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MOVIMENTO
PENTECOSTAL
Movimento Pentecostal
O pentecostalismo é um movimento de renovação
dentro do cristianismo que dá ênfase especial numa
experiência direta e pessoal de Deus através do
Batismo no Espírito Santo. O termo Pentecostal é
derivado de Pentecostes, um termo grego que
descreve a festa judaica das semanas. Este evento
comemora a descida do Espírito Santo sobre os
discípulos, conforme descrito no Atos 2.
Pentecostais tendem a ver que seu movimento
reflete o mesmo tipo de poder espiritual, estilo de
adoração e ensinamentos que foram encontrados
na Igreja primitiva. Por este motivo, alguns
pentecostais também usam o termo Apostólica ou
Evangelho Pleno para descrever seu movimento.
Números
Uma reportagem do Jornal Mensageiro afirma que o
número de pentecostais no mundo é de 630
milhões, ou seja, 70% dos 900 milhões de
protestantes que existem no mundo. No Brasil a
quantidade pentecostais também vem crescendo, o
Censo 2010 do IBGE notou que a Assembleia de
Deus é a igreja que mais cresce no Brasil.
Dos mais de 22,2% de evangélicos brasileiros, 13,3%
são de igrejas pentecostais, o que significa que
temos mais de 25 milhões de membros de igrejas
como as ADs, Deus é Amor, Brasil para Cristo,
Congregação Cristã no Brasil, Igreja do Evangelho
Quadrangular, Igreja de Nova Vida e outras.
HISTÓRIA
História
Assim como ocorre em outras religiões, o cristianismo tem, ao
longo da sua história, testemunhado muitas vezes a ocorrência
de manifestações de entusiasmo religioso, em especial os
movimentos chamados carismáticos. O termo “entusiasmo” (do
grego en = “em” e theós = “Deus”) aponta para situações em
que as pessoas afirmam receber revelações diretas de Deus,
muitas vezes acompanhadas de êxtases místicos, visões e outros
fenômenos associados a uma experiência religiosa de grande
fervor e intensidade. Por sua vez, a palavra “carismático” lembra
os carismas ou dons espirituais mencionados no Novo
Testamento, particularmente aqueles extraordinários ou
espetaculares, tais como profecias, línguas estranhas, curas e
milagres diversos.
História
O primeiro exemplo dessas manifestações pode ser constatado na
igreja de Corinto, nos dias apostólicos. Ao contrário do que parece
ter ocorrido nas outras igrejas, havia entre os cristãos coríntios um
grupo de pessoas com inclinações místicas, que alguns estudiosos
denominam os “espirituais”, os quais valorizavam grandemente
certas experiências e práticas religiosas, tais como profecias e
línguas, e tinham a tendência de menosprezar os cristãos que não
apresentavam as mesmas manifestações.
O Ap. Paulo insiste que essas “manifestações” não deveriam ser
consideradas norma para todo o cristão e demonstra sua
preocupação com os excessos e distorções associados a tais
práticas, como se pode ver em 1 Coríntios 12–14.
História
O mais notório movimento carismático do
cristianismo antigo foi o montanismo, surgido
na Frígia, Ásia Menor, na parte posterior do 2°
século (década de 170). Seu fundador,
Montano, fez a alegação de ser o porta-voz do
Espírito Santo que iria anunciar a volta de Cristo
e a descida da Nova Jerusalém. Apelando para
visões e profecias, ele e duas discípulas, Priscila
e Maximila, exortaram os cristãos a se
santificarem como preparação para o final dos
tempos.
História
A “Nova Profecia” desprezou a igreja cristã do
2º Século, as Escrituras e a tradição, alegando
ter uma autoridade vinda diretamente do
Espírito Santo. No final da vida, Tertuliano
nutriu simpatias pelo movimento.
Ao longo dos séculos, a mentalidade
entusiástica manifestou-se esporadicamente no
seio do cristianismo, dando origem a grupos
com diferentes graus de ortodoxia, como os
cátaros, os begardos e beguinas, e o
apocaliptismo de Joaquim de Fiore, no século
12.
História
No século 16, os reformadores se
defrontaram repetidamente com
pessoas e grupos, principalmente
anabatistas, que apelavam para
revelações diretas de Deus e tendiam a
relativizar a importância das Escrituras.
Esses indivíduos receberam os epítetos
de “entusiastas”, “libertinos”, “fanáticos”
e “espiritualistas”, sendo objeto de
alguns dos escritos mais contundentes
de Lutero, Calvino e outros líderes.
História
Direitos como o livre exame das Escrituras, o
sacerdócio de todos os cristãos e a liberdade de
expressão e associação, sem querer abriu um espaço
para o surgimento dessas manifestações, que se
tornaram frequentes no protestantismo.
Alguns exemplos mais conhecidos foram os quacres
ingleses (século 17), com sua ênfase na “luz interior”,
os avivamentos dos séculos 18 e 19, tanto na Europa
quanto na América do Norte, e o ministério de
Edward Irving (século 19), um pastor presbiteriano
escocês que trabalhou em Londres e é considerado o
precursor do moderno movimento carismático.
Raiz metodista
O movimento pentecostal surgiu no ambiente
religioso altamente dinâmico e volátil dos
Estados Unidos no século 19.
O Primeiro Grande Despertamento das
décadas de 1730 e 1740 trouxe um tipo de
cristianismo mais emocional. Essas ênfases se
intensificaram em muito com o surgimento
do Segundo Grande Despertamento, ocorrido
na região da fronteira oeste durante as
primeiras décadas do século 19. Sob a
influência de pregadores como Charles G.
Finney (1792-1875).
Raiz metodista
A gênese do pentecostalismo está atrelada às
transformações culturais, sociais e
econômicas dos EUA do século 19.
houve um progressivo questionamento da
teologia reformada tradicional, com seu
enfoque na soberania de Deus, e uma ênfase
crescente na liberdade, iniciativa, capacidade
de decisão e experiência pessoal, em sintonia
com a nova cultura americana que então se
consolidava.
Metodismo
A origem básica do movimento pentecostal se
encontra no metodismo wesleyano, e
especificamente na doutrina mais
característica de João Wesley: a “inteira
santificação” ou “perfeição cristã”, um
conceito que ele também descrevia em
termos de “a mente de Cristo”, “plena
devoção a Deus” ou “amor a Deus e ao
próximo”. Wesley via essa experiência como
um alvo a ser buscado ao longo da vida cristã,
embora tenha hesitado em concluir se era
fundamentalmente um processo ou um
evento instantâneo.
Metodismo
Um desdobramento significativo
ocorreu através do seu sucessor
designado, John Fletcher, que
começou a descrever a plena
santificação como um batismo do
Espírito Santo em termos do
Pentecoste do Novo Testamento.
Ao apontar a diferença entre o seu
entendimento e o de Wesley, ele
disse o seguinte:
“Vocês encontrarão as minhas
ideias sobre essa questão nos
sermões do Sr. Wesley sobre
Perfeição Cristã e sobre o
Cristianismo Bíblico, com a
seguinte diferença: eu distinguiria
mais precisamente entre o crente
batizado com o poder pentecostal
do Espírito Santo e o crente que,
como os apóstolos após a
ascensão de nosso Senhor, ainda
não está revestido desse poder.”
Metodismo
Outra ênfase peculiar de Fletcher, novamente
em contraste com Wesley, foi sua divisão da
história em três dispensações: do Pai, do Filho
e do Espírito Santo, esta última tendo iniciado
no Pentecoste e se estendendo até a segunda
vinda de Cristo.
A orientação cristocêntrica, centrada na
tradição bíblica paulina e joanina, que era
característica de Wesley, passou a ter em
Fletcher uma orientação pneumatocêntrica e
lucana, com destaque especial ao livro de
Atos dos Apóstolos.
Metodismo
Durante o Segundo Grande Despertamento
(primeiras décadas do século 19), o metodismo
experimentou um crescimento sem precedentes
nos Estados Unidos, só igualado pelos batistas. Mais
que a expansão numérica, as ideias e práticas
metodistas se infiltraram em muitas outras
denominações. Entre essas ideias e práticas podem
ser citadas a pregação extemporânea com forte
conteúdo emocional, os apelos insistentes seguidos
de assistência espiritual aos convertidos ao término
das reuniões, a participação de mulheres falando e
orando em reuniões para ambos os sexos, e a forte
ênfase na teologia arminiana.
Holiness
A partir da década de 1830, a crescente insistência
na perfeição cristã resultou em uma cruzada ou
avivamento da “santidade” (em inglês “holiness”),
que teve como personagem central Phoebe Palmer,
esposa de um médico de Nova York. Por muitos
anos ela liderou reuniões semanais para a
promoção da santidade, publicou um influente
periódico e viajou extensamente como evangelista
itinerante na América do Norte e na Europa. Houve
aí a tendência de resolver a tensão wesleyana entre
crise e processo mediante uma crescente ênfase no
caráter instantâneo da inteira santificação como
uma “segunda obra da graça”.
Holiness
Um desdobramento significativo ocorreu quando,
nas décadas posteriores à Guerra Civil (1861-1865),
o discurso e a simbologia do Pentecoste
neotestamentário começaram a dominar cada vez
mais o movimento de santidade e suas igrejas. A
santidade cristã começou mais e mais a ser
entendida em termos do batismo com o Espírito
Santo, sendo considerada uma “segunda bênção”,
distinta da conversão. Outros destaques foram as
profecias, geralmente no sentido sobrenatural e
extático, as curas e os milagres.
Holiness
Com o passar do tempo, alguns líderes holiness
passaram a falar no “batismo com o Espírito Santo e
com fogo” como sendo uma terceira experiência na
vida cristã, distinta tanto da conversão quanto da
plena santificação.
Ao aproximar-se o século 20, todas essas correntes
do movimento de santidade tinham em comum
uma mentalidade, linguagem e simbologia
“pentecostal”, valorizando altamente a experiência
do batismo “com”, “do” ou “no” Espírito Santo
narrada em Atos 2. Todavia, ainda faltava um último
passo a ser dado nessa evolução doutrinária.
Holiness
No ano de 1900, um pregador metodista
influenciado pelo movimento de
santidade, Charles Fox Parham (1873-
1929), criou um instituto bíblico na
cidade de Topeka, Estado do Kansas, na
região central dos Estados Unidos. Há
cerca de dez anos ele vinha ensinando
que a glossolalia – falar em línguas
desconhecidas ou estrangeiras – devia
acompanhar esse batismo no Espírito
Santo tão popular nos círculos holiness.
Holiness
No dia 31 de dezembro de 1900, Parham e seus alunos realizaram
um culto de vigília em seu instituto bíblico para aguardar a
chegada do novo século. Uma evangelista de 30 anos, Agnes
Ozman, pediu que lhe impusessem as mãos para que ela
recebesse o Espírito Santo a fim de ser missionária no exterior. Ela
falou em línguas, fenômeno esse que se repetiu nos dias seguintes
com metade das pessoas da escola, inclusive Parham.
Nessa mesma época, ocorreu um movimento semelhante na Grã-
Bretanha, que ficou conhecido como “o grande avivamento do
País de Gales”. O avivamento galês despertou em muitos o desejo
de que um episódio semelhante ocorresse novamente,
multiplicando-se as reuniões de oração nesse sentido.
Chuva tardia
O movimento recebeu o nome de fé apostólica, movimento
pentecostal ou chuva tardia. Este movimento auto identificado
como restauracionista privilegiava o conceito de poder, o que o
diferenciava do holiness.
O nome “chuva tardia” foi justificado sob a relação da igreja
apostólica e o fim dos tempos:
“O Pentecoste original do Novo Testamento foram as ‘primeiras
chuvas’, o derramamento do Espírito que acompanhou a
‘plantação’ da igreja. O pentecostalismo moderno são as ‘últimas
chuvas’, o derramamento especial do Espírito que restaura os dons
nos últimos dias como parte da preparação para a colheita, o
retorno de Cristo em glória.”*
Holiness O movimento então, assume sua
descontinuidade com as formas clássicas do
cristianismo: “A longa estiagem desde o período
pós-apostólico até o tempo presente é vista
como parte do plano dispensacional de Deus
para as eras”*. Em suma, o pentecostalismo foi
entendido pelos seus primeiros simpatizantes
como o derramamento final do Espírito de Deus
que iria preparar a igreja para o derradeiro
esforço pela evangelização do mundo antes da
volta do Senhor. É essa a justificativa dada para
que não tenha acontecido algo parecido desde
os tempos apostólicos.
O Avivamento da Rua Azuza
Em 1905, Charles Parham mudou-se
para o Texas e iniciou uma escola bíblica
em Houston. Um dos estudantes
atraídos por essa escola foi um ex-
garçom negro e pregador holiness,
William Joseph Seymour (1870-1922).
Era o período da discriminação racial no
sul dos Estados Unidos e Parham era
simpatizante desse sistema. Seymour
assistia às aulas sentado em uma
cadeira no corredor ao lado da sala.
O Avivamento da Rua Azuza
Algumas semanas mais tarde, ele recebeu o convite para visitar
um pequeno grupo batista em Los Angeles. Esse grupo de afro
americanos, “pastoreado” por uma mulher, Julia Hutchins, havia
sido expulso de sua igreja por esposar doutrinas holiness.
Seymour, então com trinta e cinco anos, era filho de escravos,
tinha pouca cultura, limitados dotes de oratória e era cego de um
olho. Escolheu o texto de Atos 2.4 para o seu primeiro sermão em
Los Angeles, embora ele mesmo nunca tivesse falado em línguas.
A “pastora” não gostou do seu ensino, mas ele, acompanhado por
boa parte do grupo, passou a fazer as reuniões na casa onde
estava hospedado. Quando esta se tornou pequena, foram para
outra um pouco maior, na Rua Bonnie Brae, onde o avivamento
começou no dia 9 de abril de 1906.
O Avivamento da Rua Azusa
No dia 12 de Abril, Seymour falou
em línguas, depois de negros e
brancos. Com o grande público e
após o desabamento da varanda do
edifício com o peso da multidão, os
líderes alugaram um edifício de
madeira na Rua Azusa. A imprensa
classificou os cultos como “Estranha
Babel de línguas”. O artigo
funcionou como propaganda
gratuita e logo em seguida ocorreu
o Avivamento da Rua Azusa.
O Avivamento da Rua Azusa
As reuniões eram eletrizantes e barulhentas.
Começavam às 10 horas da manhã e
prosseguiam por pelo menos doze horas,
muitas vezes terminando às 2 ou 3 da
madrugada seguinte. Não havia hinários,
liturgia ou ordem de culto. Os homens
gritavam e saltavam através do salão; as
mulheres dançavam e cantavam. Algumas
pessoas entravam em transe e caiam
prostradas. Até setembro, 13.000 pessoas
passaram pelo local e ouviram a nova
mensagem pentecostal.
O Avivamento da Rua Azusa
Desde o início também houve uma série de problemas: médiuns
espíritas tentavam realizar sessões durante os cultos; enquanto
muitas pessoas sentiam a presença de Deus, outras ficavam no
fundo do salão discutindo e condenando; havia muitas críticas de
jornais e de líderes eclesiásticos. Houve também algumas crises
internas: choques de personalidade, fanatismo, divergências
doutrinárias e separação racial. Com o passar do tempo, Seymour
e outros líderes negros acabaram assumindo o controle da missão,
excluindo os brancos e os hispanos. O próprio Parham visitou o
local em outubro de 1906 e ficou chocado com certas
manifestações que presenciou.
O Avivamento da Rua Azusa
Nos Estados Unidos, as primeiras
denominações pentecostais foram,
entre outras: a Igreja de Deus de
Camp Creek (Carolina do Norte), a
Igreja de Deus de Cleveland
(Tennessee), a Igreja da Fé Apostólica
(Portland, Oregon) e as Assembleias
de Deus (Hot Springs, Arkansas). Um
líder extremamente importante foi
William H. Durham, de Chicago,
cidade que teve grande influência na
internacionalização do movimento.
Controvérsias
O pentecostalismo assumiu desde cedo diversas configurações.
Algumas controvérsias que abalaram o movimento foram:
■ A “obra consumada” - passaram a entender a santificação como
um processo gradual. Em 1915, essa já era a posição preferida
de aproximadamente metade dos pentecostais americanos, e
hoje da maioria deles.
■ A questão racial – segregação e separação nas igrejas;
■ O movimento da unicidade – Alguns grupos começaram a
batizar “em nome de Jesus” como uma negação da Trindade,
adotando uma visão modalista ou sabelianista. Ex: Assembléias
Pentecostais do Mundo 1919) e mais tarde a Igreja Pentecostal
Unida (1945).
Controvérsias
O pentecostalismo assumiu desde cedo diversas configurações.
Algumas controvérsias que abalaram o movimento foram:
■ Pacifismo – Devido uma incorreta interpretação bíblica e o pré-
milenismo, a maioria das igrejas foi contra a participação na
WW1. Na época da Segunda Guerra, eles já haviam mudado de
posição.
