3. Objetivo do Espiritismo e seu
tríplice aspecto
(Capítulo do Livro "O Espiritismo ao alcance de todos“)
• Na obra O Espiritismo na sua mais simples
expressão Allan Kardec afirma:
O objetivo essencial do Espiritismo é melhorar os
homens, no que concerne ao seu progresso moral e
intelectual.
• “O verdadeiro espírita não é o que crê nas
comunicações, mas o que procura aproveitar os
ensinamentos dos Espíritos. De nada adianta
crer, se sua crença não o faz dar sequer um passo
na senda do progresso, e não o torna melhor para o
próximo”.
4. Objetivo do Espiritismo e seu
tríplice aspecto
• No livro O Que é o Espiritismo Kardec esclarece:
"O Espiritismo funda-se na existência de um mundo invisível, formado pelos
seres incorpóreos que povoam o espaço e que não são mais que as almas
daqueles que viveram na Terra, ou em outros globos, nos quais deixaram seus
invólucros materiais. São os seres a que chamamos Espíritos, seres que nos
cercam e incessantemente exercem sobre os homens sem que estes o
percebam, uma grande influência, e desempenham papel muito ativo no mundo
moral e mesmo, até certo ponto, no físico”.
• Ainda em O Que é o Espiritismo Kardec faz as seguintes afirmações:
"O Espiritismo, como doutrina moral, só impõe uma coisa: a necessidade de
fazer o bem e evitar o mal. É uma ciência de observação que, repito, tem
conseqüências morais. que são a confirmação e a prova dos grandes princípios
da religião; quanto às questões secundárias, ele as abandona à consciência de
cada um”.
“O Espiritismo não descobriu nem inventou os Espíritos, como não descobriu o
mundo espiritual, no qual se acreditou em todos os tempos; todavia, ele o prova
por fatos materiais e o apresenta em sua verdadeira luz, desembarançando-o
dos preconceitos e idéias supersticiosas, filhos da dúvida e da incredulidade”.
5. Objetivo do Espiritismo e seu
tríplice aspecto
• Em O Espiritismo na sua mais simples expressão Kardec
ainda esclarece:
“As instruções dadas pelos Espíritos de ordem elevada
sobre todos os assuntos que interessam à humanidade e
as respostas que deram às perguntas que lhes formulamos
foram recolhidas e coordenadas cuidadosamente e
constituem toda uma ciência, toda uma doutrina moral e
filosófica com o nome Espiritismo. O Espiritismo é, pois, a
doutrina fundada na existência, nas manifestações e no
ensinamento dos Espíritos. Esta doutrina acha-se exposta
de maneira completa no Livro dos Espíritos, em seu
aspecto filosófico, no Livro dos Médiuns, em sua parte
prática e experimental, e no Evangelho Segundo o
Espiritismo, em seu aspecto moral”.
6.
7. I - Ciência
• No Preâmbulo de O que é o Espiritismo, Kardec afirma que
"O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem
e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o
mundo corporal".
• Na mesma obra, Kardec acrescenta:
"O Espiritismo tem por fim demonstrar e estudar a
manifestação dos Espíritos, suas faculdades, sua situação
feliz ou infeliz, seu futuro; em suma, o conhecimento do
Mundo Espiritual.
"... Essa crença apoia-se sobre o raciocínio e sobre os
fatos. Eu próprio não a adotei senão depois de meticuloso
exame, o hábito das coisas positivas, sondei, perscrutei
esta nova ciência nos seus mais íntimos refolhos; busquei
explicar-me tudo, porque não costumo aceitar idéia alguma
sem lhe conhecer o como e o porquê".
8. I - Ciência
• Em O Evangelho Segundo o Espiritismo logo na
Introdução, item II, Kardec declara:
"Uma só garantia séria existe para o ensino dos Espíritos:
a concordância que haja entre as revelações que eles
façam espontaneamente, servindo-se de grande número
de médiuns estranhos uns aos outros e em vários lugares”.
