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14 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 129 – MARÇO/2010
1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO
E
stima-se que o enxofre (S) seja o nono elemento mais
abundante no planeta. Geralmente, pode ser encon-
trado como sulfetos, sulfatos e mesmo como S ele-
mentar. Depois do oxigênio e do silício, é o constituinte mais abun-
dante dos minerais. Como S livre na natureza, ocorre principal-
mente em depósitos vulcânicos ou sedimentares. Encontra-se tam-
bém nos carvões, petróleos e gás natural, sob a forma de compos-
tos orgânicos.
O Brasil consome cerca de 1,6 milhão de toneladas anuais de
S elementar, importando 90% desse total devido à pequena produ-
ção nacional.
O S é matéria-prima utilizada largamente na agricultura brasi-
leira, que consome 53% da produção, seguida pelas indústrias quí-
micas (47%). O consumo está diretamente relacionado à produção
de ácido sulfúrico, que, por sua vez, é destinado em cerca de 70 a
80% para produção de ácido fosfórico e de fertilizantes. Outros
importantes setores consumidores são os da produção de pigmen-
tos inorgânicos, papel, celulose, borracha, explosivos e indústria
açucareira e cosmética.
2. IMPORTÂNCIA DO ENXOFRE PARA AS PLANTAS2. IMPORTÂNCIA DO ENXOFRE PARA AS PLANTAS2. IMPORTÂNCIA DO ENXOFRE PARA AS PLANTAS2. IMPORTÂNCIA DO ENXOFRE PARA AS PLANTAS2. IMPORTÂNCIA DO ENXOFRE PARA AS PLANTAS
O S é reconhecido, junto com nitrogênio (N), fósforo (P) e
potássio (K), como um nutriente-chave necessário ao desenvolvi-
mento das culturas.
O elemento participa de numerosos compostos, como ami-
noácidos e proteínas, coenzimas, sulfolipídeos, flavonóides, lipídeos,
glucosinolatos, polissacarídeos, compostos não saturados, sulfó-
xidos, alcalóides, nucleotídeos, compostos reduzidos, entre outros.
Junto com o N, o S está presente em todas as funções e processos
que são parte da vida da planta, da absorção iônica aos papéis do
RNA e DNA, inclusive controle hormonal para o crescimento e a
diferenciação celular. Isto explica a existência de uma relação N/S
(12/1 a 15/1) que está associada com o crescimento e a produção da
planta. Por exercerem funções similares na planta, a clorose pro-
vocada pela falta de N é semelhante à causada pela deficiência de S;
a diferença está no fato que a primeira ocorre nas folhas mais velhas
e a segunda o faz nas mais novas, consequência da pouca mobili-
dade do S no floema (Figura 1).
Tanto a colheita (Tabela 1) quanto a qualidade do produto
podem ser influenciadas pelo S. Assim, o S aumenta o teor de
metionina nas proteínas dos cereais, melhorando sua qualidade
nutritiva; aumenta a qualidade da farinha para panificação e o volu-
me do pão; melhora o peso da semente e o índice micronaire (com-
A IMPORTÂNCIA DO ENXOFRE NAA IMPORTÂNCIA DO ENXOFRE NAA IMPORTÂNCIA DO ENXOFRE NAA IMPORTÂNCIA DO ENXOFRE NAA IMPORTÂNCIA DO ENXOFRE NA
AGRICULTURA BRASILEIRAAGRICULTURA BRASILEIRAAGRICULTURA BRASILEIRAAGRICULTURA BRASILEIRAAGRICULTURA BRASILEIRA
Figura 1. Sintomas de deficiência de nitrogênio (A) e de enxofre (B) em
sorgo.
Fonte: COELHO et al. (2002).
Abreviações: CTA = capacidade de troca aniônica; DAP = diamônio fosfato, DNA = ácido desoxirribonucléico; MAP = monoamônio fosfato, RNA =
ácido ribonucléico; RTA = resina trocadora de ânions.
1
Engenheira Agrônoma, M.S., IPNI Brasil; e-mail: sstipp@ipni.net
2
Engenheiro Agrônomo, Doutor, Diretor-Adjunto do IPNI Brasil; email: vcasarin@ipni.net
plexo finura + maturidade) do algodão; em uso conjunto com o N,
em forrageiras, ajuda a reduzir o teor de nitrato que, quando em
excesso, é prejudicial ao animal; é responsável pelo sabor do aspar-
go e pelo odor da cebola e do alho; torna as hortaliças mais macias,
com maior valor comercial; eleva a produção de colmos e o teor de
sacarose na cana-de-açúcar (MALAVOLTAe MORAES, 2007).
Tabela 1. Resposta de culturas brasileiras ao enxofre.
Cultura Aumento na produção (%)
Algodão 37
Arroz 16
Café 41
Cana-de-açúcar 11
Citros 18
Capim colonião 21
Colza 51
Feijão 28
Milho 21
Repolho 9
Soja 24
Sorgo 10
Trigo 26
Fonte: MALAVOLTA (1996).
Silvia Regina Stipp1
Valter Casarin2
A B
INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 129 – MARÇO/2010 15
A Tabela 2 mostra as exigências comparadas de N, S e dos
demais macronutrientes por algumas das principais culturas. De
modo geral, pode-se dizer que as exigências de S são semelhantes
às de P e de magnésio (Mg), embora em algumas espécies, como
algodoeiro e cana-de-açúcar, a exigência de S seja maior que a de P.
O S é importante não somente como nutriente, mas também
por seu papel no mecanismo de defesa da planta contra pragas e
doenças.As plantas sadias contêm grande variedade de metabólitos
secundários, muitos dos quais contendo N e S em sua estrutura.
Esses compostos estão presentes seja em sua forma ativa biologi-
camente ou armazenados como precursores inativos, que são con-
vertidos na forma ativa pela ação de enzimas em resposta ao ataque
do patógeno ou da praga. Embora o uso do enxofre elementar (S0
)
como fungicida seja muito antigo, pouco se sabe a respeito do
modo como ele funciona. Recentemente foi demonstrado que a pró-
pria planta pode gerar S0
endógeno como mecanismo de proteção
contra o patógeno.
3 .3 .3 .3 .3 . DINÂMICA DO ENXOFRE NOS SOLOSDINÂMICA DO ENXOFRE NOS SOLOSDINÂMICA DO ENXOFRE NOS SOLOSDINÂMICA DO ENXOFRE NOS SOLOSDINÂMICA DO ENXOFRE NOS SOLOS
AGRICULTÁVEISAGRICULTÁVEISAGRICULTÁVEISAGRICULTÁVEISAGRICULTÁVEIS
A entrada de S no solo pode ocorrer por intemperismo de
minerais sulfatados, águas da chuva e irrigação, deposição atmos-
férica (poeira), resíduos vegetais e animais, adições de fertilizantes
minerais ou orgânicos e pesticidas. Por outro lado, as saídas deste
elemento estão relacionadas a exportações pelas culturas, lixiviação,
erosão, queimada e emissão de gases sulfurados (Figura 2). A in-
corporação ao solo de formas gasosas de S, pela deposição at-
mosférica ou pela dissolução na água da chuva, é variável entre
regiões e apresenta maior importância nas proximidades de áreas
urbanas e industriais (ALVAREZV. et al., 2007).
Nos solos tropicais e subtropicais, o S está presente nas
formas orgânica e inorgânica, sendo a primeira forma predominante,
em geral constituindo mais de 90% do total. Isto é comprovado
pelas altas correlações verificadas entre os teores de carbono
orgânico ou N total e os teores de S total ou orgânico.
Tabela 2. Exigência de macronutrientes de algumas das principais culturas.
Quantidade N P K Ca Mg S
(t) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (kg) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Algodoeiro2
Raízes 0,5 (m.s.)1
6 0,2 3,0 1,0 0,7 0,8
Parte aérea vegetativa 1,7 (m.s.) 49 4 39 49 7 22
Parte aérea reprodutiva 1,3 29 4 24 7 5 10
Arroz3
Raízes 1 20 3 60 4 2 2
Colmos 2 15 3 12 12 1 3
Folhas 2 15 1 6 2 4 1
Casca 1 8 2 13 2 1 1
Grãos 3 45 8 9 0,5 0,1 5
Café4
Grãos 0,06 1 0,06 1 0,2 0,1 0,08
Casca 0,06 (m.s.) 0,5 0,04 1 0,1 0,4 0,05
Cana-de-açúcar5
Colmos 100 90 10 65 60 35 25
Folhas 25 60 10 90 40 17 20
Laranja6
Frutos 1 2 0,2 1,5 0,5 0,12 0,13
Milho7
Grãos 5 67 12 15 1 4 5
Colmo, folhas 4,5 50 9 55 13 10 7
Pastagens8
Gramíneas 1 (m.s.) 17 2 21 5 3 1
Leguminosas 1 (m.s.) 32 3 21 13 4 2
Soja9
Caule, ramos e folhas 5,6 (m.s.) 29 2 34 43 20 2
Grãos 2,4 152 11 43 8 6 4
Trigo7
Grãos 3 50 11 12 1 6 3
Palha 3,7 20 9 27 6 3 5
1
m.s. = matéria seca.
2
MALAVOLTA et al. (1974); 3
MALAVOLTA e FORNASIERI FILHO (1983), FURLANI et al. (1977); 4
MALAVOLTA et al. (1963);
5
MALAVOLTA (1982); 6
BATAGLIA et al. (1977); 7
GARMAN (1967); 8
GALLO et al. (1974); 9
BATAGLIA e MASCARENHAS (1982).
Fonte: adaptada de MALAVOLTA e MORAES (2007).
Cultura Parte da planta
Figura 2. Formas e fluxos de enxofre no sistema solo-planta-atmosfera.
Fonte: ALVAREZ V. et al. (2007).
