Livro O QUE É LUGAR DE FALA - Autora Djamila Ribeiro
Literatura é arte/O QUE É LITERATURA E ARTE
1.
2. INTRODUÇÃO AO TEXTO LITERÁRIO
Ao falar em arte, será que pensamos em todas as suas
linguagens: sons, cores, movimento do corpo, uso da
palavra etc.?
Com um pouco de atenção, é possível perceber que
muitos elementos artísticos, por meio das diversas
linguagens, fazem parte constante do cotidiano: a música
e a paisagem urbana repleta de grafites são bons
exemplos.
3.
4. INTRODUÇÃO AO TEXTO LITERÁRIO
E quanto à literatura, qual é a importância e a
influência sobre o mundo prático?
Só é literatura o que está nos livros ou ela está
presente também na vida comum? Quanto de
literatura há no dia a dia?
5. INTRODUÇÃO AO TEXTO LITERÁRIO
A literatura desempenha um papel fundamental na
sociedade, tanto no mundo acadêmico quanto no
cotidiano das pessoas. Ela não se limita apenas ao
que está nos livros, mas está presente de várias
formas na vida comum.
A literatura permeia a cultura, a arte, a comunicação e
até mesmo a forma como entendemos o mundo e nos
relacionamos com os outros.
No dia a dia, encontramos elementos literários em
músicas, filmes, séries, peças teatrais, poesias,
contos, histórias compartilhadas oralmente e até
mesmo em conversas informais.
6. INTRODUÇÃO AO TEXTO LITERÁRIO
A literatura nos ajuda a compreender diferentes
perspectivas, a explorar emoções, a refletir sobre
questões sociais e a expandir nossa imaginação e
compreensão do mundo ao nosso redor. Ela tem o
poder de influenciar opiniões, despertar empatia,
promover mudanças e conectar pessoas por meio
das experiências compartilhadas.
Em suma, a literatura é uma parte essencial da
vida humana, enriquecendo nossas interações e
contribuindo para a nossa compreensão do
mundo.
7. “Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima”
Chico Buarque
8. VAMOS DISCUTIR?
1. O que exatamente podemos definir como
literatura?
2. Todas as coisas escritas podem ser consideradas
literárias ou existe um limite entre o que e
literário e o que não é?
3. Quais seriam os principais quesitos para que um
texto seja considerado literário?
4. Você pode selecionar um texto que seja, ao seu
ver, literário e outro que sirva de exemplo
9. O que exatamente podemos definir
como literatura?
Literatura pode ser definida como a expressão
artística da linguagem escrita que visa transmitir
ideias, emoções e reflexões por meio de
narrativas, poesias, peças teatrais, ensaios e
outros gêneros literários. Ela transcende a mera
comunicação de informações e busca explorar a
estética da linguagem, a profundidade dos temas
abordados e a complexidade das experiências
humanas.
10. O que exatamente podemos definir como
literatura?
Além disso, a literatura muitas vezes reflete e
critica aspectos da sociedade, cultura e história,
oferecendo insights sobre questões humanas
universais. Ela pode ser tanto uma forma de
entretenimento quanto uma ferramenta para
provocar reflexões profundas sobre a vida e o
mundo ao nosso redor.
11. O que exatamente podemos definir como
literatura?
A literatura é uma manifestação artística.
A linguagem é o material da literatura, isto é, o
artista literário trabalha com a palavra.
Em toda obra literária percebe-se uma ideologia,
uma postura do artista diante da realidade e das
aspirações humanas.
12. Todas as coisas escritas podem ser
consideradas literárias ou existe um limite
entre o que e literário e o que não é?
Nem todas as coisas escritas são
necessariamente consideradas literárias. A
literatura geralmente se refere a textos que
têm um propósito estético, artístico ou
expressivo, e que exploram a linguagem de
forma criativa e significativa.
13. Quais seriam os principais quesitos para que
um texto seja considerado literário?
A literatura é uma expressão artística que se manifesta em
narrativas, poesias e outras formas de escrita, buscando
comunicar ideias, emoções e reflexões por meio de uma
linguagem esteticamente elaborada e significativa.
Caracteriza-se pela exploração de temas universais da
condição humana, como amor, morte e identidade, em textos
que apresentam complexidade, profundidade e originalidade.
A literatura desafia convenções, promove a reflexão e
proporciona uma experiência de leitura enriquecedora,
tocando as emoções, desafiando crenças e gerando um
impacto duradouro nos leitores, enquanto continua a ser
relevante ao longo do tempo.
