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INTRODUÇÃO


      A matemática surgiu a partir do momento em que o homem sentiu
necessidade de organizar o espaço a sua volta, de construir e resolver problemas
referentes ao seu dia-a-dia. Para tanto, foi essencial o domínio de determinadas
habilidades matemáticas pelo cidadão para assim mover-se na sociedade.
Sobre matemática D‟Ambrósio (2000, p.7) afirma:


                     Vejo a Disciplina matemática como uma estratégia desenvolvida pela
                     espécie humana ao longo de sua história para explicar, para entender, para
                     manejar e conviver com a realidade sensível, per-ceptível e com o
                     imaginário, naturalmente dentro de um contexto natural e cultural.


      Para realizarmos este trabalho, fomos especialmente motivados pela
necessidade de compreender a importância do ensino da matemática na
interpretação dos gráficos resultante de pesquisa eleitoral, bem como sua
repercussão, na opinião pública do município de Pindobaçu. Moveu-se também pelo
fato desta pesquisa está inserida diretamente no contexto da população que se
mostra curiosa em relação aos gráficos matemáticos propostos no momento das
entrevistas e na apresentação de dados estatísticos, que trazem informações sobre
a situação dos candidatos.
      Diante disso, apresentamos nosso trabalho com o objetivo principal de
conhecer e discutir os conhecimentos matemáticos dos cidadãos pindobaçuense,
relacionados com a matemática ensinada na sala de aula, procurando estabelecer
vínculos existentes entre os mesmos, bem como verificar a compreensão
matemática dos resultados das pesquisas eleitorais. Então, mostraremos no
Capítulo I, A Linguagem Matemática, partimos da dificuldade que o cidadão tem em
ler e entender um texto matemático e a importância da opinião pública numa
pesquisa eleitoral. No Capítulo II, A Compreensão das Pesquisas Eleitorais enfocou
sobre o pleito eleitoral de 2008 e a compreensão dos cidadãos sobre o mesmo. A
seguir, no Capítulo III, apresentamos a Matemática como Fonte de Informação,
mostramos como são aplicados os conteúdos em sala de aula. No último Capítulo,
abordamos a Pesquisa e o Município, apresentamos o caminho da pesquisa o
resultado da entrevista e os dados estatísticos do nosso trabalho.
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Para alcançar os objetivos da pesquisa, foram entrevistados cidadãos escolarizados
pindobaçuenses pertencentes a zona rural e urbana, com uma faixa etária média de
16 a 35 anos de idade entre eles foram ouvidos trabalhadores e estudantes.
      Verificamos ao longo do processo de entrevistas e interpretações, que alguns
dos entrevistados não conseguiram associar o conteúdo estudado com a realidade.
Vimos também que, para que tivessem uma melhor interpretação deveriam mobilizar
os conhecimentos referentes a estatística e a porcentagem.
      Sendo assim, podemos entender que muitas vezes o ensino distancia-se dos
anseios da atual sociedade, que exige dos cidadãos, a interpretação e a interação
no meio social. Para que haja mudança em nossa realidade é importante que a
escola direcione melhor seus alunos para que os mesmos consigam ser cidadãos
críticos e atuantes capazes de interagir e agir no meio social. Os professores “do
Município de Pindobaçu” deverão contextualizar os conteúdos trabalhados em sala
de aula para melhor conhecer as expectativas do aluno, e este, compreender de
maneira crítica os acontecimentos que o cerca.
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CAPÍTULO I: A LINGUAGEM MATEMÁTICA


       Ao depararmos com a dificuldade de ler e entender um texto matemático
permeado de símbolos e também de técnicas para a resolução de problemas
percebemos, que é, sem dúvida, um fator de segregação, não só nas escolas como
também na sociedade. Sabemos que o conhecimento da matemática propicia o
acesso a muitas das mais bem sucedidas profissões atuais e que, para atingir certo
grau desse conhecimento, faz-se necessário o uso de habilidades e competências
superiores como: interpretar, analisar, inferir, deduzir, induzir.
       Quando se compreende o significado matemático é notório o envolvimento e
com isso, percebemos que a Matemática tem linguagem própria, e quando a
dominamos, é como se aprendêssemos a falar, a ler e a nos comunicar em outra
língua. Comparar a matemática com o falar é fundamental para isso, D‟Ambrosio
(1986, p. 35), afirma:


                         [...] o fato de a matemática ser uma linguagem (mais fina e precisa que a
                         linguagem natural) que permite ao homem comunicar-se sobre fenômenos
                         naturais, conseqüentemente, ela se desenvolve no curso da história da
                         humanidade desde os “sons” mais elementares, e, portanto intimamente
                         ligada ao contexto sociocultural em que se desenvolve – por isso falamos
                         em matemática grega, matemática hindu, matemática pré-colombiana.



       Sobre isso se faz necessário que o professor leve o aluno a desenvolver a
linguagem matemática de forma que ela se torne tão natural quanto à linguagem
diária. No entanto, precisa perceber que o contexto em que atua necessita ser
modificado, já que a Matemática como qualquer outro conhecimento sofre a
influência do meio onde está inserido e dependendo da época em que está sendo
trabalhada é apresentada de forma contextualizada. É preciso integrá-lo tanto
espacialmente quanto temporalmente.
       O aluno não pode estar imune ao contexto circundante e precisa se envolver
e participar da evolução e da tecnologia. É de nosso conhecimento que não é
possível ensiná-la hoje como ela foi ensinada ontem, porque tanto a linguagem,
quanto o comportamento dos seus usuários e beneficiários se alterou e continua
sofrendo evolução de forma contínua.
Atualmente existe a necessidade do desenvolvimento de competências e
habilidades em Matemática para analisar o processo envolvido na resolução de
12



qualquer situação-problema. Nesta etapa, além da leitura e de conhecimentos
específicos de Matemática, as situações propostas envolvem também o domínio dos
códigos e nomenclatura da linguagem Matemática, a compreensão e interpretação
de diagramas e gráficos e a relação destes elementos com a linguagem discursiva.


                     Aprender Matemática de uma forma contextualizada, integrada e
                     relacionada a outros conhecimentos traz em si o desenvolvimento de
                     competências e habilidades que são essencialmente formadoras, à medida
                     que instrumentalizam e estruturam o pensamento do aluno, capacitando-o
                     para compreender e interpretar situações, se apropriar de linguagens
                     específicas, argumentar, analisar e avaliar, tirar conclusões próprias, tomar
                     decisões, generalizar e para muitas outras ações necessárias à sua
                     formação. (BRASIL, 2002, p. 111).



       A preocupação em desenvolver esse trabalho esta inteiramente ligada à
compreensão do cidadão em, ler, analisar e interpretar a situação por inteiro, decidir
sobre a melhor estratégia para resolvê-la, tomar decisões, argumentar, expressar-se
e fazer registros.
       É interessante que a Matemática possa ser trabalhada de forma isolada na
construção de conceitos que suportem a interdisciplinaridade. Ao fazê-la percebe-se
que será mais produtivo se for trabalhada de forma contextualizada com as demais
áreas do conhecimento. Para isso é necessário que o professor passe a elaborar
formas diferenciadas de trabalhar os seus conceitos e isso significa elaborar novos
modelos de ensinar e aprender.
       Sabemos que o discurso pedagógico da Matemática faz parte da Educação
Matemática e tem interesse em interagir na postura, na metodologia, na didática,
nos texto didático escrito e falado. Mudar de discurso ou defender discursos
diferentes, “é uma revolução que não se dá de um dia para o outro”, para Kuhn
(2000, p. 26):
       Uma nova teoria, por mais particular que seja seu âmbito de aplicação, nunca

ou quase nunca é um mero incremento ao que já é conhecido. Sua assimilação

requer a reconstrução da teoria precedente e a reavaliação dos fatos anteriores.

Esse processo intrinsecamente revolucionário raramente é completado por um único

homem e nunca de um dia para o outro.
13



      Segundo a afirmação, pode-se dizer que a Educação Matemática é vista
como revolução no sentido da construção de saberes significativos que só se tornam
possíveis perante mudanças de paradigmas.
Sobre essa mudança em relação à Educação Matemática, Bicudo e Garnica (2002,
p. 40), defendem que:


                     Educação Matemática será, pois, expressão vaga se não for concebida
                     como preenchendo-se, reflexiva e continuamente, dos significados que vêm
                     da prática. A Educação Matemática dá-se como uma reflexão-na-ação.
                     Ação que ocorre num contexto no qual vivemos com o outro:
                     compartilhando vivências.



      Para que haja essa revolução, elementos deverão ser analisados na tentativa
de compreender os fatores que levam o aluno a não perceber a Matemática como
uma linguagem estruturada para expressar idéias, conceitos e, também, a não
entender os seus mecanismos de funcionamento.
Atualmente é comum a menção ao analfabetismo matemático que caracterizaria o
fato de que um sujeito não consegue desenvolver um mínimo de habilidade
matemática. Isto significaria conhecer e distinguir os números, as operações
aritméticas básicas, ainda ser incapaz de formular qualquer análise crítica ou tirar
conclusões a partir de informações numéricas. Será que isso acontece pela forma
com se ensina Matemática nas escolas? Possivelmente, pois na maior parte das
vezes, o ensino é pautado no trabalho mecânico e descontextualizado, enfatizando
técnicas operatórias e memorização de fórmulas e propriedades.
      É interessante ressaltar que para a pessoa estar matematicamente
alfabetizada significa que entende o que lê e o que escreve, bem como, percebe o
significado do ato de ler e escrever no contexto da Matemática.
Dependendo da forma como os conceitos são trabalhados terão significados
diferentes para quem aprende.
      Sobre esse tema, Halliday (1973, apud, INGEDORE, 1993, p. 22) afirma que
ao imaginar um sistema capaz de explicar tanto a estrutura do enunciado como o
jogo de enunciação, define o texto como ”realização verbal entendida como uma
organização de sentidos, que tem o valor de uma mensagem completa e válida num
contexto dado”.
14



      Portanto ao fazer um comparativo, analisando a idéia de que as palavras e os
símbolos não são sempre empregados da mesma maneira, pode-se dizer que o
significado tanto de um símbolo como de uma palavra vai depender da maneira pela
qual são relacionados entre si e com outros elementos, ou seja, depende do
contexto em que se encontram. Para isso será necessário descrever: a semântica, a
sintática e a pragmática.
      Sobre seus conceitos e significados, descreve-se que a semântica se refere
às transformações do significado, tratando-se da dimensão mais abrangente, pois,
tem ligação com as demais, a sintática é vista como sendo a maneira em que as
palavras ou símbolos são usados em uma sentença ou fórmula matemática já a
pragmática faz referência aos significados que cada palavra ou símbolo tem em
relação as vivências e experiências individuais.
      O reconhecimento de que a Matemática raramente é ensinada da forma como
é praticada tem levado estudiosos a rever esse ensino. Vygotsky já afirmava que a
aprendizagem dos conceitos deveria ter origem nas práticas sociais. “O significado
de uma palavra representa um amálgama tão estreito do pensamento e da
linguagem, que fica difícil dizer que se trata de um fenômeno da fala ou de um
fenômeno do pensamento” (VYGOTSKY, 2003).
      A respeito dessa prática social podemos fazer uma relação com uma
campanha eleitoral. Este tipo de questão desperta mais interesse do que o problema
de como obter o apoio da opinião pública.
      Ao analisarmos a literatura da Grécia e Roma antigas, bem como ao longo da
Idade Média, os filósofos tinham inteira consciência da importância da opinião das
massas. No século XVIII, entretanto, a expressão de opinião pública foi submetida a
uma análise e a um tratamento mais sistemático. Diante disso, muitos autores vêm
dando especial atenção ao caráter emocional e irracional do processo formativo da
opinião pública. Neste sentido, nos séculos XVII e XVIII, escritores como Voltaire,
Hobbes, Locke e Hume voltaram-se ao assunto. Para Hobbes, o mundo seria
governado pela opinião. Locke considerou a opinião como uma das três categorias
do direito; enquanto Hume afirmou que na opinião é que o governo se fundamenta.
Embora tenham sido contribuições iniciais importantes, foi Rousseau, no século
XVIII, quem fez uma das mais claras análises do conceito de opinião pública em sua
época.
15



      Sendo assim, quando analisamos uma opinião não estamos analisando sua
aprendizagem. A opinião de uma pessoa, não corresponde a um grupo. Essa
transição entre o consenso social e as convicções individuais é o que Rousseau
(apud Barros Filho, 1995) classifica então de opinião pública. Já para Lippmann
(1922), a opinião pública seria a média das opiniões circundantes em uma
determinada sociedade, num momento determinado. Já de acordo com Tarde
(1992), são os seres humanos quem têm a necessidade de ajustar-se segundo os
demais.
      A pesquisa de Noelle-Neumann (1995) afirma que as pessoas são
influenciadas não apenas pelo que as outras dizem, mas pelo que as pessoas
imaginam que os outros poderiam dizer. Ainda segundo a autora, se um indivíduo
imagina que sua opinião poderia estar em minoria ou poderia ser percebida com
desdém, essa pessoa estaria menos propensa a expressá-la. Assim, a sociedade
ameaça os indivíduos desviados com o isolamento. Os indivíduos experimentam um
contínuo medo do isolamento. Este medo faz com que os indivíduos tentem avaliar
continuamente o clima de opinião; por fim, os resultados dessa avaliação influem no
comportamento em público, especialmente na expressão pública ou no ocultamento
das opiniões.
      A influência que esse processo todo exerce sobre os indivíduos, a respeito do
que eles imaginam ser o pensamento dos demais, realiza-se num movimento
constante e ascensional, por isso denominado de espiral do silêncio, (NEULLE-
NEUMANN, 1995).
      Essa perspectiva explicaria o porquê da importância das pesquisas de opinião
para uma campanha política e o quanto elas podem ser decisivas. É como se a
tradicional pergunta feita pelos institutos “se a eleição fosse hoje, em quem você
votaria?” fosse interpretada como “mantendo-se tudo como está, esse será o
resultado das eleições”. Ou seja, chegando a trocar, até mesmo, um questionamento
por uma afirmação.
16



CAPÍTULO II: A COMPREENSÃO DAS PESQUISAS ELEITORAIS


      Em outubro de 2008, aconteceu mais uma eleição, permeada pelas diferentes
linguagens e pelas novas tecnologias. Inseridas neste contexto lá estavam elas, as
campanhas partidárias e as pesquisas eleitorais mostrando com sua linguagem
matemática as pretensões momentâneas de votos dos eleitores a determinado
candidato.
      Para interpretá-las é preciso que o cidadão compreenda as mensagens que
são divulgadas. Para isto é necessário mobilizar conhecimentos históricos sociais e
matemáticos, fundamentais para a compreensão da realidade e da inserção nesta
enquanto cidadão crítico e atuante.
      Em tempos remotos não era assim que acontecia. Não havia pesquisas, a
oralidade “o comício” era o eixo norteado da campanha. Eleição se ganhava depois
de muito empenho por partes dos candidatos que precisavam de preparo físico e de
ter o dom da oralidade para convencer as pessoas.
      Neste período a população residia em sua maioria na zona rural e com
condições de vida restrita, dependendo dos fazendeiros tanto para trabalhar assim
como para deslocarem-se de suas residências, até mesmo para cumprir com suas
obrigações eleitorais. Como descrever (LEAL, 1997 p. 56):


                     A maioria dos eleitores brasileiros reside e vota nos municípios do interior. E
                     no interior o elemento rural predomina sobre o urbano. Esse elemento rural,
                     como já notamos, é paupérrimo. São, pois os fazendeiros e chefes locais
                     que custeiam as despesas do alistamento e da eleição. Sem dinheiro e sem
                     interesse direto, o roceiro não faria o menor sacrifício nesse sentido,
                     documentos, transporte, alojamentos, refeições, dias da eleição, tudo é
                     pago pelos mentores políticos empenhados na sua qualificação e
                     compromisso.


