O documento discute o feminicídio no Brasil, definindo-o como o assassinato de mulheres em contextos de desigualdade de gênero. Apresenta exemplos de casos de feminicídio e músicas e um filme que retratam a violência contra a mulher no país.
2. O que é o Feminicídio?
O assassinato de mulheres em contextos marcados pela desigualdade de
gênero recebeu uma designação própria: feminicídio. No Brasil, é
também um crime hediondo. Nomear e definir o problema é um passo
importante, mas para coibir os assassinatos femininos é fundamental
conhecer suas características e, assim, implementar ações efetivas de
prevenção.
3. O feminicídio é a expressão fatal das diversas violências que podem
atingir as mulheres em sociedades marcadas pela desigualdade de
poder entre os gêneros masculino e feminino e por construções
históricas, culturais, econômicas, políticas e sociais discriminatórias.
"A subjugação máxima da mulher por meio de seu extermínio tem raízes
históricas na desigualdade de gênero e sempre foi invisibilizada e, por
consequência, tolerada pela sociedade. A mulher sempre foi tratada como
uma coisa que o homem podia usar, gozar e dispor.”
4. Feminicídio: morta pelo marido no AP era ameaçada de morte por ele e foi
atacada na frente dos filhos.
A Polícia Civil do Amapá descreveu que Darlene dos SantosAraújo, morta aos 38
anos pelo marido no sábado dia 27, já tinha histórico de ser vítima de violência
doméstica. Ela chegou a ser ameaçada de morte por ele, sendo que o agressor
já havia sido preso três vezes em flagrante por crimes contra Darlene. A vítima
foi atacada com 4 facadas na frente dos filhos.
Era também um casal que terminava e reatava o relacionamento, segundo a
família de Darlene. O crime aconteceu por volta das 21h de sábado, na sala da
casa da vítima, em Laranjaldo Jari no Sul do estado. Segundo a polícia, o ataque
ocorreu durante uma crise de ciúmes do marido, que estava com uma faca na
cintura. Ele passou a questioná-la sobre traições e, descontrolado, deu as
facadas.
5. “100% Feminista” (funk, 2016) – MC Carol e Karol Conká
Ícones da nova geração de mulheres empoderadas,
representando, cada uma a seu estilo, o reconhecimento em
gêneros historicamente fechados a elas no papel de compositoras
como o rap e o funk, MC Carol e Karol Conká, negras, faveladas e
muito talentosas, uniram forças na música “100% Feminista”,
lançado em 2016, cujo título dispensa explicações. A letra traz um
pungente relato sobre as violências cotidianas às quais as
mulheres são submetidas, em um país que naturaliza crimes
como o estupro sob a alegação calhorda de que a vítima provocou
a reação masculina: “Presenciei tudo isso dentro da minha
família/ Mulher com olho roxo, espancada todo dia”. A música
ganhou um vídeo.
6. S.O.S. Mulher” (pop, 1981) – Vanusa
Em 1999, Vanusa lançou a autobiografia “Ninguém É Mulher
Impunemente”, onde revelava agressões sofridas pelo pai e
alguns de seus maridos. Casada seis vezes, a cantora paulista
sempre levantou a bandeira da independência da mulher e do
feminismo em suas canções. Uma das mais emblemáticas nesse
quesito é, certamente, “S.O.S. Mulher”. A letra traça um retrato
da violência diária a que as mulheres são submetidas no Brasil,
muitas vezes presas em relacionamentos abusivos com a
condescendência da sociedade, para, em seguida, conclamar as
mulheres à luta: “Acorda pra vida e pede socorro/ Nada vale esse
jogo/ No sufoco, vale tudo/ Ah, bota a boca no mundo!”.
7. Filme que retrata o Feminicídio:
Vidas Partidas (2016)
O brasileiro Vidas Partidas conta a história de
Graça (Laura Schneider) e Raul (Domingos
Montagner), um casal que se apaixona
perdidamente e se envolve em uma relação
ardente. Eles se casam e têm duas filhas, até
que Raul, aos poucos, torna-se agressivo e
possessivo com a esposa. O longa aborda com
franqueza incômoda e profundidade
surpreendente o drama da violência doméstica,
que aflige o cotidiano do país e da sociedade
moderna.