2. Resumo
• Relação entre Blimunda e Baltasar- Próxima e íntima, que se
verifica pelo facto de se abraçarem, dormirem juntos toda a
noite e encontrarem-se totalmente despidos.
• Blimunda revela o seu poder a Baltazar e o porquê de comer
pão todos os dias, pela manhã, sem abrir os olhos.
• Nascimento do Infante D. Pedro, segundo filho de D. João V
• Escolha do rei para a construção do convento- alto da Vela,
Mafra.
3. Resumo
• São expostos episódios referentes à historia de Portugal (o
ataque dos franceses no Rio de Janeiro e as naus Inglesas que
foram confundidas como Francesas).
• Episódio do clérigo que quebra os votos feitos e anda de casa
em casa a ter relações sexuais com mulheres, ate ser apanhado
e obrigado a fugir pelas ruas, nu.
• Cerimónia de promoção do Bispo D. Nuno da Cunha a cardeal.
4. Caracterização das personagens
Baltasar sete-sóis.
• Soldado, que perdeu a mão na
guerra(“ e depois a mão caída,
arredada para o lado pelo pé do
cirurgião).
• Homem do povo (26 anos de
idade).
• Trabalhador e sonhador.
• “cara escura e barbada, olhos
cansados, boca que é tão triste”.
Blimunda sete-luas
• Mulher do povo.
• Possui o poder de ver o interior
das pessoas e das coisas quando
está em jejum (“eu posso olhar
por dentro das pessoas”).
• Decidida, perspicaz.
• Intuitiva e fiel.
Fictícias
5. Caracterização das personagens
D. João V.
• Vaidoso
• Egocêntrico.
• Devoto fanático.
Dona Maria Ana Josefa
• Mulher insatisfeita.
• Vive um casamento
baseado na aparência.
• Passiva, submissa.
• Infeliz.
D. Francisco
• Irmão do rei
• Homem sem escrúpulos
que cobiça a esposa e o
trono do rei.
Reais
6. Ação no tempo e espaço
A ação deste capítulo decorre em Lisboa.
Em relação ao tempo, foi possível encontrar várias referencias
temporais ao longo do capítulo, tais como: “
• ”Meses inteiros se passaram desde então, o ano já é outro”
• “Entretanto nasceu o infante D. Pedro”
Temos também referência a momentos da historia que nos dão
datas mais exatas do decorrer da ação, tais como:
• Batalha do Rio de Janeiro (1711)
• Nascimento do infante D. Pedro a 5 de julho de 1717
7. Papel do narrador
O narrador revela-se omnisciente e não participante ao longo do
capítulo, com uma atitude crítica em relação à igreja, à guerra, e o
contraste que existe entre os ricos e os pobres.
“(...)içam os franciscanos de Xabregas mulheres para dentro das celas e
com elas se gozam(...)”
“(...)quem quiser soldados para entregar à morte há-de ao menos dar-
lhes de comer e de vestir, enquanto estiverem vivos, e não andarem
por aí descalços, sem trabalhos de marcha e disciplina, mais gostosos
de pôr o próprio capitão na mira da espingarda do que estropiar um
castelhano do outro lado(...)”
“(...)o infante D. Francisco a espingardear, da janela do seu palácio, à
beirinha do Tejo, os marinheiros, que estão empoleirados nas vergas
das barcos, só para provar aboa pontaria que tem(...)”
8. Papel do narrador
O narrador critica também a postura dos militares
portugueses, e dos traidores, que ele afirma que existem.
“(...)lá no Rio de Janeiro, onde entrou uma armada daqueles
inimigos, e não precisaram de dar um tiro, estavam os
portugueses a dormir a sesta, tanto os do governo do mar como
os do governo da terra(...)”
“(...) e isto sendo os franceses apenas dois ou três mil e os nossos
dez mil, porém estava o governador feito com eles, não há mais
que saber, que, entre portugueses traidores houve muitas
vezes(...)”
9. Estilo e linguagem de Saramago
O tom oralizante de Saramago mantém-se neste capítulo, tal como
no resto da obra, através de descrições extremamente detalhadas e
extensas; enumerações ou comentários irónicos.
• “(...)Só quero olhar para ti, tua cara escura e barbada, olhos castanhos,
boca que é tão triste, mesmo quando estás ao meu lado deitado(...)”
• “(...)viu na guerra o que está vendo aqui, que para averiguar o que
dentro há é sempre preciso um cutelo ou um pelouro, um machado ou
o fio duma espada, uma faca ou uma bala(...)”
• “(...)se em cestos içam os franciscanos de Xabregas mulheres para
dentro das celas e com elas gozam, por seu próprio pé subia este padre
a casa das mulheres que lhe apeteciam o sacramento, e para não
fugirmos ao acostumado fica tudo entre o pecado e a penitência(...)”
10. Estilo e linguagem de Saramago
• Hipérbole- “(...) e ali vai um frade que leva nas tripas uma bicha solitária que ele
tem de sustentar comendo por dois ou três, por dois ou três comeria mesmo que
a não tivesse (...)”- remete para a ideia de que o frade pode usufruir de
excessos, como seria o caso de comer por dois ou três.
• Comparação- “(...) ver um clérigo a correr como lebre (...)”- realça ou dá enfase à
velocidade com que o padre fugia, devido à situação vergonhosa na que se
encontrava.
• Ironia- “(...) até que enfim desce o Te Deo leudamos, louvado seja Deus que tem
de aturar estas invenções(...)”– fazendo crítica a todo aquele “ritual” ou tudo o
que implicava a cerimónia de promoção do Bispo D. Nuno da Cunha a cardeal.
Recursos expressivos
11. Elementos simbólicos
Sangue da virgindade- “é agua de baptismo”- simboliza a intimidade que há
entre Blimunda e Baltasar, a sua união, e símbolo do religioso, devido à cruz
feita com o sangue.
O olhar ou olhos de Blimunda- é um privilegio que ela possui, mas também
uma condenação que embora lhe permita ver coisas que os outros não
conseguem, também lhe permitem ver coisas que ninguém deseja ver.
Nomes (Sete-sois e sete-luas)/dualidade - Simbolizam a complementariedade
que há entre Blimunda e Baltasar. Ele, por um lado, vê às claras, representa a
fonte da vida, força, poder e conhecimento. Ela, por outro lado, vê às escuras,
símbolo de felicidade e de associação ao renascimento.
12. “O poder de Blimunda tinha mais de
condenação que de prémio”
Embora veja o que mais ninguém vê, é também
capaz de ver aquilo que ninguém desejaria ver.