16 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 129 – MARÇO/2010
Os minerais primários, especialmente sulfetos metálicos de
Fe, Zn, Cu, Ca e Mg, e o gesso são as fontes originais do S no solo.
O intemperismo destas fontes, com a ocorrência de processos físi-
cos, químicos e biológicos, origina outros compostos ou formas de
S que são utilizados por outros microrganismos ou plantas.
As transformações de S no solo são controladas por pro-
cessos bióticos e abióticos. As transformações bióticas estão rela-
cionadas aos processos de mineralização, imobilização, oxi-redução
e assimilação de S pela planta, enquanto os processos abióticos
ocorrem em função de adsorção, dessorção, precipitação e dissolu-
ção do S inorgânico. A importância relativa de cada processo
depende de fatores como temperatura do solo, pH, umidade, quan-
tidade e tipos de argilominerais, óxidos de ferro e alumínio, conteú-
dos de carbono e N (NORMAN et al., 2002).
Em condições aeróbicas, o ânion SO4
2-
é a forma mineral de
S predominantemente encontrada no solo e também a principal
forma do elemento absorvida pelas plantas.Apopulação microbiana,
ao decompor compostos orgânicos com baixa relação C/S, disponi-
biliza o SO4
2-
por mineralização para a solução do solo. Entretanto,
em materiais orgânicos com elevada relação C/S, os decompositores
necessitam de uma quantidade maior de S para incorporar em sua
biomassa. Dessa forma, o S inorgânico do solo é imobilizado, tor-
nando-se temporariamente indisponível às plantas, semelhantemente
ao que ocorre com o N. Em solos mal drenados, com baixa difusão
de oxigênio, as formas reduzidas de S são as que predominam, tais
como dióxido de S (SO2
), sulfito (SO3
2-
), tiossulfato (S2
O3
2-
), S ele-
mentar (S0
) e sulfeto (S2-
).
As plantas, embora aptas a absorverem S via foliar, obtêm
a maior parte desse elemento via radicular. Grande parte do S en-
contrado nas células é absorvida da solução do solo como SO4
2-
.
O S é transportado até o sistema radicular principalmente por flu-
xo de massa. O ânion SO4
2-
na solução do solo também pode ser
adsorvido pelos colóides inorgânicos do solo.
Solos argilosos com altos teores de óxidos de ferro apre-
sentam grande capacidade de adsorção de SO4
2-
, o que diminui a
sua movimentação no perfil do solo. Já em solos arenosos a movi-
mentação do SO4
2-
é maior e, com isso, este pode ser perdido por
percolação. Além disso, solos arenosos possuem baixos teores
de matéria orgânica, consequentemente, menores reservas de S
orgânico.
Atualmente, o S está se tornando um nutriente limitante na
produção das culturas, muito mais do que no passado (SALES,
2007). As razões para esse aumento na necessidade incluem:
• Baixo teor nos solos tropicais, principalmente Oxissolos
(Latossolos) e Ultissolos (Podzólicos distróficos);
• Maior produtividade das culturas, que requerem mais S;
• Aumento no uso de adubos concentrados que contém pou-
co ou nenhum S;
• Redução nas quantidades de S atmosférico provindas da
chuva, devido ao menor consumo de combustíveis fósseis;
• Redução das reservas de S do solo com as perdas de maté-
ria orgânica devido à mineralização e à erosão;
• Menor consumo de pesticidas com S.
Além disso, o SO4
2-
enfrenta três fatores que dificultam a sua
permanência na camada superficial do solo, quais sejam:
• Presença de maiores teores de matéria orgânica, que redu-
zem a adsorção por óxidos e aumentam a carga negativa do
solo, portanto repelindo sulfatos;
• Uso da calagem, que aumenta o número de cargas negati-
vas do complexo de troca do solo, o que resulta em maior
repulsão dos íons sulfato e seu deslocamento no perfil;
• Os fosfatos aplicados em adubações ocupam preferencial
mente as posições de troca que seriam ocupados por sul-
fatos.
Porém, os menores teores de matéria orgânica a 20-40 cm de
profundidade, aliados aos teores de óxidos de ferro encontrados
nos Latossolos, podem resultar em predomínio de cargas positivas
efavoreceraretençãodoânionsulfato(NOGUEIRAeMELO,2003).
4 .4 .4 .4 .4 . DIAGNÓSTICO DA NECESSIDADE DE ADUBAÇÃODIAGNÓSTICO DA NECESSIDADE DE ADUBAÇÃODIAGNÓSTICO DA NECESSIDADE DE ADUBAÇÃODIAGNÓSTICO DA NECESSIDADE DE ADUBAÇÃODIAGNÓSTICO DA NECESSIDADE DE ADUBAÇÃO
O sucesso da recomendação de adubação sulfatada depen-
de, principalmente, do diagnóstico da fertilidade do solo e da nutri-
ção da planta que deve ser um processo criterioso, com base nos
resultados da análise física e química do solo, para identificar a
disponibilidade do nutriente no solo, e da diagnose foliar, que indi-
ca a absorção do elemento pela planta.
4.1. Análise de solo4.1. Análise de solo4.1. Análise de solo4.1. Análise de solo4.1. Análise de solo
Para determinar corretamente a necessidade de S, deve-se
fazer a análise de solo em duas profundidades, 0 a 20 cm e 20 a 40 cm,
devido à mobilidade do nutriente no solo e o seu acúmulo em
subsuperfície.
Diferentes métodos de extração de S do solo são adotados
no Brasil, associados a distintos níveis críticos ou faixas de
suficiência, dependendo das formas do elemento avaliadas, da
profundidade de amostragem recomendada e da espécie vegetal e
das características físico-químicas dos solos com os quais foi
realizado o trabalho de correlação e calibração dos métodos de
análise do S disponível. AFigura 3 é uma tentativa de calibração de
S-SO4
2-
no solo com dados da produção no campo. O extrator usa-
do foi o fosfato de cálcio em ácido acético. Os resultados sugerem
um nível crítico próximo de 10 mg dm-3
de S, isto é, valor acima do
qual não haveria resposta à adição de S como adubo. Outros valo-
res tem sido sugeridos no Brasil (MALAVOLTA, 2006).
ATabela 3 apresenta as diversas interpretações dos resulta-
dos de S disponível no solo utilizada por pesquisadores em distin-
tas regiões do país.
Figura 3. Relação entre aumento na produção devido à adição de enxofre
e teor de enxofre disponível no solo. Resultados de 30 ensaios
conduzidos em São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Paraná.
Fonte: MALAVOLTA (2006).
5
INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 129 – MARÇO/2010 17
Segundo Alvarez V. et al. (2007), em geral, a quantidade
requerida de S pelas plantas aproxima-se da exigência nutricional em
P, podendo, em algumas culturas, até superá-la; entretanto, na adu-
bação com P e com S, para se obter uma adequada disponibilidade
dos nutrientes para as plantas, deve-se aplicar doses maiores de P do
que de S, especialmente em solos argilosos, pois estes tendem a
apresentar maior capacidade de adsorção de P do que de S.
De acordo com Alvarez V. et al. (1999), a interpretação do
teor de S disponível para culturas de ciclo curto é feita conside-
rando-se as classes de fertilidade estabelecidas de acordo com a
concentração de P remanescente. Para a fase de implantação de
culturas perenes, é necessário que a fertilidade do solo no local
do transplantio ou semeadura seja maior. Assim, os teores de nu-
trientes devem ser maiores do que aqueles citados na Tabela 3 em
pelo menos três vezes. Por outro lado, a fertilidade média para
manutenção de povoamentos florestais deve ser 0,6 vez aqueles
valores; para outras culturas perenes, 0,8 vez e, para hortaliças,
duas vezes.
4.2. Diagnose foliar4.2. Diagnose foliar4.2. Diagnose foliar4.2. Diagnose foliar4.2. Diagnose foliar
A folha é, como regra geral, o órgão que melhor indica o
estado nutricional da planta e permite avaliar, de forma indireta, a
fertilidade do solo e a eventual necessidade de adubo. A folha usa-
da para a diagnose, bem como a faixa de teores foliares considerada
adequada, varia de acordo com a espécie vegetal e com diversos
fatores, a saber: época e procedimento de coleta de amostras, po-
tencial produtivo da lavoura e eficiência varietal. Informações so-
bre a amostragem para diagnose do estado nutricional das princi-
pais culturas podem ser encontradas, entre outros, em Mills e Jones
Junior (1996), Malavolta et al. (1997) e Raij et al. (1996).
Na Tabela 4 são encontrados valores de níveis críticos de
S, bem como de outros macronutrientes, para as principais cul-
turas.
Atualmente, a utilização do sistema integrado de diagnose e
recomendação (DRIS) tem se mostrado eficiente para a avaliação
do estado nutricional da planta. Os métodos diagnósticos bioquí-
micos ainda são pouco utilizados pelos produtores, sendo às vezes
adotados em trabalhos de pesquisa específicos.
5. FONTES DE ENXOFRE5. FONTES DE ENXOFRE5. FONTES DE ENXOFRE5. FONTES DE ENXOFRE5. FONTES DE ENXOFRE
Os fertilizantes sulfatados podem ser simples ou compos-
tos, com teores variáveis de S.
Tabela 3. Interpretação dos resultados de enxofre disponível do solo.
