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H O T S P O T S
As Regiões Biologicamente mais Ricas e Ameaçadas do Planeta
Conservar a biodiversidade do planeta e demons-
trar que as sociedades humanas podem viver em
harmonia com a natureza é a missão da
Conservation International. Para enfrentar esse
grande desafio, a Conservation International
adotou a estratégia dos Hotspots e amplia esse
conceito que destaca as 25 regiões mais ricas e
ameaçadas do mundo. Ao lançar uma campanha
mundial para proteger esses Hotspots, estamos
contribuindo para salvar mais de 60% de toda a
diversidade da vida da Terra.
PRESERVANDO AS RIQUEZAS
MAIS AMEAÇADAS DA TERRA
03
Destruição da camada de ozônio, chuva ácida, erosão,
poluição do ar, do solo e da água… Estes problemas,
combinados com a pressão do crescimento popula-
cional nos países em desenvolvimento e o consumo
desenfreado nos países desenvolvidos, apresentam
um cenário sombrio que ameaça atualmente a vida no
planeta. No entanto, por mais sérios que sejam, não
se comparam ao efeito amplo e devastador que a des-
truição em grande escala da biodiversidade tem sobre
o meio ambiente.
A destruição da biodiversidade – ou seja, a perda das
espécies existentes na Terra – não só causa o colapso
dos ecossistemas e seus processos ecológicos, como é
irreversível. Nem a mais alta tecnologia, nem as
descobertas biotecnológicas, nem as imagens com-
putadorizadas ou a realidade virtual podem compen-
sar o prejuízo inigualável da extinção das espécies;
certamente nada pode recuperar o que foi formado de
forma tão singular, ao longo de bilhões de anos, na
história evolutiva de nosso planeta.
A importância da conservação da biodiversidade
alcançou destaque mundial durante a ECO-92, a
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente
e Desenvolvimento. Desde então, foram consolidados
fundos mundiais voltados especificamente para a
conservação e cresceram os investimentos de agên-
cias multi-laterais e bilaterais de fomento, assim
como os de fundações privadas ligadas ao meio ambi-
ente. Vale notar que o interesse e a consciência sobre
a importância da biodiversidade também têm aumen-
tado significativamente entre o setor privado, com um
número crescente de empresas que apóiam projetos
de conservação em todo o mundo.
Apesar desses avanços, ainda há muito a ser feito, já
que grande parte dos recursos humanos e financeiros
destinados à área não são utilizados de maneira efi-
caz. Dessa forma, os grandes desafios são estabelecer
prioridades claras para ações de conservação e saber
como investir os escassos recursos humanos e finan-
ceiros de maneira eficiente.
Em resposta a essas necessidades, a Conservation
International segue uma estratégia que concentra seus
esforços e investimentos em áreas prioritáriase e tem
como diretriz o conceito dos Hotspots.
H O T S P O T S
04
Diversidade e Endemismos do Cerrado
Espécies
Endêmicas
4.400
19
29
24
45
Total de
Espécies
10.000
161
837
120
150
Plantas
Mamíferos
Aves
Répteis
Anfíbios
A grande surpresa da nova lista de Hotspots foi a
inclusão do Cerrado. É a segunda maior ecoregião do
Brasil, cobrindo 20% do território. Com uma flora
considerada entre as mais ricas das savanas tropicais,
o Cerrado possui alto grau de endemismo. De suas
10.000 espécies de plantas, 44% são endêmicas,
incluindo quase todas as gramíneas. A diversidade de
espécies de vertebrados também é consideravelmente
alta, estando em quarto lugar no mundo em va-
riedade de aves.
Preservado durante a colonização do país, o Cerrado
passou a sofrer maior ameaça a partir da década de
50 com a construção de Brasília. Nas décadas de 70 e
80, inúmeros financiamentos foram destinados para
transformar a região num centro de agricultura. O
grande crescimento destas atividades econômicas já
fizeram com que 67% das áreas de Cerrado sejam
consideradas como "altamente modificadas". Apenas
20% encontram-se em seu estado original.
