nas provas de Português, em todos os Concursos, estão presentes textos das mais diversas naturezas, por exemplo, persuasivo, informativo, humorístico, didático... Contudo, vale lembrar que todos se organizam em três modos: descrição, narração e dissertação.
DESCRIÇÃO: é descrever um objeto, uma pessoa, um lugar. Requer observação cuidadosa, para tornar o que vai ser descrito em um modelo inconfundível, porém, não se trata de enumerar uma série de elementos, mas transmitir sensações, sentimentos. É criar o que não se vê, mas se percebe ou imagina; é não copiar friamente uma imagem, mas deixá-la rica, pois o ser e o ambiente são aspectos importantíssimos na descrição.Existem duas possibilidades de descrição:
a) Descrição objetiva: quando o objeto, o ser, a cena, são apresentadas no seu sentido real. Exemplo: "Sua altura é 1,85m. Seu peso, 70Kg. Aparência atlética, ombros largos, pele bronzeada. Moreno, olhos negros, cabelos negros e lisos".
b) Descrição subjetiva: quando há maior participação da emoção, ou seja, quando o objeto, o ser, a cena, a paisagem são apresentados em sentido figurado. Exemplo: "Nas ocasiões de aparato é que se podia tomar pulso ao homem. Não só as condecorações gritavam-lhe no peito como uma couraça de grilos. Ateneu! Ateneu! Aristarco todo era um anúncio; os gestos, calmos, soberanos, calmos, eram de um rei..." ("O Ateneu", Raul Pompéia)
ESTRUTURA:
a) Introdução: a perspectiva do observador focaliza o ser ou objeto e distingue seus aspectos gerais.
b) Desenvolvimento: capta os elementos numa ordem coerente com a disposição em que eles se encontram no espaço, caract
Este trabalho foi apresentado nos Nre's Itinerantes do núcleo de Educação de Toledo, Pr
Trabalho feito a partir das Palestras de Ms Clóvis Gruner, e Ms Fabio Iachtetein, na 1ª Bienal do Livro de Curitiba.
Historia e Literatura, Narrativas Plurais,
1. A narrativa de ficção
Índice
Realidade e ficção nas narrativas
A estrutura da narrativa
A narrativa moderna
Portal SER
2. Realidade e ficção nas narrativas
A narrativa
não ficcional –
mundo real
narrador
espaço
fato ou
acontecimento
narrativa
tempo
personagens
ficcional – mundo
imaginário
3. Realidade e ficção nas narrativas
O ciclo narrativo
situação inicial – personagens
apresentados numa determinada
situação temporal e espacial
situação final – personagens
apresentados numa nova situação,
mudança em relação ao início
desenvolvimento – conflito,
ação desenvolvida até o clímax e
desfecho
4. Realidade e ficção nas narrativas
A ficção – do realismo ao fantástico
• Aristóteles: “arte é imitação” – o imitar faz parte da natureza humana e os homens
sentem prazer nisso.
• Narrativa ficcional – simulação de uma situação possível, inventada ou recriada pelo
autor a partir da realidade.
• Ficcionismo – é construído a partir de elementos da realidade, abrangendo narrativas
que vão desde o universo mais fantástico até o universo mais realista.
5. Realidade e ficção nas narrativas
Verossimilhança interna e externa
Verossimilhança interna
Verossimilhança externa
Identificação com a
realidade, com o que o
senso comum julga
possível, provável.
Coerência interna dos fatos
ficcionais dentro da própria
narrativa.
6. Realidade e ficção nas narrativas
autor
narrador
• ser real
• ser parcial ou totalmente
fictício
• responsável pela criação e
construção da narrativa
• voz, criada pelo autor, que
relata os acontecimentos
• podem viver em tempo e espaço diferentes um do outro, ter
caráter e pensamento divergentes, assemelhar-se em maior ou
menor escala ou, ainda, em nada
7. Realidade e ficção nas narrativas
O narrador – um personagem?
Narrador-protagonista
Narrador-coadjuvante
Narrador-espectador
narra os acontecimentos e
também os vivencia; é
personagem principal da
ação; narrativa marcada
pelo subjetivismo, filtrada
pelo protagonista
narração em 1ª
pessoa
narra os acontecimentos e
participa deles, mas como
personagem secundário
narração em 1ª
pessoa
narra os acontecimentos
mas não participa deles;
narrativa marcada por
maior objetividade
narração em 3ª
pessoa
8. Realidade e ficção nas narrativas
As vozes
Discurso direto
Discurso indireto
– Que crepúsculo fez hoje!
E ria, de um jeito sombrio
– disse-lhes eu, ansioso de e triste; depois pediu-me
comunicação.
que não referisse a ninguém
o que se passara entre nós;
(...)
