3. • Em estudos de literatura, vale mais a pena a leitura do que a
memorização. Por isso, o texto deve ser o ponto de partida para
qualquer aprendizagem na área.
• Todo texto é produzido numa situação concreta de interação, isto é,
um escritor, ao produzir, tem em mente um grupo de leitores para
quem escreve, inseridos num determinado contexto histórico-social.
Procure perceber no texto as marcas desse contexto e observar de
que modo a obra trans-cria a realidade.
4. • O texto literário é discurso e, como tal, sempre está dialogando com
outros discursos ou com a tradição literária. Procure perceber no
texto outras vozes, outros discursos e detectar possíveis relações
intertextuais e interdiscursivas.
• Ao estudar um autor, examine sua evolução pessoal quanto aos
aspectos temáticos, formais e estilísticos. Procure também observar
até que ponto sua obra é adequada ao movimento literário vigente na
época e eventuais vínculos ou rupturas com a tradição.
5. • Ao estudar movimentos literários ou sequências de escritores,
procure perceber os movimentos de ruptura e retomada, isto é,
identifique o que muda, mas também verifique se aquilo que
aparentemente é “novo” não é apenas uma roupagem nova de algo
que já existia em movimentos literários anteriores.
6. • Não se contente em ler apenas os textos analisados pelo professor.
Faça você mesmo a leitura e análise de outros textos sugeridos em
aula.
• Complemente seus estudos com leitura de obras relativas ao
movimento literário estudado.
• A literatura de uma época passada não está morta. Ela está em
diálogo permanente com a produção literária posterior e, além disso,
com outras artes e linguagens. Por isso, relacione tudo o que lê nos
textos literários com o mundo que nos cerca: a música, o cinema, o
teatro, a TV, os quadrinhos, a literatura atual, etc.
7. TÓPICOS DA REVISÃO
• Texto Literário X Texto Não-Literário
• Conotação X Denotação
• Verdade X Verossimilhança
• Mimese
• Gêneros Literários
• Funções da Linguagem
• Linha do Tempo da Literatura Brasileira
9. TEXTO LITERÁRIO
• O texto literário é caracterizado por apresentar uma linguagem
pessoal que carrega emoções, reflexões, visão poética da vida, das
pessoas ou de determinadas situações etc. Marcado pela
subjetividade e sentido conotativo, OS TEXTOS LITERÁRIOS SÃO
AQUELES QUE EXPRESSAM A REALIDADE OU FICÇÃO DE UMA
FORMA POÉTICA, sendo totalmente influenciado por quem os
escreve. São textos que não têm finalidade utilitária.
• Entre os tipos de textos literários, estão: crônicas, contos, poemas,
romances, fábulas, peças teatrais, minicontos, lendas, letras de
música, roteiros de filmes etc.
10. TEXTO
NÃO-LITERÁRIO
O texto não-literário, também chamado de texto utilitário, é
caracterizado por utilizar uma linguagem impessoal que demonstra a
realidade tal como ela é, nua e crua. Desse modo, um TEXTO NÃO-
LITERÁRIO É CONSTRUÍDO DE FORMA OBJETIVA E COM LINGUAGEM
DENOTATIVA, SEMPRE PRIORIZANDO A INFORMAÇÃO.
Entre os tipos de textos não-literários, estão:
Notícias de jornais, TV, revistas etc.; Artigos científicos; Anúncios
publicitários; Bulas de remédios; Conteúdo de livros didáticos; Receitas
culinárias; Cartas comerciais; Manuais de instrução etc.
11. DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO
• Denotação - a palavra apresenta seu sentido original, impessoal, sem
considerar o contexto, tal como aparece no dicionário. Nesse caso,
prevalece o sentido denotativo - ou denotação - do signo linguístico.
• Conotação - a palavra aparece com outro significado, passível de
interpretações diferentes, dependendo do contexto em que for
empregada. Nesse caso, prevalece o sentido conotativo -
ou conotação do signo linguístico.
13. PLATÃO
• Platão: concebe a arte (poesia épica) de forma depreciativa, pois está
preocupado em estabelecer o valor de verdade que esta possui,
contrapondo-a com a filosofia, que seria a melhor maneira de alcançar o
verdadeiro. Sua busca tem o intuito de diagnosticar o valor educativo da
mimese.
• Na República. Platão argumenta que a mimese (mimesis) é mentirosa,
devido ao fato de não dirigir-se à racionalidade pois representa uma
imitação das coisas e fatos captados pelos sentidos e tudo que os sentidos
captam não são as essências das coisas, o ser “verdadeiro”, mas apenas a
“imitação” deste ser verdadeiro.
• Sócrates – Pois bem, leva isto em consideração: o criador de imagens, o
imitador, não entende nada da realidade, só conhece a aparência. Glauco –
Certo (PLATÃO, 2004, p. 329).
14. ARISTÓTELES
• Aristóteles: a arte é mimese. (imitação da realidade) e busca verossimilhança.
• Em sua Poética este autor valoriza a arte como imitação e aceita que o feio na
natureza pode agradar na arte, como por exemplo um cadáver bem pintado.
• Para Aristóteles a arte, diferente de Platão, além de ser enquadrada como uma
ciência, é considerada superior por não ser um mero saber prático como
acontece com as ciências técnicas que dependem da experiência e de sua
repetição contínua, como comenta Reale: “É clara a razão da inclusão das artes
no quadro geral do saber (...), enquanto são um saber, mas um saber que não é
um fim para si mesmo, tampouco um saber voltado ao benefício de quem age
(como o saber prático), mas voltado ao benefício do objeto produzido” (2007a, p.
176).
