1. CONCLUSÕES DO SEMINÁRIO – O
BRASIL ANTES DOS BRASILEIROS,
A PRÉ-HISTÓRIA DO NOSSO PAÍS
Aula remota 13
Fundamentos interdisciplinares da Arqueologia
Prof. Dirceu Mauricio van Lonkhuijzen
Campo Grande, 16 de novembro de 2020
2. Aula remota 13 - Fundamentos interdisciplinares da Arqueologia
Arqueologia do Brasil meridional
3. Aula remota 13 - Fundamentos interdisciplinares da Arqueologia
Arqueologia do Pantanal
4. Aula remota 13 - Fundamentos interdisciplinares da Arqueologia
Arqueologia do Brasil central e nordeste
5. Aula remota 13 - Fundamentos interdisciplinares da Arqueologia
A ondaTupiguarani
6. Aula remota 13 - Fundamentos interdisciplinares da Arqueologia
Arqueologia da Amazônia
7. Algumas reflexões.
Em primeiro lugar, sobre a visão que temos do homem pré-histórico. Em segundo,
sobre a história das populações indígenas antes e depois da irrupção dos europeus no
“novo continente”. Em fim, sobre a situação da arqueologia no Brasil.
Aos poucos se vem corrigindo uma série de ideias errôneas,
Uma delas é que os primeiros ocupantes do território que hoje chamamos Brasil,
como qualquer homem pré-histórico, teriam vivido num mundo frio e povoado por
mamutes ou dinossauros...
Por outro lado, em substituição ao mito (felizmente em declínio) do homem pré-
histórico bruto, ignorante e infeliz, está ressurgindo, entre os “intelectuais”, outro
mito: o do “bom selvagem” – hoje com matizes “ecológicos”. O índio passa então a ser
visto como um ser puro, vivendo em harmonia com uma natureza virgem e incapaz de
agredir e fazer o mal, um ser inocente ao qual se junta paradoxalmente a visão
romântica do indômito guerreiro. Recusando a desigualdade social, esse ser teria
criado mecanismos para impedir o surgimento de hierarquias opressoras (um livro
famoso, do antropólogo Pierre Clastres, intitula-se A sociedade contra o Estado). De
novo a realidade arqueológica e histórica não confirma essa visão.
Aula remota 13 - Fundamentos interdisciplinares da Arqueologia
Conclusões da obra
8. Aula remota 13 - Fundamentos interdisciplinares da Arqueologia
Conclusões da obra
Continuidades e rupturas vistas pelos acadêmicos
Uma das principais questões em debate atualmente é até que ponto as atuais
populações e sociedades indígenas se parecem com as dos últimos milênios antes da
invasão europeia? Somente a arqueologia poderá esclarecer esse aspecto. Mesmo assim,
a questão está sendo debatida de modo talvez inadequado, pois os pesquisadores
discutem sobretudo numa perspectiva ainda evolucionista, para saber se as populações
da pré-história tardia (particularmente, os Tupiguarani) eram numerosas o bastante para
passar do “estágio tribal” simples a outro patamar, o de “cacicado” – talvez já alcançado
pelos Tapajós e Marajoara (com desigualdades sociais e chefes com poderes
relativamente importantes). O cacicado, por sua vez, seria uma transição para o estágio
de organização estatal (caracterizado pela existência de uma burocracia).
Aos poucos, a arqueologia se abre a essas questões, cujo debate permitiria escapar dos
modelos eurocêntricos. Com essas perguntas não respondidas deparamos com outra,
fundamental: até que ponto podemos usar os modelos propostos a partir da observação
das populações indígenas atuais para interpretar os vestígios arqueológicos?
9. Para as próximas aulas
- Revisão de conteúdo 23/11
- P2 avaliação com base no conteúdo
do seminário
E-mail:
dirceu@mcdb.org.br