Apesar de sua extensão e de sua importância para a
conservação da biodiversidade, infelizmente o
Cerrado é fracamente representado em áreas protegi-
das. Apenas 3% de sua extensão original estão pro-
tegidos em parques e reservas federais e estaduais.
Para agravar a situação, a maioria das áreas protegi-
das do Cerrado tem tamanho reduzido, inferior a
100.000 hectares, o que coloca em evidência o grau
de fragmentação do ecossistema.
C E R R A D O
Muitas espécies-
bandeira do Cerra-
do, como o lobo guará, o tatu canastra e a ema, só são
vistas regularmente dentro de parques e reservas. Outro
símbolo da região, o tamanduá-bandeira pode medir até
1,90 m do nariz até a ponta do grande rabo, o qual tem
forma de bandeira. Esse animal singular é encontrado
em áreas protegidas do Cerrado e também no Pantanal.
O Parque Nacional das Emas é uma das áreas mais
importantes para a proteção da biodiversidade do
Cerrado. A Conservation International, juntamente com
a Fundação Emas, vem desenvolvendo um programa
para proteger esse parque e implementar um grande
corredor ecológico que se estende até o Pantanal.
ESPÉCIES-BANDEIRA
12
A Mata Atlântica está entre os cinco primeiros colo-
cados na lista dos Hotspots. O total de mamíferos,
aves, répteis e anfíbios que ali ocorrem alcança 1361
espécies, sendo que 567 são endêmicas, representan-
do 2% de todas as espécies do planeta, somente para
esses grupos de vertebrados. A Mata Atlântica, que
possui 20.000 espécies de plantas - das quais 8.000
são endêmicas - é o segundo maior bloco de floresta
tropical do país. Inclui diversos tipos de ecossis-
temas tropicais como as faixas litorâneas do
Atlântico, as florestas de baixada e de encosta da
Serra do Mar, as florestas interioranas e as matas de
Araucária.
Originalmente, a Mata Atlântica ocupava 1.290.000
km2
do território brasileiro. Os impactos de dife-
rentes ciclos de exploração e a concentração das
maiores cidades e núcleos industriais fizeram com
que a vegetação natural fosse reduzida drasticamente.
A devastação foi maior nas áreas planas da região
costeira e na estreita faixa litorânea do Nordeste,
onde resta menos de 1% da floresta original.
Diante desse quadro de destruição, a Conservation
International do Brasil e a Fundação SOS Mata
Atlântica decidiram unir esforços para atender as
necessidades de conservação desse Hotspot. Em
1999, foi estabelecida uma nova estratégia entre
essas duas organizações, a "Aliança para a
Conservação da Mata Atlântica". Com a proposta do
"Desmatamento Zero" (Rede de ONGs da Mata
Atlântica) e da "Perda de Espécies Zero", essa ini-
ciativa busca amplificar a eficiência das duas orga-
nizações e servir como um modelo para os Hotspots ao
redor do mundo.
M ATA AT L Â N T I C A
A Mata Atlântica
tem várias "espé-
cies-bandeira", que simbolizam a região e são uti-
lizadas em campanhas de conscientização para a pro-
teção desse ecossistema. Dentre elas, algumas espé-
cies de primatas endêmicos, como os mico-leões
(gênero Leontopithecus) e as duas espécies de
muriquis (gênero Brachyteles), têm ajudado a popu-
larizar essa floresta no Brasil e no mundo. O muriqui,
por exemplo, é o maior macaco das Américas e tam-
bém o maior mamífero endêmico do Brasil. No passa-
do, essa espécie foi a principal fonte de proteína dos
exploradores da região costeira. Hoje, o muriqui está
restrito a alguns blocos remanescentes de florestas
na Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo e
suas populações estão reduzidas a cerca de 2.000
indivíduos.
