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O Sebastianismo Mito gerado à volta da figura do rei D. Sebastião
1.º Crença do povo no seu regresso, após a derrota em Alcácer
Quibir (D. Sebastião, ente histórico: o «ser que houve»,
símbolo da decadência), como salvador da pátria: a
possibilidade teórica do regresso físico do rei ajudou a criar a
auréola de mito.
Alonso Sánchez Coello,
D. Sebastião, 1575.
2.º O regresso iminente do Encoberto foi garante de
sobrevivência política, seja porque congregou sob o mesmo
pendão do sonho a Nação destroçada, seja porque estimulou
o instinto de conservação nacional, seja ainda porque foi o
lugar do refúgio contra uma morte anunciada.
3.º Mito messiânico que se funda na esperança da vinda de
um Salvador, que virá salvar e libertar o povo e restaurar o
prestígio nacional.
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Fernando Pessoa, Mensagem
Lima de Freitas, Painel de azulejos da Estação do
Rossio, Lisboa, D. Sebastião: o Encoberto, 1995.
 D. Sebastião mítico surge, na moderna poesia
portuguesa, como paradigma da loucura heroica,
como potenciador da esperança no ressurgimento
da Pátria adormecida.
O Sebastianismo
 Espectro, ideia, símbolo, o «ser que há», que
fecunda o sonho e a loucura – o verdadeiro mito
nacional, núcleo do profetismo que impregna a
Terceira Parte da Mensagem, impulsionador do
homem e, consequentemente, da História.
Mito do Encoberto
É no inconsciente nacional que o mito do Encoberto se guarda, apresentando-se como
um motor poderoso do processo histórico, torna-se o sonho pelo qual vale a pena
viver.
Desejo latente de renovação nacional que promove o regresso de D. Sebastião.
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nacional, sob o estandarte de
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O Quinto Império
 Império construído na esfera de uma identidade
cultural, um império que a vontade e a esperança
transformadora hão de por força (re)criar contra a
decadência presente, contra a Nação adormecida.
 Império civilizacional, de paz universal, espiritual,
tendo como centro Portugal, que pressupõe o
regresso de um Messias: o D. Sebastião mítico,
coordenada simbólica da sua edificação.
 Representação mental, uma atitude perante a nação
e a nossa própria existência: a procura do nosso ser
no mundo, como indivíduos e como Povo
historicamente predestinado a recuperar o prestígio
perdido.
Síntese
Fernando Pessoa, Mensagem
Exaltação
patriótica
Pátria = nação
conjunto humano unido por instituições
comuns, tradições históricas e, acima de tudo,
uma língua comum.
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 transformação da sua pátria (decadente, incapaz de agir
coletivamente e virada para um passado glorioso) em
«nação criadora de civilização» através do poder do sonho.
 evocação, com os olhos postos no futuro, dos heróis
passados de Portugal, exemplos da vontade de mudança e
da capacidade de ação, de modo a influenciar os
portugueses do presente, transformando-os em agentes
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Processo:
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Exaltação patriótica
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Dimensão simbólica do herói
Herói aquele que se eleva acima da medida humana comum na defesa
de um ideal, pela sua energia, coragem e sabedoria.
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 o que age por instinto sem
apresentar consciência do alcance
dos seus atos no futuro.
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atos e de ter cumprido um dever
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Síntese
Fernando Pessoa, Mensagem
Dimensão simbólica do herói
Mito
conjunto de valores que não tem tempo nem espaço,
contrariamente ao facto histórico concreto, e que tipifica uma
situação existencial comum a um povo.
 Transformação do mito em História: o modo como recria e
sonha a vida de um grupo (Ulisses transformou-se em História
para os portugueses por aquilo que representa na sua vivência
interior; D. Sebastião permanece vivo na nossa memória
coletiva como exemplo, como alma representativa de um
conjunto de valores essenciais à construção do futuro).
 Reconhecimento de um povo nos seus mitos: contributo
para a construção de uma memória coletiva e de uma
identidade própria, aspetos que prefiguram também um
futuro comum.