• Também, no livro A Gênese (Introdução) diz:
"Generalidade e concordância do ensino, tal é o caráter
essencial da doutrina, a própria condição de sua
existência; do que resulta que todo princípio que não
recebeu a consagração do assentimento da generalidade
não pode ser considerado parte integrante desta
doutrina, mas simples opinião isolada da qual o Espiritismo
não pode assumir a responsabilidade”.
9. I - Ciência
• No prefácio do livro O Fenômeno Espírita Gabriel
Delanne afirma: "O Espiritismo é uma ciência cujo fim é a
dmonstração experimental da existência da alma e sua
imortalidade, por meio de comunicação com aqueles aos
quais impropriamente têm sido chamado de mortos".
• Na obra O que é a Mediunidade, de Celso
Martins, consta o seguinte:
"O Espiritismo tem um aspecto científico porque estuda, à
luz da razão e usando critérios científicos, com
metodologia específica, os fenômenos mediúnicos, ou
melhor, os fatos que colocam os homens em contato com
os espíritos, ocorrências estas que nada têm de
sobrenatural, porque estão dentro do contexto dos fatos
naturais, nada apresentando de milagroso nem de
superstições do povo crédulo e ignorante”.
10. I - Ciência
• Muito esclarecedor é o texto abaixo, constante de A Gênese, Cap. I - item
14, de Kardec:
"Como meio de elaboração, o Espiritismo procede exatamente da mesma
maneira que as ciências positivas, isto é, aplica o método experimental.
Fatos de ordem nova se apresentam, que não podem ser explicados pelas
leis, conhecidas; ele os observa, compara, analisa e, partindo dos efeitos
às causas, chega à lei que os rege, depois deduz as conseqüências e
busca as aplicações úteis. O Espiritismo não estabeleceu nenhuma teoria
preconcebida; assim, não se apresentam como hipótese nem a existência
e a intervenção dos Espíritos, nem o perispírito, nem a reencarnação, nem
qualquer dos princípios da doutrina; conclui-se pela existência dos
Espíritos porque essa existência resultou como evidência da observação
dos fatos; e assim os demais princípios. Não foram dos fatos que vieram
posteriormente confirmar a teoria, mas foi a teoria que veio
subseqüentemente explicar e resumir os fatos. Rigorosamente
exato, portanto, dizer que o Espiritismo é uma ciência da observação e
não o produto da imaginação. As ciências não fizeram progressos sérios
senão depois que os seus estudos se basearam no método experimental;
mas, acreditava-se que esse método não poderia ser aplicado senão à
matéria ao passo que o é igualmente às coisas metafísicas".
11.
12. II - Filosofia
• Diz Kardec, no Preâmbulo de O Que é o Espiritismo:
"O Espiritismo é, ao mesmo tempo uma ciência de
observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática
ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os
Espíritos; como filosofia, compreende todas as
conseqüências morais que dimanam essas mesmas
relações”.
“A Filosofia Espírita é a interpretação dos fenômenos
verificados e estudados pela Ciência Espírita. Esses
fenômenos revelam ao homem a estrutura do Universo, que
é a seguinte, como vemos em O Livro dos Espíritos, de Allan
Kardec: Deus, Espírito e Matéria. Uma vez constatada essa
realidade, e descoberto o mecanismo pelo qual o Espírito se
manifesta através da matéria, cessa o trabalho da
ciência, para começar a da filosofia”.
13. II - Filosofia
• J. Herculano Pires, ainda acrescenta:
" Filosofia Espírita, como disse Kardec, pertence genericamente ao que
costumamos chamar Filosofia Espiritualista, porque a sua visão do
Universo não se prende à Matéria, mas vai até o Espírito, que considera
como causa de tudo o que percebemos no plano material. Englobando na
sua interpretação cosmológica a Ciência Espírita, e tendo como
conseqüência a Religião Espírita, a Filosofia Espírita encerra em si mesma
toda a doutrina. É por isso que O Livro dos Espíritos, obra fundamental da
doutrina, não é propriamente um livro científico ou religioso, mas um
tratado filosófico”.
