O documento descreve a estratégia da Embrapa Florestas para o Instituto de Longa Permanência Florestal (ILPF) em 2008. Apresenta os principais problemas globais, nacionais e locais relacionados à sustentabilidade, como desmatamento, degradação ambiental e insustentabilidade dos modelos de produção atuais. Defende que a política agrária brasileira deve se basear em conservação, recuperação de áreas degradadas e agroecossistemas sustentáveis, buscando o equilíbrio ecológico e a
3. 15
Principais problemas da Humanidade neste século
Extinção de Crueldade Fundamentalismo
sentimentos
Egoismo Corrupção Consumismo
Competição Falta de ética Egoismo
Demolição da tradição Superpopulação Terrorismo e guerras
Banalização da vida Abandono de valores Intolerância
Política sem princípios Prazer sem consciência Conhecimento sem caráter
Riqueza sem trabalho Comércio sem moral Ciência sem sacrificio
Fonte – MIRSHAWKA, VICTOR – Qualidade com humor
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
6. Há estimativas de que desde 2.000 perde-se em torno de 6 milhões de hectares por ano.
http://www.curtoegrosso.com/2008/07/charges-de-mudanas-climticas.html
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
8. "O terrorismo não é a única ameaça. Caso uma parte da Groenlândia se derreta,
os efeitos sobre Manhattan seriam muito piores do que o atentado de 11 de
setembro de 2001",
"Estamos queimando combustíveis fósseis a um ritmo que fará com que, em
menos de 45 anos, os níveis de CO2 dobrem, ... o que ... seria uma catástrofe".
“... ciclones, furacões ou tornados... aumentaram a potência em 50%",
“As companhias de seguros perderam juntas US$ 1 bilhão pelos desastres
naturais...”
"Plantar árvores não é a única solução, mas é parte da saída para a
crise climática“
Al Gore -Fonte: JB Online
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
10. A qualidade dos ecossistemas mundiais de água doce caiu 45%, em
apenas 26 anos (1970 à 1995). (WWF - relatório Planeta Vivo),
Temos cerca de 20% das reservas mundiais de água doce
Inúmeros países do mundo já sofrem escassez de abastecimento.
Alguns países árabes necessitam importar água potável a preços
superiores ao petróleo que exportam.
A crise mundial de abastecimento hídrico está cada vez mais clara.
Brasil - Lei federal nº 9.433, de 8/01/97(Lei das Águas)
Brasil – Lei da consciência popular?
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
13. ÁREA FOCAL: Situação e tendências dos componentes da diversidade biológica
Tendências na extensão dos biomas, ecossistemas e *** (1)
habitats selecionados
Tendências na abundância e distribuição das espécies ***
selecionadas
Mudança na situação das espécies selecionadas ***
Tendências na diversidade genética do animais *
domésticos, das plantas cultivadas e das espécies de
peixes de grande importância econômica
Cobertura das áreas protegidas ***
***. Bom indicador ** médio indicador * indicador necessita de maior elaboração
Flecha mais grossa indica tendência segura e as mais finas tendência de menor segurança
(1) Para as florestas, não existem dados disponíveis a nível mundial para todos os biomas, ecossistemas e hábitats
Fonte: UNEP/CBD/COP/8/12 - 15 de febrero de 2006 Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
14. ÁREA FOCAL: Integridade de ecossistema e bens e serviços de ecossistema
Indice trófico marinho ***
Conectividade – fragmentação de ecossistemas **
Qualidade da água de ecossistemas aquáticos ***
Fonte: UNEP/CBD/COP/8/12 - 15 de febrero de 2006
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
15. ÁREA FOCAL: Ameaças à diversidade biológica
Deposição de nitrogênio ***
Tendências nas espécies exóticas invasoras *
ÁREA FOCAL: Utilização sustentável
Área de floresta, ecossistemas agrícolas e aquícolas sob *
gestão sustentável
Marca ecológica e conceitos relacionados ***
ÁREA FOCAL: Situação dos conhecimento, inovações e práticas tradicionais
Situação e tendências da diversidade linguística e *
número de pessoas que falam línguas indígenas
Fonte: UNEP/CBD/COP/8/12 - 15 de febrero de 2006
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
16. QUEM PERDE MAIS? POBRES OU RICOS?
O URBANO OU O RURAL?
Serviços de ecossistemas sadios e biodiversos fundamentam o bem estar
humano
Dos 24 serviços prestados pelos ecosssistemas acompanhados na Avaliação de
Ecossistemas do Milênio 15 estão decrescendo.
(Provisão de água potável - auto-descontaminação da atmosfera –
polinização -capacidade dos agroecossistemas em regular pragas)
As consequências da perda de diversidade biológica frequentemente são mais
duras para a vida rural – imediata dependência dos serviços ecossistêmicos
locais.
A Avaliação dos Ecossistemas do Milênio tem confirmado que a perda de
biodiversidade obstaculiza de forma mais significativa a vida dos mais pobres
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
17. PROBLEMAS NACIONAIS
Agronegócio com base insustentável
Destruição de biomas
Amazônia - Amazônia
Cerrado - Cerrado
Caatinga - Caatinga
Mata atlântica – Mata Atlântica
Avanço da monocultura
Descumprimento da legislação ambiental Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
18. Representa cerca de 30% do PIB nacional, gera 37% dos empregos,
responde por 40% das exportações e sustenta o saldo comercial.
Ampliou, nos últimos 15 anos, a área de produção de grãos em 25% e
aumentou a produção em 107%. Em 12 anos, cresceu a produção de
carne bovina em 71%, a suína em 113% e a de frango em 170%.
De 1989 a 2004, teve um saldo comercial maior que o dos outros
setores e sua balança comercial aumentou de US$ 15 bilhões, em
1995, para US$ 34 bilhões, em 2004. Pertence a um país
megabiodiverso e com cerca de 20% da água doce do mundo.