Disponibilidade de S
Muito baixa Baixa Média Alta
- - - - - - - - - - - - - - - - - - mg dm-3
- - - - - - - - - - - - - - - - - -
NH4
Oac 0,5 mol L-1
em HOAc 0,25 mol L-1
< 5 5,1 a 10 10,1 a 15 > 15 Vitti (1989)
NH4
Oac 0,5 mol L-1
em HOAc 0,25 mol L-1
- < 25,8 - > 25,8 Caires et al. (2002)a
Ca(H2
PO4
)2
0,01 mol L-1
< 2,5 2,6 a 5 5,1 a 10 > 10 Vitti (1989)
Ca(H2
PO4
)2
0,01 mol L-1
- < 4 5 a 10 > 10 Raij et al. (1996)
Ca(H2
PO4
)2
0,01 mol L-1
- < 4 5 a 9 > 10 Rein e Sousa (2004)
Ca(H2
PO4
)2
0,01 mol L-1
- < 5 5 a 10 > 10 Tecnologias... (2004)b
Ca(H2
PO4
)2
0,01 mol L-1
- < 20 20 a 35 > 35 Tecnologias... (2004)c
Ca(H2
PO4
)2
0,01 mol L-1
- < 2 2 a 3 > 3 Tecnologias... (2004)d
Ca(H2
PO4
)2
0,01 mol L-1
- < 6 6 a 9 > 9 Tecnologias... (2004)e
Ca(H2
PO4
)2
500 mg L-1
de P - < 2 2 a 5 > 5 CQFS-RS/SC (1994)
a
Nível crítico estabelecido para a cultura de trigo.
b, c
Valores indicam, respectivamente, faixas de teores de S nas profundidades de 0 a 20 cm e 20 a 40 cm, em solos com > 40% de argila.
d, e
Valores indicam, respectivamente, faixas de teores de S nas profundidades de 0 a 20 cm e 20 a 40 cm, em solos com < 40% de argila.
Fonte: ALVARES V. et al. (2007).
Extrator Fonte
Tabela 4. Níveis de macronutrientes nas folhas das principais culturas
brasileiras.
Cultura N P K Ca Mg S
- - - - - - - - - - - - - - - (g kg-1
) - - - - - - - - - - - - - -
Algodoeiro 45-50 2,5-4,0 21-24 30-35 4-5 5-6
Amendoim 40 2 15 20 3 2,5
Arroz 26-42 2,5-4,8 15-40 2,5-4,0 1,7-3,0 2,6
Batatinha 30 3,5 50 20 7,5 3,5
Cacaueiro 20 2 20 4 4 3
Cafeeiro
Arabica 26-31 1,5-1,9 19-24 15-18 3,6-4,0 2,1-2,4
Conilon1
30-32 1,2-1,4 18-20 15-18 3,0-3,5 1,5-2,0
Cana-de-açúcar 19-21 2,0-2,4 11-13 8-10 2-3 2-3
Eucalipto 21-23 1,3-1,4 9-10 5-6 2,5-3,0 1,5-2,5
Feijão 52-54 4-6 15-35 15-25 4-8 5-10
Fumo 35-40 2-3 40-50 15-20 4-8 4-6
Gramíneasforrag. 11-18 0,6-1,2 11-18 2-4 1,2-2,3 1,1-1,8
Laranjeira 24-26 1,2-1,7 10-14 35-40 2-3 2,0-2,5
Leguminosasforrag. 26-35 4-15 27-50 21-37 4-7 1-4
Mamoneira 40-50 3-4 30-40 15-25 2,5-3,5 3,4
Mandioca 51-58 3-5 13-20 7,5-8,5 2,9-3,1 2,6-3,0
Milho 28-35 2,5-4,0 17-30 21-50 2,1-4,0 1,0-2,4
Soja 55-58 4-5 22-25 9-10 3,5-4,0 2,5-3,0
Pinus 12-13 1,4-1,6 10-11 3-5 1,5-2,0 1,4-1,6
Tomateiro 27 5 29 12 4 3
Trigo 30-33 2-3 25-35 14 4 4
1
Dados do Eng.Agr. J. Sebastião de Oliveira (1994) relativos a 750 lavou-
ras, com média de 60 sacas ha-1
.
Fonte: MALAVOLTA (2006).
18 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 129 – MARÇO/2010
5.1. Fertilizantes simples5.1. Fertilizantes simples5.1. Fertilizantes simples5.1. Fertilizantes simples5.1. Fertilizantes simples
As fontes mais comuns de fertilizantes sulfatados simples
têm o elemento na forma de sulfato: sulfato de amônio, superfosfato
simples, gesso (natural ou agrícola), sulfato de potássio e diversas
combinações, especialmente de fertilizantes nitrogenados (uréia,
nitrato de amônio) com fertilizantes contendo sulfato (Tabela 5).
O sulfato de amônio é uma boa opção para adição de S nas
fertilizações do solo. O S contido neste fertilizante está prontamen-
te disponível para as plantas, pois encontra-se na forma de sulfato
(SO4
2-
). Para as culturas que demandam adubação nitrogenada em
cobertura, o sulfato de amônio oferece algumas vantagens, sendo
um produto que perde pouco N por volatilização, além de excelente
garantia de S.
O superfosfato simples é um produto de alta solubilidade
em água e alta eficiência agronômica. Uma grande vantagem do
superfosfato simples é a presença de Ca e S na forma de sulfato de
cálcio (gesso), o que possibilita, ao longo do tempo, a melhoria das
condições subsuperficiais do solo. Isso porque contribui para a
redução do alumínio (Al) tóxico e proporciona condições favorá-
veis para o enraizamento das plantas. Práticas de calagem e utiliza-
ção de superfosfato simples como fonte de P e S tem sido conside-
rada uma excelente forma de adubação para diversas culturas (OLI-
VEIRA,2007).
O gesso é um sal neutro e, como tal, não afeta diretamente a
reação do solo em termos de pH. Tem como função diminuir a satu-
ração por Al e aumentar os teores de Ca e S em profundidade. A
solubilidade do gesso, que é dependente da sua granulometria, é
um fator de suma importância quando empregado como fonte de Ca
e de S para as plantas. Mesmo sendo considerada uma fonte alter-
nativa de S para as culturas, a aplicação de gesso, entretanto, deve
ser feita com cautela, sempre associada com doses elevadas de
calcário, para não provocar desequilíbrio de bases na camada ará-
vel, por perdas de Mg e K (QUAGGIO et al., 1982).
O S elementar é uma fonte bastante usada em alguns países
e recentemente tem despertado interesse no Brasil. Este se destaca
dos sais de sulfato por ter baixa solubilidade e por conter alta con-
centração de S (> 85%), comparada com 12% do superfosfato sim-
ples e 24% do sulfato de amônio. O S elementar não é prontamente
disponível e sua utilização pelas plantas depende de sua oxidação
a sulfato, realizada principalmente por microrganismos do solo.Além
da alta concentração, o atrativo do S elementar é seu custo relativa-
mente baixo, permitindo formulações com altos teores de N, P, ou K
(CANTARELLAetal.,2007).
O sulfato de potássio é um fertilizante necessário ao bom
rendimento de culturas sensíveis ao cloro e para as culturas exigen-
tes em S e K, particularmente fumo, chá e café. Dentre os fertilizan-
tes potássicos, o sulfato de potássio tem o menor índice de salini-
dade. Assim, entre outros usos, é recomendado para os sistemas
hidropônicos em casa de vegetação e em condições de solos natu-
ralmente salinos.
O sulfato de potássio e magnésio é indicado, também, para
plantas sensíveis ao cloro e que requerem altas doses de fertilizan-
tes, bem como para culturas que demandam altas
quantidades de K e Mg. Sua rápida solubilização o
torna vantajoso para todas as culturas, notadamente
as de ciclo curto, e em áreas com limitação de chuva
e irrigação.
5.2. Fertilizantes compostos5.2. Fertilizantes compostos5.2. Fertilizantes compostos5.2. Fertilizantes compostos5.2. Fertilizantes compostos
Nos fertilizantes NPK, o teor de S varia, ge-
ralmente, entre 1% e 10%. Nestes fertilizantes, quan-
to menor for a concentração de N, P e K, maior a
possibilidade de aumento do teor de S na fórmula.
Por exemplo, uma fórmula 02-20-20, sem carga (en-
chimento), tem ao redor de 5% de S. Já uma fórmula
05-25-25 terá uma concentração de S ao redor de
1%. Isto ocorre devido à composição destes produ-
tos: fertilizantes com baixa concentração de NPK
tendem a conter, em grandes quantidades, como
fonte de P, o superfosfato simples, o que aumenta o
teor de S. Fórmulas mais concentradas em NPK ten-
dem a conter como fontes de P o monoamônio fos-
fato (MAP), o diamônio fosfato (DAP) e o super-
fosfato triplo, que têm baixas concentrações de S.
Porém, a utilização de fórmulas com menor concen-
tração em NPK, que têm maiores teores de S,
indicadas para solos deficientes do nutriente, acar-
reta aumento de custo para o produtor, já que este
transporta, armazena e aplica produtos com menor
concentração de NPK.
Uma alternativa para a continuidade do uso
de fórmulas de alta concentração em NPK é o forne-
cimento do S na forma elementar. O uso do S ele-
mentar requer que o produto apresente partículas
de dimensões finas para aumentar a eficiência de
ação dos microrganismos do solo. Partículas bas-
tante finas de S elementar têm sido usadas mistura-
Tabela 5. Fontes de fertilizantes contendo enxofre.
Material fertilizante Fórmula química Teor de S (%)
Fontes comuns
Sulfato de amônio (PS20°C
= 75,4) (NH4
)2
SO4
24
Superfosfato simples Ca(H2
PO4
)2
+ 2CaSO4
.2H2
O 12
Gesso agrícola CaSO4
.2H2
O 15 - 18
Enxofre elementar S > 85
Sulfato de potássio K2
SO4
18
Sulfato de potássio e magnésio K2
SO4
.2MgSO4
22
Sulfato de magnésio (epsomita) MgSO4
.7H2
O 13
Tiossulfato de amônio (NH4
)2
S2
O3
.5H2
O 26
Polissulfeto de amônio (NH4
)2
Sx
40
Kieserita MgSO4
.H2
O 20
Outras fontes
Sulfonitrato de amônio1
6
Nitrosulfato de amônio2
15
Uréia + sulfato de amônio3
12
Uréia revestida com S elementar 10 - 30
Sulfuran4
4
Fosfossulfato de amônio5
14 -20
Resíduos orgânicos de indústria
Ajifer 3
Vinhaça 0,13
1
Mistura de 75% de nitrato de amônio + 50% de sulfato de amônio.
