O documento discute a importância do aleitamento materno para bebês, inclusive de mães vegetarianas e veganas. Reforça que o leite materno é o alimento ideal para os primeiros 6 meses e contém nutrientes essenciais para o desenvolvimento da criança. Também aborda os cuidados nutricionais necessários para as mães vegetarianas durante a amamentação.
Aleitamento Materno - Aula ministrada pela Drª Devani Ferreira Pires para os Membros Ligantes da Liga Acadêmica de Pediatria da UFRN - LAPED UFRN - Natal, Brasil
Esse é o documento traduzido para o português elaborado pela Aliança Mundial para a Ação em Amamentação para celebrarmos a Semana Mundial de Aleitamento desse ano.
Está rico em conteúdo e trás:
Desafios e apoios necessários para a amamentação;
Cuidados pré-natais (Durante a gravidez);
Trabalho de parto e parto/nascimento;
Cuidados pós-natais/Primeiras seis semanas após o nascimento;
Cuidados contínuos;
Circunstâncias especiais e emergências;
Os papéis, a educação e a formação dos protagonistas na cadeia de calor;
Protagonistas dos serviços de saúde;
Protagonistas da comunidade; e
Fortalecendo a cadeia de calor.
Agradecemos a tradução realizada por membros do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo.
Vamos para o #agostodourado
Prof. Marcus Renato de Carvalho
É importante que os profissionais de saúde não percam as janelas de oportunidades, no seguimento dos lactentes, para apoiar o aleitamento materno. Toda mãe e criança, não importa onde estejam ou sob quais circunstâncias, se beneficiam do aleitamento.
Material de 18 de junho de 2021
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção à Criança
Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal.
Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/
Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
PAI: você é importante no apoio à AMAMENTAÇÃO!
Esta foi a nossa apresentação no I SEMINÁRIO PATERNIDADE E CUIDADO NA REDE SUS que ocorreu de 21-23 de agosto de 2013 na Cidade Maravilhosa.
... a importância do envolvimento do pai no cuidado com os seus filhos – e para o papel de toda a sociedade neste processo.
A participação do pai na amamentação é um componente essencial para a saúde e o bem-estar da mãe e do bebê.
Como tornar espaços de promoção da saúde mais atrativos para os homens?
O Comitê Vida da Secretaria de Saúde da Cidade do Rio de Janeiro dá algumas dicas:
Incentivar a participação do pai no pré-natal
Incluir o pai em ações de acolhimento para mãe e bebê
Abordar o tema da paternidade nas ações de planejamento familiar
Respeitar e valorizar a diversidade, os novos modelos de família e pessoas com necessidades especiais
Preparar a unidade de saúde para receber os homens, com decoração e passatempos próprios para eles
Promover rodas de conversas com os homens
Realizar sessões de vídeos sobre o tema da paternidade, seguidas de debates
Desenvolver atividades lúdicas para interação entre pais e filhos
Organizar campeonatos esportivos, com acompanhamento médico.
Alguns bebês apresentam condições especiais que podem representar um desafio para o início e a manutenção da amamentação. Mas com o apoio e manejo adequados, a amamentação exclusiva pode se tornar uma realidade.
O profissional de saúde pode auxiliar a mãe na amamentação, aconselhando-a desde o pré-natal até o desmame. Saber ouvir, entender, ser empático, oferecer orientações úteis e, sobretudo, respeitar as opções das mães são condições indispensáveis para o sucesso da amamentação.
Material de 04 de dezembro de 2020
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção à Criança
Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal.
Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/
Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
Aleitamento Materno - Aula ministrada pela Drª Devani Ferreira Pires para os Membros Ligantes da Liga Acadêmica de Pediatria da UFRN - LAPED UFRN - Natal, Brasil
Esse é o documento traduzido para o português elaborado pela Aliança Mundial para a Ação em Amamentação para celebrarmos a Semana Mundial de Aleitamento desse ano.
Está rico em conteúdo e trás:
Desafios e apoios necessários para a amamentação;
Cuidados pré-natais (Durante a gravidez);
Trabalho de parto e parto/nascimento;
Cuidados pós-natais/Primeiras seis semanas após o nascimento;
Cuidados contínuos;
Circunstâncias especiais e emergências;
Os papéis, a educação e a formação dos protagonistas na cadeia de calor;
Protagonistas dos serviços de saúde;
Protagonistas da comunidade; e
Fortalecendo a cadeia de calor.
Agradecemos a tradução realizada por membros do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo.
Vamos para o #agostodourado
Prof. Marcus Renato de Carvalho
É importante que os profissionais de saúde não percam as janelas de oportunidades, no seguimento dos lactentes, para apoiar o aleitamento materno. Toda mãe e criança, não importa onde estejam ou sob quais circunstâncias, se beneficiam do aleitamento.
Material de 18 de junho de 2021
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção à Criança
Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal.
Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/
Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
PAI: você é importante no apoio à AMAMENTAÇÃO!
Esta foi a nossa apresentação no I SEMINÁRIO PATERNIDADE E CUIDADO NA REDE SUS que ocorreu de 21-23 de agosto de 2013 na Cidade Maravilhosa.
... a importância do envolvimento do pai no cuidado com os seus filhos – e para o papel de toda a sociedade neste processo.
A participação do pai na amamentação é um componente essencial para a saúde e o bem-estar da mãe e do bebê.
Como tornar espaços de promoção da saúde mais atrativos para os homens?
O Comitê Vida da Secretaria de Saúde da Cidade do Rio de Janeiro dá algumas dicas:
Incentivar a participação do pai no pré-natal
Incluir o pai em ações de acolhimento para mãe e bebê
Abordar o tema da paternidade nas ações de planejamento familiar
Respeitar e valorizar a diversidade, os novos modelos de família e pessoas com necessidades especiais
Preparar a unidade de saúde para receber os homens, com decoração e passatempos próprios para eles
Promover rodas de conversas com os homens
Realizar sessões de vídeos sobre o tema da paternidade, seguidas de debates
Desenvolver atividades lúdicas para interação entre pais e filhos
Organizar campeonatos esportivos, com acompanhamento médico.
Alguns bebês apresentam condições especiais que podem representar um desafio para o início e a manutenção da amamentação. Mas com o apoio e manejo adequados, a amamentação exclusiva pode se tornar uma realidade.
O profissional de saúde pode auxiliar a mãe na amamentação, aconselhando-a desde o pré-natal até o desmame. Saber ouvir, entender, ser empático, oferecer orientações úteis e, sobretudo, respeitar as opções das mães são condições indispensáveis para o sucesso da amamentação.
Material de 04 de dezembro de 2020
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção à Criança
Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal.
Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/
Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
Esse documento é primordial para guiar a atuação de um Especialista em Aleitamento Materno ou Consultora de Amamentação que recebem o título pelo IBCLE.
O IBLCE®, ou International Board of Lactation Consultant Examiners®, é o organismo de certificação internacional independente que confere a credencial International Board Certified Lactation Consultant® (IBCLC®) que poderíamos em tradução livre: Consultor de Amamentação Certificado Internacionalmente.
Um resumo desses princípios do Código de Conduta Profissional (CPC).
O CPC consiste em oito princípios, que exigem de todo IBCLC:
1. Fornecer serviços que protejam, promovam e apoiem a amamentação
2. Agir com a devida cautela
3. Preservar a confidencialidade dos clientes
4. Fazer relatórios precisos e completos para outros membros da equipe de cuidados de saúde
5. Exercer julgamento independente e evitar conflitos de interesses
6. Manter a integridade pessoal
7. Manter os padrões profissionais esperados de um IBCLC
8. Cumprir com os Procedimentos Disciplinares do IBLCE.
Os IBCLCs são pessoalmente responsáveis por agir de forma consistente com o CPC para salvaguardar
os interesses dos clientes e justificar a confiança do público.
...
Vamos refletir sobre a nossa atuação profissional sem conflito de interesses?
Prof. Marcus Renato de Carvalho
AMAMENTAÇÃO – Bases científicas, 4ª edição
Livro reúne 63 autores que escreveram 38 capítulos em quase 600 páginas.
PREFÁCIO do Dr. Cesar Victora:
"Recentemente estive envolvido em uma ampla revisão sobre o aleitamento materno. Ao revirar minhas coleções de livros e separatas sobre o tema, iniciada nos anos 1970 (quando os arquivos em formato PDF estavam longe de existir), encontrei uma publicação clássica da Organização Mundial da Saúde, intitulada: Contemporary Patterns of Breastfeeding. Esse foi o primeiro estudo realizado em vários países sobre a descrição dos padrões de aleitamento em diferentes grupos populacionais. Seu organizador foi o pediatra sueco Bo Vahlquist, que faleceu antes da publicação do volume. Vahlquist inicia o seu prefácio com uma frase memorável: “Para todos os mamíferos, o ciclo reprodutivo inclui tanto a gestação quanto a amamentação; na ausência dessa, nenhuma espécie – nem sequer a humanidade – teria sobrevivido”. Incorporei a frase de Vahlquist no primeiro de uma série de dois artigos que publicamos recentemente na revista The Lancet. Nenhuma sociedade preconiza substituir o útero materno por um útero mecânico ou artificial, mas por outro lado usar fórmulas industrializadas em substituição ao leite materno se tornou rotina em grande parte do mundo. Essa prática resulta de uma profunda ignorância a respeito do diálogo biológico entre mãe e criança, que se inicia no útero e se prolonga durante os primeiros anos de vida por meio da amamentação.
Amamentação | Bases Científicas chega a sua quarta edição ocupando um lugar especial na biblioteca de todo profissional envolvido no cuidado de mães e crianças. Escrito por um amplo e competente grupo de pesquisadores e profissionais de saúde, sob a coordenação de
Cristiane F. Gomes e
Marcus Renato de Carvalho"...
Os Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento
Materno da Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) é um sumário das orientações para as maternidades promoverem, protegerem e apoiarem o aleitamento materno.
O passo 6 - Não dar a recém-nascido nenhum outro alimento ou bebida além do leite materno, a não ser que tenha indicação clínica - trata especificamente da indicação do uso de alimentação suplementar em situações especiais, quando
indicado. Existem evidências de que o uso de fórmula na maternidade, sem uma indicação adequada, resulta em interrupção precoce do aleitamento.
Mais uma excelente publicação do Departamento Científico de Aleitamento da Sociedade Brasileira de Pediatria.
As ações educativas para o aleitamento materno são mais potentes quando realizadas tanto no pré-natal quanto durante a puericultura.
Evidências científicas comprovam que a amamentação, quando praticada de forma exclusiva até os 6 meses e complementada com alimentos apropriados até os 2 anos de idade ou mais, demonstra grande potencial transformador para o pleno desenvolvimento do ser humano.
Material de 03 de setembro de 2019
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção à Criança
Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal.
Disponível em: http://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/
Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
Os bebês até os seis meses não precisam de chás, sucos, outros leites, nem mesmo de água. Após essa idade, deverá ser dada alimentação complementar apropriada, mas a amamentação deve continuar até o segundo ano de vida da criança ou mais
O acompanhamento pré-natal é uma excelente oportunidade para motivar as mulheres a amamentarem, quanto antes melhor. O leite materno reúne as características nutricionais ideais para a criança.
Material de 09 de dezembro de 2019
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção às Mulheres
Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal.
Disponível em: http://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/
Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
Oficina: INTRODUÇÃO à PRÁTICA do ACONSELHAMENTO em AMAMENTAÇÃO
* Dirigido a profissionais de medicina, enfermagem, nutrição, fonoaudiologia, fisioterapia, psicologia, musicoterapia, psicomotricidade, serviço social... interessados em se atualizar em como se apoia a nutriz com uma postura de “aconselhamento”. Aprendendo a ouvir e empoderar a lactante.
Pré-requisito: ter sido capacitada(o) em manejo clínico da amamentação.
Vagas limitadas – turma pequena
Coordenação: Prof. Marcus Renato de Carvalho, Docente do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFRJ onde ministra aulas para a graduação e pós-graduação de Medicina, Psicologia e Fonoaudiologia. Formado em Medicina pela UFRJ com Mestrado em Saúde Pública pela ENSP/Fio Cruz, é pós-graduado em Manejo da Lactação pelo Wellstart International. Especialista em Amamentação pelo International Board Lactation Consultant Examiners - 2001.
“Escutar já é falar” - Mia Couto
Este "e-book" baseia-se na ciência, respeitando as recomendações do Ministério da Saúde, Sociedade Brasileira de Pediatria, Sociedade Brasileira de Odontopediatria, Organização Mundial da Saúde, UNICEF e Rede IBFAN.
O "Guia Básico para uma Alimentação de Sucesso" tem como objetivo ser uma orientação para as mulheres que estão em processo de lactação ou gestantes. É uma importante ferramenta para a promoção, proteção e apoio ao Aleitamento Materno.
O autor é o nosso amigo Dr. Gladson Guarche, pai de 2 até o momento. Formado em Odontologia, e com residência médica em Odontopediatria. Ambos pela Universidade Estadual de Londrina. Com 10 anos de experiência no atendimento materno infantil. Palestrante na área de Aleitamento, foi o responsável pela criação e implantação da Capacitação em Aleitamento para profissionais de Saúde na rede pública de Santos, SP, em parceria com a UNIFESP.
Parabéns e obrigado!
Prof. Marcus Renato de Carvalho
A Organização Mundial da Saúde lançou, no dia 30 de março, diretrizes globais inéditas para apoiar mulheres e recém-nascidos no período pós-natal, que considera as primeiras seis semanas após o nascimento.
Segundo a OMS, este é um momento crítico para garantir a sobrevivência do recém-nascido e da mãe e para apoiar o desenvolvimento saudável do bebê, bem como a recuperação e o bem-estar mental e físico geral da mãe.
Atualmente, mais de 3 em cada 10 mulheres e bebês em todo o mundo não recebem cuidados pós-natais nos primeiros dias após o nascimento – o período em que ocorre a maioria das mortes maternas e infantis.
...
As diretrizes incluem orientações sobre #amamentação, #aconselhamento e informações de apoio aos pais no oferecimento de cuidados aos recém-nascidos. No total, as novas diretrizes reúnem mais de 60 recomendações que ajudam a moldar uma experiência pós-natal positiva para mulheres, bebês e famílias.
...
Recomendamos essa publicação (ainda em idioma inglês) que está sensacional e muito útil para orientar nossa atenção baseada em evidências científicas.
Prof. Marcus Renato de Carvalho
www.aleitamento.com
A primeira consulta com avaliação detalhada dos profissionais é crucial para o seguimento do acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil.
Material de 24 de outubro de 2019
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção à Criança
Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal.
Disponível em: http://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/
Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
Agora essa excelente publicação da OMS está em português:
O marketing faz parte do cotidiano, vivenciado por praticamente todos. No entanto, o marketing de fórmulas de leite infantis (leites de vaca ultraprocessados em pó) é diferente do marketing de itens de uso diário, como xampu, sapatos ou geladeiras. Os hábitos alimentares das crianças nos primeiros 3 anos de vida afetam profundamente a sua sobrevivência, saúde e desenvolvimento ao longo da vida. A decisão de como alimentamos nossos bebês e crianças deve, portanto, ser baseada nas melhores informações e evidências verdadeiras, influenciadas apenas pelo que é melhor para a criança e os pais e livre de interesses comerciais.
Que se cumpra o Código Internacional de Comercialização de Substitutos do Leite Materno de 1981.
E a NBCAL - Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças da Primeira Infância de 1988 com atualizações.
Prof. Marcus Renato de Carvalho
A saúde das gestantes e de seus bebês depende de uma nutrição adequada. A nutrição da gestação é, portanto, decisiva para o curso gestacional. A dieta, no primeiro trimestre da gestação, é muito importante para o desenvolvimento e diferenciação dos diversos órgãos fetais. Já nos trimestres subsequentes, a dieta está mais envolvida com a otimização do crescimento e do desenvolvimento cerebral do feto
Esse documento é primordial para guiar a atuação de um Especialista em Aleitamento Materno ou Consultora de Amamentação que recebem o título pelo IBCLE.
O IBLCE®, ou International Board of Lactation Consultant Examiners®, é o organismo de certificação internacional independente que confere a credencial International Board Certified Lactation Consultant® (IBCLC®) que poderíamos em tradução livre: Consultor de Amamentação Certificado Internacionalmente.
Um resumo desses princípios do Código de Conduta Profissional (CPC).
O CPC consiste em oito princípios, que exigem de todo IBCLC:
1. Fornecer serviços que protejam, promovam e apoiem a amamentação
2. Agir com a devida cautela
3. Preservar a confidencialidade dos clientes
4. Fazer relatórios precisos e completos para outros membros da equipe de cuidados de saúde
5. Exercer julgamento independente e evitar conflitos de interesses
6. Manter a integridade pessoal
7. Manter os padrões profissionais esperados de um IBCLC
8. Cumprir com os Procedimentos Disciplinares do IBLCE.
Os IBCLCs são pessoalmente responsáveis por agir de forma consistente com o CPC para salvaguardar
os interesses dos clientes e justificar a confiança do público.
...
Vamos refletir sobre a nossa atuação profissional sem conflito de interesses?
Prof. Marcus Renato de Carvalho
AMAMENTAÇÃO – Bases científicas, 4ª edição
Livro reúne 63 autores que escreveram 38 capítulos em quase 600 páginas.
PREFÁCIO do Dr. Cesar Victora:
"Recentemente estive envolvido em uma ampla revisão sobre o aleitamento materno. Ao revirar minhas coleções de livros e separatas sobre o tema, iniciada nos anos 1970 (quando os arquivos em formato PDF estavam longe de existir), encontrei uma publicação clássica da Organização Mundial da Saúde, intitulada: Contemporary Patterns of Breastfeeding. Esse foi o primeiro estudo realizado em vários países sobre a descrição dos padrões de aleitamento em diferentes grupos populacionais. Seu organizador foi o pediatra sueco Bo Vahlquist, que faleceu antes da publicação do volume. Vahlquist inicia o seu prefácio com uma frase memorável: “Para todos os mamíferos, o ciclo reprodutivo inclui tanto a gestação quanto a amamentação; na ausência dessa, nenhuma espécie – nem sequer a humanidade – teria sobrevivido”. Incorporei a frase de Vahlquist no primeiro de uma série de dois artigos que publicamos recentemente na revista The Lancet. Nenhuma sociedade preconiza substituir o útero materno por um útero mecânico ou artificial, mas por outro lado usar fórmulas industrializadas em substituição ao leite materno se tornou rotina em grande parte do mundo. Essa prática resulta de uma profunda ignorância a respeito do diálogo biológico entre mãe e criança, que se inicia no útero e se prolonga durante os primeiros anos de vida por meio da amamentação.
Amamentação | Bases Científicas chega a sua quarta edição ocupando um lugar especial na biblioteca de todo profissional envolvido no cuidado de mães e crianças. Escrito por um amplo e competente grupo de pesquisadores e profissionais de saúde, sob a coordenação de
Cristiane F. Gomes e
Marcus Renato de Carvalho"...
Os Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento
Materno da Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) é um sumário das orientações para as maternidades promoverem, protegerem e apoiarem o aleitamento materno.
O passo 6 - Não dar a recém-nascido nenhum outro alimento ou bebida além do leite materno, a não ser que tenha indicação clínica - trata especificamente da indicação do uso de alimentação suplementar em situações especiais, quando
indicado. Existem evidências de que o uso de fórmula na maternidade, sem uma indicação adequada, resulta em interrupção precoce do aleitamento.
Mais uma excelente publicação do Departamento Científico de Aleitamento da Sociedade Brasileira de Pediatria.
As ações educativas para o aleitamento materno são mais potentes quando realizadas tanto no pré-natal quanto durante a puericultura.