Estamos falando do agronegócio norte-americano, chinês, indiano ou
de algum país europeu?
Fonte: MEDRADO, M.J.S. Revista Opiniões
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
19. A área desmatada de seus três maiores biomas soma 2,7 milhões
de km², ou 31,7% do território nacional. Um sofreu, nos últimos 25
anos, uma destruição de 15% ou 551 mil km², outro perdeu 93% da
cobertura florestal original e o terceiro, de acordo com estimativas
de instituições importantes, deverá desaparecer até 2030. Estamos
falando da Indonésia, de Nova Guiné, do Quênia, de Madagascar,
do Congo ou de países europeus?
Fonte: MEDRADO, M.J.S. Revista Opiniões
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
21. PROBLEMAS REGIONAIS/LOCAIS
Insustentabilidade de modelos de produção atuais
Falta de conhecimento sobre novos modelos
Falência de propriedades rurais familiares
Aumento dos trabalhadores sem terra
Poucas alternativas para adequação ambiental
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
22. QUAL A FORMA DE REAGIR A TANTOS PROBLEMAS ?
Estabelecer uma política agrária baseada em:
Conservação e preservação dos Recursos Naturais;
Recuperação de áreas degradadas; Aplicação de Manejo
Florestal de Uso Múltiplo com Sustentabilidade; Utilização
de agroecossistemas sustentáveis.
Buscando o equilibrio ecológico, principalmente o hídrico,
ao tempo em que propicie a equidade e a segurança
alimentar.
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
24. PARA QUÊ ILPF?
Para contribuir na solução de problemas globais,
nacionais e locais visando a sustentabilidade da
exploração agropecuária e florestal
Integração
Lavoura-
Pecuária -
Floresta
Conservação Desenvolvimento
Adaptado de Vilela, 2005
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
25. VISÃO
A visão consensual da integração lavoura-pecuária-
floresta é de ser uma estratégia gerencial que integra
sistemas de produção agrícola, pecuário e florestal,
em dimensão espacial e/ou temporal, buscando efeitos
sinérgicos entre os componentes do agroecossistema
para a sustentabilidade da unidade de produção,
contemplando sua adequação ambiental e a
valorização do capital natural.
Consenso tirado em grupo de trabalho entre pesquisadores da Embrapa em Reunião em Sete Lagoas, MG
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
26. A ILPF contempla sistemas produtivos diversificados de grãos,
fibra, carne, leite, lã e produtos florestais dentre outros, realizados
na mesma área, em plantio consorciado, em sucessão ou
rotacionado.
Tem por objetivo maximizar a utilização dos ciclos biológicos das
plantas, animais, e seus respectivos resíduos, assim como efeitos
residuais de corretivos e nutrientes.
Visa ainda minimizar e otimizar a utilização de agroquímicos,
aumentar a eficiência no uso de máquinas, equipamentos e mão de
obra, gerar emprego, renda, melhorar as condições sociais no meio
rural, além de reduzir os impactos ao meio ambiente.
Fonte: Grupo de Trabalho sobrfe conceituação de ILPF - Sete Lagoas, MG
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
27. A concepção sistêmica dessa estratégia gerencial incorpora outros
atributos desejáveis ao agroecossistema no que diz respeito a sua
adequação ambiental, como a manutenção das Áreas de
Preservação Permanente (APPs) e de Reserva Legal (RL),
reconhecendo os benefícios dos serviços ambientais por elas
prestados aos sistemas de produção.
Incorpora, ainda, outras posturas gerenciais, como o correto
gerenciamento dos resíduos gerados pela unidade de produção
(embalagens de agroquímicos (lei dos agrotóxicos), águas
residuárias, esgotos, entre outros) consideradas nas Boas
Práticas Agropecuárias (BPA).
Fonte: Grupo de Trabalho sobrfe conceituação de ILPF - Sete Lagoas, MG
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
28. POR QUÊ ESTRATÉGIA ILPF NA EMBRAPA?
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
29. • Pressão sobre empresários/produtores - conservação da
biodiversidade em áreas de uso agropecuário;
• Áreas agropecuárias podem adotar práticas favorecedoras
e alcançar considerável nível de biodiversidade
• Necessidade de consolidar a pecuária brasileira,
ambientalmente adequada, no cenário mundial.
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
30. • Oportunidade: Os rebanhos brasileiros são conduzidos/manejado à
pasto - diferencial
• Grandes áreas com pastagens que poderão produzir, também, madeira
e contribuir para os objetivos do Plano Nacional de Florestas –PNF/MMA.
• Agregar renda às áreas de pastagens existentes, beneficiando grande
contingente da agricultores familiares produtores de leite e que ,
estrategicamente, necessitam complementar renda oriunda da pecuária
de leite e contribuir para os objetivos da Secretaria de Agricultura Familiar
–SAF/MDA
• As cadeias do complexo carne, couro e pele e dos produtos florestais
constituem-se na segunda e terceira força do agronegócio brasileiro,
respectivamente
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
31. Sua importância passa a ser ainda maior quando
implementado em regiões pastoris com grande fragmentação
e insulamento de remanescentes florestais naturais e/ou com
pastagens degradadas (Porfírio-da-Silva, 2006).
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
33. GERAL
Promover mecanismo para o desenvolvimento ecorregional e conservação
da biodiversidade.
ESPECÍFICOS
Ampliar a base florestal plantada em apoio ao desenvolvimento das
indústrias de base florestal.
Valorizar aspectos ambientais, sociais e econômicos dos serviços e
benefícios proporcionados por práticas favorecedoras da biodiversidade.
Estimular a proteção da biodiversidade e dos ecossistemas.
Mitigar impactos negativos da pecuária convencional.