Para proteger essas e tantas outras espécies, a
Conservation International do Brasil desenvolve pro-
jetos de conservação em vários pontos do país. Um
dos exemplos é o projeto realizado, juntamente com o
Instituto de Estudos Sócio-Econômicos do Sul da
Bahia (IESB), na região da Reserva Biológica de Una
(Bahia), o último refúgio do mico-leão-de-cara-doura-
da. Outra iniciativa importante busca proteger uma
das últimas populações do "muriqui do norte" na
Estação Biológica de Caratinga, Minas Gerais, em
parceria com a Fundação Biodiversitas
ESPÉCIES-BANDEIRAS
11
Diversidade e Endemismos da Mata Atlântica
Espécies
Endêmicas
8.000
73
181
60
253
Total de
Espécies
20.000
261
620
200
280
Plantas
Mamíferos
Aves
Répteis
Anfíbios
O conceito dos Hotspots, criado em 1988 pelo Dr.
Norman Myers, estabeleceu 10 áreas críticas para
conservação em todo o mundo. Essa estratégia foi
adotada pela Conservation International para esta-
belecer prioridades em seus programas de conser-
vação, assim como pela John D. & Catherine T.
MacArthur Foundation. Em 1996, um novo estudo
liderado pelo Dr. Russell A. Mittermeier, presidente
da Conservation International, aperfeiçoou a teoria
inicial de Myers, identificando 17 Hotspots. Estudos
recentes, conduzidos com a contribuição de mais de
100 especialistas, ampliaram e atualizaram essa
abordagem. Após quatro anos de análises, o grupo de
cientistas estabeleceu os 25 Hotspots atuais.
A escolha desses pontos críticos leva em consideração
que a biodiversidade não está igualmente distribuída
ao redor do planeta, sendo que cerca de 60% de todas
as espécies de plantas e animais estão concentradas
em apenas 1,4% da superfície terrestre. Essa abor-
dagem prioriza as ações nas áreas mais ricas - como os
Andes Tropicais, Madagascar, Indonésia, entre outros -
protegendo espécies em extinção e mantendo o amplo
espectro de vida no planeta.
O critério mais importante na determinação dos
Hotspots é a existência de espécies endêmicas, isto é,
que são restritas a um ecossistema específico e,
portanto, sofrem maior risco de extinção. É o caso do
mico-leão-dourado, encontrado apenas no estado do
Rio de Janeiro e em mais nenhum outro lugar do
mundo. Outro critério importante é o grau de ameaça
ao ecossistema, sendo consideradas como Hotspots, as
bioregiões onde 75% ou mais da vegetação original
tenha sido destruída. Muitas áreas mantém apenas 3 a
8% do que existia inicialmente, como a Mata Atlântica,
que hoje guarda entre 7 a 8% de sua extensão original.
Enquanto o conceito de Hotspots concentra-se em ecos-
sistemas fragmentados e devastados, dois outros con-
ceitos, desenvolvidos pelo Dr. Russell A. Mittermeier,
vêm complementar as diretrizes para a priorização de
áreas para conservação. O segundo conceito é o de
Wilderness Areas, que identifica os grandes blocos de
florestas tropicais, praticamente intactos (ou seja, que
possuem mais de 75% de sua vegetação original) e com
baixa densidade populacional (menos de 1 habitante
por km2
). Nessas regiões, como é o caso de grande parte
da Floresta Amazônica, encontram-se algumas popu-
lações indígenas que têm conseguido manter sua iden-
tidade cultural. O terceiro conceito leva em consideração
as fronteiras políticas e a riqueza biológica encontrada
dentro de cada nação. Os 17 países de Megadiver-
sidade são aqueles com os mais altos índices de riqueza
natural do mundo.