14. Você pode selecionar um texto que seja, ao
seu ver, literário e outro que sirva de
exemplo como não literário?
“Viver é muito perigoso... Querer o bem com demais força, de
incerto jeito, pode já estar sendo se querendo o mal, por
principiar. Esses homens! Todos puxavam o mundo para si,
para o concertar consertado. Mas cada um só vê e entende
as coisas dum seu modo”.
Guimarães Rosa
15. Você pode selecionar um texto que seja, ao
seu ver, literário e outro que sirva de
exemplo como não literário?
16. A ARTE DA PALAVRA
Em princípio, a arte é uma necessidade em si mesma,
desprovida de um propósito que se possa chamar de
prático. A prova maior disso é que nunca deixou de
existir. Onde há humanidade existe sempre alguma
manifestação estética, em todas as épocas, em todas as
culturas. A arte, portanto, extrapola os limites da
"utilidade" e, em geral, os verdadeiros artistas produzem
trabalhos para comunicar algo que de maneira ordinária
não seria possível. Mas é certo que a expressão artística
também exerce "funções" práticas: informa, critica,
protesta, embeleza, provoca reações, enfim, comunica.
17. A ARTE DA PALAVRA
Com o tempo, a humanidade passou a representar
sentimentos e pensamentos por meio das mais variadas
formas de linguagem. Se a expressão pelo uso das cores
originou, por exemplo, a arte da pintura, as demais
manifestações artísticas também são definidas em
função da linguagem da qual se utilizam.
18. ARTE E LITERATURA
Como distinguir a linguagem verbal de expressão
artística daquela linguagem verbal comum do dia a
dia? Pensemos no seguinte caso: um namorado diz
à amada "Eu te amo!". É certo que está
expressando seus sentimentos por meio de
palavras. Mas essa expressão ainda não é arte. Por
quê? Porque, ainda que seja sincero esse amor, o
uso que o rapaz apaixonado fez das palavras não
foi mais do que cotidiano e comum.
19. ARTE E LITERATURA
Agora, digamos que o amor que o rapaz sente por
sua namorada seja tão especial que não possa ser
traduzido por uma frase tão comum; e digamos
que, na busca por uma expressão mais adequada
para comunicar o que sente, o rapaz prefira
dedicar-se às palavras e compor um poema, ou
ainda se expressar por meio de um desenho, uma
pintura, ou extrair sons das cordas de um violão
etc. Nesse casos, ele já começa a transformar o
próprio sentimento em uma expressão estética,
elaborada por meio de determinada linguagens.
20.
21.
22. Ainda uma vez, adeus
Enfim te vejo! - enfim posso,
Curvado a teus pés, dizer-te,
Que não cessei de querer-te,
Pesar de quanto sofri.
Muito penei! Cruas ânsias,
Dos teus olhos afastado,
Houveram-me acabrunhado
A não lembrar-me de ti!
Gonçalves Dias
23. Ainda uma vez, adeus
En/fim/ te/ ve/joen/fim/ po/sso,
Cur/va/doa/teus/pés/di/zer-te
Que/não/ces/sei/de/que/rer/te
Pe/sar/de/quan/to/so/fri
Mui/to/pe/nei/cru/as/ân/
Dos/teus/o/lhos/a/fas/ta/do
Hou/ve/ram/mea/ca/bru/nha/do
a/não/lem/brar/me/de/ti
É PRECISO CONTAR O SOM
7 sílabas poéticas
Redondilha Maior
Elisão dos
fonemas
Só se conta
até a última
sílaba forte.
24. VIA LÁCTEA - XIII
“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: “Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”
E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.”
Olavo Bilac
26. O Amor-Poesia Futurista
Tome-se duas dúzias de beijocas
Acrescente-se uma dose de manteiga do Desejo
Adicione-se três gramas de polvilho de Ciúme
Deite-se quatro colheres de açucar da Melancolia
Coloque-se dois ovos
Agite-se com o braço da Fatalidade
E dê de duas em duas horas marcadas
No relógio de um ponteiro só!
Oswald de Andrade
27.
28. Oriunda da Grécia Antiga e criada pelos filósofos Platão e
Aristóteles, a regra clássica de interpretação dos gêneros
literários em dramático, épico/narrativo ou lírico não admitia
que uma única obra pudesse conter traços temáticos e formais
de mais de um dos gêneros. Todavia, a divisão clássica passou a
ser revisada em meados do séc. XVIII e, atualmente, ela não
mais é tida como uma classificação estanque das obras
literárias, tornando possível a fusão de vários gêneros em uma
só obra.
