O documento discute como escarificações podem ser uma forma de adolescentes lidarem com sofrimento emocional. Escarificações podem ser usadas para provocar dor física de forma controlada e assim aliviar a dor emocional intensa. Fazer marcas no próprio corpo também pode ajudar os adolescentes a se sentirem no controle e definirem sua identidade durante um período de transformações.
1) O documento discute o tema da obsessão, definindo-a como a atuação maléfica de um espírito desencarnado sobre um encarnado.
2) Fatores como culpa, remorso e pensamentos negativos predispõem o encarnado à obsessão, criando zonas vulneráveis à influência alheia.
3) A obsessão recíproca ocorre quando há uma simbiose entre o obsessor e o obsidiado, que se nutrem mutuamente através de vibrações e pensamentos.
O documento discute os conceitos de livre-arbítrio, fatalidade e conhecimento do futuro de acordo com o Livro dos Espíritos. Aponta que os humanos têm livre-arbítrio, mas suas escolhas prévias podem influenciar suas provas na Terra. A fatalidade existe apenas no momento da morte, predeterminado. O futuro geralmente permanece oculto para que os humanos ajam com liberdade.
O documento discute fenômenos anímicos auto-obsessivos, que são rememorações traumáticas de vidas passadas que podem se manifestar como distúrbios mentais na vida presente, como ansiedade e depressão. Essas manifestações são chamadas de "correntes mentais parasitas auto-induzidas" e podem vir acompanhadas de outros transtornos. A mediunidade reprimida, quando as habilidades mediúnicas não são disciplinadas, também pode levar a desequilíbrios psiquiátricos.
Este documento discute a morte de forma filosófica e espiritualista. Aprendemos que nossa jornada continua após a morte e que levamos conosco nossos hábitos e pensamentos. Devemos refletir sobre como vivemos para termos uma "boa morte" e poder evoluir em paz para planos superiores.
1) O documento discute como podemos nos libertar do passado reivindicando nossa liberdade no presente através do perdão. 2) Conta a história de como o autor superou ressentimentos do passado ao retornar à Base Aérea de Travis para uma palestra sobre perdão. 3) Enfatiza que só podemos viver livres do medo no presente quando nos libertamos do passado através do perdão.
1) A obsessão ocorre quando um espírito desencarnado influencia negativamente um encarnado, agindo nas sombras e se aproveitando de momentos de vulnerabilidade da vítima.
2) Momentos de emoções negativas como revolta, ódio e depressão representam uma "invigilância", uma porta aberta para a entrada de pensamentos obsessores.
3) Fatores como culpa, remorso e débitos do passado ("causas cármicas") predispõem a pessoa à obsessão, facilitando a aproximação dos espíritos
Aula ministrada no Instituto Ários Clínica e Pesquisa em Psicanálise e Psicologia que aborda:
PORQUE FAZER ANÁLISE ?
PERSONALIDADES
REFLEXÃO SOBRE OS CRITÉRIOS DE
ANALISABILIDADE.
CLÍNICA PSICANALÍTICA ATUAL.
INDICAÇÕES E CONTRA-INDICAÇÕES.
PRÁTICA PSICANALÍTICA ATRAVÉS DE ESTUDOS DE
CASOS.
1) O documento discute o tema da obsessão, definindo-a como a atuação maléfica de um espírito desencarnado sobre um encarnado.
2) Fatores como culpa, remorso e pensamentos negativos predispõem o encarnado à obsessão, criando zonas vulneráveis à influência alheia.
3) A obsessão recíproca ocorre quando há uma simbiose entre o obsessor e o obsidiado, que se nutrem mutuamente através de vibrações e pensamentos.
O documento discute os conceitos de livre-arbítrio, fatalidade e conhecimento do futuro de acordo com o Livro dos Espíritos. Aponta que os humanos têm livre-arbítrio, mas suas escolhas prévias podem influenciar suas provas na Terra. A fatalidade existe apenas no momento da morte, predeterminado. O futuro geralmente permanece oculto para que os humanos ajam com liberdade.
O documento discute fenômenos anímicos auto-obsessivos, que são rememorações traumáticas de vidas passadas que podem se manifestar como distúrbios mentais na vida presente, como ansiedade e depressão. Essas manifestações são chamadas de "correntes mentais parasitas auto-induzidas" e podem vir acompanhadas de outros transtornos. A mediunidade reprimida, quando as habilidades mediúnicas não são disciplinadas, também pode levar a desequilíbrios psiquiátricos.
Este documento discute a morte de forma filosófica e espiritualista. Aprendemos que nossa jornada continua após a morte e que levamos conosco nossos hábitos e pensamentos. Devemos refletir sobre como vivemos para termos uma "boa morte" e poder evoluir em paz para planos superiores.
1) O documento discute como podemos nos libertar do passado reivindicando nossa liberdade no presente através do perdão. 2) Conta a história de como o autor superou ressentimentos do passado ao retornar à Base Aérea de Travis para uma palestra sobre perdão. 3) Enfatiza que só podemos viver livres do medo no presente quando nos libertamos do passado através do perdão.
1) A obsessão ocorre quando um espírito desencarnado influencia negativamente um encarnado, agindo nas sombras e se aproveitando de momentos de vulnerabilidade da vítima.
2) Momentos de emoções negativas como revolta, ódio e depressão representam uma "invigilância", uma porta aberta para a entrada de pensamentos obsessores.
3) Fatores como culpa, remorso e débitos do passado ("causas cármicas") predispõem a pessoa à obsessão, facilitando a aproximação dos espíritos
Aula ministrada no Instituto Ários Clínica e Pesquisa em Psicanálise e Psicologia que aborda:
PORQUE FAZER ANÁLISE ?
PERSONALIDADES
REFLEXÃO SOBRE OS CRITÉRIOS DE
ANALISABILIDADE.
CLÍNICA PSICANALÍTICA ATUAL.
INDICAÇÕES E CONTRA-INDICAÇÕES.
PRÁTICA PSICANALÍTICA ATRAVÉS DE ESTUDOS DE
CASOS.
O documento discute o karma como a grande lei cósmica que rege a criação e a evolução. Explica que o karma é regido pelas leis da ação e reação e que o sofrimento é resultado das desarmonias causadas no passado, servindo para o aprendizado. Também descreve as 4 etapas do resgate kármico: conhecimento da desarmonia, aquiescência em resgatá-la, conhecimento do valor da desarmonia e o ressarcimento através do amor.
Este documento apresenta uma antologia poética de Maria da Penha Boina, organizada em três partes denominadas "Memento". A antologia contém poemas de temáticas variadas como cegueira, teatro, sonhos, ódio, amor, entre outros. A autora reflete sobre experiências e sentimentos humanos de forma concisa por meio da poesia.
1) O documento discute o despertar da existência humana através do amor. O amor desperta o ser para a vida e o impele a buscar outro ser com quem se completar.
2) A solidão do não-ser é quebrada quando um casal se encontra e se une no ato do amor, gerando potencialmente uma nova vida.
3) Cada nascimento representa um ser não-existente que busca conquistar a existência através do amor, assim como os guerreiros gregos conquistaram Troia através do Cavalo de
O documento discute o livre arbítrio e como ele pode ser exercido de forma consciente e responsável com base em valores e princípios eternos, citando filósofos como Kant e ensinamentos de Jesus Cristo.
1) A crise atual está na consciência humana, não nos aspectos econômicos ou políticos.
2) A consciência é comum a toda a humanidade, independentemente de localização geográfica.
3) As relações humanas são problemáticas porque são baseadas em imagens criadas pelo pensamento, não no amor.
2.7.7 Simpatias e antipatias terrestresMarta Gomes
Tanto a simpatia quanto a antipatia não decorre necessariamente de um conhecimento anterior, mas decorre essencialmente da afinidade/repulsa de pensamentos, afinidade/repulsa fluídica, vibracional que as pessoas têm.
O documento discute os ensinamentos de Jesus sobre amor, perdão e não-julgamento. Jesus ensinou que o amor é a lei suprema do universo e que a melhor maneira de vencer o sofrimento é agir com bondade no presente. Ele também pregou a importância do perdão e disse que ninguém deve julgar os outros.
Este documento apresenta uma introdução sobre o conceito de esquizofrenia social e sua abordagem no trabalho. A autora propõe estudar como a dicotomia de informações na mídia pode afetar a integridade do homem e as consequências sociais, levando em conta as contradições. Também discute o desenvolvimento do sujeito social dentro da família e as pressões da sociedade contemporânea.
(O Evangelho segundo o Espiritismo - Bem aventurados os aflitos. Cap. V. Item 14 ao 17. Allan Kardec)
O video a que se refere esta palestra encontra-se neste link: http://www.youtube.com/watch?v=f62Y5_KQgA8
1) O documento discute o "lado negro do despertar", explicando que o despertar não é um processo amável e sim um processo de transformação dolorosa que destrói crenças e identidades.
2) É explicado que não há karma ou vidas passadas que determinem o destino, e sim que os seres humanos têm total liberdade e podem escolher como experienciar o próprio despertar.