Em todas as três abordagens, o Brasil tem posição de
destaque. É o país campeão de Megadiversidade,
tendo maior número de espécies do que qualquer
outra nação. Possui também o maior bloco de área
verde do planeta, a Floresta Amazônica. Além disso,
em território brasileiro podem ser encontrados dois
Hotspots importantes, a Mata Atlântica e o Cerrado.
Para a definição de estratégias nacionais para os
Hotspots brasileiros, a Conservation International do
Brasil colaborou com o Projeto de Ações Prioritárias
para a Conservação da Biodiversidade dos Biomas
Brasileiros, do Ministério do Meio Ambiente. Centenas
de especialistas e representantes de várias instituições
trabalharam em conjunto para a indicação das áreas
mais críticas e importantes para conservação do
Cerrado em 1998, e da Mata Atlântica em 1999.
H O T S P O T S E W I L D E R N E S S A R E A S
07
Andes Tropicais
Chile Central
Choco-Darien /
Equador Ocidental
Mata Atlântica
Cerrado
Florestas da Guiné /
Africa Ocidental
Re
P
Caribe
Mesoamérica
Província Florística
da Califórnia
Ilhas da Polinésia e Micronésia
Mediterrâneo
A S R E G I Õ E S M A I S R I C A S E
HOTSPOTS
Diversidade de
Plantas
Vasculares
Endemismo de
Plantas
Vasculares
1 • Andes Tropicais
2 • Sundaland (Indonésia)
3 • Mediterrâneo
4 • Madagascar e Ilhas do Oceano Índico
5 • Mata Atlântica
6 • Região da Indo-Birmânia
7 • Caribe
8 • Filipinas
9 • Privíncia Florística do Cabo
10 • Mesoamérica
11 • Cerrado
12 • Sudoeste da Austrália
13 • Montanhas do centro-sul da China
14 • Ilhas da Polinésia e Micronésia
15 • Nova Caledônia
16 • Choco-Darien / Equador Ocidental
17 • Florestas da Guiné / Africa Ocidental
18 • Ghats Ocidentais (Índia) e Sri Lanka
19 • Província Florística da Califórnia
20 • Região do Karoo das Plantas Suculentas
21 • Nova Zelândia
22 • Chile Central
23 • Cáucaso
24 • Wallacea (Indonésia)
25 • Montanhas do Arco Oriental
Total de Endemismo
Porcentagem da Diversidade Global
(300.000 plantas vasculares)
45.000
26.000
25.000
12.000
20.000
13.500
12.000
7.620
8.200
24.000
10.000
5.469
12.000
6.557
3.332
9.000
9.000
4.780
4.426
4849
2.300
3.429
6.300
10.000
4.000
20.000
15.000
13.000
9.704
8.000
7.000
7.000
5.832
5.682
5.000
4.400
4.331
3.500
3.334
2.551
2.250
2.250
2.180
2.125
1.940
1.865
1.605
1.600
1.500
1.500
133,499
44.5
Província Florística do Cabo
Montanhas do Arco Oriental,
Florestas da Tanzânia e Quênia
egião do Karoo das
lantas Suculentas
Montanhas do
centro-sul da China
Filipinas
Wallacea
(Indonésia)
Madagascar e Ilhas do
Oceano Índico
Cáucaso
Sundaland
(Indonésia)
Ghats Ocidentais (Índia)
e Sri Lanka
Sudoeste da Austrália
Região da
Indo-Birmânia
Nova Caledônia
Nova Zelândia
A M E A Ç A D A S D O P L A N E TA
09
A Conservation International tem se dedicado a
fortalecer e expandir o envolvimento do setor pri-
vado com a proteção do meio ambiente, acreditan-
do que os elementos que garantem o sucesso de
empresas - pessoas comprometidas, tecnologias
inovadoras, produtos de qualidade e estratégias de
marketing - também podem ser poderosos aliados
na conservação da biodiversidade. No Brasil, os
Hotéis Transamérica e o Grupo Agropalma,
patrocinadores da publicação do livro sobre os
Hotspots, são exemplos de empresas que têm
investido na proteção do meio ambiente e colhido
resultados ambientais e econômicos.
