SlideShare uma empresa Scribd logo
18/11/2010

CLÍNICA
PSICANALÍTICA:
RE-ARRANJOS
CLÍNICOS

Psic. Bruno Chagas
Julho de 2010

"... Cada um de nós é uma biografia, uma
história, uma narrativa singular que, de
modo contínuo e inconsciente, é
construída por nós, por meio de nós e
em nós, através de nossas percepções,
sentimentos, pensamentos, ações e, não
menos importante, por nosso discurso,
nossas narrativas faladas...".
(Oliver Sacks)

1
18/11/2010

“SERÁ POSSIVEL TRANSMITIR
PSICANÁLISE, SE FORMAR COMO
PSICANALISTA, SEM TER A
PACIÊNCIA DE SE DEBRUÇAR COM
AMOR SOBRE O TEXTO TEÓRICO,
PARA RETRABALHÁ-LO E SOBRE O
TEXTO DE NOSSA ALMA E DE
NOSSO CORPO, COM O PRAZER DE
DESEJAR PARTICIPAR ATIVAMENTE
NUMA MUDANÇA, EMBORA
MÍNIMA DA COMBINATÓRIA DE
NOSSOS ELEMENTOS QUÍMICOS E
PULSIONAIS DESEJANTES”
J-D NASIO

O OBJETIVO DESTE TRABALHO É :
PORQUE FAZER ANÁLISE ?
PERSONALIDADES
REFLEXÃO SOBRE OS CRITÉRIOS DE
ANALISABILIDADE.
CLÍNICA PSICANALÍTICA ATUAL.
INDICAÇÕES E CONTRA-INDICAÇÕES.
PRÁTICA PSICANALÍTICA ATRAVÉS DE ESTUDOS DE
CASOS.

2
18/11/2010

• Nenhum dos autores da
Psicanálise detém a totalidade do
saber sobre o ICS e seus efeitos, e
que nenhuma proposta clinica é
capaz de dar conta de todas as
formas de sofrimento psíquico.

O que uma análise pode fazer não é eliminar
a divisão do sujeito, mas propiciar que ele
deixe de responder cegamente ao desejo
inconsciente – que é sempre desejo (de se
fazer objeto) do desejo de um Outro-, de
modo a tornar-se capaz de responsabilizar
por sua condição desejante. Esta consiste
justamente na impossibilidade de satisfazer
plenamente o desejo e, portanto, na
permanente tarefa de realizá-lo na
produção simbólica.

3
18/11/2010

Mas então quem é o Outro ?
“o lugar de onde pode ser colocado, para ele,
a questão de sua existência” isto é: de sua
sexualidade e de seu desejo, de sua procriação
e de sua filiação, de sua existência e de sua
morte, do destino que terá sido o seu, enfim.
J. Lacan, "Em uma questão preliminar a qualquer tratamento
possível da psicose", Écrits, Paris, Editions du Seuil, 1966, p.
549.

Ex. clínico:
• Em Freud, o “Homem dos Ratos” foi tomado por
um impulso de querer emagrecer, mas não
conseguia executar esse intento, porquanto o
impulso se manteria incompreensível enquanto
não fosse revelado que a palavra “gordo”, no
idioma alemão que falava, é dick, sendo também
Dick o nome de um rival de quem gostaria de se
desfazer. Pelo mecanismo de deslizamento de
um significante para o outro, emagrecer teria o
significado de matar o rival Dick.

4
18/11/2010

Quando Winnicott afirmou que não
existe um bebê sem a sua mãe,
estava assinalando um princípio
para a compreensão do self, que na
verdade está presente a cada
momento do processo maturacional:
não existe o self sem o outro, o self
acontece no mundo.

O acontecer humano demanda a
presença de um outro. As primeiras
organizações psíquicas do bebê, a
entrada na temporalidade (inclusão
na Estrutura), a abertura da
dimensão espacial, a personalização
só se constituem e ganham
realização pela presença de alguém
significativo.

5
18/11/2010

Hanna Arendt (1997) ensina-nos que a realidade
do mundo é garantida pela presença
dos outros. O mundo consiste nas coisas, que
devem a sua existência aos homens e que,
por sua vez, também condicionam os autores
humanos. Assim, tudo o que adentra o
mundo humano torna-se parte da condição
humana. O trabalho e seu produto, o artefato
humano, emprestam permanência e
durabilidade ao caráter efêmero do tempo
humano.

A cada nascimento, o novo começo pode
fazer-se sentir no mundo, porque o recémchegado possui a capacidade de iniciar algo
novo: agir. Adentramos no mundo ao
nascer e o deixamos para trás ao morrer. O
mundo transcende a duração de nossa vida,
tanto no passado como no futuro. Ele
preexistia à nossa chegada e sobreviverá à
nossa breve permanência

6
18/11/2010

O nascimento humano e a morte
de seres humanos não são
ocorrências simples e naturais,
mas referem-se a um mundo ao
qual vêm e do qual partem
indivíduos únicos, entidades
singulares, impermutáveis e
irrepetíveis

Sem dúvida, pode-se afirmar que é preciso
entrar no mundo para que o indivíduo
sinta-se vivo e existente, mas tem de ser
de uma maneira singular e pessoal. Não
basta, para o acontecer do self do bebê,
que o mundo esteja pronto com suas
estéticas, com seus códigos, com seus
mitos. A criança precisa, pelo gesto,
transformar esse mundo em si mesma.

7
18/11/2010

É preciso que o mundo, inicialmente, seja
ela mesma, para que ela possa
apropriar-se dele e compartilhá-lo com
outro. O bebê, dessa forma, faz-se
singularidade pelo gesto criativo que a
leva a encarnar a memória de seu grupo
cultural de maneira peculiar.

Se a inscrição no mundo não pôde ser
realizada pela interação e comunicação
com alguém significativo, certamente
tenderá a acontecer de forma impulsiva e
desorganizada, que expressa o desespero
sem nome, vivido pelas pessoas que não
tiveram aqueles acontecimentos em suas
histórias.

8
18/11/2010

Observa-se que pacientes que não
encontraram essa experiência
SIGNIFICATIVA identificam-se com uma
coisa, um vegetal, um animal, um
alienígena, quando não organizaram uma
psicose, como forma de proteção, frente
à agonia impensável, decorrente da
impossibilidade de criar um mundo ao
qual possam pertencer.

ENTÃO PORQUE
PSICANÁLISE ?

9
18/11/2010

Somos seres falantes e por esta razão
contamos com o simbólico, mas também
sofremos as conseqüências disto. A
linguagem tanto pode libertar um sujeito
quanto aprisioná-lo, e o aprisionamento é
o que testemunhamos nos dias de hoje,
principalmente porque a palavra está tão
vazia de sentido e valendo pouco para a
grande maioria.

Ouvimos as pessoas falarem e não
cumprirem com o que dizem,
dizerem e afirmarem que falaram
por falar, que se enganaram,
esqueceram ou que não tem
importância o que disseram. Poucos
contam com a linguagem para saber
o que estão dizendo e em que
discurso estão inscritos.

10
18/11/2010

O depoimento a seguir muito bem
definido mostra um pouco o trabalho
que uma análise possibilita. Quando
o sujeito resolve descobrir o porquê
do que lhe acontece, depara-se com
o valor e a importância de ser
falante.

• “A análise é árdua e faz sofrer. Mas quando se
está desmoronando sob o peso das palavras
recalcadas, das condutas obrigatórias, das
aparências a serem salvas, quando a imagem
que se tem de si mesmo torna-se insuportável,
o remédio é esse. Pelo menos, eu o
experimentei e guardo por Jacques Lacan uma
gratidão infinita (…) Não mais sentir vergonha
de si mesmo é a realização da liberdade (…).
Isso é o que uma psicanálise bem conduzida
ensina aos que lhe pedem socorro”.Françoise
Giroud. Setembro de 1995.

11
18/11/2010

No início da análise é comum que as queixas refiram-se
à mãe, ao namorado (a), chefe, ao destino etc. Esses
sujeitos chegam em posição de objetos, acreditandose vítimas, onde diz que nada tem a ver com o que
lhes acontece e que nada podem fazer a respeito
dessa desordem na qual se encontram, porque
acreditam que “foram colocados” neste lugar. Isto é
o que acreditam primeiramente.
• O trabalho de análise é mostrar ao paciente sua
implicação no sintoma e também o que ele pode
fazer para sair desta desordem.

• A felicidade ou a infelicidade não está
inscrita nos genes nem nos neurônios,
cada sujeito tem uma história singular,
por isso cada caso é um caso particular, e
o trabalho analítico é escutar o discurso
do sujeito que está sofrendo para que ele
descubra qual a causa, quais implicações
inconscientes estão dirigindo sua vida. E
esta descoberta o colocará em outra
posição.

12
18/11/2010

• Os pacientes descrevem a
experiência de análise como algo que
deu sentido à sua vida, aliviando
suas dores e significando sua
história, onde conseguem desfazer
os nós sintomáticos que são
resultados de sua historia familiar,
herdados até de outra geração
através do discurso.

Não é por causa dos problemas que as
pessoas vão ao psicanalista, e sim devido
aos sintomas. O que a psicanálise faz é
mostrar que o próprio problema é uma
solução de uma questão inconsciente.
Não vamos solucioná-lo, mas ajudar a
montar a equação. Qualquer pessoa que
conhece um pouco de matemática sabe
que essa é a parte mais difícil.