      Dessa forma, o eleitor rural cria dependência para com o fazendeiro, sendo
este quem escolhe o candidato que o trabalhador deve votar como afirma Leal
(1997, p. 57): “é, portanto, perfeitamente compreensível que o eleitor da roça
obedeça à orientação de quem tudo lhe paga, com insistência, para praticar um ato
que lhe é completamente indiferente”.
      Em troca dos “favores” concedidos aos seus empregados os fazendeiros
tiravam proveito da falta de conhecimento destes, já que não freqüentavam escolas
e muitos não tinham contato com meios de comunicação, os donos das terras
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indicavam o candidato no qual eles deveriam votar. Com o passar do tempo esses
trabalhadores começaram a ter acesso a novas informações principalmente pelos
meios de comunicação e começaram a surgir as primeiras “traições”. Segundo Leal
(1997, p. 57):


                     Observadores locais costumam atribuí-lo a propaganda radiofônica. Nas
                     cidades do interior já são numerosos os aparelhos receptores, e os
                     trabalhadores rurais têm hoje maior possibilidade de contato com a sede
                     urbana pelo uso bastante generalizado do transporte rodoviário. [...] não se
                     deve esquecer também o grande incremento que se verificou durante a
                     guerra na migração de trabalhadores do campo para atividades urbanas
                     empreendimentos industriais, construção civil, bases militares, ou para
                     extração de borracha e exploração de minérios, especialmente cristais de
                     rocha e mica.


      Dessa forma, constata-se que a partir do momento que o cidadão teve acesso
a informações e as transformou em conhecimento buscou sua liberdade eleitoral até
então manipulada pelos fazendeiros.
      Os costumes eleitorais mudaram e os eleitores faziam parte de uma
sociedade essencialmente urbana e telemaníaca. Os eleitores têm mais acesso a
informações o que contribuiu para que os candidatos nas campanhas eleitorais
utilizem além do palanque da praça, o estúdio de televisão, representados pelas
pesquisas pré-eleitorais. Gráficos, manchetes em jornais, destaques na internet
agora este é o cenário das campanhas eleitorais onde são travadas verdadeiras
“batalhas” entre os marqueteiros, buscando mostrar o leitor a “imagem” e as
propostas de cada candidato. Entretanto, embora se realizem pesquisas eleitorais e
mesmo dispondo destas novas tecnologias no interior do Brasil, as campanhas
ainda têm como forma para aproximar o candidato do eleitor: o comício em praça
pública.


      Nas campanhas eleitorais de hoje, a informatização atrela-se à oralidade e a
linguagem matemática que através de resultados de pesquisas contribui para uma
mudança de valores e costumes.
      Habitualmente são realizadas pesquisas eleitorais com o propósito de
averiguar a situação dos candidatos perante o eleitor. Na análise e interpretação dos
dados são apresentadas informações que utilizam a linguagem matemática:
gráficos, porcentagens, conteúdos estatísticos e amostragem. Como conseqüência
da interpretação dos dados apurados há uma evolução positiva ou negativa do
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candidato. Isto influencia o andamento da campanha como, também, a aquisição de
recursos para arcar com as despesas geradas no período eleitoral. Além disso,
existem outros fatores que podem influenciar os eleitores na hora da decisão do
voto, por exemplo: ideologia, classe social, escolaridade, interesses pessoais,
preferência partidária, propostas dos candidatos, avaliação do desempenho do
governo, influencia dos amigos e familiares.
      Neste sentido percebe-se que a interpretação que os cidadãos têm das
pesquisas eleitorais depende da compreensão matemática dos dados. Diante desta
constatação este estudo pretende contribuir para uma reflexão crítica sobre a
importância de compreender as representações do eleitorado e a compreensão
matemática que estes fazem a respeito dos dados das pesquisas eleitorais.
      Segundo Almeida (2003): “As pesquisas eleitorais são uma espécie de
milagre estatístico que fazem mil pessoas falar por milhões”. Mas como as pessoas
do semi-árido baiano especialmente garimpeiros, trabalhadores rurais, estudantes,
políticos e professores residindo em uma cidade que tem como principais fontes de
renda a agricultura, a agropecuária e a extração mineral – esmeralda – e como
principal fontes de informações, compreendem a linguagem matemática das
pesquisas eleitorais?
      A partir desta indagação que norte-se-á o presente estudo buscando alcançar
os seguintes objetivos gerais: compreender as representações que o cidadãos da
comunidade pindobaçuense têm em relação as pesquisas eleitorais e, descobrir a
contribuição dos saberes matemáticos trabalhados na sala de aula na compreensão
dos resultados das pesquisas eleitorais. Em busca de objetivo mais específico,
analisar o nível de compreensão matemática dos eleitores submetidos a análise de
pesquisas eleitorais e averiguar se as pesquisas eleitorais são um dos fatores que
influenciam o voto do eleitor no município de Pindobaçu.
      Sendo assim apresentamos estas constatações e inquietações sobre como as
pessoas compreendem a linguagem matemática presente nos resultados das
pesquisas eleitorais que constituíram a idéia norteadora deste estudo monográfico.
19



CAPÍTULO       III:   MATEMÁTICA         COMO        FONTE       DE     INFORMAÇÃO            E
INTERPRETAÇÃO


      Com os avanços tecnológicos, nossa sociedade passa por significativas
transformações e o conhecimento é a peça norteadora para mudanças efetivas. Na
atual sociedade é imprescindível a formação educacional do cidadão, sendo assim,
o ambiente escolar deve possibilitar ao aluno saberes diversificados capacitando-os
para construção de habilidades que o credenciam para inserir-se numa sociedade
globalizada.


      Portanto ler, escrever e interpretar as informações requer a mobilização de
diversos saberes – tecnológicos específicos – orais, matemáticos e contextuais –
leitura de mundo – o dia-a-dia. Nesses, os saberes matemáticos se constituem
imprescindíveis para compreensão dessa sociedade matematizada que nos rodeia.


      Dessa forma a escola tem a incumbência de qualificar o aluno para enfrentar
uma sociedade marcada cada vez mais pelo desenvolvimento tecnológico onde o
saber é o fator determinante para o sucesso profissional e pessoal, como diz
Boavida (apud, BARALDI 1999 p.36):


                      [...] todo cidadão para ter acesso ao mundo de conhecimento cientifico e
                      tecnológico, precisa possuir uma cultura matemática básica que lhe permita
                      interpretar e compreender criticamente a matemática subjacente a inúmeras
                      situações do dia-a-dia, e também lhe permitir resolver problemas e tomar
                      decisões diante dos mais variados aspectos de sua vida.


      Assim a escola assume um papel de somar importâncias na formação do
individuo e na sua aquisição de conhecimento que possibilitem tais transformações.
Para isso a escola deve buscar renovar-se constantemente principalmente buscando
rever a forma como estão estruturados seus currículos como ressalta Pires (2000, p.
8). As medidas curriculares constituem fatores decisivos para a renovação e
aperfeiçoamento do ensino da matemática.
      E através de uma reestrutura contextualizada com a sociedade atual, busque
fazer possíveis mudanças que viabilizem o uso do conhecimento para que o
indivíduo possa interagir em uma sociedade globalizada, que exige que o mesmo
exerça multlipas funções. Parra (2000, p. 203)
20




                      [...] a organização curricular deve criar um ambiente escolar que possa ser
                      caracterizado como um espaço em que possa ser caracterizado como um
                      espaço em que, alem de buscar dados e informações, as pessoas tenham
                      possibilidade de construir seu conhecimento de desenvolver sua inteligência
                      com suas múltiplas competências”.


      Portanto, a educação além de proporcionar aquisições de conhecimento deve
ter como objetivo a formação do cidadão.
      A forma como o conhecimento é construído             ou       mais        habitualmente
transmitido no ambiente escolar na maioria das vezes dar-se de forma desvinculada
da realidade. Outro agravante é a desconsideração pela maioria dos professores, do
conhecimento que os alunos já têm, criando uma dificuldade para assimilar
conteúdos e conceitos estudados e relacioná-los ao seu meio social.
      Como diz Ausubel (1980, p. 45),


                       [...] aprender o significado de uma palavra-conceito exige obviamente um
                      conhecimento prévio de seus correspondentes referentes mais sofisticados
                      do que outras formas de aprendizagem referencial, uma vez que aprender o
                      significado da palavra-conceito difere, num aspecto importante, da
                      aprendizagem do significado de palavras que não representam conceito.


      Dessa forma, se faz necessário uma imediata transformação nos métodos de
ensino utilizados pelos professores de matemática tendo como objetivo despertar o
interesse do aluno pelos conteúdos estudados em especial a compreensão
matemática dos mesmos, alem de relacioná-los com o meio social no qual o aluno
está inserido levando-se em conta as suas experiências de vida.
      Com o propósito de enriquecer este estudo com mais informações referentes
ao papel da escola, tema este abordado no capitulo anterior, de forma sucinta serão
acrescentados neste capitulo algumas informações referentes à educação e o
ensino.
          A educação busca através de métodos capacitar o homem para conviver em
sociedade com o grupo ao qual pertence, de modo critico e atuante, como ressalta
Ausubel (apud BARALDI,1999, p. 33): “[...] A educação é entendida como uma
família de processos, cuja intenção é o desenvolvimento de qualidades desejáveis
nos indivíduos, ajuda a criar tipos de homens convenientes e desejáveis a uma
sociedade”.
21



      O ensino é considerado como regras utilizadas pelos professores a fim de
possibilitarem a construção do conhecimento referente a assuntos antes
desconhecidos. Dessa forma, Ausubel (apud BARALDI, 1999, p. 34) descreve: “o
ensino constitui-se num caminho para adquirir-se conhecimento, de forma
organizada, intencionada por alguém”.
      Fazendo uma referencia à Matemática evidenciam-se aspectos específicos
referentes ao conhecimento matemático: a natureza da matemática, conceito de
matemática – o simbolismo e o rigor.
      Um resgate histórico da produção do conhecimento matemático leva-me a
perceber que esta ciência surge inicialmente como uma resposta à necessidade de
sobrevivência e conseqüentemente de organização social.
      A necessidade de contar, de fazer plantações, a forma como construir suas
residências todas essas necessidades envolve um conhecimento matemático, como
diz Boeyer (1974, p. 440): “a matemática não é uma ciência natural, mas uma
criação intelectual do homem”.
      Com a evolução da sociedade o homem procurou transformar o meio em que
vivia. Tais modificações foram impulsionadas pelo desejo de transformar suas idéias
em realidade atingindo assim seu desenvolvimento intelectual. Sylvester (apud
BOEYER, 1974, p. 440) diz que: “A matemática se origina das forças das atividades
inerentes da mente humana, e da introspecção continuamente daquele mundo
interior do pensamento em que os fenômenos são tão variados e exigem atenção
tão grande quanto a do mundo físico exterior”.
      Através da busca por conquistas e do crescimento intelectual, havia duas
civilizações com diferentes idéias matemáticas: de um lado os babilônios com uma
matemática voltada para a exatidão; por outro lado os gregos com a geometria
buscando simbolismo matemático. Embora tais indagações feitas pelos gregos
tenham propiciado importantes contribuições, prevaleceu o raciocínio lógico e a
exatidão originada com os babilônicos, como destaca Courant (2000):


                     Talvez a antiga descoberta das dificuldades associadas a quantidades
                     incomensuráveis impediram que os gregos desenvolvessem a arte do
                     calculo numérico alcançado antes no oriente. Ao invés disso, eles forçaram
                     seu caminho através da intricada geometria axiomática pura. [...] por quase
                     dois mil anos, o peso da tradição geométrica grega retardou a inevitável
                     evolução do conceito de número e da manipulação algébrica, que mais
                     tarde constituiu a base da ciência moderna.
22



      A referida ciência quando se desprende do caráter puro, propicia o
desenvolvimento da sociedade, a partir do momento que o homem a utiliza para
satisfazer seus anseios. Logo, a matemática é tanto para intelectuais quanto para o
restante das pessoas, uma ciência que viabiliza, a partir de observações de
acontecimentos, a metamorfose do meio social. Pois. Segundo Courant (2000):


                     O que pontos, retas, números “efetivamente” são não pode ser dis- cutido
                     na ciência matemática. O que importa é o que corresponde os fatos
                     “verificáveis” é a estrutura e as relações entre objetos; que dois pontos
                     determinem uma reta, que os números se combinem de acordo com certas
                             regras para formar outros números, etc.