2
Mistura de 50% de nitrato de amônio + 50% de sulfato de amônio.
3
Mistura de 50% de uréia + 50% de sulfato de amônio.
4
Mistura de uran + sulfato de amônio.
5
Mistura de amônia anidra e ácido fosfórico e sulfúrico, devendo conter no mínimo
13% de N, 20% de P2
O5
e 12% de S.
Fonte: Modificada de VITTI et al. (2007).
INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 129 – MARÇO/2010 19
das ou recobrindo fertilizantes.Aeficiência agronômica de tais fer-
tilizantes é tanto maior quanto mais expostas à ação dos microrga-
nismos estiverem as partículas de S. Para isso, o modo como o S
elementar é veiculado pode ser importante. Observou-se, por exem-
plo, que quando o S apenas revestiu as partículas de superfosfato
triplo, sua eficiência foi menor do que a observada com a incorpora-
ção do elemento ao adubo (HOROWITZ, 2003).
Poucas pesquisas sobre o uso do S elementar têm sido rea-
lizadas no Brasil. Embora novas pesquisas sobre o tema sejam ne-
cessárias, existe grande expectativa para a fabricação de fertilizan-
tes granulados que contenham S elementar, possibilitando a obten-
ção de fórmulas com altas concentrações em NPK e em S.
66666 ..... RECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO SULFATADARECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO SULFATADARECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO SULFATADARECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO SULFATADARECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO SULFATADA
De acordo com Osorio Filho (2006), a recomendação de fer-
tilizantes sulfatados apresenta grande complexidade em função dos
inúmeros fatores que controlam a dinâmica do S no solo. Alguns
fatores que influem na resposta são: contribuição das chuvas e das
irrigações como veículo de deposição do S atmosférico, ciclagem
do S através de plantas de cobertura com sistema radicular bem
desenvolvido e fluxo ascendente de sulfato em períodos de balan-
ço hídrico negativo.
As recomendações de adubação devem considerar vários
fatores regionais, específicos para a cultura a ser instalada, nível de
produtividade esperada, grau de tecnificação do produtor, qualidade
dos fertilizantes e aspectos sócioeconômicos. Assim, por exemplo,
para feijoeiro, as recomendações de adubação e calagem para o Esta-
do de São Paulo levam em consideração a meta de produtividade
esperada e a época de semeadura (Raij et al., 1996). Já para Minas
Gerais, as recomendações de adubação são feitas considerando teo-
res dos nutrientes no solo e os níveis de tecnologia adotados, cor-
respondentes às produtividades esperadas (CFSEMG, 1999).
Nas recomendações típicas de S as doses variam de 20 a
40 kg ha-1
, como sugerem Vitti et al. (1988), mas podem chegar a
50 kg ha-1
, dependendo da cultura, do manejo e do teor do elemento
no solo.
Para cana-de-açúcar, por exemplo, Vitti et al. (1992) concluí-
ram que doses de 30 kg ha-1
de S para a cana-planta e de 15 kg ha-1
de S para soqueiras foram suficientes para alcançar a produção
máxima de colmos, usando sulfato de amônio, gesso ou sulfato
duplo de magnésio e potássio. Por outro lado, Demattê (2005),
em revisão sobre adubação da cana-de-açúcar, mencionou que
60 kg ha-1
de S são suficientes para todo o ciclo da cultura.
Em solos de cerrado, Rein e Sousa (2004) recomendam para
culturas anuais, perenes na fase de produção, ou pastagens aduba-
das anualmente, doses de 30 e 15 kg ha-1
de S em solos de baixa e
média disponibilidade de S (na camada de 0-40 cm), respectiva-
mente, ou uma aplicação única de pelo menos 100 kg ha-1
de S para
suprir as culturas neste nutriente por vários anos. No plantio de
culturas perenes, ou no estabelecimento de pastagens consorcia-
das, em solos com baixa disponibilidade do nutriente, sugere-se a
aplicação de, no mínimo, 50 kg ha-1
de S.
A aplicação de S na semeadura pode dispensar a cobertura,
e a disponibilização do S às culturas pode ocorrer pela ciclagem, via
matéria orgânica, ou pela capacidade de troca aniônica (CTA) do
solo, ou pelo uso de formas menos solúveis, como gesso agrícola.
6.1. Formas de aplicação6.1. Formas de aplicação6.1. Formas de aplicação6.1. Formas de aplicação6.1. Formas de aplicação
O S pode ser aplicado em faixas ou a lanço, ou por meio do
sistema de irrigação (sulco e aspersão).
Vitti e Heirinchs (2007) sugerem vários manejos, de acordo
com as diferentes fontes de fertilizantes sulfatados disponíveis no
mercado:
6.1.1. Aplicação em pré-plantio (área total)6.1.1. Aplicação em pré-plantio (área total)6.1.1. Aplicação em pré-plantio (área total)6.1.1. Aplicação em pré-plantio (área total)6.1.1. Aplicação em pré-plantio (área total)
• Gesso agrícola
• Fosfato reativo + superfosfato simples
• Óxido de cálcio e óxido de magnésio + gesso agrícola.
6.2.2. Aplicação no sulco de plantio6.2.2. Aplicação no sulco de plantio6.2.2. Aplicação no sulco de plantio6.2.2. Aplicação no sulco de plantio6.2.2. Aplicação no sulco de plantio
• Fontes nitrogenadas: sulfato de amônio, misturas de ferti-
lizantes nitrogenados.
Quanto às doses, ficam as seguintes sugestões:
• Culturas anuais: 30 kg ha-1
S.
• Culturas perenes: 30 a 40 kg ha-1
S.
• Cana-de-açúcar: 50 kg ha-1
S por corte.
• Pastagens: 20 a 30 kg ha-1
S.
• Hortaliças: 40 a 50 kg ha-1
S.
• Reflorestamento: 30 kg ha-1
S.
Essas doses se referem à aplicação localizada das fontes.
Quando a aplicação é realizada em área total, deve-se utilizar apro-
ximadamente o dobro da dose de S, verificando-se, também, o seu
efeito residual.
6.2. Gessagem6.2. Gessagem6.2. Gessagem6.2. Gessagem6.2. Gessagem
O uso eficiente do gesso agrícola em regiões de subsolos
ácidos requer uma correta diagnose baseada em critérios químicos
que levem às recomendações seguras das doses a serem aplicadas.
Diversos trabalhos recomendam a amostragem da camada de
30 a 50 cm para a determinação da dose adequada de gesso agrícola.
Os critérios, nesses casos, se aproximam bastante daqueles suge-
ridos por Lopes (1986): teores de Ca < 0,4 cmolc
dm-3
e/ou de Al >
0,5 cmolc
dm-3
e/ou saturação porAl da CTC efetiva (valor m) > 30%.
Quanto às dosagens, sugere-se, para os solos de cerrado, o
uso da seguinte expressão simplificada (SOUSA et al., 1992):
Necessidade de gesso (kg ha-1
) = 50 x % de argila
Esta expressão é válida para culturas anuais, considerando-
se a camada de 20 a 60 cm como suficiente para a atividade do
sistema radicular. Para culturas perenes, a camada considerada se-
ria de 20 a 80 cm, sendo a dose acima multiplicada por 1,5.
O ponto relevante a ser considerado quanto à avaliação da
melhor dose a ser utilizada é o monitoramento das análises de solo
em profundidade, para que se possa avaliar a redistribuição de cál-
cio no perfil do solo.
7. OUTRAS CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES7. OUTRAS CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES7. OUTRAS CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES7. OUTRAS CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES7. OUTRAS CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES
Para aumentar a eficiência do uso de fertilizantes contendo
S na agricultura brasileira, Lopes e Guilherme (2000) recomendam
levar em conta os seguintes aspectos:
a) Análise de solos. Embora a grande maioria dos trabalhos
de calibração envolvendo métodos de extração de S tenham sido
desenvolvidos em casa de vegetação, um nível crítico em torno de
10 mg dm-3
de S-SO4
2-
, extraído com Ca (H2
PO4
)2
.2H2
O – 500 mg L-1
de P, parece ser uma aproximação razoável. O que é relevante em
relação à análise de solos é que a avaliação deste parâmetro não
deve se restringir apenas à camada superficial (0 a 20 cm). Face à
movimentação do S para as camadas subsuperficiais, as camadas
de 20 a 40 cm e 40 a 60 cm também devem ser amostradas e subme-
tidas a determinações de S-SO4
2-
.
20 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 129 – MARÇO/2010
b) Textura e matéria orgânica. Solos arenosos e com baixos
teores de matéria orgânica são os mais prováveis de apresentar
deficiências de S. Esta predisposição é ainda mais acentuada em
áreas sujeitas a queimadas anuais, como a região dos cerrados bra-
sileiros com pastagens nativas.
c) Necessidades das culturas. Embora haja variação da ne-
cessidade de S entre as várias culturas, as leguminosas produtoras
de grãos alimentícios (feijão, soja, ervilhas), as plantas produtoras
de sementes oleaginosas e as crucíferas são as mais exigentes.
d) Teor de S na água de irrigação. Em certas condições de
agricultura intensiva sob irrigação, a contribuição do teor de S na
água pode atingir níveis elevados. O conhecimento desse teor e a
possível contribuição para manter níveis adequados no solos de-
vem ser levados em consideração.
e) Relação N:S.AexistênciadeumarelaçãoN:Saproximada-
mente rígida nas proteínas leva à necessidade de um adequado
balanço na nutrição das plantas quanto a estes elementos. Níveis
adequados de adubação nitrogenada, sob baixos teores de S no
solo, podem levar ao acúmulo de formas não protéicas de N, resul-
tando em ineficiente utilização dos fertilizantes nitrogenados e bai-
xa qualidade dos produtos.