13
18/11/2010

E a análise possibilita para o
sujeito, descobrir o texto
enigmático desse discurso que
ele repete tantas vezes sem saber
exatamente o que diz.

O RETORNO DO REPRIMIDO
REPRESSÃO

CS

SINTOMA

CENSURA

ICS

RETORNO DO REPRIMIDO

DESEJO REPRIMIDO

14
18/11/2010

A compulsão à repetição é um
impulso à ação que substitui o
recordar; sendo assim, quanto maior
a atuação, maior a resistência e
menor a recordação. Logo, a
repetição é definida como algo que
faz oposição ao saber, sendo ela da
ordem da ação.

CLÍNICA E
PERSONALIDADES:
UM FACILIDADE...

15
18/11/2010

TIPO N DE PERSONALIDADE
• O superego esta constituído, a angústia maior
é de castração, o mecanismo de defesa é o
recalcamento, o conflito se dá entre o
superego e o ID. A relação com os pais é
triangular, a relação de objeto é genital. No
tipo N, ou os dois pais interditam as duas
pulsões (a sexual e agressiva), ou um deles
opera uma excitação e o outro uma interdição
sexuais.

• Dito de outra forma, são pessoas com
dificuldades com limites, em função da
castração. Todos nós temos problemas
com limites, mas o tipo N sofre mais por
causa deles. Raramente estão satisfeitos,
porque o que falta se torna mais
importante do que o possuído.

16
18/11/2010

• Disputam para ver quem pode mais, quem
sabe mais, quem decide, quem manda, seu
discurso é permeado por falas desse teor.
• Nas sessões de análise, isso aparece de várias
maneiras:
• Fazem questão de decidir o horário, chegando
atrasados e tentando ficar além do horário.
• (Nenhum comportamento, por mais típico que seja, define o
tipo de personalidade).

• A culpa predomina pois é comum o
conflito entre o Id e o Superego,
entre o que fazer e o que não se
deve fazer.
• O limite imposto pelo superego é
muitas vezes desafiado, gerando
culpa.

17
18/11/2010

Reação emocional do terapeuta no
tipo N
• Diante do tipo N, o terapeuta tende a competir,
às vezes podendo se irritar ou tornar-se
agressivo, proteger-se da agressividade do
outro ou até mesmo rejeitá-lo.
• Por vezes a reação do terapeuta é ser cauteloso
com o que fala por se sentir às vezes “checado”.
Pois o tipo N discordam, desafiam, e colocam o
terapeuta em posição de defesa.

• O tipo N pode desconsiderar o que o
terapeuta fala, nem ouvi-lo, não
deixam espaço algum para que o
outro fale, passar a elogiar outros
terapeutas, ou mostrar que sabe mais
do que o terapeuta, discorrendo sobre
assuntos da área Psi.

18
18/11/2010

• Há pacientes que mal escutam o analista,
falam sem parar e, no fim, querem
continuar a consulta e ainda acusam o
analista de não falar nada. (que neurose
heim)
• Isso são formas de diminuir o analista,
uma forma de competição.

• Outra forma é tentar ficar amigo do
terapeuta, tentando ser amigo, isso o
desqualifica como profissional.
• Este tipo é sempre instigante, sedutores
e cativantes.
• Tipo N mais bem-resolvidas estabelecem
relação de igual para igual.

19
18/11/2010

• O componente artístico de uma análise, é
o que a torna única permitindo o
encontro humano em essência e que
esse par analítico (um par que esta
permanente interagindo e se
influenciando reciprocamente) seja
único. Claro que isso implica na análise
pessoal do terapeuta, tornando-o cada
vez mais consciente de suas questões
psicológicas, separando-as de seus
pacientes.

CARACTERISTICAS DO TIPO EL
• O EL, tem relação de objeto analítica, ou seja, de apoio.
Há uma relação de dependência, os dois pais não são
sexuados, mas “grandes”. Existe grande necessidade de
afeto, de apoio e compreensão, pois o ego é frágil.
• A instância dominante é o Ideal do Ego ( está conectada
com o conceito, mais genérico de superego, ficando o
sujeito submetido as aspirações do outro, em relação ao
que ele deve ser e ter, tenta corresponder as expectativas
do outro, que passam a ser suas), em que o sujeito se
espelha.

20
18/11/2010

• A sua angústia é de perda de objeto, do
qual ele torna dependente, a sua
angústia depressiva, aparece quando o
objeto ameaça escapar.
• São pessoas que se relacionam com
ideais (por isso ser difícil de escapar da
opinião alheia), assumir sua própria
vontade sem se importar com o outro é
tarefa árdua para EL.

• Não sendo competitiva por principio, o tipo EL
induz o terapeuta a acolhê-lo (necessidade).
• Em geral é respeitoso, é cuidadoso com
horários e, embora questione o valor da
consulta, o valor do profissional não se
discute.
• Geralmente escuta seu terapeuta mesmo que
ainda esteja em meio a uma frase, porque lhe
interessa a opinião do outro. Isso não
acontece com N. e P.

21
18/11/2010

• Devemos tomar cuidado com as
generalizações, pois é o “conjunto da
obra” e não fatores isolados, que se
elabora o prognóstico.
• Embora seja exigente para se entregar,
pois para tanto precisa confiar, está
atento aos movimentos e as palavras do
terapeuta porque deseja ser cuidado.

• São mestres em saber o que se
passa, e reagir para obterem apoio.
• Quanto mais bem resolvida “mais
saberá disfarçar (sem perceber) dos
outros e dela mesmo suas
necessidades de apoio.
• Cuida para ser cuidado.

22
18/11/2010

• Outra maneira eficaz de obter apoio,
acreditando não depender de
ninguém é ter SEGUIDORES. Um ator
famoso e seus séquitos, um
professor e seus orientandos, um
analista e seus supervisionandos e
clientes, um patriarca de família por
exemplo.

• Entre o tipo EL existem os
“cuidadores” onde o objetivo é fugir
da solidão e da depressão, maiores
receios desta pessoa, e os
“solicitantes” exigem mais do que
cuidam, embora anunciem cuidar,
sendo o BODERLINE (estado limite entre
N e P) o caso de gravidade máxima
entre estes indivíduos.

23
18/11/2010

REAÇÃO EMOCIONAL DO TERAPEUTA
• O Terapeuta não se sente checado nem
em competição mas induzido a cuidar. A
EL fica magoada facilmente e o terapeuta
fica preocupado em não ser rigoroso ou
exigente demais.
• O terapeuta tende a sensibilizar com o
sofrimento e a solidão do paciente

• Chega sempre no horário combinado, se
chega a discutir preço é porque precisa de
dinheiro ou porque pretende testar se o
terapeuta o deseja ou não.
• O teste que o EL faz não é para competir mais
para se sentir amada, acolhida.
• Caso faça perguntas sobre o terapeuta, a
intenção é poder se localizar, para saber se
confia, e também ter elementos para poder
agradar (seduzir), se necessário.

24
18/11/2010

• Quando a intensidade de EL é suave, suas
maneiras aparecem como as de uma
pessoa agradável, sensível, atenta e
educada.
• São sedutores, sabem observar o que é
necessário fazer ou dizer para serem
agradáveis no intuito de serem acolhidos.
• Cuidado com generalizações, pois estas características podem
ser observadas em N e P.

• O clima da sessão geralmente é confortável,
mas EL esta atento a tudo, percebe se o
terapeuta desviou o olhar, bocejou... Fica
medindo se é bem recebido ou não.
• O maior problema de EL é que eles deixam de
notar seus próprios desejos. Assim a tarefa de
análise se localiza neste tópico. Eles tem
dificuldade de lidar com a sua agressividade,
não consegui impor seu desejo com medo de
destruir o objeto.

25
18/11/2010

CARACTERÍSTICAS DA PESSOA TIPO P.
• No tipo P, a natureza da angústia é de
fragmentação. O superego não organiza, a
organização dominante é o ID, levando a um
conflito com a realidade. A relação com o outro é
fusional (espera q os outros adivinhe seus
pensamentos e necessidades).

• São pessoas profundas, centradas nelas mesmas,
estabelecendo uma delicada relação com o
ambiente porque este pode ser motivo de
desorganização.

• São meio confusos, ficam olhando o
local para se ambientalizarem, as
vezes muito desligado.
• Tem um mundo interno rico, em
função de ter o ID como estrutura
dominante, sua criatividade é grande
devido a esse contato com seu
mundo interno.

26
18/11/2010

• São pessoas de opinião forte,não cedem
facilmente, para se defender da opinião
desorganizadora, tende a refletir antes
de falar ou de agir, para evitar rever seus
conceitos, mantenho sua organização
interna.
• Se P defende seus ideais para manter a
coesão interna, N defende suas idéias
para ter poder, para não se sentir
castrada. EL tem idéias próprias, as
defende e é criativa.

REAÇÃO EMOCIONAL DO TERAPEUTA
• É comum o terapeuta ter intervenções do
tipo “explique melhor essa parte” ou “ de
quem mesmo você esta falando” “em
que época se deu isso”
• São intervenções que indicam
necessidade por parte do terapeuta de
organizar o paciente (ou a si mesmo).