■ Manipuladores de serpentes - George W. Hensley, um pregador
do Tennessee, falou sobre o texto de Marcos 16.17-18. Ao
concluir o sermão, ele tirou uma grande cascavel de dentro de
uma caixa e segurou-a com as mãos por vários minutos.
Controvérsias
A seguir, ordenou que sua congregação fizesse o mesmo. Sua
fama se espalhou pela região e ele foi ordenado na Igreja de Deus.
Hensley teve uma vida cheia de altos e baixos, inclusive com
quatro casamentos, mas continuou a manipular serpentes até o
fim, sendo mordido várias vezes. Essa prática acabou proibida por
lei e por isso esse líder e seus seguidores foram presos muitas
vezes. No dia 24 de julho de 1955, Hensley foi picado mais uma
vez. Como nas outras ocasiões, recusou-se a receber tratamento
médico e na manhã seguinte estava morto, aos 75 anos de idade.
Hoje cerca de 2.500 pentecostais americanos praticam o manuseio
de serpentes em igrejas autônomas muito conservadoras.
Controvérsias
Controvérsias
O pentecostalismo assumiu desde cedo diversas
configurações. Algumas controvérsias que
abalaram o movimento foram:
■ Os latinos – Em 1909, Seymour expulsou os
latinos participantes do movimento, dando
origem ao movimento pentecostal latino, os
“pentecostais silenciosos”.
■ Mulheres – ex.: Aimee Semple McPherson,
fundadora da Igreja do Evangelho
Quadrangular (Salva, cura, batiza com o
Espírito Santo e virá outra vez.)
PENTECOSTALISMO NO
BRASIL
O Pentecostalismo no Brasil
A partir de Los Angeles, e especialmente de
Chicago, o pentecostalismo rapidamente se
irradiou para vários outros países. O movimento
entrou cedo na América Latina, primeiro no
Chile (1909) e logo em seguida no Brasil (1910).
No início o crescimento nesses e em outros
países foi lento, mas se intensificou a partir da
década de 50. Desde os anos 70, o
pentecostalismo também se expandiu na
América Central, especialmente na Guatemala e
El Salvador, onde representa respectivamente
30% e 20% da população. No Chile, cerca de
80% dos evangélicos são pentecostais.
O Pentecostalismo no Brasil
A primeira manifestação de entusiasmo religioso no
protestantismo brasileiro é atribuída por Émile Léonard ao
movimento liderado por Miguel Vieira Ferreira (1837-1895).
Esse engenheiro, presbítero e pregador leigo da Igreja
Presbiteriana do Rio de Janeiro, acreditava que Deus ainda se
revelava diretamente às pessoas, como nos tempos bíblicos.
Dotado de um temperamento místico, certa vez teve uma espécie
de transe, ficando totalmente imóvel por longo período de tempo.
Disciplinado pela igreja por insistir nas suas ideias, o Dr. Miguel
retirou-se com um grupo de crentes, a maior parte parentes seus,
e criou a Igreja Evangélica Brasileira (1879), que subsiste até hoje.
O Pentecostalismo no Brasil
No Brasil, em 1910,
desembarcaram o pastor
Gunnar Vingren e Daniel
Berg, dois missionários
suecos, membros de igrejas
batistas nos EUA. Após
receberem o batismo com o
Espírito Santo, decidiram vir
para terras além-mar para
pregar o “evangelho pleno”.
O Pentecostalismo no Brasil
Gunnar já tinha feito teologia em um seminário batista sueco e
pastoreava uma igreja em Menominee, no Michigan, e Daniel
trabalhava em uma quitanda em Chicago. Em uma conferência
realizada na Primeira Igreja Batista Sueca de Chicago, Gunnar
passou pela experiência do chamado “batismo com o Espírito
Santo” e falou em línguas. A partir daí, começou a pregar a
doutrina pentecostal; porém, metade da igreja de Menominee
não o quis mais como pastor. Assumiu, então, o pastorado de
outra igreja batista sueca, dessa vez em South Bend, na fronteira
de Indiana com Michigan, e a transformou em uma igreja
pentecostal. Lá pastoreou até decidir vir para o Brasil em Belém
do Pará com Daniel Berg em 5 de Novembro de 1910.
O Pentecostalismo no Brasil
Quando chegaram em Belém, Vingren e Berg se encontraram
com Justus Nelson, pastor metodista, identificaram-se ainda como
batistas, motivo pelo qual Nelson os encaminhou para a Primeira
Igreja Batista (VINGREN, Diário do Pioneiro, p.36). Após a saída
dos dois missionários pentecostais, Eurico Nelson escreveu uma
carta justificando que aceitara os dois missionários escandinavos
por eles terem se identificado como batistas. Acerca disso, John
Landers afirma no livro The First Baptist Missionary on the
Amazon,1891-1939, p.88: “Devido ao Movimento Pentecostal
estava ainda em processo de desenvolver-se em uma
denominação separada, é possível que Vingren e Berg tivessem
esperança de permanecer dentro da denominação batista no
Brasil e levar todo o grupo para os ensinamentos pentecostais”.
O Pentecostalismo no Brasil
O próprio Vingren relata em seu diário, ao chegar
em Belém, ainda se apresentava como um batista e
não necessariamente como um “pentecostal”.
O encarregado da congregação batista de Belém,
Raymundo Nobre, acolheu os dois suecos no porão
de sua casa e permitiu a participação deles nos
cultos. Utilizando-se do trabalho ali estabelecido, no
intuito de “pentecostalizar” os batistas do Brasil, os
missionários começaram a pregar nas reuniões e em
cultos nas casas dos irmãos, como relata carta
enviada pelo próprio Raymundo ao Jornal Batista em
20.07.1911. Tal fato causou a divisão da igreja.
Pr. Eurico Nelson –
PIB de Belém do Pará
O Pentecostalismo no Brasil
A partir daí é organizada a primeira igreja pentecostal do Brasil,
com nome de Missão da Fé Apostólica, que se tornou a
Assembleia de Deus.
Aborrecido e preocupado com a situação, Raymundo escreveu um
folheto de 27 páginas contra a pregação de Gunnar e Daniel, e
mandou imprimir 20 mil exemplares, que foram enviados para as
igrejas evangélicas de todo o Brasil. Gunnar ensinava que a prova
do batismo com o Espírito Santo era falar em línguas. Anos depois,
a declaração de fé oficial das Assembleias de Deus amenizou a
questão, afirmando que falar em outras línguas é evidência do
batismo com o Espírito. Havia muita ênfase em línguas, revelações,
curas e milagres.
O Pentecostalismo no Brasil
O sociólogo Paul Freston fala sobre “três ondas” ou
fases de implantação do pentecostalismo no Brasil.
A primeira onda, trouxe para o país duas igrejas: a
Congregação Cristã no Brasil (1910) e as Assembleias
de Deus (1911). Essas igrejas dominaram
amplamente o campo pentecostal durante quarenta
anos. A Assembleia de Deus foi a que mais se
expandiu, tanto numérica quanto geograficamente. A
Congregação Cristã, após um período em que ficou
limitada à comunidade italiana, sentiu a necessidade
de assegurar sua sobrevivência por meio do trabalho
entre os brasileiros.
O Pentecostalismo no Brasil
A segunda onda, ocorreu na década de 50 e início
dos anos 60, quando houve uma fragmentação do
campo pentecostal e surgiram, entre muitos outros,
três grandes grupos ainda ligados ao
pentecostalismo clássico: Igreja do Evangelho
Quadrangular (1951), Igreja Evangélica Pentecostal
O Brasil para Cristo (1955) e Igreja Pentecostal
Deus é Amor (1962), todas voltadas de modo
especial para a cura divina. Foi durante este
período que surgiu na Universidade de Notre Dame
o movimento carismático católico, conhecido hoje
como Renovação Carismática Católica.
O Pentecostalismo no Brasil
A terceira onda, termo cunhado por C. Peter
Wagner em 1983, começou no final dos anos 70 e
ganhou força na década de 80, com o surgimento
das igrejas denominadas “neopentecostais”, com
sua forte ênfase na teologia da prosperidade e nos
sinais e maravilhas.
Temos aqui, também, o surgimento do movimento
Vineyard, que conseguiu adeptos e transformou-se
em uma denominação, propagando o que ficou
conhecido como “evangelismo do poder” (power
evangelism) – o evangelho é propagado e
demonstrado por sinais e maravilhas sobrenaturais.
O Pentecostalismo no Brasil
O dom de línguas, neste estágio, recebeu uma ênfase menor do
que o de “profecias”, curas e realização de efeitos especiais e
sobrenaturais – tais como: quedas, risos, urros, etc. – Outras
características são a teologia da prosperidade ou sinais como
dentes de ouro; vômito / sopro / cola do Espírito; gargalhada de
Toronto; latidos santos; água magnetizada; óleo de Israel; fogueira
santa e diversos amuletos. Tal teologia da prosperidade e
grosseiras aberrações físicas comuns ao ocultismo são enfatizadas
em megaigrejas e mega-TELE-cultos promovidos por homens
como Benny Hinn, Hagin, Macedo, Soares, Rodovalho, Milhomens,
Castellano, Malafaia etc.
O Pentecostalismo no Brasil
Sua representante máxima é a Igreja
Universal do Reino de Deus (1977), mas
existem outros grupos significativos como a
Igreja Internacional da Graça de Deus
(1980), Igreja Renascer em Cristo,
Comunidade Sara Nossa Terra, Igreja Paz e
Vida, Comunidades Evangélicas e muitas
outras. Assim como a ênfase da primeira
onda foi o batismo com o Espírito Santo e o
consequente falar em línguas, a da
segunda onda foi a cura e a da terceira, o
exorcismo e a mensagem da prosperidade.
O Pentecostalismo no Brasil
Outros grupos pentecostais e neopentecostais brasileiros
resultaram da chamada “renovação carismática”. Esse movimento
surgiu nos Estados Unidos no início dos anos 60, com a ocorrência
de fenômenos pentecostais nas igrejas protestantes históricas e
também na Igreja Católica Romana. No Brasil, a “renovação”
produziu divisões em quase todas as denominações mais antigas,
com o surgimento de grupos como a Igreja Batista Nacional, a
Igreja Metodista Wesleyana e a Igreja Presbiteriana Renovada, a
Igreja Cristã Maranata (divisão da ipb). Essa adoção de crenças e
práticas carismáticas, principalmente na área do culto, continua
afetando em maior ou menor grau as denominações tradicionais
até hoje.
DOUTRINAS
Doutrinas
Surgido num momento de efervescência religiosa nos EUA, junto a
movimentos como adventismo, testemunhas de Jeová e
mormonismo - apesar de não ser considerado uma seita como
estes últimos, o pentecostalismo foi uma resposta imediata aos
anseios dos evangélicos da época. Suas ênfases doutrinárias
diferem em muitos pontos do protestantismo reformado e,
embora o cristianismo tradicional não as considere como heresias,
por não atacarem pontos fundamentais da fé, via de regra,
carecem de ser estudadas por tratarem-se de exageros,
interpretações rasas e erros doutrinários, que não encontram
sustentação à luz de um estudo apurado das Escrituras.
Batismo com o Espírito Santo
Existem muitas variações dentro do pentecostalismo
acerca da doutrina do batismo com o Espírito Santo:
“O batismo com o Espírito Santo é uma operação do
Espírito Santo separada e distinta de sua obra
regeneradora. Ser regenerado pelo Espírito Santo é uma
coisa, e ser batizado com o Espírito Santo é algo
totalmente diferente; é uma outra coisa... O BATISMO
COM O ESPÍRITO SANTO é o mesmo Espírito de Deus que
vem sobre o crente, tomando posse de suas faculdades,
proporcionando-lhe dons sobrenaturais, qualificando-o
para o serviço para o qual Deus o chamou” (R. A. Torrey).
Batismo com o Espírito Santo
Segundo a crença pentecostal moderna, o batismo é dado em
duas etapas:
A) O crente é batizado pelo espírito no corpo de Cristo quando
crê: 1Co 12.13;
B) Ele é batizado por Cristo no Espírito quando recebe o
“batismo”: At 1.8 (cumprindo as promessas de João Batista); Lc
11.13 (aos judeus antes de Pentecostes) e At 8.16-17 (a entrada
dos samaritanos na Igreja).
As condições para um pentecostal receber este batismo são:
Conversão, fé, obediência total, renúncia total, persistência na
oração.
Batismo com o Espírito Santo na Bíblia
A crença pentecostal mudou desde o movimento de 2ª bênção
até os dias atuais.
Dizia-se que aquele que não houvesse recebido o batismo com o
E.S não era crente. Hoje, a crença é de que o crente recebe o
Espírito Santo, mas necessita de uma capacitação para uma
espiritualidade elevada, vinda com o batismo, demonstrado pelo
falar em línguas estranhas e operar sinais e maravilhas.
Todavia, as Escrituras não defendem duas bênçãos ou batismos
diferentes com/no ou em o Espírito Santo (1 Co 12.13).
É preciso compreender o contexto de Atos, para entender a ação
do E.S. naquele momento da história da Igreja.
Batismo com o Espírito Santo na Bíblia
Atos fala de um momento transicional da história da Igreja.
Depois deste período, o padrão normal passou a ser o batismo no
Espírito acontecendo no momento da conversão. Como se
observa na própria pregação de Pedro (Atos 2.37-38):
“Arrependei-vos [...] e recebereis o dom do Espírito Santo”.
Assim como em Atos 2, era necessário que os últimos crentes do
Antigo Testamento fossem também batizados da mesma forma
que os 120 discípulos que estavam reunidos no quinquagésimo
dia depois da páscoa, e recebessem o Espírito Santo (Jo 16.7).
Esses quatro grupos eram os judeus (At 2.1-4), os Samaritanos (At
8.5-18), os tementes a Deus (At 10 v.45) e os gentios (At 19.1-7).
Batismo com o Espírito Santo na Bíblia
Aqui brilha o grande tema de Lucas de que todos os
crentes fazem parte integral da Igreja do Novo
Testamento. Não haveria cidadãos de segunda classe
no reino de Deus. Judeus, Samaritanos, tementes a
Deus e gentios, todos receberam o batismo do Espírito
Santo (1 Co 12.13) (R.C. Sproul).
Ademais, não seria um padrão o intervalo entre a
conversão e o recebimento do Espírito Santo, prova
disto está no questionamento do Apóstolo Paulo em
Atos 19.2, o que mostra que, nesse ponto, ele não tinha
nenhum conceito de uma demora que fosse o padrão.
Batismo com o Espírito Santo na Bíblia
O que a Bíblia nos ensina sobre o recebimento do Espírito Santo é:
Ao receber Jesus Cristo, pela fé, em nossos corações, somos
selados com o Espírito Santo (Ef 1.13);
A presença do Espírito Santo em nosso coração é garantia de que
estamos salvos (Rm 8.9);
O E.S. nos é dado como dom de Deus. Assim, ao render-se em
arrependimento, diante do Senhor Jesus, o discípulo recebe
naquele exato momento o Espírito Santo. Isso é o que se chama
batismo no Espírito Santo. Há inúmeros textos bíblicos que falam
do E.S. dado ao crente na hora do seu novo nascimento (Gl 3.14;
At 5.32; 11.17; Ef 1.13-14; 1 Jo 3.24).
Batismo com o Espírito Santo na Bíblia
Todavia, a Bíblia fala em “enchimento”. Entretanto, este não é um
estágio maior dado a alguns, tampouco envolve coisas
sobrenaturais, mas advém de uma correta vida de aplicação das
Escrituras, e não é um dom ou batismo, mas uma condição da
qual todo o crente, obrigatoriamente deve buscar de forma
constante (Ef 5.18). Como diz Millard J. Erickson:
“Ser cheio do Espírito não é tanto uma questão de
obter mais do Espírito, mas de Ele possuir uma fatia
maior da nossa vida.”
Batismo com o Espírito Santo na Bíblia
Portanto:
Não há base bíblica para declarar uma segunda bênção
denominada “BATISMO” para todos os crentes.
Nem há instruções depois do Dia de Pentecostes para procurar
outra experiência de batismo no Espírito Santo, uma vez que ele
passa a habitar no crente para sempre (Jo 14.16; 2 Co 3.16).
É impossível e errado crer que alguém pode se tornar totalmente
obediente e submisso antes de receber o Espírito Santo. Pois é Ele
quem nos leva a obediência e submissão (Jo 16.8; Fl 2.13).
O livro de Atos é relatório de experiências. Ele apoia doutrinas
mas não pode ser usado para formular doutrinas.
Batismo com o Espírito Santo na Bíblia
Muitos pentecostais ainda fazem uso do texto de Lucas 3.16;
Mateus 3.11 e Marcos 1.8, na defesa da evidência de um batismo
com fogo pentecostal.