• Em Espiritismo Básico Pedro Franco Barbosa afirma:
"O caráter filosófico do Espiritismo está, portanto, no estudo que faz do
Homem, sobretudo Espírito, de seus problemas, de sua origem, de sua
destinação. Esse estudo leva ao conhecimento do mecanismo das
relações dos Homens, que vivem na Terra, com aqueles que já se
despediram dela, temporariamente, pela morte, estabelecendo as bases
desse permanente relacionamento, e demonstra a
existência, inquestionável, de algo que tudo ria e tudo
comanda, inteligentemente - Deus”.
14. II - Filosofia
• Assevera Celso Martins, em O que é a Mediunidade:
"O Espiritismo tem um aspecto filosófico porque, a partir dos fenômenos, dá uma
interpretação da vida, isto é, responde àquelas perguntas que apresentamos (...)
sobre o porquê da vida. De onde você veio e para onde você vai. A razão das
desigualdades que observamos entre as criaturas. Trata-se de uma filosofia
espiritualista porque admite, repito, com base nos fatos mediúnicos e anímicos, a
existência de um princípio espiritual no Universo, além do princípio material.
Equivale dizer que o Espiritismo vê no ser humano, não apenas o corpo material, de
carne e osso, de vísceras e sangue, de nervos e hormônios, mas também aquilo a
que as religiões, há séculos, deram o nome de alma.
“A filosofia espírita aceita que, acima destes dois princípios universais, o material e o
espiritual paira Deus, o Criador de tudo, a inteligência primária da Natureza
inteira, um Deus que é a suprema perfeição, um Deus que é Pai de Misericórdia e
Bondade, de Justiça e Amor, que criou todos os seus filhos para todos, sem
qualquer exceção, um dia, através de seus esforços, ao longo dos
tempos, sejam, de fato, felizes”.
15.
16. III - Religião
• Vejamos o que diz Kardec. No livro O Espiritismo na sua mais
simples expressão, claramente ele assegura:
"Do ponto de vista religioso o Espiritismo tem por base as
verdades fundamentais de todas as religiões: Deus, a alma, a
imortalidade, as penas e as recompensas
futuras, sendo, porém, independente de qualquer culto em
particular. Seu objetivo é provar àqueles que negam, ou que
duvidam, que a alma existe, que ela sobrevive ao corpo e que
sofre, após a morte, as conseqüências do bem e do mal que
praticar durante a vida corpórea: o objetivo de todas as religiões”.
• Em Obras Póstumas - Primeira Parte - Manifestações dos Espíritos
- Caráter e conseqüências religiosas das manifestações dos
Espíritos, há a seguinte afirmação de Kardec:
"O Espiritismo, firmado no conhecimento de leis ainda não
compreendidas, não vem destruir os fatos religiosos, mas torná-los
mais aceitáveis, dando-lhes explicação racional. O que ele vem
destruir são as falsas deduções daquelas leis, por erro ou
ignorância”.
17. III - Religião
• No Livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo” - Introdução, item I, Kardec
esclarece:
"Esta obra é para uso de todos. Dela podem todos haurir os meios de conformar
com a moral do Cristo o respectivo proceder. Aos espíritas oferece aplicações que
lhe concernem de modo especial. Graças às relações estabelecidas, doravante e
permanentemente, entre os homens e o mundo invisível, a lei evangélica, que os
próprios Espíritos ensinaram a todas as nações, já não será letra morta, porque
cada um a compreenderá e se verá incessantemente compelido a pô-la em
prática, a conselho de seus guias espirituais. As instruções que promanam dos
Espíritos são verdadeiramente as vozes do céu que vêm esclarecer os homens e
convidá-los à prática do Evangelho”.
