1) O documento discute infertilidade conjugal, definindo-a como a ausência de concepção após 1 ano de tentativas sexuais regulares sem contracepção.
2) A infertilidade afeta entre 15-20% dos casais e pode ter causas femininas, masculinas ou mistas.
3) A avaliação de infertilidade envolve história clínica, exame físico e exames complementares para investigar possíveis fatores ovulatórios, tubários, uterinos ou masculinos.
2. ● A infertilidade deve ser considerada como um grave problema
de saúde pública, já que, por mudança no comportamento da
população, há decréscimo significativo na taxa de natalidade
no mundo todo.
● Apesar de não ser um agravo de saúde que ameace a vida do
indivíduo, está relacionado com a diminuição da qualidade de
vida, com problemas sociais, psíquicos e mentais.
3. Definição:
● Infertilidade é considerada a ausência de concepção após 1 ano de
tentativa sem a utilização de um método contraceptivo ou a
presença de outras morbidades.
● Com frequência de 3-4x de tentativas regulares.
● E pode também ser antecipada para apenas 6 meses de tentativa de
gravidez, em mulheres acima de 35 anos.
4. ● A infertilidade, é uma condição presente em 15% a 20% dos casais;
● A prevalência da infertilidade conjugal tem aumentado entre os
casais nos últimos tempos, principalmente em razão do adiamento
da gestação e pelo envelhecimento da população;
● Espera-se um aumento entre 5% a 10% da infertilidade nas próximas
décadas.
● Estimando-se que os casais que tentam a concepção, cerca de 50%
ficaram grávidos em 3 meses, 60% em 6 meses, e aproximadamente
85% engravidaram em um ano. Daqueles que não engravidaram no
primeiro ano, 92% concebem no segundo ano.
5. É importante diferenciar os conceitos de infertilidade e de
esterilidade:
• Infertilidade é a dificuldade em obter gestação espontaneamente após
12 meses de atividade sexual regular, três a quatro vezes por semana, e
sem uso de métodos contraceptivos naturais e artificiais. Enquanto
esterilidade é a incapacidade permanente para a concepção.
• Importante não confundir infertilidade com abortamento de
repetição. No primeiro caso, não ocorre a concepção, no último, a
paciente engravida, mas a gestação é interrompida.
6. Classificação:
● Infertilidade primária: quando nunca houve gestações prévias.
● Infertilidade secundária: infertilidade atual com história pregressa
de gestação, embora não necessariamente com um nascido vivo.
7. Etiologia da Infertilidade:
● Quando se trata de infertilidade, deve haver a abordagem do casal,
pois, hoje, sabemos que 30% das causas são masculinas isoladas, 35%
femininas isoladas, 30% mistas e 10% idiopáticas (Infertilidade Sem
Causa Aparente – ISCA).
9. Causas femininas:
● Fator tubário: 40% - O fator tuboperitoneal corresponde às afecções
que podem levar à obstrução tubária, alteração da motilidade tubária
e modificação do seu posicionamento na cavidade pélvica,
impedindo a fecundação. A principal causa de infertilidade feminina
no Brasil ainda é fator tubário em razão de sequelas de doença
inflamatória pélvica.
● Fator ovulatório: 30% - O fator ovulatório compreende tanto a
diminuição da reserva ovariana, que ocorre progressivamente com a
idade, quanto os distúrbios ovulatórios por alterações hormonais
(hipotalâmicas, hipofisárias, ovarianas, tireoidianas ou de
suprarrenal). A principal causa de disfunção ovulatória é a Síndrome
dos Ovários Policísticos (SOP).
10. ● Endometriose: 20% - é classificada como fator tuboperitoneal,
pelas distorções anatômicas causadas pela doença avançada.
Todavia, o mecanismo pelo qual a doença provoca infertilidade
são alterações mecânicas, alterações hormonais e imunológicas
que dificultam a concepção, além de interferir na maturação
folicular.