Todavia, observando-se o contexto dos textos, fica nítido que
João estava falando de dois tratamentos distintos quanto aos
crentes e aos fariseus e saduceus descrentes (Mt 3.7-12).
O batismo com fogo, portanto, é para condenação dos
incrédulos.
Hoje, muitos defendem que o “batismo com fogo” refere-se ao
poder purificador do fogo, todavia, não é o que está presente na
fala de João Batista.
Batismo com o Espírito Santo na Bíblia
Batismo com o Espírito Santo na Bíblia
Alguns chegam a utilizar até mesmo falas dos reformadores e de
pastores como Martyn Lloyd Jones para afirmar uma
concordância com a segunda bênção pentecostal, mas uma breve
leitura do contexto faz cair por terra tais asseverações.
Cremos que o Espírito Santo sempre nos renova as forças, nos dá
capacitações e motivações à obra e a resistência na fé, mas todas
essas obras fazem parte do processo de santificação, onde Ele
opera a perseverança nos santos, a busca da plenitude da fé e o
amadurecimento cristão (Ef 4.11-13), fazendo uso do Seu santo
instrumento, a Palavra (2 Tm 3.16-17). Não há, na Escritura,
nenhuma validação ou incentivo a um “batismo” aos moldes de
Atos 2.
O dom de línguas
Para os pentecostais, o dom de línguas é uma manifestação do
Espírito; sendo estranhas, desconhecidas, aos que as
pronunciam. É um fenômeno em que a pessoa profere sons
ininteligíveis e palavras sem nexo, que se tornariam
compreensíveis apenas para quem possua o carisma da
interpretação. O termo também é chamado de glossolalia ou
xenoglossia (orar em línguas).
Elas seriam evidência do batismo com o Espírito Santo,
edificariam o crente e o capacitariam a orar em espírito. Há
também a crença no dom de variedade de línguas, que vem
momentaneamente para entregar uma mensagem profética.
O dom de línguas
O dom variou no decorrer dos anos, tendo sido
aceita entre os pentecostais a ideia de que existem
dois dons: Um idiomático e outro angelical.
Stanley M. Horton já havia asseverado que o
movimento pentecostal deu início a um
despertamento missionário por acreditar que as
pessoas ao receberem o “dom de línguas” poderiam
evangelizar os nativos em seu próprio idioma.
Parham, por algum tempo, chegou a acreditar que
os crentes receberiam o conhecimento sobrenatural
de línguas terrenas para que pudessem rapidamente
evangelizar o mundo antes da volta de Cristo.
O dom de línguas
Tal fato não aconteceu, o que fez com que no decorrer do
século XX, o entendimento mudasse para línguas antigas,
já não faladas atualmente ou o que se chama de “línguas
estáticas”, faladas em êxtase, e incompreensíveis,
humanamente falando.
Parte da confusão sobre o dom de línguas no Brasil se
deve à tradução da versão “Almeida Revista e Corrigida”.
Ela traduz a palavra glõssais (línguas) em 1Co 14.5,6,23,
com a expressão “línguas estranhas”. Essa não era a
intenção dos tradutores da versão Almeida, que
resolveram este mal-entendido na versão “Almeida
Revista e Atualizada”, com a expressão “outras línguas”.
O dom de línguas
A Bíblia expõe o dom de línguas como uma capacitação
sobrenatural que permitia que algumas pessoas falassem das
grandezas de Deus em outro idioma sem que nunca o tivessem
aprendido. Ademais, o dom não era escolhido pelas pessoas, mas
dado pela vontade de Deus para a edificação do corpo de Cristo
(1Co 12.28-30; 1Pe 4.10,11).
Este ocupava uma posição secundária no plano de edificar a
igreja. Tinha como principal objetivo ser um sinal aos incrédulos
e não aos crentes. Apontava para o juízo de Deus que recairia
sobre Israel por ter rejeitado o Senhor Jesus (1Co 14.21-22 cf. Dt
28.45-46,49).
O dom de línguas
As línguas pronunciadas por aqueles que
possuíam o referido dom eram de natureza
terrena. No Novo Testamento, duas palavras
são usadas para se referir a línguas: Glossa
e Dialéktos. A primeira significa “idiomas”,
ou língua (órgão anatômico). A segunda
significa “idioma” ou “dialeto”. Esses
sentidos apontam para línguas terrenas,
idiomas utilizados ao redor do mundo. As
línguas na Bíblia, mesmo em Corinto, onde
havia confusão pelo uso do dom, eram
idiomáticas (At 2.8 dialektós, 2.4 glôssais).
Não existe nenhum texto bíblico que use outro termo. Mesmo
aqueles que fazem o uso de 1 Co 13.1 para afirmar que as línguas
pentecostais são “de anjos” esquecem-se de ler o contexto e
observar que Paulo faz uso de prótases e apódoses carregadas de
hipérboles (conhecer todos os mistérios, transportar montes,
entregar o corpo para ser queimado – ou me orgulhar – v.1-4).
Além disso, até mesmo entre si, os anjos personificados falam
idioma conhecido (Ap. 9:13-14; Is 6.3).
Ainda observando 1 Coríntios 14, vemos Paulo falar acerca do
dom e do seu correto uso na igreja. Ele usa o termo idioma e
para falar da necessidade de compreensão, afirma que a igreja
precisa ter um intérprete (diermêneuõ), ou seja, tradutor (1 Co
14.5, 13).
O dom de línguas
■ Em 1 Co 14, Paulo diz que o dom de línguas...
a) Fala a Deus (v.1);
b) Edifica a si mesmo (v.4);
c) São sinais para os incrédulos (v.22).
■ Mas também diz:
a) Ninguém as entende (v.2);
b) Não edifica a igreja (o que descaracteriza a função) (v.4);
c) Profecia é superior (v.5);
d) São sem proveito não havendo tradutor (v.5);
O dom de línguas
e) São incompreensíveis (v.9);
f) Serviam somente com tradutor (v.13);
g) A mente fica infrutífera (v.14);
h) Não há participação de outros (v.16);
i) Não dá instrução (v.17);
j) Paulo prefere 5 palavras com entendimento a dez mil em
línguas (v.19);
l) Línguas eram sinais para incrédulos (v.22);
m) Podem criar escândalo (v.23);
O dom de línguas
n) A profecia é muito superior (v.24);
o) Proibidas sem tradutores (v.28);
p) Têm que ser controladas (v.32);
q) Podem criar confusão (v.33);
r) As mulheres eram proibidas de falar
(v.34,35).
Paulo não chega a proibir o uso do dom dentro
da igreja, mas não o incentiva, e dá diretrizes
para o correto uso. Diretrizes essas que não
são seguidas nos arraiais pentecostais.
O dom de línguas
Alguns ainda questionam o fato de que em Corinto o dom de
línguas era manifesto, ao contrário de outras cidades, além de se
ver o dom sendo manifestado dentro da igreja, de modo a haver
necessidade de interpretação. A razão para isso é a geografia da
cidade e localização da igreja.
Corinto fica localizada na região do Peloponeso e tinha dois
importantes portos que movimentavam sua economia: um ficava
no golfo de Corinto, outro se localizava ao sul, no mar Egeu. A
cidade era um grande polo comercial, tendo mais de 200.000
habitantes e ainda recebia pessoas do mundo todo, devido a
realização bienal dos Jogos Ístmicos.
Corinto
O dom de línguas
A cidade era um ponto estratégico para o avanço do Evangelho às
nações. E assim como em cidades como Jerusalém e Éfeso,
Corinto era um ponto de grande concentração de estrangeiros,
que precisavam ouvir as Boas-Novas.
Somado a sua geografia, a própria igreja de Corinto se reunia ao
lado de uma sinagoga (Atos 18.1-11).
Por este motivo era necessário haver intérpretes na igreja de
Corinto, “porque o estrangeiro podia entender, mas o nativo
grego não podia... por isso era importante a presença do
intérprete” Rev. Daniel Rocha.
O que seriam essas línguas?
Já vimos que, biblicamente
falando, trata-se de idiomas
humanos conhecidos, para que o
Evangelho fosse compreendido na
língua materna daqueles que
ouviam.
Isso pode ser visto nos relatos
apostólicos de Atos 2, 8, 10, 19, e
também no decorrer da história,
pelo relatos do pais e
reformadores, posteriormente.
“Nos tempos antigos o Espírito Santo
veio sobre os crentes e eles falaram
em línguas, que não haviam
aprendido, conforme o Espírito
concediam que falassem. Estes
foram sinais adaptados ao tempo.
Pois aquilo foi o sinal do Espírito
Santo em todas as línguas [idiomas]
para mostrar que o Evangelho de
Deus era para ser espalhado a todas
as línguas sobre a terra. Isto foi feito
por um sinal, e o sinal findou.”Agostinho de Hipona
Homilias sobre a Primeira Epístola de João,
6.10
“Na Igreja primitiva, o Espírito Santo foi
enviado de forma visível. [...]Esse
derramamento visível do Espírito Santo
foi necessário para o estabelecimento
da Igreja primitiva, como também
foram necessários os milagres que
acompanharam o dom do Espírito
Santo. Paulo explicou o propósito
destes dons miraculosos do Espírito em
1 Coríntios 14.22. Uma vez que a Igreja
tinha sido estabelecida e devidamente
anunciada por estes milagres, a
aparência visível do Espírito Santo
cessou.”
Martinho Lutero
Comentário sobre Gálatas 4.6
O que seriam essas línguas?
Mas, e o movimento estático de nossos dias, de
onde vem e o que seriam?
As línguas estranhas são bastante antigas. Antes
do cristianismo, diversos grupos religiosos
praticavam formas de glossolalia. No Oráculo de
Delfos, a sibila (sacerdotisa do deus Apolo) falava
com estranhos sons que se supunham ser
mensagens do deus. Alguns textos gnósticos do
período do Império Romano possuem fórmulas
silábicas como "t t t t t t t t n n n n n n n n n d d d
d d d d…" etc. Crê-se que tais seriam
transliterações de sons feitos por glossolalia.
O que seriam essas línguas?
Atualmente religiões como
o Espiritismo apresentam
fenômenos semelhantes,
incluindo manifestações de
Xenoglossia. Fenômenos de
glossolalia são observados
também no xamanismo, no
vodu haitiano, em hindus,
alguns grupos judaicos
hassídicos e entre os sufi
muçulmanos.
O que seriam essas línguas?
Nos anos 70, o fenômeno atraiu a comunidade acadêmica, com
estudos publicados pela antropóloga Felicitas Goldman e pelo
linguista William Samarin, que concluíram que não se trata de
uma língua em si. Recente pesquisa (2006) da Universidade da
Pensilvânia descobriu que quando um indivíduo produz
glossolalia, a área do cérebro que controla a linguagem não é
ativa, assim se trata de uma linguagem, mas de uma forma de
extravasar, algo que libera sensação de bem-estar.
A conclusão é que o fenômeno da glossolalia ou xenoglossia pode
ser resultado das faculdades humanas, visto que podem ser
induzidos através de hipnose, euforia, transe, etc.; fora de
ambientes religiosos.
O que seriam essas línguas?
Cremos que existem pentecostais piedosos, mas que
desconhecem realmente o que dizem as Escrituras sobre o
assunto.
Muitos falam em “línguas estranhas” pelo “êxtase” da própria
pessoa, como uma autossugestão; de uma associação, imitação
ou falsificação e, conforme creem alguns, até mesmo de engano
demoníaco, como se vê em diversas seitas, como a RCC ou
mesmo nos Mórmons.
Por isso, em vez de buscar falar em línguas, os cristãos de hoje
devem “dar ouvidos à voz do Senhor” e priorizar o serviço e o
amor a Deus com um coração fiel, submisso e transformado.
Dons Apostólicos
Os “dons apostólicos” incluem coisas tais como
milagres e curas, profecias aos moldes do Antigo
Testamento e revelações especiais (aqueles que
promovem a assim chamada “Bênção de Toronto”
alegam até mesmo a autoridade apostólica para
coisas como “riso santo” e “cair no Espírito”).
O movimento pentecostal tem como princípio-base
a crença na continuidade apostólica, se não em
ofício, em obras. Para eles, se Atos 2 é um evento
contínuo, tudo aquilo que está registrado no livro
dos Atos dos Apóstolos pode ser repetido pela
igreja, independentemente do seu contexto.
Dons Apostólicos
São utilizados textos bíblicos fora do seu contexto para dar vazão
aos dons de profecia, como um dom do Espírito no qual a pessoa
profetize eventos do futuro; revelação, que de maneira similar,
são anúncios de coisas secretas que estejam acontecendo com
alguém ou mesmo novos direcionamentos de Deus à igreja, além
dos que estão nas Escrituras; curas, como sendo a capacidade
que um ou mais crentes tenham na igreja de curar pessoas, assim
como sinais e prodígios.
O Neopentecostalismo trouxe a ideia de continuidade apostólica,
que trouxe consigo a transferência de bênçãos, ressurreição de
mortos e até tele transporte para inferno e céu.
Profecia
Utilizando textos como 1 Co 12.28 e até
referências de Atos, como 21.9; 21.11-
14*, os pentecostais afirmam que o
ofício veterotestamentário de profecia
aos moldes de Elias, Isaías e Jeremias foi
transformado em dom e dado a todos os
crentes como cumprimento de Atos
2.18.
Partindo deste entendimento, tornaram-
se numéricos, cultos de profecias, visões
e revelações, onde coisas acerca do
futuro dos participantes são anunciadas.
Revelação
A Revelação moderna, segundo seus defensores é a ação do
Espírito de continuar guiando seu povo com novas revelações,
como fazia aos Apóstolos.
Um dos primeiros apóstolos modernos e pai do
neopentecostalismo, C. Peter Wagner, chega a questionar a
inspiração das Escrituras e defender a continuidade da inspiração,
como naqueles dias.
Existem igrejas como a “Casa de Oração para todos os Povos”, na
qual, Robert Stevens afirma que a Bíblia está desatualizada e
precisa ser complementada por profecias do Espírito Santo para o
nosso tempo.
Milagres, sinais, prodígios, maravilhas e curas
Assim como nos EUA, no Brasil surgiram muitos pastores
“milagreiros” que afirmaram ter de Deus o dom para curas e
milagres, principalmente após a 2ª onda do pentecostalismo, nos
anos 50-60. Um dos principais nomes desta crença no mundo é
Benny Hinn.
Hoje, coisas como “cair no Espírito”, transformar dentes em ouro
tornaram-se populares e que fazem com que denominações como
a IURD e IMDPP sejam umas das mais numerosas do país.
Um caso que se tornou famoso e demonstra a atuação da grande
maioria destes milagreiros é o do Pr. Peter Popoff:
O que a Bíblia diz?
Dons de milagres, cura, profecia (AT ou apostólico), foram
concedidos aos apóstolos e outras poucas pessoas próximas, por
imposição de mãos (At 5.12; At 2.43; Rm 15.19; At 4.29-30; Hb 2.3-
4; At 9.34-35; At 14.3; 1 Co 12.27-29; At 20.9-12);
Esses sinais especiais atestavam a pregação da nova mensagem e
removiam qualquer pretexto de dúvida ou incredulidade de quem
estava ouvindo (1 Ts 1.5);
Os milagres não cessaram com a geração apostólica, mas a
instrumentalidade apostólica, com a morte do último apóstolo (1
Co 15.8), sim.
O que a Bíblia diz?
Fato é, que não vemos nenhuma instrução para a ordenação de
apóstolos, profetas, operadores de milagres, mas sim para pastores
e diáconos.
As listas dos dons visam não mostrar exaustivamente os dons que a
igreja manifestaria, mas mostrar que o fato de que termos diversas
funções e dons não nos fazem melhores que aqueles que possuem
dons, funções ou ministérios diferentes (1 Co 12.13).
O uso de textos como Mc 16.15 e João 14.12 não justificam ou
validam uma continuidade dos dons apostólicos, uma vez que em
Marcos, respeitando o contexto, o Senhor Jesus fala somente aos
onze (v.14), tendo seu cumprimento no v20.
O que a Bíblia diz?
Ademais, ainda que consideremos como um conselho
à toda a Igreja, o cumprimento do texto é visto no v
20, como ratifica o Apóstolo Paulo em 2 Co 12.12.
João 14 fala acerca da Pregação do Evangelho, como
mostra o v 10.
Textos como Tiago 5.14-15 e Marcos 6.13, muito
utilizados para dar vazão a continuidade do dom de
cura pelos pastores é lido fora do seu sentido original.
Os óleos citados tinham poderes curativos,
permitindo amolecer feridas e purificá-las (Is 1.6; Lc
10.34).
O que a Bíblia diz?
A intenção de Marcos e Tiago não era uma unção religiosa ou
milagrosa, mas a conotação médica explicada num artigo do Pr.
Eduardo Dantas. Contextualizado os versículos para os dias de hoje
seria algo como: “eles davam o remédio e oravam com fé e Deus
curava o enfermo”. Isto significa que Tiago afirma que o presbítero
não deveria zelar só pela saúde espiritual ou pelas questões
espirituais, mas também pela saúde física; e que deveria fazer a
“oração de fé”.