• Nessa mesma obra, Cap. I - item 7, Kardec dispõe:
"Assim, como o Cristo disse: “Não vim destruir a lei, porém cumpri-la”, também o
Espiritismo diz: “Não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe execução”. Nada ensina
em contrário ao que ensinou o Cristo; mas, desenvolve, completa e explica em
termos claros e para toda gente, o que foi dito apenas sob forma alegórica. Vem
cumprir e preparar a realização das coisas futuras. Ele é pois, obra do Cristo, que
preside, conforme igualmente o anunciou, à regeneração que se opera e prepara o
reino de Deus na Terra”.
18. III - Religião
• No Cap. I - item 16 de A Gênese, Kardec afirma:
"Do mesmo modo que a ciência propriamente
dita tem por objeto o estudo das leis do princípio
material, o objeto especial do Espiritismo é o
conhecimento das leis do princípio espiritual ...”.
• No Cap. XII - item 18, acrescenta:
"Não é que o sobrenatural seja necessário às
religiões, mas sim o princípio espiritual, que
erradamente se confunde com o maravilhoso, e
sem o qual não há religião possível’.
19. III - Religião
• No discurso proferido na Sociedade Espírita de Paris, em 1º de
novembro de 1868 e publicado na Revista Espírita de
dezembro do mesmo ano, Kardec faz as seguintes
declarações:
"Dissemos que o verdadeiro objetivo das assembléias
religiosas deve ser a comunhão de pensamentos; é que, com
efeito, a palavra religião quer dizer laço. Uma religião, em sua
acepção nata e verdadeira, é um laço que religa os homens
numa comunidade de sentimentos, de princípios e de crenças
...”
"O laço estabelecido por uma religião, seja qual for o seu
objetivo, é pois, um laço, um laço essencialmente moral, que
liga os corações, que identifica os pensamentos, as
aspirações, e não somente o fato de compromissos
materiais, que se rompem à vontade, ou da realização de
fórmulas que falam mais aos olhos do que ao espírito ...”
20. III - Religião
"Se assim é, perguntarão, então o Espiritismo é uma religião?
Ora, sim, sem dúvida senhores. No sentido filosófico, o
Espiritismo é uma religião, e nós nos glorificamos por isto, porque
é a doutrina que funda os elos da fraternidade e da comunhão de
pensamentos, não sobre uma simples convenção, mas sobre
bases mais sólidas: as mesmas leis da natureza.
"Porque, então, declaramos que o Espiritismo não é uma
religião? Porque não há uma palavra para exprimir idéias
diferentes, e que, na opinião geral, a palavra religião é
inseparável da de culto; desperta exclusivamente uma idéia de
forma, que o Espiritismo não tem. Se o Espiritismo se dissesse
uma religião, o público não veria aí senão uma nova edição, uma
variante, se se quiser, dos princípios absolutos em matéria de fé;
uma casta sacerdotal com seu cortejo de hierarquias, de
cerimônias e de privilégios; não o separaria das idéias de
misticismo e dos abusos contra os quais tantas vezes se levantou
a opinião pública”.
21. Conclusão
• Como se vê, o Espiritismo não é religião no
sentido tradicional da palavra religião.
• Concluímos que o Espiritismo não tem culto
material exterior nem sacerdócio
organizado, como as religiões tradicionais; no
entanto, possui um conteúdo moral, ligando os
homens entre si e seu criador.
22. Leitura Complementar:
• Espiritismo Básico - Pedro Franco Barbosa - FEB.
• O que é a Mediunidade - Celso Martins - Leymarie.
• Vida e Obra de Allan Kardec - André Moreil - EDICEL.
• Recordando Deolindo Amorim - Celso Martins - Gráfica e
Editora do Lar/ABC do Interior
• Kardec, irmãs Fox e outros - Jorge Rizzini - EME.
• O Mistério do Bem e do Mal - J. Herculano Pires - Ed. Correio
Fraterno.
• Ciência Espírita - J.Herculano Pires - Ed. Paidéia.
• O Infinito e o Finito - Crônicas - J.Herculano Pires - Ed.
Correio Fraterno
• Evolução para o Terceiro Milênio - Carlos Toledo Rizzini -
EDICEL.
• Religião - Carlos Imbassahy - FEB.