      Construindo uma interpretação adequada, a sociedade atual utilizará o
conhecimento matemático como instrumento de compreensão e transformação do
cotidiano.
      O importante é a aplicação do conteúdo matemático em atividades práticas e
não necessariamente sua definição como retrata Parra (1996, p. 13): “aos
professores de matemática compete selecionar entre toda matemática existente, a
clássica e a moderna, aquela que possa...
       Para seleção temos de levar em conta que a matemática tem um valor
formativo, que ajuda a estruturar todo o pensamento e agilizar o raciocínio dedutivo,
porém que também é uma ferramenta que serve para a atuação diária e para muitas
tarefas específicas de quase todas as atividades laborais... “O sentido da
matemática deve ser um constante equilíbrio entre a matemática formativa e a
matemática informativa”. Santaló (1996, p. 15)
      A sociedade está em processo contínuo de transformação onde cada vez
mais a informação e o conhecimento atrelam-se ao desenvolvimento. Hoje, não é
suficiente apenas ter informação. É preciso a partir da existência da mesma pensar
e agir de modo que venha produzir conhecimento que torne o indivíduo apto para
conviver com esta nova realidade.
      Segundo Machado (1993, p. 66):


                     Quando o homem comum dirige sua atenção para a matemática escolar,
                     passa a exigir dela alguma utilidade prática no sentido epidérmico supra-
                     referido. Levando que seu ensino é compulsório e que , na maioria das
                     vezes,não tem características suficientes atraentes, tais exigências parecem
                     bastantes naturais.
23



      Sendo assim o conteúdo trabalhado na escola deve mostrar ao aluno como
tais informações podem ser utilizadas no seu cotidiano. Assim como também, como
destaca Machado (1993, p. 65) que o discente seja capaz de perceber o fato de:


                      [...] a matemática ser cada vez mais utilizada nos mais abrangentes setores
                      do conhecimento. Da lingüística à psicanálise, da psicologia a medicina, da
                      economia ao estudo da comunicação humana, da biologia às ciências
                      sociais, sem esquecer das aplicações decorrentes da histórica e natural
                      associação da matemática com a chamadas ciências exatas como física, a
                      química, com a engenharia, ou ainda as que resultam de uma acentuada
                      tendência à informação da sociedade, com a expectativa da onipresença
                      dos computadores nas atividades humanas[...].


      Até mesmo os cidadãos desprovidos de qualquer escolaridade, na sociedade
atual são a todo instante cercados por novas informações: dados numéricos com
porcentagem sobre economia, pesquisas de opinião, desempenho da indústria,
índices de desemprego, entre outros. Skovsmose (2004, p. 35) conclui que:
”portanto, estamos diante de uma sociedade matematizada que tem nesta ciência a
base do desenvolvimento social”.
      Se a escola não se adequar a essa realidade o discente ficará desmotivado e
pouco interessado pelos conteúdos estudados, conseqüentemente, além de ocorre
um distanciamento, entre a escola e o cotidiano, o aluno poderá utilizar outros meios
para conseguir entender os acontecimentos que o cerca, principalmente na mídia,
correndo o risco de interpretar as informações recebidas de forma equivocada, como
alerta Parra (1996, p. 11):


                      [...] se a escola descuida-se e se mantém estática ou com movimento
                      vagaroso em comparação com a velocidade externa, origina-se um
                      afastamento ou divorcio entre a escola e a realidade ambiente, que faz com
                      que os alunos se situam pouco atraído pelas atividades de aula e busquem
                      adquirir por outros meios os conhecimentos que consideram necessários
                      para compreender à sua maneira o mundo externo, que percebem
                      diretamente ou através dos meios de comunicação.


Nesse sentido a compreensão do conhecimento matemático aplicável às situações
do dia-a-dia, constitui-se como um caminho para o exercício da cidadania.
24



CAPÍTULO IV: A PESQUISA E O MUNICÍPIO


       De acordo com DIAS, desde a primeira metade do século 20 tomou corpo na
sociologia da mídia uma visão profundamente funcionalista da comunicação social,
consignada nas pesquisas de opinião. O grande teórico desta sociologia, Paul
Lazarfeldt, pretendia dar aos fatos sociais uma formatação matemática. A partir da
idéia das pesquisas estruturadas em questionários, logo surgiram modelos com a
pretensão de quantificar graficamente os níveis de consciência das pessoas e dos
grupos. Estes modelos serviriam como uma referência na determinação dos
modelos de comunicação, a fim de serem aceitas as propostas de determinado
produto, incluindo aí os concorrentes a cargos eletivos. Isto é, em vez de aferir a
opinião, a pesquisa determina a opinião. (Datafolha, 2002).
       A formulação das questões também é importante momento da constituição de
certa ideologia que a pesquisa quer ver, pois é na pergunta que se define a
resposta. Exemplo mais gritante é o voto estimulado com cartão e a pergunta: "Se
as eleições fossem hoje, em qual destes candidatos você votaria?" O que ocorre é
que esta pergunta cria uma situação irreal, na medida em que as eleições não são
efetivamente naquele dia e, logo, a pergunta estará condicionada a uma
determinada conjuntura, diferente do fato real.
Mas a desinformação é o elemento mais importante na construção de uma opinião
pública favorável à manutenção do status. Por isso o grau de escolaridade ou, o que
seria mais preciso, o hábito de leitura, não é utilizado como filtro.
       Para realizar este trabalho serão feitos questionamentos com alguns cidadãos
do município de Pindobaçu, buscando descrever através das informações coletadas
suas experiências de vida e como elas estão relacionadas com as respostas dadas
sobre o tema de estudo.
       Segundo Ludke e André (1986, p.1) “para se realizar uma pesquisa é preciso
promover o confronto entre os dados, as evidencias, as experiências, as
informações coletadas sobre determinado assunto e o conhecimento teórico
acumulado a respeito dele”.
       Portanto, após a coleta dos dados estes serão confrontados com as
discussões que foram abordadas no capítulo anterior a fim de chegar a conclusões
relacionadas ao objetivo de estudo.
25



       A capitação das informações para desenvolver a pesquisa será feita por meio
de entrevista. Serão ouvidas 15 pessoas; sendo 05 trabalhadores escolarizados e 10
estudantes, destes, 05 pertencentes a zona rural e 05 a zona urbana.
       A escolha para realizar a pesquisa por meio de entrevistas parece mais
apropriada, pois esta diferencia dos outros métodos de investigações por permitir a
obtenção de informações independentes do grau de escolaridade dos cidadãos,
alem de mostrar através das respostas dos entrevistados detalhes sobre suas
experiências de vida, facilitando relacionar a resposta com o meio ao qual esta
inserida.
       Durante a realização das entrevistas será necessário delimitar o tema
abordado pelo estudo, pois o discurso sobre “política” remete as pessoas avaliações
partidárias e ideológicas correndo o risco de fugir ao assunto principal. Levando em
consideração o que Bogdan e Biklen ( apud LUDKE, 1986 p.13):


                     A pesquisa qualitativa ou naturalista envolve a obtenção de dados
                     descritivos obtidos do contato direto do pesquisador com a situação
                     estudada, enfatiza mais o processo do que o produto e se preocupa em
                     retratar as perspectivas dos participantes.


       Em uma entrevista há uma maior aproximação entre entrevistado e
entrevistador. Portanto, é de suma importância criar um clima de confiança mutua
entre as pessoas envolvidas, pois, possibilitará a obtenção de informações de modo
eficaz e satisfatório. Embora a realização das entrevistas siga um roteiro este é
flexível, aberto a modificações. Assim, os questionamentos não serão feitos por uma
ordem lógica, porém de acordo com as respostas obtidas serão aproveitadas para o
tema do estudo, dessa forma a entrevista da referida pesquisa será semi-
estruturadas se desenrolando a partir de um esquema básico, porém não aplicado
rigidamente, permitindo que o entrevistador faça as necessárias adaptações.
       As entrevistas serão feitas na cidade de Pindobaçu, num dia de segunda-
feira. A determinação do dia é por conta da feira livre municipal, o que torna mais
fácil encontrar as pessoas com perfis diferenciados que nos fornecerão as
informações mais aproximadas das diversas realidades que constitui a comunidade
pindobaçuense.
       Os dados serão registrados em tabelas que serão levados para o campo de
pesquisa e posteriormente organizados, a fim de mostrar o perfil do cidadão
26



entrevistado. Embora a pesquisa tenha caráter qualitativo será necessário fornecer
subsídios para uma melhor compreensão do objeto de estudo.
      Caso as informações obtidas necessitem de maiores esclarecimentos
retornarei ao campo para entrevistar novamente as mesmas pessoas a fim de obter
maiores detalhes a respeito do tema estudado.
27



4.1 O MUNICÍPIO


       Pretende-se agora mostrar dados coletados e, em seguida a interpretação
com base nos objetivos que norteiam o estudo.
       Serão destacados os dados do Censo 2000, referente a educação e condição
econômica dos habitantes de Pindobaçu, pois os mesmos servirão como parâmetro
para análise das respostas dos entrevistados na referida pesquisa, onde serão
confrontados os dados coletados nas entrevistas com essa realidade educacional e
econômica.


       As informações referentes a educação do município com base no censo 2000.
(Quadro 1):
DESCRIÇÃO                                   VALOR             UNIDADE
Pessoas sem instrução e menos de 3524                         habitantes
um ano de estudo
Pessoas que possuem de 1 a 3 anos 5835                        habitantes
de estudo
Pessoas que possuem de 4 a 7 anos 5027                        habitantes
de estudos
Pessoas que possuem de 8 a 10 anos 1073                       habitantes
de estudos
Pessoas que possuem de 11 a 14 607                            habitantes
anos de estudos
Pessoas que possuem de15 anos ou 41                           habitantes
mais de estudos
Fonte: IBGE Censo 2000 (os percentuais levaram em consideração os dados do censo para pessoas
com 10 anos ou mais de idade).



       De acordo com o quadro acima, cerca de 73% de seus habitantes possuem
até 7 anos de estudo; apenas 0,45 tem mais de 15 anos de estudos. Portanto, de
acordo com os dados do censo a maioria da população do município tem um baixo
grau de instrução.
28



          As informações referentes aos rendimentos da população do município com
base no censo 2000. (Quadro 2):


DESCRIÇÃO                                VALOR         UNIDADE
Pessoas com rendimento de até 1          4624          habitantes
salário
Pessoas com rendimento de 1 até          1341          habitantes
2 salários
Pessoas com rendimento de 2 até          355           habitantes
3 salários
Pessoas com rendimento de 3 até          380           habitantes
5 salários
Pessoas com rendimento de 5 até          202           habitantes
10 salários
Pessoas com rendimento de 10 até         42            habitantes
20 salários
Pessoas com rendimento com mais          23            habitantes
de 20 salários
Fonte: IBGE Censo 2000


          De acordo com os dados do quadro acima, cerca de 50,81% da população
que reside no município recebe rendimentos mensais até um salário mínimo; 0,25%
da população recebe mais de 20 salários. Dessa forma podemos constatar que mais
da metade da população tem baixo poder aquisitivo por estar localizado numa região
onde é escassa a oferta de empregos, isto torna o cidadão pindobaçuense
dependente de “favores” dos políticos para viabilizarem a oportunidade de trabalhar
e melhorar sua renda.


          O município criado na década de 1950 estrutura-se administrativamente
pertencendo a uma região cujas condições político-econômicas são muito pouco
expressivas. Pindobaçu, além de estar inserido em uma região cujo relevo
demonstra topografia regularmente acidentada, o que diminui sua aptidão para
algumas atividades do setor primário, perdeu grande parte de sua área para o
município desmembrado Filadélfia, que acabou por constituir município de maior
29



extensão territorial que o próprio município mãe. De acordo com AEB (Anuário
Estatístico da Bahia):




       Em sequência as Informações referentes as condições climáticas, data de
criação do município e sua localização. (Quadro 3):



Região de Planejamento: (004) Nordeste
Região Administrativa: (028) Senhor do Bonfim
Região Econômica: (010) Região do Piemonte norte do Itapicuru
Região Semi-Árido para o FNE-_SEDENE, resolução nº10929/94
Ano de Criação do Município: 1953
Município de origem: Campo Formoso
Área: 529,9Km²
Distância da Sede para a Capital Salvador: 377km
Fonte SEI – Anuário Estatístico da Bahia, 1997


       Sabendo-se da existência do potencial mineral da região, com produção de
pedras preciosas, principalmente esmeraldas, a atividade mineradora constituída por
sistema de garimpo, atraiu grande fluxo de mão de obra para o interior do município
a partir da década de 1960, o que fez florescer o povoado de Carnaíba, serra do
mesmo nome, cujo contingente populacional se eleva intermitentemente. A
população do povoado oscila de acordo com a descoberta de novas lavras e com o
aquecimento da produção podendo chegar a um significativo contingente.


       Já quanto a situação econômica da comunidade,             em tempos      de
disponibilidade rendimento pelas famílias, o quadro encontrado revela um baixo
poder de compra dos agentes agravados, principalmente, nos períodos em que a
produção agropecuária e mineral sofre redução.
30



4.2 INTERPRETAÇÃO DOS DADOS DA PESQUISA


      A fim de alcançar os objetivos da pesquisa que esta sendo realizada, foram
submetidos aos questionamentos a compreensão matemática dos cidadãos do
município de Pindobaçu. Foram ouvidos trabalhadores e estudantes da zona rural e
urbana, destes, a maioria são do sexo masculino, com uma faixa etária média de 16
a 35 anos de idade. É importante ressaltar que os entrevistados eram escolarizados,
pois um dos objetivos do estudo é mostrar a compreensão matemática dos
resultados das pesquisas eleitorais.
      Nos parágrafos são mostradas as informações que foram obtidas durante as
entrevistas e a análise das mesmas.
Leitura e Interpretação gráfica: Os conhecimentos que devem ser mobilizados para
uma melhor interpretação dos gráficos utilizados na pesquisa são:
             Conhecimento de percentagem
             Conhecimento de estatística
             Conhecimento de amostragem
      Foram expostos aos entrevistados Três gráficos que mostram supostamente
o desempenho de alguns candidatos perante a opinião pública. Embora os gráficos
tenham formatos diferentes, os dados percentuais não são alterados, A seguir são
mostrados os gráficos utilizados durante a realização da entrevistas: Gráfico 01,
Gráfico de barras em 3D, mostrando supostamente o desempenho dos candidatos:
Luiza, Rachel, Ayrton e outros.

