1. LEITURA E ESCRITA
A característica mais marcante de um
disléxico é a acumulação e persistência
dos seus erros ao ler e ao escrever.
A análise qualitativa da leitura oral de
um disléxico revela algumas das
seguintes dificuldades:
Confusão entre letras, sílabas ou
palavras com diferenças subtis de grafia:
a-o c-o f-t
h-n
i-j m-n v-u
Confusão entre letras, sílabas ou
palavras com grafia similar, mas com
diferente orientação no espaço:
b-d b-p b-q
d-b
d-p d-q n-u
w-m a-e
Confusão entre letras que possuem o
ponto de articulação comum, e cujos
sons são acusticamente próximos:
d-t j-x c-g
m-b b-p v-f
Inversões parciais ou totais de sílabas ou
palavras:
me-em sol-los som
mos
sal-las pal-pla
Substituição de palavras por outras de estrutura
mais ou menos similar ou criação de palavras,
porém com diferente significado:
soltou-salvou era-ficava
Contaminação de sons.
Adições ou omissões de sons, sílabas ou palavras:
famoso-fama casa-casaco
Repetições de sílabas, palavras ou frases.
Pular uma linha, retroceder para a linha anterior e
perder a linha ao ler.
Excessivas fixações do olho na linha.
Soletração defeituosa: reconhece letras
isoladamente, mas, não organiza a palavra como
um todo; lê a palavra sílaba por sílaba, ou ainda lê o
texto "palavra por palavra".
Problemas de compreensão.
Leitura e escrita em espelho (em casos excecionais).
Ilegibilidade.
Velocidade e compreensão inferior ao normal, já
que a dificuldade no reconhecimento das palavras
obriga a realizar uma leitura hiperanalítica e
decifratória.
É a dificuldade em aprender a ler apesar de
possuir uma inteligência normal, saúde, órgãos
sensoriais intactos, motivação, incentivos
normais e instrução adequada.
Um conjunto de sintomas reveladores de uma
disfunção parietal ou parietal occipital que
afeta a aprendizagem da leitura num contínuo
que se estende do sintoma leve ao severo.
É frequentemente acompanhada de
transtornos na aprendizagem da escrita,
ortografia, gramática e redação.
Afeta mais rapazes do que raparigas.
Distingue-se das demais dificuldades da leitura,
na medida em que:
a dificuldade em ler persiste até à idade
adulta;
os erros na leitura e na escrita são de
natureza peculiar e específica;
existe uma incidência familiar do tipo
hereditário;
a dificuldade associa-se, também à
interpretação de outros símbolos.
2. SUGESTÕES PARA ALUNOS COM
DIFICULDADES NA LEITURA E ESCRITA
1. Colocar o aluno num lugar da frente.
Estimular-se a participação oral.
2. Evitar submeter o aluno a situações
de leitura em voz alta.
3. A avaliação oral deve ser valorizada.
4. As questões nas fichas de trabalho e
nos testes devem ser curtas e lidas em
voz alta pelos professores.
5. Os textos, fichas de trabalho e testes
devem ter um espaçamento de 1,5, as
linhas numeradas de 5 em 5 e letra
tamanho 12.
6. As perguntas devem ser feitas
com referência a parágrafos ou as linhas
a reler.
7. Ser firme na exigência da cópia
correta das palavras ou textos, mas na
produção do aluno, o erro não deve ser
penalizado.
8. Explicação, em nota de rodapé, do
vocabulário mais difícil.
9. Evitar comentários negativos perante
o insucesso do aluno.
10. Atribuir tarefas que consiga realizar,
aumentando gradualmente o grau de
dificuldade.
11. Evitar comentários negativos perante o
insucesso do aluno.
12. Sempre que possível certificarem-se que o
aluno passou a informação do quadro e a
indicação do trabalho para casa.
13. No caderno ou na caderneta fazer
sugestões ao encarregado de educação sobre
o acompanhamento do filho na realização das
tarefas.
14. Gravação das aulas para posterior audição
das mesmas pelo aluno em casa com a
supervisão do encarregado de educação ou,
em alternativa, fornecer apontamentos
escritos sobre a matéria dada.
Folheto Informativo – Dislexia
Agrupamento de Escolas Coimbra
Centro
Departamento de Educação Especial
S. Silvestre, 3 de Dezembro 2014