O documento discute os desafios da administração de medicamentos em pediatria, incluindo: 1) o cálculo individualizado da dose de medicamentos para crianças com base na idade, peso e superfície corporal, que envolve operações matemáticas complexas; 2) muitos medicamentos não foram adequadamente testados em crianças, aumentando os riscos de erros e eventos adversos; 3) as características de absorção, distribuição, metabolismo e excreção de fármacos diferem entre recém-nascidos, crianças e adolescentes.
2. Administração de medicamentos em
Pediatria
Desafios
Apresentação
imprópria para
crianças
Cálculo individualizado da dose,
baseada na idade, peso e
superfície corpórea da criança,
envolvendo operações
matemáticas em várias fases do
processo de medicação
(prescrição, dispensação,
preparo, administração e
monitorização)
Medicamentos
prescritos em pediatria
não foram
adequadamente
estudados nesta
população
Aumento dos riscos de
ocorrerem erros e
eventos adversos
3. Administração de medicamentos em
Pediatria
BRASIL. Ministério da saúde. secretaria de Ciência, tecnologia e insumos estratégicos. departamento de assistência Farmacêutica e
insumos estratégicos. assistência Farmacêutica em Pediatria no Brasil : recomendações e estratégias para a ampliação da oferta,
do acesso e do Uso racional de Medicamentos em crianças / Ministério da saúde, secretaria de Ciência, tecnologia e insumos
4. Administração de medicamentos em
Pediatria
BRASIL. Ministério da saúde. secretaria de Ciência, tecnologia e insumos estratégicos. departamento de assistência Farmacêutica e insumos
estratégicos. assistência Farmacêutica em Pediatria no Brasil : recomendações e estratégias para a ampliação da oferta, do acesso e do
Uso racional de Medicamentos em crianças / Ministério da saúde, secretaria de Ciência, tecnologia e insumos estratégicos, departamento
de assistência Farmacêutica e insumos estratégicos. – Brasília :Ministério da saúde, 2017.82 p.: il.
Vulnerabilidade
intrínseca -
excluído das
pesquisas
biomédicas,
(Questões
éticas)
5. Administração de medicamentos em
Pediatria
Características de absorção, distribuição, metabolismo e excreção
dos fármacos, diferem do RN ao adolescente.
CUIDADOS PRÉVIOS
⮚ História da criança (alergia)
⮚ Idade
⮚ Peso
⮚ Formas de administração
⮚ Vias de administração
6. Administração de medicamentos em
Pediatria
• Via oral (VO)
• Via sublingual
• Via retal
• Via vaginal
• Via ocular
• Instilação nasal
• Instilação otológica
• Via cutânea (tópica)
• Inalação
• Via parenteral
• Via intradérmica
• Via subcutânea
• Via intramuscular
• Via endovenosa (EV)
• Via intraóssea (emergência)
Vias de Administração
(MOT
T
A; SANT
OS, 2009)
7. ▪ Cápsula (invólucro de gelatina com
medicamento internamente
▪ Comprimido (pó comprimido –sulco para
divisão em partes)
▪ Drágea ( comprimido revestido por uma
solução de queratina composta por açúcar
e corante –facilitar a deglutição
▪ Elixir (soluto +20%de açúcar e 20%de
álcool)
▪ Emulsão (óleo e água)
▪ Gel
• Loção (líquida ou semilíquida)
• Creme (semissólido, consistência macia e
aquosa)
• Pomada (semissólido, consistência macia e
oleosa)
▪ Pó (necessidade de ser reconstituído)
• Suspensão (mistura não homogênea de
determinada substância sólida e um líquido –
parte sólida suspensa no líquido)
• Xarope ( soluto e solvente e 2/3 de açúcar)
(S
ILVA, M.T;S
ILVA, 2019)
Administração de medicamentos em
Pediatria
8. Administração de medicamentos em
Pediatria
Farmacocinética: absorção, distribuição,
metabolismo/biotransformação e excreção
Crescimento e maturação alteram a capacidade da criança
metabolizar e eliminaros medicamentos
Considerar
❖ Faixa etária (especialmente primeiros meses);
❖ Peso;
❖ Superfície corpórea (SC) (peso e altura);
❖ Formulação do medicamento;
❖ Via de administração
Farmacologia em crianças
9. Administração de medicamentos em
Pediatria
Farmacologia em crianças
Farmacocinética: absorção
✔ A absorção do fármaco e a sua biodisponibilidade depende,
principalmente da via de administração.