Evidências científicas comprovam que a amamentação, quando praticada de forma exclusiva até os 6 meses e complementada com alimentos apropriados até os 2 anos de idade ou mais, demonstra grande potencial transformador para o pleno desenvolvimento do ser humano.
Material de 03 de setembro de 2019
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção à Criança
Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal.
Disponível em: http://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/
Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
Os bebês até os seis meses não precisam de chás, sucos, outros leites, nem mesmo de água. Após essa idade, deverá ser dada alimentação complementar apropriada, mas a amamentação deve continuar até o segundo ano de vida da criança ou mais
O acompanhamento pré-natal é uma excelente oportunidade para motivar as mulheres a amamentarem, quanto antes melhor. O leite materno reúne as características nutricionais ideais para a criança.
Material de 09 de dezembro de 2019
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção às Mulheres
Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal.
Disponível em: http://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/
Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
Oficina: INTRODUÇÃO à PRÁTICA do ACONSELHAMENTO em AMAMENTAÇÃO
* Dirigido a profissionais de medicina, enfermagem, nutrição, fonoaudiologia, fisioterapia, psicologia, musicoterapia, psicomotricidade, serviço social... interessados em se atualizar em como se apoia a nutriz com uma postura de “aconselhamento”. Aprendendo a ouvir e empoderar a lactante.
Pré-requisito: ter sido capacitada(o) em manejo clínico da amamentação.
Vagas limitadas – turma pequena
Coordenação: Prof. Marcus Renato de Carvalho, Docente do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFRJ onde ministra aulas para a graduação e pós-graduação de Medicina, Psicologia e Fonoaudiologia. Formado em Medicina pela UFRJ com Mestrado em Saúde Pública pela ENSP/Fio Cruz, é pós-graduado em Manejo da Lactação pelo Wellstart International. Especialista em Amamentação pelo International Board Lactation Consultant Examiners - 2001.
“Escutar já é falar” - Mia Couto
Este "e-book" baseia-se na ciência, respeitando as recomendações do Ministério da Saúde, Sociedade Brasileira de Pediatria, Sociedade Brasileira de Odontopediatria, Organização Mundial da Saúde, UNICEF e Rede IBFAN.
O "Guia Básico para uma Alimentação de Sucesso" tem como objetivo ser uma orientação para as mulheres que estão em processo de lactação ou gestantes. É uma importante ferramenta para a promoção, proteção e apoio ao Aleitamento Materno.
O autor é o nosso amigo Dr. Gladson Guarche, pai de 2 até o momento. Formado em Odontologia, e com residência médica em Odontopediatria. Ambos pela Universidade Estadual de Londrina. Com 10 anos de experiência no atendimento materno infantil. Palestrante na área de Aleitamento, foi o responsável pela criação e implantação da Capacitação em Aleitamento para profissionais de Saúde na rede pública de Santos, SP, em parceria com a UNIFESP.
Parabéns e obrigado!
Prof. Marcus Renato de Carvalho
A Organização Mundial da Saúde lançou, no dia 30 de março, diretrizes globais inéditas para apoiar mulheres e recém-nascidos no período pós-natal, que considera as primeiras seis semanas após o nascimento.
Segundo a OMS, este é um momento crítico para garantir a sobrevivência do recém-nascido e da mãe e para apoiar o desenvolvimento saudável do bebê, bem como a recuperação e o bem-estar mental e físico geral da mãe.
Atualmente, mais de 3 em cada 10 mulheres e bebês em todo o mundo não recebem cuidados pós-natais nos primeiros dias após o nascimento – o período em que ocorre a maioria das mortes maternas e infantis.
...
As diretrizes incluem orientações sobre #amamentação, #aconselhamento e informações de apoio aos pais no oferecimento de cuidados aos recém-nascidos. No total, as novas diretrizes reúnem mais de 60 recomendações que ajudam a moldar uma experiência pós-natal positiva para mulheres, bebês e famílias.
...
Recomendamos essa publicação (ainda em idioma inglês) que está sensacional e muito útil para orientar nossa atenção baseada em evidências científicas.
Prof. Marcus Renato de Carvalho
www.aleitamento.com
A primeira consulta com avaliação detalhada dos profissionais é crucial para o seguimento do acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil.
Material de 24 de outubro de 2019
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção à Criança
Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal.
Disponível em: http://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/
Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
Agora essa excelente publicação da OMS está em português:
O marketing faz parte do cotidiano, vivenciado por praticamente todos. No entanto, o marketing de fórmulas de leite infantis (leites de vaca ultraprocessados em pó) é diferente do marketing de itens de uso diário, como xampu, sapatos ou geladeiras. Os hábitos alimentares das crianças nos primeiros 3 anos de vida afetam profundamente a sua sobrevivência, saúde e desenvolvimento ao longo da vida. A decisão de como alimentamos nossos bebês e crianças deve, portanto, ser baseada nas melhores informações e evidências verdadeiras, influenciadas apenas pelo que é melhor para a criança e os pais e livre de interesses comerciais.
Que se cumpra o Código Internacional de Comercialização de Substitutos do Leite Materno de 1981.
E a NBCAL - Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças da Primeira Infância de 1988 com atualizações.
Prof. Marcus Renato de Carvalho
A saúde das gestantes e de seus bebês depende de uma nutrição adequada. A nutrição da gestação é, portanto, decisiva para o curso gestacional. A dieta, no primeiro trimestre da gestação, é muito importante para o desenvolvimento e diferenciação dos diversos órgãos fetais. Já nos trimestres subsequentes, a dieta está mais envolvida com a otimização do crescimento e do desenvolvimento cerebral do feto
Estudos recentes demonstram que uma dieta bem balanceada é capaz de promover o crescimento e desenvolvimento adequado de crianças e adolescentes, mesmo com a ausência de carne e derivados animais. Para orientar os pediatras a respeito do tema, o Departamento Científico de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) elaborou uma publicação sobre os cuidados necessários à prática do vegetarianismo durante a faixa etária pediátrica.
Segundo o texto, a cada refeição, as dietas vegetarianas fornecem maior teor de fibras, frutas e vegetais e menos gorduras saturadas e quantidade energética. Por outro lado, a carência no consumo de alimentos de origem animal e laticínios pode contribuir para menor ingestão de ferro, vitamina B12, cálcio e zinco.
“Às vezes, quando se avalia a simples quantidade de nutrientes na dieta pode-se ter a impressão de ser adequada ou mesmo superior à dieta onívora. No entanto, quando se observa a biodisponibilidade, fica constatado que é bem menor nos alimentos utilizados, resultando em posterior deficiência”, esclarece o documento.
A publicação indica que as dietas devem ser monitoradas cuidadosamente pelo pediatra para verificar se atendem às necessidades nutricionais do paciente principalmente em relação à energia, macro e micronutrientes e não oferecem riscos ao crescimento. Em muitos casos, apenas a orientação nutricional não é suficiente, sendo necessário suplementar a alimentação com nutrientes em risco de deficiência.
Além disso, o documento traz considerações nutricionais com recomendações minuciosas sobre a ingestão de proteína, gordura, fibra, minerais (ferro, cálcio, zinco, carnitina e iodo) e vitaminas (A, B2, B12, D e ácido fólico).
LEITE MATERNO - O texto salienta também a importância de estimular o aleitamento materno em todas as mães, incluindo as vegetarianas, sendo recomendado de forma exclusiva nos primeiros 6 meses de vida do bebê e complementar até os 2 anos ou mais. Nesses casos, o pediatra deve dar atenção especial à ingestão materna de fontes boas e adequadas de ácidos graxos essenciais, folato, ferro, zinco e vitamina B 123.
Amamentar é um Ato Ecológico!
Prof. Marcus Renato de Carvalho
www.agostodourado.com
Especial: Como o Aleitamento Materno se relaciona com os objetivos do Desenvolvimento do Milênio - tema da Semana Mundial da Amamentação.
Embora os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio sejam para toda a humanidade, prioridades são estabelecidas para a infância. Saiba mais!
SMAM - 1 a 7 de Agosto 2014
O Projeto Aleitamento Materno na Escola - PAME desenvolvido pela Associação Portella para Estudo, Ensino e Prática em Saúde em parceria com o Colégio Rodin, tem como responsável técnica a enfermeira
Monica Portella Gazmenga (COREN 52167).
A Fundação Abrinq criou e disponibiliza essa cartilha com dicas práticas e atualizadas sobre Amamentação.
O aleitamento materno traz inúmeros benefícios para a mãe e o bebê, além de ser um elemento fundamental ao desenvolvimento e vínculo da criança e da mãe. O leite materno contém todos os nutrientes necessários para o bebê e protege a criança contra diarreias, infecções respiratórias e alergias, melhorando a resposta à vacinação e diminuindo as chances de mortalidade.
O leite materno contribui também para o bom desenvolvimento cognitivo da pessoa na vida adulta e, para a mãe, o processo de amamentar ainda reduz o risco de câncer de mama e do colo do útero.
Recomendamos!
Têm boas referências, o nosso livro "Amamentação - bases científicas" e artigos do nosso portal www.aleitamento.com são citados.
Parabenizamos e agradecemos,
Prof. Marcus Renato de Carvalho
Descubra as 6 melhores vitaminas para as CriançasTookmed
Uma dieta bem balanceada fornece nutrientes essenciais para o crescimento e
desenvolvimento das crianças. No entanto, crianças que comem uma dieta limitada ou são
menos capazes de absorver, ou produzir certos nutrientes podem precisar de
suplementos.
Os maiores desafios à nutrição do recém-nascidos pré-termo são a sua imaturidade fisiológica, as necessidades energéticas elevadas e sua suscetibilidade a doenças.
Material de 06 de novembro de 2017
Disponível em: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Eixo: Atenção ao Recém-nascido
Aprofunde seus conhecimentos acessando artigos disponíveis na biblioteca do Portal.
Acesse: portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br
Fácil acesso. Diferentes recursos. As melhores evidências. Um olhar multidisciplinar.
Recomendações da OMS sobre cuidados maternos e neonatais para uma experiência pós-natal positiva.
Em consonância com os ODS – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e a Estratégia Global para a Saúde das Mulheres, Crianças e Adolescentes, e aplicando uma abordagem baseada nos direitos humanos, os esforços de cuidados pós-natais devem expandir-se para além da cobertura e da simples sobrevivência, de modo a incluir cuidados de qualidade.
Estas diretrizes visam melhorar a qualidade dos cuidados pós-natais essenciais e de rotina prestados às mulheres e aos recém-nascidos, com o objetivo final de melhorar a saúde e o bem-estar materno e neonatal.
Uma “experiência pós-natal positiva” é um resultado importante para todas as mulheres que dão à luz e para os seus recém-nascidos, estabelecendo as bases para a melhoria da saúde e do bem-estar a curto e longo prazo. Uma experiência pós-natal positiva é definida como aquela em que as mulheres, pessoas que gestam, os recém-nascidos, os casais, os pais, os cuidadores e as famílias recebem informação consistente, garantia e apoio de profissionais de saúde motivados; e onde um sistema de saúde flexível e com recursos reconheça as necessidades das mulheres e dos bebês e respeite o seu contexto cultural.
Estas diretrizes consolidadas apresentam algumas recomendações novas e já bem fundamentadas sobre cuidados pós-natais de rotina para mulheres e neonatos que recebem cuidados no pós-parto em unidades de saúde ou na comunidade, independentemente dos recursos disponíveis.
É fornecido um conjunto abrangente de recomendações para cuidados durante o período puerperal, com ênfase nos cuidados essenciais que todas as mulheres e recém-nascidos devem receber, e com a devida atenção à qualidade dos cuidados; isto é, a entrega e a experiência do cuidado recebido. Estas diretrizes atualizam e ampliam as recomendações da OMS de 2014 sobre cuidados pós-natais da mãe e do recém-nascido e complementam as atuais diretrizes da OMS sobre a gestão de complicações pós-natais.
O estabelecimento da amamentação e o manejo das principais intercorrências é contemplada.
Recomendamos muito.
Vamos discutir essas recomendações no nosso curso de pós-graduação em Aleitamento no Instituto Ciclos.
Esta publicação só está disponível em inglês até o momento.
Prof. Marcus Renato de Carvalho
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Existem cada vez mais evidências de que os setores de bebidas e alimentos ultra processados, fórmulas infantis, micronutrientes, pesticidas e manipulação genética de alimentos, além de atores associados, frequentemente tentam atrasar, enfraquecer, distorcer e/ou impedir o desenvolvimento de políticas e programas de alimentação e nutrição que possam contribuir efetivamente para sistemas alimentares mais saudáveis e sustentáveis.
Este documento estabelece um roteiro para introduzir e implementar, na Região das Américas, o Projeto de abordagem da OMS para a prevenção e gestão de conflitos de interesse na formulação de políticas e implementação de programas de nutrição no âmbito nacional, publicado pela OMS em dezembro de 2017.
Conflito de interesse segundo a OMS é uma situação em que o interesse primário de uma instituição pode ser indevidamente influenciado pelo interesse de um ator não estatal, de tal forma que afete (ou possa parecer afetar) a independência e objetividade do trabalho do governo no campo da saúde pública.
O projeto de abordagem da OMS é um processo decisório cujo objetivo é ajudar os Estados a identificar, prevenir e gerenciar potenciais conflitos de interesse quando da sua interação com atores não estatais (principalmente comerciais) nas políticas e programas de nutrição.
Considerando a complexidade do projeto de abordagem da OMS, este documento também fornece uma 'ferramenta de triagem' simplificada para apoiar e permitir sua aplicação.
Essa ferramenta de triagem foi desenvolvida pela OPAS, com o apoio de funcionários de ministérios da saúde e de organizações da sociedade civil.
Este roteiro tem como objetivos:
- apresentar os princípios fundamentais da abordagem da OMS aos tomadores de decisão das agências governamentais relevantes;
- adaptar e desenvolver formatos complementares da abordagem da OMS que se encaixem nos processos decisórios existentes em nível nacional;
- e complementar a ferramenta completa da OMS com uma ferramenta de triagem mais curta para aumentar a acessibilidade e possibilitar um envolvimento e uso mais efetivos na tomada de decisões relativas a potenciais interações com atores não estatais.
A publicação explica como esses objetivos podem ser abordados usando um método em 3 estágios. Ela também inclui anexos que cobrem estudos de caso, programas para oficinas e uma ferramenta de triagem para avaliar potenciais interações com atores não estatais: indústrias, comerciantes, empresas... Inclusive, no patrocínio de Congressos, Encontros, Reuniões científicas e apoio as Associações e Sociedades de profissionais de saúde.
Recomendamos!
Prof. Marcus Renato de Carvalho
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Promoção comercial dos ditos substitutos do leite materno:
Implementação do Código Internacional -
relatório de situação mundial em 2024
Esta publicação fornece informações atualizadas sobre o estado de implementação do Código Internacional de Comercialização de Substitutos do Leite Materno (de 1981) e subsequentes resoluções da Assembleia Mundial da Saúde (relacionadas com o “Código”) por países. Apresenta o estatuto jurídico do Código, incluindo até que ponto as disposições de recomendação foram incorporadas nas legislações nacionais.
O relatório centra-se na forma como as medidas legais delineiam processos de monitorização e aplicação para garantir a eficácia das disposições incluídas.
Também destaca exemplos importantes de interferência de fabricantes e distribuidores de substitutos do leite materno nos esforços para enfraquecer e atrasar a implementação de proteções contra o marketing antiético.
O Brasil aparece classificado como “substancialmente alinhado com o Código” devido à NBCAL – Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras, que está em constante atualização desde sua primeira versão de 1988.
Esse status no traz esperança de continuar avançando, principalmente contra o marketing digital perpetrado pelas redes sociais e pelas ditas “influenciadoras”.
Prof. Marcus Renato de Carvalho
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Maternidade pública de Salvador lança caderneta específica para acompanhamento da gestação de Homens Trans. A Unidade de saúde da Universidade Federal da Bahia mantém ações de acolhimento à população transexual. Medida visa preencher lacuna do sistema de saúde.
A iniciativa foi idealizada e produzida pela Maternidade Climério de Oliveira da UFBA em Salvador.
“A caderneta tem como objetivo promover inclusão social, visibilidade e pertencimento, além de produzir dados qualitativos e quantitativos sobre gestações transmasculinas. O uso do instrumento pode contribuir na elaboração de políticas públicas que propiciem o acesso, o cuidado seguro e a garantia de direitos, conforme estabelecido nos princípios do SUS (universalidade, equidade e integralidade)”, disse Sinaide Coelho, superintendente da MCO-UFBA.
TRANSGESTA
Trata-se de uma iniciativa voltada às pessoas que se reconhecem e se declaram transexuais, travestis, transgêneras, intersexo e outras denominações que representam formas diversas de vivência e de expressão de identidade de gênero. Desde o início, o programa realizou o acompanhamento de 7 homens trans gestantes, que resultou no nascimento de nove bebês na maternidade.
Parabéns!
Todo o nosso apoio: essa Caderneta será citada no V Seminário online anual preparatório para a SMAM 2024 em www.agostodourado.com
Prof. Marcus Renato de Carvalho
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ALIMENTAÇÃO DE LACTENTES E CRIANÇAS PEQUENAS EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA:
manual de orientações para a comunidade, profissionais de saúde e gestores de programas de assistência humanitária.
*Tema da SMAM 2009 e que abordaremos novamente no www.agostodourado.com desse ano.
As calamidades e emergências complexas têm um impacto devastador sobre a vida das pessoas. Repentinamente, elas perdem suas casas e são obrigadas a viver fora de seu local de origem, muitas vezes com a cisão abrupta da unidade familiar. O acesso aos serviços de saúde primários costuma ficar prejudicado ou completamente inviabilizado e os sistemas de saúde podem entrar em colapso. A água potável e os alimentos geralmente se tornam escassos, as condições de segurança precárias. Durante os desastres é preciso enfrentar o desafio de lidar com um grande número de pessoas em choque, muitas delas doentes, feridas ou traumatizadas por suas experiências. As mulheres e crianças são as vítimas que mais necessitam de cuidados. Muitas mulheres perdem seus maridos/companheiras, filhos, pais ou parentes e, mesmo assim, precisam iniciar imediatamente o trabalho de reconstruir seus lares, de organizar o espaço para continuar vivendo e de cuidar dos membros mais frágeis da família. O impacto sobre as mulheres pode ser imenso, tanto físico quanto emocional e social. Atenção extra e cuidados especiais precisam ser oferecidos às mulheres com crianças pequenas, órfãos e gestantes.
A Amamentação cruzada não é recomendada e as lactantes devem receber um acolhimento carinhoso para que possam continuar amamentando ou serem apoiadas para a relactação.
Prof. Marcus Renato de Carvalho
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Curadoria de conteúdo: Prof. Marcus Renato de Carvalho @marcus.decarvalho
Amamentação e desenvolvimento sensório psico-motor dos lactentes: “Trilhos anatômicos”, bases neurais da motricidade do sistema estomatognático e suas repercussões sistêmicas.