27
18/11/2010

• Sente-se confortável pois o tipo P
não é competitivo. Mais a sensação
de invasão pode ocorrer.
• Quando estão desconfiados criam
um clima tenso e basta um olhar ou
uma palavra mais brusca ou
equivocada para deixar o paciente da
defensiva (desorganização interna)

• São exigentes e se o terapeuta for descuidado
ou impetuoso com palavras, pode perder a
confiança de seu cliente. Em geral, não
confiam facilmente, embora não sejam
desconfiados sem motivo,
• E fácil de dispersar com este tipo, pois o
terapeuta pode ter a sensação de estar
sozinho.(distância promovida pelo próprio P
para não de desorganizar, nos casos mais
graves não sabe diferenciar quem é ele ou
quem é o outro)

28
18/11/2010

O conhecimento disso na clínica
• É o modo como a transferência tende a
se manifestar, naquele momento
considerado, e como posso demonstrar
ao meu paciente que algum
conhecimento de seu modo de encarar o
mundo e a si mesmo pode ajudá-lo a se
conhecer e a se tranqüilizar em relação
ao seu modo de ser.

• Todos os três funcionamentos
podem ser igualmente saudáveis,
são maneiras de viver e observar o
mundo, igualmente satisfatórias e
complicadas.

29
18/11/2010

• Em um análise clássica, no transcorrer de
uma sessão específica a concepção
psicopatológica não precisa estar
presente como norteadora das
intervenções do analista porque surge
naturalmente quando se tornam a
questão.

CRITÉRIOS DE ANALISIBILIDADE

30
18/11/2010

• O PRIMEIRO CONTATO COM O ANALISTA:
Desde o inicio já se estabelece algum tipo de
vinculo, a forma como o possível paciente
utiliza a sua conduta, atitude e linguagem
podem estar expressando uma importante
maneira de “ser”, em um nível que extrapola o
da linguagem unicamente verbal.

Exemplos:
• Uma linguagem mais tímida, entrecortada,
pedindo desculpas por estar atrapalhando e
similares, revela uma personalidade
possivelmente frágil e temerosa de um rechaço.
• Ou entonação vocal que desperta no terapeuta
uma sensação de arrogância, de mandonismo (só
posso ir na quarta a noitinha), pode ser uma
pessoa que esteja defendendo suas angustias
através de traços narcísicos.

31
18/11/2010

• Paranóide (série de perguntas, de modo
desconfiado e defensivo)
• Depressiva (tonalidade vocal, às vezes,
chega a ser inaudível)
• Dependente (induzem que outras
pessoas façam o 1º contato)

ENTREVISTA INICIAL
• Independente de qual modalidade de análise,
é necessário que o analista tenha uma idéia
razoavelmente clara das condições psíquicas
do paciente.
• Ter condições de assumir o compromisso.
• Entrevista Inicial e Primeira Sessão são
diferentes.

32
18/11/2010

FINALIDADES DA E.I.
• Avaliar as condições mentais, emocionais,
materiais e circunstanciais da vida do paciente
que o buscou; ajuizar os prós e os contras, as
vantagens e desvantagens, os prováveis riscos
e os benefícios; o grau e o tipo de
psicopatologia, de modo a permitir alguma
impressão diagnóstica e prognóstica e
reconhecer os efeitos contratransferenciais
que lhe estão sendo despertados.

Abordagem:
1. NOSOLÓGICO – uma determinada categoria
clinica.
2. DINÂMICO – a lógica do ICS.
3. EVOLUTIVA – cada etapa, com
preponderância de vazios, carências orais,
defesas obsessivas anais, etc. implica alguma
determinada técnica especifica.

33
18/11/2010

4. FUNÇÕES DO EGO – por ex. “a capacidade
sintética do ego” já é um nível elevado que
permite simbolizar simultaneamente
significações opostas e ou contraditórias.
5. CONFIGURAÇÕES VINCULARES – dentro da
família ou fora dela, nos grupos em gerais,
etc.
6. COMUNICACIONAL – na atualidade, esse
aspecto adquire uma grande relevância.

7. CORPORAL – cuidados corporais, autoimagem, presença de hipocondria ou de
somatizaçao...
8. MANIFESTAÇOES TRANSFERENCIAIS e
CONTRATRANSFERENCIAIS,ETC.

34
18/11/2010

• A sua Orientação e a cura do analisando se
coincidem ???
• O Analisando demanda “cura” ou “alivio de
sintomas”.
• O Analista ter clareza sobre seus próprios
alcances e limitações.
• Trabalhar de forma confortável diante das
combinações feitas de valores e horários.
• Sem precipitações não existe 1ª impressão em
Psicanálise.

Na E.I umas das suas principais finalidades
é a do Analista poder observar, e pôr à
prova, a forma de como o analisando
reage e contata com os assinalamentos
ou as eventuais interpretações que lhe
sejam feitas; como ele pensa e
correlaciona os fatos psíquicos, se
demonstra uma capacidade para
simbolizar, abstrair, dar acesso ao seu
ICS, e se revela condições para fazer
insights.

35
18/11/2010

• Enfim na E.I. o ideal é
que o analisando saia
do consultório com a
impressão de que foi
atendido e que o
analista entendeu
suas questões como
elas realmente são.

Analisabilidade e Acessibilidade
• Analisabilidade: refere-se a indicação
para a analise, se baseia nas estruturas.
• Acessibilidade: se atenta para a
motivação, disponibilidade, a coragem e
a capacidade de o paciente permitir um
acesso ao seu ICS, para o analista e para
ele mesmo.

36
18/11/2010

INDICAÇÕES E CONTA-INDICAÇÕES
• Indicações e contra-indicações
• Cabe interpretar na E.i?
• O contrato (direitos e deveres de
cada um, combinação de valores e
forma de pagamento, plano de
férias,etc...)

O que se espera do Analisando:
• Que esteja suficientemente bem motivado
para um trabalho árduo e corajoso.
• As resistências podem ser “uma porta de
abertura para a verdadeira análise”
• Motivação demais “desconfie”
• Que reflita sobre a seriedade das proposta
analíticas e participe ativamente.

37
18/11/2010

O que se espera do Analisando:
• O paciente tem o direito de se
apresentar com todo o seu lado
psicótico, narcisista, agressivo,
mentiroso, atuador e etc...
• É por isso que ele faz análise.

O que se espera do analista:
• Natureza de sua motivação – prazer
profissional, pesquisas, obrigatoriedade,
currículo e etc.
• Definir para obtenção de “benefícios
terapêuticos” ou de “resultados analíticos”.
• Empatia, continente, amor
às verdades
• Não utilizar métodos estereotipados.

38
18/11/2010

• Estar em condição de reconhecer a natureza
de suas contra-resistências,
contratransferências.
• Ele ter condições de envolver-se afetivamente
com seu paciente, sem ficar envolvido, ser
firme sem ser rígido, ser flexível sem ser fraco
e manipulável.
• Reconhecer seus limites, buscar trabalhar de
forma confortável, retirando tempo para sua
vida privada e lazeres.

IMPORTANTE:
SE O PSICANALISTA ESTÁ EM
CONDIÇÕES DE SANCIONAR COMO
ATO A EXISTÊNCIA DO ICS. DE SEU
ANALISANDO, É PORQUE ELE MSM
JÁ PERCORREU, NA CONDIÇÃO DE
PACIENTE O CAMINHO DE UMA
ANÁLISE.

39
18/11/2010

• PRATICAR A ESCUTA DIRIGIDA. ISTO É UM
DISPOSITIVO CLÍNICO DE QUE O PSICANALISTA
DISPÕE PARA DIRIGIR O TRATAMENTO. UMA
ESCUTA NA CLÍNICA PSICANALÍTICA ESTÁ
LIGADA A UMA VIA DE MÃO DUPLA: POR UM
LADO, O PSICANALISTA ESCUTA APOIADO NA
TEORIA E POR OUTRO LADO FICA ATENTO AO
DESFILE DE SIGNIFICANTES QUE O
ANALISANDO REALIZA EM SUA FALA.

REFERÊNCIAS:
• Arendt, H. (1997). A condição humana. 8 ed. (R.
Raposo, Trad.). Rio de Janeiro: Forense Universitária.
(Original publicado em 1958)
• DICIONARIO DE PSICANÁLISE – ELISABETH
ROUDINESCO
• PSICOSSOMÁTICA – J-D- NASIO
• 7 CONCEITO CRUCIAIS DA PSICANÁLISE – J-D NASIO
• MANUAL DA TÉCNICA PSICANALÍTICA – DAVID E.
ZIMERMAN
• OTTO FENICHEL

40
18/11/2010

Bruno Augusto das Chagas
Psicanalista.
Telefone para contato:
37- 3212-7107
37- 9121-3996
bruno@institutoarios.com
www.institutoarios.com

41

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

ESTUDO DIRIGIDO - PSICOSSOMÁTICA
ESTUDO DIRIGIDO - PSICOSSOMÁTICAESTUDO DIRIGIDO - PSICOSSOMÁTICA
El eclecticismo en psicoterapia
El eclecticismo en psicoterapiaEl eclecticismo en psicoterapia
El eclecticismo en psicoterapia
Universidad Abierta Interamericana
 
Borderline personality disorder
Borderline personality disorderBorderline personality disorder
Borderline personality disorder
Queeny1984
 
Grupos Terapêuticos
Grupos TerapêuticosGrupos Terapêuticos
Grupos Terapêuticos
ANA BELA DOS SANTOS
 
07 psicologia clínica trabalho
07 psicologia clínica trabalho07 psicologia clínica trabalho
07 psicologia clínica trabalho
Graça Martins
 