                                   Percentual
                                       Percentual




                                  37            32
                 19
                                                          12


              Luiza         Rachel          Ayrton     Outros


Gráfico 02:Gráfico com formato de linhas em 3D, mostrando supostamente os dados
percentuais e desempenho dos candidatos: Luiza, Rachel, Ayrton e outros.
31




     40
     30
     20
     10                                                                  Série1
      0

             LUIZA                                              Série1
                      RACHEL
                                  AYRTON
                                                    OUTROS




Gráfico 03: Gráfico com formato de pizza em 3D, mostrando supostamente os dados
percentuais dos candidatos: Luiza, Rachel, Ayrton e outros.




                        LUIZA   RACHEL     AYRTON      OUTROS


                         12%                             19%

                32%
                                                      37%




          Os entrevistados do município de Pindobaçu, em sua maioria, ao se
depararem com os gráficos que mostram supostamente resultados de pesquisas
eleitorais, fizeram uma leitura simplista mesmo. Embora conseguissem perceber nos
gráficos que lhes foram apresentados, qual candidato tinha melhor ou pior
desempenho, mais essa analise ficou reduzida a uma compreensão numérica. Tal
32



afirmação pode ser comprovada, analisando as respostas dos entrevistados quando
aos mesmos foram pedidos que analisassem os três gráficos acima mostrados:


“No gráfico 01: Luiza tem o pior desempenho e Rachel com 37% dos votos é a
melhor colocada. E nos gráficos 02 e 03 os candidatos mantêm as mesmas
posições”.
Estudante I
“No gráfico 01: Rachel com 37% está na frente”.
“Nos gráficos 02 e 03: os candidatos ficam na mesma posição com os mesmos
valores do gráfico anterior”.
Trabalhador I
       Os entrevistados citam o valor trinta e sete por cento, entretanto quando
foram questionados se sabiam o que significado do valor citado, assim
responderam:


“E o total de votos que o candidato tem, assim dá para saber qual o candidato que
está na frente ou atrás nas pesquisas”.
Estudante I
“O significado eu não sei, mas com esses números dá para saber quem está
ganhando nas pesquisas”.
Trabalhador I
       E quando questionados se recordavam de algum conteúdo estudado na
escola que os ajudou a interpretar os gráficos responderam da seguinte forma:


“Posso até ter visto só que não me lembro”.
Estudante I
“Essas informações sempre passam na televisão nas revistas, agora na escola eu
estudei, mas não aprendi direito”.
Trabalhador I
       Logo, pode-se constatar que os entrevistados não conseguiram associar o
conteúdo estudado com a realidade. Para uma melhor interpretação deveriam
mobilizar os conhecimentos referentes a estatística e a porcentagem, que na
interpretação dos entrevistados ficou reduzida, a uma compreensão numérica que
pode ser percebida pelo fato deles não saberem o significado do valor trinta e sete
por cento. Estes conteúdos porcentagem estatística fazem parte do currículo de
33



matemática. O que leva-nos a perceber que o trabalho desenvolvido em sala de aula
não levou o aluno a relacioná-lo com a realidade.


       A compreensão errônea é originada do acesso a informações vindas de
outros meios do mundo externo e estruturada de forma inadequada pelo discente,
como alerta Parra (1996), se a escola não contextualizar seus conteúdos com a
realidade do aluno isto provocará uma desmotivação para o aprendizado e o
discente buscará em outras fontes, meios para compreender os acontecimentos do
seu dia-a-dia. Dessa forma, o ensino distancia-se dos anseios da atual sociedade,
que exige dos cidadãos a análise, a interpretação e a interação no meio social.


       Entretanto, é importante salientar que alguns entrevistados, a minoria,
lembram ter visto na escola conteúdos que os ajudou a compreender o resultado
das pesquisas, conforme relatam abaixo:


“Analise no gráfico está aqui bem clara, a candidata Rachel 37%, ela está com a
chance maior na população. Ayrton tem 32% e Luiza tem 19%”.


“No gráfico 2, muda o formato mas o desempenho dos candidatos é o mesmo e os
valores não mudam”.


No gráfico 3, esse aqui é o que a gente chama na forma de pizza, eu aprendi isso na
escola, mas para mim ele está mostrando o mesmo resultado dos gráficos
anteriores”.
Estudante III
“No gráfico 01: 37% dos entrevistados estão preferindo a Rachel”.
“No gráfico 2 e 3 os candidatos mantém o mesmo desempenho, lembro-me em uma
aula de matemática ter visto com o professor o comportamento de alguns gráficos
parecidos com esses”.
Estudante V
       Questionando os entrevistados a respeito do significado dos valores
percentuais citados responderam da seguinte forma:
“porcentagem quer dizer parte de um todo, é uma amostra”.
Estudante III
34



       A fim de esclarecer se o entrevistado tinha conhecimento de amostragem foi
pedido que o mesmo desse uma definição sobre a mostra.


“A amostra é a seleção de um grupo de pessoas de um determinado local para
apinar a respeito de um determinado assunto”.
Estudante III
       De acordo com os depoimentos acima, observa-se que os entrevistados além
de lembrarem assuntos vistos na escola que possibilitaram uma melhor
compreensão gráfica, também conseguiram fazer a conexão dos conteúdos
estudados no recinto escolar com uma das inúmeras situações do cotidiano.
Compreensões gráficas também conseguiram fazer a conexão dos conteúdos
estudados no recinto escolar com uma das inúmeras situações do dia-a-dia.
Portanto, os saberes matemáticos adquiridos na escola, ajudaram-nos a fazer uma
melhor compreensão dos resultados das pesquisas eleitorais.


       Assim, percebe-se que o acesso a educação capacitou o cidadão para fazer a
leitura da sociedade, especialmente uma leitura matemática, em diversas situações.
Tornando o individuo apto a compreender de forma critica as informações que o
cerca. Conforme disse Baraldi (1999):


                    a educação é entendida como uma família de processos, cuja função é
                    desenvolver qualidades no homem, para que o mesmo possa capacitar-se
                    para conviver com outras pessoas com diferentes conhecimentos e juntos
                    construam o desenvolvimento da sociedade de forma consciente e
                    democrática.


       Com o objetivo de averiguar se as pesquisas eleitorais são um dos fatores
que influenciam no voto do eleitor no município de Pindobaçu, foi levantada a
seguinte hipótese: Se o seu candidato estiver com trinta por cento das intenções de
voto e o candidato do seu vizinho estiver com setenta por cento das intenções, isto
faria você mudar de candidato?


       Alguns entrevistados assim, responderam:


“Não, porque essa é a minha opção e independente do resultado da pesquisa ela
não muda”.
35


Estudante VI



“Não, porque eu analiso o que ele pretende fazer, os projetos dele”.
Estudante IX
“Para as pessoas que não tem certa estrutura isso pode influenciar. As pessoas
dizem o seguinte: - eu vou votar no candidato que está ganhando para não perder o
meu voto. Agora no meu caso, eu analiso as propostas. O candidato não pode estar
no topo da pesquisa, mas ele tem boas propostas”.
Trabalhador V
       Depois de realizada a entrevista e analisado os dados coletados, foi
percebido que independente do resultado das pesquisas eleitorais os cidadãos do
município de Pindobaçu não são influenciados pelos resultados das pesquisas
eleitorais. O que os entrevistados levam em conta são as propostas dos candidatos.


       Para compreender as representações que os eleitores da comunidade de
Pindobaçu têm sobre as pesquisas eleitorais, os entrevistados foram submetidos
aos seguintes questionamentos:


                Para você o que é uma pesquisa eleitoral?
                Qual a finalidade de uma pesquisa eleitoral?
                Você acha que os resultados de uma pesquisa eleitoral são
                importantes. Por quê?


       Diante das respostas obtidas constata-se que para os eleitores da referida
cidade, a pesquisa eleitoral é um instrumento de pesquisa de opinião que mostra as
intenções de votos da população em relação a determinado candidato com maior
chance de vencer a eleição.


       Quanto a divulgação dos resultados de uma pesquisa, segundo os cidadãos
pindobaçuenses são importantes para o eleitor acompanhar o desempenho dos
candidatos.
       Porem, alguns se mostram preocupados com relação a veracidade das
informações contidas nas pesquisas, como comenta um dos entrevistados:“O
resultado dessa pesquisa tem que ser fidedigno. Pois às vezes são feitas pesquisas
36



onde o nível de qualidade da empresa contratada não é satisfatório Então você têm
uma pesquisa que não mostra a realidade de uma cidade”.
Trabalhador III
       Após o trabalho de investigação com os cidadãos de Pindobaçu submetidos
aos questionamentos do estudo que foi desenvolvido constata-se que suas
experiências de vida e o acesso aos meios de comunicação permitiram que os
cidadãos submetidos a análise das pesquisas eleitorais fizeram a seu modo a
interpretação dos resultados da referida pesquisa, embora esta análise tenha ficado
restrita a uma compreensão numérica.


       Dessa forma, conseguiram ir além desta interpretação numérica, o que
demonstra que a escola desempenhou um papel de suma importância para que os
alunos pudessem acompanhar a compreensão da realidade. Contextualizando os
conteúdos a instituição de ensino pode fazer com que o discente consiga não só a
interpretação de dados, mas também compreender de maneira crítica os
acontecimentos que o cerca.
37



CONSIDERAÇÕES FINAIS


      Estamos vivendo em uma sociedade em que a todo estante temos contato
com   novas    informações   e   sobre   assuntos   diversificados.   Para   podemos
compreendê-los é necessário que utilizemos o nosso conhecimento do dia-a-dia
junto aos escolares para obtermos uma melhor interpretação da realidade.
      Para que isso aconteça é necessário que a escola trabalhe no aluno suas
habilidades para inseri-lo nessa realidade.
      Nesta pesquisa, procuramos mostrar, identificar e analisar alguns dos
conhecimentos matemáticos que a população do Município de Pindobaçu utiliza
para justificar a sua escolha nas pesquisas eleitorais. A partir de então, observamos
que a mesma faz uso da matemática estatística e muitas vezes verificamos que
embora// não disponham de conhecimentos sistematizados sobre a matemática,
alguns também não conseguem associar o conteúdo estudado com a realidade.
      Para alcançar os objetivos da pesquisa, foram entrevistados cidadãos
escolarizados pindobaçuenses da zona rural e urbana, com uma faixa etária média
de 16 a 35 anos de idade entre eles foram ouvidos trabalhadores e estudantes.
Utilizamos além de questionário, três tipos de gráficos sem alteração, com os
mesmos dados e supostamente o desempenho de alguns candidatos seguindo a
opinião pública para que analisassem. Constatamos que alguns conseguiram fazer a
leitura e interpretação gráfica, também mostraram seu conhecimento em relação a
porcentagem e estatística.
      Verificamos ao longo do processo de entrevistas e interpretações, que alguns
dos entrevistados não conseguiram associar o conteúdo estudado com a realidade.
Vimos também que, para que tivessem uma melhor interpretação deveriam mobilizar
os conhecimentos referentes a estatística e a porcentagem. Como muitos não
conseguiram, nós percebemos que o trabalho desenvolvido em sala de aula muitas
vezes não levou o aluno a relacionar-se com a realidade.
      Sendo assim, podemos entender que muitas vezes o ensino distancia-se dos
anseios da atual sociedade, que exige dos cidadãos, a interpretação e a interação
no meio social, é importante ressaltar também que alguns entrevistados, a minoria,
lembram ter visto na escola conteúdos que os ajudou a compreender o resultado
das pesquisas. Para que haja mudança em nossa realidade é importante que a
escola direcione melhor seus alunos para que os mesmos consigam ser cidadãos
38



críticos e atuantes capazes de interagir e agir no meio social. Os professores “do
Município de Pindobaçu” deverão contextualizar os conteúdos trabalhados em sala
de aula para melhor conhecer as expectativas do aluno, e este, compreender de
maneira crítica os acontecimentos que o cerca.
      Nesse sentido a compreensão do conhecimento matemático aplicável às
situações do dia-a-dia, constitui-se como um caminho para o exercício da cidadania.
39



REFERÊNCIAS


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de...(2003,P.18) http://www.al.es.gov.br/
AUSUBEL, David P.; NOVAK, Joseph D. e HANESIAN, Helen. Psicologia
Educacional. Trad. Eva Nick. 2ª edição. Rio de Janeiro: Interamericana, 1980.
BARALDI, Ivete Maria – Matemática na Escola que Ciência é Esta. Bauru:
EDUSC.1999.
BICUDO, M. A. V., GARNICA, A. V. M. Filosofia da educação matemática. Belo
Horizonte: Autêntica, 2002.
BICUDO, Maria Aparecida Viggiani (Org.). Educação matemática. 2. ed. São Paulo:
Centauro: 2005.
BOEYER, Carl Benjamin 1906 – História da Matemática; Tradução: Elza F. Gomide
– São Paulo, Edgard Blucher, 1974.
BRASIL, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. PCN+ Ensino Médio:
Orientações Educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares
Nacionais. Linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: Ministério da
Educação/Secretaria de Educação Média e Tecnológica, 2002.
COURANT, Richard e Robbins – O Que É Matemática? Rio de Janeiro: Editora
Moderna LTDA, 2000.
D’AMBROSIO, U. Da realidade à ação: reflexões sobre educação e matemática.
São Paulo: Summus, 1986.
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Ubiratan D‟Ambrosio. – Campinas, SP: Papirus, 2000.
KOCH, Ingedore G. Villaça. Argumentação e linguagem. 3. ed. - São Paulo:
Cortez, 1993.
KUHN, T. S. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva,
2000.
LEAL, Victor Nunes – Coronelismo, Enxada e Voto: O Município e o Regime
Representativo – Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1997.
LUDKE, Menga & ANDRÉ. Pesquisa em Educação: Abordagens Qualitativas /
Menga Ludke, Marli E. D. A. André. – São Paulo: EPU 1986.
MACHADO, Nilson José, 1946 - Matemática e Língua Materna: Análise de uma
Impreguinação Mútua / Nilson José Machado. 3ª ed. – São Paulo:Cortez, 1993.
NETO, Ernesto Rosa.Didatica da matemática „‟. 11. ed. 6. Reimpressão. São
Paulo: Ática, 2006.
NOELLE-NEUMANN, Elisabeth. La espiral del silencio – opinión publica:
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PARRA, Cecília – Didática da Matemática: Reflexões Psicológicas / Cecília
Parra,Irmã Saiz...[ et. al.]; trad.Juan Acuña Liorens.Porto AlegreArtes Médicas, 1996.
PIRES, Célia Maria Carolino. Currículo de Matemática – Da Organização Linear a
Ideia de Rede. São Paulo, FTD. 2000.
ROUSSEAU, Jean Jacques. O contrato social: princípios do direito político. Rio
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SANTALÓ, L. A. Matemática para não-matemáticos. In: PARRA, C.; SAIZ,
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http://www.galaxy.intercom.org.br:
40