11. Fatores anatômicos:
Obstrução, alteração ou aderências tubárias:
● Infecção/DIP
● Endometriose
● Cicatrizes e aderências pós-cirúrgicas
Deformidades uterinas, endometriais e cervicais:
● Miomas
● Endometriose
● Adenomiose
● Pólipos
12. Fatores hormonais :
● Oligoanovulação
● SOP
● Hiperprolactinemia
● Hipotireoidismo ou hipertireoidismo
● Hiperplasia suprarrenal de aparecimento tardio
13. História para hipótese diagnóstica de infertilidade
● Idade
● Duração da infertilidade e história prévia de
fertilidade;
● História menstrual (menarca, tensão pré-
menstrual, padrão menstrual, dismenorreia,
dispareunia);
● História obstétrica e de doenças dos filhos,
antecedentes de gravidez ectopica (ligada a
danos tubarios), abortos;
● Frequência de relações sexuais;
● História patológica prévia;
● História prévia de cirurgia abdominal ou
pélvica;
● História prévia de DSTs;
● História de endocrinopatias (doenças da
tireoide, galactorreia, hiperandrogenismo,
diabetes,hipertensão);
● Exame citopatológico prévio
● Uso de medicamentos (especialmente
hormônios);
História familiar
● Problemas genéticos ao nascimento
● Atraso de desenvolvimento
● Menopausa precoce
● Problemas reprodutivos
● Uso de tabaco, álcool, drogas ilícitas e
exposição a substâncias tóxicas ou
fatores ambientais
14. Exame físico:
● Peso e altura/IMC
● PA, FC
● Distribuição de pelos e tecido gorduroso
● Avaliação da tireoide e palpação
● Exame das mamas
● Sinais de hiperandrogenismo
● Genitália feminina: Exame especular e toque vaginal para
avaliação de secreções, colo do útero, mobilidade, posição,
tamanho e formato uterino, dor pélvica, avaliação anexial e do
fundo de saco.
● Genitália masculina: história reprodutiva, criptorquidia uni ou
bilateral, histórico de parotidite, traumatismo testiculares,
dificuldade de ereção e ejaculação, presença de varicocele, uso de
15. Diagnóstico:
O fundamental é a história referindo a ausência de sucesso na
obtenção da gestação após 12 meses de tentativas.
Na mulher, a fertilidade atinge nível máximo aos 25 anos e cai
consideravelmente após os 35 anos.
Já a fertilidade masculina atinge seu pico aos 35 anos, diminuindo após
os 45 anos.
Para a mulher, os fatores de risco fundamentais são idade superior a 35
anos, obesidade, alterações hormonais, infecções, endometriose e outros,
como tabagismo, drogas ilícitas, alcoolismo.
16. Investigação:
12 meses de tentativas sem sucesso em mulheres com menos de 35 anos, e seis meses
para aquelas com mais de 35 anos
Em casos de:
Mulheres:
Idade maior de 40 anos
Histórico de amenorreia ou mentruações irregulares
Histórico de quimioterapia ou radiotrapia ou
Diagnóstico de endometriose em estágios avançados
Doenças uterinas/ tubárias suspeita ou desconhecida
Homens :
Cirurgia testicular ou no canal inguinal
Caxumba na fase adulta
Quimioterapia ou radioterapia e
História de infertilidade com outra parceira.
Deve se iniciar mais precocemente
Investigação laboratorial
18. Fator ovulatório:
Dosagem de LH
Progesterona na fase lutea
USTV ( foliculos 2 a 3 cm) ** (fenomeno pré ovulatorio)
Curva da temperatura basal
19. P.O para avaliar ovulação:
Biopsia de endometrio !
2º fase do ciclo menstrual
invasiva .
- Endometrio de padrão secretor
20. Fator Masculino:
Espermograma:
3 a 5 dias de abstinência
Oligoespermia
vol: acima de 1,5 ml
Numero: 15 milhoes / ml de espermatozoides
Diante de um espermograma normal : Não repetir
Se alterado: repetir em no minimo 15 dias e maximo de 3 meses entre
as amostras
33. ● Doação de gametas
● Homens - até 45 anos.
● Mulheres – até 37 anos.
● Anônimo
● Proibido remuneração
● Características fenotípicas e sociais.
Ética em reprodução assistida:
34. ● Fertilização in vitro
● Número de embriões – 8
● Transferência
● até 37 anos – 2 embriões
● 37 anos ou mais – 3 embriões
● Se todos euploides – 2 embriões em qualquer
idade.
35. Regras para reprodução
assistida:
● Mulheres com 50 anos ou mais, tem o direito de fazer.
● Proibido a escolha de (sexo, cor dos olhos, cabelos, etc)
● Casais homoafetivos
● Mulher – Mulher à Uma doa o oócito e a outra gesta o
embrião.
Homem – Homem à Coleta de gametas + Útero de
substituição.
36. ● Criopeservação
● Tempo para descarte – 3 anos
● Necessário autorização judicial, para descarte.