CONSIDERAÇÕES FINAISCONSIDERAÇÕES FINAISCONSIDERAÇÕES FINAISCONSIDERAÇÕES FINAISCONSIDERAÇÕES FINAIS
Há pouco mais de 50 anos o S deixou de ser o elemento
esquecido no Brasil. Tornou-se conhecida a necessidade das prin-
cipais culturas e foram identificados os sintomas de carência. Mul-
tiplicaram-se os resultados e observações práticas mostrando o
efeito no aumento de produção devido à sua presença nas formula-
ções. As análises de solo demonstraram e demonstram que níveis
baixos de S são frequentes em solos brasileiros (Malavolta, comu-
nicação pessoal). Porém, freqüentemente a adubação com S é negli-
genciada, em relação à preocupação com o N e o P.
Programas de adubação que visam altas produtividades de-
vem considerar, além das necessidades de S da cultura, a reciclagem
dos resíduos orgânicos. Deve-se observar que a disponibilidade
de S, a curto prazo, está ligada principalmente à quantidade e ao tipo
de resíduos culturais, os quais dependem do sistema de sucessão/
rotação de culturas empregado, enquanto, a longo prazo, a disponi-
bilidade de S está mais relacionada ao sistema de preparo do solo.
Outro ponto importante a considerar é a necessidade de
ampliar a base de conhecimentos sobre o uso do gesso como fonte
de S. Isso contribuirá para o aproveitamento, de forma técnica e
econômica, das milhões de toneladas de gesso agrícola acumula-
das, decorrentes da fabricação do ácido fosfórico, o que ainda cons-
titui um grande desafio.
REFERÊNCIASREFERÊNCIASREFERÊNCIASREFERÊNCIASREFERÊNCIAS
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Enxofre

  • 1. 14 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 129 – MARÇO/2010 1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO1. INTRODUÇÃO E stima-se que o enxofre (S) seja o nono elemento mais abundante no planeta. Geralmente, pode ser encon- trado como sulfetos, sulfatos e mesmo como S ele- mentar. Depois do oxigênio e do silício, é o constituinte mais abun- dante dos minerais. Como S livre na natureza, ocorre principal- mente em depósitos vulcânicos ou sedimentares. Encontra-se tam- bém nos carvões, petróleos e gás natural, sob a forma de compos- tos orgânicos. O Brasil consome cerca de 1,6 milhão de toneladas anuais de S elementar, importando 90% desse total devido à pequena produ- ção nacional. O S é matéria-prima utilizada largamente na agricultura brasi- leira, que consome 53% da produção, seguida pelas indústrias quí- micas (47%). O consumo está diretamente relacionado à produção de ácido sulfúrico, que, por sua vez, é destinado em cerca de 70 a 80% para produção de ácido fosfórico e de fertilizantes. Outros importantes setores consumidores são os da produção de pigmen- tos inorgânicos, papel, celulose, borracha, explosivos e indústria açucareira e cosmética. 2. IMPORTÂNCIA DO ENXOFRE PARA AS PLANTAS2. IMPORTÂNCIA DO ENXOFRE PARA AS PLANTAS2. IMPORTÂNCIA DO ENXOFRE PARA AS PLANTAS2. IMPORTÂNCIA DO ENXOFRE PARA AS PLANTAS2. IMPORTÂNCIA DO ENXOFRE PARA AS PLANTAS O S é reconhecido, junto com nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K), como um nutriente-chave necessário ao desenvolvi- mento das culturas. O elemento participa de numerosos compostos, como ami- noácidos e proteínas, coenzimas, sulfolipídeos, flavonóides, lipídeos, glucosinolatos, polissacarídeos, compostos não saturados, sulfó- xidos, alcalóides, nucleotídeos, compostos reduzidos, entre outros. Junto com o N, o S está presente em todas as funções e processos que são parte da vida da planta, da absorção iônica aos papéis do RNA e DNA, inclusive controle hormonal para o crescimento e a diferenciação celular. Isto explica a existência de uma relação N/S (12/1 a 15/1) que está associada com o crescimento e a produção da planta. Por exercerem funções similares na planta, a clorose pro- vocada pela falta de N é semelhante à causada pela deficiência de S; a diferença está no fato que a primeira ocorre nas folhas mais velhas e a segunda o faz nas mais novas, consequência da pouca mobili- dade do S no floema (Figura 1). Tanto a colheita (Tabela 1) quanto a qualidade do produto podem ser influenciadas pelo S. Assim, o S aumenta o teor de metionina nas proteínas dos cereais, melhorando sua qualidade nutritiva; aumenta a qualidade da farinha para panificação e o volu- me do pão; melhora o peso da semente e o índice micronaire (com- A IMPORTÂNCIA DO ENXOFRE NAA IMPORTÂNCIA DO ENXOFRE NAA IMPORTÂNCIA DO ENXOFRE NAA IMPORTÂNCIA DO ENXOFRE NAA IMPORTÂNCIA DO ENXOFRE NA AGRICULTURA BRASILEIRAAGRICULTURA BRASILEIRAAGRICULTURA BRASILEIRAAGRICULTURA BRASILEIRAAGRICULTURA BRASILEIRA Figura 1. Sintomas de deficiência de nitrogênio (A) e de enxofre (B) em sorgo. Fonte: COELHO et al. (2002). Abreviações: CTA = capacidade de troca aniônica; DAP = diamônio fosfato, DNA = ácido desoxirribonucléico; MAP = monoamônio fosfato, RNA = ácido ribonucléico; RTA = resina trocadora de ânions. 1 Engenheira Agrônoma, M.S., IPNI Brasil; e-mail: sstipp@ipni.net 2 Engenheiro Agrônomo, Doutor, Diretor-Adjunto do IPNI Brasil; email: vcasarin@ipni.net plexo finura + maturidade) do algodão; em uso conjunto com o N, em forrageiras, ajuda a reduzir o teor de nitrato que, quando em excesso, é prejudicial ao animal; é responsável pelo sabor do aspar- go e pelo odor da cebola e do alho; torna as hortaliças mais macias, com maior valor comercial; eleva a produção de colmos e o teor de sacarose na cana-de-açúcar (MALAVOLTAe MORAES, 2007). Tabela 1. Resposta de culturas brasileiras ao enxofre. Cultura Aumento na produção (%) Algodão 37 Arroz 16 Café 41 Cana-de-açúcar 11 Citros 18 Capim colonião 21 Colza 51 Feijão 28 Milho 21 Repolho 9 Soja 24 Sorgo 10 Trigo 26 Fonte: MALAVOLTA (1996). Silvia Regina Stipp1 Valter Casarin2 A B
  • 2. INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 129 – MARÇO/2010 15 A Tabela 2 mostra as exigências comparadas de N, S e dos demais macronutrientes por algumas das principais culturas. De modo geral, pode-se dizer que as exigências de S são semelhantes às de P e de magnésio (Mg), embora em algumas espécies, como algodoeiro e cana-de-açúcar, a exigência de S seja maior que a de P. O S é importante não somente como nutriente, mas também por seu papel no mecanismo de defesa da planta contra pragas e doenças.As plantas sadias contêm grande variedade de metabólitos secundários, muitos dos quais contendo N e S em sua estrutura. Esses compostos estão presentes seja em sua forma ativa biologi- camente ou armazenados como precursores inativos, que são con- vertidos na forma ativa pela ação de enzimas em resposta ao ataque do patógeno ou da praga. Embora o uso do enxofre elementar (S0 ) como fungicida seja muito antigo, pouco se sabe a respeito do modo como ele funciona. Recentemente foi demonstrado que a pró- pria planta pode gerar S0 endógeno como mecanismo de proteção contra o patógeno. 3 .3 .3 .3 .3 . DINÂMICA DO ENXOFRE NOS SOLOSDINÂMICA DO ENXOFRE NOS SOLOSDINÂMICA DO ENXOFRE NOS SOLOSDINÂMICA DO ENXOFRE NOS SOLOSDINÂMICA DO ENXOFRE NOS SOLOS AGRICULTÁVEISAGRICULTÁVEISAGRICULTÁVEISAGRICULTÁVEISAGRICULTÁVEIS A entrada de S no solo pode ocorrer por intemperismo de minerais sulfatados, águas da chuva e irrigação, deposição atmos- férica (poeira), resíduos vegetais e animais, adições de fertilizantes minerais ou orgânicos e pesticidas. Por outro lado, as saídas deste elemento estão relacionadas a exportações pelas culturas, lixiviação, erosão, queimada e emissão de gases sulfurados (Figura 2). A in- corporação ao solo de formas gasosas de S, pela deposição at- mosférica ou pela dissolução na água da chuva, é variável entre regiões e apresenta maior importância nas proximidades de áreas urbanas e industriais (ALVAREZV. et al., 2007). Nos solos tropicais e subtropicais, o S está presente nas formas orgânica e inorgânica, sendo a primeira forma predominante, em geral constituindo mais de 90% do total. Isto é comprovado pelas altas correlações verificadas entre os teores de carbono orgânico ou N total e os teores de S total ou orgânico. Tabela 2. Exigência de macronutrientes de algumas das principais culturas. Quantidade N P K Ca Mg S (t) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - (kg) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Algodoeiro2 Raízes 0,5 (m.s.)1 6 0,2 3,0 1,0 0,7 0,8 Parte aérea vegetativa 1,7 (m.s.) 49 4 39 49 7 22 Parte aérea reprodutiva 1,3 29 4 24 7 5 10 Arroz3 Raízes 1 20 3 60 4 2 2 Colmos 2 15 3 12 12 1 3 Folhas 2 15 1 6 2 4 1 Casca 1 8 2 13 2 1 1 Grãos 3 45 8 9 0,5 0,1 5 Café4 Grãos 0,06 1 0,06 1 0,2 0,1 0,08 Casca 0,06 (m.s.) 0,5 0,04 1 0,1 0,4 0,05 Cana-de-açúcar5 Colmos 100 90 10 65 60 35 25 Folhas 25 60 10 90 40 17 20 Laranja6 Frutos 1 2 0,2 1,5 0,5 0,12 0,13 Milho7 Grãos 5 67 12 15 1 4 5 Colmo, folhas 4,5 50 9 55 13 10 7 Pastagens8 Gramíneas 1 (m.s.) 17 2 21 5 3 1 Leguminosas 1 (m.s.) 32 3 21 13 4 2 Soja9 Caule, ramos e folhas 5,6 (m.s.) 29 2 34 43 20 2 Grãos 2,4 152 11 43 8 6 4 Trigo7 Grãos 3 50 11 12 1 6 3 Palha 3,7 20 9 27 6 3 5 1 m.s. = matéria seca. 2 MALAVOLTA et al. (1974); 3 MALAVOLTA e FORNASIERI FILHO (1983), FURLANI et al. (1977); 4 MALAVOLTA et al. (1963); 5 MALAVOLTA (1982); 6 BATAGLIA et al. (1977); 7 GARMAN (1967); 8 GALLO et al. (1974); 9 BATAGLIA e MASCARENHAS (1982). Fonte: adaptada de MALAVOLTA e MORAES (2007). Cultura Parte da planta Figura 2. Formas e fluxos de enxofre no sistema solo-planta-atmosfera. Fonte: ALVAREZ V. et al. (2007).
