O documento discute projetos de iniciação à docência que aproximam teoria e prática pedagógica entre uma escola pública e uma universidade. Os bolsistas participam de projetos que abordam temas químicos e sociais com os alunos. Isso permite uma formação inicial vinculada à realidade escolar e o desenvolvimento de habilidades de pesquisa.

1. Mª de Fátima T. Gomes - Instituto de Química, UERJ
E-mail: fatgomes@uerj.br
INTRODUÇÃO RESULTADOS E DISCUSSÃO
Apesar de um grande número de publicações No decorrer do ano letivo, os bolsistas têm
enfatizarem a necessidade da articulação entre teoria e oportunidades concretas de trabalhar conteúdos de
prática nos processos de formação docente, disciplinas Química de uma forma transdisciplinar ao elaborar e
específicas e pedagógicas nos Cursos de Licenciatura, de orientar projetos estudantis para serem exibidos na
uma maneira geral, seguem tendo tratamentos isolados. Feira do Conhecimento.
Neste contexto, a Iniciação à Docência em uma
Como resultados destaca-se:
escola é uma oportunidade ímpar de se discutir a
dicotomia teoria e prática e, a partir do trabalho possibilidade de uma formação inicial vinculada à
pedagógico, in loco, articular uma a outra. realidade profissional;
aquisição de vivências do cotidiano escolar, do
OBJETIVOS planejamento e da execução de atividades teóricas e
As propostas desenvolvidas nos projetos visam experimentais;
aproximar teoria e prática pedagógica e promover a
desenvolvimento de hábitos de pesquisa/estudo de
integração entre a escola pública de Ensino Médio e o
Curso de L i c e n c i a t u r a e m Q u í m i c a da UERJ. temas químicos socialmente relevantes.
Busca-se, com isso, travar diálogos mais próximos, mais T EMAS AMBIENTAIS E SOCIAIS TRABALHADOS EM 2011
críticos, mais problematizadores; diálogos que se darão
entre os docentes de tais instituições e os da UERJ e  Água: coleta e tratamento
entre nossos alunos mestres, muitas vezes oriundos  Poluição do ar
dessas escolas e futuros professores delas.  Coleta seletiva: o que é o nosso lixo?
A interação entre a Escola Pública e a Universidade  Drogas: moléculas que alteram as emoções
enriquece ambas na medida em que promove a troca
de saberes e ações entre uma entidade que difunde o  A Química das bebidas e o uso do bafômetro
conhecimento no Ensino Básico e a outra que produz  A Química que revolucionou a medicina
este conhecimento e habilita profissionais para executar  Revolução sexual: anticoncepcionais
esta difusão.
 Hábitos alimentares
 Estrutura química dos alimentos
METODOLOGIA
 Rotulagem de alimentos
Emprega a observação participante 1,2,3 como forma
de vivenciar os diferentes ambientes pedagógicos, de  Corantes em alimentos
interagir com os sujeitos da educação, visando ensinar e
aprender com eles, e como principal instrumento de CONCLUSÕES
obtenção de dados.
Projetos de Iniciação à Docência têm o potencial de
A aplicação de questionários individuais é empregada congregar docentes dos Ensinos Básico e Superior.
para levantamento de conhecimentos prévios e de Dessa forma, criam-se oportunidades para que surjam
hábitos e/ou de atitudes frente a um tema de cunho interesses comuns entre os dois grupos de
ambiental e/ou social. profissionais: levando os primeiros a buscar formas de
Os projetos de Iniciação à Docência são desenvolvidos se atualizar e aperfeiçoar no exercício profissional, ao
em uma escola da Rede Pública Estadual do Município do mesmo tempo em que proporciona aos especialistas em
Rio de Janeiro e seu campo de atuação restringe-se ao suas áreas de ensino e pesquisa, um campo de
da disciplina Química, nas três séries do Ensino Médio, aplicação de seus saberes, às vezes por demais
do turno diurno. acadêmicos, transmitidos aos licenciandos, não
No Projeto atuam quatro bolsistas de Iniciação à raramente, sem um viés prático e distante da realidade
Docência financiados pela UERJ e seis bolsistas PIBID. escolar.
O continuum da participação do bolsista : de REFERÊNCIAS
espectador à participante ativo. 1. ALVES-MAZZOTI, A. J. & GEWANDSNAJDER, F. O
Método nas Ciências Naturais e Sociais – Pesquisa
quantitativa e Qualitativa. São Paulo: Pioneira, 1998.
Observador das ações Participante ativo: observa,
que se desenvolvem elabora e executa 2. HAGUETTE, T. M. F. Metodologias qualitativas na
na escola planos de ação sociologia. Petrópolis: Vozes, 1987.
3. LÜDKE, M. & ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em
Educação: Abordagens Qualitativas, São Paulo:
Editora Pedagógica e Universitária, 1986.
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Coparticipante Os autores agradecem à Capes, pelo apoio dado no
âmbito do Prodocência e do PIBID.