3) O documento enfatiza que a iluminação não é algo externo como curar pessoas, e sim um processo interno de amar a si mesmo.
Este documento discute a mediunidade de acordo com o Espiritismo. Emmanuel explica que a mediunidade não deve ser vista apenas como a capacidade de receber mensagens espirituais, mas como uma faculdade inerente a todos os seres humanos de serem influenciados pelos espíritos. Ele também ressalta que nascemos ligados às nossas vidas passadas e ao mundo espiritual, e que nossa encarnação atual é parte de um longo processo evolutivo.
Conflitos existenciais joanna de angelis - divaldo franco.pdfMarcos Paterra
1. O documento discute os conflitos existenciais que surgem como testes de resistência para o indivíduo humano à luz da psicologia, psicanálise e psiquiatria.
2. Esses conflitos, como medo, raiva e ciúme, fazem parte do processo de evolução espiritual e devem ser enfrentados com sabedoria para que a felicidade possa ser conquistada.
3. Muitos desses conflitos têm origem em heranças atávicas de vidas passadas e precisam ser superados para que o espí
O documento discute o livre arbítrio na visão espírita, definindo-o como a capacidade de escolher livremente sem influências externas. Explica que Deus concedeu o livre arbítrio para que o homem possa distinguir o bem do mal por experiência própria e ser responsável por suas ações. Finalmente, enfatiza a importância de usar corretamente o livre arbítrio e buscar inspiração em Jesus para tomar boas decisões.
Este documento discute a importância da responsabilidade e preparo na experimentação com a mente e o mundo espiritual. Emmanuel enfatiza que os pensamentos são recursos poderosos que exigem cuidado em seu uso, e que é necessário equilíbrio entre a curiosidade e o medo para evitar mistificações ou fechamento à aprendizagem. A mente é comparada a uma lavoura que requer esforço conjunto e cuidados para produzir frutos positivos.
O documento discute vícios comportamentais e químicos. Apresenta conceitos de hábito e vício, e discute que todo vício é um sintoma resultante do medo de assumir controle sobre a própria vida. Também aborda que espíritos obsediados podem se alimentar dos fluidos gerados por substâncias como álcool e cigarro, e que a mediunidade requer cuidados para evitar influências prejudiciais.
O documento apresenta uma introdução a uma obra filosófica sobre a presença total do ser. Defende que o pensamento não nos separa do mundo mas nos permite estabelecer-nos nele, descobrindo a imensidão do real do qual fazemos parte. Argumenta que só é possível confiar na vida e no pensamento se estivermos inscritos num absoluto presente em todo o seu inteiro, do qual somos responsáveis.
INFILTRAÇÃO DE ÁGUA NO SOLO SOB ESCARIFICAÇÃO E ROTAÇÃO DE CULTURASLuciana Ramos
Este estudo avaliou a infiltração de água em um solo sob diferentes sistemas de rotação de culturas e escarificação. No primeiro ano, a escarificação inicial aumentou a infiltração de água no solo. A rotação com Brachiaria ruziziensis e mamona proporcionou maior infiltração. Nas parcelas sem escarificação, o sistema radicular das culturas aumentou a taxa de infiltração ao longo do tempo.
O documento discute comportamentos sexuais de adolescentes, incluindo fertilidade, controle parental, doenças sexualmente transmissíveis, anticoncepcionais, e gravidez na adolescência. Fatores sociais e culturais influenciam os comportamentos sexuais e processos biológicos.
Este prefácio discute a importância de se considerar o contexto social na abordagem da adolescência e da saúde na psicologia. A autora ressalta a necessidade de reflexões críticas sobre esses temas que levem em conta o Estatuto da Criança e do Adolescente e a proteção integral preconizada por ele. O texto também apresenta brevemente a evolução histórica dos conceitos de saúde e adolescência.
O documento discute as etapas do desenvolvimento na adolescência, incluindo as transformações físicas, cognitivas e socioemocionais que ocorrem durante este período. Aborda os principais aspectos da puberdade, o desenvolvimento do pensamento formal e abstrato, e a importância da construção da identidade e das relações com os pares nesta fase.
O Adolescência é uma transição entre a infância e a idade adulta marcada por grandes mudanças físicas, cognitivas e psicossociais. Durante este período, os jovens passam por um rápido crescimento e amadurecimento sexual através da puberdade, o que pode afetá-los psicologicamente. Além disso, eles enfrentam novos riscos à saúde como distúrbios alimentares, uso de drogas e acidentes.
O documento discute o karma como a grande lei cósmica que rege a criação e a evolução. Explica que o karma é regido pelas leis da ação e reação e que o sofrimento é resultado das desarmonias causadas no passado, servindo para o aprendizado. Também descreve as 4 etapas do resgate kármico: conhecimento da desarmonia, aquiescência em resgatá-la, conhecimento do valor da desarmonia e o ressarcimento através do amor.
Este documento apresenta uma antologia poética de Maria da Penha Boina, organizada em três partes denominadas "Memento". A antologia contém poemas de temáticas variadas como cegueira, teatro, sonhos, ódio, amor, entre outros. A autora reflete sobre experiências e sentimentos humanos de forma concisa por meio da poesia.
1) O documento discute o despertar da existência humana através do amor. O amor desperta o ser para a vida e o impele a buscar outro ser com quem se completar.
2) A solidão do não-ser é quebrada quando um casal se encontra e se une no ato do amor, gerando potencialmente uma nova vida.
3) Cada nascimento representa um ser não-existente que busca conquistar a existência através do amor, assim como os guerreiros gregos conquistaram Troia através do Cavalo de
O documento discute o livre arbítrio e como ele pode ser exercido de forma consciente e responsável com base em valores e princípios eternos, citando filósofos como Kant e ensinamentos de Jesus Cristo.
1) A crise atual está na consciência humana, não nos aspectos econômicos ou políticos.
2) A consciência é comum a toda a humanidade, independentemente de localização geográfica.
3) As relações humanas são problemáticas porque são baseadas em imagens criadas pelo pensamento, não no amor.
2.7.7 Simpatias e antipatias terrestresMarta Gomes
Tanto a simpatia quanto a antipatia não decorre necessariamente de um conhecimento anterior, mas decorre essencialmente da afinidade/repulsa de pensamentos, afinidade/repulsa fluídica, vibracional que as pessoas têm.
O documento discute os ensinamentos de Jesus sobre amor, perdão e não-julgamento. Jesus ensinou que o amor é a lei suprema do universo e que a melhor maneira de vencer o sofrimento é agir com bondade no presente. Ele também pregou a importância do perdão e disse que ninguém deve julgar os outros.
Este documento apresenta uma introdução sobre o conceito de esquizofrenia social e sua abordagem no trabalho. A autora propõe estudar como a dicotomia de informações na mídia pode afetar a integridade do homem e as consequências sociais, levando em conta as contradições. Também discute o desenvolvimento do sujeito social dentro da família e as pressões da sociedade contemporânea.
(O Evangelho segundo o Espiritismo - Bem aventurados os aflitos. Cap. V. Item 14 ao 17. Allan Kardec)
O video a que se refere esta palestra encontra-se neste link: http://www.youtube.com/watch?v=f62Y5_KQgA8
1) O documento discute o "lado negro do despertar", explicando que o despertar não é um processo amável e sim um processo de transformação dolorosa que destrói crenças e identidades.
2) É explicado que não há karma ou vidas passadas que determinem o destino, e sim que os seres humanos têm total liberdade e podem escolher como experienciar o próprio despertar.
3) O documento enfatiza que a iluminação não é algo externo como curar pessoas, e sim um processo interno de amar a si mesmo.
Este documento discute a mediunidade de acordo com o Espiritismo. Emmanuel explica que a mediunidade não deve ser vista apenas como a capacidade de receber mensagens espirituais, mas como uma faculdade inerente a todos os seres humanos de serem influenciados pelos espíritos. Ele também ressalta que nascemos ligados às nossas vidas passadas e ao mundo espiritual, e que nossa encarnação atual é parte de um longo processo evolutivo.
Conflitos existenciais joanna de angelis - divaldo franco.pdfMarcos Paterra
1. O documento discute os conflitos existenciais que surgem como testes de resistência para o indivíduo humano à luz da psicologia, psicanálise e psiquiatria.
2. Esses conflitos, como medo, raiva e ciúme, fazem parte do processo de evolução espiritual e devem ser enfrentados com sabedoria para que a felicidade possa ser conquistada.
3. Muitos desses conflitos têm origem em heranças atávicas de vidas passadas e precisam ser superados para que o espí
O documento discute o livre arbítrio na visão espírita, definindo-o como a capacidade de escolher livremente sem influências externas. Explica que Deus concedeu o livre arbítrio para que o homem possa distinguir o bem do mal por experiência própria e ser responsável por suas ações. Finalmente, enfatiza a importância de usar corretamente o livre arbítrio e buscar inspiração em Jesus para tomar boas decisões.
