O documento discute as dificuldades das organizações hierárquicas em promover mudanças sociais e se comunicar com a "rede-mãe" da sociedade. Essas organizações tendem a ser centralizadas e privadas, em oposição à rede social descentralizada e pública. A única maneira de melhorar a comunicação é construir interfaces mais distribuídas que copiem a estrutura da rede-mãe.
Excertos do Capítulo 9 do livro de Augusto de Franco: Fluzz: vida humana e convivência social nos novos mundos altamente conectados do terceiro milênio (2011).
Texto de Augusto de Franco (2011) | Sobre as dificuldades de se atirar na correnteza quanto é tão mais fácil construir diques e ficar boiando na tranquilidade da represa | Edição com 62 comentários feitos na Escola-de-Redes
Mr. Irfan Mangi bearing a Reg. No. 2K6-AV-93 has presented ten cases of his academic career to pass through SURG-404 subject. He shared his experience and best cases observed during his academic career were as presented in this slide show. Please commit on his presentation. Best wishes and Congratulation.
Dr. Allah Bux Kachiwal
Assistant Professor
Department of Surgery and Obstetrics
Excertos do Capítulo 9 do livro de Augusto de Franco: Fluzz: vida humana e convivência social nos novos mundos altamente conectados do terceiro milênio (2011).
Texto de Augusto de Franco (2011) | Sobre as dificuldades de se atirar na correnteza quanto é tão mais fácil construir diques e ficar boiando na tranquilidade da represa | Edição com 62 comentários feitos na Escola-de-Redes
Mr. Irfan Mangi bearing a Reg. No. 2K6-AV-93 has presented ten cases of his academic career to pass through SURG-404 subject. He shared his experience and best cases observed during his academic career were as presented in this slide show. Please commit on his presentation. Best wishes and Congratulation.
Dr. Allah Bux Kachiwal
Assistant Professor
Department of Surgery and Obstetrics
Livro com seleção de 10 textos escolhidos sobre rede sociais e temas correlatos publicados durante o ano de 2009 na plataforma interativa da Escola-de-Redes
REFLEXÕES: APRENDIZAGEM OU DERIVA ONTOGÊNICA pelo Dr. Humberto Maturana (1982), Departamento de Biologia da Faculdade de Ciências Básicas e Farmacêuticas. Universidade do Chile, Santiago, Chile. Traduzido por Júlia Eugênia Gonçalves.
CONDORCET, Marquês de (1792). Relatório de projeto de decreto sobre a organiz...augustodefranco .
CONDORCET, Marquês de (1792). Relatório de projeto de decreto sobre a organização geral da instrução pública in Hippeau: A Instrução Pública na França durante a Revolução.
NIETZSCHE, Friederich (1888). Os "melhoradores" da humanidade, Parte 2 e O qu...augustodefranco .
NIETZSCHE, Friederich (1888). Os "melhoradores" da humanidade, Parte 2 e O que falta aos alemães, Parte 5 in O crepúsculo dos ídolos, ou Como filosofar com o martelo.
Book completo do programa de investigação-aprendizagem democrática pelo exercício do reconhecimento de padrões autocráticos em 10 romances e 10 filmes clássicos. O programa é totalmente à distância e foi desenhado para poder ser feito nas férias (daí o nome fantasia 100 DIAS DE VERÃO). Inscrições https://www.sympla.com.br/100-dias-de-verao__23054
Textos de Augusto de Franco publicados no Facebook, entre maio e setembro de 2014, sobre o Decreto 8.243/2014 que institui a Política Nacional de Participação Social - PNPS e o Sistema Nacional de Participação Social - SNPS, e dá outras providências
Por que os democratas não podem apostar todas as fichas no processo eleitoral. Artigo de Augusto de Franco, publicado originalmente no Facebook em 9 de setembro de 2014.
Um programa de aprendizagem democrática pelo exercício do reconhecimento de padrões autocráticos em romances e filmes clássicos. Trata-se de um programa ofertado pelo LABE=R de 10 de janeiro a 20 de abril de 2015
Democracia cooperativa: escritos políticos escolhidos de John Deweyaugustodefranco .
FRANCO, Augusto e POGREBINSCHI, Thamy (editores) (2008) Democracia Cooperativa - Escritos Políticos Escolhidos de John Dewey. A versão final desta obra foi impressa em papel. Porto Alegre: ediPUCRS, 2008.
