SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 19
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
ESCOLA DE NUTRIÇÃO
DEPARTAMENTO DE ALIMENTOS
GELATINA COM PARTÍCULAS
MICROENCAPSULADAS CAPAZ DE ALTERAR A COR
DURANTE O RESFRIAMENTO
Alunas: Amanda Rios Ferreira, Gabriela Fonseca, Natalia Ribeiro
Ouro Preto
Maio/2015
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.........................................................................................................
PORTFOLIO DE PRODUTOS................................................................................
CONFEITOS X NÚMEROS.....................................................................................
INOVAÇÕES NA INDUSTRIA DE ALIMENTOS RELACIONADAS A CONFEITOS,
ENCONTRADAS NO SITE DO INPI-PATENTES.................................................
INOVAÇÕES NA INDUSTRIA DE ALIMENTOS RELACIONADAS A CONFEITOS,
ENCONTRADAS ATRAVÉS DE ARTIGOS.........................................................
O MERCADO DE GELATINA..............................................................................
DADOS DE MERCADO......................................................................................
INOVAÇÕES NA INDUSTRIA DE ALIMENTOS RELACIONADAS A UTILIZAÇÃO DE
GELATINA ENCONTRADAS NO SITE DO INPI-PATENTES.............................
INOVAÇÕES NA INDUSTRIA DE ALIMENTOS RELACIONADAS A GELATINA
ENCONTRADAS ATRAVÉS DE ARTIGOS.........................................................
LEGISLAÇÃO.......................................................................................................
FLUXOGRAMA DE PRODUÇÃO.........................................................................
INGREDIENTES E MATERIA PRIMA UTILIZADOS............................................
ADITIVOS.............................................................................................................
EMBALAGENS UTILIZADAS POR ESSE PRODUTO.........................................
INTRODUÇÃO
Sendo conhecido historicamente como grande produtor de açúcar, o Brasil é a
terceira maior indústria no mercado dos confeitos no mundo. Visando mostrar o que o
país tem além do açúcar, a criação do programa Brasil Beyond Sugar (Brasil além do
açúcar) aposta em colocar o país em maior evidencia no mercado de confeitos
mundial. O setor conta, no Brasil, com a ABICAB, Associação Brasileira da Indústria
de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados, que representa o setor e busca
parcerias e melhorias para a indústria brasileira de confeitos. A associação possui um
site em quatro línguas, que em seis meses de existência teve mais de 17 mil acessos,
a maioria vindos de países como Estados Unidos, Alemanha e França. (COMEX,
2014)
No ano de 2015 a indústria brasileira de doces está cercada no mercado
externo. Um site foi lançado com versões em três idiomas buscando divulgar os
produtos brasileiros lá fora. Novas embalagens, novas tecnologias de produção,
rotulagem em diferentes idiomas. Ações como estas são exemplos do esforço
nacional para se destacar mundialmente. Em feira realizada em Colônia, Alemanha
em 2015, o Brasil colocará também em evidência a produção de balas e confeitos
atendendo às legislações europeias, visando o mercado do velho continente (COMEX,
2014).
Na onda das inovações, nutraceuticos e produtos de confeitaria Premium são
os maiores investimentos do ramo para obter grande retorno em 2015, além das
embalagens que vêm sendo usadas como estratégia de vendas (COMEX, 2014).
PORTFOLIO DE PRODUTOS
Dentre os principais produtos do mercado de confeitos brasileiro estão
chocolates, amendoins, gomas mastigáveis, balas, confeitos, gelatinas e chicletes.
São exemplos de produtos:
Figura 1: Confeitos tipo brigadeiro, comercializados no mercado brasileiro
Figura 2 : Confeitos tipo gomas mastigáveis
Figura 3: Confeitos de chocolate
Figura 4: Confeitos mastigáveis tipo goma de mascar
Figura 5: Confeito derivado de amendoim, tipo paçoca
CONFEITOS X NÚMEROS
Transformando a indústria de confeitos no país em números, temos
expressantes resultados de mercado. No ramo de exportações em 2013 o setor de
confeitaria brasileiro exportou 118 mil toneladas, somando US$ 291,5 milhões
(COMEX, 2014).
Em 2014, a indústria brasileira do setor de confeitos exportou US$ 269,1
milhões entre janeiro e dezembro, o que equivale a aproximadamente 108 mil
toneladas de produtos. Dentro desse período os principais continentes a receberem
os produtos brasileiros foram América do Sul (US$ 142,9 milhões), África (US$ 41,9
milhões) e América do Norte (US$ 34,4 milhões) (COMEX, 2014).
Na figura abaixo tem-se o consumo aparente, exportação e importação do setor
de confeitos no país em volume (mil tons) de 2008 a 2013 (COMEX, 2014).
Gráfico 1: 2008-2013 Balas, Confeitos, gomas de mascar e derivados produção, consumo aparente,
exportação e importação em volume (mil tons), dados da ABICAB
De acordo com os dados apresentados pela ABICAB no Gráfico 1, o ano de
2011 foi o que apresentou maior produção e maior consumo aparente, e observando
os anos de 2012 e 2013, nota-se ligeiro aumento na produção e consumo aparente
dos produtos, e queda na exportação e importação.
O Gráfico 2, apresentado abaixo, mostra a análise do mercado dos anos de
1998 a 2013 para balas, confeitos, gomas de mascar e derivados e sua importação,
exportação e saldo da balança comercial em valor (US$ milhões) (ABICAB, 2014).
Gráfico 2: 1998-2013 Balas, Confeitos, gomas de mascar e derivados, exportação e importação em
volume (mil tons), e saldo da balança comercial, dados da ABICAB
Nota-se uma queda nas exportações nos anos de 2012 e 2013, com um saldo
da balança comercial com queda nos mesmos dois anos onde podemos notar ainda
um aumento nas importações do setor.
O Gráfico 3 trata dos mesmos anos analisados, porém agora relacionados ao
volume e não ao valor em dólares.
Gráfico 3: 1998-2013 Amendoim, Balas, Confeitos, e chocolate, exportação, importação e saldo da
balança comercial em volume (mil tons), dados da ABICAB
Gráfico 4: 1998-2013 Balas, Confeitos, gomas de mascar e derivados produção, consumo aparente,
exportação e importação em valor (US$ milhoes), dados da ABICAB
Tem-se queda no volume de exportação e da balança comercial para os anos
de 2012 e 2013 e também aumento no volume importado durante esses dois anos,
que foi de 91 mil toneladas e 84 mil toneladas respectivamente.
INOVAÇÕES NA INDUSTRIA DE ALIMENTOS RELACIONADAS A CONFEITOS,
ENCONTRADAS NO SITE DO INPI-PATENTES
Dentre as inúmeras inovações na área de confeitos, apresentamos duas, sendo
a primeira: Confeitos e outras guloseimas com aditivos auxiliares ao controle de peso
corporal humano. O objetivo desta patente, consiste em combinações, em variadas
concentrações, de aditivos com propriedades de auxiliarem o controle do peso
humano, nas variadas formulações que dão nome a essa patente como extrato de
jojoba, colágeno hidrolisado e outros (INPI, 2014)
A segunda inovação encontrada foi: Gomas de mascar e confeitos para
cuidados orais. Esta invenção refere-se a um método para propiciar higiene dentaria,
cujo o emprega uma goma de mascar com baixa umidade ou um produto de
confeitaria contendo como ingredientes ativos uma combinação de bicarbonato de
sódio e fosfopeptídeo de caseína-fosfato de cálcio amorfo. Esta invenção refere-se
também a gomas de mascar e produtos de confeitaria que podem propiciar benefícios
de saúde dentaria e métodos para a sua preparação (INPI, 2013).
INOVAÇÕES NA INDUSTRIA DE ALIMENTOS RELACIONADAS A CONFEITOS,
ENCONTRADAS ATRAVÉS DE ARTIGOS
Dentre os artigos pesquisados na área de confeitos, foi escolhido um artigo
para se ressaltar, com o título de “Influência da concentração de polióis na textura de
balas moles com açaí” dos autores Ana Carolina Pegolo Alves; Marise Bonifácio
Queiroz; Ana Lúcia Fadini; Rafael Campos Costa da Fonseca; Lidiane Bataglia da