Incentivar a conversão de pastos convencionais para sistema silvipastoril
Advogar a complementariedade de conservação da biodiversidade em
áreas de agropecuária manejadas por práticas favorecedoras da
biodiversidade.
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
34. QUAL O CAMINHO DA ESTRATÉGIA ILPF NA
EMBRAPA FLORESTAS?
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
39. Estabelecimento de um programa específico
Avaliação dos recursos naturais: água, floresta (APP – RL)
Avaliação da estrutura produtiva: sistemas de uso da terra
Definição de ações estratégicas para:
recuperação – conservação – uso dos RN
readequação de SUTs
transição dos agroecossistemas atuais, para:
Sistemas sustentáveis
Plantio direto
ILP
SAFs
Silviagrícolas
Silvipastoris
Agrossilvipastoris
Multiestratas
Incorporação do conceito de Boas Práticas
Definição de indicadores de desenvolvimento sustentável
Avaliação socio-economica-ambiental -AMBITEC
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
41. QUAL A ABORDAGEM DO PROGRAMA DE ILPF?
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
42. • Produção sustentável
• Ênfase em SAFs
• Planejamento integrado de Unidades Produtivas
• Alianças mercadológicas
•Qualidade; quantidade; constância contratos (certificaçao)
• Prestação de serviços ambientais
• Cooperativas de crédito de carbono
• Melhoria da qualidade da água/abatimento de erosão
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
45. Adequação Ambiental Capacitação Continuada
Integração de Tecnologias Sustentáveis
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
46. Adequação ambiental
Linha de
“árvores-
sinalizadoras”
delimitam a APP
do SSP
foto : Leonardo
Cel. Pacheco,MG Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
47. Implantação de URTs
PROCEDIMENTOS MÍNIMOS PARA
INSTALAÇÃO DE SILPF EM UMA
UNIDADE DE REFERÊNCIA
TECNOLÓGICA NA ILPF
URT
Matelândia,PR Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
48. Implantação de URTs
TRANSIÇÃO AMENA
O planejamento de uma URT deve prever e permitir uma transitoriedade
amena, ou seja, enquanto o componente arbóreo não puder suportar carga
animal, a área será utilizada para cultivos anuais.
É o caso, por exemplo, da reforma de pasto ou implantação de pastagens com
plantio de árvores em terraços ou em curvas de nível; enquanto as árvores
crescem, o solo é submetido a adubações e cultivos de ciclo anual.
A transitoriedade acontece de um sistema pastoril (pasto e gado) que,
passando inicialmente por um sistema silviagrícola (árvores + lavouras) chega
ao silvipastoril (árvores + pasto + gado), com vantagens econômicas capazes
de diminuir, ou até mesmo suplantar, os custos de implantação do novo
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
49. Implantação de URTs
Procedimentos mínimos para a introdução do componente arbóreo em uma
pastagem considerada “pasto bom”.
Tipo de Arranjo: renques em curva de nível com espaçamento variando de 14 a 35 metros entre
renques e de 1,5 a 4,0 metros entre árvores.
Implantação: eliminação da pastagem na faixa de 2,0 metros ao longo da linha de plantio das
mudas arbóreas sulcar ou abrir covas no centro da faixa e plantar as mudas no espaçamento
selecionado
Manejo inicial: proteção das mudas de árvore com cerca temporária, geralmente cerca-elétrica
colocada ao longo da linha de plantio estabelecer piquete de pastoreio entre dois renques
protegidos por cerca-elétrica manter as mudas “no limpo” (capinar a faixa de plantio) até atingirem
altura de 1,50m
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
50. Implantação de URTs
Procedimentos mínimos para a introdução do componente arbóreo em uma
pastagem considerada “pasto em degradação”.
Recuperação da pastagem
Medidas gerais: fazer análise do solo para provável recomendação e aplicação de adubos
controle de plantas “invasoras” efetuado por roçada ou herbicida, sempre antes da aplicação de
corretivos ou de abubos controle de erosão através da construção de terraços em nível
Manejo da área: dividir a pastagem em piquetes usando cerca-elétrica estabelecer os piquetes de
pastoreio sempre entre dois renques de árvores, de modo a protege-las com a cerca-elétrica
Manejo da pastagem: o piqueteamento da área favorece o manejo da pastagem respeitar o
período de ocupação e/ou carga animal, bem como o período de repouso da pastagem não aplicar
adubos quando a pastagem estiver “rapada” ou com tempo seco
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
51. Implantação de URTs
Procedimentos mínimos para a introdução do componente arbóreo em uma
pastagem considerada “pasto em degradação”.
Implantação das árvores
Tipo de Arranjo: renques em curva de nível com espaçamentos variando de 14 a 35 metros entre-renques,
acompanhando o terraceamento da área, e de 1,5 a 4,0 metros entre as árvores na linha de plantio
Plantio: eliminação da pastagem na faixa de 1,5 a 2 metros ao longo da linha de plantio das mudas; sulcar ou
abrir covas no centro da faixa e plantar as mudas de árvores no espaçamento selecionado; aplicar adubação
em doses recomendadas pela análise de solo
Manejo inicial: proteção das mudas de árvores com a cerca-elétrica usada para o piqueteamento da pastagem
manter as mudas “no limpo” (capinar a faixa de plantio) até atingirem altura de 1,50 metro fazer o “desponte”
dos ramos que atingirem a cerca. Isto evita que os animais puxem e quebrem os ramos, danificando a árvore,
além de evitar o “aterramento” pela árvore, o que faz com que a cerca-elétrica não funcione adequadamente
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
52. Implantação de URTs
Procedimentos mínimos para a introdução do componente arbóreo em uma
pastagem considerada “pasto degradado”.
Reimplantação da pastagem
I) Reimplantação da pastagem sobre pasto existente.