• falas reproduzidas integral e • falas reproduzidas em sua
literalmente, geralmente
totalidade com palavras do
introduzidas por travessão e
próprio narrador,
acompanhadas por um verbo caracterizando o falante de
de elocução (dizer, falar,
maneira menos viva e
responder, perguntar etc.)
próxima da realidade que no
discurso direto
QUINTANA.Mário. Prosa e verso. 2ª. Ed.
Porto Alegre: Globo, 1980. p-56
ASSIS .Ma chado de, Memórias póstumas de
Brás Cubas. São Paulo: Scipione, 1994
Discurso indireto livre
(...) Onde estava o pão?
O padeiro respondeu que
não havia farinha. Onde
estava então ela? (...)
• discurso indireto
intercalado com discurso
direto, sem as marcas
típicas de ambos, com o
intuito de dar à narrativa
fluência e vivacidade
textuais
PAIVA , Garcia de. Os agricultores arrancam
paralelepípedos. São Paulo: Ática, 1986
9. A estrutura da narrativa
foco narrativo
enredo
personagens
como
o quê
quem
espaço
onde
tempo
quando
10. A estrutura da narrativa
Foco narrativo
• de terceira pessoa: o narrador não participa ativamente dos
acontecimentos – maior objetividade.
narrador onisciente
conhece toda a história
e os pensamentos dos
personagens
narrador observador
não conhece toda a
história, apenas relata
os fatos que acontecem
• de primeira pessoa: narrador-protagonista ou narrador-coadjuvante –
maior subjetividade.
11. A estrutura da narrativa
Enredo
É a própria trama da
narrativa, na qual sempre
surge um conflito.
12. A estrutura da narrativa
Personagens
pessoas com
características reais
ou imaginárias
ou
principais
protagonista
personificação de
animais, ideias, forças
da natureza
antagonista
ou
representação de tipos
humanos – personagens
caricaturais
secundários
13. A estrutura da narrativa
Espaço
Lugar onde ocorre a ação
do enredo, geralmente
marcado por sequências
descritivas na narrativa.
espaço social
sentido estrito:
espaço geográfico
sentido
translato
espaço
psicológico
14. A estrutura da narrativa
Tempo
cronológico: medido pela
natureza ou por mecanismos de
medição temporal
brincadeiras temporais
história –
acontecimentos em
ordem cronológica
relato – forma de
apresentar os
acontecimentos
psicológico: não é racionalmente
mensurável, pois pertence ao mundo
interior do personagem – um minuto
pode durar dez anos e vice-versa.
• Relato em ordem cronológica: história e relato coincidem
– expectativa em relação ao final
• Relato não cronológico: história e relato não coincidem –
expectativa em relação a outras partes da narrativa
• Retrospectivas ou antecipações: remissão a momentos
passados (flashback) ou momentos futuros.
• Aceleração ou duração temporal: manipulação do tempo
cronológico no relato pelas impressões das personagens ou
valorizações do narrador.
15. A narrativa moderna
O homem inventor de histórias
Em tempos primordiais, tentando explicar o sentido do mundo e das
coisas, o homem criou o mito.
Narração sobre a origem de alguma coisa.
Mito
Principal fonte dos poetas épicos.
16. A narrativa moderna
O homem inventor de histórias
Paralelamente, outras narrativas foram criadas pelo homem.
Lendas
Fábulas
Canções
de gesta
Narrativa para exaltar feitos e atitudes de heróis
humanos.
Narrativa com caráter moralizante.
Narrativa em versos sobre guerras e conquistas
de um povo.
17. A narrativa moderna
O homem inventor de histórias
Paralelamente, outras narrativas foram criadas pelo homem.
Novelas de
cavalaria
Romance
Narrativa com ideal dos cavaleiros medievais.
Narrativa de ficção.
O romance moderno, tal qual é conhecido hoje, é fruto da ascensão da burguesia ao poder
político e econômico, no final do século XVIII e início do século XIX.
18. A narrativa moderna
•
Dependendo da estrutura, da forma e da extensão, as principais manifestações
narrativas são:
O romance
A novela
Representações da vida comum, de um
mundo mais individualizado e particularizado.
O Conto
18
19. A narrativa moderna
O romance
O Conto
Tem a função de reconstruir,
recriar o mundo.
Recorte da realidade
ficcional.
Podemos ter romances:
de costumes; psicológico;
policial; regionalista;
indianista; de cavalaria;
histórico; etc.
É a mais breve das
narrativas, centrada em
um episódio de vida.
19
20. A narrativa moderna
O conto
surpresa
tipo de
compactação
encanto
elementos da
narrativa
Unidade de
impressão
medo
desconcerto
recursos
linguísticos
20
21. A narrativa moderna
Contos e contistas clássicos da literatura mundial
Século X
Século XV
e XVI
Século XIX
As mil e uma
noites
Giovanni Bocaccio
Decameron
Geoffrey Chaucer
Os contos de
Canterbury
Edgar Allan Poe
vários contos de
suspense e horror
21