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Apelo
Dalton Trevisan
Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa.
Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar
tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma
semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a
imagem de relance no espelho.
Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua
perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os
guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até
o canário ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber
com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o
perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do
dia.
Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de
querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela,
não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa.
Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós
sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas
mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.
 Conto é um texto narrativo.
 Texto narrativo é aquele escrito em prosa ou verso, que
possui um determinado narrador, o qual conta uma ação
que ocorre num determinado espaço e tempo, e em que
intervêm personagens.
 O conto é uma narrativa literária geralmente curta, com
economia de meios, como tempo, espaço e personagens,
enfocando uma célula dramática ou conflito único.
 Tradicionalmente, o conto estruturava-se em:
 Introdução  descrição de espaço ou personagem.
 Complicação  fatos iniciais que colocarão as
personagens a alguma situação nova.
 Conflito  desenvolvimento da situação.
 Tradicionalmente, o conto estruturava-se em:
 Clímax  momento de maior intensidade dramática,
depois do qual é impossível prolongar o conflito.
 Desfecho  solução final do conto,
com prêmio ou castigo, isto é, vitória ou
derrota do protagonista.
 Modernamente, a estrutura do conto não é seguida tão
fielmente; pode haver inversão na ordem de suas partes
ou omissão de algumas delas.
 Por exemplo: a introdução é, na maioria dos casos,
omitida, com seus elementos distribuídos ao longo do
texto.
 A preferência é por inserir o leitor de imediato na ação,
com início repentino, sem aviso.
 Um conto é construído com linguagem objetiva, direta,
privilegiando as ações.
 Um conto pode, ainda, ter a preponderância das reflexões
do narrador, levando em conta muito mais os sentimentos
e pensamentos do que as ações.
 O narrador é um ser fictício produzido pelo autor, para que
conte a história.
 É a partir do ponto de vista do narrador, que os fatos são
relatados.
 O conto pode ser narrado em primeira ou terceira pessoa.
 Quando o narrador participa da história, diz-se que é um
narrador em primeira pessoa. Nesse caso, o narrador é
personagem.
 Quando o narrador não participa da história, recebe o
nome de narrador em terceira pessoa.
 Então, narrador é a entidade imaginária que conta a
história criada pelo autor, não devendo confundir-se com
este.
 A personagem, de acordo com sua importância para o
desenvolvimento da narrativa, pode ser protagonista,
antagonista ou figurante.
 O protagonista é a personagem principal, geralmente
aquela com que o leitor tem empatia, isto é, a vida da
personagem é o núcleo do enredo.
 O antagonista representa, de alguma maneira, uma
oposição à realização dos objetivos do protagonista.
 O figurante é um ser necessário para criar a ilusão de
realidade, mas secundário na trama.
 As personagens podem, ainda, ser classificadas como
planas ou redondas, dependendo de sua riqueza
psicológica.
 A personagem redonda é aquela que pode surpreender o
leitor, mudar de ideia, mudar de atitude, por estar sujeita a
contradições.
 A personagem plana é psicologicamente pouco
desenvolvida e, em geral, não surpreende o leitor.
 Mesmo quando existe um ser real em quem o narrador se
baseia, a personagem literária é uma entidade ficcional.
 O tempo histórico, o ano ou o século em que se passa a
ação, não interfere na extensão do conto, pois, qualquer
que seja a dimensão de tempo real, ela se modifica de
acordo com o enfoque que o autor pretende dar a seu
texto.
 Um único minuto pode estender-se por várias páginas; um
ano inteiro pode estar contido em um só́ parágrafo.
 Algumas vezes, o espaço é descrito em detalhes.
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busca de um objetivo, ou para impedir que algum objetivo
seja alcançado, é que confere sentido à história.
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Apelo da Senhora Ausente

  • 1.
  • 2. Apelo Dalton Trevisan Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.
  • 3. Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia. Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa. Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.
  • 4.  Conto é um texto narrativo.  Texto narrativo é aquele escrito em prosa ou verso, que possui um determinado narrador, o qual conta uma ação que ocorre num determinado espaço e tempo, e em que intervêm personagens.  O conto é uma narrativa literária geralmente curta, com economia de meios, como tempo, espaço e personagens, enfocando uma célula dramática ou conflito único.
  • 5.  Tradicionalmente, o conto estruturava-se em:  Introdução  descrição de espaço ou personagem.  Complicação  fatos iniciais que colocarão as personagens a alguma situação nova.  Conflito  desenvolvimento da situação.
  • 6.  Tradicionalmente, o conto estruturava-se em:  Clímax  momento de maior intensidade dramática, depois do qual é impossível prolongar o conflito.  Desfecho  solução final do conto, com prêmio ou castigo, isto é, vitória ou derrota do protagonista.
  • 7.  Modernamente, a estrutura do conto não é seguida tão fielmente; pode haver inversão na ordem de suas partes ou omissão de algumas delas.  Por exemplo: a introdução é, na maioria dos casos, omitida, com seus elementos distribuídos ao longo do texto.  A preferência é por inserir o leitor de imediato na ação, com início repentino, sem aviso.
  • 8.  Um conto é construído com linguagem objetiva, direta, privilegiando as ações.  Um conto pode, ainda, ter a preponderância das reflexões do narrador, levando em conta muito mais os sentimentos e pensamentos do que as ações.
  • 9.  O narrador é um ser fictício produzido pelo autor, para que conte a história.  É a partir do ponto de vista do narrador, que os fatos são relatados.  O conto pode ser narrado em primeira ou terceira pessoa.
  • 10.  Quando o narrador participa da história, diz-se que é um narrador em primeira pessoa. Nesse caso, o narrador é personagem.  Quando o narrador não participa da história, recebe o nome de narrador em terceira pessoa.
  • 11.  Então, narrador é a entidade imaginária que conta a história criada pelo autor, não devendo confundir-se com este.
  • 12.  A personagem, de acordo com sua importância para o desenvolvimento da narrativa, pode ser protagonista, antagonista ou figurante.
  • 13.  O protagonista é a personagem principal, geralmente aquela com que o leitor tem empatia, isto é, a vida da personagem é o núcleo do enredo.  O antagonista representa, de alguma maneira, uma oposição à realização dos objetivos do protagonista.  O figurante é um ser necessário para criar a ilusão de realidade, mas secundário na trama.
  • 14.  As personagens podem, ainda, ser classificadas como planas ou redondas, dependendo de sua riqueza psicológica.
  • 15.  A personagem redonda é aquela que pode surpreender o leitor, mudar de ideia, mudar de atitude, por estar sujeita a contradições.  A personagem plana é psicologicamente pouco desenvolvida e, em geral, não surpreende o leitor.  Mesmo quando existe um ser real em quem o narrador se baseia, a personagem literária é uma entidade ficcional.
  • 16.
  • 17.
  • 18.  O tempo histórico, o ano ou o século em que se passa a ação, não interfere na extensão do conto, pois, qualquer que seja a dimensão de tempo real, ela se modifica de acordo com o enfoque que o autor pretende dar a seu texto.  Um único minuto pode estender-se por várias páginas; um ano inteiro pode estar contido em um só́ parágrafo.
  • 19.
  • 20.  Algumas vezes, o espaço é descrito em detalhes.  Outras vezes, a descrição é apenas genérica.
  • 21.
  • 22.  O conjunto de ações praticadas pelas personagens em busca de um objetivo, ou para impedir que algum objetivo seja alcançado, é que confere sentido à história.