Terapia Comportamental e Cognitiva Infantil
Terapia Comportamental e Cognitiva InfantilTerapia Comportamental e Cognitiva Infantil
Terapia Comportamental e Cognitiva Infantil
Marcelo da Rocha Carvalho
 
Aula 5- ser biopsicossocial.pptx
Aula 5- ser biopsicossocial.pptxAula 5- ser biopsicossocial.pptx
Aula 5- ser biopsicossocial.pptx
CarlaAlves362153
 
Psicanalise Ontem Psicanalise Hoje
Psicanalise Ontem Psicanalise HojePsicanalise Ontem Psicanalise Hoje
Psicanalise Ontem Psicanalise Hoje
ciacinco
 
Psicologia Clínica
Psicologia ClínicaPsicologia Clínica
Psicologia Clínica
Anna C
 
Transtornos Disruptivos, do Controle de Impulsos e da Conduta:
Transtornos Disruptivos, do Controlede Impulsos e da Conduta:Transtornos Disruptivos, do Controlede Impulsos e da Conduta:
Transtornos Disruptivos, do Controle de Impulsos e da Conduta:
AnderayneAraujoNobre
 
Depressão na infancia e na adolescencia
Depressão na infancia e na adolescenciaDepressão na infancia e na adolescencia
Depressão na infancia e na adolescencia
eduardo guagliardi
 
Por que as pessoas fazem bullying?
Por que as pessoas fazem bullying? Por que as pessoas fazem bullying?
Por que as pessoas fazem bullying?
MuriloMorotti
 
Quadro evol. escolas psicanálise _
Quadro evol. escolas psicanálise  _Quadro evol. escolas psicanálise  _
Quadro evol. escolas psicanálise _
Ricardo Flores
 
Testes Psicológicos.ppt
Testes Psicológicos.pptTestes Psicológicos.ppt
Testes Psicológicos.ppt
ssuser9f513e
 
Bullying - Nao e Coisa de Crianca
Bullying - Nao e Coisa de CriancaBullying - Nao e Coisa de Crianca
Bullying - Nao e Coisa de Crianca
flaviamazs
 
O psicólogo no sus
O psicólogo no susO psicólogo no sus
O psicólogo no sus
Denílson Maia
 
O luto slid ucan.2016
O luto slid   ucan.2016O luto slid   ucan.2016
O luto slid ucan.2016
Dilson Francisco
 
Jung and individuation
Jung and individuationJung and individuation
Jung and individuation
Biagio Tassone
 
Slides Psicologia Escolar
Slides Psicologia EscolarSlides Psicologia Escolar
Slides Psicologia Escolar
Flávia Feitosa
 
[Projeto Integrador] Psicologia Clínica
[Projeto Integrador] Psicologia Clínica[Projeto Integrador] Psicologia Clínica
[Projeto Integrador] Psicologia Clínica
Alessandro Almeida
 

Mais procurados (20)

ESTUDO DIRIGIDO - PSICOSSOMÁTICA
ESTUDO DIRIGIDO - PSICOSSOMÁTICAESTUDO DIRIGIDO - PSICOSSOMÁTICA
ESTUDO DIRIGIDO - PSICOSSOMÁTICA
 
El eclecticismo en psicoterapia
El eclecticismo en psicoterapiaEl eclecticismo en psicoterapia
El eclecticismo en psicoterapia
 
Borderline personality disorder
Borderline personality disorderBorderline personality disorder
Borderline personality disorder
 
Grupos Terapêuticos
Grupos TerapêuticosGrupos Terapêuticos
Grupos Terapêuticos
 
07 psicologia clínica trabalho
07 psicologia clínica trabalho07 psicologia clínica trabalho
07 psicologia clínica trabalho
 
Terapia Comportamental e Cognitiva Infantil
Terapia Comportamental e Cognitiva InfantilTerapia Comportamental e Cognitiva Infantil
Terapia Comportamental e Cognitiva Infantil
 
Aula 5- ser biopsicossocial.pptx
Aula 5- ser biopsicossocial.pptxAula 5- ser biopsicossocial.pptx
Aula 5- ser biopsicossocial.pptx
 
Psicanalise Ontem Psicanalise Hoje
Psicanalise Ontem Psicanalise HojePsicanalise Ontem Psicanalise Hoje
Psicanalise Ontem Psicanalise Hoje
 
Psicologia Clínica
Psicologia ClínicaPsicologia Clínica
Psicologia Clínica
 
Transtornos Disruptivos, do Controle de Impulsos e da Conduta:
Transtornos Disruptivos, do Controlede Impulsos e da Conduta:Transtornos Disruptivos, do Controlede Impulsos e da Conduta:
Transtornos Disruptivos, do Controle de Impulsos e da Conduta:
 
Depressão na infancia e na adolescencia
Depressão na infancia e na adolescenciaDepressão na infancia e na adolescencia
Depressão na infancia e na adolescencia
 
Por que as pessoas fazem bullying?
Por que as pessoas fazem bullying? Por que as pessoas fazem bullying?
Por que as pessoas fazem bullying?
 
Quadro evol. escolas psicanálise _
Quadro evol. escolas psicanálise  _Quadro evol. escolas psicanálise  _
Quadro evol. escolas psicanálise _
 
Testes Psicológicos.ppt
Testes Psicológicos.pptTestes Psicológicos.ppt
Testes Psicológicos.ppt
 
Bullying - Nao e Coisa de Crianca
Bullying - Nao e Coisa de CriancaBullying - Nao e Coisa de Crianca
Bullying - Nao e Coisa de Crianca
 
O psicólogo no sus
O psicólogo no susO psicólogo no sus
O psicólogo no sus
 
O luto slid ucan.2016
O luto slid   ucan.2016O luto slid   ucan.2016
O luto slid ucan.2016
 
Jung and individuation
Jung and individuationJung and individuation
Jung and individuation
 
Slides Psicologia Escolar
Slides Psicologia EscolarSlides Psicologia Escolar
Slides Psicologia Escolar
 
[Projeto Integrador] Psicologia Clínica
[Projeto Integrador] Psicologia Clínica[Projeto Integrador] Psicologia Clínica
[Projeto Integrador] Psicologia Clínica
 

Destaque

Unidad 1
Unidad 1Unidad 1
Libro de lengua y literatura 8vo grado
Libro de lengua y literatura 8vo gradoLibro de lengua y literatura 8vo grado
Libro de lengua y literatura 8vo grado
InstitutoBenitoSalinas
 
Reputacion corporativa y cambio empresarial
Reputacion corporativa y cambio empresarial Reputacion corporativa y cambio empresarial
Reputacion corporativa y cambio empresarial
Villafañe y Asociados
 
Los 52 mejores libros para emprendedores
Los 52 mejores libros para emprendedoresLos 52 mejores libros para emprendedores
Los 52 mejores libros para emprendedores
josejcerpa
 
Electricidad
ElectricidadElectricidad
Electricidad
jlpv89
 
Comercio Internacional
Comercio InternacionalComercio Internacional
Comercio Internacional
alfonsocortelopez
 
Investigación de incidentes
Investigación de incidentesInvestigación de incidentes
Investigación de incidentes
oscarreyesnova
 
Componentes principales act
Componentes principales actComponentes principales act
Componentes principales act
Yeimy Katerine Vasquez Rincon
 
Frontera de posibilidades
Frontera de posibilidadesFrontera de posibilidades
Frontera de posibilidades
Gemuchiis Manzaba
 
Instalacion de Elastix
Instalacion de ElastixInstalacion de Elastix
Instalacion de Elastix
David Motta Baldarrago
 
MOOCS and the Future of Higher Education
MOOCS and the Future of Higher EducationMOOCS and the Future of Higher Education
MOOCS and the Future of Higher Education
beboac
 
Eξορθολογισμός διαχείριση διδακτέας υλης για το μάθημα των κοινωνικών επιστημών
Eξορθολογισμός διαχείριση διδακτέας υλης για το μάθημα των κοινωνικών επιστημώνEξορθολογισμός διαχείριση διδακτέας υλης για το μάθημα των κοινωνικών επιστημών
Eξορθολογισμός διαχείριση διδακτέας υλης για το μάθημα των κοινωνικών επιστημών
George Giotis
 
HD06- Todos somos soldados (Mantenimiento de Equipos Humanos)
HD06- Todos somos soldados (Mantenimiento de Equipos Humanos)HD06- Todos somos soldados (Mantenimiento de Equipos Humanos)
HD06- Todos somos soldados (Mantenimiento de Equipos Humanos)
Ferran Fisas
 
¿Por qué ser Ingeniero?
¿Por qué ser Ingeniero?¿Por qué ser Ingeniero?
¿Por qué ser Ingeniero?
Academia de Ingeniería de México
 
Experimentos de qumica
Experimentos de qumicaExperimentos de qumica
Experimentos de qumica
Juan Koral Sepulveda
 
Karl marx
Karl marxKarl marx
Karl marx
Juan De Flandes
 
Ciencias Naturales Educación Basica
Ciencias Naturales Educación BasicaCiencias Naturales Educación Basica
Ciencias Naturales Educación Basica
Oscar Humberto Hernandez Miralda
 
Woman In Islam _ Greek
Woman In Islam _ GreekWoman In Islam _ Greek
Woman In Islam _ Greek
Abdullah Baspren
 