Para as áreas que apresentam solos sem sérias limitações de fertilidade, com invasoras de fácil controle, sem
limitações para a mecanização e com possibilidade de cultivo mínimo.
A reimplantação da pastagem pode ser com espécies perenes pelos métodos convencional, cultivo mínimo ou
sucessão pasto anual de inverno - pasto perene.
II) Reimplantação da pastagem pela rotação com lavouras.
Onde há necessidade de adequação das condições de fertilidade do solo e quando há invasoras de difícil
controle. As lavouras cultivadas na área, geralmente, custeiam a implantação da pastagem. As rotações de
lavoura e pasto podem ser variadas. Esquemas comuns incluem: pasto anual de inverno - lavoura - pasto anual
de verão - pastagem perene; ou lavoura - pasto anual de inverno - pastagem perene
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
53. Implantação de URTs
Procedimentos mínimos para a introdução do componente arbóreo em uma
pastagem considerada “pasto degradado”.
Para qualquer das opções serão necessários os seguintes procedimentos:
Medidas gerais: análise do solo; pastoreio pesado para "rapar" o pasto existente; retirda de
animais do pasto para que a rebrota seja vigorosa facilitando a eliminação com herbicida;
construção de terraços em nível; preparo do solo; calagem; adubação.
Manejo da área: dividir a pastagem em piquetes, usando cerca-elétrica; estabelecer os piquetes
de pastoreio sempre entre dois renques de árvores, de modo a proteger as árvores com a cerca-
elétrica
Manejo da pastagem: piqueteamento da área para melhor manejo da pastagem; respeito ao
período de ocupação e/ou carga animal, bem como o período de repouso da pastagem; não aplicar
adubos quando a pastagem estiver "rapada" ou com tempo seco
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
54. Implantação de URTs
Procedimentos mínimos para a introdução do componente arbóreo em uma
pastagem considerada “pasto degradado”.
Implantação das árvores
Tipo de Arranjo: renques em curva de nível com espaçamentos variando de 14 a 35 metros
entre-renques, acompanhando o terraceamento da área, e de 1,5 a 4,0 metros entre as
árvores na linha de plantio
Plantio: eliminação da pastagem na faixa de 1,5 a 2 metros ao longo da linha de plantio das
mudas; sulcamento ou abertura de covas no centro da faixa; plantio de mudas de árvores
no espaçamento selecionado; aplicação de adubos nas doses recomendadas pela análise de
solo
Manejo inicial: proteção das mudas de árvores com a cerca-elétrica usada para o piqueteamento
da pastagem; manter as mudas “no limpo” (capinar a faixa de plantio) até atingirem altura
de 1,50 m; despontar os ramos que atingirem a cerca evitando que os animais danifiquem
as árvores e evitando o “aterramento” pela árvore e o funcionamento inadequado da cerca-
elétrica. Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
55. URT – Saudade do Iguaçu
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
57. Utilização da URT
Matelândia,PR
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
58. EDUCAÇÃO CONTINUADA
AS URTs FUNCIONAM COMO LABORATÓRIOS PARA
TREINAMENTO DE TÉCNICOS E PRODUTORES
E
PARA VALIDAÇÃO DE MATERIAIS E METODOLOGIAS
GERADAS PELA EMBRAPA FLORESTAS (?)
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
60. Tempo Objetivos específicos Contéudos básicos Procedimento didático
14:00 / Abertura do curso 1.Protocolo de abertura Expositivo em sala
14:15
14:15 / Integração dos Apresentação dos participantes Dinâmica de grupo
15:00 participantes/ Percepção
de expectativas
15:00 / Introdução ao Tema •Importância. Legislação sumária. Histórico da silvicultura Expositivo em sala
16:30 de espécies nativas e de RED no Brasil: exemplos
marcantes. Ecologia de plantações de árvores nativas.
Nivelamento: conceitos básicos da Ecologia da
Restauração; princípios norteadores da RED; restrições
16:30 / encontradas na vida real
18:00
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
61. Tempo Objetivos Contéudos básicos Procedimento didático
específicos
08:00 / 12:00 Estabelecer Contato prático, no campo, com noções apresentadas Visita a áreas de APP e de Reserva
marco-zero do no dia anterior Legal com problemas e soluções
grupo. típicas
Colocação de situação-problema
para construção, pelos GTs, de uma
proposta de solução
14:00 / 18:00 Aprofundar x Expositivo/dialogado
conhecimentos
de ecologia e de
silvicultura
aplicados à RED
08:00 / 12:00 continuação
Expositivo/dialogado
14:00 / 18:00 Elaborar proposta Justificativa para a solução adotada; detalhamento do GTs
de intervenção sistema de campo e de sua dinâmica sucessional
física em uma esperada; justificativa dos componentes e atividades
área de do sistema (espécies, arranjo, manutenção, manejo
pastagem silvicultural, CAI). Rendimentos esperados (para
convencional Reserva legal). Indicadores de evolução
08:00 / 11:30 Apresentação/ •Trabalhos elaborados pelos GTs GT em sala de aula
avaliação das Expositivo/dialogado
propostas
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
62. 14:00 / 14:15 Abertura do curso 1. Protocolo de abertura Expositivo em sala
14:15 / 15:00 Integração dos participantes/ Apresentação dos participantes Dinâmica de grupo
Percepção de
expectativas
15:00 / 16:30 Apresentar perspectivas das Dados e informações dessas cadeias produtivas em Expositivo em sala
cadeias produtivas da seus aspectos socioeconômicos.