Silva. Tratando sobre polióis que podem ser utilizados como substitutos de açúcares
para conferir corpo e textura aos produtos, assim como doçura e benefícios adicionais
como redução calórica e baixo ou reduzido índice glicêmico onde objetivo foi estudar
a influência da concentração de polióis cristalizáveis (relação isomalte/eritritol -
ISO/ERI) e não cristalizáveis (xarope de maltitol - XMA) sobre a textura de balas moles
diet contendo açaí liofilizado.
O MERCADO DE GELATINA
A gelatina consiste em uma mistura de proteínas com tipo estrutural
semelhante. O colágeno e a gelatina têm uma sequência única de aminoácidos que
define suas características funcionais.
O colágeno é formado por estruturas ordenadas chamadas tropocolágeno que
são ligadas em fibrilas e formam as fibras constituintes do tecido conectivo. A unidade
básica do colágeno é formada da união do arranjo de três moléculas polipeptídicas
em forma de hélice.
A sua grande utilização se deve à sua habilidade de ligação a água e sua
configuração helicoloidal responsável pela formação de gel. Sendo um hidrocolóide
de origem proteica, apresenta caráter anfótero.
É uma substância translúcida, incolor ou amarelada, que não possui gosto nem
cheiro. É uma substância nitrogenada orgânica, proteína coloidal, cujo valor principal
está nas suas propriedades coagulativas, protetoras e adesivas. A gelatina animal é
obtida através da hidrólise do colágeno (fibras brancas dos tecidos conectivos do
corpo animal, particularmente da pele (córion), dos ossos (osseína) e dos tendões),
de onde as ligações entre as fibras são quebradas, permitindo seu posterior rearranjo
(GELITA, 2015)..
Além de ser utilizada como alimento, na indústria de alimentos é utilizado na
elaboração de balas, iogurtes e produtos dietéticos. Além da indústria alimentícia, a
área de fotografia, cosméticos, farmacologia, entre outras aplicações.
DADOS DE MERCADO
Nos últimos anos, o uso de gelatina e seus derivados apresentaram grande
crescimento principalmente pela sua importância benéfica no organismo. Além disso,
possui aplicação como substituo de gordura hidrogenada em alguns produtos, em
decorrência de suas funções de efeito na textura.
No que diz respeito ao comercio mundial, as exportações evoluíram de US$
762 milhões em 2000 para US$ 1 bilhão, em 2004. Em quantidade, as vendas globais
tiveram aumento médio de 3% ao ano, subindo de 198 mil toneladas para 216 mil
toneladas (MDIC, 2010).
A Europa domina o mercado mundial, somando mais de 60% do total de
vendas, seguida da América, Ásia e Oceania. A lista de exportadores em 2004 contava
com 68 países. Alemanha e França possuem participação total no mercado de 15,4%
e 13,6% respectivamente. O Brasil apresenta participação de 8,4% no mercado.
No quesito importação os países europeus aparecem como os principais
importadores. Entre 2000 e 2004 aumentaram 13% ao ano (SISCOMEX, 2010).
A Alemanha aparece como principal vendedora e compradora, responsável por
mais de 14% do mercado total. As compras cresceram da ordem de 11% ao ano entre
2000 e 2004, somando mais de US$300 milhões em transações.
Tabela 1: Dados de exportação e importação mundial em 2004
Com relação ao mercado brasileiro, segundo artigo publicado na Gazeta
Mercantil, o consumo brasileiro de gelatinas e seus derivados para uso alimentício é
de apenas 44 gramas por habitante/ano. Sendo ainda pouco expressivo se
comparado com o de outros mercados, como o europeu, que consome
aproximadamente 140 gramas (SISCOMEX, 2010).
O produto e consumido por amplas idades, também por idosos e crianças.
Estando presente em vários tipos de dietas alimentares. Anualmente, o consumo
brasileiro gira em torno de 8 mil toneladas, representando 3,2% do consumo mundial
(aproximadamente 250 mil toneladas) (MDIC, 2010).
A produção brasileira de gelatina é estimada em 25 mil toneladas/ano,
exportando 80% de sua produção. A fonte principal de obtenção do grupo de gelatinas
é o couro. Aproximadamente 24 mil toneladas de couro são transformadas em gelatina
anualmente, sendo 75% de origem bovina e 25% de origem suína. As importações
brasileiras caíram em média 12,4% anualmente entre 1996 e 2005 (SISCOMEX,
2010).
INOVAÇÕES NA INDUSTRIA DE ALIMENTOS RELACIONADAS A UTILIZAÇÃO DE
GELATINA ENCONTRADAS NO SITE DO INPI-PATENTES
São exemplos de patente encontradas utilizando gelatina na plataforma INPI a
patente denominada: “Bioplástico flexível, comestível e biodegradável à base de
amido e gelatina obtido por processo de extrusão termoplástica seguido de sopro”,
depositado pela Universidade Federal de Campinas. Tal patente envolve a produção
industrial de filmes flexíveis através do processo já conhecido de extrusão, sem a
utilização de nenhum solvente. Tais bioplásticos podem ser utilizados como
embalagens para acondicionamento de produtos alimentícios, farmacêuticos além de
poder também ser usado como embalagem secundária em alimentos (INPI, 2014)
Outro exemplo de inovação na utilização de gelatina no mercado é a patente
“Composição de tinta flexográfica contendo gelatina hidrolisada com resina de
aglutinação”, depositada pela Sun Chemical Corporation (US). Esta patente envolve
a composição de uma tinta esferográfica com pelo menos 3% em peso de pigmento.
Tal composição da tinta pode apresentar melhor resistência ao calor, secagem,
espuma, entre outros benefícios. (INPI, 2012)
INOVAÇÕES NA INDUSTRIA DE ALIMENTOS RELACIONADAS A GELATINA
ENCONTRADAS ATRAVÉS DE ARTIGOS
Dentro dos artigos pesquisados, destacaram-se dois, sendo o primeiro:
“Produção de gelatina de pele de tilápia e sua utilização para obtenção de
micropartículas contendo óleo de salmão” publicado na revista Brazilian Journal of
Food Technology. O trabalho teve objetivo de extrair e caracterizar gelatina da pele
de tilápia e utiliza-la como substituto da gelatina de mamíferos na formação de
micropartículas por coacervação complexa. A utilização do óleo de salmão e gelatina
de peixe foi positiva, mantendo a morfologia das micropartículas (BUENO et al, 2011).
O segundo foi: “Filmes e coberturas comestíveis compostas à base de amidos
nativos e gelatina na conservação e aceitação sensorial de uvas Crimson”. Que
consiste em filmes compostos de gelatina e amidos nativos de trigo e outros cereais
que foram produzidos e caracterizados separadamente. As soluções foram
preparadas e aplicadas em uvas Crimson para avaliação sensorial e
acompanhamento da perda de massa. Os resultados foram positivos para a utilização
dos filmes testados com destaque para os de sorgo e arroz. No que diz respeito à
análise sensorial as uvas cobertas obtiveram aceitação igual o superior no controle
quanto à aparência global, brilho cor e intenção de compra (FEKHOURI et al. 2007).
LEGISLAÇÃO
A comercialização e produção de gelatina a partir de pele bovina e suína não
possui legislação específica. Porém, quando se trata da utilização de gelatina como
ingrediente para a produção de outros alimentos, a ANVISA, através da Resolução n°
45 de 3 de novembro de 2010 dispões sobre aditivos alimentares autorizados para
uso segundo as Boas Práticas de Fabricação.
Em tal resolução, a Gelatina tem uso autorizado como estabilizante,
emulsificante, espessante e gel. Recebendo o código 428. Os limites de utilização
estão delimitados ao quantum satis (q.s.), ou seja, quantidade suficiente para obter o
efeito tecnológico desejado (BRASIL, 2010).
FLUXOGRAMA DE PRODUÇÃO
O fluxograma de produção da Gelatina, conta com seis etapas, sendo elas:
Figura 6: Fluxograma de produção da gelatina
Para a primeira etapa, a de Pré-Tratamento pode ser realizada através de dois
processos principais:
Processo Ácido: Utilizado para a fabricação de gelatina do Tipo A. Consiste na
preparação a frio da matéria-prima para o processo. A matéria-prima (normalmente
pele suína) é submetida ao pré-tratamento por um período de três dias. O tratamento