As profecias citadas nos textos referem-se não ao profetismo
veterotestamentário, mas a capacidade de "proclamar" ou declarar
a vontade divina, interpretando os propósitos de Deus ao povo nas
Escrituras. O profetismo do A.T. cessou no N.T. (Jd 3; 2 Pe 2.1).
O que a Bíblia diz?
A Bíblia dá diversos alertas àqueles que dizem afirmar verdades
vindas de Deus, sem que Ele o tenha dito, bem como quanto ao
fato de se errar uma profecia que seja - o que se mais vê em nossos
dias (Ez 13.6, 9, 13).
Ainda que certos, devem ser repreendidos (Atos 16.16ss).
A Escritura deve ser suficiente ao crente, pois ela é o fundamento
pelo qual estamos edificados (Ef 2.20).
Se tais coisas continuam hoje, e não são pura fraude ou mero
fenômeno psicológico, então são obra de outros espíritos que não
o Espírito Santo (2Ts 2.9).
O que a Bíblia diz?
Deus cura hoje? E como Ele o faz? Ele ainda
opera milagres em nossos dias? A nossa
resposta é um firme e forte SIM; Nós não
podemos restringir ou anular a soberania de
Deus. Não cremos que já cessaram milagres,
mas sim nos moldes como os pentecostais
pregam. Deus pode, por exemplo, de acordo
com a sua soberania, atender a oração de
uma igreja local ou família e curar uma
pessoa de alguma doença letal ou suprir de
forma sobrenatural alguma necessidade de
um servo dele.
O que a Bíblia diz?
Devemos, todavia, ter bastante cuidado
ao estudar as escrituras, para não cairmos
nos erros comumente vistos quanto aos
dons, principalmente daqueles que usam
textos inapropriadamente errados para
validar o apostolado moderno ou a
propriedade sobre milagres, curas; ou
dons jamais vistos como “cair no espírito”,
“revelamentos”, “profetadas”, que
ofendem a Cristo como fundamento e
revelação maior da Igreja (Hb 1.1; Ef 2.20;
2Tm 3.16; Lc 16.27-29).
Blasfêmia contra o Espírito?
Ademais, dentro do pentecostalismo existe a afirmação de que
quem rejeita a contemporaneidade dos dons espetaculares
comete o pecado contra o Espírito — aquele que Jesus afirmou
não ter perdão.
A mais breve análise no texto de Mateus mostrará facilmente que
a blasfêmia contra o Espírito Santo, também conhecida como o
“pecado imperdoável”, consistia de ser testemunha ocular de
uma obra realizada por Cristo, durante seu ministério neste
mundo, o que seria uma prova do Espírito Santo da messianidade
de Jesus, e atribuir essa obra ao diabo (Mt 12.22-32). Não se trata
de afirmar que as atividades pentecostais sejam um erro
doutrinário.
Batalha Espiritual
Uma crença também encontrada, principalmente no
neopentecostalismo é a que fala da Batalha Espiritual.
O movimento de batalha espiritual prega que há uma
queda de braços entre Deus e o diabo. Ensina
conceitos e práticas que não encontram
fundamentação bíblica, como quebra de maldições,
espíritos territoriais, oração de guerra, mapeamento
espiritual, cobertura espiritual, demônios associados
com doenças específicas, associação dos nomes das
divindades pagãs do umbandismo com espíritos
malignos determinados etc. A Bíblia diz: João 8.32,
36.
“Teologia” da prosperidade
A Teologia da Prosperidade afirma que é
vontade de Deus que absolutamente todo
cristão seja rico e que aqueles que não o são,
estão assim pela presença de pecado, falta de fé
ou ausência de contribuição financeira a certa
pessoa ou ministério.
O pioneiro desse movimento foi o pastor Essek
M. Kenyon (1867-1948), mas o maior divulgador
foi Kenneth Hagin (1917-2003). No Brasil,
nomes como Edir Macêdo, Silas Malafaia, R.R.
Soares e Estevam Hernandes são os principais
divulgadores do pensamento.
“Teologia” da prosperidade
Segundo este movimento, Deus está
limitado a determinadas leis e precisa
sempre agir de acordo com elas, como
disse Edir Macêdo: “Quando o cristão
dá o dízimo, Deus é obrigado a
abençoá-lo.” (Livro: O Bispo), além de
conceitos como o da semente e colheita
financeira, aliados à “Confissão
Positiva” (Poder da palavra), fazendo
uso de textos do A.T. tirados de seu
contexto de forma assustadora. Ler 1Tm
6.9-10; Mt 6.19-20; Lc 12.15; Mt 6.33.
Reteté
Reteté é uma manifestação física praticada durante
cultos, principalmente os que estão ligados com as
igrejas neopentecostais no Brasil. Consiste em
demonstrações de emoções de modo exagerado que,
de acordo com os seus praticantes, são
“manifestações do Espírito Santo de Deus”,
possivelmente originada na “Unção de Toronto”.
Cantar, dançar desorientadamente, pular, gritar, rolar
no chão, girar, entre outros movimentos aleatórios
são algumas das características típicas do reteté. Este
“movimento” também é conhecido por “sapatinho de
fogo”, em alguns estados brasileiros.
Reteté
Algumas outras práticas foram
também adotadas no Brasil
como a de “orar no monte” e
outras diversas manifestações
sempre regadas a música
muito alta em ritmo frenético.
Esta é uma prática muito
comum, em verdade, desde as
antigas religiões de mistério;
sendo encontrada hoje até
mesmo no islã:
Reteté
Todavia, vemos nas Escrituras diversas orientações
sobre a prática do culto cristão (Cl 3.16) e nenhuma
menção a práticas similares, a não ser em religiões
pagãs (Ez 8.14, 16).
O cuidado da igreja apostólica era muito grande, a fim
de que o culto fosse sempre racional. Desde Atos 2,
quando o falatório em diversos idiomas foi confundido
com uma histeria coletiva causada por bebida: v.15.
O culto cristão deve sempre ser administrado com
decência e ordem: 1 Co 14.40, como reflexo da
adoração prestada ao Senhor nos céus (Is 6; Ap 7.9-12).
Salvação
Os pentecostais adotavam uma visão
soteriológica que remetia ao semipelagianismo,
negando a perseverança dos santos e tendo a
salvação garantida pela prática de obras, que
contribuiriam com o sacrifício de Cristo para a
redenção final.
Com o tempo este posicionamento foi
mudando, e hoje, grande parte dos pentecostais
tem crenças bem próximas às da Reforma
Protestante, até mesmo identificando-se como
Reformados.
CONCLUSÃO
Conclusão
O Pentecostalismo tem a convicção de que os dons milagrosos ou
os sinais que o Senhor deu aos Apóstolos não cessaram,
acreditam que eles ainda estão disponíveis e sendo exercitados
pelos cristãos hoje.
O movimento busca aplicar ao nosso dia-a-dia aquilo que
pertenceu somente aos apóstolos e o seu tempo. Dá maior ênfase
ao Espírito Santo do que ao Senhor Jesus Cristo, algo contrário a
própria função da 3ª Pessoa da Trindade (Jo 16.13-14); além da
frequente sobreposição da experiência humana à Palavra de
Deus.
Conclusão
Diferentemente de anos atrás, não mais tratamos o
pentecostalismo como movimento herético, mas que possui erros
em suas doutrinas e prática. Não negamos que são nossos irmãos
a quem devemos respeito e até mesmo admiração em seu fervor
à evangelização e fácil comunicação com os brasileiros das mais
baixas camadas da sociedade - com suas devidas ressalvas.
Todavia, não podemos negar a gravidade dos erros,
principalmente àqueles que são característicos do
neopentecostalismo, mas que, como um todo, tem adentrado em
todas as denominações pentecostais “históricas”.
Conclusão
Precisamos também sempre olhar para nós, das denominações
protestantes tradicionais, e revermos nossos conceitos e práticas,
para que não se assemelhem àquelas que são condenáveis nas
Escrituras. Muitas igrejas, devido a influência da grande maioria
de igrejas pentecostais e neopentecostais, numa tentativa de “se
enturmar” tem aderido a práticas cúlticas que são estranhas a sã
doutrina, desde as músicas ao carismatismo e até inserção de
crenças da batalha espiritual e teologia da prosperidade.
Carecemos de um retorno às Escrituras posto em prática em
nossos cultos, mensagens e eclesiologia; sendo, assim como os
primeiros cristãos, moderados, racionais e cristocêntricos.
Conclusão
Louvamos a Deus pelos irmãos pentecostais e pelo crescimento
não somente numérico, mas também qualitativo que vêm
experimentando desde que tiveram contato mais aprofundado
com uma teologia saudável e alicerçada na história. Muitas igrejas
tem abandonado a glossolalia, o reteté, o arminianismo e
semipelagianismo e até mesmo se tornado referência em estudo
e defesa da sã doutrina, até mais que muitas igrejas históricas,
que se enviesaram no liberalismo.
Que o Espírito Santo as vivifique na Palavra e que sejam cada vez
mais canal de transformação no poder do Senhor.
Que Deus nos dê graça a fim de fugirmos de todo e qualquer erro.
REFERÊNCIAS
Referências
▪ História do Movimento Pentecostal - CACP – Ministério Apologético:
http://www.cacp.org.br/historia-do-movimento-pentecostal/
▪ CPAD – A história do Movimento Pentecostal:
http://www.editoracpad.com.br/cemp/historia.php
▪ Wikipedia – Movimento Carismático:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_Carism%C3%A1tico
▪ Mackenzie (Fides Reformata) – O MOVIMENTO PENTECOSTAL: REFLEXÕES A
PROPÓSITO DO SEU PRIMEIRO CENTENÁRIO:
http://www.mackenzie.br/fileadmin/Mantenedora/CPAJ/revista/VOLUME_XI__2006__2
/Alderi.pdf
Referências
▪ Espaço Cristão Reformado – História do Pentecostalismo Moderno - As Três Ondas:
http://espacocristaoreformado.blogspot.com/2014/09/historia-do-pentecostalismo-as-
tres-ondas.html?m=1
▪ Teologando – O Pentecostalismo e seus Danos à Igreja de Deus:
https://marceloberti.wordpress.com/2014/02/20/o-pentecostalismo-e-seus-danos-a-
igreja-de-deus/
▪ Wikipedia – Pentecostalismo:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pentecostalismo
▪ Gospel Prime – Pentecostais representam 70% dos protestantes de todo o planeta:
https://noticias.gospelprime.com.br/pentecostais-representam-70-dos-protestantes-de-
todo-o-planeta/
Referências
▪ Wikipedia – Pietismo:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pietismo
▪ Sola Scriptura.tt – UMA IGREJA BATISTA DEVE ABRAÇAR O PENTECOSTALISMO?:
http://solascriptura-
tt.org/Seitas/Pentecostalismo/DeveUmaIgrejaBatistaAbracarPentecostalismo-
LaurenceJustice.htm
▪ Guiame.com.br – Conheça a trajetória da maior denominação pentecostal do mundo:
https://guiame.com.br/gospel/mundo-cristao/conheca-a-trajetoria-da-maior-
denominacao-pentecostal-do-mundo.html
▪ Igreja Batista Redenção – A Carta de Raymundo Nobre:
http://www.igrejaredencao.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=29
67:a-carta-de-raymundo-nobre&catid=17:pastoral&Itemid=114#.Wz5d3dJKi00
Referências
▪ Servindo a Deus – A história da igreja Assembleia de Deus:
http://cleberalbuquerque.blogspot.com/2011/01/historia-da-igreja-assembleia-de-
deus.html
▪ Sola Scriptura.tt – O PENTECOSTALISMO E AS ESCRITURAS SAGRADAS:
http://solascriptura-tt.org/Seitas/Pentecostalismo/PentecostalismoEEscriturasSagradas-
PBrooks.htm
▪ Teologia Pentecostal – As origens batistas da Assembleia de Deus (AD) no Brasil e as
diferenças com a coirmã Assemblies of God (AG):
https://teologiapentecostal.blog/2014/06/05/as-origens-batistas-da-assembleia-de-
deus-ad-no-brasil-e-as-diferencas-com-a-coirma-assemblies-of-god-ag/
▪ Ultimato – Gunnar Vingren e Daniel Berg: os pioneiros das Assembleias de Deus:
http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/331/gunnar-vingren-e-daniel-berg-os-
pioneiros-das-assembleias-de-deus
Referências
▪ Livro: Introdução à Teologia Sistemática – Millard J. Erickson. Ed. Vida Nova;
▪ Livro: Uma Nova Vida, E agora? – Charles Brock. Missões Nacionais;
▪ Livro: O mistério do Espírito Santo – Conheça a Pessoa e Obra do Espírito Vivo do
Deus Vivo – R.C. Sproul. Ed. Cultura Cristã;
▪ Livro: Dois dedos de Teologia - Yago Martins e Felipe Cruz. Ed. Concílio;
▪ Respostas Bíblicas – O que é o dia de Pentecostes?:
https://www.respostas.com.br/o-que-e-o-pentecostes/
▪ Esboçando ideias – O que significa ser batizado com o Espírito Santo e com fogo?:
https://www.esbocandoideias.com/2015/09/o-que-e-ser-batizado-o-espirito-santo-e-
com-fogo.html
▪ Respostas Bíblicas – O que é o batismo com fogo?:
https://www.respostas.com.br/o-que-e-o-batismo-com-fogo/
Referências
▪ Respostas Bíblicas – O que é o batismo no Espírito Santo?:
https://www.respostas.com.br/o-que-e-batismo-no-espirito-santo/
▪ Monergismo – Batismo com o Espírito Santo e com Fogo:
http://www.monergismo.com/textos/pentecostalismo/batismo_espiritosanto.htm
▪ Lições Bíblicas CPAD – Batismo com o Espírito Santo:
https://pt.scribd.com/document/255710188/As-Doutrinas-Biblicas-Pentecostais-Licoes-
Biblicas-3t2006
▪ Wikipedia – Corinto:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Corinto
▪ MormonSUD.net – 4 Reflexões sobre o dom das línguas:
https://mormonsud.net/para-refletir/dom-das-linguas/
Referências
▪ Marcos Granconato – Facebook – Cessou Mesmo 2:
https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=555484998160923&id=10001098
2823128
▪ Marcos Granconato - Facebook – Cessou Mesmo 3:
https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=555676858141737&id=10001098
2823128
▪ CACP – Glossolalia em idioma humano é possível?:
http://www.cacp.org.br/glossolalia-em-idioma-humano-e-possivel/
▪ Igreja Batista da Redenção – O Dom de Línguas Hoje:
http://igrejaredencao.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=146:odo
mdelinguashoje&catid=25:artigos&Itemid=123#.W0ehadJKjIU
Referências
▪ CPAD News – Os dons espirituais à luz das Escrituras (4):
http://www.cpadnews.com.br/blog/cirozibordi/apologetica-crista/77/os-dons-
espirituais-a-luz-das-escrituras-(4).html
▪ Wikipedia – Glossolalia:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Glossolalia_religiosa
▪ Sola Scriptura.tt – O DOM DE LÍNGUAS [1] - uma compilação:
http://solascriptura-tt.org/Seitas/Pentecostalismo/DonsDeLinguas-NatanaelBezerra.htm
▪ Igreja Batista da Redenção – O Dom de Línguas Hoje:
http://igrejaredencao.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=146:odo
mdelinguashoje&catid=25:artigos&Itemid=123#.W0ehadJKjIU
Referências
▪ Marcos Granconato (Facebook) – NEGAR A ATUALIDADE DAS LÍNGUAS É COMETER O
PECADO IMPERDOÁVEL?:
https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=169510666758360&id=10001098
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▪ Sola Scriptura.tt – A Unção dos Doentes em Tiago 5:14-15:
http://solascriptura-tt.org/Seitas/Pentecostalismo/UncaoDoentesEmTiago%205.14-15-
Helio.htm
▪ Voltemos ao Evangelho – [PVE] Devemos ungir com óleo?:
https://voltemosaoevangelho.com/blog/2011/05/pve-devemos-ungir-com-oleo/
▪ Genizah – Revelamentos e profetadas...:
http://www.genizahvirtual.com/2013/06/revelamentos-e-profetadas.html
Referências
▪ Got Questions – O que é o dom espiritual de profecia?:
https://www.gotquestions.org/Portugues/dom-espiritual-profecia.html
▪ Monergismo – Dons Apostólicos:
http://www.monergismo.com/textos/pentecostalismo/dons-apostolicos_ronald-
hanko.pdf
▪ Livro: Fogo Estranho – John F. MacArthur. Ed. Thomas Nelson Brasil.