Listão Unicap 2013.2
Listão Unicap 2013.2Listão Unicap 2013.2
Listão Unicap 2013.2pepontocom
 
Comic objetivos del milenio (AECIi)
Comic objetivos del milenio (AECIi)Comic objetivos del milenio (AECIi)
Comic objetivos del milenio (AECIi)
Geohistoria23
 

Destaque (20)

Unidad 1
Unidad 1Unidad 1
Unidad 1
 
Libro de lengua y literatura 8vo grado
Libro de lengua y literatura 8vo gradoLibro de lengua y literatura 8vo grado
Libro de lengua y literatura 8vo grado
 
Reputacion corporativa y cambio empresarial
Reputacion corporativa y cambio empresarial Reputacion corporativa y cambio empresarial
Reputacion corporativa y cambio empresarial
 
Los 52 mejores libros para emprendedores
Los 52 mejores libros para emprendedoresLos 52 mejores libros para emprendedores
Los 52 mejores libros para emprendedores
 
Electricidad
ElectricidadElectricidad
Electricidad
 
Comercio Internacional
Comercio InternacionalComercio Internacional
Comercio Internacional
 
Investigación de incidentes
Investigación de incidentesInvestigación de incidentes
Investigación de incidentes
 
Componentes principales act
Componentes principales actComponentes principales act
Componentes principales act
 
Frontera de posibilidades
Frontera de posibilidadesFrontera de posibilidades
Frontera de posibilidades
 
Instalacion de Elastix
Instalacion de ElastixInstalacion de Elastix
Instalacion de Elastix
 
MOOCS and the Future of Higher Education
MOOCS and the Future of Higher EducationMOOCS and the Future of Higher Education
MOOCS and the Future of Higher Education
 
Eξορθολογισμός διαχείριση διδακτέας υλης για το μάθημα των κοινωνικών επιστημών
Eξορθολογισμός διαχείριση διδακτέας υλης για το μάθημα των κοινωνικών επιστημώνEξορθολογισμός διαχείριση διδακτέας υλης για το μάθημα των κοινωνικών επιστημών
Eξορθολογισμός διαχείριση διδακτέας υλης για το μάθημα των κοινωνικών επιστημών
 
HD06- Todos somos soldados (Mantenimiento de Equipos Humanos)
HD06- Todos somos soldados (Mantenimiento de Equipos Humanos)HD06- Todos somos soldados (Mantenimiento de Equipos Humanos)
HD06- Todos somos soldados (Mantenimiento de Equipos Humanos)
 
¿Por qué ser Ingeniero?
¿Por qué ser Ingeniero?¿Por qué ser Ingeniero?
¿Por qué ser Ingeniero?
 
Experimentos de qumica
Experimentos de qumicaExperimentos de qumica
Experimentos de qumica
 
Karl marx
Karl marxKarl marx
Karl marx
 
Ciencias Naturales Educación Basica
Ciencias Naturales Educación BasicaCiencias Naturales Educación Basica
Ciencias Naturales Educación Basica
 
Woman In Islam _ Greek
Woman In Islam _ GreekWoman In Islam _ Greek
Woman In Islam _ Greek
 
Listão Unicap 2013.2
Listão Unicap 2013.2Listão Unicap 2013.2
Listão Unicap 2013.2
 
Comic objetivos del milenio (AECIi)
Comic objetivos del milenio (AECIi)Comic objetivos del milenio (AECIi)
Comic objetivos del milenio (AECIi)
 

Semelhante a Clinica psicanalitica julho 2010

Empatia - A habilidade fundamental para os novos tempos.
Empatia - A habilidade fundamental para os novos tempos.Empatia - A habilidade fundamental para os novos tempos.
Empatia - A habilidade fundamental para os novos tempos.
Diego Dumont
 
Ma 6ano ul1_v3n-line
Ma 6ano ul1_v3n-lineMa 6ano ul1_v3n-line
Ma 6ano ul1_v3n-line
miguelitoamg220
 
Como lidar com a morte
Como lidar com a morte Como lidar com a morte
Como lidar com a morte
Felipe Cruz
 
Revista bem estar-20140112 sentimento humano
Revista bem estar-20140112 sentimento humanoRevista bem estar-20140112 sentimento humano
Revista bem estar-20140112 sentimento humano
Fernanda Caprio
 
Revista Grito de Alerta -Tema Suicídio.
Revista Grito de Alerta -Tema Suicídio.Revista Grito de Alerta -Tema Suicídio.
Revista Grito de Alerta -Tema Suicídio.
NEPP- Estudos Em Psicanálise
 
As múltiplas faces de Eros - psicoologia
As múltiplas faces de Eros - psicoologiaAs múltiplas faces de Eros - psicoologia
As múltiplas faces de Eros - psicoologia
EliasSales8
 
Cg jung desenvinfantil
Cg jung   desenvinfantilCg jung   desenvinfantil
Cg jung desenvinfantil
Marcus Teixeira
 
Boletim informativo março 2015
Boletim informativo março 2015Boletim informativo março 2015
Boletim informativo março 2015
fespiritacrista
 
Esquizofrenia Social - Elza Pádua
Esquizofrenia Social - Elza Pádua Esquizofrenia Social - Elza Pádua
Esquizofrenia Social - Elza Pádua
ALESP - Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo
 
CARTA DE UM ADOLESCENTE: A QUESTÃO DO SUJEITO
CARTA DE UM ADOLESCENTE: A QUESTÃO DO SUJEITOCARTA DE UM ADOLESCENTE: A QUESTÃO DO SUJEITO
CARTA DE UM ADOLESCENTE: A QUESTÃO DO SUJEITO
silbartilotti
 
Adolescência a complexidade do ser na visão espírita
Adolescência a complexidade do ser na visão espíritaAdolescência a complexidade do ser na visão espírita
Adolescência a complexidade do ser na visão espírita
Silvânio Barcelos
 
Lygia de sousa viegas
Lygia de sousa viegasLygia de sousa viegas
Lygia de sousa viegas
Carilusa Branchi
 
Por que tenho medo de lhe dizer quem sou? - John Powell
Por que tenho medo de lhe dizer quem sou? - John PowellPor que tenho medo de lhe dizer quem sou? - John Powell
Por que tenho medo de lhe dizer quem sou? - John Powell
Carlos Junior
 
NIVEIS DE CONSCIENCIA HUMANA pptx
NIVEIS DE CONSCIENCIA HUMANA pptxNIVEIS DE CONSCIENCIA HUMANA pptx
NIVEIS DE CONSCIENCIA HUMANA pptx
ARMAZÉM DE ARTES TANIA PAUPITZ
 
Escutando sentimentos cap 1
Escutando sentimentos  cap 1Escutando sentimentos  cap 1
Escutando sentimentos cap 1
Leonardo Pereira
 
Tecendo o amanhã
Tecendo o amanhãTecendo o amanhã
Entendendo a Geração Y
Entendendo a Geração YEntendendo a Geração Y
Entendendo a Geração Y
Future Press, E-Press, Presentations,
 
Clínica da adolescencia
Clínica da adolescenciaClínica da adolescencia
Clínica da adolescencia
Daniela Marques
 
Nova teoria da Comunicação
Nova teoria da ComunicaçãoNova teoria da Comunicação
Nova teoria da Comunicação
Maracy Guimaraes
 
Estudo do livro Roteiro, lição 15
Estudo do livro Roteiro, lição 15Estudo do livro Roteiro, lição 15
Estudo do livro Roteiro, lição 15
Candice Gunther
 

Semelhante a Clinica psicanalitica julho 2010 (20)

Empatia - A habilidade fundamental para os novos tempos.
Empatia - A habilidade fundamental para os novos tempos.Empatia - A habilidade fundamental para os novos tempos.
Empatia - A habilidade fundamental para os novos tempos.
 
Ma 6ano ul1_v3n-line
Ma 6ano ul1_v3n-lineMa 6ano ul1_v3n-line
Ma 6ano ul1_v3n-line
 
Como lidar com a morte
Como lidar com a morte Como lidar com a morte
Como lidar com a morte
 
Revista bem estar-20140112 sentimento humano
Revista bem estar-20140112 sentimento humanoRevista bem estar-20140112 sentimento humano
Revista bem estar-20140112 sentimento humano
 
Revista Grito de Alerta -Tema Suicídio.
Revista Grito de Alerta -Tema Suicídio.Revista Grito de Alerta -Tema Suicídio.
Revista Grito de Alerta -Tema Suicídio.
 