Este documento discute a importância da responsabilidade e preparo na experimentação com a mente e o mundo espiritual. Emmanuel enfatiza que os pensamentos são recursos poderosos que exigem cuidado em seu uso, e que é necessário equilíbrio entre a curiosidade e o medo para evitar mistificações ou fechamento à aprendizagem. A mente é comparada a uma lavoura que requer esforço conjunto e cuidados para produzir frutos positivos.
O documento discute vícios comportamentais e químicos. Apresenta conceitos de hábito e vício, e discute que todo vício é um sintoma resultante do medo de assumir controle sobre a própria vida. Também aborda que espíritos obsediados podem se alimentar dos fluidos gerados por substâncias como álcool e cigarro, e que a mediunidade requer cuidados para evitar influências prejudiciais.
O documento apresenta uma introdução a uma obra filosófica sobre a presença total do ser. Defende que o pensamento não nos separa do mundo mas nos permite estabelecer-nos nele, descobrindo a imensidão do real do qual fazemos parte. Argumenta que só é possível confiar na vida e no pensamento se estivermos inscritos num absoluto presente em todo o seu inteiro, do qual somos responsáveis.
INFILTRAÇÃO DE ÁGUA NO SOLO SOB ESCARIFICAÇÃO E ROTAÇÃO DE CULTURASLuciana Ramos
Este estudo avaliou a infiltração de água em um solo sob diferentes sistemas de rotação de culturas e escarificação. No primeiro ano, a escarificação inicial aumentou a infiltração de água no solo. A rotação com Brachiaria ruziziensis e mamona proporcionou maior infiltração. Nas parcelas sem escarificação, o sistema radicular das culturas aumentou a taxa de infiltração ao longo do tempo.
O documento discute comportamentos sexuais de adolescentes, incluindo fertilidade, controle parental, doenças sexualmente transmissíveis, anticoncepcionais, e gravidez na adolescência. Fatores sociais e culturais influenciam os comportamentos sexuais e processos biológicos.
Este prefácio discute a importância de se considerar o contexto social na abordagem da adolescência e da saúde na psicologia. A autora ressalta a necessidade de reflexões críticas sobre esses temas que levem em conta o Estatuto da Criança e do Adolescente e a proteção integral preconizada por ele. O texto também apresenta brevemente a evolução histórica dos conceitos de saúde e adolescência.
O documento discute as etapas do desenvolvimento na adolescência, incluindo as transformações físicas, cognitivas e socioemocionais que ocorrem durante este período. Aborda os principais aspectos da puberdade, o desenvolvimento do pensamento formal e abstrato, e a importância da construção da identidade e das relações com os pares nesta fase.
O Adolescência é uma transição entre a infância e a idade adulta marcada por grandes mudanças físicas, cognitivas e psicossociais. Durante este período, os jovens passam por um rápido crescimento e amadurecimento sexual através da puberdade, o que pode afetá-los psicologicamente. Além disso, eles enfrentam novos riscos à saúde como distúrbios alimentares, uso de drogas e acidentes.
O documento discute a sexualidade humana desde o nascimento até a adolescência, incluindo o desenvolvimento físico e emocional nessa fase. Aborda tópicos como a puberdade, masturbação, orientação sexual emergente, relacionamentos e riscos da atividade sexual precoce. Aponta que a comunicação entre pais e filhos sobre sexualidade é deficiente e importante para ajudar os jovens a compreenderem esse período transformador de suas vidas.
O documento discute a importância da autoconsciência para a libertação de conflitos internos. Aponta que a aceitação dos aspectos positivos e negativos do ego é essencial para a integração do Self. Defende que a diluição da sombra através da compreensão e do amor próprio é mais eficaz do que o combate ou negação dos aspectos negativos.
Este documento discute os estágios da vida humana e a importância da sabedoria. Aprendemos com nossos instintos na infância, vivemos no presente e futuro como adultos, e olhamos para o passado quando idosos. A sabedoria vem da integração do conhecimento e compreensão ao longo da vida, reconciliando contradições como livre-arbítrio e determinismo. O terapeuta ideal compreende pacientes por empatia, não só conhecimento.
SÉRIE FOTOGRÁFICA - O Prazer Afetivo Da Resignação (2012)Sarita Birth
O documento discute como o corpo humano é usado para comunicação e expressão da identidade através de gestos, expressões faciais e vestimenta. A saúde do corpo está ligada à saúde emocional e às relações sociais. Viver com uma doença crônica exige uma luta constante para afirmar a própria existência e identidade, apesar das limitações impostas e do preconceito da sociedade.
O documento discute a teoria do sonho de Sigmund Freud. De acordo com Freud, o sonho é a satisfação de um desejo inconsciente. O documento também aborda brevemente a biografia de Freud e o desenvolvimento de sua teoria psicanalítica.
O documento discute a capacitação de formadores em práticas restaurativas no ambiente escolar. Aborda temas como conflitos escolares, violência, adolescência e técnicas para dissolução de conflitos de forma pacífica, como o diálogo e a mediação. O objetivo é construir um ambiente escolar saudável pautado pelo respeito e alteridade.
Baseado no livro: "EM BUSCA DO SER " - O quarto caminho para uma nova Consciencia , do autor Russo: G.I.GURDJIEFF.
Ele comenta sobre os 4 níveis da consciência; onde o ser humano transita: o sono acordado (desperto), do sono sem sonhos, sono com sonhos e consciência cósmica...
Nesse nível da consciência cósmica, o ser atinge a perfeita identificação com os ideais superiores da vida, da qual Jesus é o exemplo perfeito. Podemos repetir aqui a palavra inscrita no Evangelho de João capítulo V: “EU E O PAI SOMOS UM”.
O documento discute os conceitos de individuação, individualidade, individualismo e personalismo. Individuação é definido como o processo de expressar a singularidade de cada um através do autoconhecimento. Individualidade é o conjunto de atributos que fazem cada um único. Individualismo é focar nos próprios interesses ao invés dos da sociedade, enquanto personalismo valoriza a pessoa como um todo.
Estranhos rumos seguros roteiros - O Homem Integral - Cap IIfespiritacrista
O documento discute temas como liberdade, aparências sociais, fobia social, ódio e suicídio. Apresenta mitos da antiguidade como representações dos conflitos humanos e como estes mitos deram lugar a novas realidades e símbolos de conquista. Também reflete sobre a vida ensinar a apreciar cada momento, perdoar, sonhar e viver intensamente.
O documento discute a relação entre autoconsciência e sentido existencial. Aponta que a falta de autoconsciência leva ao individualismo e consumismo, além de relacionamentos superficiais. Defende que o desenvolvimento da autoconsciência passa pela busca do significado interior ao invés de conquistas materiais, e pelo reconhecimento de uma realidade espiritual maior.
Jiddu Krishnamurti - A Essência da Maturidade.pdfHubertoRohden2
1) O documento discute dois problemas fundamentais da humanidade: violência e sofrimento. Resolver esses problemas é essencial para o progresso humano.
2) Não adianta abordar esses problemas apenas intelectualmente, mas sim de forma real e total, envolvendo-se profundamente neles. Devemos observar a nós mesmos e nossos problemas sem julgamentos.
3) Para compreender a violência e o sofrimento em toda a sua extensão, precisamos ver a totalidade da vida e não apenas partes dela. Isso requer uma
O documento introduz os conceitos fundamentais do existencialismo, incluindo a noção de que cada pessoa é responsável por se fazer a si mesma através de escolhas livres, e que a existência humana é singular, concreta e em constante transformação através de relações com os outros.
O documento discute a finitude da vida humana e a inevitabilidade da morte. A vida é descrita como uma expressão da finitude e sofrimento, enquanto a morte é vista como uma companheira constante. Embora lutemos contra a morte, é natural e parte da existência humana. Devemos aceitar nossa natureza finita, mas também a imortalidade da alma.
Este documento apresenta reflexões sobre a espiritualidade humana a partir de diferentes perspectivas culturais e tradições religiosas. Em três frases, resume os principais pontos abordados: discute a natureza multifacetada do ser humano de acordo com tradições como a bíblica, grega e africana; explora grandes temas espirituais como o mal, a salvação e os caminhos para a libertação na visão de tradições como o budismo, hinduísmo e cristianismo; e reflete sobre desafios atuais como a rel
1. O documento discute aspectos psicológicos da gestão de si a partir da perspectiva da psicologia fenomenológica.
2. A psicologia fenomenológica enfatiza que o ser humano é um ser relacional, corporal e intencional que busca o autoconhecimento e o crescimento.
3. Seis questões são abordadas como critérios para avaliar a saúde existencial de uma pessoa: como lida com as relações, a temporalidade, a espacialidade, a corporeidade, a conscientização e a af
O documento discute os fundamentos filosóficos da biblioterapia a partir da fenomenologia e do existencialismo. A fenomenologia é apresentada como o estudo das essências vividas e da intencionalidade da consciência, enquanto o existencialismo foca na existência humana, na angústia, liberdade e responsabilidade do indivíduo por suas escolhas.