PARCERIAS CORPORATIVAS
UM INSTRUMENTO CHAVE PARA A CONSERVAÇÃO DOS HOTSPOTS
14

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1 c i_hotspots

  • 1. H O T S P O T S As Regiões Biologicamente mais Ricas e Ameaçadas do Planeta
  • 2. Conservar a biodiversidade do planeta e demons- trar que as sociedades humanas podem viver em harmonia com a natureza é a missão da Conservation International. Para enfrentar esse grande desafio, a Conservation International adotou a estratégia dos Hotspots e amplia esse conceito que destaca as 25 regiões mais ricas e ameaçadas do mundo. Ao lançar uma campanha mundial para proteger esses Hotspots, estamos contribuindo para salvar mais de 60% de toda a diversidade da vida da Terra. PRESERVANDO AS RIQUEZAS MAIS AMEAÇADAS DA TERRA 03
  • 3. Destruição da camada de ozônio, chuva ácida, erosão, poluição do ar, do solo e da água… Estes problemas, combinados com a pressão do crescimento popula- cional nos países em desenvolvimento e o consumo desenfreado nos países desenvolvidos, apresentam um cenário sombrio que ameaça atualmente a vida no planeta. No entanto, por mais sérios que sejam, não se comparam ao efeito amplo e devastador que a des- truição em grande escala da biodiversidade tem sobre o meio ambiente. A destruição da biodiversidade – ou seja, a perda das espécies existentes na Terra – não só causa o colapso dos ecossistemas e seus processos ecológicos, como é irreversível. Nem a mais alta tecnologia, nem as descobertas biotecnológicas, nem as imagens com- putadorizadas ou a realidade virtual podem compen- sar o prejuízo inigualável da extinção das espécies; certamente nada pode recuperar o que foi formado de forma tão singular, ao longo de bilhões de anos, na história evolutiva de nosso planeta. A importância da conservação da biodiversidade alcançou destaque mundial durante a ECO-92, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Desde então, foram consolidados fundos mundiais voltados especificamente para a conservação e cresceram os investimentos de agên- cias multi-laterais e bilaterais de fomento, assim como os de fundações privadas ligadas ao meio ambi- ente. Vale notar que o interesse e a consciência sobre a importância da biodiversidade também têm aumen- tado significativamente entre o setor privado, com um número crescente de empresas que apóiam projetos de conservação em todo o mundo. Apesar desses avanços, ainda há muito a ser feito, já que grande parte dos recursos humanos e financeiros destinados à área não são utilizados de maneira efi- caz. Dessa forma, os grandes desafios são estabelecer prioridades claras para ações de conservação e saber como investir os escassos recursos humanos e finan- ceiros de maneira eficiente. Em resposta a essas necessidades, a Conservation International segue uma estratégia que concentra seus esforços e investimentos em áreas prioritáriase e tem como diretriz o conceito dos Hotspots. H O T S P O T S 04
  • 4. Diversidade e Endemismos do Cerrado Espécies Endêmicas 4.400 19 29 24 45 Total de Espécies 10.000 161 837 120 150 Plantas Mamíferos Aves Répteis Anfíbios