▪ Protestant Reformed Churches in America – Uma Análise Bíblica dos Dons do Espírito
no Pentecostalismo:
http://www.prca.org/prtj/Portuguese/Uma_Analise_Biblica_dos_Dons_do_Espirito_no_
Pentecostalismo-Rev_Wilbur_Bruinsma.htm
▪ Ministério Atalaia de Deus – PROFETADAS E REVELAMENTOS:
http://www.atalaiadedeus.com.br/site/article/PROFETADAS-E-REVELAMENTOS.html
Referências
▪ Got Questions – O que é o dom espiritual de profecia?:
https://www.gotquestions.org/Portugues/dom-espiritual-profecia.html
▪ Bereianos – Teologia da prosperidade - análise completa:
https://bereianos.blogspot.com/2009/11/teologia-da-prosperidade-analise.html
▪ Significados – Significado de Reteté:
https://www.significados.com.br/retete/
▪ Ultimato – Raízes históricas da teologia da prosperidade:
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prosperidade

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Movimento Pentecostal - Seitas e Heresias

  • 2. Movimento Pentecostal O pentecostalismo é um movimento de renovação dentro do cristianismo que dá ênfase especial numa experiência direta e pessoal de Deus através do Batismo no Espírito Santo. O termo Pentecostal é derivado de Pentecostes, um termo grego que descreve a festa judaica das semanas. Este evento comemora a descida do Espírito Santo sobre os discípulos, conforme descrito no Atos 2. Pentecostais tendem a ver que seu movimento reflete o mesmo tipo de poder espiritual, estilo de adoração e ensinamentos que foram encontrados na Igreja primitiva. Por este motivo, alguns pentecostais também usam o termo Apostólica ou Evangelho Pleno para descrever seu movimento.
  • 3. Números Uma reportagem do Jornal Mensageiro afirma que o número de pentecostais no mundo é de 630 milhões, ou seja, 70% dos 900 milhões de protestantes que existem no mundo. No Brasil a quantidade pentecostais também vem crescendo, o Censo 2010 do IBGE notou que a Assembleia de Deus é a igreja que mais cresce no Brasil. Dos mais de 22,2% de evangélicos brasileiros, 13,3% são de igrejas pentecostais, o que significa que temos mais de 25 milhões de membros de igrejas como as ADs, Deus é Amor, Brasil para Cristo, Congregação Cristã no Brasil, Igreja do Evangelho Quadrangular, Igreja de Nova Vida e outras.
  • 5. História Assim como ocorre em outras religiões, o cristianismo tem, ao longo da sua história, testemunhado muitas vezes a ocorrência de manifestações de entusiasmo religioso, em especial os movimentos chamados carismáticos. O termo “entusiasmo” (do grego en = “em” e theós = “Deus”) aponta para situações em que as pessoas afirmam receber revelações diretas de Deus, muitas vezes acompanhadas de êxtases místicos, visões e outros fenômenos associados a uma experiência religiosa de grande fervor e intensidade. Por sua vez, a palavra “carismático” lembra os carismas ou dons espirituais mencionados no Novo Testamento, particularmente aqueles extraordinários ou espetaculares, tais como profecias, línguas estranhas, curas e milagres diversos.
  • 6. História O primeiro exemplo dessas manifestações pode ser constatado na igreja de Corinto, nos dias apostólicos. Ao contrário do que parece ter ocorrido nas outras igrejas, havia entre os cristãos coríntios um grupo de pessoas com inclinações místicas, que alguns estudiosos denominam os “espirituais”, os quais valorizavam grandemente certas experiências e práticas religiosas, tais como profecias e línguas, e tinham a tendência de menosprezar os cristãos que não apresentavam as mesmas manifestações. O Ap. Paulo insiste que essas “manifestações” não deveriam ser consideradas norma para todo o cristão e demonstra sua preocupação com os excessos e distorções associados a tais práticas, como se pode ver em 1 Coríntios 12–14.
  • 7. História O mais notório movimento carismático do cristianismo antigo foi o montanismo, surgido na Frígia, Ásia Menor, na parte posterior do 2° século (década de 170). Seu fundador, Montano, fez a alegação de ser o porta-voz do Espírito Santo que iria anunciar a volta de Cristo e a descida da Nova Jerusalém. Apelando para visões e profecias, ele e duas discípulas, Priscila e Maximila, exortaram os cristãos a se santificarem como preparação para o final dos tempos.
  • 8. História A “Nova Profecia” desprezou a igreja cristã do 2º Século, as Escrituras e a tradição, alegando ter uma autoridade vinda diretamente do Espírito Santo. No final da vida, Tertuliano nutriu simpatias pelo movimento. Ao longo dos séculos, a mentalidade entusiástica manifestou-se esporadicamente no seio do cristianismo, dando origem a grupos com diferentes graus de ortodoxia, como os cátaros, os begardos e beguinas, e o apocaliptismo de Joaquim de Fiore, no século 12.
  • 9. História No século 16, os reformadores se defrontaram repetidamente com pessoas e grupos, principalmente anabatistas, que apelavam para revelações diretas de Deus e tendiam a relativizar a importância das Escrituras. Esses indivíduos receberam os epítetos de “entusiastas”, “libertinos”, “fanáticos” e “espiritualistas”, sendo objeto de alguns dos escritos mais contundentes de Lutero, Calvino e outros líderes.
  • 10. História Direitos como o livre exame das Escrituras, o sacerdócio de todos os cristãos e a liberdade de expressão e associação, sem querer abriu um espaço para o surgimento dessas manifestações, que se tornaram frequentes no protestantismo. Alguns exemplos mais conhecidos foram os quacres ingleses (século 17), com sua ênfase na “luz interior”, os avivamentos dos séculos 18 e 19, tanto na Europa quanto na América do Norte, e o ministério de Edward Irving (século 19), um pastor presbiteriano escocês que trabalhou em Londres e é considerado o precursor do moderno movimento carismático.
  • 11. Raiz metodista O movimento pentecostal surgiu no ambiente religioso altamente dinâmico e volátil dos Estados Unidos no século 19. O Primeiro Grande Despertamento das décadas de 1730 e 1740 trouxe um tipo de cristianismo mais emocional. Essas ênfases se intensificaram em muito com o surgimento do Segundo Grande Despertamento, ocorrido na região da fronteira oeste durante as primeiras décadas do século 19. Sob a influência de pregadores como Charles G. Finney (1792-1875).
  • 12. Raiz metodista A gênese do pentecostalismo está atrelada às transformações culturais, sociais e econômicas dos EUA do século 19. houve um progressivo questionamento da teologia reformada tradicional, com seu enfoque na soberania de Deus, e uma ênfase crescente na liberdade, iniciativa, capacidade de decisão e experiência pessoal, em sintonia com a nova cultura americana que então se consolidava.
  • 13. Metodismo A origem básica do movimento pentecostal se encontra no metodismo wesleyano, e especificamente na doutrina mais característica de João Wesley: a “inteira santificação” ou “perfeição cristã”, um conceito que ele também descrevia em termos de “a mente de Cristo”, “plena devoção a Deus” ou “amor a Deus e ao próximo”. Wesley via essa experiência como um alvo a ser buscado ao longo da vida cristã, embora tenha hesitado em concluir se era fundamentalmente um processo ou um evento instantâneo.
  • 14. Metodismo Um desdobramento significativo ocorreu através do seu sucessor designado, John Fletcher, que começou a descrever a plena santificação como um batismo do Espírito Santo em termos do Pentecoste do Novo Testamento. Ao apontar a diferença entre o seu entendimento e o de Wesley, ele disse o seguinte:
  • 15. “Vocês encontrarão as minhas ideias sobre essa questão nos sermões do Sr. Wesley sobre Perfeição Cristã e sobre o Cristianismo Bíblico, com a seguinte diferença: eu distinguiria mais precisamente entre o crente batizado com o poder pentecostal do Espírito Santo e o crente que, como os apóstolos após a ascensão de nosso Senhor, ainda não está revestido desse poder.”
  • 16. Metodismo Outra ênfase peculiar de Fletcher, novamente em contraste com Wesley, foi sua divisão da história em três dispensações: do Pai, do Filho e do Espírito Santo, esta última tendo iniciado no Pentecoste e se estendendo até a segunda vinda de Cristo. A orientação cristocêntrica, centrada na tradição bíblica paulina e joanina, que era característica de Wesley, passou a ter em Fletcher uma orientação pneumatocêntrica e lucana, com destaque especial ao livro de Atos dos Apóstolos.
  • 17. Metodismo Durante o Segundo Grande Despertamento (primeiras décadas do século 19), o metodismo experimentou um crescimento sem precedentes nos Estados Unidos, só igualado pelos batistas. Mais que a expansão numérica, as ideias e práticas metodistas se infiltraram em muitas outras denominações. Entre essas ideias e práticas podem ser citadas a pregação extemporânea com forte conteúdo emocional, os apelos insistentes seguidos de assistência espiritual aos convertidos ao término das reuniões, a participação de mulheres falando e orando em reuniões para ambos os sexos, e a forte ênfase na teologia arminiana.
  • 18. Holiness A partir da década de 1830, a crescente insistência na perfeição cristã resultou em uma cruzada ou avivamento da “santidade” (em inglês “holiness”), que teve como personagem central Phoebe Palmer, esposa de um médico de Nova York. Por muitos anos ela liderou reuniões semanais para a promoção da santidade, publicou um influente periódico e viajou extensamente como evangelista itinerante na América do Norte e na Europa. Houve aí a tendência de resolver a tensão wesleyana entre crise e processo mediante uma crescente ênfase no caráter instantâneo da inteira santificação como uma “segunda obra da graça”.
  • 19. Holiness Um desdobramento significativo ocorreu quando, nas décadas posteriores à Guerra Civil (1861-1865), o discurso e a simbologia do Pentecoste neotestamentário começaram a dominar cada vez mais o movimento de santidade e suas igrejas. A santidade cristã começou mais e mais a ser entendida em termos do batismo com o Espírito Santo, sendo considerada uma “segunda bênção”, distinta da conversão. Outros destaques foram as profecias, geralmente no sentido sobrenatural e extático, as curas e os milagres.
  • 20. Holiness Com o passar do tempo, alguns líderes holiness passaram a falar no “batismo com o Espírito Santo e com fogo” como sendo uma terceira experiência na vida cristã, distinta tanto da conversão quanto da plena santificação. Ao aproximar-se o século 20, todas essas correntes do movimento de santidade tinham em comum uma mentalidade, linguagem e simbologia “pentecostal”, valorizando altamente a experiência do batismo “com”, “do” ou “no” Espírito Santo narrada em Atos 2. Todavia, ainda faltava um último passo a ser dado nessa evolução doutrinária.
  • 21. Holiness No ano de 1900, um pregador metodista influenciado pelo movimento de santidade, Charles Fox Parham (1873- 1929), criou um instituto bíblico na cidade de Topeka, Estado do Kansas, na região central dos Estados Unidos. Há cerca de dez anos ele vinha ensinando que a glossolalia – falar em línguas desconhecidas ou estrangeiras – devia acompanhar esse batismo no Espírito Santo tão popular nos círculos holiness.
  • 22. Holiness No dia 31 de dezembro de 1900, Parham e seus alunos realizaram um culto de vigília em seu instituto bíblico para aguardar a chegada do novo século. Uma evangelista de 30 anos, Agnes Ozman, pediu que lhe impusessem as mãos para que ela recebesse o Espírito Santo a fim de ser missionária no exterior. Ela falou em línguas, fenômeno esse que se repetiu nos dias seguintes com metade das pessoas da escola, inclusive Parham. Nessa mesma época, ocorreu um movimento semelhante na Grã- Bretanha, que ficou conhecido como “o grande avivamento do País de Gales”. O avivamento galês despertou em muitos o desejo de que um episódio semelhante ocorresse novamente, multiplicando-se as reuniões de oração nesse sentido.
  • 23. Chuva tardia O movimento recebeu o nome de fé apostólica, movimento pentecostal ou chuva tardia. Este movimento auto identificado como restauracionista privilegiava o conceito de poder, o que o diferenciava do holiness. O nome “chuva tardia” foi justificado sob a relação da igreja apostólica e o fim dos tempos: “O Pentecoste original do Novo Testamento foram as ‘primeiras chuvas’, o derramamento do Espírito que acompanhou a ‘plantação’ da igreja. O pentecostalismo moderno são as ‘últimas chuvas’, o derramamento especial do Espírito que restaura os dons nos últimos dias como parte da preparação para a colheita, o retorno de Cristo em glória.”*
  • 24. Holiness O movimento então, assume sua descontinuidade com as formas clássicas do cristianismo: “A longa estiagem desde o período pós-apostólico até o tempo presente é vista como parte do plano dispensacional de Deus para as eras”*. Em suma, o pentecostalismo foi entendido pelos seus primeiros simpatizantes como o derramamento final do Espírito de Deus que iria preparar a igreja para o derradeiro esforço pela evangelização do mundo antes da volta do Senhor. É essa a justificativa dada para que não tenha acontecido algo parecido desde os tempos apostólicos.
  • 25. O Avivamento da Rua Azuza Em 1905, Charles Parham mudou-se para o Texas e iniciou uma escola bíblica em Houston. Um dos estudantes atraídos por essa escola foi um ex- garçom negro e pregador holiness, William Joseph Seymour (1870-1922). Era o período da discriminação racial no sul dos Estados Unidos e Parham era simpatizante desse sistema. Seymour assistia às aulas sentado em uma cadeira no corredor ao lado da sala.
  • 26. O Avivamento da Rua Azuza Algumas semanas mais tarde, ele recebeu o convite para visitar um pequeno grupo batista em Los Angeles. Esse grupo de afro americanos, “pastoreado” por uma mulher, Julia Hutchins, havia sido expulso de sua igreja por esposar doutrinas holiness. Seymour, então com trinta e cinco anos, era filho de escravos, tinha pouca cultura, limitados dotes de oratória e era cego de um olho. Escolheu o texto de Atos 2.4 para o seu primeiro sermão em Los Angeles, embora ele mesmo nunca tivesse falado em línguas. A “pastora” não gostou do seu ensino, mas ele, acompanhado por boa parte do grupo, passou a fazer as reuniões na casa onde estava hospedado. Quando esta se tornou pequena, foram para outra um pouco maior, na Rua Bonnie Brae, onde o avivamento começou no dia 9 de abril de 1906.
  • 27. O Avivamento da Rua Azusa No dia 12 de Abril, Seymour falou em línguas, depois de negros e brancos. Com o grande público e após o desabamento da varanda do edifício com o peso da multidão, os líderes alugaram um edifício de madeira na Rua Azusa. A imprensa classificou os cultos como “Estranha Babel de línguas”. O artigo funcionou como propaganda gratuita e logo em seguida ocorreu o Avivamento da Rua Azusa.
  • 28. O Avivamento da Rua Azusa As reuniões eram eletrizantes e barulhentas. Começavam às 10 horas da manhã e prosseguiam por pelo menos doze horas, muitas vezes terminando às 2 ou 3 da madrugada seguinte. Não havia hinários, liturgia ou ordem de culto. Os homens gritavam e saltavam através do salão; as mulheres dançavam e cantavam. Algumas pessoas entravam em transe e caiam prostradas. Até setembro, 13.000 pessoas passaram pelo local e ouviram a nova mensagem pentecostal.
  • 29. O Avivamento da Rua Azusa Desde o início também houve uma série de problemas: médiuns espíritas tentavam realizar sessões durante os cultos; enquanto muitas pessoas sentiam a presença de Deus, outras ficavam no fundo do salão discutindo e condenando; havia muitas críticas de jornais e de líderes eclesiásticos. Houve também algumas crises internas: choques de personalidade, fanatismo, divergências doutrinárias e separação racial. Com o passar do tempo, Seymour e outros líderes negros acabaram assumindo o controle da missão, excluindo os brancos e os hispanos. O próprio Parham visitou o local em outubro de 1906 e ficou chocado com certas manifestações que presenciou.
  • 30. O Avivamento da Rua Azusa Nos Estados Unidos, as primeiras denominações pentecostais foram, entre outras: a Igreja de Deus de Camp Creek (Carolina do Norte), a Igreja de Deus de Cleveland (Tennessee), a Igreja da Fé Apostólica (Portland, Oregon) e as Assembleias de Deus (Hot Springs, Arkansas). Um líder extremamente importante foi William H. Durham, de Chicago, cidade que teve grande influência na internacionalização do movimento.
  • 31. Controvérsias O pentecostalismo assumiu desde cedo diversas configurações. Algumas controvérsias que abalaram o movimento foram: ■ A “obra consumada” - passaram a entender a santificação como um processo gradual. Em 1915, essa já era a posição preferida de aproximadamente metade dos pentecostais americanos, e hoje da maioria deles. ■ A questão racial – segregação e separação nas igrejas; ■ O movimento da unicidade – Alguns grupos começaram a batizar “em nome de Jesus” como uma negação da Trindade, adotando uma visão modalista ou sabelianista. Ex: Assembléias Pentecostais do Mundo 1919) e mais tarde a Igreja Pentecostal Unida (1945).