O documento discute o sentimento da culpa e como ele é representado no Tarô, especialmente pela carta "9 de Espadas". Também fala sobre como o Tarô pode ajudar no autoconhecimento, revelando aspectos do subconsciente, e sobre a importância de não se deixar consumir pela culpa, mas sim aprender com os erros.
Destino, livre arbítrio e fatalidade c es-b 09 04 2011grupodepaisceb
Este documento discute questões sobre destino, fatalidade e livre arbítrio. Aborda temas como o que é destino e fatalidade, se o futuro já está escrito, como se justificam profecias, e como a justiça divina atua no contexto das fatalidades. Também explora a relação entre destino, fatalidade e livre arbítrio, e como lidar com revezes e provações da vida. Várias obras espíritas e não-espíritas são citadas.
Artigo sobre o suicídio e sua prevenção. Aborda-se a questão do luto e do drama envolvendo o suicídio e suas consequências, tanto para os seus praticantes, quanto para os sobreviventes. Traz também a visão espírita, que é de esperança e nunca de condenação do suicida.
Concepção, gravidez, parto e pós-parto: perspectivas feministas e interseccionais
Livro integra a coleção Temas em Saúde Coletiva
A mais recente publicação do Instituto de SP traça a evolução da política de saúde voltada para as mulheres e pessoas que engravidam no Brasil ao longo dos últimos cinquenta anos.
A publicação se inicia com uma análise aprofundada de dois conceitos fundamentais: gênero e interseccionalidade. Ao abordar questões de saúde da mulher, considera-se o contexto social no qual a mulher está inserida, levando em conta sua classe, raça e gênero. Um dos pontos centrais deste livro é a transformação na assistência ao parto, influenciada significativamente pelos movimentos sociais, que desde a década de 1980 denunciam o uso irracional de tecnologia na assistência.
Essas iniciativas se integraram ao movimento emergente de avaliação tecnológica em saúde e medicina baseada em evidências, resultando em estudos substanciais que impulsionaram mudanças significativas, muitas das quais são discutidas nesta edição. Esta edição tem como objetivo fomentar o debate na área da saúde, contribuindo para a formação de profissionais para o SUS e auxiliando na formulação de políticas públicas por meio de uma discussão abrangente de conceitos e tendências do campo da Saúde Coletiva.
Esta edição amplia a compreensão das diversas facetas envolvidas na garantia de assistência durante o período reprodutivo, promovendo uma abordagem livre de preconceitos, discriminação e opressão, pautada principalmente nos direitos humanos.
Dois capítulos se destacam: ‘“A pulseirinha do papai”: heteronormatividade na assistência à saúde materna prestada a casais de mulheres em São Paulo’, e ‘Políticas Públicas de Gestação, Práticas e Experiências Discursivas de Gravidez Trans masculina’.
Parabéns às autoras e organizadoras!
Prof. Marcus Renato de Carvalho
www.agostodourado.com
1. 25
Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 16, n. 33, p. 25-40, jan./jun. 2010
Escarificações na adolescência: uma abordagem antropológica
ESCARIFICAÇÕES NA ADOLESCÊNCIA:
UMA ABORDAGEM ANTROPOLÓGICA
David Le Breton
Université March Bloch – França
Resumo: Piercings e tatuagens são formas de embelezamento do corpo. São esco-lhidos
por sua beleza, por sua valorização do rosto ou corpo, por sua originalidade.
Eles representam uma assinatura do sujeito sobre a pele. Em contrapartida, outros
sujeitos não se reconhecem em uma pele que os prende à uma identidade intolerável.
As escarificações são então um traçado de si mesmo. Trata-se de provocar a própria
dor para ter menos dor. As escarificações são técnica de sobrevivência para os jovens
em sofrimento.
Palavras-chave: adolescência, corpo, escarificações, sofrimento.
Abstract: Piercings and tattoos are forms of body decoration. They are chosen be-cause
of their beauty, their valuing of the face or the body, their originality. They rep-resent
a signature of the person on their skin. However, other people do not recognize
themselves in a skin that arrests them to an intolerable identity. Thus, scarifications
are a layout of themselves. It is about provoking your own pain in order to have less
pain. Scarifications are survival techniques for teenagers in suffering.
Keywords: adolescence, body, scarifications, suffering.
Resistir ao sofrimento
A mania das marcas corporais (tatuagens, piercings, etc.) pode ser ana-lisada
como um desejo de obter a sua “marca” no mundo de uma maneira lú-dica,
perto de si, com seu corpo. Para salvar a sua pele, entra-se em uma nova
pele. Daí também a importância das lesões corporais intencionais (cortes, ci-catrizes,
etc.), nas pistas, dessa vez, da aflição. Frente à avalanche de emoções
que experimentam, alguns adolescentes batem sua cabeça contra uma parede,
2. 26
Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 16, n. 33, p. 25-40, jan./jun. 2010
David Le Breton
quebram a mão contra uma porta, queimam-se com um cigarro, se ferem para
conter um sofrimento que leva tudo em seu caminho. Ou, em segredo, fazem
inscrições cutâneas com um compasso, com vidro, com uma navalha, com
uma faca… Chocando-se contra o mundo, de maneira a se machucar, recu-peram
o controle de uma emoção poderosa e destrutiva, eles procuram uma
contenção e encontram então a dor ou os ferimentos. Conjuração de impotên-cia
por um desvio simbólico que os permite ter controle sobre uma situação
que lhes escapa.
A pele envolve o corpo, os próprios limites, estabelece a fronteira entre
o dentro e o fora de maneira vívida, porosa, pois ela também é uma abertura
para o mundo, uma memória viva. É um termômetro do gosto pela vida. Ela
envolve e incorpora a pessoa distinguindo-a dos demais. É uma tela onde pro-jetamos
uma identidade sonhada, como no caso da tatuagem, do piercing ou
das inúmeras maneiras de encenar a aparência que regem as nossas socieda-des.
Ou pelo contrário, ela encarcera em uma identidade insuportável da qual
desejamos abdicar, tendo como testemunha as lesões corporais deliberadas.
A pele é uma instância de manutenção do psiquismo, isto é, de enraizamen-to
do sentimento de si dentro de um corpo que individualiza. Ela também
exerce uma função de contenção, ou seja, de amortecimento das tensões que
vêm de fora e de dentro. Fronteira que protege contra a agressão externa ou
contra a tensão íntima, dá ao indivíduo a sensação dos limites de significado
que o autorizam a sentir-se tomado por sua existência, ou à deriva do caos e
da vulnerabilidade (Anzieu, 1985). A relação com o mundo de cada homem
é, portanto, uma questão de pele, e de solidez ou não da sua função de con-tenção.
Não estar bem em sua pele implica algumas vezes a reorganização
de sua superfície para vestir uma nova pele e nela melhor se encontrar. As
marcas corporais são balizas identitárias, formas de inscrever limites na pele,
e não apenas enquanto metáfora (Le Breton, 2002). A pele participa intensa-mente
no processo de separação-individuação que caracteriza a passagem do
adolescente.
O adolescente sente-se enredado em um corpo que não é seu, mesmo
que pertença a ele, preso em um corpo rebelde que fracassa incorporar como
o seu próprio. Ele se sente errado, desajeitado, ridículo, feio, sente-se outro,
sem conseguir esclarecer quem é. Em completa metamorfose, não reconhece
mais o que fora outrora, na relativa euforia da infância, quando seus pais ainda
tinham resposta para tudo e quando ele não tinha nenhuma dúvida assustadora
3. 27
Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 16, n. 33, p. 25-40, jan./jun. 2010
Escarificações na adolescência: uma abordagem antropológica
para enfrentar. Ele ainda não se reconhece em seu rosto de homem ou de
mulher, e esse momento de passagem é lacerado por dúvidas, desconforto,
assombrado pelo medo do jovem de nunca se encontrar, nunca preencher de
sentido o abismo, entre ele e ele mesmo, que se abriu bruscamente. Esse corpo-despojo
do adolescente é o lugar onde se cristalizam todos os males. Ataques
ao corpo são antes de tudo um ataque contra os significados que lhes são ine-rentes.
Como as tentativas de suicídio, em outro nível, que são tentativas de se
livrar de uma pele que adere à pele um sentimento insuportável de si mesmo,
forma simbólica de destruí-la para adotar uma nova pele, e tornar-se diferente
de si próprio. O corpo, especialmente a pele, que é sua instância visível, é o
recurso mais imediato para alterar sua relação com o mundo. Redesenhando
suas fronteiras, o indivíduo manipula as relações entre o eu e o outro, o dentro
e o fora, o corpo e o mundo, etc. Procura inscrever-se noutra dimensão do real.
Mudando seu corpo, ele pretende, antes de tudo, mudar sua vida.