• Considerando a mimese com base no possível e no verossímil, e que pode imitar
os fatos e torná-los universais e, consequentemente, mais ricos. Diferente da
história, que particulariza e, assim, só trata daquilo que é, e não daquilo que
poderia ser, delegando à imaginação e à criatividade papéis importantes.
18. • O texto lírico não dá prioridade à realidade externa. Sua base de sustentação
não é a dimensão empírica dos fatos, a realidade objetiva com que lidamos.É a
interiorização dessa realidade. Importa o modo como o sujeito lírico percebe
esse mundo, como mergulha nele. O lírico é uma tentativa de entrada no ser
das coisas e à medida que o eu penetra nesse ser, realiza um processo de
revelação, de desvelamento do objeto, mas também de confissão de si mesmo
através dos símbolos que trazem sentido e ao mesmo tempo ausência de
sentido.
• Emil Staiger, em “Conceitos fundamentais da poética”, analisa os gêneros e
busca neles os elementos determinantes que os definem em sua
particularidade.Sobreogênerolírico,eleapontacomocaracterísticas:
a)otrabalhosobreossons,organizandoamusicalidade;
b)apresençadarepetição;
c)aprevalênciadalógicainterna;
d)aorganizaçãocoordenativadopensamento;
e)aindependênciaemrelaçãoànormagramatical.
22. GÊNERO DRAMÁTICO
NA GRÉCIA ANTIGA
OGêneroDramáticocompreendeasseguintesmodalidadesnaGrécia
Antiga:
• TRAGÉDIA: É a representação de ações dolorosas da condição
humana. É definida por Aristóteles como ação de homens nobres
que começa bem e termina mal por terem cometido uma hybris (o
rompimento dos limites, geralmente manifesto numa atitude
arrogante). O objetivo da tragédia é provocar no espectador piedade
e terror, ou seja, provocar a "catarse" ou purificação. Ex." Édipo Rei“
deSófocles,“IfigêniaemAulis”,Eurípedes.
26. Os elementos essenciais ...
• Naestruturaépicatemos:onarrador,oqualcontaahistóriapraticadaporoutrosnopassado;a
história, a sucessão de acontecimentos; as personagens, em torno das quais giram os fatos; o
tempo, o qual geralmente se apresenta no passado e o espaço, local onde se dá a ação das
personagens.
• Nestegênero,geralmente,hápresençadefigurasfantasiosasqueajudamouatrapalhamno
cursodosacontecimentos.
• Presençademitologiagreco-latina-contracenandoheróismitológicoseheróishumanos.
28. ILÍADA
• A Ilíada se passa durante o décimo e último ano da guerra de Tróia e trata da ira do herói e
semideus Aquiles, filho de Peleu e Tétis. A ira é causada por uma disputa entre Aquiles e
Agamenom,comandantedosaqueusquandoesteresolvetomaraescravaBriseidadeAquiles.
• Helena,amaisbelamulherdomundoeracasadacomMenelau,reideEspartaeirmãode
Agamenon.
• QuandoPáris,príncipedeTróia,foiaEspartaemmissãodiplomática,seenamoroudeHelenae
ambosfugiramparaTróia,enfurecendoMenelau.
29. ODISSEIA • AOdisseia,assimcomoaIlíada,éumpoemaelaboradoaolongodeséculosdetradição
oral,tendotidosuaformafixadaporescrito,provavelmentenofimdoséculoVIIIa.C.
• A linguagem homérica combina dialetos diferentes, inclusive com reminiscências antigas
doidiomagrego,resultando,porisso,numalínguaartificial, porémcompreendida.
• Composto em versos era cantado pelo aedo (cantor), como consta na
própriaOdisseia(cantoVIII,versos43-92)etambémnaIlíada(cantoIX,versos187-190).
• OpoemarelataoregressodeOdisseu,(ouUlisses,comoerachamadonomito
romano),heróidaGuerradeTroiaeprotagonistaquedánomeàobra.
• Como está na proposição: é a história do “herói de mil estratagemas que tanto vagueou,
depois de ter destruído a cidadela sagrada de Troia, que viu cidades e conheceu costumes
de muitos homens e que no mar padeceu mil tormentos, quanto lutava pela vida e pelo
regressodosseuscompanheiros”.Odisseulevadezanosparachegaràsuaterranatal, Ítaca,
depoisdaGuerradeTroia,quetambémhaviaduradodezanos.
33. Enredo: é a trama, o que está envolvido na trama que precisa ser resolvido, e a sua
resolução, ou seja, todo enredo tem início, desenvolvimento, clímax e desfecho;
Tempo: é um determinado momento em que as personagens vivenciam as suas
experiências e ações. Pode ser cronológico (um dia, um mês, dois anos – enredo
linear) ou psicológico (memória de quem narra – enredo não-linear);
Espaço: lugar onde as ações acontecem e se desenvolvem. Ambiente: espaço social
(o espaço interfere na narrativa, ex.: escola);
Personagens: através das personagens, seres fictícios da trama, encadeiam-se os
fatos que geram os conflitos e ações. À personagem principal dá-se o nome de
protagonista e pode ser uma pessoa, animal ou objeto inanimado, como nas fábulas
e apólogos. À personagem que tenta impedir o protagonista de atingir seu objetivo
chamamos de antagonista (eventualmente o antagonista pode ser o próprio espaço
ou o próprio protagonista)
34. Narrador: é o quem narra (conta) a história.
Foco narrativo: é o ângulo de visão adotado por quem conta a
história.
quando o foco narrativo é em terceira pessoa:
Narrador-Onisciente ou
Narrador-Observador
quando o foco narrativo é em primeira pessoa:
Narrador-Personagem
35. • Discurso: o modo como o narrador insere a fala
das personagens. (As diferentes vozes presentes
em um texto).