Síntese
Fernando Pessoa, Mensagem
Natureza épico-lírica da obra
 A poesia da Mensagem é uma poesia epo-lírica, não só pela forma
fragmentária como pela atitude introspetiva, de contemplação no espelho
da alma, e pelo tom menor adequado.
 Integra a matéria épica na corrente subjetiva, reduzindo-a a imagens
simbólicas pelas quais o poeta liricamente se exprime.
 Há assim na Mensagem uma dupla face de tédio e ansiedade, de cética
lucidez e intuição divinatória.
Poesia épica sui generis – epo-lírica
Síntese
Fernando Pessoa, Mensagem
Natureza épico-lírica da obra
Discurso épico:
Passado histórico: exaltação de acontecimentos memoráveis e extraordinários, que
veiculam uma visão heroica do mundo, protagonizados por figuras de alta estirpe
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capazes de executarem feitos extraordinários, gloriosos e singulares.
Presente: resultado consequente desse passado remoto e mítico que se projeta no
futuro.
Recurso ao maravilhoso: confere grandeza à ação e transpõe a verdade histórica
para a dimensão do mito.
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Síntese
Fernando Pessoa, Mensagem
Natureza épico-lírica da obra
Discurso lírico:
 brevidade dos poemas, que encerram um valor próprio e isolado dos demais;
 interiorização, mentalização da matéria épica que é reduzida a imagens
simbólicas através das quais o sujeito poético se exprime;
 expressão da subjetividade: presença «dominante» da primeira pessoa do
presente;
 confluência íntima entre o eu e o mundo, o tempo e o espaço.
Síntese
Fernando Pessoa, Mensagem
Estrutura estrófica, a métrica e a rima
Mensagem: 44 poemas
Número de estrofes Estrofes Versos
Rima
Monóstrofos (3 poemas)
Duas estrofes (15 poemas)
Três estrofes (18 poemas)
Quatro estrofes (5 poemas)
Cinco estrofes (2 poemas)
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Monósticos, dísticos,
tercetos, quadras e
quartetos, quintilhas,
sextilhas, sétimas,
nonas e décimas.
Apresentam uma vasta
gama de ritmos, indo do
dissílabo ao dodecassílabo,
passando pelos versos de
três, quatro, seis, sete, oito,
nove e dez sílabas.
Grande variedade, que vai dos versos brancos aos versos rimados, dividindo-se
estes em emparelhados, cruzados, interpolados, misturados, e que vai da rima
rica à rima pobre, da rima aguda à rima grave e esdrúxula.
Síntese
Fernando Pessoa, Mensagem
Estrutura estrófica, a métrica e a rima
Poema: «O dos Castelos»
Estrutura estrófica
Métrica
Rima
Exemplificação:
• quatro estrofes irregulares: par / ímpar / par / ímpar –
quadra / quintilha / dístico / monóstico.
• versos decassilábicos: «A Eu/ro/pa/ jaz/, pos/ta/ nos/
co/to/ve/los»;
• último verso da primeira estrofe: verso hexassilábico –
«O/lhos/ gre/ gos/, lem/bran/do».
• rima cruzada: primeira e segunda estrofes;
• versos soltos ou brancos: terceira e quarta estrofes.
Síntese
Fernando Pessoa, Mensagem
Linguagem e estilo
Características da linguagem Exemplos
•Adjetivo de características abrangentes.
•Adjetivo duplicado.
•Adjetivo nominalizado.
•Adjetivo separado do nome e realçado
entre vírgulas.
•Advérbio de modo repetido.
•Emprego típico do particípio.
•Interjeição emotiva e apelativa.
•Desnudo; ungido.
•Com bruta e natural certeza.
•Ai dos felizes.
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maternos, um dia?
•Assim vivi, assim morri.
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•Ai dos felizes; Ah, quando.
Síntese
Fernando Pessoa, Mensagem
Linguagem e estilo
Características da linguagem Exemplos
• Inversão da ordem habitual das frases.
•Neologismos.
•Nomes conceituais.
•Repetição do verbo.
•Verbo intransitivo empregado
transitivamente.
•Três impérios do chão lhe a sorte
apanha.
•Almar; beira-mágoa; praiar.