  • 3. 16 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 129 – MARÇO/2010 Os minerais primários, especialmente sulfetos metálicos de Fe, Zn, Cu, Ca e Mg, e o gesso são as fontes originais do S no solo. O intemperismo destas fontes, com a ocorrência de processos físi- cos, químicos e biológicos, origina outros compostos ou formas de S que são utilizados por outros microrganismos ou plantas. As transformações de S no solo são controladas por pro- cessos bióticos e abióticos. As transformações bióticas estão rela- cionadas aos processos de mineralização, imobilização, oxi-redução e assimilação de S pela planta, enquanto os processos abióticos ocorrem em função de adsorção, dessorção, precipitação e dissolu- ção do S inorgânico. A importância relativa de cada processo depende de fatores como temperatura do solo, pH, umidade, quan- tidade e tipos de argilominerais, óxidos de ferro e alumínio, conteú- dos de carbono e N (NORMAN et al., 2002). Em condições aeróbicas, o ânion SO4 2- é a forma mineral de S predominantemente encontrada no solo e também a principal forma do elemento absorvida pelas plantas.Apopulação microbiana, ao decompor compostos orgânicos com baixa relação C/S, disponi- biliza o SO4 2- por mineralização para a solução do solo. Entretanto, em materiais orgânicos com elevada relação C/S, os decompositores necessitam de uma quantidade maior de S para incorporar em sua biomassa. Dessa forma, o S inorgânico do solo é imobilizado, tor- nando-se temporariamente indisponível às plantas, semelhantemente ao que ocorre com o N. Em solos mal drenados, com baixa difusão de oxigênio, as formas reduzidas de S são as que predominam, tais como dióxido de S (SO2 ), sulfito (SO3 2- ), tiossulfato (S2 O3 2- ), S ele- mentar (S0 ) e sulfeto (S2- ). As plantas, embora aptas a absorverem S via foliar, obtêm a maior parte desse elemento via radicular. Grande parte do S en- contrado nas células é absorvida da solução do solo como SO4 2- . O S é transportado até o sistema radicular principalmente por flu- xo de massa. O ânion SO4 2- na solução do solo também pode ser adsorvido pelos colóides inorgânicos do solo. Solos argilosos com altos teores de óxidos de ferro apre- sentam grande capacidade de adsorção de SO4 2- , o que diminui a sua movimentação no perfil do solo. Já em solos arenosos a movi- mentação do SO4 2- é maior e, com isso, este pode ser perdido por percolação. Além disso, solos arenosos possuem baixos teores de matéria orgânica, consequentemente, menores reservas de S orgânico. Atualmente, o S está se tornando um nutriente limitante na produção das culturas, muito mais do que no passado (SALES, 2007). As razões para esse aumento na necessidade incluem: • Baixo teor nos solos tropicais, principalmente Oxissolos (Latossolos) e Ultissolos (Podzólicos distróficos); • Maior produtividade das culturas, que requerem mais S; • Aumento no uso de adubos concentrados que contém pou- co ou nenhum S; • Redução nas quantidades de S atmosférico provindas da chuva, devido ao menor consumo de combustíveis fósseis; • Redução das reservas de S do solo com as perdas de maté- ria orgânica devido à mineralização e à erosão; • Menor consumo de pesticidas com S. Além disso, o SO4 2- enfrenta três fatores que dificultam a sua permanência na camada superficial do solo, quais sejam: • Presença de maiores teores de matéria orgânica, que redu- zem a adsorção por óxidos e aumentam a carga negativa do solo, portanto repelindo sulfatos; • Uso da calagem, que aumenta o número de cargas negati- vas do complexo de troca do solo, o que resulta em maior repulsão dos íons sulfato e seu deslocamento no perfil; • Os fosfatos aplicados em adubações ocupam preferencial mente as posições de troca que seriam ocupados por sul- fatos. Porém, os menores teores de matéria orgânica a 20-40 cm de profundidade, aliados aos teores de óxidos de ferro encontrados nos Latossolos, podem resultar em predomínio de cargas positivas efavoreceraretençãodoânionsulfato(NOGUEIRAeMELO,2003). 4 .4 .4 .4 .4 . DIAGNÓSTICO DA NECESSIDADE DE ADUBAÇÃODIAGNÓSTICO DA NECESSIDADE DE ADUBAÇÃODIAGNÓSTICO DA NECESSIDADE DE ADUBAÇÃODIAGNÓSTICO DA NECESSIDADE DE ADUBAÇÃODIAGNÓSTICO DA NECESSIDADE DE ADUBAÇÃO O sucesso da recomendação de adubação sulfatada depen- de, principalmente, do diagnóstico da fertilidade do solo e da nutri- ção da planta que deve ser um processo criterioso, com base nos resultados da análise física e química do solo, para identificar a disponibilidade do nutriente no solo, e da diagnose foliar, que indi- ca a absorção do elemento pela planta. 4.1. Análise de solo4.1. Análise de solo4.1. Análise de solo4.1. Análise de solo4.1. Análise de solo Para determinar corretamente a necessidade de S, deve-se fazer a análise de solo em duas profundidades, 0 a 20 cm e 20 a 40 cm, devido à mobilidade do nutriente no solo e o seu acúmulo em subsuperfície. Diferentes métodos de extração de S do solo são adotados no Brasil, associados a distintos níveis críticos ou faixas de suficiência, dependendo das formas do elemento avaliadas, da profundidade de amostragem recomendada e da espécie vegetal e das características físico-químicas dos solos com os quais foi realizado o trabalho de correlação e calibração dos métodos de análise do S disponível. AFigura 3 é uma tentativa de calibração de S-SO4 2- no solo com dados da produção no campo. O extrator usa- do foi o fosfato de cálcio em ácido acético. Os resultados sugerem um nível crítico próximo de 10 mg dm-3 de S, isto é, valor acima do qual não haveria resposta à adição de S como adubo. Outros valo- res tem sido sugeridos no Brasil (MALAVOLTA, 2006). ATabela 3 apresenta as diversas interpretações dos resulta- dos de S disponível no solo utilizada por pesquisadores em distin- tas regiões do país. Figura 3. Relação entre aumento na produção devido à adição de enxofre e teor de enxofre disponível no solo. Resultados de 30 ensaios conduzidos em São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Paraná. Fonte: MALAVOLTA (2006). 5
  • 4. INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 129 – MARÇO/2010 17 Segundo Alvarez V. et al. (2007), em geral, a quantidade requerida de S pelas plantas aproxima-se da exigência nutricional em P, podendo, em algumas culturas, até superá-la; entretanto, na adu- bação com P e com S, para se obter uma adequada disponibilidade dos nutrientes para as plantas, deve-se aplicar doses maiores de P do que de S, especialmente em solos argilosos, pois estes tendem a apresentar maior capacidade de adsorção de P do que de S. De acordo com Alvarez V. et al. (1999), a interpretação do teor de S disponível para culturas de ciclo curto é feita conside- rando-se as classes de fertilidade estabelecidas de acordo com a concentração de P remanescente. Para a fase de implantação de culturas perenes, é necessário que a fertilidade do solo no local do transplantio ou semeadura seja maior. Assim, os teores de nu- trientes devem ser maiores do que aqueles citados na Tabela 3 em pelo menos três vezes. Por outro lado, a fertilidade média para manutenção de povoamentos florestais deve ser 0,6 vez aqueles valores; para outras culturas perenes, 0,8 vez e, para hortaliças, duas vezes. 4.2. Diagnose foliar4.2. Diagnose foliar4.2. Diagnose foliar4.2. Diagnose foliar4.2. Diagnose foliar A folha é, como regra geral, o órgão que melhor indica o estado nutricional da planta e permite avaliar, de forma indireta, a fertilidade do solo e a eventual necessidade de adubo. A folha usa- da para a diagnose, bem como a faixa de teores foliares considerada adequada, varia de acordo com a espécie vegetal e com diversos fatores, a saber: época e procedimento de coleta de amostras, po- tencial produtivo da lavoura e eficiência varietal. Informações so- bre a amostragem para diagnose do estado nutricional das princi- pais culturas podem ser encontradas, entre outros, em Mills e Jones Junior (1996), Malavolta et al. (1997) e Raij et al. (1996). Na Tabela 4 são encontrados valores de níveis críticos de S, bem como de outros macronutrientes, para as principais cul- turas. Atualmente, a utilização do sistema integrado de diagnose e recomendação (DRIS) tem se mostrado eficiente para a avaliação do estado nutricional da planta. Os métodos diagnósticos bioquí- micos ainda são pouco utilizados pelos produtores, sendo às vezes adotados em trabalhos de pesquisa específicos. 