  • 5. A grande surpresa da nova lista de Hotspots foi a inclusão do Cerrado. É a segunda maior ecoregião do Brasil, cobrindo 20% do território. Com uma flora considerada entre as mais ricas das savanas tropicais, o Cerrado possui alto grau de endemismo. De suas 10.000 espécies de plantas, 44% são endêmicas, incluindo quase todas as gramíneas. A diversidade de espécies de vertebrados também é consideravelmente alta, estando em quarto lugar no mundo em va- riedade de aves. Preservado durante a colonização do país, o Cerrado passou a sofrer maior ameaça a partir da década de 50 com a construção de Brasília. Nas décadas de 70 e 80, inúmeros financiamentos foram destinados para transformar a região num centro de agricultura. O grande crescimento destas atividades econômicas já fizeram com que 67% das áreas de Cerrado sejam consideradas como "altamente modificadas". Apenas 20% encontram-se em seu estado original. Apesar de sua extensão e de sua importância para a conservação da biodiversidade, infelizmente o Cerrado é fracamente representado em áreas protegi- das. Apenas 3% de sua extensão original estão pro- tegidos em parques e reservas federais e estaduais. Para agravar a situação, a maioria das áreas protegi- das do Cerrado tem tamanho reduzido, inferior a 100.000 hectares, o que coloca em evidência o grau de fragmentação do ecossistema. C E R R A D O Muitas espécies- bandeira do Cerra- do, como o lobo guará, o tatu canastra e a ema, só são vistas regularmente dentro de parques e reservas. Outro símbolo da região, o tamanduá-bandeira pode medir até 1,90 m do nariz até a ponta do grande rabo, o qual tem forma de bandeira. Esse animal singular é encontrado em áreas protegidas do Cerrado e também no Pantanal. O Parque Nacional das Emas é uma das áreas mais importantes para a proteção da biodiversidade do Cerrado. A Conservation International, juntamente com a Fundação Emas, vem desenvolvendo um programa para proteger esse parque e implementar um grande corredor ecológico que se estende até o Pantanal. ESPÉCIES-BANDEIRA 12
  • 6.
  • 7.
  • 8. A Mata Atlântica está entre os cinco primeiros colo- cados na lista dos Hotspots. O total de mamíferos, aves, répteis e anfíbios que ali ocorrem alcança 1361 espécies, sendo que 567 são endêmicas, representan- do 2% de todas as espécies do planeta, somente para esses grupos de vertebrados. A Mata Atlântica, que possui 20.000 espécies de plantas - das quais 8.000 são endêmicas - é o segundo maior bloco de floresta tropical do país. Inclui diversos tipos de ecossis- temas tropicais como as faixas litorâneas do Atlântico, as florestas de baixada e de encosta da Serra do Mar, as florestas interioranas e as matas de Araucária. Originalmente, a Mata Atlântica ocupava 1.290.000 km2 do território brasileiro. Os impactos de dife- rentes ciclos de exploração e a concentração das maiores cidades e núcleos industriais fizeram com que a vegetação natural fosse reduzida drasticamente. A devastação foi maior nas áreas planas da região costeira e na estreita faixa litorânea do Nordeste, onde resta menos de 1% da floresta original. Diante desse quadro de destruição, a Conservation International do Brasil e a Fundação SOS Mata Atlântica decidiram unir esforços para atender as necessidades de conservação desse Hotspot. Em 1999, foi estabelecida uma nova estratégia entre essas duas organizações, a "Aliança para a Conservação da Mata Atlântica". Com a proposta do "Desmatamento Zero" (Rede de ONGs da Mata Atlântica) e da "Perda de Espécies Zero", essa ini- ciativa busca amplificar a eficiência das duas orga- nizações e servir como um modelo para os Hotspots ao redor do mundo. M ATA AT L Â N T I C A A Mata Atlântica tem várias "espé- cies-bandeira", que simbolizam a região e são uti- lizadas em campanhas de conscientização para a pro- teção desse ecossistema. Dentre elas, algumas espé- cies de primatas endêmicos, como os mico-leões (gênero Leontopithecus) e as duas espécies de muriquis (gênero Brachyteles), têm ajudado a popu- larizar essa floresta no Brasil e no mundo. O muriqui, por