Para o adolescente, o corpo, enquanto representação da relação com o
mundo, é simultaneamente o mundo interno e o mundo externo. Ele é, ao mes-mo
tempo, eu e não-eu, em suas mudanças, a sexualização que o atravessa, o
sentimento de ser propriedade dos pais, etc. O corpo representa, então, o in-termediário,
um eu já alhures no mundo e um mundo já em si mesmo. O corpo
é rejeitado fora de si, separado por mecanismos de defesa que fazem dele um
objeto transicional paradoxal, um objeto lançado contra o mundo na tentativa
de forçar uma passagem para existir apesar de tudo (Le Breton, 2007, 2009).
Se um evento abriu um abismo na existência, ou se um sofrimento difuso im-pede
o pensamento, o corpo, especialmente a pele, é o refúgio para se agarrar
à realidade e não afundar. A utilização do corpo em situação de sofrimento se
impõe, para não morrer. Aquele que está em carne viva, no plano dos senti-mentos,
esfola sua pele como em uma espécie de homeopatia. Para recuperar
o controle, ele tenta se machucar, mas para ter menos dor.
O jovem exterioriza alguma coisa de seu caos interior a fim de vê-la mais
claramente, ele reproduz em ato uma impossibilidade de dizer as coisas ou de
transformá-las. Onde as palavras falham, o corpo fala, não para se perder, mas
para encontrar marcas, restaurar uma fronteira coerente e propícia em rela-ção
ao mundo exterior. As palavras são, por vezes, muito impotentes frente à
força dos significados ligados aos eventos, e a passagem pelo corpo se torna,
então, a única opção. Esses comportamentos são tentativas de controlar um
universo interior que ainda escapa e de elaborar uma relação menos confusa
4. 28
Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 16, n. 33, p. 25-40, jan./jun. 2010
David Le Breton
entre o eu e o outro em si mesmo. Formas paradoxais de comunicação, se eles
não refletem um pensamento consciente e finalizado, tampouco representam
uma atividade instantânea de pensamento. Perante os ataques da angustia e do
sofrimento, é preciso sair de si, chocar-se ao mundo para cortar rente o afeto.
Os atentados à integridade corporal, em princípio, em nada dizem res-peito
à hipótese de morrer. As incisões, as escarificações, as queimaduras, as
agulhadas, os cortes, os esfolamentos, as inserções de objetos sob a pele não
são um indício de uma vontade de se destruir ou de morrer. Não são tentativas
de suicídio, mas tentativas de viver (Le Breton, 2007). São a melhor forma de
bricolar significados em seu corpo, sacrificando uma parte de si para poder
continuar a existir. A ferida autoinfligida é oposição ao sofrimento, ela é um
compromisso, uma tentativa de restauração do sentido. A conspiração íntima
é menos existência contra a existência do que a seu favor, ela tenta traçar
uma saída para finalmente permitir ser quem se é. O ato de passagem do ata-que
corporal, e não a passagem-ao-ato, onde a conduta de risco conjura uma
catástrofe de sentido, ela absorve os efeitos destrutivos fixando-os na pele e
tentando recuperar o controle.
Cortar a aflição pela raiz
O momento do ataque ao corpo é precedido pelo sentimento de perda de
si, de uma perda de qualquer substância num tipo de hemorragia de sofrimento
que destrói os próprios limites. Ele faz parte da vertigem que caracteriza todos
os comportamentos de risco (Le Breton, 2009), este sentimento de cair em si
mesmo que evoca uma perda de controle e lucidez, como se o solo do pen-samento
entrasse em colapso, momento da ruptura com o real, de turbilhão.
Quando ocorre nessas circunstâncias, sem qualquer premeditação, ele não é
todavia desprovido de uma consciência residual. O sujeito não se deteriora,
não importa onde ou como. Há uma (antropo)lógica da ação, uma coerência,
uma busca de conciliação e não de destruição pessoal. A profundidade do
entalhe e o local de sua execução jamais são aleatórios. Os cortes são rea-lizados
sob a égide da visão, da mesma forma que não são feitos na face ou
órgãos sexuais (salvo raras exceções, mas cujo prognóstico é mais pesado),
eles não são feitos em qualquer lugar ou desacompanhados de um controle.
A visão tem um efeito de controle sobre o ato. Mas, principalmente, ela ajuda
5. 29
Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 16, n. 33, p. 25-40, jan./jun. 2010
Escarificações na adolescência: uma abordagem antropológica
a materializar o sofrimento sob a forma da incisão e do sangue. O choque do
olhar multiplica o choque das sensações, e adiciona eficácia ao alívio experi-mentado.
Esses jovens são lúcidos sobre o que fazem e sobre o que procuram,
e falam disso com perspicácia.
O corte é uma incisão de realidade, ele dá um imediato enraizamento do
sujeito na espessura de sua existência. O sujeito em sofrimento se apega à sua
pele para não escorregar. Ele procura nela um vestígio de realidade, obtido
pelo sangue, pela dor possível. O corte é um freio que serve como contentor,
uma cura para não morrer, não desaparecer no colapso de si. Uma vez feita
a incisão, o sujeito reencontra uma calma temporária. A incisão fornece uma
barreira para afastar os sentimentos de perda narcísica, a ascensão meteórica
da ansiedade ou de um sentimento que ameaça levar tudo em seu caminho.
O sofrimento transborda, ele arromba e ameaça destruir um eu enfraquecido
e vulnerável. O papel da barreira de excitação da pele é ultrapassado pela
virulência da emoção, e o corte é a única oposição ao sentimento de ser pre-judicado.
O jovem sente o aumento do afeto como uma asfixia. Entalhando
seu corpo e fazendo sair aquilo que o sufoca, ele recupera sua respiração,
e encontra entre si e o mundo um espaço de simbolização que restaura sua
posição como ator. O invólucro do sofrimento é perfurado por uma agressão
voltada contra si mesmo, porque apenas ela é controlável. A incisão corporal
é um freio para o colapso. O choque de realidade que ela introduz, a dor con-sentida,
o sangue que corre, reconectam os fragmentos de si mesmo. Ela per-mite
juntar seus pedaços. Ela alimenta a sensação de estar vivo e restaura os
próprios limites. A incisão permite uma autorrepresentação, uma individuação
que permite romper o sentimento de queda, de vertigem. A despersonalização
é cortada rente pelo ato.
A restauração brutal das fronteiras do corpo, da própria unidade, o freio
da queda na dor, eles removem a vertigem e provocam a sensação de estar
vivo e de ser real, e então voltar a ser quem se é. O paradoxo da lesão inten-cional
é preencher uma lacuna de sentido através da qual flui o sofrimento. Ela
fala do desapontamento pelo eu e pelo outro, direcionando os golpes contra
um lugar do corpo, a pele, que melhor simboliza a interface com o mundo.
Ela se destina a cortar a tensão pela raiz. A lesão é a prova da existência in-cessantemente
reiterada, enquanto uma significação mais favorável não foi
elaborada, para restaurar o sentimento do real.
6. 30
Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 16, n. 33, p. 25-40, jan./jun. 2010
David Le Breton
O sujeito experimenta uma invasão mortal, ele vive um colapso de signi-ficado,
a implantação de um sentimento que parece interminável; atira-se con-tra
seu corpo para inscrever um limite sobre a pele, a fixação da vertigem. Em
vez de ser vítima, ele se torna o ator. A incisão é um meio paradoxal, mais pro-visoriamente
eficaz, de lutar contra a vertigem pela iniciativa de saltar no va-zio,
mas controlando suas condições. Quando o sofrimento submerge, entram
em colapso as fronteiras entre o eu e o eu mesmo, entre o exterior e interior,
entre o sentimento da presença e as emoções que surgem. A redenção é en-frentar
o mundo, em busca de um contentor. A lesão tenta romper a dissolução,
ela testemunha a tentativa de reconstituir a relação interior-exterior através de
uma manipulação dos limites de si mesmo. É uma restauração temporária do
invólucro narcísico. O dano psíquico é absorvido por uma pele que não é to-talmente
sua, já que o corpo não é aceito, enraizado numa existência renegada,
nem totalmente outro, já que é lugar inevitável da presença no mundo.
O desvio pela agressão física é uma forma paradoxal de apaziguamento.
O corpo é matéria de cura, já que é matéria de identidade. Ele é suporte de
um remédio severo, mas eficaz. A dor purifica o sujeito de seus “humores”
infelizes, ela o põe na trilha após quitar a dívida momentânea. O sangue não é
uma substância qualquer, ele provém do corpo, é associado com a vida e com
a morte, com a saúde e com as feridas, fazê-lo espalhar-se deliberadamente
remete à busca de um poder de transgressão. Os poderes simbólicos do sangue
para as medicinas tradicionais, no que concerne à cura, são altamente com-provados.
Substância de vida interna e ao mesmo tempo substância de morte,
quando se derrama para fora, ele é sempre revestido de um poder simbólico,
sobretudo se aquele que o faz jorrar é o controlador daquilo que se inflige.
O corte é um sinal identitário para se purgar do “sangue ruim”, do “pus”, da
“sujeira” que existe em si, expulsá-lo de si é reencontrar, provisoriamente,
um corpo limpo e não invadido pelo outro. A escarificação é um tipo de ho-meopatia
simbólica. Quando o sangue surge sobre a pele, ele é um influxo
de realidade para o sujeito que se escarifica, colocando a tensão fora de si.
