1. A Moeda em Portugal
No reinado de D. Duarte apareceu o meio-escudo de ouro, do qual nem o desenho se conhece.
No reinado de D. João V cunharam-se também as dobras, múltiplos do escudo. Também nos
reinados de D. José I, D. Maria I e D. João VI se cunharam escudos.
O decreto de 22-5-1911 reformou profundamente, sob o ponto de vista técnico, o sistema
monetário que vigorava em Portugal, alterando a denominação de todas as moedas, o
material, o peso, e as dimensões das moedas de bronze e substituiu, pelo escudo de ouro, o
real. Dividido em 100 partes iguais, denominados centavos, o escudo correspondia, quer no
valor, quer no peso de ouro fino, à moeda de 1 000 réis. Como múltiplos, criaram-se moedas
de ouro, que nunca se cunharam, de 2, 5 e 10 escudos e, como submúltiplos, moedas do valor
legal de 10, 20 e 50 centavos e moedas subsidiárias de bronze-níquel de valor legal de 4, 2, 1 e
½ centavos, as quais, com excepção desta última, vieram todas a ser cunhadas.
Depois de 1914, por virtude da crise provocada pela Primeira Guerra Mundial, o escudo-papel
(nota) experimentou uma descida vertiginosa de valor, atingindo a sua menor correspondência
em ouro, em Julho de 1924. Desde o segundo semestre de 1926 até Abril de 1928, o escudo
sofre nova desvalorização, em consequência de dois aumentos de circulação, do agravamento
da dívida flutuante interna e externa e do quase esgotamento das reservas de ouro que o
Tesouro Nacional possuía em Londres.