O lactente é preparado para a amamentação desde a décima segunda semana de gestação, quando inicia o ato reflexo de deglutir o líquido amniótico. A região do encéfalo responsável pela elaboração desses primitivos atos motores é o tronco encefálico. O RN adquire controle motor no sentido céfalo caudal. Isso se dá porque a deposição de mielina obedece à mesma direção. Acrescente-se o fato de o aumento expressivo dos prolongamentos de neurônios ocorrer, principalmente, até os 2 anos de idade. A amamentação, que deve ser mantida pelo menos até que o lactente complete 24 meses de vida, ou mais, funcionaria como uma forma de estimulação perfeita durante esse período crítico do desenvolvimento motor. No lactente, fase em que predominam as ações motoras do orbicular dos lábios e do bucinador (inervados pelo facial), a deglutição é visceral. Entre 7 e 8 meses de idade ocorre a erupção dos dentes incisivos decíduos. O contato inter incisal deflagra a mudança de dominância motora do facial para a do trigêmeo. O padrão de deglutição muda de visceral para somático. Os músculos masseter, pterigoideo medial e temporal (inervados pelo trigêmeo) fazem parte da linha profunda anterior e se comunicam com o occipto frontal (inervado pelo facial), limite cranial da linha superficial posterior. A atuação conjunta dessas duas linhas miofasciais permite que o lactente abandone sua postura flexora com o fortalecimento gradual da musculatura extensora. A amamentação promove, portanto, um adequado sincronismo das ações motoras estimuladas pelos nervos facial e trigêmeo, cujos núcleos se situam no tronco encefálico e estabelecem contato com diversas vias neurais importantes para a organização dos movimentos. Influência o tônus neuromuscular, a postura e o desenvolvimento motor do lactente.
Juliana de Magalhães Faria, Antonio de Padua Ferreira Bueno, Marcus Renato de Carvalho.
Publicado na Revista Fisioterapia Ser • vol. 18 - nº 4 • 2023.
Juliana é Fisioterapeuta em instituições públicas e/ou
privadas há 22 anos, onde adquiriu experiência na área da Saúde e Educação, Pediatria, Fisioterapia em reabilitação de bebês e crianças com problemas neurológicos, estimulação sensório psicomotora, correção postural, reabilitação de pacientes com limitações ortopédicas e neurológicas...
Especialista em Atenção Integral à Saúde Materno-infantil na Maternidade Escola da UFRJ onde iniciou esse artigo que começou com o seu TCC em 2006-7.
Os Princípios de Yogyakarta são um documento sobre direitos humanos nas áreas de orientação sexual e identidade de gênero, publicado em novembro de 2006 como resultado de uma reunião internacional de grupos de direitos humanos na cidade de Joguejacarta (em indonésio: Yogyakarta), na Indonésia.
Os Princípios foram complementados em 2017, expandindo-se para incluir mais formas de expressão de gênero e características sexuais, além de vários novos princípios.
Os Princípios, e sua extensão de 2017, contêm um conjunto de preceitos destinados a aplicar os padrões da lei internacional de direitos humanos ao tratar de situações de violação dos direitos humanos – LGBTQIA+ - de lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, intersexuais e demais expressões de gênero.
São 29 princípios:
1. Direito ao Gozo Universal dos Direitos Humanos
2. Direito à Igualdade e a Não-Discriminação
3. Direito ao Reconhecimento Perante a Lei
4. Direito à Vida
Direito à Segurança Pessoal
6. Direito à Privacidade
7. Direito de Não Sofrer Privação Arbitrária da Liberdade
8. Direito a um Julgamento Justo
9. Direito a Tratamento Humano durante a Detenção
10. Direito de Não Sofrer Tortura e Tratamento ou Castigo Cruel, Desumano e Degradante
11. Direito à Proteção Contra todas as Formas de Exploração, Venda ou Tráfico de Seres Humanos
12. Direito ao Trabalho
13. Direito à Seguridade Social e outras Medidas de Proteção Social
14. Direito a um Padrão de Vida Adequado
15. Direito à Habitação Adequada
16. Direito à Educação
17. Direito ao Padrão mais Alto Alcançável de Saúde
18. Proteção contra Abusos Médicos
19. Direito à Liberdade de Opinião e Expressão
20. Direito à Liberdade de Reunião e Associação Pacíficas
21. Direito à Liberdade de Pensamento, Consciência e Religião
22. Direito à Liberdade de Ir e Vir
23. Direito de Buscar Asilo
24. Direito de Constituir uma Família
25. Direito de Participar da Vida Pública
26. Direito de Participar da Vida Cultural
27. Direito de Promover os Direitos Humanos
28. Direito a Recursos Jurídicos e Medidas Corretivas Eficazes
29. Responsabilização (“Accountability”).
Fonte: Wikipedia + JusBrasil
"Amamentação, sistemas de primeira alimentação
e poder corporativo: um estudo de caso sobre o mercado e as práticas políticas da indústria
transnacional de alimentação infantil no Brasil"
Artigo original: Breastfeeding, first-food systems and corporate power: a case study
on the market and political practices of the transnational baby food industry in Brazil.
Métodos da pesquisa: Usamos um desenho de estudo de caso, extraindo dados de documentos e entrevistas com informantes-chave (N=10).
Resultados: As taxas de amamentação despencaram no Brasil para um mínimo histórico na década de 1970. O ressurgimento da amamentação a partir
de meados da década de 1980 refletiu o fortalecimento do compromisso para a política nacional e uma lei de proteção da amamentação, resultante, por sua vez, de ações coletivas levadas a cabo por coligações de amamentação, defensores e mães. No entanto, mais
recentemente, as melhorias na amamentação estabilizaram no Brasil, enquanto a indústria aumentou as vendas de CMF
( Fórmulas Lácteas Comerciais) no Brasil em 750% entre 2006 e
2020. À medida que as regulamentações se tornaram mais rigorosas, a indústria promoveu de forma mais agressiva os CMF para bebés mais velhos e crianças pequenas, bem como para produtos especializados. fórmulas. A indústria de alimentos para bebés é fortalecida através da associação com grupos industriais poderosos e emprega lobistas com bom acesso aos decisores políticos.
A indústria conquistou a profissão pediátrica no Brasil através de sua associação de longa data com a Sociedade Brasileira de Pediatria.
...
Parabenizamos os autores: Cindy Alejandra Pachón Robles, Mélissa Mialon, Laís Amaral Mais, Daniela Neri, Kimielle Cristina Silva e Phillip
Baker.
Tradução: Moises Chencinski
* Referência: Robles et al. Globalization and Health (2024) 20:12
https://doi.org/10.1186/s12992-024-01016-0
GLOBAL BREASTFEEDING SCORECARD 2023
As taxas de amamentação estão aumentando em todo mundo através da melhoria dos sistemas de promoção, proteção e apoio.
A amamentação é essencial para a sobrevivência e saúde infantil. O leite materno é um produto seguro, natural, nutritivo e sustentável. O padrão ouro para a alimentação dos lactentes. O leite materno contém anticorpos que ajudam a proteger contra muitas doenças infantis, como como diarreia e doenças respiratórias. Estima-se que o desmame precoce seja responsável por 16% das mortes infantis a cada ano.
As crianças amamentadas têm melhor desempenho em testes de inteligência e têm menos probabilidade de ter excesso de peso ou obesidade na vida adulta. As mulheres que amamentam também têm um risco reduzido de câncer e diabetes tipo II.
O “Global Breastfeeding Scorecard” examina as práticas atuais de amamentação em todo o mundo, considerando o momento de iniciação, exclusividade nos primeiros seis meses de vida e continuação até os dois anos de idade.
Além disso, documenta o desempenho nacional em indicadores-chave de como a amamentação é protegida e apoiada. Essa edição 2023 registra o progresso e os desafios na melhoria da amamentação. O relatório destaca histórias de sucesso em vários países que reforçaram as suas políticas e programas de amamentação.
Oito iniciativas fundamentais e seus impactos são analisadas:
1. Assegurar e ampliar o financiamento de políticas para aumentar as taxas de amamentação desde o nascimento até aos dois anos de vida dos lactentes;
2. Implementar integralmente o Código de Comercialização de Substitutos do Leite Materno (NBCAL no Brasil);
3. Garantir legalmente licença parentalidade (licença maternidade e paternidade) remunerada e políticas de apoio à amamentação no local de trabalho;
4. Implementar os Dez Passos para o Sucesso da Amamentação nas maternidades – a IHAC;
5. Melhorar o acesso as capacitações em Aconselhamento em amamentação;
6. Fortalecer os vínculos entre as unidades de saúde e as comunidades;
7. Fortalecer os sistemas de monitoramento que acompanham o progresso das políticas, programas de aleitamento, e o seu financiamento;
8. Apoio IYCF (Infant and Young Child Feeding / Alimentação de lactentes e pré-escolares) em Emergências
...
CONCLUSÃO
O Scorecard demonstra que há progressos na proteção e no apoio à amamentação. Mas, ainda temos desafios significativos no aleitamento materno. São necessários mais investimentos e ações políticas ousadas para melhorar os ambientes propícios à proteção, promoção e apoio à amamentação.
Essa importantíssima publicação é do GLOBAL BREASTFEEDING COLLECTIVE, um conjunto de dezenas de instituições e experts no tema com o apoio do UNICEF.
Tradução livre do Prof. Marcus Renato de Carvalho www.aleitamento.com
Workplace breastfeeding support for working women: A scale
development study
Artigo científico publicado no European Journal of Obstetrics & Gynecology and
Reproductive Biology: X
O objetivo deste estudo foi desenvolver uma escala para avaliar o apoio ao aleitamento materno no local de trabalho.
Métodos
O estudo foi realizado com 490 mulheres trabalhadoras que se inscreveram nos ambulatórios da mulher e da criança de um hospital na Turquia. Os dados do estudo foram coletados por meio de um 'Formulário de Informações Pessoais' e da 'Escala de Apoio à Amamentação no Local de Trabalho para Mulheres Trabalhadoras'. Os dados foram analisados nos softwares SPSS 25 e AMOS 21. No processo de desenvolvimento da escala; Utilizaram-se a validade de conteúdo, a análise fatorial exploratória, os métodos de correlação item escore total e o coeficiente alfa de Cronbach.
Resultados
O índice de validade de conteúdo da escala foi de 0,90 e o valor de alfa de Cronbach foi de 0,93. O valor da escala de Kaiser-Meyer-Olkin foi de 0,91, o teste de Bartlett foi χ2 = 11.573,924 e p < 0,000. De acordo com os resultados da análise fatorial exploratória para a validade de construto da escala, a escala foi composta por 31 itens e 6 fatores.
Conclusões
A escala desenvolvida pode ser utilizada para avaliar o apoio à amamentação no local de trabalho para mulheres trabalhadoras como um instrumento de medida válido e confiável.
Excelente instrumento: tema da SMAM 2023 - Amamentação / Direito da Mulher Trabalhadora.
Profa. Carla Taddei afirma nessa entrevista que a AMAMENTAÇÃO modula a MICROBIOTA, e, portanto, se sobrepõe ao parto normal na transmissão materno infantil de “bactérias do bem”.
E em outra pesquisa mostrou que os prematuros de UTI Neonatal que tomavam leite materno tinham menos tempo de internação, independentemente se receberam leite da própria mãe ou leite humano pasteurizado do Banco de Leite da maternidade.
Está comprovado cientificamente que a Amamentação dá resiliência para a microbiota e, mesmo que a criança precise de antibiótico ou que tenha alguma outra enfermidade, o Aleitamento humano vai garantir a estrutura daquela comunidade microbiana (que antigamente chamávamos de flora intestinal).
Dra. Carla Taddei é Professora Associada do Laboratório de Microbiologia Molecular do HU da USP.
Fonte: Super Saudável, Ano XXIII, número 100 – outubro a dezembro de 2023.
Leia mais sobre esse tema no nosso portal www.aleitamento.com
As bactérias do leite humano - Microbioma do leite materno tem um efeito protetor contra infecções.
Prof. Marcus Renato de Carvalho
Esse é o capítulo sobre políticas públicas de promoção, proteção e apoio ao aleitamento da 4ª edição do livro “Amamentação – bases científicas” – GEN Editora, 2017.
“Manejo Ampliado” é um conjunto de saberes que vão mais além dos conhecimentos biomédicos necessários para a assistência clínica ao binômio lactante-lactente.
É a capacitação de profissionais para elaborarem programas, políticas, eventos em prol da amamentação, com enfoque de gênero, interseccionalidade, diversidade e inclusão.
São apresentadas várias iniciativas internacionais e nacionais das ONGs e dos governos municipais, estaduais e federal.
Inclui um histórico das Semanas Mundiais de Aleitamento e dos Encontros Nacionais de Aleitamento desde 1991.
É o aleitamento pela ótica da saúde coletiva.
Mande suas críticas, sugestões e outras iniciativas não citadas.
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Orientação sobre regulamentação de medidas destinadas a restringir o marketing digital de substitutos do leite materno (em tradução livre)
É urgente a proteção da amamentação nas redes sociais
"Guidance on regulatory measures aimed at restricting digital marketing of breast-milk substitutes".
As redes sociais se tornaram rapidamente a fonte predominante de exposição à promoção de substitutos do leite materno a nível mundial. O marketing digital amplifica o alcance e o poder da publicidade e de outras formas de promoção em ambientes digitais, e a exposição a promoção comercial digital aumenta a compra e a utilização dos ditos substitutos do leite materno.
À luz destas evidências, a 75ª. Assembleia Mundial da Saúde solicitou que a OMS desenvolvesse orientações para os Estados-Membros sobre medidas regulamentares destinadas a restringir a comercialização digital de substitutos do leite materno. Esta orientação aplica-se à comercialização de produtos abrangidos pelo Código Internacional de Comercialização de Substitutos do Leite Materno (NBCAL no Brasil), bem como a alimentos para lactentes e crianças pequenas que não sejam substitutos do leite materno.
Parabenizamos o nosso colega e amigo Cristiano Boccolini (Institute of Scientific and Technological Communication—ICICT, Oswaldo Cruz Foundation—Fiocruz, Brazil) um dos autores dessa inédita publicação.
Prof. Marcus Renato de Carvalho
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Este Guia, “Alimentação complementar de bebês e crianças pequenas de 6 a 23 meses de idade”, substitui os Princípios Orientadores para Alimentação Complementar do Lactente Amamentado e princípios orientadores para alimentação crianças não amamentadas de 6 a 24 meses de idade.
A alimentação complementar saudável é definida como o processo de fornecimento de alimentos além do leite materno ou fórmula láctea quando por si só não são mais suficientes para atender necessidades nutricionais. Geralmente começa aos 6 meses de idade e continua até 24 meses de idade, embora a amamentação deve permanecer além deste período.
Essa etapa é um momento crítico para o desenvolvimento para as crianças aprenderem a aceitar alimentos e bebidas saudáveis a longo prazo. Também coincide com o período de pico para o risco de crescimento insuficiente e deficiências nutricionais.
As consequências imediatas, como a desnutrição durante estes anos de formação –
bem como no útero e nos primeiros 6 meses de
vida - incluem crescimento insuficiente significativo, morbidades e mortalidade e atraso motor, retardo do desenvolvimento cognitivo e sócio emocional.
Mais tarde, pode levar a um risco aumentado de doenças não transmissíveis (DNT). No
longo prazo, desnutrição na primeira infância causa redução da capacidade de trabalho e dos rendimentos e, entre as meninas, redução da capacidade reprodutiva. A Alimentação Complementar inadequada com alimentos ultra processados pode resultar em Obesidade, Diabetes tipo 2, hipertensão…
Os primeiros dois anos de vida também são um período crítico para o desenvolvimento do cérebro, a aquisição de linguagem e maturação das vias sensoriais para a visão
e audição, e o desenvolvimento de melhor desempenho das funções cognitivas.
Estas novas diretrizes estão atualizadas com evidências mais sólidas e têm muitos princípios em comum com o que preconiza o “Guia Alimentar para Crianças Brasileiras menores de 2 anos”. (Baixe aqui no nosso SlideShare).
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Apresentamos a Carta do Recife: Por uma política pública de atenção integral aos homens na saúde para promoção da paternidade e do cuidado no Brasil que apresenta uma breve síntese das reflexões e discussões desenvolvidas ao longo do Seminário Nacional e Internacional "Paternidade e Cuidado" que aconteceu em Recife, entre 30 de agosto e 1º de setembro de 2023.
Nesta carta, apresentamos algumas notas e proposições a toda a sociedade brasileira, dialogando especialmente com gestores/as da União, estados e municípios, legisladores/as, órgãos do poder judiciário, empresas, empregadores/as, sindicatos, movimentos sociais, pesquisadores/as, entidades vinculadas ao controle social e à sociedade em geral.
Abraços,
Coordenação de Atenção à Saúde do Homem (COSAH/CGACI/DGCI/SAPS/MS)
Núcleo de Pesquisas Feministas em Gênero e Masculinidades - GEMA/UFPE
Núcleo GenSex/Fiocruz
Núcleo Tramas/UFPA
UFMT
Estivemos presentes e ratificamos essas análises e recomendações.
Prof. Marcus Renato de Carvalho
Representante do Parents in Science / Faculdade de Medicina - UFRJ
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A Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO) reconhece a Amamentação
como uma prática protetora que pode salvar vidas e recomenda que seja iniciada dentro da 1ª hora de vida (conhecida como “hora mágica” ou "hora de ouro").
Através das recomendações do
melhores práticas, a OMS sugere que a amamentação “temprana” e oportuna na sala de parto pode trazer grandes benefícios para ambos – tanto para a mãe quanto para o bebê.
Alguns aspectos importantes da hora mágica, como o contato pele a pele e o início
no início do aleitamento materno, pode prevenir a hemorragia pós-parto, facilita a involução uterina e produz amenorreia lactacional, que é um método contraceptivo (LAM) útil.
A amamentação no início da vida traz benefícios a longo prazo para a mãe e para a criança.
...
Parabéns a FIGO!
Amamentação na primeira hora: proteção sem demora!
Prof. Marcus Renato de Carvalho
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O atendimento ambulatorial de Puericultura é destinado à criança saudável, para a prevenção, e não para o tratamento de doenças. Sendo
assim, diante dos novos conceitos de programming
e epigenética, fica clara a necessidade da assistência à saúde da criança se iniciar antes
mesmo de seu nascimento.
A ANS em 2013, pela Resolução Normativa nº 338, incluiu o procedimento pediátrico “atendimento ambulatorial em puericultura” no rol de consultas, passando a valer desde janeiro de 2014. Uma vez incluído, o procedimento passou a fazer parte da cobertura assistencial mínima
obrigatória pelos planos privados de assistência
à saúde suplementar: operadoras, Unimed...
O atendimento pediátrico a gestantes (terceiro trimestre) foi contemplado pelo Código
nº 1.01.06.04-9 com indicação de remuneração pelo Porte 2B, lembrando aos pediatras a importância do preenchimento correto do código da ANS nas guias de consulta para o devido reembolso desse valor diferenciado.
Vamos incentivar as gestantes a marcarem uma Consulta Pediátrica Pré-Natal?
Prof. Marcus Renato de Carvalho
Este documento apresenta a posição conjunta e a visão de um grupo de trabalho especializado, global e multissetorial sobre a implementação da Metodologia Mãe Canguru (MCC) para todos os bebês prematuros ou com baixo peso ao nascer (BPN), como base para o cuidado de recém-nascidos prematuros e/ou doentes.
O documento resume as informações básicas, as evidências e a justificativa para disponibilizar o MMC para todos os recém-nascidos prematuros ou de BPN e busca mobilizar a comunidade internacional de saúde materna, neonatal e infantil e as famílias para se unirem para apoiar a implementação do MMC para todos os prematuros ou bebês com baixo peso ao nascer para melhorar a saúde e o bem-estar deles e de suas mães e famílias.
Este documento de posição destina-se a ser utilizado por gestores, parceiros de desenvolvimento, lideranças do pessoal de saúde, pediatras neonatologistas, lideranças da sociedade civil (por exemplo, organizações de pais e profissionais) e organizações de pesquisa envolvidos na pesquisa de implementação do MMC.
O MMC é uma intervenção que permite à mãe assumir um papel central em sua própria vida
e os cuidados do seu recém-nascido, revertendo assim a mudança de poder entre a mãe e o responsável pelos cuidados de saúde, prestadores ou sistemas de saúde. Humaniza os cuidados maternos e neonatais, capacitando e envolvendo
aqueles que mais cuidam do RN, em vez de focar predominantemente em soluções tecnológicas.