Via oral- secreção gástrica, tempo de esvaziamento gástrico,
motilidade intestinal, área de superfície intestinal.
Ex- neonato tem peristaltismo lento - Maior tempo de absorção –maior
toxicidade
Absorção VO
https://www.youtube.com/watch?list=PLC47B52AF872F9576&v=xiuWdJYyIKs
10. Administração de medicamentos em
Pediatria
Farmacologia em crianças
Farmacocinética: absorção
✔ A absorção do fármaco e a sua biodisponibilidade depende,
principalmente da via de administração.
SC ou IM - Fluxo sanguíneo no local de aplicação e área de superfície do
músculo
✔ Massa muscular reduzida, Perfusão periférica diminuída) –poucos sítios
recomendados para IM
✔ Volume máximo de fármaco a ser administrado (crianças
pequenas/lactentes)em um único local- 1ml , lactentes menores- 0,5ml
11. (HOCKENBERRY, WILSON, 2014)
Criançasde 0
a 3 anos (vasto
lateral é 1ª
opção e
ventroglútéa é
a 2ª opção)
A região
dorsoglútea
deve ser
evitada nessa
idade, por
ainda estar
pouco
desenvolvida,
principalmente
em crianças
que andam há
menos de 1
ano
13. (HOCKENBERRY, WILSON, 2014)
O uso do
músculo
deltoide
deve ser
limitado a
aplicações
em todas as
idades, por
se tratar de
uma área
próxima ao
nervo radial
e artéria
braquial.
14. Administração de medicamentos em
Pediatria
Farmacologia em crianças
Farmacocinética: absorção
✔ A absorção do fármaco e a sua biodisponibilidade depende,
principalmente da via de administração.
EV- frequentemente usada em Pediatria (absorção rápida- efeito imediato)
Utilizada em criançasque:
✔ Que necessitam de concentração sérica alta do fármaco
✔ Que necessitam de medicação por período prolongado
✔ Para alívio contínuo da dor
✔ Para tratamento de emergência
Diluições para administração segura das medicações (ver POP da Unidade)
15. Administração de medicamentos em
Pediatria
Farmacocinética: metabolismo/biotransformação
✔ Os sistemas enzimáticos hepáticos não estão bem
desenvolvidos, o que compromete a
metabolização de alguns fármacos;
✔Eliminação do fármaco mais lenta – maior
potencial toxicológico
Farmacologia em crianças
16. Administração de medicamentos em
Pediatria
Farmacocinética: excreção
Farmacologia em crianças
✔ Os rins são os principais órgãos envolvidos no processo de
eliminação dos fármacos;
✔ Sistema renal imaturo (maturação se inicia com na
Organogênese fetal se desenvolvendo completamente entre os
6 e 12 anos);
✔ Lentidão da filtração glomerular e excreção urinária (maior
tempo de permanência do fármaco no sistema circulatório) -
risco de toxicidade
18. MEDICAÇÃO SEGURA
PRESCRIÇÃO MÉDICA
HU-USP JULIA DA SILVA DN: 10/09/20 RG: 511025
Estatura: 62 cm Peso
8kg
Data: 10/09/2021
ITEM MEDICAÇÃO VIA DOSE INTERVALO HORÁRIO
01 Dieta livre VO 200ml 3/3hs 15
06
18
09
21