As múltiplas faces de Eros - psicoologia
As múltiplas faces de Eros - psicoologiaAs múltiplas faces de Eros - psicoologia
As múltiplas faces de Eros - psicoologia
 
Cg jung desenvinfantil
Cg jung   desenvinfantilCg jung   desenvinfantil
Cg jung desenvinfantil
 
Boletim informativo março 2015
Boletim informativo março 2015Boletim informativo março 2015
Boletim informativo março 2015
 
Esquizofrenia Social - Elza Pádua
Esquizofrenia Social - Elza Pádua Esquizofrenia Social - Elza Pádua
Esquizofrenia Social - Elza Pádua
 
CARTA DE UM ADOLESCENTE: A QUESTÃO DO SUJEITO
CARTA DE UM ADOLESCENTE: A QUESTÃO DO SUJEITOCARTA DE UM ADOLESCENTE: A QUESTÃO DO SUJEITO
CARTA DE UM ADOLESCENTE: A QUESTÃO DO SUJEITO
 
Adolescência a complexidade do ser na visão espírita
Adolescência a complexidade do ser na visão espíritaAdolescência a complexidade do ser na visão espírita
Adolescência a complexidade do ser na visão espírita
 
Lygia de sousa viegas
Lygia de sousa viegasLygia de sousa viegas
Lygia de sousa viegas
 
Por que tenho medo de lhe dizer quem sou? - John Powell
Por que tenho medo de lhe dizer quem sou? - John PowellPor que tenho medo de lhe dizer quem sou? - John Powell
Por que tenho medo de lhe dizer quem sou? - John Powell
 
NIVEIS DE CONSCIENCIA HUMANA pptx
NIVEIS DE CONSCIENCIA HUMANA pptxNIVEIS DE CONSCIENCIA HUMANA pptx
NIVEIS DE CONSCIENCIA HUMANA pptx
 
Escutando sentimentos cap 1
Escutando sentimentos  cap 1Escutando sentimentos  cap 1
Escutando sentimentos cap 1
 
Tecendo o amanhã
Tecendo o amanhãTecendo o amanhã
Tecendo o amanhã
 
Entendendo a Geração Y
Entendendo a Geração YEntendendo a Geração Y
Entendendo a Geração Y
 
Clínica da adolescencia
Clínica da adolescenciaClínica da adolescencia
Clínica da adolescencia
 
Nova teoria da Comunicação
Nova teoria da ComunicaçãoNova teoria da Comunicação
Nova teoria da Comunicação
 
Estudo do livro Roteiro, lição 15
Estudo do livro Roteiro, lição 15Estudo do livro Roteiro, lição 15
Estudo do livro Roteiro, lição 15
 