•Mito; brasão; mistério; vigília.
•Baste, basta, bastar.
•Assim vivi, assim morri a vida.
•Verbo nominalizado, de sabor latino, no
infinitivo.
•O querer; o ser; o saber; ter é tardar.
•… •…
Síntese
Fernando Pessoa, Mensagem
Recursos expressivos Exemplos
• Aliteração.
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• Antítese.
• Formidável vulto; […] os medos do mar sem fundo.
• É o som […] / É a voz […].
• Que, da obra ousada, é minha a parte feita.
• Apóstrofe.
• Comparação.
• A vida é breve, a alma é vasta.
• Ó mar anterior a nós […].
• É rumor dos pinhais que, como um trigo / De
império, ondulam sem se poder ver.
• Enumeração. • A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte.
Linguagem e estilo
Síntese
Fernando Pessoa, Mensagem
Recursos expressivos Exemplos
• Gradação.
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• Metáfora.
• Metonímia.
• Quando a nau se aproxima […] / Mais perto […] / E
no desembarcar […].
• Inutilmente? Não, porque o cumpri.
• Em baixo, a vida, metade / De nada, morre.
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A mensagem de Fernando Pessoa , portugues de 12 ano

  • 2. «livro de poemas, formando realmente um só poema», organizado em torno dos números do brasão de Portugal, sobretudo o 5 das quinas Síntese Fernando Pessoa, Mensagem Mensagem Símbolos como tema e como processo Nomes dos heróis Cifras heráldicas do brasão Imagens-chave da história Fundamentos identificadores do «ser português» Palavras da língua portuguesa
  • 3. Síntese Fernando Pessoa, Mensagem Brasão O Encoberto Evolução do Império Português Idade do Pai Os fundadores da nação portuguesa Idade ainda não concretizada, mas já anunciada Estrutura simbólica Mensagem Idade do Filho Os que deram continuidade ao Pai e alargaram o Império Idade do Espírito Mar Português Nascimento/ génese Realização (vida) Morte e Renascimento As fases da existência
  • 4. Síntese Fernando Pessoa, Mensagem O Sebastianismo Mito gerado à volta da figura do rei D. Sebastião 1.º Crença do povo no seu regresso, após a derrota em Alcácer Quibir (D. Sebastião, ente histórico: o «ser que houve», símbolo da decadência), como salvador da pátria: a possibilidade teórica do regresso físico do rei ajudou a criar a auréola de mito. Alonso Sánchez Coello, D. Sebastião, 1575. 2.º O regresso iminente do Encoberto foi garante de sobrevivência política, seja porque congregou sob o mesmo pendão do sonho a Nação destroçada, seja porque estimulou o instinto de conservação nacional, seja ainda porque foi o lugar do refúgio contra uma morte anunciada. 3.º Mito messiânico que se funda na esperança da vinda de um Salvador, que virá salvar e libertar o povo e restaurar o prestígio nacional.
  • 5. Síntese Fernando Pessoa, Mensagem Lima de Freitas, Painel de azulejos da Estação do Rossio, Lisboa, D. Sebastião: o Encoberto, 1995.  D. Sebastião mítico surge, na moderna poesia portuguesa, como paradigma da loucura heroica, como potenciador da esperança no ressurgimento da Pátria adormecida. O Sebastianismo  Espectro, ideia, símbolo, o «ser que há», que fecunda o sonho e a loucura – o verdadeiro mito nacional, núcleo do profetismo que impregna a Terceira Parte da Mensagem, impulsionador do homem e, consequentemente, da História. Mito do Encoberto
  • 6. É no inconsciente nacional que o mito do Encoberto se guarda, apresentando-se como um motor poderoso do processo histórico, torna-se o sonho pelo qual vale a pena viver. Desejo latente de renovação nacional que promove o regresso de D. Sebastião. Síntese Fernando Pessoa, Mensagem O Sebastianismo Espera inconsequente que acentua o nosso atraso. Procura da revitalização nacional, sob o estandarte de um sonho comum.