12
24 03
02 Ceftriaxona 500mg/ml EV 120mg 6/6 hs 18 24 06 12
03 Dipirona 2mg/ml EV 0,5mg 6/6 hs 14 20 02 08
04 Brometo de Ipratrópio
0,25 mg/ml + 4ml SF
0,9%
VI 20gts 3/3 hrs 15
06
18
09
21 24 03
05 Ondansetrona EV 0, 5ml ACM
Silva Pereira
Médico
CRM- SP 4444
19. MEDICAÇÃO SEGURA
Realização da leitura e transcrição da medicação
▪ Nome do paciente;
▪ Quarto e leito;
▪ Nome da medicação;
▪ Dose;
▪ Via;
▪ Horário de administração
JULIA DA S
ILVA –409-01
DIPIRONA O,5mg EV 14 Hs
20. CÁLCULO DE MEDICAÇÃO SEGURO
▪ 1 kg =1000g
▪ 1 g =1000 mg
▪ 1 mg =1000 mcg (µg)
▪ 1 L =1000ml
▪ 1 colherde chá =5ml
▪ 1 colhersopa =15ml
▪ 1 ml =20 gts(gotas)
▪ 1 gota =3 mgts(microgotas)
▪ 1 ml =60 mgts
▪ 1% =1 g em 100ml =1.000mg/100ml =10mg/ml
▪ 10%=10g em 100ml =10.000mg/100ml =100mg/ml
(COREN, 2011)
▪ 1 hora =60 min
Unidades
de medida
PARA RELEMBRAR:
21. CÁLCULO DE MEDICAÇÃO SEGURO
(COREN, 2011)
FÓRMULAS
PARA RELEMBRAR:
▪ Gotejamento =fluxo da medicação em gts/min
▪ V =volume (ml) a ser infundido
▪ T
min =tempo (minutos)
▪T
hs=tempo (horas)
gts/min = V x 20
Tmin
mgts/min = V x 60
Tmin
Exemplo: 250ml de medicação para correr em 3 horas
gts/min = V
Ths x 3
mgts/min = V
Ths
gts/min = 250ml x 20 =27,8gts/min
180min
gts/min = 250ml =27,8gts/min
3hs x 3
BURETA –equipo
com câmera
graduada
22. CÁLCULO DE MEDICAÇÃO SEGURO
PARA RELEMBRAR:
Graduação
das seringas
de insulina
adequadas à
São graduadas em unidades,
concentração U-100
1 ml =100 unidades (UI) de insulina
30UI: escala de graduação de 1 em 1UI (0,3 ml).
50UI: escala de graduação de 1 em 1UI (0,5 ml).
100UI: escala de graduação de 2 em 2 UI (1 ml).
23. CÁLCULO DE MEDICAÇÃO SEGURO
Diluir: significa dissolver.
Adiciona-se a solução solvente não
alterando a massa do soluto
PARA RELEMBRAR:
Diluição
Rediluição
Reconstituição
Rediluição: É diluir mais ainda o medicamento,
aumentando o volume do solvente.
Objetivo: obter concentrações menores de soluto
com um volume que possa ser trabalhado
(aspirado) com segurança
Reconsituir: retornar um
medicamento da forma liofilizada
para sua forma original líquida
24. Vamos praticar?
Medicamento prescrito:Ampicilina frasco 1g – dose 125mg – via
EV
1g = 1000mg
1000mg ------- 10ml
125mg ------- X
1000 x X =10 x 125
X =1250 =1,25 ml
1000
A medicação vem em pó, devendo ser
reconstituída. Seguir orientação da instituição.
Nesse caso diluiremos com 10ml, logo a
apresentação será de 1g/10ml.
Será aspirado 1,25 ml de ampicilina
25. Vamos praticar?
Medicamento prescrito:Prednisona 5mg –dose 2mg –via -VO
5 mg ------- 5ml
2 mg ------- X
5 x X =2 x 5
X =10 =2 ml
5
O comprimido pode ser macerado
e diluído em água filtrada.
Nesse caso maceramos até virar
pó e diluímos com 5ml de água.
Será administrado 2ml da solução