é realizado através da adição de ácido clorídrico com posterior extração (GELITA,
2015).
Processo Alcalino: Utilizado para a fabricação de gelatina do Tipo B. Este tipo
de processo é utilizado somente quando a matéria-prima for osseína ou raspa bovina.
Tal processo estende-se por várias semanas. O hidróxido de cálcio saturado vai ao
longo do tempo transformando lentamente a estrutura do colágeno. O colágeno
produzido através deste processo é solúvel em água quente (GELITA, 2015)..
Extração: O material pré-tratado passa por um processo de extração de
múltiplos estágios. Após o pré-tratamento, o material recebe outra vez água aquecida
a temperatura elevada e é extraído. Este processo é repetido até que os últimos traços
de gelatina sejam retirados. Tal etapa é realizada em tanques equipados com
serpentinas à vapor (GELITA, 2015)..
A primeira extração é feita com água mantida entre 60 e 65°C. O pH é
importante, sendo ótimo entre 3,0 e 4,0. A água fica em contato com a osseína durante
8,0h. Obtém-se uma solução de gelatina 8-10% (GELITA, 2015)..
Purificação: A etapa de purificação consiste em uma solução de
aproximadamente 5% de gelatina (obtida no processo de extração) passa, então, por
filtros de alta performance que são responsáveis por retirar todo e qualquer resíduo
de gordura e fibra que ainda possam estar presentes na solução. A solução filtrada
passa por colunas de troca iônica, visando eliminar cálcio, sódio, resíduos de ácidos
e outros sais presentes (GELITA, 2015).
Concentração: Na etapa de concentração, são utilizados evaporadores a
vácuo, de múltiplos estágios com pré-aquecimento. Eles são utilizados para esterilizar
a solução de gelatina e ao mesmo tempo remover água da solução diluída, e
concentrar a gelatina até que esta atinja uma consistência de mel (GELITA, 2015).
São utilizados muitas vezes peróxido de hidrogênio ou ácido sulfuroso como
agente alvejante durante processo. O aquecimento (geralmente realizado de quatro a
cinco vezes) é feito continuamente em temperaturas gradativamente elevadas até
atingir a temperatura de 100°C (GELITA, 2015).
Secagem: A secagem é realizada com ajuda de um esterilizador de alta
temperatura, a solução de gelatina altamente concentrada passa por mais uma
esterilização de segurança (GELITA, 2015).
Os passos seguintes são, então, refrigeração e solidificação. No processo de
solidificação a gelatina é forçada contra uma tela de aço inoxidável e ganha a forma
de "espaguete" (semelhante a um processo de extrusão), sendo distribuída
uniformemente sobre a esteira de secagem (GELITA, 2015).
O ar usado para secagem é previamente preparado sendo: filtrado, lavado,
desumidificado e descontaminado, a 40°C. Na saída do túnel de secagem, a gelatina
é quebrada e moída em partículas de tamanho uniforme (GELITA, 2015).
Moagem, Peneiramento e Mistura: Esta é a última etapa do processo, quando
gelatina é preparada para aplicações específicas. Nesta etapa o grânulo da gelatina
é moído, peneirado, misturado e enviado ao estoque final (GELITA, 2015).
Figura 7: Exemplo do fluxograma de acordo com os dois tipos de extração, ácida e básica (GEA
GROUP, 2013).
Figura 8: Equipamentos utilizados no processamento de Gelatina. (GEA GROUP, 2013)
INGREDIENTES E MATERIA PRIMA UTILIZADOS
A gelatina é produzida comumente através da utilização de peles e ossos de
bovinos e suínos. Além disso, peixe e algas também podem ser utilizados para a
extração de colágeno. A matéria prima para a produção de gelatina é a proteína de
colágeno nativo, encontrado em grande quantidade na pele e nos ossos desses
animais (GELITA, 2015).
Geralmente, a matéria-prima proveniente de frigoríficos são separados e
enviados para as fábricas ainda frescas, refrigeradas ou congeladas.
Existem quatro tipos de gelatinas industriais, as comestíveis, técnicas,
fotográficas e farmacêuticas. Para fabricação de todos os quatro tipos de gelatina, são
usados os carnais (tecidos que ligam a pele animal à carcaça) e os couros crus de
grandes animais. Além disso, pode-se utilizar peles de porcos, novilhas e outros
animais, constituindo 1% da matéria-prima total. Para as aplicações alimentícias são
utilizados rigorosos padrões de qualidade na produção da gelatina.
Gráfico 5: Dados do mercado mundial de gelatina. (GEA GROUP, 2013)
ADITIVOS
Segundo a ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, aditivo alimentar
é “todo e qualquer ingrediente adicionado intencionalmente aos alimentos sem o
propósito de nutrir, com o objetivo de modificar as características físicas, químicas,
biológicas ou sensoriais, durante a fabricação, processamento, preparação,
tratamento, embalagem, acondicionamento, armazenagem, transporte ou
manipulação de um alimento”. Tal definição encontra-se no item 1.2 da Portaria
SVS/MS 540, de 27/10/97 (BRASIL, 1997)
A gelatina possui muitos corantes artificiais que são adicionados para conferir
cor, eles são o vermelho 40, azul brilhante, vermelho bordeaux, azul escuro. Outros
aditivos como regulador de acidez citrato de sódio, aromatizantes, acidulante ácido
fumárico, edulcorantes, aspartame, ciclamato de sódio, acesulfame de potássio,
sacarina sódica, tartrazina, amarelo crepúsculo FCF são adicionados na gelatina.
Aditivos que são utilizados em gelatinas sabor, uva, morango, cereja, limão, maracujá,
amora, abacaxi (LIMA, 2013)
EMBALAGENS UTILIZADAS POR ESSE PRODUTO
As embalagens utilizadas para o comércio de gelatina variam de acordo com a
aplicação da mesma. Gelatinas para uso fotográfico são comercializadas em filmes
ou embalagens plásticas, por exemplo. Enquanto gelatina para uso alimentício são
comercializadas em grandes embalagens normalmente plásticas, para evitar
interação com o ambiente e alterações em suas características (GELITA, 2015).
REFERENCIAS
ABICAB. Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas
e Derivados. Disponivel em: http://www.abicab.org.br/. Acesso em: 4 de Maio 2015.
ALVES, A. C. P. Influência da concentração de polióis na textura de balas moles com
açaí. Disponível em:
http://www.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fwww.abepro.org.br%2Fbibliotec
a%2Fenegep2012_tn_sto_164_954_19702.pdf&h=sAQFWky2H. Acesso em: 4 de
Maio 2015
LIMA., D. Por trás dos rótulos - Gelatina e Guloseimas x Aditivos. Disponível em:
https://www.docelimao.com.br/site/especial-kids/alimentacao/1157-por-tras-dos-
rotulos-os-corantes-artificiais-parte-1.html. Acesso em: 22 de maio 2015.
PRADO, M. A., Godoy H. T. Determinação de corantes artificiais por cromatografia
líquida de alta eficiência (clae) em pó para gelatina. Quim. Nova, Vol. 27, No. 1, 22-
26, 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/qn/v27n1/18803.pdf. Acesso em: 20
maio 2015.
BUENO, C. M., ALVIM, I. D., GROSSO, C., KOBERSTEIN, M. T. Produção de gelatina
de pele de tilápia e sua utilização para obtenção de micropartículas contendo óleo de
salmão http://bjft.ital.sp.gov.br/artigos/html/busca/PDF/v14n1446a.pdf
Farayde Matta FAKHOURI, Luciana Cristina Brigatto FONTES, Priscila Vieira de
Macedo GONÇALVES, Cibele Rufato MILANEZ, Caroline Joy STEEL, Fernanda
Paula COLLARES-QUEIROZ
Filmes e coberturas comestíveis compostas à base de amidos nativos e gelatina na
conservação e aceitação sensorial de uvas Crimson
COMEX. Comércio Exterior do brasil. Dados do mercado de Gelatina. Disponível em:
http://www.comexdobrasil.com/industria-de-doces-confeitos-lanca-site-internacional-
objetivo-e-ampliar-exportacoes/. Acesso em: 20 maio 2015
Resolução da Diretoria Colegiada – RDC n. 45, de 03 de novembro de 2010 Dispõe
sobre aditivos alimentares autorizados para uso segundo as Boas Práticas de
Fabricação (BPF)
http://www.geafiltration.com/Portuguese/Biblioteca/auxilios_processamento_gelatina.
htm GEA Group 2013
SISCOMEX. Sistema Integrado de Comercio Exterior do Brasil. Mercado brasileiro
para gelatinas e seus derivados. Disponível em: http://www.portalsiscomex.gov.br/
Acesso em: 20 maio 2015