  • 7. Síntese Fernando Pessoa, Mensagem O Quinto Império  Império construído na esfera de uma identidade cultural, um império que a vontade e a esperança transformadora hão de por força (re)criar contra a decadência presente, contra a Nação adormecida.  Império civilizacional, de paz universal, espiritual, tendo como centro Portugal, que pressupõe o regresso de um Messias: o D. Sebastião mítico, coordenada simbólica da sua edificação.  Representação mental, uma atitude perante a nação e a nossa própria existência: a procura do nosso ser no mundo, como indivíduos e como Povo historicamente predestinado a recuperar o prestígio perdido.
  • 8. Síntese Fernando Pessoa, Mensagem Exaltação patriótica Pátria = nação conjunto humano unido por instituições comuns, tradições históricas e, acima de tudo, uma língua comum. Intenção do poeta:  transformação da sua pátria (decadente, incapaz de agir coletivamente e virada para um passado glorioso) em «nação criadora de civilização» através do poder do sonho.  evocação, com os olhos postos no futuro, dos heróis passados de Portugal, exemplos da vontade de mudança e da capacidade de ação, de modo a influenciar os portugueses do presente, transformando-os em agentes de construção do Portugal futuro. Processo:
  • 9. Síntese Fernando Pessoa, Mensagem Mensagem «Brasão» «O Encoberto» «Mar Português» A origem predestinada e o património divino a defender. Envolto em nevoeiro, mas símbolo do espírito do homem das descobertas que cada português encerra em si. A capacidade criadora de Portugal. Exaltação patriótica
  • 10. Síntese Fernando Pessoa, Mensagem Dimensão simbólica do herói Herói aquele que se eleva acima da medida humana comum na defesa de um ideal, pela sua energia, coragem e sabedoria. Dois tipos de herói:  o que age por instinto sem apresentar consciência do alcance dos seus atos no futuro.  voluntário, consciente dos seus atos e de ter cumprido um dever contra o Destino. Aspeto comum aos heróis:  encontram-se envoltos por um misticismo de algo a cumprir, existem em função do futuro que nebulosamente prenunciam.
  • 11. Síntese Fernando Pessoa, Mensagem Dimensão simbólica do herói Mito conjunto de valores que não tem tempo nem espaço, contrariamente ao facto histórico concreto, e que tipifica uma situação existencial comum a um povo.  Transformação do mito em História: o modo como recria e sonha a vida de um grupo (Ulisses transformou-se em História para os portugueses por aquilo que representa na sua vivência interior; D. Sebastião permanece vivo na nossa memória coletiva como exemplo, como alma representativa de um conjunto de valores essenciais à construção do futuro).  Reconhecimento de um povo nos seus mitos: contributo para a construção de uma memória coletiva e de uma identidade própria, aspetos que prefiguram também um futuro comum.
  • 12. Síntese Fernando Pessoa, Mensagem Natureza épico-lírica da obra  A poesia da Mensagem é uma poesia epo-lírica, não só pela forma fragmentária como pela atitude introspetiva, de contemplação no espelho da alma, e pelo tom menor adequado.  Integra a matéria épica na corrente subjetiva, reduzindo-a a imagens simbólicas pelas quais o poeta liricamente se exprime.  Há assim na Mensagem uma dupla face de tédio e ansiedade, de cética lucidez e intuição divinatória. Poesia épica sui generis – epo-lírica
  • 13. Síntese Fernando Pessoa, Mensagem Natureza épico-lírica da obra Discurso épico: Passado histórico: exaltação de acontecimentos memoráveis e extraordinários, que veiculam uma visão heroica do mundo, protagonizados por figuras de alta estirpe (social e moral) que se impõem como seres superiores, de qualidades excecionais, capazes de executarem feitos extraordinários, gloriosos e singulares. Presente: resultado consequente desse passado remoto e mítico que se projeta no futuro. Recurso ao maravilhoso: confere grandeza à ação e transpõe a verdade histórica para a dimensão do mito. Uso narrativo da terceira pessoa.
  • 14. Síntese Fernando Pessoa, Mensagem Natureza épico-lírica da obra Discurso lírico:  brevidade dos poemas, que encerram um valor próprio e isolado dos demais;  interiorização, mentalização da matéria épica que é reduzida a imagens simbólicas através das quais o sujeito poético se exprime;  expressão da subjetividade: presença «dominante» da primeira pessoa do presente;  confluência íntima entre o eu e o mundo, o tempo e o espaço.
