O documento discute as características do conhecimento vulgar e científico, comparando e contrastando suas origens, atitudes, valores e linguagens. Também apresenta dois modelos metodológicos para a construção do conhecimento científico - indutivo e hipotético-dedutivo - e discute a abordagem falsificacionista de Karl Popper.
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Conhecimento vulgar e conhecimento cientifico
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Resumo paraoTeste de Filosofia
1. Conhecimento Vulgar eConhecimento Científico
O que é a Epistemologia?
Teoria ou área filosófica que sevolta para o problema do conhecimento científico.
1.1 Características do Conhecimento Vulgar
Espontâneo e exato;
Empírico (depende da experiência do dia a dia e das informações sensoriais);
Permite-nos resolver os problemas do nosso quotidiano, é imediato;
Não nos dá uma explicação, pois não ultrapassa aquilo que é visível;
Dá-nos por vezes, informações erradas, pois não vaiatéao fundo da questão;
Ametódico – não segue determinadas regras/métodos;
Assistemático – não é organizado;
Acrítico – muitas vezes éentendido como dogmático (como verdadeincontestável);
Subjetivo – não é rigoroso nem preciso e depende de cada pessoa e da sua opinião.
1.1.1 O Conhecimento do Senso Comum podeformar-sedevárias maneiras
– Por experiência pessoal;
– Por meio de testemunho dos outros;
– Popularizaçãodos conhecimentos científicos.
1.2 Características do Conhecimento Científico
Sistematizado emetódico (organizado erespeita determinados métodos/regras);
Utiliza a experiência, mas também raciocínios, provas e demonstrações quepermitem
atingir conclusões gerais/universais;
Pretendeformular leis e teorias explicativas;
Explicação precisa e rigorosa;
Fenómenos suscetíveis deverificação;
Decorrentede generalizações quese baseiam na experiência e na prática;
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Ciência
Senso Comum
1.3 Diferenças entreSenso Comum e Ciência
Origem Empírico – derivada da experiência
sensorial
Racional – deriva do uso da
razão
Atitude Dogmático – aceita o que vê e lhe dizem
de forma passiva
Crítico – quem
questiona o que é óbvio
Motivação Utilidade
Verdade – responder à
utilidade de uma forma
ativa
Valor
Relativo – não vale o mesmo para
todos do ponto de vista do sujeito, não
passa pela cabeça lhe seja
Objetivo e universal – é
igual para todos os
conhecedores científicos
Linguagem Superficial Rigorosa
1.4 Método Experimental
Observação: o cientista começa por observar os factos (não é imparcial).
Hipótese: formula teorias (verdade).
Experimentação: consiste na verificação experimental (confirmação da hipótese). A
verificação experimental é a realização de diversas experiências para verificar se uma
hipótese é verdadeira, que depois de ser confirmada um grande nº de vezes passa a ser
uma lei científica.
1.4.1 Críticas feitas à Observação
1ª Crítica – a observação dos factos não é o ponto de partida da Ciência – esclarece
que como já temos alguns conhecimentos prévios que interferem no que iremos observar
e/ou expetativas do que provavelmente vamos encontrar, então estas vão afetar o que
vemos de facto.
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2ª Crítica – as observações não são imparciais – explica que como existem
conhecimentos e expetativas anteriores à observação, elas vão interferir no que
realmente vemos, logo as observações não são imparciais.
1.5 Relação entre Senso Comum e Ciência
1.5.1 Tesede KarlPopper
Defendea continuidade entre senso comum eciência;
Apesar das diferenças entreeles, têmum grau deparentesco;
A ciência é o prolongamento do senso comum;
É um acrescimento e um aperfeiçoamento;
As suas diferenças são apenas degrau (a ciência é mais desenvolvida);
Defende queo senso comum é o ponto de partida para todo o conhecimento do real;
Senso comum tem um caráter inseguro;
O grande instrumento para progredir (avançar de senso comum para conhecimento
científico) é a crítica.
2. Validadee Verificabilidadedas Hipóteses
2.1 Hipótese
✓ Suposta explicação para o facto cuja aceitação depende do resultado da experiência;
✓ Teoria que mostra uma possívelrelação entre os factos observados ea causa da sua
ocorrência;
✓ Orienta o cientista nas suas experiências;
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✓ Uma boa hipótese tem de ser racional, verificável e suficiente (resposta razoável,
reúna condições para ser testada e expliquem a totalidade dos factos);
✓ Caráter provisório: se for verificada a sua falsidade continua a ser útil para o
cientista, pois delimita-lhe o campo das hipóteses;
✓ A comprovação dessas hipóteses é que as vai transformar em conclusões, até que
surjam factos que as ponham em causa. Se a hipótese resistir a essa comprovação, passa
a ser aceite como lei/teoria;
✓ O objetivo das experiências consiste na verificação das hipóteses a fim de que
possam ser proclamadas como leis/teorias verdadeiras a vigorar como explicações de
fenómenos.