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Relatório pêndulo simples turma t5
Relatório pêndulo simples   turma t5Relatório pêndulo simples   turma t5
Relatório pêndulo simples turma t5Roberto Leao
 
Tabelas termodinamicas
Tabelas termodinamicasTabelas termodinamicas
Tabelas termodinamicasAdaucto Filho
 
Relatório de Experimento: Perdas de Carga Localizada.
Relatório de Experimento: Perdas de Carga Localizada.Relatório de Experimento: Perdas de Carga Localizada.
Relatório de Experimento: Perdas de Carga Localizada.UFMT
 
111272491 exercicios-resolvidos-termo-ii
111272491 exercicios-resolvidos-termo-ii111272491 exercicios-resolvidos-termo-ii
111272491 exercicios-resolvidos-termo-iitwolipa
 
Relatório de física sobre a lei de hooke
Relatório de física sobre a lei de hookeRelatório de física sobre a lei de hooke
Relatório de física sobre a lei de hookeKarine D'Assunção
 
Tabela de dimensões e unidades
Tabela de dimensões e unidadesTabela de dimensões e unidades
Tabela de dimensões e unidadesDaniellycc
 
Relatório 7: Viscosímetro de Stokes
Relatório 7: Viscosímetro de StokesRelatório 7: Viscosímetro de Stokes
Relatório 7: Viscosímetro de StokesFausto Pagan
 
Resolução da lista de exercícios 1 complementos de rm-7
Resolução da lista de exercícios 1  complementos de rm-7Resolução da lista de exercícios 1  complementos de rm-7
Resolução da lista de exercícios 1 complementos de rm-7Eduardo Spech
 
Componentes óticos em espectroscopia
Componentes óticos em espectroscopiaComponentes óticos em espectroscopia
Componentes óticos em espectroscopiadiegoarica
 
Capitulo4 deflexaode vigas
Capitulo4 deflexaode vigasCapitulo4 deflexaode vigas
Capitulo4 deflexaode vigasMayanne Micaelli
 
Fot 2873lista exeucicios_mec_solos_i_ufv_paut_01_pdf
Fot 2873lista exeucicios_mec_solos_i_ufv_paut_01_pdfFot 2873lista exeucicios_mec_solos_i_ufv_paut_01_pdf
Fot 2873lista exeucicios_mec_solos_i_ufv_paut_01_pdfMarcelo de Lima Beloni
 
Relatorio de Química Analítica II - Determinação da Acidez total do Vinagre
Relatorio de Química Analítica II - Determinação da Acidez total do VinagreRelatorio de Química Analítica II - Determinação da Acidez total do Vinagre
Relatorio de Química Analítica II - Determinação da Acidez total do VinagreDhion Meyg Fernandes
 
Perdas de cargas em tubulações
Perdas de cargas em tubulaçõesPerdas de cargas em tubulações
Perdas de cargas em tubulaçõesVivi Basilio
 
Tecnologia dos materiais
Tecnologia dos materiaisTecnologia dos materiais
Tecnologia dos materiaisWêlson Amaral
 
Resistência de materiais.pdf exercícios resolvidos em 26 mar 2016
Resistência de materiais.pdf exercícios resolvidos em 26 mar 2016Resistência de materiais.pdf exercícios resolvidos em 26 mar 2016
Resistência de materiais.pdf exercícios resolvidos em 26 mar 2016Afonso Celso Siqueira Silva
 
Relatório densidade picnómetro
Relatório densidade picnómetroRelatório densidade picnómetro
Relatório densidade picnómetroct-esma
 

Mais procurados (20)

Relatório pêndulo simples turma t5
Relatório pêndulo simples   turma t5Relatório pêndulo simples   turma t5
Relatório pêndulo simples turma t5
 
Tabelas termodinamicas
Tabelas termodinamicasTabelas termodinamicas
Tabelas termodinamicas
 
Relatório de Experimento: Perdas de Carga Localizada.
Relatório de Experimento: Perdas de Carga Localizada.Relatório de Experimento: Perdas de Carga Localizada.
Relatório de Experimento: Perdas de Carga Localizada.
 
111272491 exercicios-resolvidos-termo-ii
111272491 exercicios-resolvidos-termo-ii111272491 exercicios-resolvidos-termo-ii
111272491 exercicios-resolvidos-termo-ii
 
Relatório de física sobre a lei de hooke
Relatório de física sobre a lei de hookeRelatório de física sobre a lei de hooke
Relatório de física sobre a lei de hooke
 
Tabela de dimensões e unidades
Tabela de dimensões e unidadesTabela de dimensões e unidades
Tabela de dimensões e unidades
 
flambagem
flambagemflambagem
flambagem
 
Relatório 7: Viscosímetro de Stokes
Relatório 7: Viscosímetro de StokesRelatório 7: Viscosímetro de Stokes
Relatório 7: Viscosímetro de Stokes
 
Resolução da lista de exercícios 1 complementos de rm-7
Resolução da lista de exercícios 1  complementos de rm-7Resolução da lista de exercícios 1  complementos de rm-7
Resolução da lista de exercícios 1 complementos de rm-7
 
Lista 1 2 e 3 gabarito
Lista 1 2 e 3 gabaritoLista 1 2 e 3 gabarito
Lista 1 2 e 3 gabarito
 
Componentes óticos em espectroscopia
Componentes óticos em espectroscopiaComponentes óticos em espectroscopia
Componentes óticos em espectroscopia
 
Capitulo4 deflexaode vigas
Capitulo4 deflexaode vigasCapitulo4 deflexaode vigas
Capitulo4 deflexaode vigas
 
Fot 2873lista exeucicios_mec_solos_i_ufv_paut_01_pdf
Fot 2873lista exeucicios_mec_solos_i_ufv_paut_01_pdfFot 2873lista exeucicios_mec_solos_i_ufv_paut_01_pdf
Fot 2873lista exeucicios_mec_solos_i_ufv_paut_01_pdf
 
Relatorio de Química Analítica II - Determinação da Acidez total do Vinagre
Relatorio de Química Analítica II - Determinação da Acidez total do VinagreRelatorio de Química Analítica II - Determinação da Acidez total do Vinagre
Relatorio de Química Analítica II - Determinação da Acidez total do Vinagre
 
Operações unitárias
Operações unitáriasOperações unitárias
Operações unitárias
 
Perdas de cargas em tubulações
Perdas de cargas em tubulaçõesPerdas de cargas em tubulações
Perdas de cargas em tubulações
 
Exercicios resolvidos
Exercicios resolvidosExercicios resolvidos
Exercicios resolvidos
 
Tecnologia dos materiais
Tecnologia dos materiaisTecnologia dos materiais
Tecnologia dos materiais
 
Resistência de materiais.pdf exercícios resolvidos em 26 mar 2016
Resistência de materiais.pdf exercícios resolvidos em 26 mar 2016Resistência de materiais.pdf exercícios resolvidos em 26 mar 2016
Resistência de materiais.pdf exercícios resolvidos em 26 mar 2016
 
Relatório densidade picnómetro
Relatório densidade picnómetroRelatório densidade picnómetro
Relatório densidade picnómetro
 

Destaque

Brigadeiro Edgard, de Oliveira (MG): Identidade visual do “o famoso brigadeiro"
Brigadeiro Edgard, de Oliveira (MG): Identidade visual do “o famoso brigadeiro"Brigadeiro Edgard, de Oliveira (MG): Identidade visual do “o famoso brigadeiro"
Brigadeiro Edgard, de Oliveira (MG): Identidade visual do “o famoso brigadeiro"Brigadeiro Edgard, de Oliveira (MG)
 
Gelatinas artté
Gelatinas arttéGelatinas artté
Gelatinas arttéartte
 
Pesquisa Empírica Cápsulas de Gelatina Dura
Pesquisa Empírica   Cápsulas de Gelatina DuraPesquisa Empírica   Cápsulas de Gelatina Dura
Pesquisa Empírica Cápsulas de Gelatina Durarosanasilvarpe
 
Diagrama de fase (gelatina)
Diagrama de fase (gelatina)Diagrama de fase (gelatina)
Diagrama de fase (gelatina)El Che Paredes
 
Processos fermentativos
Processos fermentativosProcessos fermentativos
Processos fermentativoswilso saggiori
 
Proceso productivo de la gelatina
Proceso productivo de la gelatinaProceso productivo de la gelatina
Proceso productivo de la gelatinaasdasfsga
 