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Paulo: Companhia das Letras, 1995.
SKOVSMOSE, Ole. Matemática em Ação. In: Bicudo, M.A.V. Borba, M. de C.
(orgs). Educação Matemática: Pesquisa em Movimento. São Paulo: Cortez, 2004.
VYGOTSKY, L. P. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
DATAFOLHA – 2002
Site Visitado:
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Importância da compreensão matemática na interpretação de pesquisas eleitorais

  • 1. 9 INTRODUÇÃO A matemática surgiu a partir do momento em que o homem sentiu necessidade de organizar o espaço a sua volta, de construir e resolver problemas referentes ao seu dia-a-dia. Para tanto, foi essencial o domínio de determinadas habilidades matemáticas pelo cidadão para assim mover-se na sociedade. Sobre matemática D‟Ambrósio (2000, p.7) afirma: Vejo a Disciplina matemática como uma estratégia desenvolvida pela espécie humana ao longo de sua história para explicar, para entender, para manejar e conviver com a realidade sensível, per-ceptível e com o imaginário, naturalmente dentro de um contexto natural e cultural. Para realizarmos este trabalho, fomos especialmente motivados pela necessidade de compreender a importância do ensino da matemática na interpretação dos gráficos resultante de pesquisa eleitoral, bem como sua repercussão, na opinião pública do município de Pindobaçu. Moveu-se também pelo fato desta pesquisa está inserida diretamente no contexto da população que se mostra curiosa em relação aos gráficos matemáticos propostos no momento das entrevistas e na apresentação de dados estatísticos, que trazem informações sobre a situação dos candidatos. Diante disso, apresentamos nosso trabalho com o objetivo principal de conhecer e discutir os conhecimentos matemáticos dos cidadãos pindobaçuense, relacionados com a matemática ensinada na sala de aula, procurando estabelecer vínculos existentes entre os mesmos, bem como verificar a compreensão matemática dos resultados das pesquisas eleitorais. Então, mostraremos no Capítulo I, A Linguagem Matemática, partimos da dificuldade que o cidadão tem em ler e entender um texto matemático e a importância da opinião pública numa pesquisa eleitoral. No Capítulo II, A Compreensão das Pesquisas Eleitorais enfocou sobre o pleito eleitoral de 2008 e a compreensão dos cidadãos sobre o mesmo. A seguir, no Capítulo III, apresentamos a Matemática como Fonte de Informação, mostramos como são aplicados os conteúdos em sala de aula. No último Capítulo, abordamos a Pesquisa e o Município, apresentamos o caminho da pesquisa o resultado da entrevista e os dados estatísticos do nosso trabalho.
  • 2. 10 Para alcançar os objetivos da pesquisa, foram entrevistados cidadãos escolarizados pindobaçuenses pertencentes a zona rural e urbana, com uma faixa etária média de 16 a 35 anos de idade entre eles foram ouvidos trabalhadores e estudantes. Verificamos ao longo do processo de entrevistas e interpretações, que alguns dos entrevistados não conseguiram associar o conteúdo estudado com a realidade. Vimos também que, para que tivessem uma melhor interpretação deveriam mobilizar os conhecimentos referentes a estatística e a porcentagem. Sendo assim, podemos entender que muitas vezes o ensino distancia-se dos anseios da atual sociedade, que exige dos cidadãos, a interpretação e a interação no meio social. Para que haja mudança em nossa realidade é importante que a escola direcione melhor seus alunos para que os mesmos consigam ser cidadãos críticos e atuantes capazes de interagir e agir no meio social. Os professores “do Município de Pindobaçu” deverão contextualizar os conteúdos trabalhados em sala de aula para melhor conhecer as expectativas do aluno, e este, compreender de maneira crítica os acontecimentos que o cerca.
  • 3. 11 CAPÍTULO I: A LINGUAGEM MATEMÁTICA Ao depararmos com a dificuldade de ler e entender um texto matemático permeado de símbolos e também de técnicas para a resolução de problemas percebemos, que é, sem dúvida, um fator de segregação, não só nas escolas como também na sociedade. Sabemos que o conhecimento da matemática propicia o acesso a muitas das mais bem sucedidas profissões atuais e que, para atingir certo grau desse conhecimento, faz-se necessário o uso de habilidades e competências superiores como: interpretar, analisar, inferir, deduzir, induzir. Quando se compreende o significado matemático é notório o envolvimento e com isso, percebemos que a Matemática tem linguagem própria, e quando a dominamos, é como se aprendêssemos a falar, a ler e a nos comunicar em outra língua. Comparar a matemática com o falar é fundamental para isso, D‟Ambrosio (1986, p. 35), afirma: [...] o fato de a matemática ser uma linguagem (mais fina e precisa que a linguagem natural) que permite ao homem comunicar-se sobre fenômenos naturais, conseqüentemente, ela se desenvolve no curso da história da humanidade desde os “sons” mais elementares, e, portanto intimamente ligada ao contexto sociocultural em que se desenvolve – por isso falamos em matemática grega, matemática hindu, matemática pré-colombiana. Sobre isso se faz necessário que o professor leve o aluno a desenvolver a linguagem matemática de forma que ela se torne tão natural quanto à linguagem diária. No entanto, precisa perceber que o contexto em que atua necessita ser modificado, já que a Matemática como qualquer outro conhecimento sofre a influência do meio onde está inserido e dependendo da época em que está sendo trabalhada é apresentada de forma contextualizada. É preciso integrá-lo tanto espacialmente quanto temporalmente. O aluno não pode estar imune ao contexto circundante e precisa se envolver e participar da evolução e da tecnologia. É de nosso conhecimento que não é possível ensiná-la hoje como ela foi ensinada ontem, porque tanto a linguagem, quanto o comportamento dos seus usuários e beneficiários se alterou e continua sofrendo evolução de forma contínua. Atualmente existe a necessidade do desenvolvimento de competências e habilidades em Matemática para analisar o processo envolvido na resolução de
  • 4. 12 qualquer situação-problema. Nesta etapa, além da leitura e de conhecimentos específicos de Matemática, as situações propostas envolvem também o domínio dos códigos e nomenclatura da linguagem Matemática, a compreensão e interpretação de diagramas e gráficos e a relação destes elementos com a linguagem discursiva. Aprender Matemática de uma forma contextualizada, integrada e relacionada a outros conhecimentos traz em si o desenvolvimento de competências e habilidades que são essencialmente formadoras, à medida que instrumentalizam e estruturam o pensamento do aluno, capacitando-o para compreender e interpretar situações, se apropriar de linguagens específicas, argumentar, analisar e avaliar, tirar conclusões próprias, tomar decisões, generalizar e para muitas outras ações necessárias à sua formação. (BRASIL, 2002, p. 111). A preocupação em desenvolver esse trabalho esta inteiramente ligada à compreensão do cidadão em, ler, analisar e interpretar a situação por inteiro, decidir sobre a melhor estratégia para resolvê-la, tomar decisões, argumentar, expressar-se e fazer registros. É interessante que a Matemática possa ser trabalhada de forma isolada na construção de conceitos que suportem a interdisciplinaridade. Ao fazê-la percebe-se que será mais produtivo se for trabalhada de forma contextualizada com as demais áreas do conhecimento. Para isso é necessário que o professor passe a elaborar formas diferenciadas de trabalhar os seus conceitos e isso significa elaborar novos modelos de ensinar e aprender. Sabemos que o discurso pedagógico da Matemática faz parte da Educação Matemática e tem interesse em interagir na postura, na metodologia, na didática, nos texto didático escrito e falado. Mudar de discurso ou defender discursos diferentes, “é uma revolução que não se dá de um dia para o outro”, para Kuhn (2000, p. 26): Uma nova teoria, por mais particular que seja seu âmbito de aplicação, nunca ou quase nunca é um mero incremento ao que já é conhecido. Sua assimilação requer a reconstrução da teoria precedente e a reavaliação dos fatos anteriores. Esse processo intrinsecamente revolucionário raramente é completado por um único homem e nunca de um dia para o outro.
  • 5. 13 Segundo a afirmação, pode-se dizer que a Educação Matemática é vista como revolução no sentido da construção de saberes significativos que só se tornam possíveis perante mudanças de paradigmas. Sobre essa mudança em relação à Educação Matemática, Bicudo e Garnica (2002, p. 40), defendem que: Educação Matemática será, pois, expressão vaga se não for concebida como preenchendo-se, reflexiva e continuamente, dos significados que vêm da prática. A Educação Matemática dá-se como uma reflexão-na-ação. Ação que ocorre num contexto no qual vivemos com o outro: compartilhando vivências. Para que haja essa revolução, elementos deverão ser analisados na tentativa de compreender os fatores que levam o aluno a não perceber a Matemática como uma linguagem estruturada para expressar idéias, conceitos e, também, a não entender os seus mecanismos de funcionamento. Atualmente é comum a menção ao analfabetismo matemático que caracterizaria o fato de que um sujeito não consegue desenvolver um mínimo de habilidade matemática. Isto significaria conhecer e distinguir os números, as operações aritméticas básicas, ainda ser incapaz de formular qualquer análise crítica ou tirar conclusões a partir de informações numéricas. Será que isso acontece pela forma com se ensina Matemática nas escolas? Possivelmente, pois na maior parte das vezes, o ensino é pautado no trabalho mecânico e descontextualizado, enfatizando técnicas operatórias e memorização de fórmulas e propriedades. É interessante ressaltar que para a pessoa estar matematicamente alfabetizada significa que entende o que lê e o que escreve, bem como, percebe o significado do ato de ler e escrever no contexto da Matemática. Dependendo da forma como os conceitos são trabalhados terão significados diferentes para quem aprende. Sobre esse tema, Halliday (1973, apud, INGEDORE, 1993, p. 22) afirma que ao imaginar um sistema capaz de explicar tanto a estrutura do enunciado como o jogo de enunciação, define o texto como ”realização verbal entendida como uma organização de sentidos, que tem o valor de uma mensagem completa e válida num contexto dado”.
  • 6. 14 Portanto ao fazer um comparativo, analisando a idéia de que as palavras e os símbolos não são sempre empregados da mesma maneira, pode-se dizer que o significado tanto de um símbolo como de uma palavra vai depender da maneira pela qual são relacionados entre si e com outros elementos, ou seja, depende do contexto em que se encontram. Para isso será necessário descrever: a semântica, a sintática e a pragmática. Sobre seus conceitos e significados, descreve-se que a semântica se refere às transformações do significado, tratando-se da dimensão mais abrangente, pois, tem ligação com as demais, a sintática é vista como sendo a maneira em que as palavras ou símbolos são usados em uma sentença ou fórmula matemática já a pragmática faz referência aos significados que cada palavra ou símbolo tem em relação as vivências e experiências individuais. O reconhecimento de que a Matemática raramente é ensinada da forma como é praticada tem levado estudiosos a rever esse ensino. Vygotsky já afirmava que a aprendizagem dos conceitos deveria ter origem nas práticas sociais. “O significado de uma palavra representa um amálgama tão estreito do pensamento e da linguagem, que fica difícil dizer que se trata de um fenômeno da fala ou de um fenômeno do pensamento” (VYGOTSKY, 2003). A respeito dessa prática social podemos fazer uma relação com uma campanha eleitoral. Este tipo de questão desperta mais interesse do que o problema de como obter o apoio da opinião pública. Ao analisarmos a literatura da Grécia e Roma antigas, bem como ao longo da Idade Média, os filósofos tinham inteira consciência da importância da opinião das massas. No século XVIII, entretanto, a expressão de opinião pública foi submetida a uma análise e a um tratamento mais sistemático. Diante disso, muitos autores vêm dando especial atenção ao caráter emocional e irracional do processo formativo da opinião pública. Neste sentido, nos séculos XVII e XVIII, escritores como Voltaire, Hobbes, Locke e Hume voltaram-se ao assunto. Para Hobbes, o mundo seria governado pela opinião. Locke considerou a opinião como uma das três categorias do direito; enquanto Hume afirmou que na opinião é que o governo se fundamenta. Embora tenham sido contribuições iniciais importantes, foi Rousseau, no século XVIII, quem fez uma das mais claras análises do conceito de opinião pública em sua época.
  • 7. 15 Sendo assim, quando analisamos uma opinião não estamos analisando sua aprendizagem. A opinião de uma pessoa, não corresponde a um grupo. Essa transição entre o consenso social e as convicções individuais é o que Rousseau (apud Barros Filho, 1995) classifica então de opinião pública. Já para Lippmann (1922), a opinião pública seria a média das opiniões circundantes em uma determinada sociedade, num momento determinado. Já de acordo com Tarde (1992), são os seres humanos quem têm a necessidade de ajustar-se segundo os demais. A pesquisa de Noelle-Neumann (1995) afirma que as pessoas são influenciadas não apenas pelo que as outras dizem, mas pelo que as pessoas imaginam que os outros poderiam dizer. Ainda segundo a autora, se um indivíduo imagina que sua opinião poderia estar em minoria ou poderia ser percebida com desdém, essa pessoa estaria menos propensa a expressá-la. Assim, a sociedade ameaça os indivíduos desviados com o isolamento. Os indivíduos experimentam um contínuo medo do isolamento. Este medo faz com que os indivíduos tentem avaliar continuamente o clima de opinião; por fim, os resultados dessa avaliação influem no comportamento em público, especialmente na expressão pública ou no ocultamento das opiniões. A influência que esse processo todo exerce sobre os indivíduos, a respeito do que eles imaginam ser o pensamento dos demais, realiza-se num movimento constante e ascensional, por isso denominado de espiral do silêncio, (NEULLE- NEUMANN, 1995). Essa perspectiva explicaria o porquê da importância das pesquisas de opinião para uma campanha política e o quanto elas podem ser decisivas. É como se a tradicional pergunta feita pelos institutos “se a eleição fosse hoje, em quem você votaria?” fosse interpretada como “mantendo-se tudo como está, esse será o resultado das eleições”. Ou seja, chegando a trocar, até mesmo, um questionamento por uma afirmação.