5. FONTES DE ENXOFRE5. FONTES DE ENXOFRE5. FONTES DE ENXOFRE5. FONTES DE ENXOFRE5. FONTES DE ENXOFRE Os fertilizantes sulfatados podem ser simples ou compos- tos, com teores variáveis de S. Tabela 3. Interpretação dos resultados de enxofre disponível do solo. Disponibilidade de S Muito baixa Baixa Média Alta - - - - - - - - - - - - - - - - - - mg dm-3 - - - - - - - - - - - - - - - - - - NH4 Oac 0,5 mol L-1 em HOAc 0,25 mol L-1 < 5 5,1 a 10 10,1 a 15 > 15 Vitti (1989) NH4 Oac 0,5 mol L-1 em HOAc 0,25 mol L-1 - < 25,8 - > 25,8 Caires et al. (2002)a Ca(H2 PO4 )2 0,01 mol L-1 < 2,5 2,6 a 5 5,1 a 10 > 10 Vitti (1989) Ca(H2 PO4 )2 0,01 mol L-1 - < 4 5 a 10 > 10 Raij et al. (1996) Ca(H2 PO4 )2 0,01 mol L-1 - < 4 5 a 9 > 10 Rein e Sousa (2004) Ca(H2 PO4 )2 0,01 mol L-1 - < 5 5 a 10 > 10 Tecnologias... (2004)b Ca(H2 PO4 )2 0,01 mol L-1 - < 20 20 a 35 > 35 Tecnologias... (2004)c Ca(H2 PO4 )2 0,01 mol L-1 - < 2 2 a 3 > 3 Tecnologias... (2004)d Ca(H2 PO4 )2 0,01 mol L-1 - < 6 6 a 9 > 9 Tecnologias... (2004)e Ca(H2 PO4 )2 500 mg L-1 de P - < 2 2 a 5 > 5 CQFS-RS/SC (1994) a Nível crítico estabelecido para a cultura de trigo. b, c Valores indicam, respectivamente, faixas de teores de S nas profundidades de 0 a 20 cm e 20 a 40 cm, em solos com > 40% de argila. d, e Valores indicam, respectivamente, faixas de teores de S nas profundidades de 0 a 20 cm e 20 a 40 cm, em solos com < 40% de argila. Fonte: ALVARES V. et al. (2007). Extrator Fonte Tabela 4. Níveis de macronutrientes nas folhas das principais culturas brasileiras. Cultura N P K Ca Mg S - - - - - - - - - - - - - - - (g kg-1 ) - - - - - - - - - - - - - - Algodoeiro 45-50 2,5-4,0 21-24 30-35 4-5 5-6 Amendoim 40 2 15 20 3 2,5 Arroz 26-42 2,5-4,8 15-40 2,5-4,0 1,7-3,0 2,6 Batatinha 30 3,5 50 20 7,5 3,5 Cacaueiro 20 2 20 4 4 3 Cafeeiro Arabica 26-31 1,5-1,9 19-24 15-18 3,6-4,0 2,1-2,4 Conilon1 30-32 1,2-1,4 18-20 15-18 3,0-3,5 1,5-2,0 Cana-de-açúcar 19-21 2,0-2,4 11-13 8-10 2-3 2-3 Eucalipto 21-23 1,3-1,4 9-10 5-6 2,5-3,0 1,5-2,5 Feijão 52-54 4-6 15-35 15-25 4-8 5-10 Fumo 35-40 2-3 40-50 15-20 4-8 4-6 Gramíneasforrag. 11-18 0,6-1,2 11-18 2-4 1,2-2,3 1,1-1,8 Laranjeira 24-26 1,2-1,7 10-14 35-40 2-3 2,0-2,5 Leguminosasforrag. 26-35 4-15 27-50 21-37 4-7 1-4 Mamoneira 40-50 3-4 30-40 15-25 2,5-3,5 3,4 Mandioca 51-58 3-5 13-20 7,5-8,5 2,9-3,1 2,6-3,0 Milho 28-35 2,5-4,0 17-30 21-50 2,1-4,0 1,0-2,4 Soja 55-58 4-5 22-25 9-10 3,5-4,0 2,5-3,0 Pinus 12-13 1,4-1,6 10-11 3-5 1,5-2,0 1,4-1,6 Tomateiro 27 5 29 12 4 3 Trigo 30-33 2-3 25-35 14 4 4 1 Dados do Eng.Agr. J. Sebastião de Oliveira (1994) relativos a 750 lavou- ras, com média de 60 sacas ha-1 . Fonte: MALAVOLTA (2006).
  • 5. 18 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 129 – MARÇO/2010 5.1. Fertilizantes simples5.1. Fertilizantes simples5.1. Fertilizantes simples5.1. Fertilizantes simples5.1. Fertilizantes simples As fontes mais comuns de fertilizantes sulfatados simples têm o elemento na forma de sulfato: sulfato de amônio, superfosfato simples, gesso (natural ou agrícola), sulfato de potássio e diversas combinações, especialmente de fertilizantes nitrogenados (uréia, nitrato de amônio) com fertilizantes contendo sulfato (Tabela 5). O sulfato de amônio é uma boa opção para adição de S nas fertilizações do solo. O S contido neste fertilizante está prontamen- te disponível para as plantas, pois encontra-se na forma de sulfato (SO4 2- ). Para as culturas que demandam adubação nitrogenada em cobertura, o sulfato de amônio oferece algumas vantagens, sendo um produto que perde pouco N por volatilização, além de excelente garantia de S. O superfosfato simples é um produto de alta solubilidade em água e alta eficiência agronômica. Uma grande vantagem do superfosfato simples é a presença de Ca e S na forma de sulfato de cálcio (gesso), o que possibilita, ao longo do tempo, a melhoria das condições subsuperficiais do solo. Isso porque contribui para a redução do alumínio (Al) tóxico e proporciona condições favorá- veis para o enraizamento das plantas. Práticas de calagem e utiliza- ção de superfosfato simples como fonte de P e S tem sido conside- rada uma excelente forma de adubação para diversas culturas (OLI- VEIRA,2007). O gesso é um sal neutro e, como tal, não afeta diretamente a reação do solo em termos de pH. Tem como função diminuir a satu- ração por Al e aumentar os teores de Ca e S em profundidade. A solubilidade do gesso, que é dependente da sua granulometria, é um fator de suma importância quando empregado como fonte de Ca e de S para as plantas. Mesmo sendo considerada uma fonte alter- nativa de S para as culturas, a aplicação de gesso, entretanto, deve ser feita com cautela, sempre associada com doses elevadas de calcário, para não provocar desequilíbrio de bases na camada ará- vel, por perdas de Mg e K (QUAGGIO et al., 1982). O S elementar é uma fonte bastante usada em alguns países e recentemente tem despertado interesse no Brasil. Este se destaca dos sais de sulfato por ter baixa solubilidade e por conter alta con- centração de S (> 85%), comparada com 12% do superfosfato sim- ples e 24% do sulfato de amônio. O S elementar não é prontamente disponível e sua utilização pelas plantas depende de sua oxidação a sulfato, realizada principalmente por microrganismos do solo.Além da alta concentração, o atrativo do S elementar é seu custo relativa- mente baixo, permitindo formulações com altos teores de N, P, ou K (CANTARELLAetal.,2007). O sulfato de potássio é um fertilizante necessário ao bom rendimento de culturas sensíveis ao cloro e para as culturas exigen- tes em S e K, particularmente fumo, chá e café. Dentre os fertilizan- tes potássicos, o sulfato de potássio tem o menor índice de salini- dade. Assim, entre outros usos, é recomendado para os sistemas hidropônicos em casa de vegetação e em condições de solos natu- ralmente salinos. O sulfato de potássio e magnésio é indicado, também, para plantas sensíveis ao cloro e que requerem altas doses de fertilizan- tes, bem como para culturas que demandam altas quantidades de K e Mg. Sua rápida solubilização o torna vantajoso para todas as culturas, notadamente as de ciclo curto, e em áreas com limitação de chuva e irrigação. 5.2. Fertilizantes compostos5.2. Fertilizantes compostos5.2. Fertilizantes compostos5.2. Fertilizantes compostos5.2. Fertilizantes compostos Nos fertilizantes NPK, o teor de S varia, ge- ralmente, entre 1% e 10%. Nestes fertilizantes, quan- to menor for a concentração de N, P e K, maior a possibilidade de aumento do teor de S na fórmula. Por exemplo, uma fórmula 02-20-20, sem carga (en- chimento), tem ao redor de 5% de S. Já uma fórmula 05-25-25 terá uma concentração de S ao redor de 1%. Isto ocorre devido à composição destes produ- tos: fertilizantes com baixa concentração de NPK tendem a conter, em grandes quantidades, como fonte de P, o superfosfato simples, o que aumenta o teor de S. Fórmulas mais concentradas em NPK ten- dem a conter como fontes de P o monoamônio fos- fato (MAP), o diamônio fosfato (DAP) e o super- fosfato triplo, que têm baixas concentrações de S. Porém, a utilização de fórmulas com menor concen- tração em NPK, que têm maiores teores de S, indicadas para solos deficientes do nutriente, acar- reta aumento de custo para o produtor, já que este transporta, armazena e aplica produtos com menor concentração de NPK. Uma alternativa para a continuidade do uso de fórmulas de alta concentração em NPK é o forne- cimento do S na forma elementar. O uso do S ele- mentar requer que o produto apresente partículas de dimensões finas para aumentar a eficiência de ação dos microrganismos do solo. Partículas bas- tante finas de S elementar têm sido usadas mistura- Tabela 5. Fontes de fertilizantes contendo enxofre. Material fertilizante Fórmula química Teor de S (%) Fontes comuns Sulfato de amônio (PS20°C = 75,4) (NH4 )2 SO4 24 Superfosfato simples Ca(H2 PO4 )2 + 2CaSO4 .2H2 O 12 Gesso agrícola CaSO4 .2H2 O 15 - 18 Enxofre elementar S > 85 Sulfato de potássio K2 SO4 18 Sulfato de potássio e magnésio K2 SO4 .2MgSO4 22 Sulfato de magnésio (epsomita) MgSO4 .7H2 O 13 Tiossulfato de amônio (NH4 )2 S2 O3 .5H2 O 26 Polissulfeto de amônio (NH4 )2 Sx 40 Kieserita MgSO4 .H2 O 20 Outras fontes Sulfonitrato de amônio1 6 Nitrosulfato de amônio2 15 Uréia + sulfato de amônio3 12 Uréia revestida com S elementar 10 - 30 Sulfuran4 4 Fosfossulfato de amônio5 14 -20 Resíduos orgânicos de indústria Ajifer 3 Vinhaça 0,13 1 Mistura de 75% de nitrato de amônio + 50% de sulfato de amônio. 2 Mistura de 50% de nitrato de amônio + 50% de sulfato de amônio. 3 Mistura de 50% de uréia + 50% de sulfato de amônio. 4 Mistura de uran + sulfato de amônio. 5 Mistura de amônia anidra e ácido fosfórico e sulfúrico, devendo conter no mínimo 13% de N, 20% de P2 O5 e 12% de S. Fonte: Modificada de VITTI et al. (2007).