Assim, o MMC pode servir como ponto de partida para uma reformulação mais ampla do sistema de saúde e para a prestação de serviços,
transformação dos cuidados maternos e neonatais, e um modelo do que pode ser realizado quando
as partes interessadas relevantes têm o poder de desempenhar os papéis que lhes são naturalmente confiados no cuidado dos seus
recém-nascidos.
Esse documento mostra como o Cuidado Mãe-Canguru pode ser revolucionário na atenção neonatal.
Prof. Marcus Renato de Carvalho
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Este "Guia do Pré-Natal do Parceiro para Profissionais
de Saúde" foi originalmente publicado em 2016 para apresentar a Estratégia Pré-Natal do Parceiro (EPNP), que, em linhas gerais, visa orientar
profissionais e gestores(as) do SUS sobre a importância do envolvimento masculino em todo o ciclo gravídico-puerperal.
Mais recentemente, entre 2021 e 2023, este material passou por processo de revisão/atualização
conduzido pela Coordenação de Atenção à Saúde do Homem (Cosah/CGACI/DGCI/Saps/MS), com a participação de pesquisadores/as vinculados/
as a instituições públicas de pesquisa e formação acadêmica (Gema/UFPE; UFPA; UFMT e IFF/Fiocruz).
Esse processo contou também com diálogos e a apreciação de gestores(as), das Coordenações
Estaduais e Municipais de Saúde do Homem, das áreas técnicas da Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, além de
trabalhadores(as) da atenção primária à saúde (APS)
e representantes da sociedade civil.
Para ampliarmos a participação dos homens na APS é necessário que trabalhadores(as) e gestores(as) revejam práticas e ideias e estejam mais atentos(as)
às construções socioculturais de gênero e às singularidades das pessoas e dos territórios, a fim
de garantir espaços de reflexão sobre as práticas de cuidado em saúde.
Parabéns ao Ministério da Saúde e parceiros.
Notamos a falta de conteúdo da Amamentação - informações básicas devem ser dadas nessa fase gestacional para que mães e pais se preparem para esse ato de cuidado e proteção da infância.
Prof. Marcus Renato de Carvalho
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Prevenção de Acidentes de Trabalho na Enfermagem.pdfHELLEN CRISTINA
Trabalho em equipe, comunicação e escrita.
Pensamento crítico, científico e criativo.
Análise crítica de dados e informações.
Atitude ética.
Bibliografia
B1 MORAES, Márcia Vilma Gonçalvez de. Enfermagem do Trabalho - Programas,
Procedimentos e Técnicas. São Paulo: IÁTRIA, 2012. E-book. ISBN 9788576140825
B2 LUCAS, Alexandre Juan. O Processo de Enfermagem do Trabalho. São Paulo:
IÁTRIA, 2004. E-book. ISBN 9788576140832
B3 CHIRMICI, Anderson; OLIVEIRA, Eduardo Augusto Rocha de. Introdução à
Segurança e Saúde no Trabalho. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. E-book.
ISBN 9788527730600
C1 CAMISASSA, Mara Queiroga. Segurança e Saúde no Trabalho: NRs 1 a 37
Comentadas e Descomplicadas. Rio de Janeiro: Método, 2022. E-book. ISBN
9786559645893
C2 OGUISSO, Taka; ZOBOLI, Elma Lourdes Campos Pavone. Ética e bioética: desafios
para a enfermagem e a saúde. Barueri: Manole, 2017. E-book. ISBN 9788520455333
C3 KURCGANT, Paulina. Gerenciamento em Enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2016. E-book. ISBN 9788527730198
C4 GUIMARÃES, Raphael Mendonça; MESQUITA, Selma Cristina de Jesus. GPS - Guia
Prático de Saúde - Enfermagem. Rio de Janeiro: AC Farmacêutica, 2015. E-book.
ISBN 978-85-8114-321-7
C5 BECKER, Bruna; OLIVEIRA, Simone Machado Kühn de. Gestão em enfermagem na
atenção básica. Porto Alegre: SAGAH, 2019. E-book. ISBN 9788595029637
A palavra PSICOSSOMATICA tem como raiz as palavras gregas: Psico (alma, mente), somática (corpo).
É a parte da medicina que estuda os efeitos da mente sobre o corpo.
Pessoas desajustadas emocionalmente tendem a ficarem mais doentes.
Exemplo do efeito da mente sobre o corpo: uma pessoa recebe uma notícia da morte de um parente. O choque emocional é muitas vezes tão forte que o cérebro desarma o "disjuntor" e a pessoa desmaia. Em alguns casos a descarga de hormônios e adrenalina no coração é tão forte que a pessoa morre na hora ao receber uma notícia terrível.
O que entra na sua mente ou coração pode em um instante te matar.
Maus sentimentos de rancor e mágoa podem envenenar o organismo lentamente.
A medicina psicossomática é uma concepção “holística” da medicina pluricausal que tem como objetivo estudar não a doença isolada, mas o homem doente, que é o paciente humanizado na sua mais completa perspectiva nosológica e ecológica. Numerosos argumentos parecem indicar a realidade das ligações clínicas e experimentais entre a vida emocional, os problemas psíquicos e o disfuncionamento de órgãos ou o aparecimento de lesões viscerais. Os estudos anatómicos e fisiológicos desempenham um papel capital ao nível do hipotálamo, do sistema límbico e dos diferentes sistemas neuroendocrinológicos (hipófise, corticoadrenal e medulloadrenal). No nível experimental, além de limitar as úlceras obtidas por diferentes técnicas no rato de laboratório, deve-se insistir nos experimentos de Weiss que mostraram que as úlceras pépticas do rato, sob certas condições, dependem de duas variáveis: o número de estímulos que o animal deve enfrentar e os feedbacks informativos mais ou menos úteis que recebe em troca. As investigações realizadas no doente mostram a importância dos problemas funcionais em relação às anomalias do sistema nervoso autônomo ou às anomalias dos gânglios intramurais, o que talvez explique a noção de órgãos-alvo dos problemas. Considerando os conceitos mais recentes que valorizam o papel dos fatores genéticos na determinação das doenças psicossomáticas, pode-se conceber que os determinantes psicológicos, afetivos ou ambientais, são cofatores que se integram a fatores somáticos, genéticos, constitucionais e nutricionais para produzir o quadro mórbido final.
3. 1Alimentação para bebês e crianças vegetarianas até 2 anos de idade
APRESENTAÇÃO
1. Introdução: meu filho pode ter uma alimentação vegana? ...............
2. A importância do aleitamento materno .............................................
2.1 O leite da mamãe vegetariana e vegana ..........................................
2.2 Na impossibilidade do aleitamento materno ...................................
2.3 Fatores importantes para a amamentação .......................................
3. A introdução da alimentação complementar .....................................
3.1 Introdução: dos 6 aos 12 meses ........................................................
3.2 Método tradicional, BLW ou participativo ......................................
3.3 Planejamento nutricional da alimentação do bebê vegetariano ......
3.4 Principais Nutrientes .......................................................................
3.5 Dúvidas comuns ...............................................................................
4. Alimentação após o primeiro ano: dos 12 aos 24 meses ....................
5. Alimentos alergênicos e ultraprocessados: o que oferecer
e o que não oferecer antes dos 2 anos ......................................................
6. Cuidados médicos, nutricionais e suplementação ..............................
7. Receitas ...............................................................................................
2
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SUMÁRIO
4. 2
A infância é um período único, em que formamos boa parte dos nossos hábitos, inclusive
os hábitos alimentares. A nutrição é essencial para o desenvolvimento e crescimento dos
bebês e crianças, e a garantia de uma alimentação saudável é peça chave para a prevenção
de doenças e promoção da saúde.
De acordo com a Academy of Nutrition and Dietetics (antiga ADA)(1)
e o Conselho Regional
de Nutrição da 3ª Região (CRN-3)(2)
, a alimentação vegetariana pode ser seguida em todos
os ciclos de vida, inclusive a gestação, lactação e infância. O parecer da ADA considera
ainda que a dieta vegetariana, apropriadamente planejada, é saudável, nutricionalmente
adequada e promove benefícios à saúde, prevenindo doenças. Vale ressaltar que, com
qualquer dieta ou alimentação, o acompanhamento profissional é sempre bem-vindo.
Todos os elementos necessários para o crescimento e desenvolvimento saudável podem
ser garantidos com uma dieta vegetariana estrita - exceto a vitamina B12, assunto que
será tratado no decorrer deste Guia -, garantindo a saúde de uma nova geração que vem
chegando.
Cada vez mais famílias optam pela alimentação vegetariana estrita (vegana), inspiram e
ensinam os propósitos de vida a seus filhos, e há ainda muitas crianças que escolhem não
comer carne por conta própria - fazendo com que os pais aprendam novos valores e um
novo estilo de vida.
A Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), unindo o desejo de responder às dúvidas
frequentesdessasfamílias,desenvolveuesteguiaalimentarparabebêsecriançasvegetarianas
até 2 anos de idade. Elaborada a partir do trabalho conjunto de nutricionistas, médicos e
mães veganas, a publicação é fruto de informações científicas atualizadas e receitas do dia
a dia de quem vive esta experiência única.
Agradeço a oportunidade de organizar este material e, em nome da SVB, desejo uma
ótima leitura!
Considerations in planning vegan diets: Children - Journal of the American Dietetic Association, June 2001, v. 101 Number 6.
Conselho Regional de Nutrição, Região 3. Parecer CRN3 sobre o Vegetarianismo. Disponível em: <www.crn3.org.br/legislacao/doc.../
parecer_vegetarianismo_final.pdf>. Acesso em 12 de abril de 2017.
INTRODUÇÃO
Thaisa Santos Navolar
REFERÊNCIAS:
1
5. 3Alimentação para bebês e crianças vegetarianas até 2 anos de idade 3Alimentação para bebês e crianças vegetarianas até 2 anos de idade
A IMPORTÂNCIA DO
aleitamento
materno
2
Fernanda de Luca
O leite materno é o alimento mais perfeito para a nutrição do bebê desde o seu
nascimento até os 6 meses de vida, sendo recomendado até 2 anos de vida ou mais
como complemento à alimentação. Ainda assim, segundo dados do Ministério
da Saúde, apenas 41% das crianças menores de 6 meses estavam em aleitamento
materno exclusivo em 2008 e a duração média de aleitamento materno exclusivo
observada foi de 1,8 meses (54,1 dias)(1)
.
O leite materno é composto por substâncias únicas, não encontradas em
nenhum outro leite ou fórmula infantil como, por exemplo, as imunoglobulinas que
protegem o bebê contra infecções e o fator bífido que estimula a formação da flora
bacteriana intestinal. Além disso, apresenta proteínas diversas (caseína, alfa e beta
lacto-albumina), algumas delas bioativas (lisozima, haptocorrina, lactoferrina, alfa-1
anti-tripsina, citocinas), carboidratos (o principal é a lactose), gorduras (triglicerídeos,
colesterol, ácidos graxos livres, fosfolipídios), vitaminas e minerais(2, 3, 4)
.
O primeiro leite produzido pela mãe recebe o nome de colostro, apresenta
consistência mais espessa e coloração amarelada, é abundante em proteínas e tem
uma menor quantidade de lactose e gordura do que o leite maduro. Seu volume
inicial varia de 2 a 20 mL por mamada. Esse leite também é rico em vitaminas A e
E, carotenóides e imunoglobulinas(2, 3, 4)
.
6. 4
Na semana seguinte ao parto, a produção de leite materno aumenta bastante e, a
partir do 14º dia de pós-parto, o leite é dito maduro e contém uma maior quantidade de
calorias, lipídios e lactose e um menor teor de proteínas. Ao contrário do que se pensava
anteriormente, as proteínas, quando em excesso, contribuem para o desenvolvimento de
sobrepeso e obesidade nas crianças, por isso bebês em aleitamento materno exclusivo
tendem a apresentar menor peso do que os que estão em aleitamento artificial.
O aleitamento materno está associado a um menor risco de desenvolvimento de otite
média aguda, diarreia, infecções respiratórias graves, dermatite atópica, asma, obesidade,
diabetes, síndrome da morte súbita infantil e enterocolite necrosante(2, 3, 4)
. O leite humano,
além de ser uma excelente fonte de nutrição para o bebê, não apresenta os riscos de
contaminação existentes durante o preparo das fórmulas infantis e ainda oferece proteção
contra infecções(3, 4)
.
A importância do aleitamento materno
7. 5Alimentação para bebês e crianças vegetarianas até 2 anos de idade
As mães vegetarianas e veganas deverão ser tranquilizadas quanto à composição do seu
leite, já que não existem diferenças significativas na composição do leite produzido por mães
vegetarianas ou não vegetarianas. O aleitamento materno deverá ser encorajado sempre(4)
.
Os principais nutrientes que sofrem influência da alimentação materna, seja a mãe
vegetariana ou não, são as vitaminas A, D, E, K, C e o complexo B, sendo por isso
fundamental que a lactante receba orientações quanto às suas demandas nutricionais com
adequação alimentar e suplementação quando necessário(2, 3, 4, 6, 7)
.
A vitamina B12 merece uma atenção especial no caso de mães vegetarianas estritas,
pois essa vitamina só está presente em alimentos de origem animal e em alguns produtos
enriquecidos. A quantidade de B12 presente no leite materno depende dos níveis sanguíneos
da mãe e também da quantidade de B12 que está sendo ingerida. Sendo assim, se a mãe
não estiver ingerindo via alimentação boas fontes de B12, ela deverá ser suplementada para
garantir uma boa concentração dessa vitamina no leite materno. Uma outra opção é a
suplementação do bebê(4, 5, 6, 7,17,18,19,20)
.
As gorduras consumidas pelas mães vegetarianas também merecem atenção, pois embora
estudos demonstrem que a quantidade total de gorduras ingeridas é semelhante entre mães
vegetarianas estritas e as mães ovo-lacto-vegetarianas e não vegetarianas, os níveis de
ômega 3 são mais baixos, ainda que superiores aos níveis encontrados nas fórmulas infantis.
As mães vegetarianas estritas deverão consumir fontes de ômega 3 em sua alimentação
(óleos de linhaça e chia, sementes de linhaça e chia, nozes) ou fazer suplementação através
de cápsulas de DHA (ácido decosahexaenóico) de algas em doses que variam de 200
a 600 mg(5, 7, 8, 9, 10)
.
Os níveis de vitamina D estão relacionados à ingestão materna e à exposição solar, mas,
ainda assim, tanto a Sociedade Brasileira de Pediatria quanto a Academia Americana de
Pediatria recomendam sua suplementação desde o nascimento para todas as crianças,
vegetarianas ou não(4, 11)
.
A alimentação materna não interfere nos níveis de cálcio, ferro, zinco e cobre presentes
no leite materno. Esses minerais são bastante biodisponíveis e somente o ferro deverá ser
suplementado a partir do 3º mês de vida devido à alta prevalência de anemia ferropriva na
nossa população(2, 3, 4, 5, 21)
.
Bebês prematuros merecem cuidados especiais e necessitam de suplementação de
vitaminas A, C e D a partir de 10 dias de vida, ferro desde o 30º dia de vida e zinco a partir
de 36 semanas de idade corrigida. Essas recomendações são universais e se aplicam a todos
os bebês independente do regime alimentar da família(12)
.
O LEITE DA MAMÃE
vegetariana & vegana
8. 6
Para as mães que não estiverem amamentando seus bebês em tempo integral há
necessidade do uso das fórmulas infantis. A oferta de outros tipos de alimentos antes dos
6 meses de vida coloca o bebê em risco de desnutrição, deficiência de micronutrientes e
obesidade, pois muitas vezes os alimentos oferecidos não suprem as demandas nutricionais
do lactente(2, 3, 4, 5)
.
Grande parte dos vegetarianos opta por não beber leite de vaca, seja por questões éticas de
respeito aos animais, seja por questões de saúde, já que o organismo humano não digere bem
esse alimento que, além de conter substâncias inapropriadas ao consumo humano como a
lactose e hormônios naturais da vaca, é acrescido de antibióticos e hormônios sintéticos. Para
as mães que quiserem oferecer uma alternativa às fórmulas à base de leite de vaca a seu bebê,
existemasfórmulasinfantisàbasedesojaouarroz.Nemoleitedevacaenemosleitesvegetais
(industrializados ou preparados em casa) devem ser oferecidos antes de 2 anos de idade em
substituição ao leite materno ou às fórmulas infantis, pois são muito pobres
em calorias e/ou nutrientes e não atendem às demandas nutricionais dos
lactentes(3, 4, 5, 14, 15, 16)
. Essas fórmulas infantis à base de soja e arroz são,
em geral, adicionadas de vitamina D de origem animal, sendo
assim, não são inteiramente veganas - mas são a única opção
existente no mercado para substituição do leite materno.
A Sociedade Brasileira de Pediatria não recomenda o uso
de fórmulas infantis à base de soja para bebês menores de 6
meses, mas a Academia Americana de Pediatria sugere o uso
dessas fórmulas como alternativa para substituição ao leite
materno desde o nascimento em lactentes nascidos a termo
para mães vegetarianas estritas(2, 4, 5, 7, 8, 13)
.
As fórmulas infantis à base de soja são usadas há mais de 60
anos e têm se mostrado seguras e eficazes na substituição ao
leite materno. Além disso, são nutricionalmente adequadas
e capazes de promover o crescimento e desenvolvimento
normais de lactentes a termo desde o nascimento e de
maneira semelhante ao leite materno e às fórmulas infantis à
base de leite de vaca(4, 13, 14, 15, 16)
.
NA IMPOSSIBILIDADE
do aleitamento materno
A importância do aleitamento materno
9. 7Alimentação para bebês e crianças vegetarianas até 2 anos de idade
1- Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. II Pesquisa de
Prevalência de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras e Distrito Federal. Brasília, 2009. 108p. (Série C. Projetos,
Programas e Relatório.
2- Almeida CAN, Mello ED. Alimentação complementar. pp. 66-73; Souza CSB, Costa KCM. Alimentação do pré-escolar e escolar, pp.
74- 80; Lamounier JA, Capanema FD, Rocha DS, Oliveira JED. Anemia Ferropriva, pp. 178-193. In: Nutrologia pediátrica: prática
baseada em evidências; Nogueira-Almeida CA, Mello Ed. Barueri, SP: Manole, 2016.
3- SBP, Manual de orientação para a alimentação do lactente, do pré-escolar, do escolar, do adolescente e na escola/
Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento de Nutrologia, 3ª. ed. Rio de Janeiro, RJ: SBP, 2012.
4- Breastfeeding, p. 41-59; Formula Feeding of Term Infants, p.61-81; Nutritional Aspects of Vegetarian Diets, pp. 241-264. In:
Kleinman RE, Greer FR. Eds. Pediatric Nutrition, 7th Ed. ElkGrove Village, IL: America Academy of Pediatrics; 2014.
5- Mangels R, Driggers J. The Youngest Vegetarians, Vegetarian Infants and Toddlers. ICAN: Infant, Child & Adolescent
Nutrition. 20/2012; Vol.4. Nº1; 08-20
6- Specker B. Nutritional concerns of lactating women consuming vegetarian diets; AM J Clin Nutr.1994; 59 (supl.);
1182S-1186S.
7- Mangels AR, Messina V, Considerations in planning vegan diets: infants. Journal of American Dietetic Association; jun,
2001; volume 101, Nº6; pp. 670-677.
8- Mangels R, Messina V, Messina M. The Dietitian’s Guide to the Vegetarian Diets, Issues and Aplication. In: Jones & Bartlet
Learning, LLC, 3th, 2011.
9- Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento de Nutrologia. Deficiência de vitamina D em crianças e adolescentes;
Documento Científico, 2015
10- Almeida CAN, Filho DR, Mello ED, Bertolucci PHF, Falcão MC. I Consenso da Associação Brasileira de Nutrologia sobre
Recomendações de DHA durante gestação, lactação e infância. International Journal of Nutrology, v.7, pp. 5-14, 2014.
11-Mangels AR. Feeding Vegan Kids. Disponível em: <http://www.vrg.org/nutschell/kids.php>. Acesso em 10/12/2016.
12- Silveira RC; et al. Manual de seguimento ambulatorial do prematuro de risco. 1ª ed.: Sociedade Brasileira de Pediatria, 2012.
Acesso em 2 de Março de 2017, http://www.sbp.com.br/pdfs/seguimentoprematurooficial.pdf .
13- Leung A, Otley A. Concerns for the use of soy-based formulas in infant nutrition. Paediatric Child Health, 2009; 14(3): pp. 109-113.
14- Vandenplas Y, Castrellon PG, Rivas R, Gutierrez CJ, et al. Systematic Review with meta-analysis. Safety Soya-based infant
formulas in children. British Journal of Nutrition; 2013, pp. 1-21, doi: 10.1017/S007114513003942.
15- American Academy of Pediatrics. Soy Protein-Based Formulas: Recommendations for Use in Infant Feeding. Pediatrics, v.1, 101; n.
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16- Bathia J; Greer FR; American Academy of Pediatrics, Committee on Nutrition. The use of soy protein-based formulas in infant
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17- Allen LH. Maternal micronutriente malnutrition: effects on breast milk and infant Nutrition, and priorities for intervention. SCN
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18- Siddiqua TJ, et al. Vitamin B12 Deficiency in Pregnancy and Lactation: Is there a Need for Pre and Post-natal Supplementation? J Nutr
Disorders Ther, 2014, 4:142.
19- Duggan C. et al. Vitamin B12 Supplementation during Pregnancy and Early Lactation Increases Maternal, Breast Milk, and Infant
Measures of Vitamin B-12 Status. J.Nutr. 144: 758-764, 2014.
20- Pawlak R. et al. Vitamin B12 content in breast milk of vegan, vegetarian, and nonvegetarian lactating women in United States. Am J
Clin Nutr, 2018; 108:1-7.
Vários estudos foram feitos para avaliar o efeito dos fitoestrógenos (isoflavonas) presentes
nas fórmulas infantis à base de soja no sistema reprodutivo e endócrino de crianças que
fizeram uso dessas fórmulas e nenhuma evidência de efeito adverso foi encontrada. A
explicação dada para justificar essa ausência de efeitos deletérios seria o fato das isoflavonas
se encontrarem em uma forma conjugada, não ativa biologicamente(13, 14, 15, 16)
.
Recentemente foi lançada no mercado uma fórmula infantil à base de arroz e, apesar
de ainda existirem muito poucos estudos sobre seus efeitos na saúde, essa fórmula atende
perfeitamente às necessidades nutricionais dos lactentes e pode ser uma outra opção em
substituição à fórmula infantil à base de leite de vaca e também para os pais que não
desejarem usar a fórmula infantil à base de soja.
Existem algumas situações em que aleitamento materno não está indicado: mães
portadoras de HIV ou HTLV 1 ou 2; lesão herpética na mama; vacinação recente contra
febre amarela (até 14 dias após); quimioterapia ou radioterapia; uso de drogas ilícitas; e uso
de alguns medicamentos controlados(2, 4)
.
REFERÊNCIAS:
10. 8
A amamentação é um grande desafio. Sempre acreditamos que amamentar é um ato
completamente instintivo, mas não é bem isso. Se eu te disser que a amamentação é mais
um mecanismo aprendido do que instintivo para nós, seres humanos, você acreditaria?
Tanto é que problemas e dificuldades acontecem - e muitas vezes a mãe e a família não
sabem como resolver. Por isso é muito importante que a gestante se informe e frequente
grupos de apoio à amamentação. Quando a dificuldade chegar, ela estará mais preparada.
para a amamentação
FATORES
Aline Vieira
A importância do aleitamento materno
11. 9Alimentação para bebês e crianças vegetarianas até 2 anos de idade
A amamentação é dividida em 3 fases: colostro, leite de transição e leite maduro(1,2). O
período mais complexo é o primeiro mês.
O primeiro contato do bebê com a mãe e o seio deve acontecer o mais rapidamente
possível após o parto, caso as condições de saúde da mamãe e do bebê permitam. É o
famoso contato pele a pele que pode aumentar a manutenção e duração do aleitamento
materno. Mesmo na cesárea esse processo trará imensos benefícios.
Após o primeiro contato e a saída do colostro, pode ocorrer a apojadura. Nesse momento,
a mulher começa a sentir a mama cheia, inchada e dolorida. Isso acontece mais ou menos
3 dias após o parto(2). É nesse momento que os problemas podem surgir. O corpo da mãe
ainda não sabe quanto leite o bebê precisa, e passa a produzir bastante - mas o bebê, que
ainda tem o estômago muito pequeno, não é capaz de ingerir todo o leite produzido. O leite
fica “parado” na mama, que fica cada vez mais inchada e rígida. Essa rigidez impede que
o bebê ordenhe corretamente, e o círculo de dificuldade aumenta.
Para contornar essa situação, além da pega correta, massagem e ordenha são muito
importantes.
As fases da amamentação
A massagem e a ordenha
Antes de cada mamada, massageie toda a mama com a ponta dos dedos, aumentando
a pressão aos poucos e fazendo movimentos circulares, inclusive na aréola (a parte mais
escura onde está o mamilo, o bico do peito). Em seguida, ordenhar manualmente um pouco
do leite materno antes de colocar o bebê para mamar. Pode ser que seja necessário realizar
a massagem e ordenhar mesmo em momentos em que o bebê não vai mamar.
Lembre-se: quanto mais leite parado no peito, mais difícil é para o bebê sugar e maiores
as chances de haver diminuição da produção e complicações como entupimentos e mastite
(infecção da mama)(1,2,3)
.
12. 10
Livre demanda
Deixe o bebê mamar sempre que desejar: quanto mais ele fica ao seio com a pega correta,
melhor é a produção de leite materno. Após as primeiras semanas, é comum a mãe achar
que o leite diminuiu.
VOCÊ
SABIA?
Que após o período de adaptação, o seio da mulher
nem sempre vai estocar leite? Muitas vezes o leite
materno é produzido durante a sucção(2)
.
A importância do aleitamento materno
A pega correta é a melhor forma de estimular a produção de leite e garantir que o bebê
mame o suficiente, mas nem sempre o bebê nasce sabendo como abocanhar corretamente
a mama (1,2).
Já a pega incorreta pode resultar em muita dor à mãe, fissuras, e dificultar o esvaziamento
da mama - diminuindo a produção de leite materno e, consequentemente, podendo gerar
baixo ganho de peso, apesar do bebê permanecer muito tempo no peito.
Observe:
A pega correta garante que o bebê vai sugar corretamente, que o leite seja produzido e
que as chances de fissuras e machucados na mama diminuam.
A pega correta
O corpo do bebê deve estar voltado para a mãe, barriga a barriga;
O bebê deve estar calmo e bem acordado;
Passe o mamilo na boca do bebê, ele vai abri-la;
Coloque a máximo possível o mamilo e a aréola (parte marrom do seio) na
boca do bebê;
O lábio inferior fica exteriorizado, bochecha arredondada e o queixo
encostado na mama. O bebê fica com a famosa “boca de peixinho”;
Quando acabar coloque o dedo mindinho no canto da boca do bebê para ele
soltar a mama sem machucar;
13. 11Alimentação para bebês e crianças vegetarianas até 2 anos de idade
A volta ao trabalho não é sinônimo de desmame, muito menos de introdução alimentar
precoce. É possível ordenhar e estocar leite para ser oferecido ao bebê na ausência da mãe.
Ordenhando: prenda os cabelos, lave as mãos e braços até os cotovelos, use uma
máscara no rosto. Faça uma massagem nas mamas e depois comece a ordenhar fazendo
um C com os dedos, sendo o polegar na parte superior da aréola e o dedo indicador na
parte inferior. Pressione com os dedos e solte, repetindo o processo várias vezes, até retirar
a quantidade de leite suficiente. Algumas mulheres preferem usar bombinhas manuais ou
elétricas.
Armazenando: após a ordenha, o leite deve ser levado imediatamente à geladeira ou
freezer, e pode ser mantido por até 12 horas na geladeira ou 15 dias em freezer.
Descongelando: descongele em geladeira ou em banho-maria. Nunca aqueça na
panela ou em micro-ondas.
Como oferecer: o leite materno pode ser oferecido em copinho ou colher específica
para isso. Evite oferecer em mamadeiras comuns para não acontecer confusão de bicos
e aumentar as chances de desmame precoce. Algumas mães, entretanto, não conseguem
de jeito nenhum adaptar os bebês a estas formas de oferta, e terminam precisando usar
a mamadeira. Em caso de necessidade, solicite ajuda do profissional que acompanha a
criança para fazer da melhor forma possível.
A volta ao trabalho:
como ordenhar, estocar e
descongelar o leite materno?
se você tem dificuldade ou dúvidas, procure
um médico, nutricionista especializado ou
uma consultora em amamentação.
IMPORTANTE:
Weffort, V. R.S; Lamounier, J.A. Nutrição em pediatria: da neonatologia à adolescência, Barueri: Monole, 2017.
Carvalho, M.R; Gomes, C.F. Amamentação - bases científicas, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
Palma, D; et al. Nutrição clínica. Na infância e na adolescência. São Paulo: Manole, 2009.
REFERÊNCIAS:
14. 12
A INTRODUÇÃO DA
alimentação
complementar
3
Introdução: DOS 6 AOS 12 MESES
Aline Vieira
Chegou a tão esperada hora de ver o bebê ter suas primeiras experiências com os
alimentos. Antes de tudo é importante entender que, nessa fase, a alimentação é uma
experiência nova para o bebê. Até então ele aprendeu que, para sentir-se alimentado e
nutrido, o leite materno era o caminho. Agora ele precisa aprender a saciar sua fome com
os alimentos também, e isso leva um tempo.
A alimentação nesse momento é complementar ao leite materno, até que o bebê
aprenda a comer para então, um dia, a alimentação ser a base e, o leite, o complemento.
Portanto, é preciso tempo e paciência.
O bebê precisa ter contato com os alimentos, mas não há uma regra de como comer
e, principalmente, quanto comer. O bebê pode apenas brincar com a comida ou comer
a fruta inteira, não importa. Deixe ele viver essa experiência de forma natural e simples.
Relaxe e confie no seu bebê!
15. 13Alimentação para bebês e crianças vegetarianas até 2 anos de idade
BLW é a sigla de Baby-led Weaning, método de introdução alimentar desenvolvido pela
britânica Gill Rapley com seus filhos. Gill Rapley é autora do livro Baby-led Weaning:
Helping your baby to love good food(1)
, que ficou mundialmente conhecido e popularizou o seu
método. O conceito-chave neste método é a autonomia do bebê, despertando o interesse
das crianças pela comida - o que está de acordo com um dos 10 passos da alimentação
infantil recomendados pelo Ministério da Saúde(2)
: “A alimentação complementar deve ser
oferecida de acordo com os horários de refeição da família, em intervalos regulares e de
forma a respeitar o apetite da criança”.
Método tradicional, BLW ou participativo
Thaisa Santos Navolar
Chegou a tão esperada hora de ver o bebê ter suas
primeiras experiências com os alimentos. Antes
de tudo é importante entender que, nessa fase,
a alimentação é uma experiência nova para o
bebê. Até então ele aprendeu que, para sentir-
se alimentado e nutrido, o leite materno era o
caminho. Agora ele precisa aprender a saciar
sua fome com os alimentos também, e isso leva
um tempo.
Aalimentaçãonessemomentoécomplementar
ao leite materno, até que o bebê aprenda a comer
para então, um dia, a alimentação ser a base e, o
leite, o complemento. Portanto, é preciso tempo e
paciência.
O bebê precisa ter contato com os alimentos, mas não há uma
regra de como comer e, principalmente, quanto comer. O bebê pode
apenas brincar com a comida ou comer a fruta inteira, não importa.
Deixe ele viver essa experiência de forma natural e simples. Relaxe e
confie no seu bebê!
MÉTODO TRADICIONAL
MÉTODO BABY-LED WEANING (BLW)
16. 14
O Ministério da Saúde orienta ainda para não insistir em oferecer comida quando a
criança não está com fome, e não castigar ou oferecer prêmios quando a criança não comer
a quantidade estabelecida(2)
. Esta confusão com comida e brindes ou compensações gera
uma distorção do que representa a alimentação, e deve ser evitada independentemente do
método utilizado na introdução alimentar e posteriormente.
A principal diferença entre o método BLW e o uso de papinhas não é a forma de
apresentação do alimento, mas a forma de oferta. Ambos os métodos devem estimular
a refeição em família, respeitando o tempo e a aceitação do bebê. O enfoque não é a
quantidade que o bebê come, mas que os alimentos consumidos sejam coloridos, coam
qualidade nutricional e que despertem o interesse e curiosidade do bebê pela comida(1)
.
O BLW estimula oferta de alimentos na sua forma mais natural, em pedaços, tirinhas,
fatias, bolinhos, para que o bebê possa comer sozinho - inicialmente com as mãos -,
desenvolvendo a sua autonomia e tendo a oportunidade de sentir os diferentes sabores um
de cada vez - e não todos misturados(1)
. Mas, mesmo no BLW, os bebês também podem
aprender a comer com talheres (aproximadamente com 10 a 12 meses).
Este parece ser um dos seus benefícios, defendido pela autora e relatado por muitos pais
fãs do método: as crianças demonstram que gostam de comer, tendem a ser menos seletivas,
sociáveis à mesa, e tendem a aprender naturalmente o momento em que estão saciadas
(prevenindo o excesso de peso)(1)
.
A introdução da alimentação complementar
17. 15Alimentação para bebês e crianças vegetarianas até 2 anos de idade
A introdução alimentar participativa é uma mistura do método tradicional + BLW. Tem
os mesmos objetivos e princípios do BLW: o respeito à autonomia do bebê, estimulando a
curiosidade pelos alimentos e respeitando seu tempo e o “brincar” com a comida.
Na prática, consiste em oferecer alguns alimentos com a colher e outros em pedaços para
o bebê comer com as mãos. Nem todos os bebês e famílias se adaptam ao BLW e, por este
e outros motivos, não há nenhum problema em oferecer papinhas ou misturar os métodos.
No método participativo, as frutas podem ser oferecidas em pedaços para o bebê comer
sozinho, e as refeições salgadas na colher. Ou, em uma mesma refeição, pode-se oferecer os
legumes em pedaços, mas o arroz e feijão na colher, por exemplo.
MÉTODO PARTICIPATIVO
Algumas vantagens deste método são: facilitar o preparo da refeição; permitir que o bebê
consuma os alimentos geralmente na mesma forma que os adultos consomem (exemplos:
frutas e legumes em pedaços; arroz/feijão/purê/mingau com talheres). Vale lembrar que
existem diversas preparações que podem ser oferecidas para o bebê comer sozinho com as
mãos, como panquecas, bolinho de arroz, pão, hambúrguer caseiros de leguminosas etc.
A escolha do método deve ser discutida com o nutricionista ou médico do bebê, para que
seja adequada a cada criança e esteja de acordo com a realidade da família.
O mais importante na escolha do método é respeitar a essência da introdução alimentar:
até os 2 anos a alimentação é complementar ao leite materno, e por isso, é importante,
aliviar as expectativas (dos pais) e permitir que essa descoberta aconteça de forma mais leve
e natural, respeitando os limites de cada criança (1,2)
.
18. 16
A introdução da alimentação complementar
DICAS IMPORTANTES
Rapley, G. Murkett, T. Baby-led Weaning: Helping Your Baby To Love Good Food. UK, 2008.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Dez passos para uma alimentação
saudável: guia alimentar para crianças menores de dois anos: um guia para o profissional da saúde na atenção básica/Ministério
da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2010. Disponível em:
http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/enpacs_10passos.
Sociedade Brasileira de Pediatria. Guia prático de atualização. Dpto. de Nutrologia. A alimentação complementar e o método BLW:
Baby-led Weaning. n. 3, maio 2017. Disponível em: http://pediatriadescomplicada.com.br/wp-content/uploads/2017/05/Nutrologia-
AlimCompl-Metodo-BLW.pdf
REFERÊNCIAS:
Seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde: O leite
materno em livre demanda é o principal alimento do bebê e, se possível, deve
ser oferecido até pelo menos os 2 anos.
A introdução alimentar só deve começar aos 6 meses. Exceções devem ser
definidas juntamente com pediatra ou nutricionista.
Aos 6 meses, alguns bebês têm mais facilidade para pegar os alimentos e
levar até a boca; outros têm mais dificuldade. É importante aguardar o melhor
momento para cada um!
Existe risco de engasgar com o método BLW e também com a papinha: é
fundamental ter sempre um adulto supervisionando a alimentação e posicionar
o bebê sentado corretamente na cadeirinha. Evite oferecer uva ou tomate
cereja inteiros ou outros alimentos muito lisos, servindo-os sempre picados em
pedacinhos, para evitar qualquer problema. Recomenda-se que o responsável
por oferecer/supervisionar a refeição do bebê tenha informações sobre o que
fazer em caso de engasgo.
Independentemente do método escolhido, é importante identificar e respeitar
os sinais de fome e saciedade.
Incentive atenção à refeição, evitando distrações como brinquedos, televisão
e celular.
Faça a refeição em família ou com o responsável sempre que possível.
Desfrute desse momento tão especial de descoberta dos alimentos, que é o
que marca a introdução alimentar!
19. 17Alimentação para bebês e crianças vegetarianas até 2 anos de idade
A American Dietetic Association(1)
e a Dietitians of Canada (2013)(2)
preconizam que a introdução
de alimentos sólidos é a mesma para bebês vegetarianos e não vegetarianos.
Até então a criança recebia apenas leite materno ou fórmula, que sabemos ser suficiente
para seu desenvolvimento. A partir dos 6 meses, a introdução alimentar tem início e essa fase
costuma gerar bastante insegurança e dúvidas. Por isso, apresentarei os valores nutricionais,
incluindo aminoácidos, de um plano alimentar completo para introdução alimentar de
crianças acima de 6 meses.
Dessa forma, todas as dúvidas são sanadas em relação à ingestão de nutrientes na
alimentação vegetariana do bebê. Tantos os pais quanto os profissionais da saúde sentirão
maior segurança na introdução alimentar e acompanhamento nutricional.
O Esquema Alimentar Completo sugerido abaixo foi adaptado de acordo com as
recomendações nutricionais da Sociedade Brasileira de Pediatria disponíveis no Manual
de Orientação do Departamento de Nutrologia (2012)(3)
. Tanto as recomendações de
macronutrientes (carboidrato, gordura e proteína) quanto as de micronutrientes (vitaminas
e minerais) e aminoácidos foram feitas de acordo com as referências encontradas no mesmo
material.
Planejamento nutricional da alimentação
do bebê vegetariano
Aline Vieira
O esquema alimentar pode oferecer frutas nos lanches intermediários, mas as refeições
principais devem conter todos os grupos alimentares. A amamentação deve ser priorizada
e mantida e, caso necessário, o uso de fórmula deve ser orientado por um profissional(3)
.