  • 32. Controvérsias O pentecostalismo assumiu desde cedo diversas configurações. Algumas controvérsias que abalaram o movimento foram: ■ Pacifismo – Devido uma incorreta interpretação bíblica e o pré- milenismo, a maioria das igrejas foi contra a participação na WW1. Na época da Segunda Guerra, eles já haviam mudado de posição. ■ Manipuladores de serpentes - George W. Hensley, um pregador do Tennessee, falou sobre o texto de Marcos 16.17-18. Ao concluir o sermão, ele tirou uma grande cascavel de dentro de uma caixa e segurou-a com as mãos por vários minutos.
  • 33. Controvérsias A seguir, ordenou que sua congregação fizesse o mesmo. Sua fama se espalhou pela região e ele foi ordenado na Igreja de Deus. Hensley teve uma vida cheia de altos e baixos, inclusive com quatro casamentos, mas continuou a manipular serpentes até o fim, sendo mordido várias vezes. Essa prática acabou proibida por lei e por isso esse líder e seus seguidores foram presos muitas vezes. No dia 24 de julho de 1955, Hensley foi picado mais uma vez. Como nas outras ocasiões, recusou-se a receber tratamento médico e na manhã seguinte estava morto, aos 75 anos de idade. Hoje cerca de 2.500 pentecostais americanos praticam o manuseio de serpentes em igrejas autônomas muito conservadoras.
  • 35. Controvérsias O pentecostalismo assumiu desde cedo diversas configurações. Algumas controvérsias que abalaram o movimento foram: ■ Os latinos – Em 1909, Seymour expulsou os latinos participantes do movimento, dando origem ao movimento pentecostal latino, os “pentecostais silenciosos”. ■ Mulheres – ex.: Aimee Semple McPherson, fundadora da Igreja do Evangelho Quadrangular (Salva, cura, batiza com o Espírito Santo e virá outra vez.)
  • 37. O Pentecostalismo no Brasil A partir de Los Angeles, e especialmente de Chicago, o pentecostalismo rapidamente se irradiou para vários outros países. O movimento entrou cedo na América Latina, primeiro no Chile (1909) e logo em seguida no Brasil (1910). No início o crescimento nesses e em outros países foi lento, mas se intensificou a partir da década de 50. Desde os anos 70, o pentecostalismo também se expandiu na América Central, especialmente na Guatemala e El Salvador, onde representa respectivamente 30% e 20% da população. No Chile, cerca de 80% dos evangélicos são pentecostais.
  • 38. O Pentecostalismo no Brasil A primeira manifestação de entusiasmo religioso no protestantismo brasileiro é atribuída por Émile Léonard ao movimento liderado por Miguel Vieira Ferreira (1837-1895). Esse engenheiro, presbítero e pregador leigo da Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro, acreditava que Deus ainda se revelava diretamente às pessoas, como nos tempos bíblicos. Dotado de um temperamento místico, certa vez teve uma espécie de transe, ficando totalmente imóvel por longo período de tempo. Disciplinado pela igreja por insistir nas suas ideias, o Dr. Miguel retirou-se com um grupo de crentes, a maior parte parentes seus, e criou a Igreja Evangélica Brasileira (1879), que subsiste até hoje.
  • 39. O Pentecostalismo no Brasil No Brasil, em 1910, desembarcaram o pastor Gunnar Vingren e Daniel Berg, dois missionários suecos, membros de igrejas batistas nos EUA. Após receberem o batismo com o Espírito Santo, decidiram vir para terras além-mar para pregar o “evangelho pleno”.
  • 40. O Pentecostalismo no Brasil Gunnar já tinha feito teologia em um seminário batista sueco e pastoreava uma igreja em Menominee, no Michigan, e Daniel trabalhava em uma quitanda em Chicago. Em uma conferência realizada na Primeira Igreja Batista Sueca de Chicago, Gunnar passou pela experiência do chamado “batismo com o Espírito Santo” e falou em línguas. A partir daí, começou a pregar a doutrina pentecostal; porém, metade da igreja de Menominee não o quis mais como pastor. Assumiu, então, o pastorado de outra igreja batista sueca, dessa vez em South Bend, na fronteira de Indiana com Michigan, e a transformou em uma igreja pentecostal. Lá pastoreou até decidir vir para o Brasil em Belém do Pará com Daniel Berg em 5 de Novembro de 1910.
  • 41. O Pentecostalismo no Brasil Quando chegaram em Belém, Vingren e Berg se encontraram com Justus Nelson, pastor metodista, identificaram-se ainda como batistas, motivo pelo qual Nelson os encaminhou para a Primeira Igreja Batista (VINGREN, Diário do Pioneiro, p.36). Após a saída dos dois missionários pentecostais, Eurico Nelson escreveu uma carta justificando que aceitara os dois missionários escandinavos por eles terem se identificado como batistas. Acerca disso, John Landers afirma no livro The First Baptist Missionary on the Amazon,1891-1939, p.88: “Devido ao Movimento Pentecostal estava ainda em processo de desenvolver-se em uma denominação separada, é possível que Vingren e Berg tivessem esperança de permanecer dentro da denominação batista no Brasil e levar todo o grupo para os ensinamentos pentecostais”.
  • 42. O Pentecostalismo no Brasil O próprio Vingren relata em seu diário, ao chegar em Belém, ainda se apresentava como um batista e não necessariamente como um “pentecostal”. O encarregado da congregação batista de Belém, Raymundo Nobre, acolheu os dois suecos no porão de sua casa e permitiu a participação deles nos cultos. Utilizando-se do trabalho ali estabelecido, no intuito de “pentecostalizar” os batistas do Brasil, os missionários começaram a pregar nas reuniões e em cultos nas casas dos irmãos, como relata carta enviada pelo próprio Raymundo ao Jornal Batista em 20.07.1911. Tal fato causou a divisão da igreja. Pr. Eurico Nelson – PIB de Belém do Pará
  • 43. O Pentecostalismo no Brasil A partir daí é organizada a primeira igreja pentecostal do Brasil, com nome de Missão da Fé Apostólica, que se tornou a Assembleia de Deus. Aborrecido e preocupado com a situação, Raymundo escreveu um folheto de 27 páginas contra a pregação de Gunnar e Daniel, e mandou imprimir 20 mil exemplares, que foram enviados para as igrejas evangélicas de todo o Brasil. Gunnar ensinava que a prova do batismo com o Espírito Santo era falar em línguas. Anos depois, a declaração de fé oficial das Assembleias de Deus amenizou a questão, afirmando que falar em outras línguas é evidência do batismo com o Espírito. Havia muita ênfase em línguas, revelações, curas e milagres.
  • 44. O Pentecostalismo no Brasil O sociólogo Paul Freston fala sobre “três ondas” ou fases de implantação do pentecostalismo no Brasil. A primeira onda, trouxe para o país duas igrejas: a Congregação Cristã no Brasil (1910) e as Assembleias de Deus (1911). Essas igrejas dominaram amplamente o campo pentecostal durante quarenta anos. A Assembleia de Deus foi a que mais se expandiu, tanto numérica quanto geograficamente. A Congregação Cristã, após um período em que ficou limitada à comunidade italiana, sentiu a necessidade de assegurar sua sobrevivência por meio do trabalho entre os brasileiros.
  • 45. O Pentecostalismo no Brasil A segunda onda, ocorreu na década de 50 e início dos anos 60, quando houve uma fragmentação do campo pentecostal e surgiram, entre muitos outros, três grandes grupos ainda ligados ao pentecostalismo clássico: Igreja do Evangelho Quadrangular (1951), Igreja Evangélica Pentecostal O Brasil para Cristo (1955) e Igreja Pentecostal Deus é Amor (1962), todas voltadas de modo especial para a cura divina. Foi durante este período que surgiu na Universidade de Notre Dame o movimento carismático católico, conhecido hoje como Renovação Carismática Católica.
  • 46. O Pentecostalismo no Brasil A terceira onda, termo cunhado por C. Peter Wagner em 1983, começou no final dos anos 70 e ganhou força na década de 80, com o surgimento das igrejas denominadas “neopentecostais”, com sua forte ênfase na teologia da prosperidade e nos sinais e maravilhas. Temos aqui, também, o surgimento do movimento Vineyard, que conseguiu adeptos e transformou-se em uma denominação, propagando o que ficou conhecido como “evangelismo do poder” (power evangelism) – o evangelho é propagado e demonstrado por sinais e maravilhas sobrenaturais.
  • 47. O Pentecostalismo no Brasil O dom de línguas, neste estágio, recebeu uma ênfase menor do que o de “profecias”, curas e realização de efeitos especiais e sobrenaturais – tais como: quedas, risos, urros, etc. – Outras características são a teologia da prosperidade ou sinais como dentes de ouro; vômito / sopro / cola do Espírito; gargalhada de Toronto; latidos santos; água magnetizada; óleo de Israel; fogueira santa e diversos amuletos. Tal teologia da prosperidade e grosseiras aberrações físicas comuns ao ocultismo são enfatizadas em megaigrejas e mega-TELE-cultos promovidos por homens como Benny Hinn, Hagin, Macedo, Soares, Rodovalho, Milhomens, Castellano, Malafaia etc.
  • 48. O Pentecostalismo no Brasil Sua representante máxima é a Igreja Universal do Reino de Deus (1977), mas existem outros grupos significativos como a Igreja Internacional da Graça de Deus (1980), Igreja Renascer em Cristo, Comunidade Sara Nossa Terra, Igreja Paz e Vida, Comunidades Evangélicas e muitas outras. Assim como a ênfase da primeira onda foi o batismo com o Espírito Santo e o consequente falar em línguas, a da segunda onda foi a cura e a da terceira, o exorcismo e a mensagem da prosperidade.
  • 49. O Pentecostalismo no Brasil Outros grupos pentecostais e neopentecostais brasileiros resultaram da chamada “renovação carismática”. Esse movimento surgiu nos Estados Unidos no início dos anos 60, com a ocorrência de fenômenos pentecostais nas igrejas protestantes históricas e também na Igreja Católica Romana. No Brasil, a “renovação” produziu divisões em quase todas as denominações mais antigas, com o surgimento de grupos como a Igreja Batista Nacional, a Igreja Metodista Wesleyana e a Igreja Presbiteriana Renovada, a Igreja Cristã Maranata (divisão da ipb). Essa adoção de crenças e práticas carismáticas, principalmente na área do culto, continua afetando em maior ou menor grau as denominações tradicionais até hoje.
  • 51. Doutrinas Surgido num momento de efervescência religiosa nos EUA, junto a movimentos como adventismo, testemunhas de Jeová e mormonismo - apesar de não ser considerado uma seita como estes últimos, o pentecostalismo foi uma resposta imediata aos anseios dos evangélicos da época. Suas ênfases doutrinárias diferem em muitos pontos do protestantismo reformado e, embora o cristianismo tradicional não as considere como heresias, por não atacarem pontos fundamentais da fé, via de regra, carecem de ser estudadas por tratarem-se de exageros, interpretações rasas e erros doutrinários, que não encontram sustentação à luz de um estudo apurado das Escrituras.
  • 52. Batismo com o Espírito Santo Existem muitas variações dentro do pentecostalismo acerca da doutrina do batismo com o Espírito Santo: “O batismo com o Espírito Santo é uma operação do Espírito Santo separada e distinta de sua obra regeneradora. Ser regenerado pelo Espírito Santo é uma coisa, e ser batizado com o Espírito Santo é algo totalmente diferente; é uma outra coisa... O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO é o mesmo Espírito de Deus que vem sobre o crente, tomando posse de suas faculdades, proporcionando-lhe dons sobrenaturais, qualificando-o para o serviço para o qual Deus o chamou” (R. A. Torrey).
  • 53. Batismo com o Espírito Santo Segundo a crença pentecostal moderna, o batismo é dado em duas etapas: A) O crente é batizado pelo espírito no corpo de Cristo quando crê: 1Co 12.13; B) Ele é batizado por Cristo no Espírito quando recebe o “batismo”: At 1.8 (cumprindo as promessas de João Batista); Lc 11.13 (aos judeus antes de Pentecostes) e At 8.16-17 (a entrada dos samaritanos na Igreja). As condições para um pentecostal receber este batismo são: Conversão, fé, obediência total, renúncia total, persistência na oração.
  • 54. Batismo com o Espírito Santo na Bíblia A crença pentecostal mudou desde o movimento de 2ª bênção até os dias atuais. Dizia-se que aquele que não houvesse recebido o batismo com o E.S não era crente. Hoje, a crença é de que o crente recebe o Espírito Santo, mas necessita de uma capacitação para uma espiritualidade elevada, vinda com o batismo, demonstrado pelo falar em línguas estranhas e operar sinais e maravilhas. Todavia, as Escrituras não defendem duas bênçãos ou batismos diferentes com/no ou em o Espírito Santo (1 Co 12.13). É preciso compreender o contexto de Atos, para entender a ação do E.S. naquele momento da história da Igreja.
  • 55. Batismo com o Espírito Santo na Bíblia Atos fala de um momento transicional da história da Igreja. Depois deste período, o padrão normal passou a ser o batismo no Espírito acontecendo no momento da conversão. Como se observa na própria pregação de Pedro (Atos 2.37-38): “Arrependei-vos [...] e recebereis o dom do Espírito Santo”. Assim como em Atos 2, era necessário que os últimos crentes do Antigo Testamento fossem também batizados da mesma forma que os 120 discípulos que estavam reunidos no quinquagésimo dia depois da páscoa, e recebessem o Espírito Santo (Jo 16.7). Esses quatro grupos eram os judeus (At 2.1-4), os Samaritanos (At 8.5-18), os tementes a Deus (At 10 v.45) e os gentios (At 19.1-7).
  • 56. Batismo com o Espírito Santo na Bíblia Aqui brilha o grande tema de Lucas de que todos os crentes fazem parte integral da Igreja do Novo Testamento. Não haveria cidadãos de segunda classe no reino de Deus. Judeus, Samaritanos, tementes a Deus e gentios, todos receberam o batismo do Espírito Santo (1 Co 12.13) (R.C. Sproul). Ademais, não seria um padrão o intervalo entre a conversão e o recebimento do Espírito Santo, prova disto está no questionamento do Apóstolo Paulo em Atos 19.2, o que mostra que, nesse ponto, ele não tinha nenhum conceito de uma demora que fosse o padrão.
  • 57. Batismo com o Espírito Santo na Bíblia O que a Bíblia nos ensina sobre o recebimento do Espírito Santo é: Ao receber Jesus Cristo, pela fé, em nossos corações, somos selados com o Espírito Santo (Ef 1.13); A presença do Espírito Santo em nosso coração é garantia de que estamos salvos (Rm 8.9); O E.S. nos é dado como dom de Deus. Assim, ao render-se em arrependimento, diante do Senhor Jesus, o discípulo recebe naquele exato momento o Espírito Santo. Isso é o que se chama batismo no Espírito Santo. Há inúmeros textos bíblicos que falam do E.S. dado ao crente na hora do seu novo nascimento (Gl 3.14; At 5.32; 11.17; Ef 1.13-14; 1 Jo 3.24).
  • 58. Batismo com o Espírito Santo na Bíblia Todavia, a Bíblia fala em “enchimento”. Entretanto, este não é um estágio maior dado a alguns, tampouco envolve coisas sobrenaturais, mas advém de uma correta vida de aplicação das Escrituras, e não é um dom ou batismo, mas uma condição da qual todo o crente, obrigatoriamente deve buscar de forma constante (Ef 5.18). Como diz Millard J. Erickson: “Ser cheio do Espírito não é tanto uma questão de obter mais do Espírito, mas de Ele possuir uma fatia maior da nossa vida.”
  • 59. Batismo com o Espírito Santo na Bíblia Portanto: Não há base bíblica para declarar uma segunda bênção denominada “BATISMO” para todos os crentes. Nem há instruções depois do Dia de Pentecostes para procurar outra experiência de batismo no Espírito Santo, uma vez que ele passa a habitar no crente para sempre (Jo 14.16; 2 Co 3.16). É impossível e errado crer que alguém pode se tornar totalmente obediente e submisso antes de receber o Espírito Santo. Pois é Ele quem nos leva a obediência e submissão (Jo 16.8; Fl 2.13). O livro de Atos é relatório de experiências. Ele apoia doutrinas mas não pode ser usado para formular doutrinas.
  • 60. Batismo com o Espírito Santo na Bíblia Muitos pentecostais ainda fazem uso do texto de Lucas 3.16; Mateus 3.11 e Marcos 1.8, na defesa da evidência de um batismo com fogo pentecostal. Todavia, observando-se o contexto dos textos, fica nítido que João estava falando de dois tratamentos distintos quanto aos crentes e aos fariseus e saduceus descrentes (Mt 3.7-12). O batismo com fogo, portanto, é para condenação dos incrédulos. Hoje, muitos defendem que o “batismo com fogo” refere-se ao poder purificador do fogo, todavia, não é o que está presente na fala de João Batista.