  • 8. 16 CAPÍTULO II: A COMPREENSÃO DAS PESQUISAS ELEITORAIS Em outubro de 2008, aconteceu mais uma eleição, permeada pelas diferentes linguagens e pelas novas tecnologias. Inseridas neste contexto lá estavam elas, as campanhas partidárias e as pesquisas eleitorais mostrando com sua linguagem matemática as pretensões momentâneas de votos dos eleitores a determinado candidato. Para interpretá-las é preciso que o cidadão compreenda as mensagens que são divulgadas. Para isto é necessário mobilizar conhecimentos históricos sociais e matemáticos, fundamentais para a compreensão da realidade e da inserção nesta enquanto cidadão crítico e atuante. Em tempos remotos não era assim que acontecia. Não havia pesquisas, a oralidade “o comício” era o eixo norteado da campanha. Eleição se ganhava depois de muito empenho por partes dos candidatos que precisavam de preparo físico e de ter o dom da oralidade para convencer as pessoas. Neste período a população residia em sua maioria na zona rural e com condições de vida restrita, dependendo dos fazendeiros tanto para trabalhar assim como para deslocarem-se de suas residências, até mesmo para cumprir com suas obrigações eleitorais. Como descrever (LEAL, 1997 p. 56): A maioria dos eleitores brasileiros reside e vota nos municípios do interior. E no interior o elemento rural predomina sobre o urbano. Esse elemento rural, como já notamos, é paupérrimo. São, pois os fazendeiros e chefes locais que custeiam as despesas do alistamento e da eleição. Sem dinheiro e sem interesse direto, o roceiro não faria o menor sacrifício nesse sentido, documentos, transporte, alojamentos, refeições, dias da eleição, tudo é pago pelos mentores políticos empenhados na sua qualificação e compromisso. Dessa forma, o eleitor rural cria dependência para com o fazendeiro, sendo este quem escolhe o candidato que o trabalhador deve votar como afirma Leal (1997, p. 57): “é, portanto, perfeitamente compreensível que o eleitor da roça obedeça à orientação de quem tudo lhe paga, com insistência, para praticar um ato que lhe é completamente indiferente”. Em troca dos “favores” concedidos aos seus empregados os fazendeiros tiravam proveito da falta de conhecimento destes, já que não freqüentavam escolas e muitos não tinham contato com meios de comunicação, os donos das terras
  • 9. 17 indicavam o candidato no qual eles deveriam votar. Com o passar do tempo esses trabalhadores começaram a ter acesso a novas informações principalmente pelos meios de comunicação e começaram a surgir as primeiras “traições”. Segundo Leal (1997, p. 57): Observadores locais costumam atribuí-lo a propaganda radiofônica. Nas cidades do interior já são numerosos os aparelhos receptores, e os trabalhadores rurais têm hoje maior possibilidade de contato com a sede urbana pelo uso bastante generalizado do transporte rodoviário. [...] não se deve esquecer também o grande incremento que se verificou durante a guerra na migração de trabalhadores do campo para atividades urbanas empreendimentos industriais, construção civil, bases militares, ou para extração de borracha e exploração de minérios, especialmente cristais de rocha e mica. Dessa forma, constata-se que a partir do momento que o cidadão teve acesso a informações e as transformou em conhecimento buscou sua liberdade eleitoral até então manipulada pelos fazendeiros. Os costumes eleitorais mudaram e os eleitores faziam parte de uma sociedade essencialmente urbana e telemaníaca. Os eleitores têm mais acesso a informações o que contribuiu para que os candidatos nas campanhas eleitorais utilizem além do palanque da praça, o estúdio de televisão, representados pelas pesquisas pré-eleitorais. Gráficos, manchetes em jornais, destaques na internet agora este é o cenário das campanhas eleitorais onde são travadas verdadeiras “batalhas” entre os marqueteiros, buscando mostrar o leitor a “imagem” e as propostas de cada candidato. Entretanto, embora se realizem pesquisas eleitorais e mesmo dispondo destas novas tecnologias no interior do Brasil, as campanhas ainda têm como forma para aproximar o candidato do eleitor: o comício em praça pública. Nas campanhas eleitorais de hoje, a informatização atrela-se à oralidade e a linguagem matemática que através de resultados de pesquisas contribui para uma mudança de valores e costumes. Habitualmente são realizadas pesquisas eleitorais com o propósito de averiguar a situação dos candidatos perante o eleitor. Na análise e interpretação dos dados são apresentadas informações que utilizam a linguagem matemática: gráficos, porcentagens, conteúdos estatísticos e amostragem. Como conseqüência da interpretação dos dados apurados há uma evolução positiva ou negativa do
  • 10. 18 candidato. Isto influencia o andamento da campanha como, também, a aquisição de recursos para arcar com as despesas geradas no período eleitoral. Além disso, existem outros fatores que podem influenciar os eleitores na hora da decisão do voto, por exemplo: ideologia, classe social, escolaridade, interesses pessoais, preferência partidária, propostas dos candidatos, avaliação do desempenho do governo, influencia dos amigos e familiares. Neste sentido percebe-se que a interpretação que os cidadãos têm das pesquisas eleitorais depende da compreensão matemática dos dados. Diante desta constatação este estudo pretende contribuir para uma reflexão crítica sobre a importância de compreender as representações do eleitorado e a compreensão matemática que estes fazem a respeito dos dados das pesquisas eleitorais. Segundo Almeida (2003): “As pesquisas eleitorais são uma espécie de milagre estatístico que fazem mil pessoas falar por milhões”. Mas como as pessoas do semi-árido baiano especialmente garimpeiros, trabalhadores rurais, estudantes, políticos e professores residindo em uma cidade que tem como principais fontes de renda a agricultura, a agropecuária e a extração mineral – esmeralda – e como principal fontes de informações, compreendem a linguagem matemática das pesquisas eleitorais? A partir desta indagação que norte-se-á o presente estudo buscando alcançar os seguintes objetivos gerais: compreender as representações que o cidadãos da comunidade pindobaçuense têm em relação as pesquisas eleitorais e, descobrir a contribuição dos saberes matemáticos trabalhados na sala de aula na compreensão dos resultados das pesquisas eleitorais. Em busca de objetivo mais específico, analisar o nível de compreensão matemática dos eleitores submetidos a análise de pesquisas eleitorais e averiguar se as pesquisas eleitorais são um dos fatores que influenciam o voto do eleitor no município de Pindobaçu. Sendo assim apresentamos estas constatações e inquietações sobre como as pessoas compreendem a linguagem matemática presente nos resultados das pesquisas eleitorais que constituíram a idéia norteadora deste estudo monográfico.
  • 11. 19 CAPÍTULO III: MATEMÁTICA COMO FONTE DE INFORMAÇÃO E INTERPRETAÇÃO Com os avanços tecnológicos, nossa sociedade passa por significativas transformações e o conhecimento é a peça norteadora para mudanças efetivas. Na atual sociedade é imprescindível a formação educacional do cidadão, sendo assim, o ambiente escolar deve possibilitar ao aluno saberes diversificados capacitando-os para construção de habilidades que o credenciam para inserir-se numa sociedade globalizada. Portanto ler, escrever e interpretar as informações requer a mobilização de diversos saberes – tecnológicos específicos – orais, matemáticos e contextuais – leitura de mundo – o dia-a-dia. Nesses, os saberes matemáticos se constituem imprescindíveis para compreensão dessa sociedade matematizada que nos rodeia. Dessa forma a escola tem a incumbência de qualificar o aluno para enfrentar uma sociedade marcada cada vez mais pelo desenvolvimento tecnológico onde o saber é o fator determinante para o sucesso profissional e pessoal, como diz Boavida (apud, BARALDI 1999 p.36): [...] todo cidadão para ter acesso ao mundo de conhecimento cientifico e tecnológico, precisa possuir uma cultura matemática básica que lhe permita interpretar e compreender criticamente a matemática subjacente a inúmeras situações do dia-a-dia, e também lhe permitir resolver problemas e tomar decisões diante dos mais variados aspectos de sua vida. Assim a escola assume um papel de somar importâncias na formação do individuo e na sua aquisição de conhecimento que possibilitem tais transformações. Para isso a escola deve buscar renovar-se constantemente principalmente buscando rever a forma como estão estruturados seus currículos como ressalta Pires (2000, p. 8). As medidas curriculares constituem fatores decisivos para a renovação e aperfeiçoamento do ensino da matemática. E através de uma reestrutura contextualizada com a sociedade atual, busque fazer possíveis mudanças que viabilizem o uso do conhecimento para que o indivíduo possa interagir em uma sociedade globalizada, que exige que o mesmo exerça multlipas funções. Parra (2000, p. 203)
  • 12. 20 [...] a organização curricular deve criar um ambiente escolar que possa ser caracterizado como um espaço em que possa ser caracterizado como um espaço em que, alem de buscar dados e informações, as pessoas tenham possibilidade de construir seu conhecimento de desenvolver sua inteligência com suas múltiplas competências”. Portanto, a educação além de proporcionar aquisições de conhecimento deve ter como objetivo a formação do cidadão. A forma como o conhecimento é construído ou mais habitualmente transmitido no ambiente escolar na maioria das vezes dar-se de forma desvinculada da realidade. Outro agravante é a desconsideração pela maioria dos professores, do conhecimento que os alunos já têm, criando uma dificuldade para assimilar conteúdos e conceitos estudados e relacioná-los ao seu meio social. Como diz Ausubel (1980, p. 45), [...] aprender o significado de uma palavra-conceito exige obviamente um conhecimento prévio de seus correspondentes referentes mais sofisticados do que outras formas de aprendizagem referencial, uma vez que aprender o significado da palavra-conceito difere, num aspecto importante, da aprendizagem do significado de palavras que não representam conceito. Dessa forma, se faz necessário uma imediata transformação nos métodos de ensino utilizados pelos professores de matemática tendo como objetivo despertar o interesse do aluno pelos conteúdos estudados em especial a compreensão matemática dos mesmos, alem de relacioná-los com o meio social no qual o aluno está inserido levando-se em conta as suas experiências de vida. Com o propósito de enriquecer este estudo com mais informações referentes ao papel da escola, tema este abordado no capitulo anterior, de forma sucinta serão acrescentados neste capitulo algumas informações referentes à educação e o ensino. A educação busca através de métodos capacitar o homem para conviver em sociedade com o grupo ao qual pertence, de modo critico e atuante, como ressalta Ausubel (apud BARALDI,1999, p. 33): “[...] A educação é entendida como uma família de processos, cuja intenção é o desenvolvimento de qualidades desejáveis nos indivíduos, ajuda a criar tipos de homens convenientes e desejáveis a uma sociedade”.
  • 13. 21 O ensino é considerado como regras utilizadas pelos professores a fim de possibilitarem a construção do conhecimento referente a assuntos antes desconhecidos. Dessa forma, Ausubel (apud BARALDI, 1999, p. 34) descreve: “o ensino constitui-se num caminho para adquirir-se conhecimento, de forma organizada, intencionada por alguém”. Fazendo uma referencia à Matemática evidenciam-se aspectos específicos referentes ao conhecimento matemático: a natureza da matemática, conceito de matemática – o simbolismo e o rigor. Um resgate histórico da produção do conhecimento matemático leva-me a perceber que esta ciência surge inicialmente como uma resposta à necessidade de sobrevivência e conseqüentemente de organização social. A necessidade de contar, de fazer plantações, a forma como construir suas residências todas essas necessidades envolve um conhecimento matemático, como diz Boeyer (1974, p. 440): “a matemática não é uma ciência natural, mas uma criação intelectual do homem”. Com a evolução da sociedade o homem procurou transformar o meio em que vivia. Tais modificações foram impulsionadas pelo desejo de transformar suas idéias em realidade atingindo assim seu desenvolvimento intelectual. Sylvester (apud BOEYER, 1974, p. 440) diz que: “A matemática se origina das forças das atividades inerentes da mente humana, e da introspecção continuamente daquele mundo interior do pensamento em que os fenômenos são tão variados e exigem atenção tão grande quanto a do mundo físico exterior”. Através da busca por conquistas e do crescimento intelectual, havia duas civilizações com diferentes idéias matemáticas: de um lado os babilônios com uma matemática voltada para a exatidão; por outro lado os gregos com a geometria buscando simbolismo matemático. Embora tais indagações feitas pelos gregos tenham propiciado importantes contribuições, prevaleceu o raciocínio lógico e a exatidão originada com os babilônicos, como destaca Courant (2000): Talvez a antiga descoberta das dificuldades associadas a quantidades incomensuráveis impediram que os gregos desenvolvessem a arte do calculo numérico alcançado antes no oriente. Ao invés disso, eles forçaram seu caminho através da intricada geometria axiomática pura. [...] por quase dois mil anos, o peso da tradição geométrica grega retardou a inevitável evolução do conceito de número e da manipulação algébrica, que mais tarde constituiu a base da ciência moderna.