MICROFILTRACIÓN GRUPO 6 !!!!
MICROFILTRACIÓN GRUPO 6 !!!!MICROFILTRACIÓN GRUPO 6 !!!!
MICROFILTRACIÓN GRUPO 6 !!!!monikelvi
 

Destaque (11)

Brigadeiro Edgard, de Oliveira (MG): Identidade visual do “o famoso brigadeiro"
Brigadeiro Edgard, de Oliveira (MG): Identidade visual do “o famoso brigadeiro"Brigadeiro Edgard, de Oliveira (MG): Identidade visual do “o famoso brigadeiro"
Brigadeiro Edgard, de Oliveira (MG): Identidade visual do “o famoso brigadeiro"
 
Gelatinas artté
Gelatinas arttéGelatinas artté
Gelatinas artté
 
Gelatinas
GelatinasGelatinas
Gelatinas
 
Fermentação em estado sólido
Fermentação em estado sólidoFermentação em estado sólido
Fermentação em estado sólido
 
Pesquisa Empírica Cápsulas de Gelatina Dura
Pesquisa Empírica   Cápsulas de Gelatina DuraPesquisa Empírica   Cápsulas de Gelatina Dura
Pesquisa Empírica Cápsulas de Gelatina Dura
 
Diagrama de fase (gelatina)
Diagrama de fase (gelatina)Diagrama de fase (gelatina)
Diagrama de fase (gelatina)
 
Processos fermentativos
Processos fermentativosProcessos fermentativos
Processos fermentativos
 
Proceso productivo de la gelatina
Proceso productivo de la gelatinaProceso productivo de la gelatina
Proceso productivo de la gelatina
 
Ultrafiltrado
UltrafiltradoUltrafiltrado
Ultrafiltrado
 
MICROFILTRACIÓN GRUPO 6 !!!!
MICROFILTRACIÓN GRUPO 6 !!!!MICROFILTRACIÓN GRUPO 6 !!!!
MICROFILTRACIÓN GRUPO 6 !!!!
 
Filtracion
FiltracionFiltracion
Filtracion
 

Semelhante a Gelatina com partículas capaz de alterar cor

Release expositores pós evento 2013
Release expositores pós evento 2013Release expositores pós evento 2013
Release expositores pós evento 2013forumdealimetacao
 
Aliança Estratégica Perdigão E Unilever[1](3)
Aliança Estratégica   Perdigão E Unilever[1](3)Aliança Estratégica   Perdigão E Unilever[1](3)
Aliança Estratégica Perdigão E Unilever[1](3)GrupoPerdigaoUnilever
 
SORVETERIA CARIOCA: A LOGÍSTICA EMPREGADA NESTE SEGMENTO DE MERCADO
SORVETERIA CARIOCA: A LOGÍSTICA EMPREGADA NESTE  SEGMENTO DE MERCADOSORVETERIA CARIOCA: A LOGÍSTICA EMPREGADA NESTE  SEGMENTO DE MERCADO
SORVETERIA CARIOCA: A LOGÍSTICA EMPREGADA NESTE SEGMENTO DE MERCADOHenrique Dacheux
 
Tcc_modulo_4_LICENCIAMENTO_AMBIENTAL
Tcc_modulo_4_LICENCIAMENTO_AMBIENTALTcc_modulo_4_LICENCIAMENTO_AMBIENTAL
Tcc_modulo_4_LICENCIAMENTO_AMBIENTALSenac
 
Apresentação Coca-Cola para IGEC
Apresentação Coca-Cola para IGECApresentação Coca-Cola para IGEC
Apresentação Coca-Cola para IGECRenata Pacheco
 
Boletim MarkEsalq Ano 1 Nº3 - Setembro 2013 - Açúcar
Boletim MarkEsalq Ano 1 Nº3 - Setembro 2013 - AçúcarBoletim MarkEsalq Ano 1 Nº3 - Setembro 2013 - Açúcar
Boletim MarkEsalq Ano 1 Nº3 - Setembro 2013 - AçúcarMarkEsalq
 
Projeto e Processo do Produto Engenharia de Produção Coca cola Chá
Projeto e Processo do Produto  Engenharia de Produção Coca cola CháProjeto e Processo do Produto  Engenharia de Produção Coca cola Chá
Projeto e Processo do Produto Engenharia de Produção Coca cola CháEmerson Tranquilino
 
333 estabilizantes
333 estabilizantes333 estabilizantes
333 estabilizantesRene Junior
 
TCC - ANÁLISE BROMATOLÓGICA E COMPARATIVA DE SALGADINHOS INDUSTRIALIZADOS
TCC - ANÁLISE BROMATOLÓGICA E COMPARATIVA DE SALGADINHOS INDUSTRIALIZADOSTCC - ANÁLISE BROMATOLÓGICA E COMPARATIVA DE SALGADINHOS INDUSTRIALIZADOS
TCC - ANÁLISE BROMATOLÓGICA E COMPARATIVA DE SALGADINHOS INDUSTRIALIZADOSDanillo Rodrigues
 
Produtos pré-medidos - brochura
Produtos pré-medidos - brochuraProdutos pré-medidos - brochura
Produtos pré-medidos - brochuraInmetro
 
Estudo de caso carrefour
Estudo de caso carrefourEstudo de caso carrefour
Estudo de caso carrefourEder Suzarte
 

Semelhante a Gelatina com partículas capaz de alterar cor (20)

Release expositores pós evento 2013
Release expositores pós evento 2013Release expositores pós evento 2013
Release expositores pós evento 2013
 
Release Expositores
Release ExpositoresRelease Expositores
Release Expositores
 
13_02_2012
13_02_201213_02_2012
13_02_2012
 
Aliança Estratégica Perdigão E Unilever[1](3)
Aliança Estratégica   Perdigão E Unilever[1](3)Aliança Estratégica   Perdigão E Unilever[1](3)
Aliança Estratégica Perdigão E Unilever[1](3)
 
SORVETERIA CARIOCA: A LOGÍSTICA EMPREGADA NESTE SEGMENTO DE MERCADO
SORVETERIA CARIOCA: A LOGÍSTICA EMPREGADA NESTE  SEGMENTO DE MERCADOSORVETERIA CARIOCA: A LOGÍSTICA EMPREGADA NESTE  SEGMENTO DE MERCADO
SORVETERIA CARIOCA: A LOGÍSTICA EMPREGADA NESTE SEGMENTO DE MERCADO
 
Release Milano
Release MilanoRelease Milano
Release Milano
 
Tcc_modulo_4_LICENCIAMENTO_AMBIENTAL
Tcc_modulo_4_LICENCIAMENTO_AMBIENTALTcc_modulo_4_LICENCIAMENTO_AMBIENTAL
Tcc_modulo_4_LICENCIAMENTO_AMBIENTAL
 
Apresentação Coca-Cola para IGEC
Apresentação Coca-Cola para IGECApresentação Coca-Cola para IGEC
Apresentação Coca-Cola para IGEC
 
Boletim MarkEsalq Ano 1 Nº3 - Setembro 2013 - Açúcar
Boletim MarkEsalq Ano 1 Nº3 - Setembro 2013 - AçúcarBoletim MarkEsalq Ano 1 Nº3 - Setembro 2013 - Açúcar
Boletim MarkEsalq Ano 1 Nº3 - Setembro 2013 - Açúcar
 
Projeto e Processo do Produto Engenharia de Produção Coca cola Chá
Projeto e Processo do Produto  Engenharia de Produção Coca cola CháProjeto e Processo do Produto  Engenharia de Produção Coca cola Chá
Projeto e Processo do Produto Engenharia de Produção Coca cola Chá
 
333 estabilizantes
333 estabilizantes333 estabilizantes
333 estabilizantes
 
Revista fapesp 208
Revista fapesp 208Revista fapesp 208
Revista fapesp 208
 
“Pleno”
“Pleno”“Pleno”
“Pleno”
 
Relatorio anual 2016 coca cola
Relatorio anual  2016 coca colaRelatorio anual  2016 coca cola
Relatorio anual 2016 coca cola
 
TCC - ANÁLISE BROMATOLÓGICA E COMPARATIVA DE SALGADINHOS INDUSTRIALIZADOS
TCC - ANÁLISE BROMATOLÓGICA E COMPARATIVA DE SALGADINHOS INDUSTRIALIZADOSTCC - ANÁLISE BROMATOLÓGICA E COMPARATIVA DE SALGADINHOS INDUSTRIALIZADOS
TCC - ANÁLISE BROMATOLÓGICA E COMPARATIVA DE SALGADINHOS INDUSTRIALIZADOS
 