madeira, da carne/leite e Informações da tendência da “revolução pecuária”
das principais culturas
16:40 / 18:00 Introdução ao Tema Histórico de SAFs Expositivo em sala/Dialogado
Usos e formas de sistemas de arborização
Depoimentos gravados
Experiências / Trabalhos existentes
08:00 / 12:00 Estabelecer Marco-zero ou 1. Conhecimento existente - background – dos Grupos de Trabalho (GT) a campo:
Base-line do grupo participantes - visita a uma área de pastagem convencional
2. Conteúdo apresentado pela manhã - construção pelos GT de uma proposição para a
conversão da situação observada
14:00 / 18:00 Apresentar fundamentos 1. Principais efeitos: Expositivo/dialogado
agroecológicos para Da retirada da cobertura florestal
sistemas de arborização Das árvores no solo
Das árvores na pastagem
Das árvores na produção animal
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
63. 14:00 / 18:00 Apresentar fundamentos 1. Principais efeitos: Expositivo/dialogado
agroecológicos para Da retirada da cobertura florestal
sistemas de arborização Das árvores no solo
Das árvores na pastagem
Das árvores na produção animal
08:00 / 09:00 Apresentar Produtos ambientalmente adequados Expositivo/dialogado
perspectivas/oportunidade Madeira certificada
s de negócios em Produção agroecológica
sistemas agroflorestais Serraria móvel
Sequestro de carbono
09:00 / Conhecer parâmetros para 1. Espécies e arranjos espaciais Expositivo/dialogado
12::0 implantação e manejo de 2. Manejo de copa GT em sala de aula
0 sistemas de arborização 3. Condição da pastagem
Discutir estratégias para
implantação e manejo
14:00 /15:30 Apresentar espécies potenciais Características ecológicas e silviculturais tendo em vista Expositivo em sala
para sistemas silvipastoris a produção de madeira.
.
14:00 / 18:00 Elaborar proposta de intervenção Base-line do grupo GT
física em uma área de Roteiro
pastagem convencional
08:00 / 11:30 Apresentação/ avaliação das Trabalhos elaborados pelos GT GT em sala de aula
propostas Expositivo/dialogado
11:30 ENCERRAMENTO
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
64. DC – URT Matelândia,PR
SSP APP e RL
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
68. CONTRIBUIÇÕES DA ILPF
Qualifica o agronegócio brasileiro
Produtos com origem em agroecossistemas mais limpos
Produz matéria prima para produtos florestais de vida longa - 40 a 60 anos
serrados – laminados - compensados
Promove a proteção à biodiversidade e à água
via APP - RL
Melhora as condições socioeconômicas da família
Incorpora mais um produto de alto valor no mercado
Contribui para a exploração sustentável nas microbacias
Agroecossistemas sustentáveis – controle a erosão - APP e RL
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
69. CAMINHA NO SENTIDO DE:
Respeito ao meio ambiente
Respeito aos consumidores
Boas Práticas
Segurança alimentar
Lista de Reproduç ão2.wpl
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
70. É DIFÍCIL CAMINHAR DO LOCAL PARA O
GLOBAL?
SIM
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
71. É INCRÍVEL
• Quem acreditaria há alguns anos que o Petróleo poderia chegar a valer
US$ 140 o Barril e, pior, de uma hora para outra cair aos níveis atuais?
• Quem acreditaria há alguns anos que as reservas de US$ 4.3 trilhões dos
Países Emergentes é que serviriam de sustentáculo para a crise que se
alastrou por EUA e EU não se tornasse uma crise Global?
• Quem acreditaria que um dia o Dólar seria questionado como moeda
padrão?
• Quem acreditaria que um dia o Brasil seria credor externo?
Fonte: eduardo.figueiredo@tradeagro.com
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
74. AGRADECIMENTO AOS PARCEIROS
EXTERNOS
• FAMÍLIA PEZOLLATO
• Emater – PR
• IAPAR
• IAP
• PREFEITURA DE SAUDADE DO IGUAÇU
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
75. AGRADECIMENTO AOS PARCEIROS
INTERNOS
• Projeto ILPF da Embrapa
• Projeto Boas Práticas
• Unidades da Embrapa
• Colegas pesquisadores colaboradores dos trabalhos
• Funcionários da área de Apoio
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
77. Considerações para o planejamento da implantação de árvores na pastagem
A distribuição espacial das árvores é um importante elemento estrutural em pastagens arborizadas, e
deve ter, como critérios de planejamento: a finalidade da produção de madeira (serraria, laminação,
lenha, palanques de cerca); a declividade e face de exposição do terreno; a proteção do rebanho e das
pastagens; a conservação de solo e água.
As pastagens produzem bem em grandes espaços sem árvores. Assim, o agrupamento de árvores
(bosquetes) e o plantio de árvores em grandes espaçamentos quadrados (plantio reticulado ou em
grade), ou em linhas (renques) largamente espaçadas, podem proporcionar alta produção de forragem.
A influencia da distribuição espacial das árvores na produção de pastagem aumenta com o número de
árvores por unidade de área e pelo crescimento (aumento de tamanho) de cada árvore. A distribuição
das árvores em renques largamente espaçados pode proporcionar alta produção de forragem e
facilidade para operações mecanizadas e condução dos rebanhos.
O crescimento das árvores é pouco afetado pelo padrão de distribuição, desde que cada árvore tenha
pelo menos um lado de sua copa que receba luz solar direta. No entanto, na fase de estabelecimento
das árvores, as mudas não devem sofrer concorrência da pastagem, pois isto afeta sua sobrevivência e
crescimento.
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
79. Aportes para o solo
a) pela manutenção ou incremento da matéria orgânica do solo através da fixação de
carbono pela fotossíntese e pela transferência decorrente da queda de folhas/ramos e
apodrecimento de raízes velhas.
pela fixação de nitrogênio por árvores leguminosas e também por algumas árvores não
leguminosas (p.e.: Casuarinas).
pela elevação do teor de nutrientes extraídos de rochas intemperizadas nas camadas
profundas do solo, devido às raízes que induzem um grau de intemperismo nas rochas,
especialmente nos horizontes B e C, acessando “novos” nutrientes (Young, 1994).
pelas árvores proporcionando condições favoráveis para ganhos/entradas de nutrientes
pela chuva e poeira, inclusive via chuva interna (gotejamento) e fluxo de caule (Lima,
1986; Bird et al., 1992; Myers et. al., 1994 ).