Na versão vegetariana, as carnes, ovos e derivados não serão incluídos no Esquema
Alimentar no bebê. Dessa forma, é necessário aumentar as porções de leguminosas (feijão,
lentilha, grão-de-bico etc.) e adequar as porções de cereais para que a mesma recomendação
nutricional seja atingida.
É importante salientar que o esquema proposto é apenas uma sugestão. Adaptações e
mudanças podem e devem ser feitas e acordo com a rotina e condição do bebê.
PLANEJANDO A ALIMENTAÇÃO DO BEBÊ VEGETARIANO
20. 18
A introdução da alimentação complementar
ESQUEMA ALIMENTAR completo
DE 6 A 12 MESES
Leite materno: livre demanda.
Lanche da manhã: banana.
Almoço: arroz integral cozido + feijão carioca cozido +
brócolis cozido + abóbora cozida + ½ colher de sobremesa
de azeite (2,5 g) + ½ colher de sobremesa de óleo de linhaça
(2,5 g) + laranja
Jantar: arroz integral cozido + feijão carioca cozido +
brócolis cozido + abóbora cozida + ½ colher de sobremesa de
azeite (2,5 g) + ½ colher de sobremesa de óleo de linhaça (2,5 g)
+ laranja
Obs: Pode ser incluído um lanche no período da tarde.
Monte o prato como sugerido abaixo. Elaborando a prato dessa forma, o bebê terá
contato com todos os grupos alimentares de uma forma equilibrada e variada.
Legumes e
verduras cozidos:
Abóbora, couve,
brócolis, cenoura,
etc.
1/3
Leguminosas:
feijão carioca, feijão
preto, ervilha, lentilha,
feijão azuki, etc.
1/3
Cereais, raízes, grãos:
arroz integral, quinoa,
batatas, milho, mandioca,
cará, inhame, etc.
1/3
21. 19Alimentação para bebês e crianças vegetarianas até 2 anos de idade
Consistência: Não é necessário liquidificar(3)
. Os alimentos podem ser amassados ou
oferecidos em pedaços. À medida que o crescimento da criança e a habilidade bucal para
a mastigação melhora, os alimentos podem passar a ser menos amassados, até atingir a
consistência normal, por volta de 12 meses de idade.
No grupo dos cereais, raízes e grãos podemos incluir as batatas, arroz integral,
quinoa, milho, mandioca, cará, inhame, trigo (macarrão integral), amaranto, cevada e aveia
em flocos. Todos devem ser bem cozidos até atingir uma consistência que seja possível amassar
com um garfo ou dispor em grande pedaços caso escolha o método BLW.
Apenas o milho ou alimentos mais fibrosos devem ser oferecidos na forma de um purê, até a
criança ter a habilidade necessária para mastigá-los.
Não é necessário oferecer mais que um alimento desse grupo por refeição, assim como
também é possível oferecer a mesma refeição tanto no almoço quanto no jantar do mesmo dia.
As leguminosas devem ser oferecidas em duas porções ao dia nas refeições principais.
Também não é necessário oferecer mais que uma variedade desse grupo ao dia. As leguminosas
devem ficar imersas em água limpa por pelo menos 12 horas antes do cozimento para que os
compostos antinutricionais (como o ácido fítico) sejam diminuídos, melhorando a absorção de
nutrientes e a digestibilidade do alimento(4)
. Após esse processo, cozinhar com água até que
possa ser amassado.
Algumas leguminosas possuem maior quantidade de fibras em sua composição, como o feijão
branco, formando mais gases intestinais. Nesse caso sugiro, após o molho, retirar a “casca”,
antes do cozimento.
Legumes, hortaliças e verduras devem ser oferecidos nas duas refeições principais.
Todos podem ser oferecidos frequentemente, exceto o espinafre e a acelga, pois são ricos em
ácido oxálico, que é o inibidor mais potente da absorção de cálcio.
Os vegetais que apresentam coloração alaranjada, como cenoura, abóbora e batata doce
devem ser oferecidos três vezes na semana para atingir a necessidade de betacaroteno.
Alimentos verdes-escuros que são fontes de cálcio, como o agrião, brócolis e couve devem ser
oferecidos pelo menos quatro vezes na semana. Podem ser cozidos no vapor ou por imersão
em água até atingir a consistência adequada.
Após o prato montado, adicione o óleo de oliva e linhaça conforme mostrado na figura. A
adição de 2,5 gramas de óleo de linhaça fornece aproximadamente 1,35 gramas de ômega 3
(ácido linolênico), atingindo tranquilamente a ingestão necessária.
O azeite é oferecido para contemplar a alimentação com a quantidade adequada de lipídios
(gordura), necessários à nutrição do bebê.
Junto à refeição principal, é interessante oferecer uma fruta com maior teor de vitamina C
(laranja, acerola, abacaxi, morango, goiaba etc.), pois ela auxilia na absorção do ferro não
heme presente nos alimentos vegetais(6,9)
.
22. 20
Valores Nutricionais
do Esquema Alimentar Completo
A introdução da alimentação complementar
Não foram incluídos os valores nutricionais referentes à ingestão de leite materno ou fórmula para lactentes.
*RDA:RecommendedDietaryAllowancesAnexo9.Necessidadesprotéicasemlactentes,criançaseadolescentes
saudáveis. Manual de orientação do departamento de nutrologia. Sociedade Brasileira de Pediatria(3)
Tabela nutricional para os cálculos: PHILIPPI ST(8)
Para os cálculos foram utilizados em média 70 gramas de cada grupo alimentar
Nutrientes Valores (esquema proposto) Referência
Calorias (kcal) 528,99 850
Carboidratos (g) 86,9 (63,05% das calorias) 95 (AI)
Proteínas (g) 19,56 (14,19% das calorias) 11*
Gorduras (g) 13,94 (22,76% das calorias) 30 (RDA)
Cálcio (mg) 200,15 270
Ferro (mg) 5,95 11
Zinco (mg) 2,97 3
Retinol (mcg) 867,96 500
23. 21Alimentação para bebês e crianças vegetarianas até 2 anos de idade
Para essa faixa etária, é recomendada a ingestão de 850 calorias por dia em média,
segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (2012)(3)
. Porém, nós sabemos que os bebês
podem consumir mais ou menos que isso. O valor calórico não é tão importante quando
pensamos que tudo que o bebê nessa faixa etária precisa é ofertado pelo leite materno ou
fórmula; a alimentação é sobretudo um processo de aprendizado.
Como pode-se observar, o plano alimentar recomendado não atinge a referência, mas a
alimentação do bebê deve atingir por volta de 500 calorias das 850 mínimas recomendadas,
sendo a amamentação ou fórmula responsável por esse aporte restante ou até mais.
Nessa fase, não se preocupe com a quantidade de alimentos que o bebê consome!
PRINCIPAIS NUTRIENTES
Calorias
Carboidratos
Proteína
Observeque,natabela,aquantidadedecarboidratosemgramaséaltaquandocomparada
à necessidade de outros macronutrientes (proteína e gordura). Isso porque, nessa fase, a
ingestão de carboidratos é fundamental para fornecer um bom aporte energético para o
acelerado desenvolvimento do bebê.
Apesar da concepção de que crianças vegetarianas ingerem mais carboidratos que
crianças onívoras parecer correta, isso por si só não é algo negativo; muito pelo contrário.
Em relação à ingestão proteica, é possível observar que a quantidade encontrada é
superior à recomendação. Além disso, o bebê vai receber ainda mais proteína através do
leite materno. Portanto, a ingestão proteica não é uma preocupação na alimentação do
bebê vegetariano, desde que obtenha uma alimentação equilibrada e receba leite materno
ou fórmula.
Porém, além da ingestão proteica geral em gramas, veja abaixo uma tabela com a
recomendação de aminoácidos e os valores encontrados no plano alimentar vegetariano
proposto acima.
24. 22
A introdução da alimentação complementar
Aminoácidos Valores (esquema proposto) Referência / dia
Histidina (mg) 665,97 288
Isoleucina (mg) 1015,46 387
Leucina (mg) 1817,38 837
Lisina (mg) 1479,68 801
Metionina + cisteína (mg) 410,08 387
Fenilalanina + tirosina (mg) 1266,75 756
Treonina (mg) 859,18 441
Triptofano (mg) 304,43 117
Valina (mg) 1302,67 522
PERFIL DE AMINOÁCIDOS 6 a 12 meses (9Kgs)
*A recomendação de aminoácidos foi calculada para uma criança de 6 a 12 meses e que apresenta por volta
de nove quilos. Isso porque, acima de 6 meses, a recomendação de aminoácidos é feita por quilo de peso
corporal. Não foram incluídos os valores nutricionais referentes à ingestão de leite materno ou fórmula para
lactentes.
De acordo com a tabela, é possível observar que todos os aminoácidos essenciais são
encontrados na alimentação vegetariana, inclusive com valores bem acima do recomendado.
A ideia de que a alimentação vegetariana é limitada em aminoácidos é errônea.
25. 23Alimentação para bebês e crianças vegetarianas até 2 anos de idade
A quantidade de gordura oferecida nessa proposta parece estar abaixo da recomendação,
porém é similar às 11,90g apresentadas na alimentação do bebê onívoro (disponível na
apostila da Sociedade Brasileira de Pediatria)(3)
. Isso não é uma questão importante, pois
grande parte da gordura ingerida será fornecida pelo leite materno ou fórmula, que
costumam apresentar naturalmente alto teor lipídico.
O cálcio alimentar complementa a ingestão via leite materno ou fórmula, que já atendem
a 100% da recomendação. Nessa fase, o estômago da criança ainda é bem pequeno e
sua necessidade calórica é alta, inviabilizando um alto consumo de hortaliças, legumes e
verduras para atingir a necessidade de cálcio. Por isso é importante a manutenção do leite
materno pelo máximo de tempo possível ou, na impossibilidade disso, o uso de fórmula
específica para lactentes(5)
.
A quantidade de ferro encontrada no esquema sugerido está bem acima da recomendação.
O ferro não heme ingerido possui menor biodisponibilidade, tendo uma absorção de 2 a
20%(9)
, mas isso não parece ser um problema, já que crianças vegetarianas apresentam a
mesma prevalência de anemia ferropriva que as onívoras(10)
.
Além disso, o ferro presente no leite materno apresenta excelente biodisponibilidade,
mesmo para as lactantes (mães que amamentam) vegetarianas e veganas.
O zinco também atinge a necessidade nutricional devido à presença de leguminosas
diariamente, assim como o retinol que é facilmente ingerido através de alimentos
“alaranjados” e verde-escuros, bastante presentes na alimentação vegetariana.
A introdução alimentar para o bebê vegetariano é mais simples do
que parece e muito saudável. Todos os nutrientes estão presentes,
tornando essa alimentação bastante segura para os bebês
atingirem pleno desenvolvimento.
Gordura
Micronutrientes
Conclusão
26. 24
DÚVIDAS COMUNS
Todas as diretrizes recomendam que o bebê tenha contato com a maior variedade possível
de alimentos durante a introdução alimentar, visando à aquisição de tolerância e à redução
no risco de alergia(3)
. Porém, é importante fazer isso de forma respeitosa com a rotina,
ritmo e saciedade do bebê.
Alguns bebês são mais comilões, rapidamente consumindo um bom volume de alimentos
e combinações; já outros bebês necessitam de um tempo maior para se adaptarem a esse
processo. Não tem certo, nem errado.
Portanto, vou compartilhar aqui com vocês o que notei nesses anos todos participando
da introdução alimentar de bebês. Vou falar sobre cada alimento, o momento e a forma
correta de introdução.
Ovo: antes de mais nada é preciso entender que o bebê não precisa consumir ovo.
Não há nada no ovo que faça falta ou cause alguma deficiência quando não consumido.
Consumir ovo é uma opção e não uma necessidade.
Essa é uma dúvida comum no consultório. A introdução após 1 ano parece aumentar
os riscos de alergia, mas veja bem: aumenta as chances, mas não é uma sentença. Os
mecanismos que envolvem a alergia são complexos. Na dúvida, a família deve ser orientada
a procurar um médico ou nutricionista para auxiliar.
Água: O leite materno apresenta elevado teor de água; por isso, antes dos 6 meses, não
é necessário oferecer água, nem mesmo chás ou sucos para os bebês(3)
.
Após o sexto mês, a água precisa ser oferecida para o bebê em copo comum ou copos
especiais que não causem a confusão de bicos, principalmente se o bebê mama no peito.
Quantidade de água de acordo com a DRI (Dietary Reference Intake)
0 a 6 meses – 700 mL (proveniente do leite materno ou fórmula)
7 a 12 meses – 800 mL (incluindo a água proveniente do leite materno ou fórmula e
também da alimentação complementar)
Soja e derivados: É comprovado que a soja não aumenta os riscos de alergia em
crianças saudáveis que não apresentam alergias a outros alimentos, porém alguns derivados
de soja não são adequados para o bebê. O leite de soja, seja caseiro ou industrializado,
não deve ser usado para substituir a amamentação; já a proteína texturizada de soja (PTS)
é um produto industrializado e muitas vezes tem corante em sua composição, não sendo
adequada para bebês. Produtos como shoyu e missô devem ser evitados devido ao alto
teor de sódio, e o tofu pode ser introduzido na alimentação eventualmente, de preferência
orgânico.
A introdução da alimentação complementar
?
27. 25Alimentação para bebês e crianças vegetarianas até 2 anos de idade
REFERÊNCIAS:
Academy of Nutrition and Dietetics. Vegetarian Diets. Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics, v.116, n.12, pp. 1970-1980,
2016.
American Dietetic Association; Dietitians of Canada. Position of the American Dietetic Association and Dietitians of Canada:
Vegetarian diets. J Am Diet Assoc, v.103, n.6, pp. 748-765, 2003.
SBP, Manual de orientação para a alimentação do lactente, do pré-escolar, do escolar, do adolescente e na escola/
Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento de Nutrologia, 3ª. ed. Rio de Janeiro, RJ: SBP, 2012.
Sandberg, A.S. Bioavailability of minerals in legumes. Br J Nutr. 2002.
Fishbein, l. Multiple sources of dietary calcium some aspects of it essentiality. Regultoxicol Pharmacol, 2004.
Hurrell, R.E.I., Iron bioavailability and dietary reference values. Am J Clin Nutr, v.91, n.5, pp. 1461-1467, 2010.
Dietary Reference Intake (DRIs) at: http://www.hc-sc.gc.ca/fn-an/nutrition/reference/index_e.html.
Phillipi, S.T. Tabela de Composição de Alimentos: suporte para decisão nutricional. 2a ed., São Paulo: Coronário, 2002.
Miret, S., Simpson, R.J, Mckie, A.T. Physiology and molecular biology of dietary iron absorption. Annu Rev Nutr, v. 23, pp. 283-
301,2003.
Ambroszkiewicz, J., Klemarczyk, W., Mazur, J., et al. Serum hepcidin and soluble transferrin receptor in the assessment of iron
metabolism in children on a vegetarian diet. Biol Trace Elem Res, v.10, 2017.
REFERÊNCIAS:
É importante ressaltar que o bebê não precisa consumir derivados de soja caso a família
não queira.
Temperos: na primeira etapa, parece prudente não utilizar nenhum tempero no
preparo das refeições do bebê, para não confundir a aceitação. Imagine que seu bebê
recusou o feijão e você pode achar que ele não gosta de feijão, mas ele não gostou do forte
sabor de alho usado para temperar. Portanto, na primeira etapa, recomendo que o bebê
tenha contato com o sabor natural dos alimentos. Aos poucos você pode começar a utilizar
temperos naturais, frescos ou secos como salsinha ou orégano, além de alho e cebola, mas
sempre em pequenas quantidades. Nunca utilizar temperos prontos.
Salada e alimentos crus: todas as folhas, verduras e legumes podem ser introduzidos
por volta do sexto mês, mas existe uma dificuldade dos bebês mastigarem esses alimentos,
como as folhas por exemplo. Nessa fase é comum oferecermos apenas os legumes e verduras
cozidos.
Cogumelos: não há restrição para seu consumo desde a introdução alimentar, mas é
preciso atentar-se aos riscos de contaminação, e utilizar somente os cogumelos de conhecida
procedência. Sempre oferecer cozidos, e observar a consistência para cada fase e idade.
Cereais, grãos e sementes (aveia em flocos, quinoa e amaranto em flocos, germe
de trigo, farinha de chia, farinha de linhaça etc.): misture esses cereais com frutas ou use
para engrossar caldos e cremes.
No caso da chia e linhaça, prefira o óleo como fonte de ômega 3. Os bebês não conseguem
mastigar as sementes e isso também pode aumentar o risco de engasgue. As farinhas destes
alimentos têm alto teor de fibras, o que pode prejudicar a absorção de minerais e pode
gerar muita saciedade. Como o estômago do bebê é pequeno, isso pode comprometer o
interesse em refeições seguintes.
Frutas secas: podem ser usadas, mas com cuidado. É sempre melhor oferecer a fruta
fresca para a criança. Porém, caso você faça alguma preparação como mingau de cereal,
por exemplo, pode ser uma boa opção adicionar uma pequena quantidade para conferir
sabor ou novos estímulos para o bebê. A ameixa seca pode ser deixada de molho e batida
com água, para adicionar em frutas ou cremes de frutas, e é uma opção para auxiliar bebês
mais constipados.
28. 26
ALIMENTAÇÃO APÓS
o primeiro ano
4
Thaisa Santos Navolar
DOS 12 AOS 24 MESES
Nesta fase, o bebê já provou boa parte dos alimentos e já deve ter uma rotina alimentar
mais estabelecida, com as refeições sendo realizadas em família ou com o(a) cuidador(a)(1)
.
O aleitamento materno continua sendo muito importante como principal fonte de
diversos nutrientes para o bebê e, se possível, deve ser mantido até pelo menos os 2 anos,
seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde(2)
.
Caso o bebê não esteja em aleitamento materno, o uso de fórmula infantil deve ser discutido
e avaliado com o profissional que o acompanha. Este tema foi detalhado no capítulo sobre
aleitamento materno.
A partir do primeiro ano, a alimentação do bebê deve ser o mais parecida possível com
a alimentação da família. O sal marinho não refinado deve ser utilizado com moderação,
e temperos artificiais, como caldo de legumes, não devem ser utilizados no preparo da
comida(1)
.
29. 27Alimentação para bebês e crianças vegetarianas até 2 anos de idade
A alimentação deve ser o mais parecida possível com a da família (desde que saudável) e,
se o bebê já estiver adaptado, não há necessidade de amassar. Alimentos com consistência
mais firme devem ser bem cozidos, preferivelmente no vapor sempre que possível.
Geralmente os bebês já estão desenvolvendo a habilidade de comer com colher e isso
deve ser estimulado pelo(a) cuidador(a), para que o bebê aos poucos possa se alimentar
sozinho (sem ajuda, mas sempre com alguém observando).
Nesta fase, os bebês estão cada vez mais curiosos com o ambiente e os alimentos já parecem
não despertar tanta curiosidade, então evite estímulos como TV, celular, brinquedos e
outras distrações(2)
.
Mais perto dos 2 anos, é muito comum os bebês começarem a recusar alimentos que antes
gostavam, mas também provar novos. À medida que alimentos recusados são oferecidos
com preparo diferente e com frequência, geralmente são aceitos novamente(2)
.
Isso tudo faz parte desta nova fase e é fundamental não fazer uso de chantagens ou
recompensas relacionadas à comida. O estímulo a fazer refeições em um ambiente calmo,
levar a criança na feira e mostrar parte do preparo de refeições são ações que fazem toda a
diferença nessa idade.