E motiva01
E motiva01E motiva01
E motiva01
 
Toddy
ToddyToddy
Toddy
 
Produtos pré-medidos - brochura
Produtos pré-medidos - brochuraProdutos pré-medidos - brochura
Produtos pré-medidos - brochura
 
Rotulagem
RotulagemRotulagem
Rotulagem
 
Estudo de caso carrefour
Estudo de caso carrefourEstudo de caso carrefour
Estudo de caso carrefour
 

Gelatina com partículas capaz de alterar cor

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ESCOLA DE NUTRIÇÃO DEPARTAMENTO DE ALIMENTOS GELATINA COM PARTÍCULAS MICROENCAPSULADAS CAPAZ DE ALTERAR A COR DURANTE O RESFRIAMENTO Alunas: Amanda Rios Ferreira, Gabriela Fonseca, Natalia Ribeiro Ouro Preto Maio/2015
  • 2. SUMÁRIO INTRODUÇÃO......................................................................................................... PORTFOLIO DE PRODUTOS................................................................................ CONFEITOS X NÚMEROS..................................................................................... INOVAÇÕES NA INDUSTRIA DE ALIMENTOS RELACIONADAS A CONFEITOS, ENCONTRADAS NO SITE DO INPI-PATENTES................................................. INOVAÇÕES NA INDUSTRIA DE ALIMENTOS RELACIONADAS A CONFEITOS, ENCONTRADAS ATRAVÉS DE ARTIGOS......................................................... O MERCADO DE GELATINA.............................................................................. DADOS DE MERCADO...................................................................................... INOVAÇÕES NA INDUSTRIA DE ALIMENTOS RELACIONADAS A UTILIZAÇÃO DE GELATINA ENCONTRADAS NO SITE DO INPI-PATENTES............................. INOVAÇÕES NA INDUSTRIA DE ALIMENTOS RELACIONADAS A GELATINA ENCONTRADAS ATRAVÉS DE ARTIGOS......................................................... LEGISLAÇÃO....................................................................................................... FLUXOGRAMA DE PRODUÇÃO......................................................................... INGREDIENTES E MATERIA PRIMA UTILIZADOS............................................ ADITIVOS............................................................................................................. EMBALAGENS UTILIZADAS POR ESSE PRODUTO.........................................
  • 3. INTRODUÇÃO Sendo conhecido historicamente como grande produtor de açúcar, o Brasil é a terceira maior indústria no mercado dos confeitos no mundo. Visando mostrar o que o país tem além do açúcar, a criação do programa Brasil Beyond Sugar (Brasil além do açúcar) aposta em colocar o país em maior evidencia no mercado de confeitos mundial. O setor conta, no Brasil, com a ABICAB, Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados, que representa o setor e busca parcerias e melhorias para a indústria brasileira de confeitos. A associação possui um site em quatro línguas, que em seis meses de existência teve mais de 17 mil acessos, a maioria vindos de países como Estados Unidos, Alemanha e França. (COMEX, 2014) No ano de 2015 a indústria brasileira de doces está cercada no mercado externo. Um site foi lançado com versões em três idiomas buscando divulgar os produtos brasileiros lá fora. Novas embalagens, novas tecnologias de produção, rotulagem em diferentes idiomas. Ações como estas são exemplos do esforço nacional para se destacar mundialmente. Em feira realizada em Colônia, Alemanha em 2015, o Brasil colocará também em evidência a produção de balas e confeitos atendendo às legislações europeias, visando o mercado do velho continente (COMEX, 2014). Na onda das inovações, nutraceuticos e produtos de confeitaria Premium são os maiores investimentos do ramo para obter grande retorno em 2015, além das embalagens que vêm sendo usadas como estratégia de vendas (COMEX, 2014). PORTFOLIO DE PRODUTOS Dentre os principais produtos do mercado de confeitos brasileiro estão chocolates, amendoins, gomas mastigáveis, balas, confeitos, gelatinas e chicletes. São exemplos de produtos:
  • 4. Figura 1: Confeitos tipo brigadeiro, comercializados no mercado brasileiro Figura 2 : Confeitos tipo gomas mastigáveis Figura 3: Confeitos de chocolate Figura 4: Confeitos mastigáveis tipo goma de mascar
  • 5. Figura 5: Confeito derivado de amendoim, tipo paçoca CONFEITOS X NÚMEROS Transformando a indústria de confeitos no país em números, temos expressantes resultados de mercado. No ramo de exportações em 2013 o setor de confeitaria brasileiro exportou 118 mil toneladas, somando US$ 291,5 milhões (COMEX, 2014). Em 2014, a indústria brasileira do setor de confeitos exportou US$ 269,1 milhões entre janeiro e dezembro, o que equivale a aproximadamente 108 mil toneladas de produtos. Dentro desse período os principais continentes a receberem os produtos brasileiros foram América do Sul (US$ 142,9 milhões), África (US$ 41,9 milhões) e América do Norte (US$ 34,4 milhões) (COMEX, 2014). Na figura abaixo tem-se o consumo aparente, exportação e importação do setor de confeitos no país em volume (mil tons) de 2008 a 2013 (COMEX, 2014).
  • 6. Gráfico 1: 2008-2013 Balas, Confeitos, gomas de mascar e derivados produção, consumo aparente, exportação e importação em volume (mil tons), dados da ABICAB De acordo com os dados apresentados pela ABICAB no Gráfico 1, o ano de 2011 foi o que apresentou maior produção e maior consumo aparente, e observando os anos de 2012 e 2013, nota-se ligeiro aumento na produção e consumo aparente dos produtos, e queda na exportação e importação. O Gráfico 2, apresentado abaixo, mostra a análise do mercado dos anos de 1998 a 2013 para balas, confeitos, gomas de mascar e derivados e sua importação, exportação e saldo da balança comercial em valor (US$ milhões) (ABICAB, 2014).
  • 7. Gráfico 2: 1998-2013 Balas, Confeitos, gomas de mascar e derivados, exportação e importação em volume (mil tons), e saldo da balança comercial, dados da ABICAB Nota-se uma queda nas exportações nos anos de 2012 e 2013, com um saldo da balança comercial com queda nos mesmos dois anos onde podemos notar ainda um aumento nas importações do setor. O Gráfico 3 trata dos mesmos anos analisados, porém agora relacionados ao volume e não ao valor em dólares. Gráfico 3: 1998-2013 Amendoim, Balas, Confeitos, e chocolate, exportação, importação e saldo da balança comercial em volume (mil tons), dados da ABICAB
  • 8. Gráfico 4: 1998-2013 Balas, Confeitos, gomas de mascar e derivados produção, consumo aparente, exportação e importação em valor (US$ milhoes), dados da ABICAB Tem-se queda no volume de exportação e da balança comercial para os anos de 2012 e 2013 e também aumento no volume importado durante esses dois anos, que foi de 91 mil toneladas e 84 mil toneladas respectivamente. INOVAÇÕES NA INDUSTRIA DE ALIMENTOS RELACIONADAS A CONFEITOS, ENCONTRADAS NO SITE DO INPI-PATENTES Dentre as inúmeras inovações na área de confeitos, apresentamos duas, sendo a primeira: Confeitos e outras guloseimas com aditivos auxiliares ao controle de peso corporal humano. O objetivo desta patente, consiste em combinações, em variadas concentrações, de aditivos com propriedades de auxiliarem o controle do peso humano, nas variadas formulações que dão nome a essa patente como extrato de jojoba, colágeno hidrolisado e outros (INPI, 2014) A segunda inovação encontrada foi: Gomas de mascar e confeitos para cuidados orais. Esta invenção refere-se a um método para propiciar higiene dentaria, cujo o emprega uma goma de mascar com baixa umidade ou um produto de confeitaria contendo como ingredientes ativos uma combinação de bicarbonato de sódio e fosfopeptídeo de caseína-fosfato de cálcio amorfo. Esta invenção refere-se