29. Atualmente, subdividem-se os três gêneros literários em
espécies ou formas, conforme a tabela abaixo:
Formas
da lírica
Formas da
épica/narrativa
Formas
dramáticas
– Soneto
– Ode
– Balada etc.
– Epopeia
– Romance
– Novela
– Conto
– Tragédia
– Comédia
– Tragicomédia
– Farsa
30. O GÊNERO LÍRICO trata da manifestação do eu do artista, o
chamado de eu-lírico (eu poético ou sujeito poético). Em tom
confessional, o eu-lírico expressa sua subjetividade,
sentimentos e emoções, o seu mundo interior. A musicalidade
é uma marca típica do texto lírico, aquele que mais explora a
combinação de palavras e expressões na busca da sonoridade.
Aliás, o termo lírico deriva de lira, instrumento de cordas com
que era acompanhada a declamação de versos desde a
Antiguidade.
31. O GÊNERO ÉPICO trazia a narração de uma realidade
exterior, isto é, o relato de fatos históricos e/ou
realizações humanas, por parte do sujeito poético.
Partindo da narração, em versos, de grandes ações
humanas (ações épicas), o gênero épico evoluiu para o
gênero narrativo, passando a utilizar-se das formas em
prosa e acabando por, no plano do conteúdo, perder a
grandeza das atitudes de heróis que mudaram a história
de suas pátrias e do próprio mundo a fim de relatar o
marasmo do cotidiano e a mesquinhez das condutas de
seres triviais. Ainda que tenha ocorrido de forma
paulatina, esta substituição deu-se, sobretudo, no séc.
XIX.
32. Por sua vez, GÊNERO DRAMÁTICO tem a sua manifestação mais viva no
trágico e no cômico, representando o conflito dos homens e seu mundo. Ora
apresenta heróis, seus feitos e a fatalidade que os conduz à queda
(tragédias); ora tipos medíocres, tolos, mesquinhos, ambiciosos, enfim, as
manifestações da miséria humana (comédias). O gênero dramático se
caracteriza pela representação direta – isto é, SEM a mediação de um
narrador ou de um eu-lírico – por parte de atores (personagens) de fatos da
realidade, os quais são encenados objetivamente no palco para o público. A
essência e a plena realização do gênero dramático é a sua representação,
não a leitura do texto no formato de um livro físico, sendo da mais absoluta
relevância os diálogos dos atores.
34. Introdução
William Shakespeare é
considerado um dos maiores
dramaturgos da história. Suas
peças são conhecidas por sua
profundidade e complexidade,
abordando temas atemporais
como amor, poder e traição.
35. Vida e Obra
William Shakespeare nasceu
em Stratford-upon-Avon,
Inglaterra, em 1564. Ele escreveu
cerca de 38 peças teatrais e 154
sonetos, que continuam a ser
estudados e encenados em todo
o mundo. Suas obras são
conhecidas por sua
complexidade e
profundidade, abordando temas
universais que ainda ressoam
hoje.
36. Gêneros Teatrais
Shakespeare escreveu peças em
vários gêneros, incluindo comédia,
tragédia e história. Suas comédias são
conhecidas por seus enredos
complexos e personagens excêntricos,
enquanto suas tragédias são famosas
por suas reflexões sobre a natureza
humana e a condição humana. Suas
peças históricas retratam eventos
importantes da história da Inglaterra.
37. Personagens
As peças de Shakespeare são conhecidas por seus
personagens complexos e multifacetados. Suas heroínas são
frequentemente retratadas como mulheres fortes e
independentes, enquanto seus vilões são retratados como seres
humanos falhos e complexos. Shakespeare também criou
personagens memoráveis como Hamlet, Romeu e Julieta e
Macbeth.
38. Linguagem
A linguagem de
Shakespeare é
conhecida por sua beleza
e complexidade. Ele
criou novas palavras e
frases que ainda são
usadas hoje em dia. Sua
poesia é famosa por sua
musicalidade e ritmo, e
suas peças são escritas
em verso e prosa.
39. Conclusão
A genialidade teatral de Shakespeare é
inegável. Suas peças continuam a ser estudadas
e encenadas em todo o mundo, e sua influência
pode ser vista em várias formas de arte.
Shakespeare é um exemplo de como a arte
pode transcender o tempo e continuar a inspirar
e entreter as pessoas por séculos.