30. 28
Alimentação após o primeiro ano
Para crianças vegetarianas de 1 a 2 anos, algumas orientações são importantes:
ofereça sempre uma fruta após o almoço e jantar, para aumentar a absorção
de ferro não heme;
inclua 1 colher de chá de óleo de linhaça ou chia no pratinho (almoço e jantar);
sempre oferecer cereal + leguminosa no almoço e jantar, procurando variar os
tipos ao longo da semana.
A maior parte dos pais se preocupam porque a criança passa a ganhar menos peso, mas
isso é natural e fisiológico, pois no primeiro ano de vida o bebê chega a triplicar de peso e,
no segundo ano, o ganho de peso chega em média a 2,5-3 kg em um ano(2)
.
A alimentação continua sendo complementar ao leite materno e, a partir dos 12 meses, é
importante oferecer mais um lanche no dia, ficando as refeições da seguinte forma: café da
manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar.
Garantir a variedade dos alimentos e das preparações passa a ser ainda mais importante.
Procure oferecer 1 tipo de leguminosa diferente a cada dia da semana e varie também as
frutas, legumes e verduras. As leguminosas e os cereais podem ser congelados em pequenas
porções (suficiente para cada refeição do bebê) e nunca recongelados ou reaquecidos.
Procure variar também as opções para o café da manhã e lanches, sendo que nesta fase
podem ser incluídas com maior frequência mingau, panquecas, cookies caseiros sem açúcar,
hommus etc.
31. 29Alimentação para bebês e crianças vegetarianas até 2 anos de idade
SBP, Manual de orientação para a alimentação do lactente, do pré-escolar, do escolar, do adolescente e na escola/
Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento de Nutrologia, 3ª. ed. Rio de Janeiro, RJ: SBP, 2012.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Dez passos para uma alimentação
saudável: guia alimentar para crianças menores de dois anos: um guia para o profissional da saúde na atenção básica/Ministério
da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2010. Disponível em:
http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/enpacs_10passos.pdf
ADA Reports. Position of the ADA: vegetarian diets. J. Amer. Dietetic Association, v. 109, n. 7, pp. 1266-1282, jul. 2009.
Hurrell R, E.I., Iron bioavailability and dietary reference values. Am J Clin Nutr.; v. 91, n. 5: 1461S-1467S. Epub 2010 Mar.
Slywitch, E. Guia alimentar de dietas vegetarianas para adultos. São Paulo: Sociedade Vegetariana Brasileira. 66 p. 2012.
Dietary Reference Intakes (DRIs): Estimated Average Requirements Food and Nutrition Board, Institute of Medicine, National
Academies. Disponível em: <http://www.nationalacademies.org/hmd/~/media/Files/Activity%20Files/Nutrition/DRI-
Tables/5Summary%20TableTables%2014.pdf?la=en > Acesso em: 15 de abril de 2017.
* As receitas estão no capítulo 7.
**Importante: O ideal é que o leite materno seja mantido em livre demanda.
***Manter a oferta de água no copinho diversas vezes ao dia.
Segue um exemplo de esquema alimentar para crianças vegetarianas de 1 a 2 anos com
sugestões de preparações:
Refeição Alimentos
Ao acordar Leite materno ou fórmula infantil
Café da manhã Mingau de aveia ou amaranto ou quinoa em flocos com fruta
OU panqueca matinal sem açúcar
OU batata doce ou inhame/cará/aipim cozidos
OU cuscuz de milho
OU pão integral caseiro ou não processado puro ou com hommus ou
geleia sem açúcar ou patê de tofu ou pasta de oleaginosa (castanha de
caju ou amêndoas ou tahine)
Lanche Fruta da época
Almoço 1 verde escuro: couve, brócolis, rúcula, agrião, cozidos ou refogados
(variar)
Cenoura ou abóbora ou batata baroa/salsa ou batata doce ou outro
legume
Arroz integral ou quinoa cozida ou amaranto cozido ou fubá orgânico ou
milho verde cozido ou painço cozido
Feijão preto ou carioca ou azuki ou branco ou lentilha ou grão-de-bico ou
ervilha partida cozida
Óleo de linhaça
Fruta fresca em pedaços
Lanche Frutas frescas
OU mingau de aveia ou amaranto ou quinoa em flocos com fruta
OU panqueca de aveia/banana sem açúcar
OU batata doce ou inhame/cará/aipim cozidos
OU cookie de damasco sem açúcar
OU omelete de grão de bico
Jantar Seguir o mesmo esquema do almoço, mas variar os alimentos, se possível
+ Fruta em pedaços
Ceia Leite materno ou fórmula infantil
REFERÊNCIAS:
32. 30
ALERGÊNICOS E
ULTRAPROCESSADOS:
alimentos5
Thaisa Santos Navolar
Neste tópico vamos tratar de alimentos alergênicos e de alimentos não saudáveis para
crianças.
O tema das alergias alimentares nunca esteve tão atual. Cada vez mais observamos
pessoas com alergias a determinados alimentos e é crescente o número de publicações
relacionando as implicâncias das alergias para a saúde. De acordo com a Sociedade
Brasileira de Pediatria, a alergia alimentar é uma reação adversa a alimentos que envolve
mecanismos imunológicos e resulta em grande variabilidade de manifestações clínicas(1)
.
O leite materno fornece substâncias que protegem o bebê de doenças e fortalece o sistema
imunológico, atuando na prevenção de alergias alimentares(1)
.
Apesar de sempre um tema polêmico e de haver constantes mudanças nos protocolos, os
novos consensos relacionados à alimentação infantil não recomendam adiar a introdução
de alimentos alergênicos, como os que contêm glúten (trigo, centeio, cevada e aveia), ovos
(no caso de criança ovovegetariana ou onívora), soja, milho ou oleaginosas, por entender
que sua introdução a partir dos 6 meses de vida não aumentaria as chances da manifestação
de alergia alimentar(1,2)
.
Por outro lado, a oferta de tais alimentos antes dos 6 meses, mesmo que de forma isolada,
eleva as chances de manifestações alérgicas. Vale ressaltar o que já foi discutido no tópico
sobre aleitamento materno: até os 6 meses o aleitamento materno deve ser exclusivo, não
oferecendo nenhum outro alimento ou líquido(3)
.
OQUEOFERECEREOQUE
NÃOOFERECERANTESDOS2ANOS
33. 31Alimentação para bebês e crianças vegetarianas até 2 anos de idade
Existem diversos motivos pelos quais não indicamos o leite de vaca e seus subprodutos para
o consumo humano. Entre os aspectos relacionados à saúde na infância, evidências apontam
que a introdução de leite e derivados antes do primeiro ano de vida é relacionada com
anemia ferropriva em bebês(4,5).
Além disso, o leite de vaca, mesmo que na forma de leite em
pó, não é considerado um alimento apropriado para crianças menores de 1 ano, pois contém
baixo teor de ácidos graxos essenciais, alto teor de sódio, baixos níveis de vitaminas D, E, C, e
ainda proteína de baixa digestibilidade(1)
. Outro aspecto levantado pela Sociedade Brasileira
de Pediatria é de que para lactentes com tendência à alergia alimentar, a introdução do
leite de vaca poderia aumentar o risco de seu desenvolvimento(1)
. Para ir além, o renomado
professor da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, Dr. MD. Thomas Campbell,
autor do livro “The China Study”, esclarece que a introdução precoce de leite de vaca em
bebês com antecedentes genéticos parece induzir o diabetes tipo 1(6)
.
O glúten é uma proteína presente naturalmente em alguns alimentos, como trigo, centeio
e cevada e, por contaminação cruzada, na aveia. Tais alimentos podem ser introduzidos
a partir do sexto mês de vida. Mesmo crianças com pais celíacos, ou que possuam o gene
para a doença, devem consumir esporadicamente alimentos com glúten entre o sexto e
sétimo mês, visto que a introdução antes do sexto mês ou tardia pode aumentar a chance do
desenvolvimento da doença(1)
. A doença celíaca é uma alergia alimentar e seu diagnóstico
deve ser feito pelo médico. No caso de confirmação do diagnóstico, o glúten não deve ser
oferecido em hipótese alguma, e há preocupação com a contaminação cruzada na casa.
Recomenda-se orientação individual com nutricionista ou pediatra para as recomendações
necessárias.
Havia uma recomendação anterior do Ministério da Saúde de não oferecer oleaginosas
(castanhas, amêndoas, nozes etc.), especialmente amendoim, antes do primeiro ano de vida.
Entretanto, conforme esclarecido na parte inicial deste capítulo, atualmente considera-se que
a oferta destes alimentos a partir dos 6 meses de idade não aumenta o risco de aparecimento
de reações alérgicas em bebês. Estudo publicado recentemente no The Journal of Allergy and
Clinical Immunology considera que a oferta de amendoim na alimentação complementar pode
prevenir o desenvolvimento de alergia no futuro(7)
.
Atualmente, a orientação é de oferecer esporadicamente oleaginosas de forma a prevenir
possíveis reações alérgicas(1)
, porém cabe ao profissional que acompanha o bebê definir o
melhor momento e forma de oferta. Uma possível estratégia é adicionar pasta de oleaginosas
(cerca de 1 colher de chá) ou leite vegetal caseiro nas frutas ou mingau. Nunca oferecer a
castanha inteira pelo risco de engasgo. Oferecer apenas um tipo de oleaginosa por vez e
aguardar pelo menos 3 dias para oferecer outro tipo.
Esses alimentos apresentam maior incidência de alergia, principalmente o amendoim, por
isso devem ser introduzidos preferencialmente com o suporte do nutricionista ou médico,
principalmente no caso de crianças que já apresentaram reações alérgicas durante a
amamentação ou introdução alimentar(1)
.
Leite de Vaca
Glúten
Oleaginosas
34. 32
Os leite vegetais nunca devem ser utilizados para substituir o leite materno ou fórmula
infantil, podendo desencadear comprometimentos no crescimento e desenvolvimento
do bebê por não suprir as necessidades nutricionais recomendadas. Leites vegetais
industrializados devem ser evitados em crianças menores de 2 anos. Os leites vegetais
caseiros devem ser evitados em crianças menores de 1 ano e, mesmo após o primeiro ano
de vida, sempre dar preferência ao leite materno ou fórmula infantil. Seu uso pode ser
esporádico, em preparações como mingau ou purê de frutas, por exemplo, se orientado
pelo profissional que acompanha o bebê.
De forma a seguir a estratégia de promover hábitos alimentares saudáveis para as crianças,
a Organização Mundial da Saúde reitera que não há motivos para oferecer açúcar, doces(8)
ou produtos ultraprocessados, como refrigerantes, sucos de caixinhas, gelatinas, iogurtes e
bebidas lácteas, bolachas, balas, chocolates, salgadinhos, embutidos, queijos, frituras, entre
outros. Não ofereça farinhas de cereais instantâneas, achocolatados ou mingau pronto em
pó, pois contêm açúcar. Tais produtos não são saudáveis e estão associados à obesidade,
anemia e alergias alimentares em crianças(3)
.
O Ministério da Saúde, no Guia Alimentar para crianças menores de 2 anos, alerta sobre
o mel e seus subprodutos. Este não deve ser oferecido para crianças antes do primeiro ano
de vida, por conta do risco de contaminação pelo Clostridium botulinum, o qual produz uma
toxina que pode causar o botulismo, doença que pode levar bebês a óbito(3)
.
Leites Vegetais
Açúcar e produtos ultraprocessados
Mel
alergênicos e ultraprocessadosAlimentos
REFERÊNCIAS:
SBP, Manual de orientação para a alimentação do lactente, do pré-escolar, do escolar, do adolescente e na escola/
Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento de Nutrologia, 3ª. ed. Rio de Janeiro, RJ: SBP, 2012.
Du Toit, et al. The Journal of allergy and clinical immunology. Prevention of food allergy. VOLUME 137, NUMBER 4. April, 2016.
Disponível em: http://www.jacionline.org/article/S0091-6749(16)00288-8/pd
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Dez passos para uma alimentação
saudável: guia alimentar para crianças menores de dois anos: um guia para o profissional da saúde na atenção básica/Ministério
da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2010. Disponível em:
http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/enpacs_10passos.pdf
Oliveira, M.A.A; Osório, M.M. Leite de vaca e anemia ferropriva na infância. Jornal de Pediatria - Vol. 81, N.5, 2005.
5. Levy-Costa, R.B.; Monteiro, C.A. Consumo de leite de vaca e anemia. Rev Saúde Pública. 2004;38(6):797-803.
6. Togias, et al. The Journal of allergy and clinical immunology. Addendum guidelines for the prevention of peanut allergy in the
United States: Report of the National Institute of Allergy and Infectious Diseases–sponsored expert panel. Jan, 2017, Volume 139, Issue 1,
Pages 29–44. Disponível em: http://www.jacionline.org/article/S0091-6749(16)31222-2/fulltext
7. Campbell, T.C. The China Study. 2005. Benbella books. United States.
8. Guideline: Sugars intake for adults and children. Geneva: World Health Organization; 2015.
35. 33Alimentação para bebês e crianças vegetarianas até 2 anos de idade 33Alimentação para bebês e crianças vegetarianas até 2 anos de idade
No contexto da criança, devido ao crescimento e a características alimentares
específicas dos pais, alguns nutrientes podem receber maior atenção.
Todos os cuidados com a suplementação de vegetarianos são iguais aos de onívoros.
O único nutriente que deve ser incorporado às prescrições é a vitamina B12 na dieta
vegetariana estrita, tendo em vista que as fontes alimentares seguras dessa vitamina
são as carnes, ovos e laticínios.
Não há nenhuma necessidade das crianças vegetarianas serem submetidas a
consultas médicas ou exames laboratoriais mais frequentes do que é recomendado às
crianças onívoras.
CUIDADOS MÉDICOS
e suplementação
6
Eric Slywitch
36. 34
Apesar da crença de que a ingestão adequada de B12 proporcione bons níveis sanguíneos,
isso nem sempre é verdade, especialmente para adultos. A deficiência de B12 ultrapassa
40% dos indivíduos onívoros adultos na América Latina(1)
, o que indica que a avaliação dos
níveis sanguíneos deve ser feito para todas as gestantes, especialmente pelo fato de que os
níveis de vitamina B12 séricos da mãe se correlacionam ao seu teor no leite materno. Mães
com redução da B12 sérica produzem leite com menor teor de B12.
No ambiente intrauterino o nível de B12 sérica do feto é o dobro do encontrado na mãe.
Existe um gradiente de concentração que favorece a passagem dessa vitamina ao feto. Por
esse motivo, no caso da mãe com deficiência de cobalamina, o bebê pode demorar pelo
menos 4 meses para apresentar deficiência clínica(2)
.
Diferentemente do que ocorre com adultos, as diretrizes nutricionais (DRI - Dietary
Reference Intakes) para crianças foram criadas avaliando bebês e crianças vegetarianas. Por
conta disso, podemos nos pautar nelas com segurança para a prescrição de suplementação
profilática para crianças vegetarianas estritas.
Por ser a vitamina de maior preocupação numa dieta vegetariana, a SVB preconiza a
suplementação para todas as crianças vegetarianas, independente da opção pelo uso de
ovos ou laticínios. O médico ou nutricionista que normalmente acompanha a criança em
crescimento (seja onívora ou vegetariana) deve avaliar e prescrever a suplementação.
É também possível garantir a oferta de B12 por meio de alimentos fortificados.
A adoção da dieta vegetariana não é um fator de risco para deficiência de ferro, tendo
em vista que a menor biodisponibilidade de ferro vegetal é compensada pelo maior teor de
ferro na dieta vegetariana.
A SVB preconiza que a orientação de suplementação de ferro seja a mesma recomendada
pela Organização Mundial da Saúde e pela Sociedade Brasileira de Pediatria(6)
.
É importante entender que 100 gramas de carne vermelha magra não contêm nem 2 mg
de ferro, portanto a suplementação não é realizada pelo fato da criança ser vegetariana.
Uma criança de 10 kg que utiliza 10 mg de ferro elementar só atingiria essa quantidade de
ferro ingerindo pelo menos 500 gramas por dia de carne vermelha magra, uma condição
impossível de ser prescrita.
Ferro
Cuidados médicos e suplementação
Vitamina B12 (cobalamina)
37. 35Alimentação para bebês e crianças vegetarianas até 2 anos de idade
A SVB segue a condição preconizada pela Sociedade Brasileira de Pediatria(6)
, sugerindo
que as duas condições onde não é necessário suplementar vitamina D são:
Lactentes em aleitamento materno com exposição solar regular;
Lactentes que recebem ao menos 500 mL/dia de fórmula infantil.
Nas demais condições, a oferta das necessidades diárias deve ser garantida por meio de
suplementação.
Só é recomendada a suplementação em regiões de alta prevalência de deficiência.
Nesses casos, sugerimos manter a recomendação da Organização Mundial da Saúde,
Ministério da Saúde e Sociedade Brasileira de Pediatria(6)
de uso de megadoses orais a cada
4 ou 6 meses se houver indicação do médico que acompanha a criança.
No caso da dieta vegetariana, o betacaroteno será a principal escolha, tendo em vista
que a vitamina A é de origem animal. Por ser bastante abundante nos alimentos de origem
vegetal, a orientação dietética será capaz de suprir toda a necessidade da criança, não
sendo necessária suplementação corriqueira.
Allen, L.H., Folate and vitamin B12 status in the Americas. Nutr Rev, 2004. 62(6 Pt 2): pp. S29-33; discussion S34.
Demir, N., et al., Clinical and neurological findings of severe vitamin B12 deficiency in infancy and importance of early
diagnosis and treatment. J Paediatr Child Health, 2013. 49(10): pp. 820-824.
Press, N.A. (1998) Dietary Reference Intakes for Thiamin, Riboflavin, Niacin, Vitamin B6, Folate, Vitamin B12,
Pantothenic Acid, Biotin, and Coline. Disponível em: https://www.nal.usda.gov/sites/default/files/fnic_uploads//thiamin_full_report.
pdf.
Bahadir, A., P.G. Reis, E. Erduran, Oral vitamin B12 treatment is effective for children with nutritional vitamin B12
deficiency. J Paediatr Child Health, 2014. 50(9): pp. 721-725.
Herrmann, W. and J. Geisel, Vegetarian lifestyle and monitoring of vitamin B-12 status. Clin Chim Acta, 2002. 326(1-2): pp. 47-
59.
SBP, Manual de orientação para a alimentação do lactente, do pré-escolar, do escolar, do adolescente e na escola/
Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento de Nutrologia, 3ª. ed. Rio de Janeiro, RJ: SBP, 2012.
REFERÊNCIAS:
Vitamina A
Vitamina D
2
1
38. 36
Receitas7
As receitas foram elaboradas com amor e carinho para este guia
pelas mamães e ativistas veganas Júlia Harger e Tabata Iglesias e pela
nutricionista Thaisa Navolar.
Mamães e papais: A maior parte das receitas é destinada a
crianças maiores de 1 ano, devido à dificuldade anterior de mastigação
de alimentos em pedaços, como frutas e legumes.
39. 37Alimentação para bebês e crianças vegetarianas até 2 anos de idade
INGREDIENTES:
1/2 copo de aveia
1/4 copo de leite vegetal da sua preferência
1/2 banana
1 colher de chá de farinha de chia (pode ser de linhaça)
Morangos para servir
2 tâmaras ou ameixas-seca
Água
MODO DE PREPARO:
Para fazer a massa:
Coloque a aveia no liquidificador e bata até que vire farinha de aveia. Adicione a banana,
o leite e a farinha de chia e bata mais até virar uma massa homogênea. Pegue uma
concha da massa e despeje em uma frigideira média em fogo médio. Espalhe, virando a
frigideira para que forme uma massa fina. Deixe de2 a 3 minutos de um lado e depois
vire. Sirva as panquecas com morangos cortados.
