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“ Memorial do Convento”
Síntese do Capítulo XXIV
• Espera de Blimunda e posterior busca de Baltasar.
• Entrada do rei em Mafra.
• Grito de Blimunda ao chegar ao Monte Junto, depois de descobrir que a passarola não se
encontrava no local habitual.
• Encontro de Blimunda com um frade dominicano que a convida a recolher-se numa ruínas junto ao
convento.
• Tentativa de violação de Blimunda pelo frade e morte deste com o espigão que ela lhe enterra entre
as costelas.
• Blimunda faz o caminho de regresso a casa.
• A ansiedade de Blimunda depois de duas noites sem dormir.
• Final das festividades do dia, em Mafra.
• Informação de Álvaro Diogo sobre quem está para chegar a Mafra.
• Dia do aniversário do rei e da sagração da basílica.
• Cortejo assistido por Inês Antónia e Álvaro Diogo, acompanhados por Blimunda.
• Bênção do patriarca na Benedictione.
• Final do primeiro dos oito dias de sagração e saída de Blimunda para procurar Baltasar.
Caracterização de Blimunda
Blimunda, mulher apaixonada e encantada que, em jejum, possui o dom de ver as pessoas por
dentro, mas perde temporariamente essa capacidade quando muda o ciclo lunar. Recusa-se, no
entanto, a olhar Baltasar por dentro. Neste capítulo, é visível a relação de amor que esta criou com
Baltasar, pautada pela autenticidade, fidelidade, ternura e sensualidade. Blimunda não desiste de
procurar o homem que ama, mostrando toda a sua garra, astúcia, determinação e coragem.
Blimunda de Jesus é "batizada" de Sete-Luas pelo padre Bartolomeu de Gusmão. Simbolicamente, o
nome da personagem acaba por funcionar como uma espécie de reverso do de Baltasar. Para além da
presença do sete, Sol e Lua completam-se: são a luz e a sombra que compõem o dia - Baltasar e
Blimunda são, pelo amor que os une, um só. A força desta relação é evidente na enorme firmeza
interior da personagem, na sua forma de se oferecer em silêncio e de aceitar a vida e os seus
desígnios sem orgulho nem submissão, com a naturalidade de quem sabe onde está e para quê.
Espaço, Tempo Histórico e da Narrativa
Tempo Histórico
Em termos temporais, este capítulo passa-se em 1730, passo a citar: “Enfim, chegou o mais glorioso dos
dias. A data imorredoira de 22 de outubro do ano da graça de 1730, quando el-rei D.João V faz 41 anos e
vê sagrar o mais prodigioso dos monumentos que em Portugal se levantaram…”
Tempo da Narrativa
Em termos de ação, este capítulo divide-se entre a linha de Blimunda e Baltasar e a linha da Construção
do Convento/D. João V.
Espaço
A ação decorre, principalmente, em Mafra (macroespaço), mais especificamente na Serra do Monte
Junto, Convento de Mafra e as ruínas do convento dos dominicanos (microespaços).
Elementos Simbólicos e Visão Crítica
A pedra “Benedictione” é o símbolo de todas as pedras e das dificuldades que os homens tiveram de
ultrapassar para obedecerem à vontade do rei. Logo, não deixa de ser irónico a bênção do patriarca ter
sido realizada num lugar que, simbolicamente, representa o sofrimento do seu povo, como que para
provar toda a sua soberania sobre o mesmo.
Neste capítulo, a crítica incide, essencialmente, nos seguintes aspetos:
 Vaidade, prepotência e megalomania do rei;
 Negligência do rei face às necessidades e fraquezas do povo, que vivia na miséria;
 Ausência de valores (incumprimento de votos de castidade).
Narrador – visão crítica
Quanto à presença, e à semelhança dos restantes capítulos, temos um narrador heterodiegético, dado
que relata a história na terceira pessoa, estrutura os factos e organiza, manipula e controla a narrativa
através de um tom judicativo, moralista e através dos seus apartes, das suas opiniões, dos seus
comentários e ironias cáusticas e das suas posições face aos variados temas.
Quanto à ciência, apresenta-se, igualmente, como um narrador omnisciente, pois não só sabe o
passado, o presente e o futuro das personagens como também do rumo da trama e da história real,
dando-lhe, assim, um carácter intemporal.
Linguagem e estilo
Neste capítulo, podemos, também, encontrar algumas marcas do discurso típicas de Saramago, como,
por exemplo:
• A ausência de sinais gráficos indicadores de diálogo: é a virgula que separa as falas das
personagens e desaparecem os pontos de interrogação e exclamação.
• Utilização de provérbios, por exemplo: “pela catudara se conhece o catacego”.
Por outro lado, também estão presentes diversos recursos expressivos, como:
• A Comparação: “Ali é o lugar, como o ninho de uma grande ave que levantou voo.”
• A Metáfora: “por causa de um grande pássaro que ouvimos dizer que vivia cá, o meu medo é que o
pássaro o tenha levado.”