Como configurar um ambiente de investigação-aprendizagem openscience em sua escola. Capacitação teórica e opção de programa prático para educadores e gestores escolares e extraescolares.Programa intensivo de aprendizagem para agentes de educação que desejam configurar novos ambientes inovadores de pesquisa ou investigação em escolas e outras organizações. Programa presencial ofertado pelo LABE=R em São Paulo.
Programa de Aprendizagem Política a distância, ofertado pelo LABE=R (Laboratório da Escola-de-Redes), com 80 horas (estimadas) de duração, realizado totalmente pelo Facebook, de junho a setembro de 2014.
“Punished for Protesting:Rights Violations in Venezuela’s Streets, Detention Centers, and Justice System” (Punidos por Protestar: Violações de Direitos nas Ruas, Centros de Detenção e Sistema de Justiça na Venezuela) da organização Human Rights Watch, publicado em 5 de maio de 2014
1. Em pílulas
Edição em 92 tópicos da versão preliminar integral do livro de Augusto de
Franco (2011), FLUZZ: Vida humana e convivência social nos novos mundos
altamente conectados do terceiro milênio
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(Corresponde ao terceiro tópico do Capítulo 4,
intitulado Anisotropias no espaço-tempo dos fluxos)
Destruidores de mundos
Persistimos erigindo organizações que não são interfaces adequadas para
conversar com a rede-mãe
Darayavahush é um destruidor de mundos. Joseph Campbell diria que ele
representa “uma força monstruosa, a força do Império, que se baseia na
intenção de conquistar e comandar” (13). Como aquele Darth Vader do
primeiro episódio da série que veio à luz – Uma Nova Esperança (1977) –,
na decifração de Joseph Campbell (1988), ele não é uma pessoa. É um
programa malicioso que se instalou na rede. Um programa verticalizador.
2. Não, não estamos tratando propriamente da figura histórica de Dario, o
homem que governou a Pérsia. Todos os hierarcas – inclusive o próprio
Dario – replicam o mesmo padrão Darth Vader porque estão emaranhados
em configurações deformadas da rede-mãe, com deformações semelhantes.
Qualquer um, inserido em sistemas com tais configurações, manifestará –
em alguma medida – características de Darayavahush. E será em alguma
medida destruidor de mundos. Na verdade, aniquilará interfaces
(interworlds) estreitando o fluxo das interações, impedindo que pessoas se
conectem livremente com pessoas. É por isso que organizações hierárquicas
têm tanta dificuldade de gerar pessoas.
Sim, gerar pessoa é um processo contínuo que não se dá no nascimento e
nem apenas logo após o nascimento, mas prossegue por toda a vida (a
com-vida, quer dizer, aquela ‘vida social’ que se realiza quando vivemos a
convivência). É algo assim como o que certas tradições espirituais
chamaram de formação da alma humana: um veículo para “atravessar a
morte” (em vez de tentar evitá-la, querendo ser imortal: o motivo da
criação dos deuses à imagem e semelhança dos hierarcas) aceitando o fluxo
transformador da vida.
Para continuar com o paralelo, se a alma humana é formada com a energia
da compaixão, obtida nos atos gratuitos de valorizar a vida, compartilhar o
alimento, aliviar os sofrimentos e promover a liberdade, Darth Vader não
tem alma porque, ao invés de formá-la, criou um veículo-substituto para
escapar de fluzz: sua nave-simulacro é feita com a energia da violência,
obtida nos atos instrumentais de tirar a vida, se apoderar dos recursos
vitais, infligir sofrimentos e, sobretudo, eliminar caminhos (pela imposição
da ordem).
Nas organizações hierárquicas, um processo intermitente de
despersonalização é posto em marcha quando obstruímos fluxos,
separamos clusters e excluímos nodos. O resultado de tal processo poderia
ser interpretado, lançando-se mão de nossa metáfora, como uma perda de
contato com a rede-mãe. É por isso que nossas organizações de todos os
setores têm tanta dificuldade de contar com (a adesão voluntária das)
pessoas. A reclamação geral é sempre a de que “as pessoas não
participam”. Imaginam alguns que o motivo dessa dificuldade seria a visão,
a missão, a causa da organização ou do movimento, avaliadas então como
incapazes de empolgar mais gente, porém a verdadeira razão está na
deformação da rede. As pessoas sentem – mesmo quando não conseguem
explicitar racionalmente seus motivos – que não lhes cabe entrar em um
espaço já configurado de uma determinada maneira. Não querem
‘participar’ (tornar-se partes ou partícipes de alguma coisa) nos termos
2
3. estabelecidos por outrem, senão ‘interagir’ nos seus próprios termos.