  • 15. Síntese Fernando Pessoa, Mensagem Estrutura estrófica, a métrica e a rima Mensagem: 44 poemas Número de estrofes Estrofes Versos Rima Monóstrofos (3 poemas) Duas estrofes (15 poemas) Três estrofes (18 poemas) Quatro estrofes (5 poemas) Cinco estrofes (2 poemas) Seis estrofes (1 poema) Monósticos, dísticos, tercetos, quadras e quartetos, quintilhas, sextilhas, sétimas, nonas e décimas. Apresentam uma vasta gama de ritmos, indo do dissílabo ao dodecassílabo, passando pelos versos de três, quatro, seis, sete, oito, nove e dez sílabas. Grande variedade, que vai dos versos brancos aos versos rimados, dividindo-se estes em emparelhados, cruzados, interpolados, misturados, e que vai da rima rica à rima pobre, da rima aguda à rima grave e esdrúxula.
  • 16. Síntese Fernando Pessoa, Mensagem Estrutura estrófica, a métrica e a rima Poema: «O dos Castelos» Estrutura estrófica Métrica Rima Exemplificação: • quatro estrofes irregulares: par / ímpar / par / ímpar – quadra / quintilha / dístico / monóstico. • versos decassilábicos: «A Eu/ro/pa/ jaz/, pos/ta/ nos/ co/to/ve/los»; • último verso da primeira estrofe: verso hexassilábico – «O/lhos/ gre/ gos/, lem/bran/do». • rima cruzada: primeira e segunda estrofes; • versos soltos ou brancos: terceira e quarta estrofes.
  • 17. Síntese Fernando Pessoa, Mensagem Linguagem e estilo Características da linguagem Exemplos •Adjetivo de características abrangentes. •Adjetivo duplicado. •Adjetivo nominalizado. •Adjetivo separado do nome e realçado entre vírgulas. •Advérbio de modo repetido. •Emprego típico do particípio. •Interjeição emotiva e apelativa. •Desnudo; ungido. •Com bruta e natural certeza. •Ai dos felizes. •Que arcanjo teus sonhos veio / Velar, maternos, um dia? •Assim vivi, assim morri. •À espada em tuas mãos achada. •Ai dos felizes; Ah, quando.
  • 18. Síntese Fernando Pessoa, Mensagem Linguagem e estilo Características da linguagem Exemplos • Inversão da ordem habitual das frases. •Neologismos. •Nomes conceituais. •Repetição do verbo. •Verbo intransitivo empregado transitivamente. •Três impérios do chão lhe a sorte apanha. •Almar; beira-mágoa; praiar. •Mito; brasão; mistério; vigília. •Baste, basta, bastar. •Assim vivi, assim morri a vida. •Verbo nominalizado, de sabor latino, no infinitivo. •O querer; o ser; o saber; ter é tardar. •… •…
  • 19. Síntese Fernando Pessoa, Mensagem Recursos expressivos Exemplos • Aliteração. • Anáfora. • Anástrofe. • Antítese. • Formidável vulto; […] os medos do mar sem fundo. • É o som […] / É a voz […]. • Que, da obra ousada, é minha a parte feita. • Apóstrofe. • Comparação. • A vida é breve, a alma é vasta. • Ó mar anterior a nós […]. • É rumor dos pinhais que, como um trigo / De império, ondulam sem se poder ver. • Enumeração. • A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte. Linguagem e estilo
  • 20. Síntese Fernando Pessoa, Mensagem Recursos expressivos Exemplos • Gradação. • Interrogação retórica. • Metáfora. • Metonímia. • Quando a nau se aproxima […] / Mais perto […] / E no desembarcar […]. • Inutilmente? Não, porque o cumpri. • Em baixo, a vida, metade / De nada, morre. • (D. Filipa): princesa do Santo Graal […]; Madrinha de Portugal! • Personificação. • A Europa jaz, posta nos cotovelos. •… •… Linguagem e estilo