“It’s all right to hurt yourself because it proves you are real.” (Favazza, 1987,
p. 195). “Je veux évacuer quelque chose de mauvais, ce qui me ronge et me
détruit, je veux l’expulser, que ça s’arrête.” (Vanessa, 19 anos, estudante). O
desinvestimento de si retorna sob a forma dessas imagens negativas. O fluxo
do sangue é um tipo de “drenagem” dessa onda de sofrimento e de impureza
na qual o indivíduo está imerso.
7. 31
Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 16, n. 33, p. 25-40, jan./jun. 2010
Escarificações na adolescência: uma abordagem antropológica
Remédio contra a desintegração pessoal, a incisão é parte do fogo que
salvaguarda a existência. Ela é um ritual particular para retornar ao mundo de-pois
de quase perder seu lugar, pagando seu preço. O fluxo de sangue reforça a
fronteira entre o dentro e o fora, ele materializa uma fronteira tranquilizadora.
Trata-se de liberar-se de tensões intoleráveis que ameaçam desintegrar o eu.
Após a incisão, a calma retorna, o mundo é novamente passível de ser pen-sado,
mesmo se continua, muitas vezes, sendo doloroso. O corpo é o espaço
transicional que permite distinguir de maneira radical o interior e o exterior,
ele é o equilíbrio da existência, usado como objeto transicional para suportar a
dureza das circunstâncias. “Tant que quelqu’un a du sang en lui, il a en même
temps la capacité de se donner un enveloppement chaud et protecteur”, diz
uma paciente de J. Kafka (1969, p. 209).
A sensação de relaxamento experimentada, às vezes até mesmo uma sen-sação
de alegria, resulta do alívio que produz o ato posterior à purgação dos
sentimentos, ele permite recolocar-se de pé, não mais ser levado pelo caos.
Esse desaparecimento da tensão, e a surpresa de voltar a ser quem se era, é o
que induz a essa formulação comum, repleta de equívocos possíveis, fazendo
referência a uma sensação agradável, especial, etc., que parecem referir-se a
cenários sadomasoquistas, ao passo que traduzem bem a resolução súbita da
tensão.
A escarificação é muito mais uma tentativa de controlar as sensações cor-porais,
um autocontrole, retomando a distribuição do poder, assim que as feri-das
requerem, para alguns, que sejam cuidadas secretamente, para não chamar
a atenção para elas, ou, ao contrário, mantê-las como centro das sensações.
Em ambos os casos, que podem se alternar, o sujeito continua a se sentir vivo,
experimentando a consistência de sua relação com o mundo por meio da re-cordação
de um limite, até mesmo em sua carne.
Atos de passagem e não passagens-ao-ato
Essas ameaças deliberadas são tentativas de forçar a passagem para exis-tir.
Martina, agora com 38 anos, cortou-se por muitos anos, por volta de seus
20 anos, quando era estudante:
C’était un état d’esprit. Une sorte de trop plein de quelque chose. Il fallait que
je le fasse sortir, comme du pus. Quelque chose de destructeur. C’était une sorte
8. 32
Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 16, n. 33, p. 25-40, jan./jun. 2010
David Le Breton
d’énergie noire, il fallait que je la supprime, et je la faisais physiquement sortir
de moi, peut-être parce que je ne pouvais pas la dire.
Falando de si mesma, evoca a busca obsessiva por balizas que torturava,
então, sua existência:
Il y avait une recherche de limites. Mais pas seulement à travers le fait de me
couper. Je voulais trouver le point où je ne pouvais pas aller plus loin. Ces limi-tes
là je les ai cherchées dans le risque, le danger. Je me suis mis sans cesse dans
des situations de déséquilibre. Je cherchais quelque chose qui allait me ramener
là où j’étais en sécurité.
Ela conclui enfaticamente: “Les coupures c’était la seule manière de su-pporter
cette souffrance. C’est la seule manière que j’ai trouvée à ce moment
là pour ne pas vouloir mourir.”
Chloe, vítima de incesto, contou com sutileza como esses cortes não ape-nas
faziam-na suportar esses episódios de sofrimento mas produziam igual-mente
um tipo de saber sobre a adversidade vivida: “Je trouve qu’on apprend
à comprendre et à accepter sa douleur. Pour moi, à ce moment, c’est à ça que
ça servait.” Lucie, também uma vítima de incesto, explica que
c’est un peu comme si on arrivait nous-mêmes à gérer notre souffrance. C’est
pas quelqu’un de l’extérieur qui va nous faire du mal, comme dans le cas de
l’inceste ou de l’abus sexuel, ce mal c’est nous-mêmes qui nous l’infligeons.
Donc on a un contrôle sur la souffrance subie. D’autres choses entrent en jeu,
c’est aussi, entre guillemets, un mal pour un bien. C’est laisser sortir une cer-taine
souffrance qui pourrait être dite avec des mots et qui passe là par une
maltraitance du corps.
As condutas de risco ou as escarificações são frequentemente descritas
como passagens-ao-ato, o que raramente são. Elas oscilam entre acting out e
o que gostaríamos de nomear de atos de passagem. A passagem-ao-ato não
é uma modalidade de resolução da tensão interna, ela a mantém no seio do
sujeito, como se ele se debatesse dentro de uma rede. O acting out, na tradi-ção
lacaniana, quando do seminário sobre a angústia, é um ato cujo objetivo
inconsciente é ser visto, na busca de reconhecimento pelos outros ou por um
outro. Forma paradoxal de comunicação, não está sob a égide de uma cons-ciência
clara, mas exige cuidados. Se ela é mostrada aos outros, o ferimento
9. 33
Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 16, n. 33, p. 25-40, jan./jun. 2010
Escarificações na adolescência: uma abordagem antropológica
proposital visa também chamar a atenção para si, provocar a compaixão e o
amor. Ela pode não ser exibida intencionalmente, mas o sujeito, inconsciente-mente,
age para que suas cicatrizes ou feridas sejam descobertas.
A passagem-ao-ato é um deslizamento do jovem fora da cena social,
ela deriva apenas de uma consciência residual, ela constantemente conduz
ao pior. É certo que o resultado pode transformar-se em comunicação com
os outros, se o jovem disso fala ou se as marcas de sua conduta são desco-bertas.
Mas em todos os casos, em grau maior ou menor, o ato autoriza uma
passagem, uma transição para a outra margem. O acting out é uma tentativa
de restauração do laço, a passagem-ao-ato é uma maneira de escapar da ad-versidade.
Mas mesmo esse último é potencialmente um ato de passagem caso
se torne, posteriormente, causa de comunicação ou um retorno a si mesmo do
jovem. Em contraste, de maneira mais imediata, o ato de passagem é um ato
deliberado, perfeitamente pensado, para superar o crescimento da emoção. A
ação sobre si mesmo que funciona como um suporte para desvincular-se de
antigos fardos, remédio para extirpar-se de uma situação sem saída. O ato de
passagem, mesmo se repetido, é um caminho traçado no corpo, cujo preço é
pago, para reencontrar e reestabelecer o laço social. Ele funda, ao longo do
tempo, em si e em torno de si, as condições para a continuidade da existência.
Nesse caso, o apoio simbólico dos outros faltou, levando o jovem a recorrer
aos seus próprios recursos.
As ritualizações íntimas participam da superação da barreira do sofri-mento
e desenham uma área de transição onde se emaranham a experiência
emocional e o processo de simbolização. São, constantemente, resistências
imediatas, ou exibidas ao longo do tempo, diante do mal-estar experimentado.
Maneira de curvar-se e de levantar-se diante da emoção ou da situação sem
se quebrar, de manifestar uma forma de esquiva eficaz que evita a ruptura, as
condutas de risco permitem um enfrentamento, são formas de coping, com-portamentos
de ajuste a uma situação pessoal dolorosa. O período da juventu-de
é também um ponto de viragem, ele é uma encruzilhada de caminhos. Se
a infância fertiliza as dificuldades da idade adulta, é no momento da adoles-cência
que o indivíduo delas se desembaraça ou no qual elas se organizam de
maneira definitiva. É uma segunda chance para que as falhas da infância se
resolvam, mas elas podem também se acentuar. Entretanto, o mais frequente
é que encontrem elas mesmas uma resolução por causa do alargamento de
possibilidades de ação do jovem, do distanciamento dos pais.