Mesmo assim, persistimos erigindo organizações que não são interfaces
adequadas para conversar com a rede-mãe. Porque continuamos criando
obstáculos à livre conversação entre pessoas.
Pessoas conversam com pessoas. Redes conversam com redes.
Organizações hierárquicas não podem conversar com redes.
Organizações hierárquicas (ou com alto grau de centralização) têm imensas
dificuldades de provocar mudanças sociais no ambiente onde estão imersas.
A rede social que existe independentemente de nossos esforços conectivos
– ou que existiria se tais esforços não fossem verticalizadores; quer dizer, o
que chamamos aqui de rede-mãe – não recebe bem a influência dessas
organizações e continua funcionando mais ou menos como se nada tivesse
acontecido.
É o que ocorre quando ouvimos relatos de organizações sociais
profundamente dedicadas ao trabalho comunitário. Seus dirigentes
reportam que estão lutando há anos, com grande afinco, em uma
determinada localidade, mas a impressão que têm é a de que seus esforços
não adiantam muito. O povo não reconhece o seu papel, as relações não
mudam, parece que tudo continua como d’antes...
Se formos analisar as circunstâncias da atuação dessas organizações de
base, veremos que elas terão um alto grau de centralização (ou um grau de
enredamento insuficiente). É um problema de comunicação. A rede social
que existe de fato naquela localidade não está reconhecendo as mensagens
emitidas pela organização. É muito provável que essa organização esteja
estruturada e funcione como uma pequena fortaleza, um castelinho, uma
igrejinha... É muito provável que ela faça parte da ‘nova burocracia das
ONGs’, ou seja, que tenha dono, chefe, diretoria – às vezes até familiar –
com baixíssimo grau de rotatividade (menor ainda do que o dos partidos e
organizações corporativas). É muito provável que seus chefes queiram se
eternizar no poder (no caso, um micro-poder, é verdade, mas todo poder
hierárquico, vertical, seja grande ou pequeno, se comporta mais ou menos
da mesma maneira, sempre a partir do poder de excluir o outro...) porque
precisem (ou imaginem que precisem) auferir o crédito ou obter o
reconhecimento social pela sua atuação.
Se essa organização que não consegue boa comunicação com a rede-mãe
for uma corporação ou partido, será bem pior. Ela estará estruturada a
partir de um impulso privatizante, seja com base no interesse econômico,
seja com base no interesse político de um grupo particular que quer
3
4. manobrar o coletivo maior em prol de sua própria satisfação. A rede social
não-deformada é sempre pública. Mas as interfaces hierárquicas que
construímos para conversar com ela ou para tentar manipulá-la são sempre
privadas, mesmo quando urdimos teorias estranhas para legitimar a
privatização, como aquela velha crença de que existem interesses privados
que, por obra de alguma lei sócio-histórica, teriam o condão de se
universalizar, quer dizer, de universalizar o seu particularismo quando
satisfeitos.
Só há uma maneira de conseguir uma boa comunicação com “a matriz”.
Copiando-a o mais fielmente que conseguirmos; ou seja, construindo
interfaces – redes voluntárias – com o maior grau de distribuição que for
possível. Quanto mais distribuídas forem as redes que construirmos para
copiar a rede-mãe melhor será a comunicação com ela.
Nos novos mundos altamente conectados que estão emergindo ficará cada
vez mais difícil recrutar, arrebanhar, enquadrar ou aprisionar pessoas em
organizações erigidas com base na seleção de caminhos válidos (ou na
normatização de caminhos inválidos). Desde que tenham essa possibilidade,
as pessoas perfurarão os muros, abrirão continuamente seus próprios
caminhos mutantes e – na sua jornada para Ítaca – peregrinarão para
aprender naquelas “muitas cidades do Egito...”
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5. Nota
(13) CAMPBELL, Joseph (1988). O poder do mito (entrevistas concedidas a Bill
Moyers: 1985-1986). São Paulo: Palas Athena, 1990.
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