  • 61. Batismo com o Espírito Santo na Bíblia
  • 62. Batismo com o Espírito Santo na Bíblia Alguns chegam a utilizar até mesmo falas dos reformadores e de pastores como Martyn Lloyd Jones para afirmar uma concordância com a segunda bênção pentecostal, mas uma breve leitura do contexto faz cair por terra tais asseverações. Cremos que o Espírito Santo sempre nos renova as forças, nos dá capacitações e motivações à obra e a resistência na fé, mas todas essas obras fazem parte do processo de santificação, onde Ele opera a perseverança nos santos, a busca da plenitude da fé e o amadurecimento cristão (Ef 4.11-13), fazendo uso do Seu santo instrumento, a Palavra (2 Tm 3.16-17). Não há, na Escritura, nenhuma validação ou incentivo a um “batismo” aos moldes de Atos 2.
  • 63. O dom de línguas Para os pentecostais, o dom de línguas é uma manifestação do Espírito; sendo estranhas, desconhecidas, aos que as pronunciam. É um fenômeno em que a pessoa profere sons ininteligíveis e palavras sem nexo, que se tornariam compreensíveis apenas para quem possua o carisma da interpretação. O termo também é chamado de glossolalia ou xenoglossia (orar em línguas). Elas seriam evidência do batismo com o Espírito Santo, edificariam o crente e o capacitariam a orar em espírito. Há também a crença no dom de variedade de línguas, que vem momentaneamente para entregar uma mensagem profética.
  • 64. O dom de línguas O dom variou no decorrer dos anos, tendo sido aceita entre os pentecostais a ideia de que existem dois dons: Um idiomático e outro angelical. Stanley M. Horton já havia asseverado que o movimento pentecostal deu início a um despertamento missionário por acreditar que as pessoas ao receberem o “dom de línguas” poderiam evangelizar os nativos em seu próprio idioma. Parham, por algum tempo, chegou a acreditar que os crentes receberiam o conhecimento sobrenatural de línguas terrenas para que pudessem rapidamente evangelizar o mundo antes da volta de Cristo.
  • 65. O dom de línguas Tal fato não aconteceu, o que fez com que no decorrer do século XX, o entendimento mudasse para línguas antigas, já não faladas atualmente ou o que se chama de “línguas estáticas”, faladas em êxtase, e incompreensíveis, humanamente falando. Parte da confusão sobre o dom de línguas no Brasil se deve à tradução da versão “Almeida Revista e Corrigida”. Ela traduz a palavra glõssais (línguas) em 1Co 14.5,6,23, com a expressão “línguas estranhas”. Essa não era a intenção dos tradutores da versão Almeida, que resolveram este mal-entendido na versão “Almeida Revista e Atualizada”, com a expressão “outras línguas”.
  • 66. O dom de línguas A Bíblia expõe o dom de línguas como uma capacitação sobrenatural que permitia que algumas pessoas falassem das grandezas de Deus em outro idioma sem que nunca o tivessem aprendido. Ademais, o dom não era escolhido pelas pessoas, mas dado pela vontade de Deus para a edificação do corpo de Cristo (1Co 12.28-30; 1Pe 4.10,11). Este ocupava uma posição secundária no plano de edificar a igreja. Tinha como principal objetivo ser um sinal aos incrédulos e não aos crentes. Apontava para o juízo de Deus que recairia sobre Israel por ter rejeitado o Senhor Jesus (1Co 14.21-22 cf. Dt 28.45-46,49).
  • 67. O dom de línguas As línguas pronunciadas por aqueles que possuíam o referido dom eram de natureza terrena. No Novo Testamento, duas palavras são usadas para se referir a línguas: Glossa e Dialéktos. A primeira significa “idiomas”, ou língua (órgão anatômico). A segunda significa “idioma” ou “dialeto”. Esses sentidos apontam para línguas terrenas, idiomas utilizados ao redor do mundo. As línguas na Bíblia, mesmo em Corinto, onde havia confusão pelo uso do dom, eram idiomáticas (At 2.8 dialektós, 2.4 glôssais).
  • 68. Não existe nenhum texto bíblico que use outro termo. Mesmo aqueles que fazem o uso de 1 Co 13.1 para afirmar que as línguas pentecostais são “de anjos” esquecem-se de ler o contexto e observar que Paulo faz uso de prótases e apódoses carregadas de hipérboles (conhecer todos os mistérios, transportar montes, entregar o corpo para ser queimado – ou me orgulhar – v.1-4). Além disso, até mesmo entre si, os anjos personificados falam idioma conhecido (Ap. 9:13-14; Is 6.3). Ainda observando 1 Coríntios 14, vemos Paulo falar acerca do dom e do seu correto uso na igreja. Ele usa o termo idioma e para falar da necessidade de compreensão, afirma que a igreja precisa ter um intérprete (diermêneuõ), ou seja, tradutor (1 Co 14.5, 13).
  • 69. O dom de línguas ■ Em 1 Co 14, Paulo diz que o dom de línguas... a) Fala a Deus (v.1); b) Edifica a si mesmo (v.4); c) São sinais para os incrédulos (v.22). ■ Mas também diz: a) Ninguém as entende (v.2); b) Não edifica a igreja (o que descaracteriza a função) (v.4); c) Profecia é superior (v.5); d) São sem proveito não havendo tradutor (v.5);
  • 70. O dom de línguas e) São incompreensíveis (v.9); f) Serviam somente com tradutor (v.13); g) A mente fica infrutífera (v.14); h) Não há participação de outros (v.16); i) Não dá instrução (v.17); j) Paulo prefere 5 palavras com entendimento a dez mil em línguas (v.19); l) Línguas eram sinais para incrédulos (v.22); m) Podem criar escândalo (v.23);
  • 71. O dom de línguas n) A profecia é muito superior (v.24); o) Proibidas sem tradutores (v.28); p) Têm que ser controladas (v.32); q) Podem criar confusão (v.33); r) As mulheres eram proibidas de falar (v.34,35). Paulo não chega a proibir o uso do dom dentro da igreja, mas não o incentiva, e dá diretrizes para o correto uso. Diretrizes essas que não são seguidas nos arraiais pentecostais.
  • 72. O dom de línguas Alguns ainda questionam o fato de que em Corinto o dom de línguas era manifesto, ao contrário de outras cidades, além de se ver o dom sendo manifestado dentro da igreja, de modo a haver necessidade de interpretação. A razão para isso é a geografia da cidade e localização da igreja. Corinto fica localizada na região do Peloponeso e tinha dois importantes portos que movimentavam sua economia: um ficava no golfo de Corinto, outro se localizava ao sul, no mar Egeu. A cidade era um grande polo comercial, tendo mais de 200.000 habitantes e ainda recebia pessoas do mundo todo, devido a realização bienal dos Jogos Ístmicos.
  • 74. O dom de línguas A cidade era um ponto estratégico para o avanço do Evangelho às nações. E assim como em cidades como Jerusalém e Éfeso, Corinto era um ponto de grande concentração de estrangeiros, que precisavam ouvir as Boas-Novas. Somado a sua geografia, a própria igreja de Corinto se reunia ao lado de uma sinagoga (Atos 18.1-11). Por este motivo era necessário haver intérpretes na igreja de Corinto, “porque o estrangeiro podia entender, mas o nativo grego não podia... por isso era importante a presença do intérprete” Rev. Daniel Rocha.
  • 75. O que seriam essas línguas? Já vimos que, biblicamente falando, trata-se de idiomas humanos conhecidos, para que o Evangelho fosse compreendido na língua materna daqueles que ouviam. Isso pode ser visto nos relatos apostólicos de Atos 2, 8, 10, 19, e também no decorrer da história, pelo relatos do pais e reformadores, posteriormente.
  • 76. “Nos tempos antigos o Espírito Santo veio sobre os crentes e eles falaram em línguas, que não haviam aprendido, conforme o Espírito concediam que falassem. Estes foram sinais adaptados ao tempo. Pois aquilo foi o sinal do Espírito Santo em todas as línguas [idiomas] para mostrar que o Evangelho de Deus era para ser espalhado a todas as línguas sobre a terra. Isto foi feito por um sinal, e o sinal findou.”Agostinho de Hipona Homilias sobre a Primeira Epístola de João, 6.10
  • 77. “Na Igreja primitiva, o Espírito Santo foi enviado de forma visível. [...]Esse derramamento visível do Espírito Santo foi necessário para o estabelecimento da Igreja primitiva, como também foram necessários os milagres que acompanharam o dom do Espírito Santo. Paulo explicou o propósito destes dons miraculosos do Espírito em 1 Coríntios 14.22. Uma vez que a Igreja tinha sido estabelecida e devidamente anunciada por estes milagres, a aparência visível do Espírito Santo cessou.” Martinho Lutero Comentário sobre Gálatas 4.6
  • 78. O que seriam essas línguas? Mas, e o movimento estático de nossos dias, de onde vem e o que seriam? As línguas estranhas são bastante antigas. Antes do cristianismo, diversos grupos religiosos praticavam formas de glossolalia. No Oráculo de Delfos, a sibila (sacerdotisa do deus Apolo) falava com estranhos sons que se supunham ser mensagens do deus. Alguns textos gnósticos do período do Império Romano possuem fórmulas silábicas como "t t t t t t t t n n n n n n n n n d d d d d d d…" etc. Crê-se que tais seriam transliterações de sons feitos por glossolalia.
  • 79. O que seriam essas línguas? Atualmente religiões como o Espiritismo apresentam fenômenos semelhantes, incluindo manifestações de Xenoglossia. Fenômenos de glossolalia são observados também no xamanismo, no vodu haitiano, em hindus, alguns grupos judaicos hassídicos e entre os sufi muçulmanos.
  • 80. O que seriam essas línguas? Nos anos 70, o fenômeno atraiu a comunidade acadêmica, com estudos publicados pela antropóloga Felicitas Goldman e pelo linguista William Samarin, que concluíram que não se trata de uma língua em si. Recente pesquisa (2006) da Universidade da Pensilvânia descobriu que quando um indivíduo produz glossolalia, a área do cérebro que controla a linguagem não é ativa, assim se trata de uma linguagem, mas de uma forma de extravasar, algo que libera sensação de bem-estar. A conclusão é que o fenômeno da glossolalia ou xenoglossia pode ser resultado das faculdades humanas, visto que podem ser induzidos através de hipnose, euforia, transe, etc.; fora de ambientes religiosos.
  • 81. O que seriam essas línguas? Cremos que existem pentecostais piedosos, mas que desconhecem realmente o que dizem as Escrituras sobre o assunto. Muitos falam em “línguas estranhas” pelo “êxtase” da própria pessoa, como uma autossugestão; de uma associação, imitação ou falsificação e, conforme creem alguns, até mesmo de engano demoníaco, como se vê em diversas seitas, como a RCC ou mesmo nos Mórmons. Por isso, em vez de buscar falar em línguas, os cristãos de hoje devem “dar ouvidos à voz do Senhor” e priorizar o serviço e o amor a Deus com um coração fiel, submisso e transformado.
  • 82. Dons Apostólicos Os “dons apostólicos” incluem coisas tais como milagres e curas, profecias aos moldes do Antigo Testamento e revelações especiais (aqueles que promovem a assim chamada “Bênção de Toronto” alegam até mesmo a autoridade apostólica para coisas como “riso santo” e “cair no Espírito”). O movimento pentecostal tem como princípio-base a crença na continuidade apostólica, se não em ofício, em obras. Para eles, se Atos 2 é um evento contínuo, tudo aquilo que está registrado no livro dos Atos dos Apóstolos pode ser repetido pela igreja, independentemente do seu contexto.
  • 83. Dons Apostólicos São utilizados textos bíblicos fora do seu contexto para dar vazão aos dons de profecia, como um dom do Espírito no qual a pessoa profetize eventos do futuro; revelação, que de maneira similar, são anúncios de coisas secretas que estejam acontecendo com alguém ou mesmo novos direcionamentos de Deus à igreja, além dos que estão nas Escrituras; curas, como sendo a capacidade que um ou mais crentes tenham na igreja de curar pessoas, assim como sinais e prodígios. O Neopentecostalismo trouxe a ideia de continuidade apostólica, que trouxe consigo a transferência de bênçãos, ressurreição de mortos e até tele transporte para inferno e céu.
  • 84. Profecia Utilizando textos como 1 Co 12.28 e até referências de Atos, como 21.9; 21.11- 14*, os pentecostais afirmam que o ofício veterotestamentário de profecia aos moldes de Elias, Isaías e Jeremias foi transformado em dom e dado a todos os crentes como cumprimento de Atos 2.18. Partindo deste entendimento, tornaram- se numéricos, cultos de profecias, visões e revelações, onde coisas acerca do futuro dos participantes são anunciadas.
  • 85. Revelação A Revelação moderna, segundo seus defensores é a ação do Espírito de continuar guiando seu povo com novas revelações, como fazia aos Apóstolos. Um dos primeiros apóstolos modernos e pai do neopentecostalismo, C. Peter Wagner, chega a questionar a inspiração das Escrituras e defender a continuidade da inspiração, como naqueles dias. Existem igrejas como a “Casa de Oração para todos os Povos”, na qual, Robert Stevens afirma que a Bíblia está desatualizada e precisa ser complementada por profecias do Espírito Santo para o nosso tempo.
  • 86. Milagres, sinais, prodígios, maravilhas e curas Assim como nos EUA, no Brasil surgiram muitos pastores “milagreiros” que afirmaram ter de Deus o dom para curas e milagres, principalmente após a 2ª onda do pentecostalismo, nos anos 50-60. Um dos principais nomes desta crença no mundo é Benny Hinn. Hoje, coisas como “cair no Espírito”, transformar dentes em ouro tornaram-se populares e que fazem com que denominações como a IURD e IMDPP sejam umas das mais numerosas do país. Um caso que se tornou famoso e demonstra a atuação da grande maioria destes milagreiros é o do Pr. Peter Popoff:
  • 87. O que a Bíblia diz? Dons de milagres, cura, profecia (AT ou apostólico), foram concedidos aos apóstolos e outras poucas pessoas próximas, por imposição de mãos (At 5.12; At 2.43; Rm 15.19; At 4.29-30; Hb 2.3- 4; At 9.34-35; At 14.3; 1 Co 12.27-29; At 20.9-12); Esses sinais especiais atestavam a pregação da nova mensagem e removiam qualquer pretexto de dúvida ou incredulidade de quem estava ouvindo (1 Ts 1.5); Os milagres não cessaram com a geração apostólica, mas a instrumentalidade apostólica, com a morte do último apóstolo (1 Co 15.8), sim.
  • 88. O que a Bíblia diz? Fato é, que não vemos nenhuma instrução para a ordenação de apóstolos, profetas, operadores de milagres, mas sim para pastores e diáconos. As listas dos dons visam não mostrar exaustivamente os dons que a igreja manifestaria, mas mostrar que o fato de que termos diversas funções e dons não nos fazem melhores que aqueles que possuem dons, funções ou ministérios diferentes (1 Co 12.13). O uso de textos como Mc 16.15 e João 14.12 não justificam ou validam uma continuidade dos dons apostólicos, uma vez que em Marcos, respeitando o contexto, o Senhor Jesus fala somente aos onze (v.14), tendo seu cumprimento no v20.
  • 89. O que a Bíblia diz? Ademais, ainda que consideremos como um conselho à toda a Igreja, o cumprimento do texto é visto no v 20, como ratifica o Apóstolo Paulo em 2 Co 12.12. João 14 fala acerca da Pregação do Evangelho, como mostra o v 10. Textos como Tiago 5.14-15 e Marcos 6.13, muito utilizados para dar vazão a continuidade do dom de cura pelos pastores é lido fora do seu sentido original. Os óleos citados tinham poderes curativos, permitindo amolecer feridas e purificá-las (Is 1.6; Lc 10.34).
  • 90. O que a Bíblia diz? A intenção de Marcos e Tiago não era uma unção religiosa ou milagrosa, mas a conotação médica explicada num artigo do Pr. Eduardo Dantas. Contextualizado os versículos para os dias de hoje seria algo como: “eles davam o remédio e oravam com fé e Deus curava o enfermo”. Isto significa que Tiago afirma que o presbítero não deveria zelar só pela saúde espiritual ou pelas questões espirituais, mas também pela saúde física; e que deveria fazer a “oração de fé”. As profecias citadas nos textos referem-se não ao profetismo veterotestamentário, mas a capacidade de "proclamar" ou declarar a vontade divina, interpretando os propósitos de Deus ao povo nas Escrituras. O profetismo do A.T. cessou no N.T. (Jd 3; 2 Pe 2.1).