3. Dois grandes Modelos Metodológicos – Como se constróia Ciência.
Indutivo (particular–geral): Verificacionismo(a hipótesepassa a teoria verdadeira).
Hipotético – Dedutivo: Falsificacionismo (a hipótese passa a teoria corroborada).
3.1 Indutivo
Observação: constatação da existência deumdeterminado fenómeno.
Hipótese: explicação provisória resultanteda organização dos dadosobservados.
Experimentação: experiência metódica e organizada no sentido de confirmar a
hipótese.
Lei/Teoria: regra geral e universalem virtude da experimentação de se ter confirmado
a hipótese.
3.1.1 Críticas à Indução
1ª Crítica: O método experimental não consegue garantir que a hipótese formulada é
verdadeira pois não conseguimos verificar todos os casos reais e concretos a que a teoria
se refere. Podemos apenas confirmar alguns casos (é uma verificação parcial) e quando
isto acontece acreditamos que encontrámos boas razões para confiar que a teoria é
verdadeira.
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2ª Crítica: A indução só se justifica se nos apoiarmos noutro raciocínio indutivo, isto é,
se queremos justificar a indução recorremos a uma falácia: a petição de princípio.
3.2 Hipotético – Dedutivo (Popper)
3.2.1 Método das Conjeturas eRefutações ou Falsificacionismo
● As teorias científicas são conjeturas (não são explicações definitivas, mas tentativas
de explicação, isto é, é uma teoria falsificável, que se pode mostrar que é falsa) – têm
mais possibilidadede se manterem quanto maior for o nº de casos de falsificabilidade;
● Não é possívelconfirmar a veracidadedeuma teoria, só é possívelfalsificá-la;
● Não se podem verificar as hipóteses: estas podem apenas ser corroboradas ou
falsificadas;
● Uma teoria corroborada éaceite provisoriamentepela comunidadecientífica (não é
definitivamente confirmada, apesar de resistir face às tentativas de invalidação);
● Procura refutar as teorias (eliminar o erro como via de clarificação de novos
conhecimentos).
3.2.2 Falsificacionismo
Possibilidadede mostrar queuma hipótese ou teoria é falsa.
A verdade do que é particular não implica a verdadedo que é universal. Logo, nunca
se pode comprovar que as hipóteses são verdadeiras.
As experiências devem ser feitas como objetivo de invalidar as hipóteses, e não de as
tornar verdadeiras.
Em laboratório só sepode obter a certeza de hipóteses falsas.
As conjeturas mantêm-se em vigor (quando não são destruídas pela ocorrência de
casos particulares que as contradigam).
3.3 Método das Conjeturas eRefutações
1 – Formulação do problema.
2 – A criação de uma situação ousada: a conjetura.
2.1 – Deduzir as consequências empíricas.
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2.2 – Indicar as condições emquea teoria pode ser falsificável.
3 – Submeter a teoria aos testes de falsificabilidade.
4 – Ou a teoria é corroborada ou éabandonada (quando é identificado o erro).
3.4 Críticas ao Método de Popper
1ª Crítica: O método das conjeturas e refutações não traduz aquilo que efetivamente se
passa na ciência. Ou seja, na prática o trabalho do cientista não consiste em falsificar as
teorias ou procurar erros mas emconfirmar as teorias aceites pela comunidade científica.
2ª Crítica: As teses de Popper tornam a nossa crença na ciência (crença irracional).
3.5 O Grau de Falsificabilidadedas Conjeturas
O que distingue uma teoria mais falsificável da outra é o seu conteúdo empírico. Isto
significa que uma proposição dá-nos mais informação sobre a realidade, corre mais riscos
de ser desmentida, de ser falsificada.
3.6 Critério da Demarcação
Permite-nos distinguir uma hipótese científica de não científica. Para ser considerada
científica tem de ser clara.
3.7 O que é uma Teoria genuinamente Científica para Popper?
É uma teoria que pode ser submetida a testes empíricos e que pode ser refutada ou
falsificada (negada) se estes testes lhe forem desfavoráveis. O que caracteriza as
hipóteses científicas é a sua refutabilidade ou “falsificabilidade”: nenhuma hipótese é
irrefutável, mais tarde ou mais cedo pode ser declarada falsa.
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