  • 14. 22 A referida ciência quando se desprende do caráter puro, propicia o desenvolvimento da sociedade, a partir do momento que o homem a utiliza para satisfazer seus anseios. Logo, a matemática é tanto para intelectuais quanto para o restante das pessoas, uma ciência que viabiliza, a partir de observações de acontecimentos, a metamorfose do meio social. Pois. Segundo Courant (2000): O que pontos, retas, números “efetivamente” são não pode ser dis- cutido na ciência matemática. O que importa é o que corresponde os fatos “verificáveis” é a estrutura e as relações entre objetos; que dois pontos determinem uma reta, que os números se combinem de acordo com certas regras para formar outros números, etc. Construindo uma interpretação adequada, a sociedade atual utilizará o conhecimento matemático como instrumento de compreensão e transformação do cotidiano. O importante é a aplicação do conteúdo matemático em atividades práticas e não necessariamente sua definição como retrata Parra (1996, p. 13): “aos professores de matemática compete selecionar entre toda matemática existente, a clássica e a moderna, aquela que possa... Para seleção temos de levar em conta que a matemática tem um valor formativo, que ajuda a estruturar todo o pensamento e agilizar o raciocínio dedutivo, porém que também é uma ferramenta que serve para a atuação diária e para muitas tarefas específicas de quase todas as atividades laborais... “O sentido da matemática deve ser um constante equilíbrio entre a matemática formativa e a matemática informativa”. Santaló (1996, p. 15) A sociedade está em processo contínuo de transformação onde cada vez mais a informação e o conhecimento atrelam-se ao desenvolvimento. Hoje, não é suficiente apenas ter informação. É preciso a partir da existência da mesma pensar e agir de modo que venha produzir conhecimento que torne o indivíduo apto para conviver com esta nova realidade. Segundo Machado (1993, p. 66): Quando o homem comum dirige sua atenção para a matemática escolar, passa a exigir dela alguma utilidade prática no sentido epidérmico supra- referido. Levando que seu ensino é compulsório e que , na maioria das vezes,não tem características suficientes atraentes, tais exigências parecem bastantes naturais.
  • 15. 23 Sendo assim o conteúdo trabalhado na escola deve mostrar ao aluno como tais informações podem ser utilizadas no seu cotidiano. Assim como também, como destaca Machado (1993, p. 65) que o discente seja capaz de perceber o fato de: [...] a matemática ser cada vez mais utilizada nos mais abrangentes setores do conhecimento. Da lingüística à psicanálise, da psicologia a medicina, da economia ao estudo da comunicação humana, da biologia às ciências sociais, sem esquecer das aplicações decorrentes da histórica e natural associação da matemática com a chamadas ciências exatas como física, a química, com a engenharia, ou ainda as que resultam de uma acentuada tendência à informação da sociedade, com a expectativa da onipresença dos computadores nas atividades humanas[...]. Até mesmo os cidadãos desprovidos de qualquer escolaridade, na sociedade atual são a todo instante cercados por novas informações: dados numéricos com porcentagem sobre economia, pesquisas de opinião, desempenho da indústria, índices de desemprego, entre outros. Skovsmose (2004, p. 35) conclui que: ”portanto, estamos diante de uma sociedade matematizada que tem nesta ciência a base do desenvolvimento social”. Se a escola não se adequar a essa realidade o discente ficará desmotivado e pouco interessado pelos conteúdos estudados, conseqüentemente, além de ocorre um distanciamento, entre a escola e o cotidiano, o aluno poderá utilizar outros meios para conseguir entender os acontecimentos que o cerca, principalmente na mídia, correndo o risco de interpretar as informações recebidas de forma equivocada, como alerta Parra (1996, p. 11): [...] se a escola descuida-se e se mantém estática ou com movimento vagaroso em comparação com a velocidade externa, origina-se um afastamento ou divorcio entre a escola e a realidade ambiente, que faz com que os alunos se situam pouco atraído pelas atividades de aula e busquem adquirir por outros meios os conhecimentos que consideram necessários para compreender à sua maneira o mundo externo, que percebem diretamente ou através dos meios de comunicação. Nesse sentido a compreensão do conhecimento matemático aplicável às situações do dia-a-dia, constitui-se como um caminho para o exercício da cidadania.
  • 16. 24 CAPÍTULO IV: A PESQUISA E O MUNICÍPIO De acordo com DIAS, desde a primeira metade do século 20 tomou corpo na sociologia da mídia uma visão profundamente funcionalista da comunicação social, consignada nas pesquisas de opinião. O grande teórico desta sociologia, Paul Lazarfeldt, pretendia dar aos fatos sociais uma formatação matemática. A partir da idéia das pesquisas estruturadas em questionários, logo surgiram modelos com a pretensão de quantificar graficamente os níveis de consciência das pessoas e dos grupos. Estes modelos serviriam como uma referência na determinação dos modelos de comunicação, a fim de serem aceitas as propostas de determinado produto, incluindo aí os concorrentes a cargos eletivos. Isto é, em vez de aferir a opinião, a pesquisa determina a opinião. (Datafolha, 2002). A formulação das questões também é importante momento da constituição de certa ideologia que a pesquisa quer ver, pois é na pergunta que se define a resposta. Exemplo mais gritante é o voto estimulado com cartão e a pergunta: "Se as eleições fossem hoje, em qual destes candidatos você votaria?" O que ocorre é que esta pergunta cria uma situação irreal, na medida em que as eleições não são efetivamente naquele dia e, logo, a pergunta estará condicionada a uma determinada conjuntura, diferente do fato real. Mas a desinformação é o elemento mais importante na construção de uma opinião pública favorável à manutenção do status. Por isso o grau de escolaridade ou, o que seria mais preciso, o hábito de leitura, não é utilizado como filtro. Para realizar este trabalho serão feitos questionamentos com alguns cidadãos do município de Pindobaçu, buscando descrever através das informações coletadas suas experiências de vida e como elas estão relacionadas com as respostas dadas sobre o tema de estudo. Segundo Ludke e André (1986, p.1) “para se realizar uma pesquisa é preciso promover o confronto entre os dados, as evidencias, as experiências, as informações coletadas sobre determinado assunto e o conhecimento teórico acumulado a respeito dele”. Portanto, após a coleta dos dados estes serão confrontados com as discussões que foram abordadas no capítulo anterior a fim de chegar a conclusões relacionadas ao objetivo de estudo.
  • 17. 25 A capitação das informações para desenvolver a pesquisa será feita por meio de entrevista. Serão ouvidas 15 pessoas; sendo 05 trabalhadores escolarizados e 10 estudantes, destes, 05 pertencentes a zona rural e 05 a zona urbana. A escolha para realizar a pesquisa por meio de entrevistas parece mais apropriada, pois esta diferencia dos outros métodos de investigações por permitir a obtenção de informações independentes do grau de escolaridade dos cidadãos, alem de mostrar através das respostas dos entrevistados detalhes sobre suas experiências de vida, facilitando relacionar a resposta com o meio ao qual esta inserida. Durante a realização das entrevistas será necessário delimitar o tema abordado pelo estudo, pois o discurso sobre “política” remete as pessoas avaliações partidárias e ideológicas correndo o risco de fugir ao assunto principal. Levando em consideração o que Bogdan e Biklen ( apud LUDKE, 1986 p.13): A pesquisa qualitativa ou naturalista envolve a obtenção de dados descritivos obtidos do contato direto do pesquisador com a situação estudada, enfatiza mais o processo do que o produto e se preocupa em retratar as perspectivas dos participantes. Em uma entrevista há uma maior aproximação entre entrevistado e entrevistador. Portanto, é de suma importância criar um clima de confiança mutua entre as pessoas envolvidas, pois, possibilitará a obtenção de informações de modo eficaz e satisfatório. Embora a realização das entrevistas siga um roteiro este é flexível, aberto a modificações. Assim, os questionamentos não serão feitos por uma ordem lógica, porém de acordo com as respostas obtidas serão aproveitadas para o tema do estudo, dessa forma a entrevista da referida pesquisa será semi- estruturadas se desenrolando a partir de um esquema básico, porém não aplicado rigidamente, permitindo que o entrevistador faça as necessárias adaptações. As entrevistas serão feitas na cidade de Pindobaçu, num dia de segunda- feira. A determinação do dia é por conta da feira livre municipal, o que torna mais fácil encontrar as pessoas com perfis diferenciados que nos fornecerão as informações mais aproximadas das diversas realidades que constitui a comunidade pindobaçuense. Os dados serão registrados em tabelas que serão levados para o campo de pesquisa e posteriormente organizados, a fim de mostrar o perfil do cidadão
  • 18. 26 entrevistado. Embora a pesquisa tenha caráter qualitativo será necessário fornecer subsídios para uma melhor compreensão do objeto de estudo. Caso as informações obtidas necessitem de maiores esclarecimentos retornarei ao campo para entrevistar novamente as mesmas pessoas a fim de obter maiores detalhes a respeito do tema estudado.
  • 19. 27 4.1 O MUNICÍPIO Pretende-se agora mostrar dados coletados e, em seguida a interpretação com base nos objetivos que norteiam o estudo. Serão destacados os dados do Censo 2000, referente a educação e condição econômica dos habitantes de Pindobaçu, pois os mesmos servirão como parâmetro para análise das respostas dos entrevistados na referida pesquisa, onde serão confrontados os dados coletados nas entrevistas com essa realidade educacional e econômica. As informações referentes a educação do município com base no censo 2000. (Quadro 1): DESCRIÇÃO VALOR UNIDADE Pessoas sem instrução e menos de 3524 habitantes um ano de estudo Pessoas que possuem de 1 a 3 anos 5835 habitantes de estudo Pessoas que possuem de 4 a 7 anos 5027 habitantes de estudos Pessoas que possuem de 8 a 10 anos 1073 habitantes de estudos Pessoas que possuem de 11 a 14 607 habitantes anos de estudos Pessoas que possuem de15 anos ou 41 habitantes mais de estudos Fonte: IBGE Censo 2000 (os percentuais levaram em consideração os dados do censo para pessoas com 10 anos ou mais de idade). De acordo com o quadro acima, cerca de 73% de seus habitantes possuem até 7 anos de estudo; apenas 0,45 tem mais de 15 anos de estudos. Portanto, de acordo com os dados do censo a maioria da população do município tem um baixo grau de instrução.
  • 20. 28 As informações referentes aos rendimentos da população do município com base no censo 2000. (Quadro 2): DESCRIÇÃO VALOR UNIDADE Pessoas com rendimento de até 1 4624 habitantes salário Pessoas com rendimento de 1 até 1341 habitantes 2 salários Pessoas com rendimento de 2 até 355 habitantes 3 salários Pessoas com rendimento de 3 até 380 habitantes 5 salários Pessoas com rendimento de 5 até 202 habitantes 10 salários Pessoas com rendimento de 10 até 42 habitantes 20 salários Pessoas com rendimento com mais 23 habitantes de 20 salários Fonte: IBGE Censo 2000 De acordo com os dados do quadro acima, cerca de 50,81% da população que reside no município recebe rendimentos mensais até um salário mínimo; 0,25% da população recebe mais de 20 salários. Dessa forma podemos constatar que mais da metade da população tem baixo poder aquisitivo por estar localizado numa região onde é escassa a oferta de empregos, isto torna o cidadão pindobaçuense dependente de “favores” dos políticos para viabilizarem a oportunidade de trabalhar e melhorar sua renda. O município criado na década de 1950 estrutura-se administrativamente pertencendo a uma região cujas condições político-econômicas são muito pouco expressivas. Pindobaçu, além de estar inserido em uma região cujo relevo demonstra topografia regularmente acidentada, o que diminui sua aptidão para algumas atividades do setor primário, perdeu grande parte de sua área para o município desmembrado Filadélfia, que acabou por constituir município de maior
  • 21. 29 extensão territorial que o próprio município mãe. De acordo com AEB (Anuário Estatístico da Bahia): Em sequência as Informações referentes as condições climáticas, data de criação do município e sua localização. (Quadro 3): Região de Planejamento: (004) Nordeste Região Administrativa: (028) Senhor do Bonfim Região Econômica: (010) Região do Piemonte norte do Itapicuru Região Semi-Árido para o FNE-_SEDENE, resolução nº10929/94 Ano de Criação do Município: 1953 Município de origem: Campo Formoso Área: 529,9Km² Distância da Sede para a Capital Salvador: 377km Fonte SEI – Anuário Estatístico da Bahia, 1997 Sabendo-se da existência do potencial mineral da região, com produção de pedras preciosas, principalmente esmeraldas, a atividade mineradora constituída por sistema de garimpo, atraiu grande fluxo de mão de obra para o interior do município a partir da década de 1960, o que fez florescer o povoado de Carnaíba, serra do mesmo nome, cujo contingente populacional se eleva intermitentemente. A população do povoado oscila de acordo com a descoberta de novas lavras e com o aquecimento da produção podendo chegar a um significativo contingente. Já quanto a situação econômica da comunidade, em tempos de disponibilidade rendimento pelas famílias, o quadro encontrado revela um baixo poder de compra dos agentes agravados, principalmente, nos períodos em que a produção agropecuária e mineral sofre redução.
  • 22. 30 4.2 INTERPRETAÇÃO DOS DADOS DA PESQUISA A fim de alcançar os objetivos da pesquisa que esta sendo realizada, foram submetidos aos questionamentos a compreensão matemática dos cidadãos do município de Pindobaçu. Foram ouvidos trabalhadores e estudantes da zona rural e urbana, destes, a maioria são do sexo masculino, com uma faixa etária média de 16 a 35 anos de idade. É importante ressaltar que os entrevistados eram escolarizados, pois um dos objetivos do estudo é mostrar a compreensão matemática dos resultados das pesquisas eleitorais. Nos parágrafos são mostradas as informações que foram obtidas durante as entrevistas e a análise das mesmas. Leitura e Interpretação gráfica: Os conhecimentos que devem ser mobilizados para uma melhor interpretação dos gráficos utilizados na pesquisa são: Conhecimento de percentagem Conhecimento de estatística Conhecimento de amostragem Foram expostos aos entrevistados Três gráficos que mostram supostamente o desempenho de alguns candidatos perante a opinião pública. Embora os gráficos tenham formatos diferentes, os dados percentuais não são alterados, A seguir são mostrados os gráficos utilizados durante a realização da entrevistas: Gráfico 01, Gráfico de barras em 3D, mostrando supostamente o desempenho dos candidatos: Luiza, Rachel, Ayrton e outros. Percentual Percentual 37 32 19 12 Luiza Rachel Ayrton Outros Gráfico 02:Gráfico com formato de linhas em 3D, mostrando supostamente os dados percentuais e desempenho dos candidatos: Luiza, Rachel, Ayrton e outros.