O amor de Blimunda e a construção de Mafra

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O amor de Blimunda e a construção de Mafra

  • 1. “ Memorial do Convento”
  • 2. Síntese do Capítulo XXIV • Espera de Blimunda e posterior busca de Baltasar. • Entrada do rei em Mafra. • Grito de Blimunda ao chegar ao Monte Junto, depois de descobrir que a passarola não se encontrava no local habitual. • Encontro de Blimunda com um frade dominicano que a convida a recolher-se numa ruínas junto ao convento. • Tentativa de violação de Blimunda pelo frade e morte deste com o espigão que ela lhe enterra entre as costelas. • Blimunda faz o caminho de regresso a casa. • A ansiedade de Blimunda depois de duas noites sem dormir. • Final das festividades do dia, em Mafra. • Informação de Álvaro Diogo sobre quem está para chegar a Mafra. • Dia do aniversário do rei e da sagração da basílica. • Cortejo assistido por Inês Antónia e Álvaro Diogo, acompanhados por Blimunda. • Bênção do patriarca na Benedictione. • Final do primeiro dos oito dias de sagração e saída de Blimunda para procurar Baltasar.
  • 3. Caracterização de Blimunda Blimunda, mulher apaixonada e encantada que, em jejum, possui o dom de ver as pessoas por dentro, mas perde temporariamente essa capacidade quando muda o ciclo lunar. Recusa-se, no entanto, a olhar Baltasar por dentro. Neste capítulo, é visível a relação de amor que esta criou com Baltasar, pautada pela autenticidade, fidelidade, ternura e sensualidade. Blimunda não desiste de procurar o homem que ama, mostrando toda a sua garra, astúcia, determinação e coragem. Blimunda de Jesus é "batizada" de Sete-Luas pelo padre Bartolomeu de Gusmão. Simbolicamente, o nome da personagem acaba por funcionar como uma espécie de reverso do de Baltasar. Para além da presença do sete, Sol e Lua completam-se: são a luz e a sombra que compõem o dia - Baltasar e Blimunda são, pelo amor que os une, um só. A força desta relação é evidente na enorme firmeza interior da personagem, na sua forma de se oferecer em silêncio e de aceitar a vida e os seus desígnios sem orgulho nem submissão, com a naturalidade de quem sabe onde está e para quê.
  • 4. Espaço, Tempo Histórico e da Narrativa Tempo Histórico Em termos temporais, este capítulo passa-se em 1730, passo a citar: “Enfim, chegou o mais glorioso dos dias. A data imorredoira de 22 de outubro do ano da graça de 1730, quando el-rei D.João V faz 41 anos e vê sagrar o mais prodigioso dos monumentos que em Portugal se levantaram…” Tempo da Narrativa Em termos de ação, este capítulo divide-se entre a linha de Blimunda e Baltasar e a linha da Construção do Convento/D. João V. Espaço A ação decorre, principalmente, em Mafra (macroespaço), mais especificamente na Serra do Monte Junto, Convento de Mafra e as ruínas do convento dos dominicanos (microespaços).
  • 5. Elementos Simbólicos e Visão Crítica A pedra “Benedictione” é o símbolo de todas as pedras e das dificuldades que os homens tiveram de ultrapassar para obedecerem à vontade do rei. Logo, não deixa de ser irónico a bênção do patriarca ter sido realizada num lugar que, simbolicamente, representa o sofrimento do seu povo, como que para provar toda a sua soberania sobre o mesmo. Neste capítulo, a crítica incide, essencialmente, nos seguintes aspetos:  Vaidade, prepotência e megalomania do rei;  Negligência do rei face às necessidades e fraquezas do povo, que vivia na miséria;  Ausência de valores (incumprimento de votos de castidade).
  • 6. Narrador – visão crítica Quanto à presença, e à semelhança dos restantes capítulos, temos um narrador heterodiegético, dado que relata a história na terceira pessoa, estrutura os factos e organiza, manipula e controla a narrativa através de um tom judicativo, moralista e através dos seus apartes, das suas opiniões, dos seus comentários e ironias cáusticas e das suas posições face aos variados temas. Quanto à ciência, apresenta-se, igualmente, como um narrador omnisciente, pois não só sabe o passado, o presente e o futuro das personagens como também do rumo da trama e da história real, dando-lhe, assim, um carácter intemporal.
  • 7. Linguagem e estilo Neste capítulo, podemos, também, encontrar algumas marcas do discurso típicas de Saramago, como, por exemplo: • A ausência de sinais gráficos indicadores de diálogo: é a virgula que separa as falas das personagens e desaparecem os pontos de interrogação e exclamação. • Utilização de provérbios, por exemplo: “pela catudara se conhece o catacego”. Por outro lado, também estão presentes diversos recursos expressivos, como: • A Comparação: “Ali é o lugar, como o ninho de uma grande ave que levantou voo.” • A Metáfora: “por causa de um grande pássaro que ouvimos dizer que vivia cá, o meu medo é que o pássaro o tenha levado.”