10. 34
Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 16, n. 33, p. 25-40, jan./jun. 2010
David Le Breton
Um invólucro de dor
A dor da lesão e sua cicatrização, a tensão que permanece na pele, a visão
da ferida ou seus traços acalmam a dor. O freio da dor física persegue o caos e
dá o sentimento de poder sempre controlá-lo. Daí a valorização do instrumen-to
utilizado para numerosos adolescentes que se cortam: a navalha, o estilete,
a faca, o pedaço de vidro, que são usados ritualmente, são percebidos como
objetos de salvaguarda que fornecem apaziguamento. Os ataques ao corpo
tentam restabelecer uma contenção para a pele através do estabelecimento
regular, não de um invólucro de sofrimento (Anzieu, 1985, p. 109), mas de
um invólucro de dor1 que permite justamente o controle do sofrimento. Essa
última é da ordem do incontrolável e da evasão de si, a dor autoinfligida não
possui tal virulência, ela é uma sobrecarga dolorosa mas que vem justamente
para conter o sofrimento que existe na vida e no interior da pessoa. A oferenda
da dor é uma tentativa de aliviar o sofrimento. Ela restaura uma função defei-tuosa
de vínculo com o mundo. Mary, uma paciente de J. Kafka, fala bastante
bem desse imperativo de não adicionar sofrimento, mas lutar contra ele. Ela
explica a seu terapeuta que ela se corta com uma lâmina de barbear, mas para
quando a dor se torna muito grande, e ela se esforça para manter-se sobre
uma linha na qual finalmente se sente “viva”. A dor é procurada apenas sob a
forma de um limite, um freio identitário que alimenta o sentimento de existir.
Quando transborda e transforma-se em sofrimento, Mary para de cortar-se e
olha o sangue fluir com calma, de maneira quase feliz (Kafka, 1969, p. 207).
Je gravais, je gravais, et je voyais ce sang qui coule, je me souviens même pas
que ça faisait mal, je me souviens que ça piquait, ça piquait, ça oui […]. Je crois
que j’avais tellement mal au coeur que je ne sentais pas la douleur en fait […].
La première fois je l’ai fait avec du verre que j’avais trouvé et puis, comme une
cinglée, je suis repassée dessus deux ou trois jours après avec une lame de rasoir,
et je me trimbalais avec un canif dans le sac à cette époque là, donc, avec le canif
aussi en fait, après c’est devenu pratiquement systématique. Dès que quelque
chose n’allait pas, je repassais dessus. Après je l’ai fait à la cheville, c’est vrai
que ça fait moins mal, la cheville, oui, puis je devais être moins amoureuse pour
1 O sofrimento é justamente aquilo ao qual se opõe o ataque ao corpo. Trata-se de jogar a dor contra o
sofrimento (Le Breton, 2007). É exatamente o que explica porque tantos adolescentes dizem que suas
incisões não os machucam. Eles sentem bem o corte, mas não o sentem como um sofrimento.
11. 35
Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 16, n. 33, p. 25-40, jan./jun. 2010
Escarificações na adolescência: uma abordagem antropológica
sentir plus la douleur […]. Tu sais que tu vis, déjà, quand tu te coupes, tu ressens
des sensations, tu te sens vivante, et après, quand tu vois ton sang, c’est comme
si ta vie elle t’appartiens, je peux faire ce que je veux, mon sang je peux le faire
couler comme je veux, mon corps il est à moi. Si je veux je peux m’ouvrir les
veines, je peux mourir, je suis maître vraiment de mon corps, j’existe quoi, c’est
un peu ce sentiment là quand tu vois ton sang couler. (Muriel).
Na falta de um investimento emocional suficiente, da parte dos pais, du-rante
a infância (falta de containing), ou na sequencia de um ferimento interior
(incesto, abuso sexual, frustração, etc.), o indivíduo fica em falta, em suspenso
de si mesmo. O corpo, não tendo sido sentido como experiência de prazer, fica
fora de si, descolado, vinculando-se apenas através de uma dor controlada
que restaura um signo identitário. A pele não é mais a fronteira favorável de
regulação das trocas de sentido. A dor e a cicatriz reformulam os contornos,
restabelecem uma fronteira ainda a ser retomada entre o dentro e o fora, pre-enchem
as lacunas. O invólucro da dor é o preço a ser pago para garantir sua
própria continuidade. Não se trata, em nenhum caso, de masoquismo, já que
o objetivo não é desfrutar da dor, e sim de sofrê-la e assegurar, desse modo,
uma existência de outro modo incerta. Essa necessidade de provocar dor a si
mesmo, para ter menos sofrimento, de experimentar suas fronteiras pessoais
para assegurar sua existência, conhece enormes variações individuais, e o sig-nificado
íntimo do ato tem uma polissemia surpreendente (Le Breton, 2003).
A incisão é superficial ou profunda de acordo com a intensidade do sofri-mento
sentido, ela é limitada a uma parte do corpo ou dispersa. Ela economiza
uma possível intervenção no mundo. Mudamos nosso corpo diante da falta
de poder mudar um ambiente nefasto, amortecemos em nós um ataque do
exterior ou do interior, ameaçador para o sentimento identitário. A incisão é
antes de tudo uma cirurgia de significados. Ela permite que “isso” saia. A con-versão
do sofrimento em dor física restaura provisoriamente o enraizamento
no mundo. O apaziguamento obtido se apresenta diferentemente de acordo
com as circunstâncias e de acordo com as pessoas que atentam contra seus
corpos. Alguns se dizem “acalmados” pelo simples fato do ferimento, outros
pela dor sentida no momento, outros pelo fluxo do sangue. Em princípio, o
apaziguamento é sempre provisório. Ele não resolve nada das circunstâncias
que provocaram a tensão, mas oferece uma trégua.
As lesões corporais serem significativamente mais numerosas nas garo-tas
do que nos garotos confirma o fato de que, para as primeiras, o sofrimento
12. 36
Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 16, n. 33, p. 25-40, jan./jun. 2010
David Le Breton
se interioriza, ao passo que para os segundos ele toma mais a forma de uma
agressão contra o mundo exterior (Le Breton, 2007). A mulher toma para si a
aflição, enquanto o homem se projeta com força contra o mundo. Esses com-portamentos,
mesmo à margem, reproduzem padrões educativos que impõem
ao homem uma demonstração de si, acompanhando os valores tradicional-mente
associados à virilidade: agressividade, violência, alcoolismo, excesso
de velocidade são por vezes explicitamente valorizados como condutas “vi-ris”.
O homem deve demonstrar que está à altura, que sabe enfrentar os de-safios,
proteger a sua honra, fazer-se respeitar, que ele suporta sua dor ou
consegue burlar a lei, se tem uma chance de não ser pego.
A mulher internaliza sua consternação, traduzida mais facilmente em
fragilidade, indo ao encontro dos critérios de sedução que são impostos a ela.
Mas direcionando seu sofrimento (aquele que existe em sua vida) contra a
sua própria pele, a mulher rejeita também o modelo de sedução que a sufoca
e que faz de sua aparência o principal critério de avaliação sobre quem ela é,
enquanto homem é julgado sobretudo pelos seus feitos. Ela diz exatamente
que está sempre à flor da pele. E que às vezes não aguenta mais, riscando-a
com gestos raivosos, buscando se livrar de uma identidade feminina que cola
em sua pele mas que ela não mais suporta (Le Breton, 2003).
Esse investimento, diferindo na pele de homens e mulheres, se traduz
também nos status respectivos de seus entalhes. Enquanto a mulher muitas
vezes age de maneira solitária e discreta,2 é comum que o homem o faça sob
o olhar de outros, numa clara demonstração de sua “virilidade”. Numa situ-ação
de dificuldades, ele acredita ser bom mostrar que não as tem e que não
devem julgá-lo através de aparências enganosas. Um sofrimento certamente
está refletido em seu ato, mas o ataque é sublimado, ampliado, desviado para
outro significado que supostamente o valoriza. Slim, 17 anos, está num café
com amigos de sua idade, que dele debocham gentilmente. As mesas estão
2 Em um contexto de institucionalização, o status da lesão autoinfligida difere. Se ela é mais comumente
secreta no contexto da vida cotidiana, se exibe claramente se o sujeito está preso, separado da família.
A lesão é então uma forma de teste da capacidade da equipe educativa, ou que dele toma conta, de
reconhecê-lo. A verificação toma forma, por vezes, de uma tortura repetitiva, o jovem procura saber até
onde ele pode ir na mobilização da paciência da equipe. Mas, paralelamente, os cuidados necessários
são momentos de engatar o diálogo, uma maneira de dizer mais do que de recorrer ao corpo, e que leva
frequentemente o jovem a recusar totalmente o médico ou o hospital com o objetivo de ser acolhido por
uma educadora, um psicólogo, uma figura percebida como suscetível de entender a queixa melhor do que
outros (Le Breton, 2003).
13. 37
Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 16, n. 33, p. 25-40, jan./jun. 2010
Escarificações na adolescência: uma abordagem antropológica
repletas de copos vazios de cerveja. O tom das discussões aumenta. Slim, que
acumula fracassos pessoais, inflama-se repentinamente para mostrar sua força
de caráter. Ele tira a sua camiseta e pega a faca que estava no seu bolso e se
corta várias vezes no peito com um ar de desafio. Ele proclama diante de seus
amigos atordoados: “Je vous baise tous.” Slim proclamou simbolicamente sua
virilidade, mesmo que, até agora, a vida jamais tenha se mostrado sorridente
para com ele. As lesões deliberadas são, por vezes, uma manifestação de ex-celência
viril e resistência, mas elas também estão destacando o sofrimento
sentido interiormente, da mesma forma que os hematomas causados por gol-pes
contra uma mesa ou uma porta, no rosto ou nas mãos, golpes autodirecio-nados,
são masculinos.