Para fazer a calda: Bata as tâmaras no liquidificador e vá adicionando água aos poucos
até virar uma calda.
Sirva as panquecas com a calda por cima e com morangos picados.
Receitas de café da manhã
Panqueca de aveia e banana com calda de tâmaras
Por Júlia Harger
40. 38
Receitas
INGREDIENTES:
1/2 tofu firme (125g)
1/4 de cebola
1/2 tomate
1/2 cenoura
1/4 de abobrinha
1 colher de chá de óleo da preferência
Pão libanês/sírio para servir
Cebolinha e salsinha a gosto
MODO DE PREPARO:
Picar a cebola e refogar no óleo.
Depois, picar o tomate, a cenoura
e a abobrinha em pedaços bem
pequenos e adicionar na panela para
refogar. Adicionar água se necessário.
Na hora de adicionar o tofu na
panela, “esfarele” o pedaço do tofu
com a mão até que se desintegre
completamente. No fim, adicione
cebolinha, salsinha ou temperos a
gosto.
Para servir: corte o pão libanês em
triângulos como o formato de pizza e
coloque ao forno rapidamente só para
aquecer e torrar levemente. Cubra o
pedaço de pão com o tofu mexido.
Sirva as panquecas com a calda por
cima e com morangos picados.
Pizza de tofu mexido
41. 39Alimentação para bebês e crianças vegetarianas até 2 anos de idade
INGREDIENTES:
4 colheres de sopa de farinha de grão-de-bico
1/2 copo de água (150 mL)
1 tomate picado
1/2 cenoura picada
1 colher de chá de óleo da preferência
1/2 copo de espinafre ou brócolis ou couve bem picadinhas
1/2 abacate
Sal a gosto
Levedura nutricional para adicionar no fim (opcional)
MODO DE PREPARO:
Refogue o tomate, a cenoura e a salsinha rapidamente. Coloque a farinha de grão-de-bico
em um recipiente, misture os ingredientes refogados e a água até que forme uma massa
homogênea. Esquente o óleo vegetal em uma frigideira e frite a omelete. Retire a omelete
pronta. Refogue o espinafre/brócolis/couve com água e um pouquinho de sal. Sirva os dois
juntos com meio abacate cortado em fatias.
“Omelete” de grão-de-bico
42. 40
Receitas
INGREDIENTES:
1 tomate picado
1/2 brócolis
1/2 cenoura
1/2 abobrinha
1/2 copo de vagem
1 dente de alho
1/2 pimentão
1 xícara de leite de coco
1 xícara de tofu
Sal a gosto
1 colher de chá de óleo de
sua preferência
Cebolinha e salsinha ou temperos
de sua preferência
Arroz integral para servir
MODO DE PREPARO:
Pique todos os vegetais como preferir
e refogue com o óleo até que fiquem bem cozidos.
Pode usar um pouco de água para ajudar a refogar também. Corte o tempeh em pequenos
quadrados e adicione à mistura. Tempere com sal e com os temperos da sua preferência.
Jogue um pouco do leite de coco e cozinhe até que o leite absorva o sabor dos vegetais.
Cozinhe o arroz para servir junto.
Curry de vegetais
com tofu
Receitas de almoço ou jantar
43. 41Alimentação para bebês e crianças vegetarianas até 2 anos de idade
Tacos de Tofu
INGREDIENTES:
1/2 tofu firme (125 g)
1/4 de cebola
1/2 tomate
1/2 copo de feijão já cozido preparado do
seu jeito preferido
Casquinhas de tacos ou tortilhas para
servir
Salada de sua preferência
Levedura nutricional para adicionar no
fim (opcional)
1 colher de chá de óleo de sua preferência
MODO DE PREPARO:
Picar a cebola e refogar no óleo. Depois,
picar o tomate em pedaços bem pequenos,
adicionar na panela e refogar tudo junto.
Na hora de adicionar o tofu na panela,
“esfarele” o pedaço do tofu com a mão até
que se desintegre completamente.
Recheie a casquinha de taco com uma
colher de feijão, seguido de uma colher do
tofu mexido que foi feito. Finalize com sal-
adas, por exemplo, alface picado em tiras,
tomates e milho.
Hamburguinho de
aveia com grão-de-bico
e vegetais
INGREDIENTES:
1/2 copo de farinha de aveia
1/2 copo de algum leite vegetal
(uso o de amêndoas)
1 copo de grão-de-bico cozido
1/2 brócolis
1/2 cenoura
1/2 cebola
1/2 abobrinha
MODO DE PREPARO:
Pique a cebola, o alho e refogue. Pique
todos os vegetais e adicione para
refogar rapidamente. Coloque todos
esses ingredientes refogados em um
processador, junte o grão-de-bico e
processe. Adicione a farinha de aveia e o
leite vegetal.
Despeje uma colher bem cheia dessa
mistura em uma panela antiaderente e
espalhe até que fique o formato desejado.
Espere alguns minutos e vire.
44. 42
Receitas
INGREDIENTES:
1/2 brócolis
1 dente de alho
1/2 abobrinha
1/2 cebola
3 folhas de couve
1/2 copo de
castanhas-de-caju crua
1 colher de amido de milho
Levedura nutricional a gosto
Sal a gosto
Cebolinha e salsinha ou
temperos de sua preferência
1 copo de quinoa cozida
para servir
Quinoa e molho branco com vegetais verdes
MODO DE PREPARO:
Pique a cebola, o alho e refogue. Corte o brócolis,
a abobrinha e a couve em tiras ou pedaços bem
pequenos e refogue também. Reserve.
Para fazer o molho branco: Hidrate a castanha na
água de um dia para o outro. Jogue a água fora e
adicione as castanhas no liquidificador e coloque 1
copo de água filtrada e bata até que vire um creme.
Leve essa mistura ao fogo e junte o amido de milho.
Cozinhe até que engrosse, adicione sal a gosto e
levedura nutricional (opcional).
Junte o molho branco aos vegetais refogados e sirva
com quinoa.
Recheie a casquinha de taco com uma colher de
feijão, seguido de uma colher do tofu mexido que foi
feito. Finalize com saladas, por exemplo, alface picado
em tiras, tomates e milho.
45. 43Alimentação para bebês e crianças vegetarianas até 2 anos de idade
Bolonhesa de
lentilhas
INGREDIENTES:
1 copo de lentilhas
1 cenoura
1/2 abobrinha
1/2 cebola
1 tomate
1 alho
1 colher de extrato de tomate
Sal a gosto
1 colher de chá de óleo de sua
preferência
Cebolinha e salsinha ou temper-
os de sua preferência
Macarrão de sua preferência
para servir.
MODO DE PREPARO:
Pique a cebola, o alho e refogue.
Adicione a cenoura, o tomate
e a abobrinha picados. Junte a
lentilha, o extrato de tomate, o
sal e cozinhe. Finalize com os
temperos.
Cozinhe o macarrão e sirva
com o molho.
Panqueca de aveia
recheada com vegetais
INGREDIENTES:
1 tomate picado
1/2 brócolis
1/2 cenoura
1/2 cebola
1/2 abobrinha
1 dente de alho
1/2 abacate
2 colheres de sopa de farinha de aveia
4 colheres de sopa de algum leite vegetal (uso o
de amêndoas)
Sal a gosto
Cebolinha e salsinha ou temperos de sua
preferência
MODO DE PREPARO:
Para fazer a massa: junte a farinha
de aveia, o sal e o leite vegetal e bata no
liquidificador. Depois de bater bem a massa,
despeje em uma frigideira antiaderente.
Para fazer o recheio: Pique a cebola, o alho
e refogue. Pique todos os vegetais e adicione
para refogar junto até que estejam no ponto.
Para rechear as panquecas, abra a massa,
espalhe um pouco de abacate como se fosse
um molho, adicione o recheio de vegetais e
enrole a panqueca.
46. 44
Receitas
Nuggets de grão de bico
INGREDIENTES:
2 xícaras de grão de bico cozidos (demol-
hados por 12h)
3 ovos de linhaça (3 colheres de sopa de
linhaça hidratadas em 30 colheres de
sopa de água) hidratadas por 15 minutos.
1 xícara de aveia em flocos médios
1 cebola
2 dentes de alho
1 colher sopa de cúrcuma
1 colher de chá de páprica doce
Orégano, sal e salsinha a gosto
Suco de ½ limão
Farinha de arroz integral + farinha de
linhaça para empanar.
Lanchinhos Por Tabata Iglesias
MODO DE PREPARO:
Cozinhe o grão-de-bico por 10 minutos na
panela de pressão. Enquanto isso leve ao
liquidificador os “ovos” de linhaça com os
dois dentes de alho. Reserve. Retire o grão da
panela com o auxílio de uma escumadeira,
não jogue a água fora. Em um processador
ou liquidificador potente coloque o grão a
cebola e os temperos, adicione 3 conchas da
água do cozimento. A massa vai parecer meio
líquida, mas o ponto é esse mesmo. Leve essa
mistura a uma panela antiaderente e junte a
linhaça e a aveia. Misture com uma espátula
até a massa desgrudar do fundo da panela.
Coloque em um refratário e espere esfriar,
molde e empane na farinha de arroz integral
com linhaça triturada.
47. 45Alimentação para bebês e crianças vegetarianas até 2 anos de idade
Quibe de lentilha com
quinoa e nozes
INGREDIENTES:
2 xícaras de lentilhas cozidas
(demolhadas por 8h)
1 ½ xícara de aveia em flocos médios
1/3 xícara de quinoa cozida
1 cebola
3 dentes de alho
Hortelã à gosto
Cebolinha à gosto
1colher de chá de zathar
1 colher de café de canela em pó
½ xícara de nozes trituradas
Suco de ½ limão
Cominho à gosto
MODO DE PREPARO:
Em uma panela cozinhe a lentilha e a
quinoa por 5 minutos (após levantar
fervura), escorra a água e reserve, leve
para o processador as nozes, cebola,
alho, hortelã, cebolinhas e os demais
temperos. Triture e reserve. Processe
a lentilha e junte-a aos temperos.
Acrescente a aveia e molde os quibes.
Regue com azeite e leve para assar em
fogo médio até dourar.
Coxinha de batata doce
INGREDIENTES:
MASSA
¾ xícara de purê de batata doce
4 colheres de sopa de chia
8 unidades de castanhas do Pará
1 dente de alho
1 colher de café de cúrcuma
1 pitada de cominho
½ xícara de farinha de linhaça dourada para
empanar
Sal à gosto
Azeite ou óleo de coco para assar
RECHEIO
½ cenoura ralada crua
2 arvorezinhas de brócolis cozidos ao vapor e
triturados
Sal à gosto
MODO DE PREPARO:
Processe a chia e as castanhas até formarem
uma farinha (cuidado para não passarem
do ponto e virar pasta). Junte ao purê, rale
o alho adicione os temperos, misture bem a
massa e unte as mãos com azeite, faça um
chapeuzinho e coloque o recheio, feche e
molde a coxinha, passe rapidamente num
bowl com água e na farinha de linhaça. Leve
para assar no forno ou air fryer até dourarem.
48. 46
Receitas
Cookie de damasco
INGREDIENTES:
1 xícara de damascos hidratados -
aproximadamente de 6 a 8 unidades
2 colheres de sopa de pasta de
amendoim
¼ xícara de óleo de coco
¼ xícara de coco ralado (resíduo do
leite vegetal)
2 colheres de sopa de gergelim
3 tâmaras hidratadas
½ xícara de aveia (grossa)
MODO DE PREPARO:
Processe os damascos e as tâmaras até
virarem um purê, em um bowl misture
todos os ingredientes. Faça bolinhas (a
massa é grudenta) em uma assadeira
antiaderente coloque as bolinhas e
abra-as até ficarem com diâmetro da
boca de um copo. Leve para assar até
dourar em fogo médio.
Sorvete de chocolate
INGREDIENTES:
1 xícara de bananas congeladas
1 xícara de abacate (in natura)
2 colheres de sopa de cacau em pó
3 colheres de sopa de pasta de
amendoim ou amêndoas
2 colheres de sopa de óleo de coco
1 colheres de sopa de alfarroba
(opcional)
3 tâmaras frescas
MODO DE PREPARO:
Bater todos os ingredientes no
liquidificador.
49. 47Alimentação para bebês e crianças vegetarianas até 2 anos de idade
Milkshake de amoras
INGREDIENTES:
¾ xícara de castanhas de caju “cruas“
demolhadas por 4 horas
2 xícara de bananas congeladas
1 colher de sopa de pasta de amendoim
1 xícara de amoras
1 xícara de água
2 tâmaras frescas para adoçar
Ps. As amoras podem ser trocadas por
morangos orgânicos ou frutas da época.
MODO DE PREPARO:
Bater todos os ingredientes no
liquidificador.
Pudim de chia
INGREDIENTES:
300 ml de leite de castanha de caju
(apenas 7 castanhas + 250ml de água)
ou leite de coco
1 xícara de manga cortada congelada
Suco de ½ limão siciliano
2 colheres de sopa de melado, agave ou
2 tâmaras para adoçar
MODO DE PREPARO:
Bata todos os ingredientes no
liquidificador e adicione ½ xícara de
chia. Coloque em recipientes (vidrinhos
com tampa) e deixe repousar por uma
noite na geladeira. Na manhã seguinte
corte fatias de kiwi e decore o vidro,
corte pedaços de manga e está pronto
para servir.
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Receitas
Brownie de banana
Brownie rápido, sem farinhas, sem açúcar e muito delicioso!
INGREDIENTES:
3 bananas
1/2 xícara de cacau em pó (puro)
2 colheres de sopa de óleo de coco
6 tâmaras sem caroço (hidratadas por 2 horas)
1 colher de café de bicarbonato de sódio
1 colher de chá de vinagre de maçã
MODO DE PREPARO:
Comece amassando muito bem as bananas, triture as tâmaras com o óleo de coco. Junte
as bananas e adicione o cacau em pó. Misture bem até ficar homogêneo. Por último
adicione esse fermento natural incrível (bicarbonato + vinagre de maçã). Unte uma forma
com óleo de coco e farinha de arroz ou o próprio cacau.
Assar na air fryer ou forno pré aquecido por cerca de 13 a 15 min.
51. 49Alimentação para bebês e crianças vegetarianas até 2 anos de idade
Brigadeiro de tâmaras
INGREDIENTES:
1 xícara de tâmaras hidratadas ou frescas
sem hidratar
½ xícara de avelãs torradas
¼ xícara de cacau em pó (puro)
1 colher de sopa de óleo de coco
MODO DE PREPARO:
Processar todos os ingredientes até
formar uma pasta homogênea. Leve para
geladeira por 15 min, unte as mãos faça
bolinhas e enrole na avelã triturada ou
cacau.Panqueca matinal
INGREDIENTES:
½ banana da terra ou 2 bananas maçã
¼ xícara de aveia flocos grossos
1 colher de sopa de chia
1 colher de sopa de farinha de linhaça
1 colher de sopa de óleo de coco
MODO DE PREPARO:
Amasse a banana, misture os ingredientes
e leve a uma frigideira antiaderente com
óleo de coco em fogo baixo.
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Receitas
Mingau
INGREDIENTES:
2 a 3 colheres de sopa rasas de aveia
em flocos finos ou farinha de aveia ou
amaranto ou quinoa em flocos
½ xícara de água
1 fruta (½ maçã ou pera ralada ou 1
banana amassada)
Canela em pó a gosto
MODO DE PREPARO:
Misturar todos os ingredientes e
cozinhar em fogo baixo até engrossar.
Hommus
INGREDIENTES:
500 gramas de grão-de-bico cozido
Suco de 1 limão
1 dente de alho
1 colher de sobremesa de tahine (pasta de
gergelim)
100 mL de água
Sal marinho (pouco).
MODO DE PREPARO:
Deixar 200 a 300 gramas de grão de bico
de molho por 12 horas. Escorrer, cozinhar
em panela de pressão. Quando cozido,
retirar o excesso das peles (casca) que se
soltam dos grãos. Triturar no liquidificador
com sal marinho, a água, o suco de limão,
o alho e o tahine. Guardar num vidro em
geladeira e consumir em até 2 dias.
Por Thaisa Navolar
53. 51Alimentação para bebês e crianças vegetarianas até 2 anos de idade 51Alimentação para bebês e crianças vegetarianas até 2 anos de idade
SOBRE OS
autores
Thaisa Santos Navolar
Nutricionista e coach pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional e em Fitoterapia
Funcional. Possui especialização e mestrado em Saúde Coletiva e formação complementar
em alimentação viva pelo Projeto Terrapia-ENSP Fiocruz/RJ. Atualmente atende em
consultório particular em Florianópolis. Autora do e-book: “Leites Vegetais” e colaboradora
dos livros “Festa Vegetariana” e “Leites e queijos vegetais” da SVB.
Aline Vieira
Graduada em Nutrição pela Faculdade Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP)
em 2004, Pós-graduação em Nutrição Materno Infantil pela Faculdade Estácio de Sá
(2017) e consultora em amamentação. Atua na nutrição clínica há 12 anos, e atualmente
atende vegetarianos e crianças na clínica do Dr. Eric Slywitch. Uma das fundadoras do
projeto Garfinho Saudável, que visa levar para escolas uma alimentação mais saudável e
sustentável.
Fernanda de Luca Almeida
Médica formada pela Universidade Federal Fluminense. Residência Médica em Pediatria
pela Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, Hospital Municipal Salgado Filho. Título de
especialista em Pediatria pelo CREMERJ. Pós-graduação em Nutrologia pela ABRAN.
Título de especialista em Nutrologia pelo CREMERJ. Colaboradora do Departamento de
Medicina e Nutrição da SVB.
Organizadora
Coordenadora
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Eric Slywitch
Médico (CRM/SP 105.231) especialista em Nutrologia (ABRAN), Nutrição Enteral e
Parenteral (SBNPE). É mestre em nutrição pela UNIFESP/EPM e doutorando pela mesma
Universidade.Tempós-graduaçãoemNutriçãoClínica(GANEP)eEndocrinologia(ISMD).
É docente do curso de pós-graduação lato sensu do Ganep. Tem aperfeiçoamento em teoria
psicanalítica com foco em conflito e sintoma (SEDES). É autor dos livros “Alimentação sem
carne - guia prático”, “Virei vegetariano. E agora?” e “Emagreça sem dúvida”. Foi diretor
do Departamento de Medicina da SVB de 2004 a 2016.
Júlia Harger
Designer gráfico e ativista do direito dos animais, vive na Austrália há sete anos onde
teve sua filha que é vegana desde o nascimento. Trabalhando diariamente em prol da
conscientização sobre a amamentação, ela leva o título de Educadora da Comunidade
pela Associação Australiana de Amamentação, organização pela qual ministra aulas sobre
os benefícios do leite materno. Também escreve no blog “Vegana é sua mãe” onde divide
um pouco sobre a criação de uma criança vegana, bem como outros assuntos relevantes ao
veganismo e maternidade.
Tabata Iglesias
Culinarista e mãe da Aurora, veganinha desde o ventre. Aprendendo dia após dia, como
uma criança pode ser feliz e saudável livre de industrializados, açúcares e derivados de
animais. Receitas para conquistar os pequenos pela barriga, comidinhas que despertam
coordenação motora e instigam o paladar. Surpreenda-os, surpreenda-se.
Coordenação de conteúdo:
Aline Vieira
Organização: Thaisa Santos Navolar
Coordenação executiva: Mônica Buava
Revisão: Guilherme Carvalho e Dudu Zen
Direção de arte: Paula Villas
Autores:
Aline Vieira
Eric Slywitch
Fernanda de Luca Almeida
Júlia Harger
Tabata Iglesias
Thaisa Santos Navolar
sobre os autores
FICHA TÉCNICA