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
80. b) Reduzindo perdas do solo:
pela proteção do solo contra erosão, viabilizando a redução das
perdas de matéria orgânica e nutrientes.
pela recuperação dos nutrientes, fixando e reciclando nutrientes
que poderiam ser de outra maneira perdidos.
pela menor taxa de mineralização da matéria orgânica decorrente
da existência da sombra.
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
81. c) Atuando nas condições físicas e químicas do solo:
pela manutenção ou melhoria das propriedades físicas do solo
(porosidade, estrutura, infiltração e capacidade de retenção de
umidade) através de uma combinação dos efeitos da matéria orgânica
e das raízes.
pelas raízes das árvores que fragmentam as camadas compactadas do
solo.
pela diminuição da amplitude de temperaturas do solo mediante a
combinação do sombreamento pelas copas e cobertura do solo por
resíduos ( folhas, ramos).
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
82. d) Atuando em processos biológicos do solo e seus efeitos:
na transferência de produtos assimilados entre sistemas radiculares e
entre organismos associados (micorrizas e rizóbios).
na liberação de nutrientes de forma otimizada. Existe o potencial para
controlar a decomposição de serapilheira (resíduos), selecionando
espécies de árvores e administrando podas, para sincronizar a
liberação de nutrientes, oriundos da serapilheira em decomposição,
com os requerimentos das plantas por nutrientes (como exemplo, cita-
se o cultivo em aléias ou entre renques).
na ativação das condições ambientais que permitem a restauração da
microfauna e da vida animal silvestre.
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
83. Efeitos das arvores sobre as pastagens
a) Ventos
O pasto pode ter seu crescimento comprometido pelo vento devido a danos físicos
causados pela agitação mecânica. Para a maioria das plantas forrageiras, ventos
acima de 6 m.s-1 (21,6 km.hora-1), é potencialmente danoso (Gregory, 1995).
A agitação física das folhas pode reduzir a expansão foliar e induzir o fechamento
estomatal e, se persistir a agitação, pode reduzir totalmente o suprimento de CO2
e portanto a fotossíntese líquida (Grace & Thompson, 1973).
As pastagens plantadas a pleno sol, com uma única espécie, tende a ter um dossel de
menor rugosidade, a movimentação laminar de massas de ar pode ser favorecida
e assim aumentar a velocidade dos ventos. A atenuação da velocidade dos ventos
pode ser obtida pela disposição adequada de árvores na pastagem. Porfírio-da-
Silva et al., (1998), registraram, numa pastagem arborizada com renques de G.
robusta, reduções na velocidade média dos ventos de 26% a 61%, para o inverno
e verão, respectivamente.
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
84. Efeitos das arvores sobre as pastagens
a) Ventos
Para se obter um suprimento mais adequado de CO2 para as pastagens, é preciso que a
movimentação do ar seja mais turbulenta (com velocidades de vento não sendo altas, nem
baixas, nem constantes) de maneira a promover a difusão da concentração de CO2 e quebrar
gradientes térmicos.
A atenuação da velocidade do vento implica no incremento do rendimento das pastagens,
basicamente devido aos seguintes aspectos:
economia de água (menor evaporação, tanto do solo como das plantas);
ar com maior teor de umidade fazendo com que as temperaturas diurnas e noturnas não oscilem
muito rapidamente, evitando assim choques térmicos;
otimiza o suprimento de CO2 pela quebra de gradientes, e;
diminui os danos físicos nas plantas que mantêm, então, maior área fotossintética ativa.
Propicia uma condição microclimática favorável pela conservação, nos períodos frios, do calor do solo
e do ar nas áreas protegidas e, por prevenir dos ventos quentes e secos nos períodos de
verão.
Nos sistemas silvipastoris, os princípios utilizados em quebra-ventos “clássicos” são
modificados.
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
85. Árvores e restrição de energia luminosa (sombreamento)
Sob ótimo suprimento de água, a competição por luz é a principal determinante de qual(is) espécie(s)
dominarão a pastagem.
O sombreamento pode afetar espécies de pasto diferentemente
A tolerância de plantas ao sombreamento é crítico em silvipastoril e pode variar sensivelmente entre
as espécies.
A taxa de mineralização de N do solo é afetada pela sombra. Ela assegura atividade microbiana mais
efetiva na quebra da matéria orgânica e conseqüente liberação de mais N para o crescimento da
gramínea (Wilson, 1990; Wilson et al., 1990),
É comum aceitar bons rendimentos de pastagens crescendo sob a influência de árvores leguminosas
ou não (Wilson et al. 1990)
A presença de árvores numa pastagem, além de alterar a disponibilidade de radiação solar, afeta o
espectro da radiação que atinge a pastagem sob a sombra e, conseqüentemente, pode provocar
adaptações das plantas às condições predominantes.
Ribaski (2000), registrou maior proporção de clorofilas a e b em folhas de Cenchrus ciliaris sob a
sombra de Prosopis juliflora do que a pleno sol, uma evidência de que as folhas do Capim-buffel
haviam se adaptado à sombra (Whatley e Whatley, 1982).