  • 9. também a gomas de mascar e produtos de confeitaria que podem propiciar benefícios de saúde dentaria e métodos para a sua preparação (INPI, 2013). INOVAÇÕES NA INDUSTRIA DE ALIMENTOS RELACIONADAS A CONFEITOS, ENCONTRADAS ATRAVÉS DE ARTIGOS Dentre os artigos pesquisados na área de confeitos, foi escolhido um artigo para se ressaltar, com o título de “Influência da concentração de polióis na textura de balas moles com açaí” dos autores Ana Carolina Pegolo Alves; Marise Bonifácio Queiroz; Ana Lúcia Fadini; Rafael Campos Costa da Fonseca; Lidiane Bataglia da Silva. Tratando sobre polióis que podem ser utilizados como substitutos de açúcares para conferir corpo e textura aos produtos, assim como doçura e benefícios adicionais como redução calórica e baixo ou reduzido índice glicêmico onde objetivo foi estudar a influência da concentração de polióis cristalizáveis (relação isomalte/eritritol - ISO/ERI) e não cristalizáveis (xarope de maltitol - XMA) sobre a textura de balas moles diet contendo açaí liofilizado. O MERCADO DE GELATINA A gelatina consiste em uma mistura de proteínas com tipo estrutural semelhante. O colágeno e a gelatina têm uma sequência única de aminoácidos que define suas características funcionais. O colágeno é formado por estruturas ordenadas chamadas tropocolágeno que são ligadas em fibrilas e formam as fibras constituintes do tecido conectivo. A unidade básica do colágeno é formada da união do arranjo de três moléculas polipeptídicas em forma de hélice. A sua grande utilização se deve à sua habilidade de ligação a água e sua configuração helicoloidal responsável pela formação de gel. Sendo um hidrocolóide de origem proteica, apresenta caráter anfótero. É uma substância translúcida, incolor ou amarelada, que não possui gosto nem cheiro. É uma substância nitrogenada orgânica, proteína coloidal, cujo valor principal está nas suas propriedades coagulativas, protetoras e adesivas. A gelatina animal é obtida através da hidrólise do colágeno (fibras brancas dos tecidos conectivos do corpo animal, particularmente da pele (córion), dos ossos (osseína) e dos tendões), de onde as ligações entre as fibras são quebradas, permitindo seu posterior rearranjo (GELITA, 2015)..
  • 10. Além de ser utilizada como alimento, na indústria de alimentos é utilizado na elaboração de balas, iogurtes e produtos dietéticos. Além da indústria alimentícia, a área de fotografia, cosméticos, farmacologia, entre outras aplicações. DADOS DE MERCADO Nos últimos anos, o uso de gelatina e seus derivados apresentaram grande crescimento principalmente pela sua importância benéfica no organismo. Além disso, possui aplicação como substituo de gordura hidrogenada em alguns produtos, em decorrência de suas funções de efeito na textura. No que diz respeito ao comercio mundial, as exportações evoluíram de US$ 762 milhões em 2000 para US$ 1 bilhão, em 2004. Em quantidade, as vendas globais tiveram aumento médio de 3% ao ano, subindo de 198 mil toneladas para 216 mil toneladas (MDIC, 2010). A Europa domina o mercado mundial, somando mais de 60% do total de vendas, seguida da América, Ásia e Oceania. A lista de exportadores em 2004 contava com 68 países. Alemanha e França possuem participação total no mercado de 15,4% e 13,6% respectivamente. O Brasil apresenta participação de 8,4% no mercado. No quesito importação os países europeus aparecem como os principais importadores. Entre 2000 e 2004 aumentaram 13% ao ano (SISCOMEX, 2010). A Alemanha aparece como principal vendedora e compradora, responsável por mais de 14% do mercado total. As compras cresceram da ordem de 11% ao ano entre 2000 e 2004, somando mais de US$300 milhões em transações. Tabela 1: Dados de exportação e importação mundial em 2004
  • 11. Com relação ao mercado brasileiro, segundo artigo publicado na Gazeta Mercantil, o consumo brasileiro de gelatinas e seus derivados para uso alimentício é de apenas 44 gramas por habitante/ano. Sendo ainda pouco expressivo se comparado com o de outros mercados, como o europeu, que consome aproximadamente 140 gramas (SISCOMEX, 2010). O produto e consumido por amplas idades, também por idosos e crianças. Estando presente em vários tipos de dietas alimentares. Anualmente, o consumo brasileiro gira em torno de 8 mil toneladas, representando 3,2% do consumo mundial (aproximadamente 250 mil toneladas) (MDIC, 2010). A produção brasileira de gelatina é estimada em 25 mil toneladas/ano, exportando 80% de sua produção. A fonte principal de obtenção do grupo de gelatinas é o couro. Aproximadamente 24 mil toneladas de couro são transformadas em gelatina anualmente, sendo 75% de origem bovina e 25% de origem suína. As importações brasileiras caíram em média 12,4% anualmente entre 1996 e 2005 (SISCOMEX, 2010). INOVAÇÕES NA INDUSTRIA DE ALIMENTOS RELACIONADAS A UTILIZAÇÃO DE GELATINA ENCONTRADAS NO SITE DO INPI-PATENTES São exemplos de patente encontradas utilizando gelatina na plataforma INPI a patente denominada: “Bioplástico flexível, comestível e biodegradável à base de amido e gelatina obtido por processo de extrusão termoplástica seguido de sopro”, depositado pela Universidade Federal de Campinas. Tal patente envolve a produção industrial de filmes flexíveis através do processo já conhecido de extrusão, sem a utilização de nenhum solvente. Tais bioplásticos podem ser utilizados como embalagens para acondicionamento de produtos alimentícios, farmacêuticos além de poder também ser usado como embalagem secundária em alimentos (INPI, 2014) Outro exemplo de inovação na utilização de gelatina no mercado é a patente “Composição de tinta flexográfica contendo gelatina hidrolisada com resina de aglutinação”, depositada pela Sun Chemical Corporation (US). Esta patente envolve a composição de uma tinta esferográfica com pelo menos 3% em peso de pigmento. Tal composição da tinta pode apresentar melhor resistência ao calor, secagem, espuma, entre outros benefícios. (INPI, 2012)
  • 12. INOVAÇÕES NA INDUSTRIA DE ALIMENTOS RELACIONADAS A GELATINA ENCONTRADAS ATRAVÉS DE ARTIGOS Dentro dos artigos pesquisados, destacaram-se dois, sendo o primeiro: “Produção de gelatina de pele de tilápia e sua utilização para obtenção de micropartículas contendo óleo de salmão” publicado na revista Brazilian Journal of Food Technology. O trabalho teve objetivo de extrair e caracterizar gelatina da pele de tilápia e utiliza-la como substituto da gelatina de mamíferos na formação de micropartículas por coacervação complexa. A utilização do óleo de salmão e gelatina de peixe foi positiva, mantendo a morfologia das micropartículas (BUENO et al, 2011). O segundo foi: “Filmes e coberturas comestíveis compostas à base de amidos nativos e gelatina na conservação e aceitação sensorial de uvas Crimson”. Que consiste em filmes compostos de gelatina e amidos nativos de trigo e outros cereais que foram produzidos e caracterizados separadamente. As soluções foram preparadas e aplicadas em uvas Crimson para avaliação sensorial e acompanhamento da perda de massa. Os resultados foram positivos para a utilização dos filmes testados com destaque para os de sorgo e arroz. No que diz respeito à análise sensorial as uvas cobertas obtiveram aceitação igual o superior no controle quanto à aparência global, brilho cor e intenção de compra (FEKHOURI et al. 2007). LEGISLAÇÃO A comercialização e produção de gelatina a partir de pele bovina e suína não possui legislação específica. Porém, quando se trata da utilização de gelatina como ingrediente para a produção de outros alimentos, a ANVISA, através da Resolução n° 45 de 3 de novembro de 2010 dispões sobre aditivos alimentares autorizados para uso segundo as Boas Práticas de Fabricação. Em tal resolução, a Gelatina tem uso autorizado como estabilizante, emulsificante, espessante e gel. Recebendo o código 428. Os limites de utilização estão delimitados ao quantum satis (q.s.), ou seja, quantidade suficiente para obter o efeito tecnológico desejado (BRASIL, 2010). FLUXOGRAMA DE PRODUÇÃO O fluxograma de produção da Gelatina, conta com seis etapas, sendo elas:
  • 13. Figura 6: Fluxograma de produção da gelatina Para a primeira etapa, a de Pré-Tratamento pode ser realizada através de dois processos principais: Processo Ácido: Utilizado para a fabricação de gelatina do Tipo A. Consiste na preparação a frio da matéria-prima para o processo. A matéria-prima (normalmente pele suína) é submetida ao pré-tratamento por um período de três dias. O tratamento é realizado através da adição de ácido clorídrico com posterior extração (GELITA, 2015). Processo Alcalino: Utilizado para a fabricação de gelatina do Tipo B. Este tipo de processo é utilizado somente quando a matéria-prima for osseína ou raspa bovina. Tal processo estende-se por várias semanas. O hidróxido de cálcio saturado vai ao longo do tempo transformando lentamente a estrutura do colágeno. O colágeno produzido através deste processo é solúvel em água quente (GELITA, 2015).. Extração: O material pré-tratado passa por um processo de extração de múltiplos estágios. Após o pré-tratamento, o material recebe outra vez água aquecida a temperatura elevada e é extraído. Este processo é repetido até que os últimos traços de gelatina sejam retirados. Tal etapa é realizada em tanques equipados com serpentinas à vapor (GELITA, 2015).. A primeira extração é feita com água mantida entre 60 e 65°C. O pH é importante, sendo ótimo entre 3,0 e 4,0. A água fica em contato com a osseína durante 8,0h. Obtém-se uma solução de gelatina 8-10% (GELITA, 2015)..
  • 14. Purificação: A etapa de purificação consiste em uma solução de aproximadamente 5% de gelatina (obtida no processo de extração) passa, então, por filtros de alta performance que são responsáveis por retirar todo e qualquer resíduo de gordura e fibra que ainda possam estar presentes na solução. A solução filtrada passa por colunas de troca iônica, visando eliminar cálcio, sódio, resíduos de ácidos e outros sais presentes (GELITA, 2015). Concentração: Na etapa de concentração, são utilizados evaporadores a vácuo, de múltiplos estágios com pré-aquecimento. Eles são utilizados para esterilizar a solução de gelatina e ao mesmo tempo remover água da solução diluída, e concentrar a gelatina até que esta atinja uma consistência de mel (GELITA, 2015). São utilizados muitas vezes peróxido de hidrogênio ou ácido sulfuroso como agente alvejante durante processo. O aquecimento (geralmente realizado de quatro a cinco vezes) é feito continuamente em temperaturas gradativamente elevadas até atingir a temperatura de 100°C (GELITA, 2015). Secagem: A secagem é realizada com ajuda de um esterilizador de alta temperatura, a solução de gelatina altamente concentrada passa por mais uma esterilização de segurança (GELITA, 2015). Os passos seguintes são, então, refrigeração e solidificação. No processo de solidificação a gelatina é forçada contra uma tela de aço inoxidável e ganha a forma de "espaguete" (semelhante a um processo de extrusão), sendo distribuída uniformemente sobre a esteira de secagem (GELITA, 2015). O ar usado para secagem é previamente preparado sendo: filtrado, lavado, desumidificado e descontaminado, a 40°C. Na saída do túnel de secagem, a gelatina é quebrada e moída em partículas de tamanho uniforme (GELITA, 2015). Moagem, Peneiramento e Mistura: Esta é a última etapa do processo, quando gelatina é preparada para aplicações específicas. Nesta etapa o grânulo da gelatina é moído, peneirado, misturado e enviado ao estoque final (GELITA, 2015).
  • 15. Figura 7: Exemplo do fluxograma de acordo com os dois tipos de extração, ácida e básica (GEA GROUP, 2013). Figura 8: Equipamentos utilizados no processamento de Gelatina. (GEA GROUP, 2013)
  • 16. INGREDIENTES E MATERIA PRIMA UTILIZADOS A gelatina é produzida comumente através da utilização de peles e ossos de bovinos e suínos. Além disso, peixe e algas também podem ser utilizados para a extração de colágeno. A matéria prima para a produção de gelatina é a proteína de colágeno nativo, encontrado em grande quantidade na pele e nos ossos desses animais (GELITA, 2015). Geralmente, a matéria-prima proveniente de frigoríficos são separados e enviados para as fábricas ainda frescas, refrigeradas ou congeladas. Existem quatro tipos de gelatinas industriais, as comestíveis, técnicas, fotográficas e farmacêuticas. Para fabricação de todos os quatro tipos de gelatina, são usados os carnais (tecidos que ligam a pele animal à carcaça) e os couros crus de grandes animais. Além disso, pode-se utilizar peles de porcos, novilhas e outros animais, constituindo 1% da matéria-prima total. Para as aplicações alimentícias são utilizados rigorosos padrões de qualidade na produção da gelatina. Gráfico 5: Dados do mercado mundial de gelatina. (GEA GROUP, 2013)
  • 17. ADITIVOS Segundo a ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, aditivo alimentar é “todo e qualquer ingrediente adicionado intencionalmente aos alimentos sem o propósito de nutrir, com o objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais, durante a fabricação, processamento, preparação, tratamento, embalagem, acondicionamento, armazenagem, transporte ou manipulação de um alimento”. Tal definição encontra-se no item 1.2 da Portaria SVS/MS 540, de 27/10/97 (BRASIL, 1997) A gelatina possui muitos corantes artificiais que são adicionados para conferir cor, eles são o vermelho 40, azul brilhante, vermelho bordeaux, azul escuro. Outros aditivos como regulador de acidez citrato de sódio, aromatizantes, acidulante ácido fumárico, edulcorantes, aspartame, ciclamato de sódio, acesulfame de potássio, sacarina sódica, tartrazina, amarelo crepúsculo FCF são adicionados na gelatina. Aditivos que são utilizados em gelatinas sabor, uva, morango, cereja, limão, maracujá, amora, abacaxi (LIMA, 2013) EMBALAGENS UTILIZADAS POR ESSE PRODUTO As embalagens utilizadas para o comércio de gelatina variam de acordo com a aplicação da mesma. Gelatinas para uso fotográfico são comercializadas em filmes ou embalagens plásticas, por exemplo. Enquanto gelatina para uso alimentício são comercializadas em grandes embalagens normalmente plásticas, para evitar interação com o ambiente e alterações em suas características (GELITA, 2015).
  • 18. REFERENCIAS ABICAB. Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados. Disponivel em: http://www.abicab.org.br/. Acesso em: 4 de Maio 2015. ALVES, A. C. P. Influência da concentração de polióis na textura de balas moles com açaí. Disponível em: http://www.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fwww.abepro.org.br%2Fbibliotec a%2Fenegep2012_tn_sto_164_954_19702.pdf&h=sAQFWky2H. Acesso em: 4 de Maio 2015 LIMA., D. Por trás dos rótulos - Gelatina e Guloseimas x Aditivos. Disponível em: https://www.docelimao.com.br/site/especial-kids/alimentacao/1157-por-tras-dos- rotulos-os-corantes-artificiais-parte-1.html. Acesso em: 22 de maio 2015. PRADO, M. A., Godoy H. T. Determinação de corantes artificiais por cromatografia líquida de alta eficiência (clae) em pó para gelatina. Quim. Nova, Vol. 27, No. 1, 22- 26, 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/qn/v27n1/18803.pdf. Acesso em: 20 maio 2015. BUENO, C. M., ALVIM, I. D., GROSSO, C., KOBERSTEIN, M. T. Produção de gelatina de pele de tilápia e sua utilização para obtenção de micropartículas contendo óleo de salmão http://bjft.ital.sp.gov.br/artigos/html/busca/PDF/v14n1446a.pdf Farayde Matta FAKHOURI, Luciana Cristina Brigatto FONTES, Priscila Vieira de Macedo GONÇALVES, Cibele Rufato MILANEZ, Caroline Joy STEEL, Fernanda Paula COLLARES-QUEIROZ Filmes e coberturas comestíveis compostas à base de amidos nativos e gelatina na conservação e aceitação sensorial de uvas Crimson COMEX. Comércio Exterior do brasil. Dados do mercado de Gelatina. Disponível em: http://www.comexdobrasil.com/industria-de-doces-confeitos-lanca-site-internacional- objetivo-e-ampliar-exportacoes/. Acesso em: 20 maio 2015
  • 19. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC n. 45, de 03 de novembro de 2010 Dispõe sobre aditivos alimentares autorizados para uso segundo as Boas Práticas de Fabricação (BPF) http://www.geafiltration.com/Portuguese/Biblioteca/auxilios_processamento_gelatina. htm GEA Group 2013 SISCOMEX. Sistema Integrado de Comercio Exterior do Brasil. Mercado brasileiro para gelatinas e seus derivados. Disponível em: http://www.portalsiscomex.gov.br/ Acesso em: 20 maio 2015