Clinica psicanalitica julho 2010

  • 1. 18/11/2010 CLÍNICA PSICANALÍTICA: RE-ARRANJOS CLÍNICOS Psic. Bruno Chagas Julho de 2010 "... Cada um de nós é uma biografia, uma história, uma narrativa singular que, de modo contínuo e inconsciente, é construída por nós, por meio de nós e em nós, através de nossas percepções, sentimentos, pensamentos, ações e, não menos importante, por nosso discurso, nossas narrativas faladas...". (Oliver Sacks) 1
  • 2. 18/11/2010 “SERÁ POSSIVEL TRANSMITIR PSICANÁLISE, SE FORMAR COMO PSICANALISTA, SEM TER A PACIÊNCIA DE SE DEBRUÇAR COM AMOR SOBRE O TEXTO TEÓRICO, PARA RETRABALHÁ-LO E SOBRE O TEXTO DE NOSSA ALMA E DE NOSSO CORPO, COM O PRAZER DE DESEJAR PARTICIPAR ATIVAMENTE NUMA MUDANÇA, EMBORA MÍNIMA DA COMBINATÓRIA DE NOSSOS ELEMENTOS QUÍMICOS E PULSIONAIS DESEJANTES” J-D NASIO O OBJETIVO DESTE TRABALHO É : PORQUE FAZER ANÁLISE ? PERSONALIDADES REFLEXÃO SOBRE OS CRITÉRIOS DE ANALISABILIDADE. CLÍNICA PSICANALÍTICA ATUAL. INDICAÇÕES E CONTRA-INDICAÇÕES. PRÁTICA PSICANALÍTICA ATRAVÉS DE ESTUDOS DE CASOS. 2
  • 3. 18/11/2010 • Nenhum dos autores da Psicanálise detém a totalidade do saber sobre o ICS e seus efeitos, e que nenhuma proposta clinica é capaz de dar conta de todas as formas de sofrimento psíquico. O que uma análise pode fazer não é eliminar a divisão do sujeito, mas propiciar que ele deixe de responder cegamente ao desejo inconsciente – que é sempre desejo (de se fazer objeto) do desejo de um Outro-, de modo a tornar-se capaz de responsabilizar por sua condição desejante. Esta consiste justamente na impossibilidade de satisfazer plenamente o desejo e, portanto, na permanente tarefa de realizá-lo na produção simbólica. 3
  • 4. 18/11/2010 Mas então quem é o Outro ? “o lugar de onde pode ser colocado, para ele, a questão de sua existência” isto é: de sua sexualidade e de seu desejo, de sua procriação e de sua filiação, de sua existência e de sua morte, do destino que terá sido o seu, enfim. J. Lacan, "Em uma questão preliminar a qualquer tratamento possível da psicose", Écrits, Paris, Editions du Seuil, 1966, p. 549. Ex. clínico: • Em Freud, o “Homem dos Ratos” foi tomado por um impulso de querer emagrecer, mas não conseguia executar esse intento, porquanto o impulso se manteria incompreensível enquanto não fosse revelado que a palavra “gordo”, no idioma alemão que falava, é dick, sendo também Dick o nome de um rival de quem gostaria de se desfazer. Pelo mecanismo de deslizamento de um significante para o outro, emagrecer teria o significado de matar o rival Dick. 4
  • 5. 18/11/2010 Quando Winnicott afirmou que não existe um bebê sem a sua mãe, estava assinalando um princípio para a compreensão do self, que na verdade está presente a cada momento do processo maturacional: não existe o self sem o outro, o self acontece no mundo. O acontecer humano demanda a presença de um outro. As primeiras organizações psíquicas do bebê, a entrada na temporalidade (inclusão na Estrutura), a abertura da dimensão espacial, a personalização só se constituem e ganham realização pela presença de alguém significativo. 5
  • 6. 18/11/2010 Hanna Arendt (1997) ensina-nos que a realidade do mundo é garantida pela presença dos outros. O mundo consiste nas coisas, que devem a sua existência aos homens e que, por sua vez, também condicionam os autores humanos. Assim, tudo o que adentra o mundo humano torna-se parte da condição humana. O trabalho e seu produto, o artefato humano, emprestam permanência e durabilidade ao caráter efêmero do tempo humano. A cada nascimento, o novo começo pode fazer-se sentir no mundo, porque o recémchegado possui a capacidade de iniciar algo novo: agir. Adentramos no mundo ao nascer e o deixamos para trás ao morrer. O mundo transcende a duração de nossa vida, tanto no passado como no futuro. Ele preexistia à nossa chegada e sobreviverá à nossa breve permanência 6
  • 7. 18/11/2010 O nascimento humano e a morte de seres humanos não são ocorrências simples e naturais, mas referem-se a um mundo ao qual vêm e do qual partem indivíduos únicos, entidades singulares, impermutáveis e irrepetíveis Sem dúvida, pode-se afirmar que é preciso entrar no mundo para que o indivíduo sinta-se vivo e existente, mas tem de ser de uma maneira singular e pessoal. Não basta, para o acontecer do self do bebê, que o mundo esteja pronto com suas estéticas, com seus códigos, com seus mitos. A criança precisa, pelo gesto, transformar esse mundo em si mesma. 7
  • 8. 18/11/2010 É preciso que o mundo, inicialmente, seja ela mesma, para que ela possa apropriar-se dele e compartilhá-lo com outro. O bebê, dessa forma, faz-se singularidade pelo gesto criativo que a leva a encarnar a memória de seu grupo cultural de maneira peculiar. Se a inscrição no mundo não pôde ser realizada pela interação e comunicação com alguém significativo, certamente tenderá a acontecer de forma impulsiva e desorganizada, que expressa o desespero sem nome, vivido pelas pessoas que não tiveram aqueles acontecimentos em suas histórias. 8
  • 9. 18/11/2010 Observa-se que pacientes que não encontraram essa experiência SIGNIFICATIVA identificam-se com uma coisa, um vegetal, um animal, um alienígena, quando não organizaram uma psicose, como forma de proteção, frente à agonia impensável, decorrente da impossibilidade de criar um mundo ao qual possam pertencer. ENTÃO PORQUE PSICANÁLISE ? 9
  • 10. 18/11/2010 Somos seres falantes e por esta razão contamos com o simbólico, mas também sofremos as conseqüências disto. A linguagem tanto pode libertar um sujeito quanto aprisioná-lo, e o aprisionamento é o que testemunhamos nos dias de hoje, principalmente porque a palavra está tão vazia de sentido e valendo pouco para a grande maioria. Ouvimos as pessoas falarem e não cumprirem com o que dizem, dizerem e afirmarem que falaram por falar, que se enganaram, esqueceram ou que não tem importância o que disseram. Poucos contam com a linguagem para saber o que estão dizendo e em que discurso estão inscritos. 10
  • 11. 18/11/2010 O depoimento a seguir muito bem definido mostra um pouco o trabalho que uma análise possibilita. Quando o sujeito resolve descobrir o porquê do que lhe acontece, depara-se com o valor e a importância de ser falante. • “A análise é árdua e faz sofrer. Mas quando se está desmoronando sob o peso das palavras recalcadas, das condutas obrigatórias, das aparências a serem salvas, quando a imagem que se tem de si mesmo torna-se insuportável, o remédio é esse. Pelo menos, eu o experimentei e guardo por Jacques Lacan uma gratidão infinita (…) Não mais sentir vergonha de si mesmo é a realização da liberdade (…). Isso é o que uma psicanálise bem conduzida ensina aos que lhe pedem socorro”.Françoise Giroud. Setembro de 1995. 11
  • 12. 18/11/2010 No início da análise é comum que as queixas refiram-se à mãe, ao namorado (a), chefe, ao destino etc. Esses sujeitos chegam em posição de objetos, acreditandose vítimas, onde diz que nada tem a ver com o que lhes acontece e que nada podem fazer a respeito dessa desordem na qual se encontram, porque acreditam que “foram colocados” neste lugar. Isto é o que acreditam primeiramente. • O trabalho de análise é mostrar ao paciente sua implicação no sintoma e também o que ele pode fazer para sair desta desordem. • A felicidade ou a infelicidade não está inscrita nos genes nem nos neurônios, cada sujeito tem uma história singular, por isso cada caso é um caso particular, e o trabalho analítico é escutar o discurso do sujeito que está sofrendo para que ele descubra qual a causa, quais implicações inconscientes estão dirigindo sua vida. E esta descoberta o colocará em outra posição. 12
  • 13. 18/11/2010 • Os pacientes descrevem a experiência de análise como algo que deu sentido à sua vida, aliviando suas dores e significando sua história, onde conseguem desfazer os nós sintomáticos que são resultados de sua historia familiar, herdados até de outra geração através do discurso. Não é por causa dos problemas que as pessoas vão ao psicanalista, e sim devido aos sintomas. O que a psicanálise faz é mostrar que o próprio problema é uma solução de uma questão inconsciente. Não vamos solucioná-lo, mas ajudar a montar a equação. Qualquer pessoa que conhece um pouco de matemática sabe que essa é a parte mais difícil. 13
  • 14. 18/11/2010 E a análise possibilita para o sujeito, descobrir o texto enigmático desse discurso que ele repete tantas vezes sem saber exatamente o que diz. O RETORNO DO REPRIMIDO REPRESSÃO CS SINTOMA CENSURA ICS RETORNO DO REPRIMIDO DESEJO REPRIMIDO 14
  • 15. 18/11/2010 A compulsão à repetição é um impulso à ação que substitui o recordar; sendo assim, quanto maior a atuação, maior a resistência e menor a recordação. Logo, a repetição é definida como algo que faz oposição ao saber, sendo ela da ordem da ação. CLÍNICA E PERSONALIDADES: UM FACILIDADE... 15
  • 16. 18/11/2010 TIPO N DE PERSONALIDADE • O superego esta constituído, a angústia maior é de castração, o mecanismo de defesa é o recalcamento, o conflito se dá entre o superego e o ID. A relação com os pais é triangular, a relação de objeto é genital. No tipo N, ou os dois pais interditam as duas pulsões (a sexual e agressiva), ou um deles opera uma excitação e o outro uma interdição sexuais. • Dito de outra forma, são pessoas com dificuldades com limites, em função da castração. Todos nós temos problemas com limites, mas o tipo N sofre mais por causa deles. Raramente estão satisfeitos, porque o que falta se torna mais importante do que o possuído. 16
  • 17. 18/11/2010 • Disputam para ver quem pode mais, quem sabe mais, quem decide, quem manda, seu discurso é permeado por falas desse teor. • Nas sessões de análise, isso aparece de várias maneiras: • Fazem questão de decidir o horário, chegando atrasados e tentando ficar além do horário. • (Nenhum comportamento, por mais típico que seja, define o tipo de personalidade). • A culpa predomina pois é comum o conflito entre o Id e o Superego, entre o que fazer e o que não se deve fazer. • O limite imposto pelo superego é muitas vezes desafiado, gerando culpa. 17
  • 18. 18/11/2010 Reação emocional do terapeuta no tipo N • Diante do tipo N, o terapeuta tende a competir, às vezes podendo se irritar ou tornar-se agressivo, proteger-se da agressividade do outro ou até mesmo rejeitá-lo. • Por vezes a reação do terapeuta é ser cauteloso com o que fala por se sentir às vezes “checado”. Pois o tipo N discordam, desafiam, e colocam o terapeuta em posição de defesa. • O tipo N pode desconsiderar o que o terapeuta fala, nem ouvi-lo, não deixam espaço algum para que o outro fale, passar a elogiar outros terapeutas, ou mostrar que sabe mais do que o terapeuta, discorrendo sobre assuntos da área Psi. 18
  • 19. 18/11/2010 • Há pacientes que mal escutam o analista, falam sem parar e, no fim, querem continuar a consulta e ainda acusam o analista de não falar nada. (que neurose heim) • Isso são formas de diminuir o analista, uma forma de competição. • Outra forma é tentar ficar amigo do terapeuta, tentando ser amigo, isso o desqualifica como profissional. • Este tipo é sempre instigante, sedutores e cativantes. • Tipo N mais bem-resolvidas estabelecem relação de igual para igual. 19
  • 20. 18/11/2010 • O componente artístico de uma análise, é o que a torna única permitindo o encontro humano em essência e que esse par analítico (um par que esta permanente interagindo e se influenciando reciprocamente) seja único. Claro que isso implica na análise pessoal do terapeuta, tornando-o cada vez mais consciente de suas questões psicológicas, separando-as de seus pacientes. CARACTERISTICAS DO TIPO EL • O EL, tem relação de objeto analítica, ou seja, de apoio. Há uma relação de dependência, os dois pais não são sexuados, mas “grandes”. Existe grande necessidade de afeto, de apoio e compreensão, pois o ego é frágil. • A instância dominante é o Ideal do Ego ( está conectada com o conceito, mais genérico de superego, ficando o sujeito submetido as aspirações do outro, em relação ao que ele deve ser e ter, tenta corresponder as expectativas do outro, que passam a ser suas), em que o sujeito se espelha. 20