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
86. Tabela 6: Níveis de tolerância ao sombreamento de algumas forrageiras herbáceas, gramíneas e leguminosas.
Gramíneas Leguminosas
Tolerância ao sombreamento
Alta Axonopus compressus Arachis pintoi
Brachiaria miliformis Callopogonium caeruleum
Ischaemum aristatum Centrosema macrocarpum
Ischaemum timorenses Desmodium heterophylium
Panicum maximum Desmodium ovalifolium
Paspalum conjugatum Mimosa pudica
Paspalum dilatatum
Stenotaphrum secundatum
Média Brachiaria brizantha Callopogonium mucunoides
Brachiaria decumbens Centrosema pubescens
Brachiaria humidicola Desmodium intortium
Hermarthria altissima Leucaena leucocephala
Paspalum plicatulum Pueraria phaseoloides
Setaria sphacelata Neonotonia wightii
Vigna luteola
Baixa Andropogon gayanus Macroptilium atropurpureum
Brachiaria mutica Stylosanthes hamata
Cynodon plectostachyus Stylosanthes guianensis
Digitaria decumbens
Mellinis minutiflora
Pennisetum purpureum
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
87. Arvores e Temperatura
As oscilações da temperatura ambiental afetam a taxa de fotossíntese líquida, a taxa de
desenvolvimento da área foliar e a produção de matéria seca das pastagens.
Embora as temperaturas altas também possam representar fator de estresse para o
desenvolvimento de pastagens tropicais, são as baixas temperaturas que representam um
grande fator de estresse às forrageiras tropicais.
As pastagens tropicais funcionam, produtivamente, somente em temperaturas acima de 5°
ou 7°C, ou bem superiores a estas (Larcher, 1986), pois a 10°C a produção de matéria seca,
para várias espécies, é ainda quase nula (Pedro Jr et al. ,1990).
Espécies com capacidade de suportar o estresse decorrente de baixas temperaturas, são
importantes para regiões tropicais de altitude e subtropicais, onde pode haver ocorrência de
geadas. Para essas regiões se busca espécies capazes de tolerar geadas, crescer bem no
outono e, de preferência manter folhagem verde no inverno (Ludlow, 1980).
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
88. Árvores e Temperatura
A presença de um estrato arbóreo em pastagens pode promover a manutenção de
forragem verde no inverno (Sibbald et al.1991; Silva, 1994; Feldhake, 2002).
Ele diminui as perdas de radiação de ondas longas durante a noite, impedindo a
formação de geadas de radiação (geada branca) e os ventos gélidos e dessecantes
(geada negra), contribuindo para a conservação de calor do solo e do ar, ao proteger a
área da ação dos ventos que arrastariam a umidade do ar. Em termos práticos, verifica-
se a ocorrência de pastagens verdes sob árvores durante o inverno.
As árvores numa pastagem, ao sombrear, e portanto, restringir a incidência de energia
luminosa (radiação solar), promovem alteração na temperatura do ar e do solo.
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
89. Árvores e a umidade do solo
Em condições hídricas consideradas normais de uma dada região, os efeitos da
proteção das árvores sobre a economia de água quase passam desapercebidos.
Porém, em condições de deficiência, é perceptível o favorecimento às plantas sob
influência protetiva de árvores (Tabela 7).
Na região noroeste do Estado do Paraná, árvores de Grevillea robusta (grevílea)
associadas a pastagens mantiveram-se forragem verde durante veranicos, como
conseqüência da atenuação do vento, menor temperatura do solo devido ao
sombreamento e menor déficit de pressão de vapor (Porfírio-da-Silva et al., 1998;
Porfírio-da-Silva, 1998).
Em condições de verão seco as pastagens arborizadas também permanaceram
verdes por maior tempo do que aquelas sem a proteção de árvores (Gregory, 1995;
Rakocevic e Ribaski; 2003)
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
90. Árvores e nutrientes em pastagens
As árvores podem melhorar o fluxo de nutrientes nas pastagens por suas ações no solo,
particularmente:
a) Pela contribuição de matéria orgânica para o solo (folhas e pequenos ramos que caem)
melhorando a retenção de umidade e pela melhoria nas propriedades físicas do solo, também
associada ao efeito de suas raízes no solo.
b) Pela retenção/captura de nutrientes: por meio da fixação biológica do nitrogênio atmosférico; da
retenção de poeira na folhagem e deposição (no solo) dessa poeira e dos nutrientes contidos nela
com a chuva; de raízes que induzem um certo grau de intemperismo em rochas nos horizontes B e C,
acessando assim nutrientes que são (re)ciclados para o horizonte superficial (Young, 1994).
c) Por reduzir ou prevenir a acidificação do solo, problema comum em solos com baixa saturação de
bases e onde são praticadas pastagens com leguminosas.
O papel das árvores ainda tem de ser amplamente reconhecido, mas existem evidências que árvores
em pastagens tem diminuído a acidificação do solo, possibilitado por sua capacidade de reter nitrato
e pela sua substancial adição de Ca na água que goteja das folhas e na serapilheira (Bird et al.
1992).
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
91. Efeitos das Árvores no Gado
O melhoramento genético tem formado raças mais tolerantes a altas temperaturas, mas
mesmo essas sofrem com a insolação direta;
Por isso, sugere-se pesquisas de manejo ambiental como alternativa e/ou complementação de
medidas à melhoria genética
O conforto térmico é uma das variáveis do bem-estar animal que tem sido negligenciada pelos
criadores de gado. As áreas de pastagens do Brasil estão sob condições climáticas que
determinam graus médio e severo de estresse térmico calórico (Inmet, 2005) para os animais
sem proteção a campo.
As condições de temperatura do ar, velocidade dos ventos e insolação direta atuam sobre a
intensidade do metabolismo dos animais. Quando essas condições atingem certos valores
extremos, o animal consome mais energia para manter o equilíbrio da temperatura corporal
(homeotermia) e começa a sofrer desgastes (estresse) pois está fora dos limites que
configuram a sua zona de conforto térmico, refletindo negativamente na produção (Hafez,
1973; Naãs, 1989) e na capacidade imunológica (Costa e Silva, 2003).