  • 91. O que a Bíblia diz? A Bíblia dá diversos alertas àqueles que dizem afirmar verdades vindas de Deus, sem que Ele o tenha dito, bem como quanto ao fato de se errar uma profecia que seja - o que se mais vê em nossos dias (Ez 13.6, 9, 13). Ainda que certos, devem ser repreendidos (Atos 16.16ss). A Escritura deve ser suficiente ao crente, pois ela é o fundamento pelo qual estamos edificados (Ef 2.20). Se tais coisas continuam hoje, e não são pura fraude ou mero fenômeno psicológico, então são obra de outros espíritos que não o Espírito Santo (2Ts 2.9).
  • 92. O que a Bíblia diz? Deus cura hoje? E como Ele o faz? Ele ainda opera milagres em nossos dias? A nossa resposta é um firme e forte SIM; Nós não podemos restringir ou anular a soberania de Deus. Não cremos que já cessaram milagres, mas sim nos moldes como os pentecostais pregam. Deus pode, por exemplo, de acordo com a sua soberania, atender a oração de uma igreja local ou família e curar uma pessoa de alguma doença letal ou suprir de forma sobrenatural alguma necessidade de um servo dele.
  • 93. O que a Bíblia diz? Devemos, todavia, ter bastante cuidado ao estudar as escrituras, para não cairmos nos erros comumente vistos quanto aos dons, principalmente daqueles que usam textos inapropriadamente errados para validar o apostolado moderno ou a propriedade sobre milagres, curas; ou dons jamais vistos como “cair no espírito”, “revelamentos”, “profetadas”, que ofendem a Cristo como fundamento e revelação maior da Igreja (Hb 1.1; Ef 2.20; 2Tm 3.16; Lc 16.27-29).
  • 94. Blasfêmia contra o Espírito? Ademais, dentro do pentecostalismo existe a afirmação de que quem rejeita a contemporaneidade dos dons espetaculares comete o pecado contra o Espírito — aquele que Jesus afirmou não ter perdão. A mais breve análise no texto de Mateus mostrará facilmente que a blasfêmia contra o Espírito Santo, também conhecida como o “pecado imperdoável”, consistia de ser testemunha ocular de uma obra realizada por Cristo, durante seu ministério neste mundo, o que seria uma prova do Espírito Santo da messianidade de Jesus, e atribuir essa obra ao diabo (Mt 12.22-32). Não se trata de afirmar que as atividades pentecostais sejam um erro doutrinário.
  • 95. Batalha Espiritual Uma crença também encontrada, principalmente no neopentecostalismo é a que fala da Batalha Espiritual. O movimento de batalha espiritual prega que há uma queda de braços entre Deus e o diabo. Ensina conceitos e práticas que não encontram fundamentação bíblica, como quebra de maldições, espíritos territoriais, oração de guerra, mapeamento espiritual, cobertura espiritual, demônios associados com doenças específicas, associação dos nomes das divindades pagãs do umbandismo com espíritos malignos determinados etc. A Bíblia diz: João 8.32, 36.
  • 96. “Teologia” da prosperidade A Teologia da Prosperidade afirma que é vontade de Deus que absolutamente todo cristão seja rico e que aqueles que não o são, estão assim pela presença de pecado, falta de fé ou ausência de contribuição financeira a certa pessoa ou ministério. O pioneiro desse movimento foi o pastor Essek M. Kenyon (1867-1948), mas o maior divulgador foi Kenneth Hagin (1917-2003). No Brasil, nomes como Edir Macêdo, Silas Malafaia, R.R. Soares e Estevam Hernandes são os principais divulgadores do pensamento.
  • 97. “Teologia” da prosperidade Segundo este movimento, Deus está limitado a determinadas leis e precisa sempre agir de acordo com elas, como disse Edir Macêdo: “Quando o cristão dá o dízimo, Deus é obrigado a abençoá-lo.” (Livro: O Bispo), além de conceitos como o da semente e colheita financeira, aliados à “Confissão Positiva” (Poder da palavra), fazendo uso de textos do A.T. tirados de seu contexto de forma assustadora. Ler 1Tm 6.9-10; Mt 6.19-20; Lc 12.15; Mt 6.33.
  • 98. Reteté Reteté é uma manifestação física praticada durante cultos, principalmente os que estão ligados com as igrejas neopentecostais no Brasil. Consiste em demonstrações de emoções de modo exagerado que, de acordo com os seus praticantes, são “manifestações do Espírito Santo de Deus”, possivelmente originada na “Unção de Toronto”. Cantar, dançar desorientadamente, pular, gritar, rolar no chão, girar, entre outros movimentos aleatórios são algumas das características típicas do reteté. Este “movimento” também é conhecido por “sapatinho de fogo”, em alguns estados brasileiros.
  • 99. Reteté Algumas outras práticas foram também adotadas no Brasil como a de “orar no monte” e outras diversas manifestações sempre regadas a música muito alta em ritmo frenético. Esta é uma prática muito comum, em verdade, desde as antigas religiões de mistério; sendo encontrada hoje até mesmo no islã:
  • 100. Reteté Todavia, vemos nas Escrituras diversas orientações sobre a prática do culto cristão (Cl 3.16) e nenhuma menção a práticas similares, a não ser em religiões pagãs (Ez 8.14, 16). O cuidado da igreja apostólica era muito grande, a fim de que o culto fosse sempre racional. Desde Atos 2, quando o falatório em diversos idiomas foi confundido com uma histeria coletiva causada por bebida: v.15. O culto cristão deve sempre ser administrado com decência e ordem: 1 Co 14.40, como reflexo da adoração prestada ao Senhor nos céus (Is 6; Ap 7.9-12).
  • 101. Salvação Os pentecostais adotavam uma visão soteriológica que remetia ao semipelagianismo, negando a perseverança dos santos e tendo a salvação garantida pela prática de obras, que contribuiriam com o sacrifício de Cristo para a redenção final. Com o tempo este posicionamento foi mudando, e hoje, grande parte dos pentecostais tem crenças bem próximas às da Reforma Protestante, até mesmo identificando-se como Reformados.
  • 103. Conclusão O Pentecostalismo tem a convicção de que os dons milagrosos ou os sinais que o Senhor deu aos Apóstolos não cessaram, acreditam que eles ainda estão disponíveis e sendo exercitados pelos cristãos hoje. O movimento busca aplicar ao nosso dia-a-dia aquilo que pertenceu somente aos apóstolos e o seu tempo. Dá maior ênfase ao Espírito Santo do que ao Senhor Jesus Cristo, algo contrário a própria função da 3ª Pessoa da Trindade (Jo 16.13-14); além da frequente sobreposição da experiência humana à Palavra de Deus.
  • 104. Conclusão Diferentemente de anos atrás, não mais tratamos o pentecostalismo como movimento herético, mas que possui erros em suas doutrinas e prática. Não negamos que são nossos irmãos a quem devemos respeito e até mesmo admiração em seu fervor à evangelização e fácil comunicação com os brasileiros das mais baixas camadas da sociedade - com suas devidas ressalvas. Todavia, não podemos negar a gravidade dos erros, principalmente àqueles que são característicos do neopentecostalismo, mas que, como um todo, tem adentrado em todas as denominações pentecostais “históricas”.
  • 105. Conclusão Precisamos também sempre olhar para nós, das denominações protestantes tradicionais, e revermos nossos conceitos e práticas, para que não se assemelhem àquelas que são condenáveis nas Escrituras. Muitas igrejas, devido a influência da grande maioria de igrejas pentecostais e neopentecostais, numa tentativa de “se enturmar” tem aderido a práticas cúlticas que são estranhas a sã doutrina, desde as músicas ao carismatismo e até inserção de crenças da batalha espiritual e teologia da prosperidade. Carecemos de um retorno às Escrituras posto em prática em nossos cultos, mensagens e eclesiologia; sendo, assim como os primeiros cristãos, moderados, racionais e cristocêntricos.
  • 106. Conclusão Louvamos a Deus pelos irmãos pentecostais e pelo crescimento não somente numérico, mas também qualitativo que vêm experimentando desde que tiveram contato mais aprofundado com uma teologia saudável e alicerçada na história. Muitas igrejas tem abandonado a glossolalia, o reteté, o arminianismo e semipelagianismo e até mesmo se tornado referência em estudo e defesa da sã doutrina, até mais que muitas igrejas históricas, que se enviesaram no liberalismo. Que o Espírito Santo as vivifique na Palavra e que sejam cada vez mais canal de transformação no poder do Senhor. Que Deus nos dê graça a fim de fugirmos de todo e qualquer erro.
  • 108. Referências ▪ História do Movimento Pentecostal - CACP – Ministério Apologético: http://www.cacp.org.br/historia-do-movimento-pentecostal/ ▪ CPAD – A história do Movimento Pentecostal: http://www.editoracpad.com.br/cemp/historia.php ▪ Wikipedia – Movimento Carismático: https://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_Carism%C3%A1tico ▪ Mackenzie (Fides Reformata) – O MOVIMENTO PENTECOSTAL: REFLEXÕES A PROPÓSITO DO SEU PRIMEIRO CENTENÁRIO: http://www.mackenzie.br/fileadmin/Mantenedora/CPAJ/revista/VOLUME_XI__2006__2 /Alderi.pdf
  • 109. Referências ▪ Espaço Cristão Reformado – História do Pentecostalismo Moderno - As Três Ondas: http://espacocristaoreformado.blogspot.com/2014/09/historia-do-pentecostalismo-as- tres-ondas.html?m=1 ▪ Teologando – O Pentecostalismo e seus Danos à Igreja de Deus: https://marceloberti.wordpress.com/2014/02/20/o-pentecostalismo-e-seus-danos-a- igreja-de-deus/ ▪ Wikipedia – Pentecostalismo: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pentecostalismo ▪ Gospel Prime – Pentecostais representam 70% dos protestantes de todo o planeta: https://noticias.gospelprime.com.br/pentecostais-representam-70-dos-protestantes-de- todo-o-planeta/
  • 110. Referências ▪ Wikipedia – Pietismo: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pietismo ▪ Sola Scriptura.tt – UMA IGREJA BATISTA DEVE ABRAÇAR O PENTECOSTALISMO?: http://solascriptura- tt.org/Seitas/Pentecostalismo/DeveUmaIgrejaBatistaAbracarPentecostalismo- LaurenceJustice.htm ▪ Guiame.com.br – Conheça a trajetória da maior denominação pentecostal do mundo: https://guiame.com.br/gospel/mundo-cristao/conheca-a-trajetoria-da-maior- denominacao-pentecostal-do-mundo.html ▪ Igreja Batista Redenção – A Carta de Raymundo Nobre: http://www.igrejaredencao.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=29 67:a-carta-de-raymundo-nobre&catid=17:pastoral&Itemid=114#.Wz5d3dJKi00
  • 111. Referências ▪ Servindo a Deus – A história da igreja Assembleia de Deus: http://cleberalbuquerque.blogspot.com/2011/01/historia-da-igreja-assembleia-de- deus.html ▪ Sola Scriptura.tt – O PENTECOSTALISMO E AS ESCRITURAS SAGRADAS: http://solascriptura-tt.org/Seitas/Pentecostalismo/PentecostalismoEEscriturasSagradas- PBrooks.htm ▪ Teologia Pentecostal – As origens batistas da Assembleia de Deus (AD) no Brasil e as diferenças com a coirmã Assemblies of God (AG): https://teologiapentecostal.blog/2014/06/05/as-origens-batistas-da-assembleia-de- deus-ad-no-brasil-e-as-diferencas-com-a-coirma-assemblies-of-god-ag/ ▪ Ultimato – Gunnar Vingren e Daniel Berg: os pioneiros das Assembleias de Deus: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/331/gunnar-vingren-e-daniel-berg-os- pioneiros-das-assembleias-de-deus
  • 112. Referências ▪ Livro: Introdução à Teologia Sistemática – Millard J. Erickson. Ed. Vida Nova; ▪ Livro: Uma Nova Vida, E agora? – Charles Brock. Missões Nacionais; ▪ Livro: O mistério do Espírito Santo – Conheça a Pessoa e Obra do Espírito Vivo do Deus Vivo – R.C. Sproul. Ed. Cultura Cristã; ▪ Livro: Dois dedos de Teologia - Yago Martins e Felipe Cruz. Ed. Concílio; ▪ Respostas Bíblicas – O que é o dia de Pentecostes?: https://www.respostas.com.br/o-que-e-o-pentecostes/ ▪ Esboçando ideias – O que significa ser batizado com o Espírito Santo e com fogo?: https://www.esbocandoideias.com/2015/09/o-que-e-ser-batizado-o-espirito-santo-e- com-fogo.html ▪ Respostas Bíblicas – O que é o batismo com fogo?: https://www.respostas.com.br/o-que-e-o-batismo-com-fogo/
  • 113. Referências ▪ Respostas Bíblicas – O que é o batismo no Espírito Santo?: https://www.respostas.com.br/o-que-e-batismo-no-espirito-santo/ ▪ Monergismo – Batismo com o Espírito Santo e com Fogo: http://www.monergismo.com/textos/pentecostalismo/batismo_espiritosanto.htm ▪ Lições Bíblicas CPAD – Batismo com o Espírito Santo: https://pt.scribd.com/document/255710188/As-Doutrinas-Biblicas-Pentecostais-Licoes- Biblicas-3t2006 ▪ Wikipedia – Corinto: https://pt.wikipedia.org/wiki/Corinto ▪ MormonSUD.net – 4 Reflexões sobre o dom das línguas: https://mormonsud.net/para-refletir/dom-das-linguas/
  • 114. Referências ▪ Marcos Granconato – Facebook – Cessou Mesmo 2: https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=555484998160923&id=10001098 2823128 ▪ Marcos Granconato - Facebook – Cessou Mesmo 3: https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=555676858141737&id=10001098 2823128 ▪ CACP – Glossolalia em idioma humano é possível?: http://www.cacp.org.br/glossolalia-em-idioma-humano-e-possivel/ ▪ Igreja Batista da Redenção – O Dom de Línguas Hoje: http://igrejaredencao.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=146:odo mdelinguashoje&catid=25:artigos&Itemid=123#.W0ehadJKjIU
  • 115. Referências ▪ CPAD News – Os dons espirituais à luz das Escrituras (4): http://www.cpadnews.com.br/blog/cirozibordi/apologetica-crista/77/os-dons- espirituais-a-luz-das-escrituras-(4).html ▪ Wikipedia – Glossolalia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Glossolalia_religiosa ▪ Sola Scriptura.tt – O DOM DE LÍNGUAS [1] - uma compilação: http://solascriptura-tt.org/Seitas/Pentecostalismo/DonsDeLinguas-NatanaelBezerra.htm ▪ Igreja Batista da Redenção – O Dom de Línguas Hoje: http://igrejaredencao.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=146:odo mdelinguashoje&catid=25:artigos&Itemid=123#.W0ehadJKjIU
  • 116. Referências ▪ Marcos Granconato (Facebook) – NEGAR A ATUALIDADE DAS LÍNGUAS É COMETER O PECADO IMPERDOÁVEL?: https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=169510666758360&id=10001098 2823128 ▪ Sola Scriptura.tt – A Unção dos Doentes em Tiago 5:14-15: http://solascriptura-tt.org/Seitas/Pentecostalismo/UncaoDoentesEmTiago%205.14-15- Helio.htm ▪ Voltemos ao Evangelho – [PVE] Devemos ungir com óleo?: https://voltemosaoevangelho.com/blog/2011/05/pve-devemos-ungir-com-oleo/ ▪ Genizah – Revelamentos e profetadas...: http://www.genizahvirtual.com/2013/06/revelamentos-e-profetadas.html
  • 117. Referências ▪ Got Questions – O que é o dom espiritual de profecia?: https://www.gotquestions.org/Portugues/dom-espiritual-profecia.html ▪ Monergismo – Dons Apostólicos: http://www.monergismo.com/textos/pentecostalismo/dons-apostolicos_ronald- hanko.pdf ▪ Livro: Fogo Estranho – John F. MacArthur. Ed. Thomas Nelson Brasil. ▪ Protestant Reformed Churches in America – Uma Análise Bíblica dos Dons do Espírito no Pentecostalismo: http://www.prca.org/prtj/Portuguese/Uma_Analise_Biblica_dos_Dons_do_Espirito_no_ Pentecostalismo-Rev_Wilbur_Bruinsma.htm ▪ Ministério Atalaia de Deus – PROFETADAS E REVELAMENTOS: http://www.atalaiadedeus.com.br/site/article/PROFETADAS-E-REVELAMENTOS.html
  • 118. Referências ▪ Got Questions – O que é o dom espiritual de profecia?: https://www.gotquestions.org/Portugues/dom-espiritual-profecia.html ▪ Bereianos – Teologia da prosperidade - análise completa: https://bereianos.blogspot.com/2009/11/teologia-da-prosperidade-analise.html ▪ Significados – Significado de Reteté: https://www.significados.com.br/retete/ ▪ Ultimato – Raízes históricas da teologia da prosperidade: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/313/raizes-historicas-da-teologia-da- prosperidade