  • 23. 31 40 30 20 10 Série1 0 LUIZA Série1 RACHEL AYRTON OUTROS Gráfico 03: Gráfico com formato de pizza em 3D, mostrando supostamente os dados percentuais dos candidatos: Luiza, Rachel, Ayrton e outros. LUIZA RACHEL AYRTON OUTROS 12% 19% 32% 37% Os entrevistados do município de Pindobaçu, em sua maioria, ao se depararem com os gráficos que mostram supostamente resultados de pesquisas eleitorais, fizeram uma leitura simplista mesmo. Embora conseguissem perceber nos gráficos que lhes foram apresentados, qual candidato tinha melhor ou pior desempenho, mais essa analise ficou reduzida a uma compreensão numérica. Tal
  • 24. 32 afirmação pode ser comprovada, analisando as respostas dos entrevistados quando aos mesmos foram pedidos que analisassem os três gráficos acima mostrados: “No gráfico 01: Luiza tem o pior desempenho e Rachel com 37% dos votos é a melhor colocada. E nos gráficos 02 e 03 os candidatos mantêm as mesmas posições”. Estudante I “No gráfico 01: Rachel com 37% está na frente”. “Nos gráficos 02 e 03: os candidatos ficam na mesma posição com os mesmos valores do gráfico anterior”. Trabalhador I Os entrevistados citam o valor trinta e sete por cento, entretanto quando foram questionados se sabiam o que significado do valor citado, assim responderam: “E o total de votos que o candidato tem, assim dá para saber qual o candidato que está na frente ou atrás nas pesquisas”. Estudante I “O significado eu não sei, mas com esses números dá para saber quem está ganhando nas pesquisas”. Trabalhador I E quando questionados se recordavam de algum conteúdo estudado na escola que os ajudou a interpretar os gráficos responderam da seguinte forma: “Posso até ter visto só que não me lembro”. Estudante I “Essas informações sempre passam na televisão nas revistas, agora na escola eu estudei, mas não aprendi direito”. Trabalhador I Logo, pode-se constatar que os entrevistados não conseguiram associar o conteúdo estudado com a realidade. Para uma melhor interpretação deveriam mobilizar os conhecimentos referentes a estatística e a porcentagem, que na interpretação dos entrevistados ficou reduzida, a uma compreensão numérica que pode ser percebida pelo fato deles não saberem o significado do valor trinta e sete por cento. Estes conteúdos porcentagem estatística fazem parte do currículo de
  • 25. 33 matemática. O que leva-nos a perceber que o trabalho desenvolvido em sala de aula não levou o aluno a relacioná-lo com a realidade. A compreensão errônea é originada do acesso a informações vindas de outros meios do mundo externo e estruturada de forma inadequada pelo discente, como alerta Parra (1996), se a escola não contextualizar seus conteúdos com a realidade do aluno isto provocará uma desmotivação para o aprendizado e o discente buscará em outras fontes, meios para compreender os acontecimentos do seu dia-a-dia. Dessa forma, o ensino distancia-se dos anseios da atual sociedade, que exige dos cidadãos a análise, a interpretação e a interação no meio social. Entretanto, é importante salientar que alguns entrevistados, a minoria, lembram ter visto na escola conteúdos que os ajudou a compreender o resultado das pesquisas, conforme relatam abaixo: “Analise no gráfico está aqui bem clara, a candidata Rachel 37%, ela está com a chance maior na população. Ayrton tem 32% e Luiza tem 19%”. “No gráfico 2, muda o formato mas o desempenho dos candidatos é o mesmo e os valores não mudam”. No gráfico 3, esse aqui é o que a gente chama na forma de pizza, eu aprendi isso na escola, mas para mim ele está mostrando o mesmo resultado dos gráficos anteriores”. Estudante III “No gráfico 01: 37% dos entrevistados estão preferindo a Rachel”. “No gráfico 2 e 3 os candidatos mantém o mesmo desempenho, lembro-me em uma aula de matemática ter visto com o professor o comportamento de alguns gráficos parecidos com esses”. Estudante V Questionando os entrevistados a respeito do significado dos valores percentuais citados responderam da seguinte forma: “porcentagem quer dizer parte de um todo, é uma amostra”. Estudante III
  • 26. 34 A fim de esclarecer se o entrevistado tinha conhecimento de amostragem foi pedido que o mesmo desse uma definição sobre a mostra. “A amostra é a seleção de um grupo de pessoas de um determinado local para apinar a respeito de um determinado assunto”. Estudante III De acordo com os depoimentos acima, observa-se que os entrevistados além de lembrarem assuntos vistos na escola que possibilitaram uma melhor compreensão gráfica, também conseguiram fazer a conexão dos conteúdos estudados no recinto escolar com uma das inúmeras situações do cotidiano. Compreensões gráficas também conseguiram fazer a conexão dos conteúdos estudados no recinto escolar com uma das inúmeras situações do dia-a-dia. Portanto, os saberes matemáticos adquiridos na escola, ajudaram-nos a fazer uma melhor compreensão dos resultados das pesquisas eleitorais. Assim, percebe-se que o acesso a educação capacitou o cidadão para fazer a leitura da sociedade, especialmente uma leitura matemática, em diversas situações. Tornando o individuo apto a compreender de forma critica as informações que o cerca. Conforme disse Baraldi (1999): a educação é entendida como uma família de processos, cuja função é desenvolver qualidades no homem, para que o mesmo possa capacitar-se para conviver com outras pessoas com diferentes conhecimentos e juntos construam o desenvolvimento da sociedade de forma consciente e democrática. Com o objetivo de averiguar se as pesquisas eleitorais são um dos fatores que influenciam no voto do eleitor no município de Pindobaçu, foi levantada a seguinte hipótese: Se o seu candidato estiver com trinta por cento das intenções de voto e o candidato do seu vizinho estiver com setenta por cento das intenções, isto faria você mudar de candidato? Alguns entrevistados assim, responderam: “Não, porque essa é a minha opção e independente do resultado da pesquisa ela não muda”.
  • 27. 35 Estudante VI “Não, porque eu analiso o que ele pretende fazer, os projetos dele”. Estudante IX “Para as pessoas que não tem certa estrutura isso pode influenciar. As pessoas dizem o seguinte: - eu vou votar no candidato que está ganhando para não perder o meu voto. Agora no meu caso, eu analiso as propostas. O candidato não pode estar no topo da pesquisa, mas ele tem boas propostas”. Trabalhador V Depois de realizada a entrevista e analisado os dados coletados, foi percebido que independente do resultado das pesquisas eleitorais os cidadãos do município de Pindobaçu não são influenciados pelos resultados das pesquisas eleitorais. O que os entrevistados levam em conta são as propostas dos candidatos. Para compreender as representações que os eleitores da comunidade de Pindobaçu têm sobre as pesquisas eleitorais, os entrevistados foram submetidos aos seguintes questionamentos: Para você o que é uma pesquisa eleitoral? Qual a finalidade de uma pesquisa eleitoral? Você acha que os resultados de uma pesquisa eleitoral são importantes. Por quê? Diante das respostas obtidas constata-se que para os eleitores da referida cidade, a pesquisa eleitoral é um instrumento de pesquisa de opinião que mostra as intenções de votos da população em relação a determinado candidato com maior chance de vencer a eleição. Quanto a divulgação dos resultados de uma pesquisa, segundo os cidadãos pindobaçuenses são importantes para o eleitor acompanhar o desempenho dos candidatos. Porem, alguns se mostram preocupados com relação a veracidade das informações contidas nas pesquisas, como comenta um dos entrevistados:“O resultado dessa pesquisa tem que ser fidedigno. Pois às vezes são feitas pesquisas
  • 28. 36 onde o nível de qualidade da empresa contratada não é satisfatório Então você têm uma pesquisa que não mostra a realidade de uma cidade”. Trabalhador III Após o trabalho de investigação com os cidadãos de Pindobaçu submetidos aos questionamentos do estudo que foi desenvolvido constata-se que suas experiências de vida e o acesso aos meios de comunicação permitiram que os cidadãos submetidos a análise das pesquisas eleitorais fizeram a seu modo a interpretação dos resultados da referida pesquisa, embora esta análise tenha ficado restrita a uma compreensão numérica. Dessa forma, conseguiram ir além desta interpretação numérica, o que demonstra que a escola desempenhou um papel de suma importância para que os alunos pudessem acompanhar a compreensão da realidade. Contextualizando os conteúdos a instituição de ensino pode fazer com que o discente consiga não só a interpretação de dados, mas também compreender de maneira crítica os acontecimentos que o cerca.
  • 29. 37 CONSIDERAÇÕES FINAIS Estamos vivendo em uma sociedade em que a todo estante temos contato com novas informações e sobre assuntos diversificados. Para podemos compreendê-los é necessário que utilizemos o nosso conhecimento do dia-a-dia junto aos escolares para obtermos uma melhor interpretação da realidade. Para que isso aconteça é necessário que a escola trabalhe no aluno suas habilidades para inseri-lo nessa realidade. Nesta pesquisa, procuramos mostrar, identificar e analisar alguns dos conhecimentos matemáticos que a população do Município de Pindobaçu utiliza para justificar a sua escolha nas pesquisas eleitorais. A partir de então, observamos que a mesma faz uso da matemática estatística e muitas vezes verificamos que embora// não disponham de conhecimentos sistematizados sobre a matemática, alguns também não conseguem associar o conteúdo estudado com a realidade. Para alcançar os objetivos da pesquisa, foram entrevistados cidadãos escolarizados pindobaçuenses da zona rural e urbana, com uma faixa etária média de 16 a 35 anos de idade entre eles foram ouvidos trabalhadores e estudantes. Utilizamos além de questionário, três tipos de gráficos sem alteração, com os mesmos dados e supostamente o desempenho de alguns candidatos seguindo a opinião pública para que analisassem. Constatamos que alguns conseguiram fazer a leitura e interpretação gráfica, também mostraram seu conhecimento em relação a porcentagem e estatística. Verificamos ao longo do processo de entrevistas e interpretações, que alguns dos entrevistados não conseguiram associar o conteúdo estudado com a realidade. Vimos também que, para que tivessem uma melhor interpretação deveriam mobilizar os conhecimentos referentes a estatística e a porcentagem. Como muitos não conseguiram, nós percebemos que o trabalho desenvolvido em sala de aula muitas vezes não levou o aluno a relacionar-se com a realidade. Sendo assim, podemos entender que muitas vezes o ensino distancia-se dos anseios da atual sociedade, que exige dos cidadãos, a interpretação e a interação no meio social, é importante ressaltar também que alguns entrevistados, a minoria, lembram ter visto na escola conteúdos que os ajudou a compreender o resultado das pesquisas. Para que haja mudança em nossa realidade é importante que a escola direcione melhor seus alunos para que os mesmos consigam ser cidadãos
  • 30. 38 críticos e atuantes capazes de interagir e agir no meio social. Os professores “do Município de Pindobaçu” deverão contextualizar os conteúdos trabalhados em sala de aula para melhor conhecer as expectativas do aluno, e este, compreender de maneira crítica os acontecimentos que o cerca. Nesse sentido a compreensão do conhecimento matemático aplicável às situações do dia-a-dia, constitui-se como um caminho para o exercício da cidadania.
  • 31. 39 REFERÊNCIAS ALMEIDA, Alberto Carlos de. Como são Feitas as Pesquisas Eleitorais e de...(2003,P.18) http://www.al.es.gov.br/ AUSUBEL, David P.; NOVAK, Joseph D. e HANESIAN, Helen. Psicologia Educacional. Trad. Eva Nick. 2ª edição. Rio de Janeiro: Interamericana, 1980. BARALDI, Ivete Maria – Matemática na Escola que Ciência é Esta. Bauru: EDUSC.1999. BICUDO, M. A. V., GARNICA, A. V. M. Filosofia da educação matemática. Belo Horizonte: Autêntica, 2002. BICUDO, Maria Aparecida Viggiani (Org.). Educação matemática. 2. ed. São Paulo: Centauro: 2005. BOEYER, Carl Benjamin 1906 – História da Matemática; Tradução: Elza F. Gomide – São Paulo, Edgard Blucher, 1974. BRASIL, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. PCN+ Ensino Médio: Orientações Educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria de Educação Média e Tecnológica, 2002. COURANT, Richard e Robbins – O Que É Matemática? Rio de Janeiro: Editora Moderna LTDA, 2000. D’AMBROSIO, U. Da realidade à ação: reflexões sobre educação e matemática. São Paulo: Summus, 1986. D’AMBROSIO, Ubiratan, 1932- Educação Matemática: Da Teoria a Prática / Ubiratan D‟Ambrosio. – Campinas, SP: Papirus, 2000. KOCH, Ingedore G. Villaça. Argumentação e linguagem. 3. ed. - São Paulo: Cortez, 1993. KUHN, T. S. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 2000. LEAL, Victor Nunes – Coronelismo, Enxada e Voto: O Município e o Regime Representativo – Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1997. LUDKE, Menga & ANDRÉ. Pesquisa em Educação: Abordagens Qualitativas / Menga Ludke, Marli E. D. A. André. – São Paulo: EPU 1986. MACHADO, Nilson José, 1946 - Matemática e Língua Materna: Análise de uma Impreguinação Mútua / Nilson José Machado. 3ª ed. – São Paulo:Cortez, 1993. NETO, Ernesto Rosa.Didatica da matemática „‟. 11. ed. 6. Reimpressão. São Paulo: Ática, 2006. NOELLE-NEUMANN, Elisabeth. La espiral del silencio – opinión publica: nuestra piel social. Barcelona: Paidós, 1995. PARRA, Cecília – Didática da Matemática: Reflexões Psicológicas / Cecília Parra,Irmã Saiz...[ et. al.]; trad.Juan Acuña Liorens.Porto AlegreArtes Médicas, 1996. PIRES, Célia Maria Carolino. Currículo de Matemática – Da Organização Linear a Ideia de Rede. São Paulo, FTD. 2000. ROUSSEAU, Jean Jacques. O contrato social: princípios do direito político. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002. SANTALÓ, L. A. Matemática para não-matemáticos. In: PARRA, C.; SAIZ, I. (orgs.) Didática da matemática: reflexões psicopedagógicas. Trad. Juan A. Llorens. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. http://www.galaxy.intercom.org.br:
  • 32. 40 SARAMAGO, José. Ensaio Sobre a Cegueira: Romance /José Saramago. – São Paulo: Companhia das Letras, 1995. SKOVSMOSE, Ole. Matemática em Ação. In: Bicudo, M.A.V. Borba, M. de C. (orgs). Educação Matemática: Pesquisa em Movimento. São Paulo: Cortez, 2004. VYGOTSKY, L. P. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2003. DATAFOLHA – 2002 Site Visitado: http://www.portal-rp.com.br/bibliotecavirtual
  • 33. 41 APÊNDICE