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
92. Efeitos das Árvores no Gado
Nas condições edafoclimáticas do centro-sul brasileiro, a temperatura do ar, no
verão, foi reduzida em até 8°C, e a incidência de radiação solar global (radiação
direta + radiação difusa), foi 80% menor sob a proteção de árvores dispostas
em renques curvilíneos (Porfirio-da-Silva et al.,1998).
Os autores argumentam ainda que, durante condições de tempo frio, os
renques arbóreos podem funcionar como fonte de calor, e que a radiação de
onda longa recebida pelo corpo do animal protegido sob as copas ou próximo
delas, também melhora o seu conforto térmico. Em dias quentes e de forte
insolação, a sombra decisivamente pode contribuir para condições de conforto
animal. Em acordo com Mota et al. (1997), "a melhor e mais eficiente sombra é
a das árvores, cercada por pastagem verde..."
Dentre os efeitos decorrentes da presença de árvores em pastagens, na
produção animal devem ser destacadas as seguintes influências nos animais
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
93. Efeitos das Árvores no Gado
Redução das necessidades de energia de mantença do animal
Excessos de calor ou de frio aumentam a necessidade de energia para a manutenção de
funções vitais, desviando energia que seria utilizada para fins produtivos.
Os excessos de temperatura também podem alterar o comportamento de pastejo, reduzindo a
ingestão de alimentos. Em bovinos de corte, o consumo de matéria seca pode diminuir em até
10% quando a temperatura ambiente sobe de 25 para 30o C (Bergigier, 1989).
Uma redução de 33% na velocidade do vento (de 10km/h para 6,6km/h) pode resultar em 10%
de economia em energia e de 55% (4,5km/h) (Bird et al. ,1992)
Os bovinos são sensíveis às condições úmidas e quentes (Bergigier, 1989), portanto a oferta
de sombra pode melhorar sua tolerância e sua produção (Mota et al,,1997; Klowoski et
al.,2002).
Piquetes sombreados têm melhorado a eficiência da conversão de alimentos (Bizinoto et al.,
2005) e sobrevivência do gado (Bird et al. ,1992). Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
94. Efeitos das Árvores no Gado
Proteção da fertilidade
Estresse por calor pode reduzir a fertilidade, afetando a
ovulação, o estro, a concepção e sobrevivência do
embrião. Nos machos pode reduzir a viabilidade dos
espermatozóides, bem como a libido (Müeller, 1989; Silva,
2000). Segundo Bird et al. (1992), vacas estressadas pelo
calor produzem bezerros menores e aumentam o intervalo
de tempo entre uma cria e outra.
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
95. Efeitos das Árvores no Gado
Melhoria da sobrevivência e crescimento
Especialmente em animais recém-nascidos a provisão de sombra por árvores pode
melhorar a sobrevivência e subsequente desenvolvimento.
Por apresentar comportamento de parto escondedor, a presença de árvores pode
constituir-se um elemento ambiental positivo para a fêmea bovina que procura isolamento
do restante do grupo e de potenciais predadores no momento do parto. O isolamento nas
primeiras horas de vida do filhote resulta em melhor ligação mãe-filho e condições ótimas
para a primeira mamada e ingestão do colostro o mais cedo possível, passando a
imunidade passiva para a cria, o que aumenta a taxa de sobrevivência (Pinheiro
Machado Fº, 1997 - comunicação pessoal).
Além disso, a perspectiva de isolamento sentido pela vaca, a deixa mais tranqüila para
efetuar a “limpeza” do recém-nascido, o que pode propiciar também a transmissão de
bactérias ruminais ao bezerro, predispondo-o a pastar mais precocemente.
Novilhas em crescimento em pastagem arborizada atingiram condições para reprodução
(idade para cobertura) cinco meses antes do que aquelas em pasto sem sombreamento
(Simón et al. 1995).
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
96. Efeitos das Árvores no Gado
Diretamente pela toxicidade de algumas espécies arbóreas
A folhagem de algumas espécies arbóreas, quando ingeridas,
podem causar aborto no gado (por exemplo, o Cupressus spp); outras
podem causar timpanismo e morte (exemplo típico é do pessegueiro-
bravo - Prunus sellowii).
Ainda carecendo de comprovação, existem algumas evidências de que
as sementes dos frutos da uva-do-japão (Holvenia dulcis), que são
ingeridos pelos bovinos, podem causar a formação de “pelotas”
concrecionárias no interior do rúmen. As sementes pequenas não são
expulsas do rúmen, e dependendo da ingestão de frutos, grandes
quantidades de sementes acumulam-se formando as concreções.
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
97. Efeitos das Árvores no Gado
Pela provisão de forragem arbórea
As folhas, ramos e/ou frutos de algumas espécies arbóreas
podem ser utilizadas pelos animais, quer seja por pastejo
direto (ramoneio) quer seja por corte e oferta no cocho.
Exemplos característicos são a leucena (Leucaena spp), a
trema ou crindiúva (Trema micrantha), a algaroba (Prosopis
spp), a cratílea (Cratylea argentea), a amora (Morus nigra),
entre outras.
No Brasil, embora com grande potencial florístico, é pouco
utilizado o potencial forrageiro de espécies arbóreas.
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V
98. Efeitos das Árvores no Gado
Pela provisão de forragem arbórea
As folhas, ramos e/ou frutos de algumas espécies arbóreas podem ser
utilizadas pelos animais, quer seja por pastejo direto (ramoneio) quer
seja por corte e oferta no cocho. Exemplos característicos são a
leucena (Leucaena spp), a trema ou crindiúva (Trema micrantha), a
algaroba (Prosopis spp), a cratílea (Cratylea argentea), a amora (Morus
nigra), entre outras.
No Brasil, embora com grande potencial florístico, é pouco utilizado o
potencial forrageiro de espécies arbóreas.
Medrado, M.J.S; Porfirio-da-Silva, V