  • 21. 18/11/2010 • A sua angústia é de perda de objeto, do qual ele torna dependente, a sua angústia depressiva, aparece quando o objeto ameaça escapar. • São pessoas que se relacionam com ideais (por isso ser difícil de escapar da opinião alheia), assumir sua própria vontade sem se importar com o outro é tarefa árdua para EL. • Não sendo competitiva por principio, o tipo EL induz o terapeuta a acolhê-lo (necessidade). • Em geral é respeitoso, é cuidadoso com horários e, embora questione o valor da consulta, o valor do profissional não se discute. • Geralmente escuta seu terapeuta mesmo que ainda esteja em meio a uma frase, porque lhe interessa a opinião do outro. Isso não acontece com N. e P. 21
  • 22. 18/11/2010 • Devemos tomar cuidado com as generalizações, pois é o “conjunto da obra” e não fatores isolados, que se elabora o prognóstico. • Embora seja exigente para se entregar, pois para tanto precisa confiar, está atento aos movimentos e as palavras do terapeuta porque deseja ser cuidado. • São mestres em saber o que se passa, e reagir para obterem apoio. • Quanto mais bem resolvida “mais saberá disfarçar (sem perceber) dos outros e dela mesmo suas necessidades de apoio. • Cuida para ser cuidado. 22
  • 23. 18/11/2010 • Outra maneira eficaz de obter apoio, acreditando não depender de ninguém é ter SEGUIDORES. Um ator famoso e seus séquitos, um professor e seus orientandos, um analista e seus supervisionandos e clientes, um patriarca de família por exemplo. • Entre o tipo EL existem os “cuidadores” onde o objetivo é fugir da solidão e da depressão, maiores receios desta pessoa, e os “solicitantes” exigem mais do que cuidam, embora anunciem cuidar, sendo o BODERLINE (estado limite entre N e P) o caso de gravidade máxima entre estes indivíduos. 23
  • 24. 18/11/2010 REAÇÃO EMOCIONAL DO TERAPEUTA • O Terapeuta não se sente checado nem em competição mas induzido a cuidar. A EL fica magoada facilmente e o terapeuta fica preocupado em não ser rigoroso ou exigente demais. • O terapeuta tende a sensibilizar com o sofrimento e a solidão do paciente • Chega sempre no horário combinado, se chega a discutir preço é porque precisa de dinheiro ou porque pretende testar se o terapeuta o deseja ou não. • O teste que o EL faz não é para competir mais para se sentir amada, acolhida. • Caso faça perguntas sobre o terapeuta, a intenção é poder se localizar, para saber se confia, e também ter elementos para poder agradar (seduzir), se necessário. 24
  • 25. 18/11/2010 • Quando a intensidade de EL é suave, suas maneiras aparecem como as de uma pessoa agradável, sensível, atenta e educada. • São sedutores, sabem observar o que é necessário fazer ou dizer para serem agradáveis no intuito de serem acolhidos. • Cuidado com generalizações, pois estas características podem ser observadas em N e P. • O clima da sessão geralmente é confortável, mas EL esta atento a tudo, percebe se o terapeuta desviou o olhar, bocejou... Fica medindo se é bem recebido ou não. • O maior problema de EL é que eles deixam de notar seus próprios desejos. Assim a tarefa de análise se localiza neste tópico. Eles tem dificuldade de lidar com a sua agressividade, não consegui impor seu desejo com medo de destruir o objeto. 25
  • 26. 18/11/2010 CARACTERÍSTICAS DA PESSOA TIPO P. • No tipo P, a natureza da angústia é de fragmentação. O superego não organiza, a organização dominante é o ID, levando a um conflito com a realidade. A relação com o outro é fusional (espera q os outros adivinhe seus pensamentos e necessidades). • São pessoas profundas, centradas nelas mesmas, estabelecendo uma delicada relação com o ambiente porque este pode ser motivo de desorganização. • São meio confusos, ficam olhando o local para se ambientalizarem, as vezes muito desligado. • Tem um mundo interno rico, em função de ter o ID como estrutura dominante, sua criatividade é grande devido a esse contato com seu mundo interno. 26
  • 27. 18/11/2010 • São pessoas de opinião forte,não cedem facilmente, para se defender da opinião desorganizadora, tende a refletir antes de falar ou de agir, para evitar rever seus conceitos, mantenho sua organização interna. • Se P defende seus ideais para manter a coesão interna, N defende suas idéias para ter poder, para não se sentir castrada. EL tem idéias próprias, as defende e é criativa. REAÇÃO EMOCIONAL DO TERAPEUTA • É comum o terapeuta ter intervenções do tipo “explique melhor essa parte” ou “ de quem mesmo você esta falando” “em que época se deu isso” • São intervenções que indicam necessidade por parte do terapeuta de organizar o paciente (ou a si mesmo). 27
  • 28. 18/11/2010 • Sente-se confortável pois o tipo P não é competitivo. Mais a sensação de invasão pode ocorrer. • Quando estão desconfiados criam um clima tenso e basta um olhar ou uma palavra mais brusca ou equivocada para deixar o paciente da defensiva (desorganização interna) • São exigentes e se o terapeuta for descuidado ou impetuoso com palavras, pode perder a confiança de seu cliente. Em geral, não confiam facilmente, embora não sejam desconfiados sem motivo, • E fácil de dispersar com este tipo, pois o terapeuta pode ter a sensação de estar sozinho.(distância promovida pelo próprio P para não de desorganizar, nos casos mais graves não sabe diferenciar quem é ele ou quem é o outro) 28
  • 29. 18/11/2010 O conhecimento disso na clínica • É o modo como a transferência tende a se manifestar, naquele momento considerado, e como posso demonstrar ao meu paciente que algum conhecimento de seu modo de encarar o mundo e a si mesmo pode ajudá-lo a se conhecer e a se tranqüilizar em relação ao seu modo de ser. • Todos os três funcionamentos podem ser igualmente saudáveis, são maneiras de viver e observar o mundo, igualmente satisfatórias e complicadas. 29
  • 30. 18/11/2010 • Em um análise clássica, no transcorrer de uma sessão específica a concepção psicopatológica não precisa estar presente como norteadora das intervenções do analista porque surge naturalmente quando se tornam a questão. CRITÉRIOS DE ANALISIBILIDADE 30
  • 31. 18/11/2010 • O PRIMEIRO CONTATO COM O ANALISTA: Desde o inicio já se estabelece algum tipo de vinculo, a forma como o possível paciente utiliza a sua conduta, atitude e linguagem podem estar expressando uma importante maneira de “ser”, em um nível que extrapola o da linguagem unicamente verbal. Exemplos: • Uma linguagem mais tímida, entrecortada, pedindo desculpas por estar atrapalhando e similares, revela uma personalidade possivelmente frágil e temerosa de um rechaço. • Ou entonação vocal que desperta no terapeuta uma sensação de arrogância, de mandonismo (só posso ir na quarta a noitinha), pode ser uma pessoa que esteja defendendo suas angustias através de traços narcísicos. 31
  • 32. 18/11/2010 • Paranóide (série de perguntas, de modo desconfiado e defensivo) • Depressiva (tonalidade vocal, às vezes, chega a ser inaudível) • Dependente (induzem que outras pessoas façam o 1º contato) ENTREVISTA INICIAL • Independente de qual modalidade de análise, é necessário que o analista tenha uma idéia razoavelmente clara das condições psíquicas do paciente. • Ter condições de assumir o compromisso. • Entrevista Inicial e Primeira Sessão são diferentes. 32
  • 33. 18/11/2010 FINALIDADES DA E.I. • Avaliar as condições mentais, emocionais, materiais e circunstanciais da vida do paciente que o buscou; ajuizar os prós e os contras, as vantagens e desvantagens, os prováveis riscos e os benefícios; o grau e o tipo de psicopatologia, de modo a permitir alguma impressão diagnóstica e prognóstica e reconhecer os efeitos contratransferenciais que lhe estão sendo despertados. Abordagem: 1. NOSOLÓGICO – uma determinada categoria clinica. 2. DINÂMICO – a lógica do ICS. 3. EVOLUTIVA – cada etapa, com preponderância de vazios, carências orais, defesas obsessivas anais, etc. implica alguma determinada técnica especifica. 33
  • 34. 18/11/2010 4. FUNÇÕES DO EGO – por ex. “a capacidade sintética do ego” já é um nível elevado que permite simbolizar simultaneamente significações opostas e ou contraditórias. 5. CONFIGURAÇÕES VINCULARES – dentro da família ou fora dela, nos grupos em gerais, etc. 6. COMUNICACIONAL – na atualidade, esse aspecto adquire uma grande relevância. 7. CORPORAL – cuidados corporais, autoimagem, presença de hipocondria ou de somatizaçao... 8. MANIFESTAÇOES TRANSFERENCIAIS e CONTRATRANSFERENCIAIS,ETC. 34
  • 35. 18/11/2010 • A sua Orientação e a cura do analisando se coincidem ??? • O Analisando demanda “cura” ou “alivio de sintomas”. • O Analista ter clareza sobre seus próprios alcances e limitações. • Trabalhar de forma confortável diante das combinações feitas de valores e horários. • Sem precipitações não existe 1ª impressão em Psicanálise. Na E.I umas das suas principais finalidades é a do Analista poder observar, e pôr à prova, a forma de como o analisando reage e contata com os assinalamentos ou as eventuais interpretações que lhe sejam feitas; como ele pensa e correlaciona os fatos psíquicos, se demonstra uma capacidade para simbolizar, abstrair, dar acesso ao seu ICS, e se revela condições para fazer insights. 35
  • 36. 18/11/2010 • Enfim na E.I. o ideal é que o analisando saia do consultório com a impressão de que foi atendido e que o analista entendeu suas questões como elas realmente são. Analisabilidade e Acessibilidade • Analisabilidade: refere-se a indicação para a analise, se baseia nas estruturas. • Acessibilidade: se atenta para a motivação, disponibilidade, a coragem e a capacidade de o paciente permitir um acesso ao seu ICS, para o analista e para ele mesmo. 36
  • 37. 18/11/2010 INDICAÇÕES E CONTA-INDICAÇÕES • Indicações e contra-indicações • Cabe interpretar na E.i? • O contrato (direitos e deveres de cada um, combinação de valores e forma de pagamento, plano de férias,etc...) O que se espera do Analisando: • Que esteja suficientemente bem motivado para um trabalho árduo e corajoso. • As resistências podem ser “uma porta de abertura para a verdadeira análise” • Motivação demais “desconfie” • Que reflita sobre a seriedade das proposta analíticas e participe ativamente. 37
  • 38. 18/11/2010 O que se espera do Analisando: • O paciente tem o direito de se apresentar com todo o seu lado psicótico, narcisista, agressivo, mentiroso, atuador e etc... • É por isso que ele faz análise. O que se espera do analista: • Natureza de sua motivação – prazer profissional, pesquisas, obrigatoriedade, currículo e etc. • Definir para obtenção de “benefícios terapêuticos” ou de “resultados analíticos”. • Empatia, continente, amor às verdades • Não utilizar métodos estereotipados. 38
  • 39. 18/11/2010 • Estar em condição de reconhecer a natureza de suas contra-resistências, contratransferências. • Ele ter condições de envolver-se afetivamente com seu paciente, sem ficar envolvido, ser firme sem ser rígido, ser flexível sem ser fraco e manipulável. • Reconhecer seus limites, buscar trabalhar de forma confortável, retirando tempo para sua vida privada e lazeres. IMPORTANTE: SE O PSICANALISTA ESTÁ EM CONDIÇÕES DE SANCIONAR COMO ATO A EXISTÊNCIA DO ICS. DE SEU ANALISANDO, É PORQUE ELE MSM JÁ PERCORREU, NA CONDIÇÃO DE PACIENTE O CAMINHO DE UMA ANÁLISE. 39
  • 40. 18/11/2010 • PRATICAR A ESCUTA DIRIGIDA. ISTO É UM DISPOSITIVO CLÍNICO DE QUE O PSICANALISTA DISPÕE PARA DIRIGIR O TRATAMENTO. UMA ESCUTA NA CLÍNICA PSICANALÍTICA ESTÁ LIGADA A UMA VIA DE MÃO DUPLA: POR UM LADO, O PSICANALISTA ESCUTA APOIADO NA TEORIA E POR OUTRO LADO FICA ATENTO AO DESFILE DE SIGNIFICANTES QUE O ANALISANDO REALIZA EM SUA FALA. REFERÊNCIAS: • Arendt, H. (1997). A condição humana. 8 ed. (R. Raposo, Trad.). Rio de Janeiro: Forense Universitária. (Original publicado em 1958) • DICIONARIO DE PSICANÁLISE – ELISABETH ROUDINESCO • PSICOSSOMÁTICA – J-D- NASIO • 7 CONCEITO CRUCIAIS DA PSICANÁLISE – J-D NASIO • MANUAL DA TÉCNICA PSICANALÍTICA – DAVID E. ZIMERMAN • OTTO FENICHEL 40
  • 41. 18/11/2010 Bruno Augusto das Chagas Psicanalista. Telefone para contato: 37- 3212-7107 37- 9121-3996 bruno@institutoarios.com www.institutoarios.com 41