exemplo, é o maior macaco das Américas e tam- bém o maior mamífero endêmico do Brasil. No passa- do, essa espécie foi a principal fonte de proteína dos exploradores da região costeira. Hoje, o muriqui está restrito a alguns blocos remanescentes de florestas na Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e São Paulo e suas populações estão reduzidas a cerca de 2.000 indivíduos. Para proteger essas e tantas outras espécies, a Conservation International do Brasil desenvolve pro- jetos de conservação em vários pontos do país. Um dos exemplos é o projeto realizado, juntamente com o Instituto de Estudos Sócio-Econômicos do Sul da Bahia (IESB), na região da Reserva Biológica de Una (Bahia), o último refúgio do mico-leão-de-cara-doura- da. Outra iniciativa importante busca proteger uma das últimas populações do "muriqui do norte" na Estação Biológica de Caratinga, Minas Gerais, em parceria com a Fundação Biodiversitas ESPÉCIES-BANDEIRAS 11
  • 9. Diversidade e Endemismos da Mata Atlântica Espécies Endêmicas 8.000 73 181 60 253 Total de Espécies 20.000 261 620 200 280 Plantas Mamíferos Aves Répteis Anfíbios
  • 10. O conceito dos Hotspots, criado em 1988 pelo Dr. Norman Myers, estabeleceu 10 áreas críticas para conservação em todo o mundo. Essa estratégia foi adotada pela Conservation International para esta- belecer prioridades em seus programas de conser- vação, assim como pela John D. & Catherine T. MacArthur Foundation. Em 1996, um novo estudo liderado pelo Dr. Russell A. Mittermeier, presidente da Conservation International, aperfeiçoou a teoria inicial de Myers, identificando 17 Hotspots. Estudos recentes, conduzidos com a contribuição de mais de 100 especialistas, ampliaram e atualizaram essa abordagem. Após quatro anos de análises, o grupo de cientistas estabeleceu os 25 Hotspots atuais. A escolha desses pontos críticos leva em consideração que a biodiversidade não está igualmente distribuída ao redor do planeta, sendo que cerca de 60% de todas as espécies de plantas e animais estão concentradas em apenas 1,4% da superfície terrestre. Essa abor- dagem prioriza as ações nas áreas mais ricas - como os Andes Tropicais, Madagascar, Indonésia, entre outros - protegendo espécies em extinção e mantendo o amplo espectro de vida no planeta. O critério mais importante na determinação dos Hotspots é a existência de espécies endêmicas, isto é, que são restritas a um ecossistema específico e, portanto, sofrem maior risco de extinção. É o caso do mico-leão-dourado, encontrado apenas no estado do Rio de Janeiro e em mais nenhum outro lugar do mundo. Outro critério importante é o grau de ameaça ao ecossistema, sendo consideradas como Hotspots, as bioregiões onde 75% ou mais da vegetação original tenha sido destruída. Muitas áreas mantém apenas 3 a 8% do que existia inicialmente, como a Mata Atlântica, que hoje guarda entre 7 a 8% de sua extensão original. Enquanto o conceito de Hotspots concentra-se em ecos- sistemas fragmentados e devastados, dois outros con- ceitos, desenvolvidos pelo Dr. Russell A. Mittermeier, vêm complementar as diretrizes para a priorização de áreas para conservação. O segundo conceito é o de Wilderness Areas, que identifica os grandes blocos de florestas tropicais, praticamente intactos (ou seja, que possuem mais de 75% de sua vegetação original) e com baixa densidade populacional (menos de 1 habitante por km2 ). Nessas regiões, como é o caso de grande parte da Floresta Amazônica, encontram-se algumas popu- lações indígenas que têm conseguido manter sua iden- tidade cultural. O terceiro conceito leva em consideração