Faire la part du feu3
As escarificações impressionam mais fortemente do que as condutas de
risco das gerações jovens que levam à hipótese não negligenciável de morrer.
Uma pessoa que se corta está, no entanto, longe de colocar sua vida em peri-go.
Mas o ferimento deliberado choca os espíritos, porque mostra uma série
de transgressões insuportáveis para a nossa sociedade: as das fronteiras do
corpo, o fato de infligir-se dor deliberadamente, o fluxo de sangue, e o jogo
simbólico com a morte. Ao cortar a pele, o indivíduo rompe com a sacralidade
social do corpo. A pele é um recinto impenetrável, e o contrário causa horror.
Da mesma forma, é impensável que alguém se fira, em plena consciência, sem
que se evoque a loucura, masoquismo ou perversidade. O derramamento de
sangue é uma outra proibição transgredida, já que, para numerosos de nossos
contemporâneos, sua simples visão provoca desmaios ou terror. E, todavia, te-mos
aqui indivíduos que deliberadamente fazem correr o sangue. Mais além, o
corte é um jogo simbólico com a morte naquilo que imita o suicídio, jogando
com a dor, com o sangue, com a mutilação (Le Breton, 2003, 2007). Em se
tratando de condutas de risco ou de escarificações, a transgressão abre o cami-nho
para a salvação possível.
3 Optamos por manter a expressão “faire la part du feu” tal qual apresentada no texto original do autor, já
que a mesma não possui equivalente em língua portuguesa, significando a opção por resignar-se a perder
o que não pode ser salvo para conservar o restante (N. de T.).
14. 38
Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 16, n. 33, p. 25-40, jan./jun. 2010
David Le Breton
Etimologicamente, sacrifício significa sacra-facere, a ação de tornar sa-grados
atos ou coisas. O sacrifício expele o sujeito para fora da vida ordinária,
ele fornece um aumento de sentidos, uma intensidade de ser propício à mu-dança,
à autotransformação radical, na proporção da significação daquilo que
é sacrificado de si mesmo. Liberando o sagrado, ou seja, a intensidade de ser,
a escarificação restitui ao ator recursos próprios para redefinir sua existên-cia.
Para aquele que aceita pagar o preço se anuncia uma possível vita nova,
uma passagem para fora da zona de turbulência, um renascimento no mundo
através de recursos de sentido renovados que varrem de uma vez o antigo
sentimento de identidade. O sacrifício aqui é desvelamento ou revelação de si,
cujo impacto é mais ou menos forte. A escarificação é uma forma simbólica
de faire la part du feu. Ferir-se para estar menos ferido. Ela opõe a dor ao so-frimento,
a lesão física à lesão moral. Muriel, 16 anos na época, o testemunha
com eloquência. Apaixonada por um rapaz viciado em drogas e traficante, ela
acaba de saber que ele está novamente preso. Ela está só em um parque públi-co.
Seu olhar recai sobre um caco de vidro no chão. Ela grava em sua pele as
iniciais de seu namorado, ela formula de maneira exemplar o poder de atração
de um corte nesses momentos de aflição:
T’es tellement malheureuse au fond de toi-même, c’est le chagrin d’amour, tu
vois. T’es tellement malheureuse dans ton coeur, et puis tu te fais mal pour avoir
une douleur corporelle plus forte pour ne plus sentir ta douleur dans le coeur, tu
vois un peu comment c’est?
Nesse contexto, o sacrifício não se inscreve num desejo de troca inte-ressada,
na medida em que o sujeito ignora o que virá a seguir. A provação
se impõe ao seu corpo coagido. As condutas de risco ou os ataques ao corpo
não perseguem uma lógica de interesse, mas sim de perda, de consumação.
Buscam um significado prenunciado, sobre o qual o indivíduo não tem uma
consciência clara. A eficácia simbólica envolvida é poderosa o suficiente por
causa das transgressões feitas pelo ato para transformar o sujeito.
Para a objeção de que tais comportamentos são privados e não são vá-lidos
para outros, que são antirritos, ou rituais degradados ou perturbados, é
fácil de responder que apenas o ator é responsável por seu significado, apenas
a ele convém o investimento que opera sobre ele. Um rito socialmente valori-zado
não é necessariamente feliz para o ator que pode vivê-lo com o tédio ou
15. 39
Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 16, n. 33, p. 25-40, jan./jun. 2010
Escarificações na adolescência: uma abordagem antropológica
a indiferença, pode permanecer sem qualquer eficácia se não for apropriado
pelo ator em primeira pessoa. O que importa, no que diz respeito aos compor-tamentos
ou aos ataques ao corpo durante a adolescência, não é a dimensão
social e valorizada do comportamento, mas o que envolve o jovem que a eles
se entregam, a busca que é dele e cujo objetivo nem sempre conhece.
Todo sofrimento testemunha esse algo que foi freado no movimento da
vida, mas ainda assim continua o seu caminho e deve continuar a viver sem se
perder completamente. A lesão voluntária permite avançar sobre o fio da nava-lha,
para encontrar uma existência que não seja mais fulminada pelo sofrimen-to.
O intolerável da morte na vida e da vida na morte remete à necessidade de
se libertar da ambivalência, resolver a calamidade de sentidos para dar lugar
à cicatrização das lembranças, quer dizer, uma memória que possamos evocar
através de palavras, e não mais pela dor e pelo sangue. O ataque ao corpo é
uma recolocação dos significados em movimento, mesmo quando o indivíduo
vivia uma espécie de muro barrando seu horizonte. O sacrifício é um duro
golpe contra o sofrimento, tomando a iniciativa de fazer-se mal, uma vontade
de faire la part du feu para livrar-se do pior.
Esses comportamentos dolorosos permitem o enfrentamento, são formas
de adaptação a uma situação pessoal dolorosa. Apontar o caráter antropo-lógico
ou pato-lógico, insistindo em sua natureza provisória, não significa tampouco
que é preciso deixar o adolescente se machucar. Se esses comportamentos são
chamados para viver, eles também são pedidos de ajuda, solicitando um re-conhecimento,
um acompanhamento do jovem, uma compreensão de que são
signos de um sofrimento intenso a montante. Eles não devem passar como in-diferentes,
mobilizando órgãos de saúde pública, organizações de prevenção,
de apoio aos adolescentes, para impedi-los ou, se não for possível, para acom-panhá-
los e reduzir a violência. Estes são jovens em sofrimento. A primeira
tarefa de nossa sociedade é convencê-los de que sua existência é preciosa, e
de desviá-los desses jogos de morte para levá-los aos jogos de viver. A ferida
provocada é uma abertura, um acting out, ela procura, inconscientemente, um
interlocutor. São jovens em busca de adultos dando a eles o gosto de viver. Daí
a necessidade, se possível, de tomar conta, em termos de acompanhamento ou
de psicoterapia, de presença, conselhos, ou simplesmente de amizade.
Os atos de passagem são as alavancas para uma retomada do diálogo
ou de um acompanhamento. Em sua grande maioria, esses comportamentos
afetam os adolescentes “comuns”, que não sofrem de qualquer patologia no
16. 40
Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 16, n. 33, p. 25-40, jan./jun. 2010
David Le Breton
sentido psiquiátrico do termo, mas sofrem de lesões reais ou imaginárias em
suas vidas. Esses atos de passagem se impõem às jovens mulheres, ou, mais
raramente, jovens homens “comuns”, mas enfrentando uma zona de turbulên-cia,
uma aflição persistente ou transitória que deve ser superada, mantendo-os
vivos. As escarificações são o preço a pagar para não se perder, a parte a ser
sacrificada para salvar o todo da existência. Elas são um recurso antropo-lógico
para opor-se a esse sofrimento e preservar-se.
Traduzido do francês por Débora Krischke Leitão e Maria Eunice Maciel.
Referências
ANZIEU, D. Le moi-peau. Paris: Dunod, 1985.
FAVAZZA, A. R. Bodies under siege: self-mutilation in culture and psychiatry.
Baltimore: The John Hopkins University Press, 1987.
KAFKA, J. S. The body as transitional object: a psychoanalytic study of a
self-mutilating patient. British Journal of Medical Psychology, v. 42, n. 3,
p. 207-212, 1969.
LE BRETON, D. Signes d’identité: tatouages, piercings et autres marques
corporelles. Paris: Métailié, 2002.
LE BRETON, D. La peau et la trace: sur les blessures de soi. Paris: Métailié,
2003.
LE BRETON. En souffrance: adolescence et entrée dans la vie. Paris: Métailié,
2007.
LE BRETON, D. Condutas de risco: dos jogos de morte ao jogo de vivir.
Campinas: Autores Associados, 2009.
Recebido em: 06/10/2009
Aprovado em: 26/03/2010