as fronteiras políticas e a riqueza biológica encontrada dentro de cada nação. Os 17 países de Megadiver- sidade são aqueles com os mais altos índices de riqueza natural do mundo. Em todas as três abordagens, o Brasil tem posição de destaque. É o país campeão de Megadiversidade, tendo maior número de espécies do que qualquer outra nação. Possui também o maior bloco de área verde do planeta, a Floresta Amazônica. Além disso, em território brasileiro podem ser encontrados dois Hotspots importantes, a Mata Atlântica e o Cerrado. Para a definição de estratégias nacionais para os Hotspots brasileiros, a Conservation International do Brasil colaborou com o Projeto de Ações Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade dos Biomas Brasileiros, do Ministério do Meio Ambiente. Centenas de especialistas e representantes de várias instituições trabalharam em conjunto para a indicação das áreas mais críticas e importantes para conservação do Cerrado em 1998, e da Mata Atlântica em 1999. H O T S P O T S E W I L D E R N E S S A R E A S 07
  • 11. Andes Tropicais Chile Central Choco-Darien / Equador Ocidental Mata Atlântica Cerrado Florestas da Guiné / Africa Ocidental Re P Caribe Mesoamérica Província Florística da Califórnia Ilhas da Polinésia e Micronésia Mediterrâneo A S R E G I Õ E S M A I S R I C A S E HOTSPOTS Diversidade de Plantas Vasculares Endemismo de Plantas Vasculares 1 • Andes Tropicais 2 • Sundaland (Indonésia) 3 • Mediterrâneo 4 • Madagascar e Ilhas do Oceano Índico 5 • Mata Atlântica 6 • Região da Indo-Birmânia 7 • Caribe 8 • Filipinas 9 • Privíncia Florística do Cabo 10 • Mesoamérica 11 • Cerrado 12 • Sudoeste da Austrália 13 • Montanhas do centro-sul da China 14 • Ilhas da Polinésia e Micronésia 15 • Nova Caledônia 16 • Choco-Darien / Equador Ocidental 17 • Florestas da Guiné / Africa Ocidental 18 • Ghats Ocidentais (Índia) e Sri Lanka 19 • Província Florística da Califórnia 20 • Região do Karoo das Plantas Suculentas 21 • Nova Zelândia 22 • Chile Central 23 • Cáucaso 24 • Wallacea (Indonésia) 25 • Montanhas do Arco Oriental Total de Endemismo Porcentagem da Diversidade Global (300.000 plantas vasculares) 45.000 26.000 25.000 12.000 20.000 13.500 12.000 7.620 8.200 24.000 10.000 5.469 12.000 6.557 3.332 9.000 9.000 4.780 4.426 4849 2.300 3.429 6.300 10.000 4.000 20.000 15.000 13.000 9.704 8.000 7.000 7.000 5.832 5.682 5.000 4.400 4.331 3.500 3.334 2.551 2.250 2.250 2.180 2.125 1.940 1.865 1.605 1.600 1.500 1.500 133,499 44.5
  • 12. Província Florística do Cabo Montanhas do Arco Oriental, Florestas da Tanzânia e Quênia egião do Karoo das lantas Suculentas Montanhas do centro-sul da China Filipinas Wallacea (Indonésia) Madagascar e Ilhas do Oceano Índico Cáucaso Sundaland (Indonésia) Ghats Ocidentais (Índia) e Sri Lanka Sudoeste da Austrália Região da Indo-Birmânia Nova Caledônia Nova Zelândia A M E A Ç A D A S D O P L A N E TA 09
  • 13. A Conservation International tem se dedicado a fortalecer e expandir o envolvimento do setor pri- vado com a proteção do meio ambiente, acreditan- do que os elementos que garantem o sucesso de empresas - pessoas comprometidas, tecnologias inovadoras, produtos de qualidade e estratégias de marketing - também podem ser poderosos aliados na conservação da biodiversidade. No Brasil, os Hotéis Transamérica e o Grupo Agropalma, patrocinadores da publicação do livro sobre os Hotspots, são exemplos de empresas que têm investido na proteção do meio ambiente e colhido resultados ambientais e econômicos. PARCERIAS CORPORATIVAS UM INSTRUMENTO CHAVE PARA A CONSERVAÇÃO DOS HOTSPOTS 14