  • 6. INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 129 – MARÇO/2010 19 das ou recobrindo fertilizantes.Aeficiência agronômica de tais fer- tilizantes é tanto maior quanto mais expostas à ação dos microrga- nismos estiverem as partículas de S. Para isso, o modo como o S elementar é veiculado pode ser importante. Observou-se, por exem- plo, que quando o S apenas revestiu as partículas de superfosfato triplo, sua eficiência foi menor do que a observada com a incorpora- ção do elemento ao adubo (HOROWITZ, 2003). Poucas pesquisas sobre o uso do S elementar têm sido rea- lizadas no Brasil. Embora novas pesquisas sobre o tema sejam ne- cessárias, existe grande expectativa para a fabricação de fertilizan- tes granulados que contenham S elementar, possibilitando a obten- ção de fórmulas com altas concentrações em NPK e em S. 66666 ..... RECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO SULFATADARECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO SULFATADARECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO SULFATADARECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO SULFATADARECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO SULFATADA De acordo com Osorio Filho (2006), a recomendação de fer- tilizantes sulfatados apresenta grande complexidade em função dos inúmeros fatores que controlam a dinâmica do S no solo. Alguns fatores que influem na resposta são: contribuição das chuvas e das irrigações como veículo de deposição do S atmosférico, ciclagem do S através de plantas de cobertura com sistema radicular bem desenvolvido e fluxo ascendente de sulfato em períodos de balan- ço hídrico negativo. As recomendações de adubação devem considerar vários fatores regionais, específicos para a cultura a ser instalada, nível de produtividade esperada, grau de tecnificação do produtor, qualidade dos fertilizantes e aspectos sócioeconômicos. Assim, por exemplo, para feijoeiro, as recomendações de adubação e calagem para o Esta- do de São Paulo levam em consideração a meta de produtividade esperada e a época de semeadura (Raij et al., 1996). Já para Minas Gerais, as recomendações de adubação são feitas considerando teo- res dos nutrientes no solo e os níveis de tecnologia adotados, cor- respondentes às produtividades esperadas (CFSEMG, 1999). Nas recomendações típicas de S as doses variam de 20 a 40 kg ha-1 , como sugerem Vitti et al. (1988), mas podem chegar a 50 kg ha-1 , dependendo da cultura, do manejo e do teor do elemento no solo. Para cana-de-açúcar, por exemplo, Vitti et al. (1992) concluí- ram que doses de 30 kg ha-1 de S para a cana-planta e de 15 kg ha-1 de S para soqueiras foram suficientes para alcançar a produção máxima de colmos, usando sulfato de amônio, gesso ou sulfato duplo de magnésio e potássio. Por outro lado, Demattê (2005), em revisão sobre adubação da cana-de-açúcar, mencionou que 60 kg ha-1 de S são suficientes para todo o ciclo da cultura. Em solos de cerrado, Rein e Sousa (2004) recomendam para culturas anuais, perenes na fase de produção, ou pastagens aduba- das anualmente, doses de 30 e 15 kg ha-1 de S em solos de baixa e média disponibilidade de S (na camada de 0-40 cm), respectiva- mente, ou uma aplicação única de pelo menos 100 kg ha-1 de S para suprir as culturas neste nutriente por vários anos. No plantio de culturas perenes, ou no estabelecimento de pastagens consorcia- das, em solos com baixa disponibilidade do nutriente, sugere-se a aplicação de, no mínimo, 50 kg ha-1 de S. A aplicação de S na semeadura pode dispensar a cobertura, e a disponibilização do S às culturas pode ocorrer pela ciclagem, via matéria orgânica, ou pela capacidade de troca aniônica (CTA) do solo, ou pelo uso de formas menos solúveis, como gesso agrícola. 6.1. Formas de aplicação6.1. Formas de aplicação6.1. Formas de aplicação6.1. Formas de aplicação6.1. Formas de aplicação O S pode ser aplicado em faixas ou a lanço, ou por meio do sistema de irrigação (sulco e aspersão). Vitti e Heirinchs (2007) sugerem vários manejos, de acordo com as diferentes fontes de fertilizantes sulfatados disponíveis no mercado: 6.1.1. Aplicação em pré-plantio (área total)6.1.1. Aplicação em pré-plantio (área total)6.1.1. Aplicação em pré-plantio (área total)6.1.1. Aplicação em pré-plantio (área total)6.1.1. Aplicação em pré-plantio (área total) • Gesso agrícola • Fosfato reativo + superfosfato simples • Óxido de cálcio e óxido de magnésio + gesso agrícola. 6.2.2. Aplicação no sulco de plantio6.2.2. Aplicação no sulco de plantio6.2.2. Aplicação no sulco de plantio6.2.2. Aplicação no sulco de plantio6.2.2. Aplicação no sulco de plantio • Fontes nitrogenadas: sulfato de amônio, misturas de ferti- lizantes nitrogenados. Quanto às doses, ficam as seguintes sugestões: • Culturas anuais: 30 kg ha-1 S. • Culturas perenes: 30 a 40 kg ha-1 S. • Cana-de-açúcar: 50 kg ha-1 S por corte. • Pastagens: 20 a 30 kg ha-1 S. • Hortaliças: 40 a 50 kg ha-1 S. • Reflorestamento: 30 kg ha-1 S. Essas doses se referem à aplicação localizada das fontes. Quando a aplicação é realizada em área total, deve-se utilizar apro- ximadamente o dobro da dose de S, verificando-se, também, o seu efeito residual. 6.2. Gessagem6.2. Gessagem6.2. Gessagem6.2. Gessagem6.2. Gessagem O uso eficiente do gesso agrícola em regiões de subsolos ácidos requer uma correta diagnose baseada em critérios químicos que levem às recomendações seguras das doses a serem aplicadas. Diversos trabalhos recomendam a amostragem da camada de 30 a 50 cm para a determinação da dose adequada de gesso agrícola. Os critérios, nesses casos, se aproximam bastante daqueles suge- ridos por Lopes (1986): teores de Ca < 0,4 cmolc dm-3 e/ou de Al > 0,5 cmolc dm-3 e/ou saturação porAl da CTC efetiva (valor m) > 30%. Quanto às dosagens, sugere-se, para os solos de cerrado, o uso da seguinte expressão simplificada (SOUSA et al., 1992): Necessidade de gesso (kg ha-1 ) = 50 x % de argila Esta expressão é válida para culturas anuais, considerando- se a camada de 20 a 60 cm como suficiente para a atividade do sistema radicular. Para culturas perenes, a camada considerada se- ria de 20 a 80 cm, sendo a dose acima multiplicada por 1,5. O ponto relevante a ser considerado quanto à avaliação da melhor dose a ser utilizada é o monitoramento das análises de solo em profundidade, para que se possa avaliar a redistribuição de cál- cio no perfil do solo. 7. OUTRAS CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES7. OUTRAS CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES7. OUTRAS CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES7. OUTRAS CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES7. OUTRAS CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES Para aumentar a eficiência do uso de fertilizantes contendo S na agricultura brasileira, Lopes e Guilherme (2000) recomendam levar em conta os seguintes aspectos: a) Análise de solos. Embora a grande maioria dos trabalhos de calibração envolvendo métodos de extração de S tenham sido desenvolvidos em casa de vegetação, um nível crítico em torno de 10 mg dm-3 de S-SO4 2- , extraído com Ca (H2 PO4 )2 .2H2 O – 500 mg L-1 de P, parece ser uma aproximação razoável. O que é relevante em relação à análise de solos é que a avaliação deste parâmetro não deve se restringir apenas à camada superficial (0 a 20 cm). Face à movimentação do S para as camadas subsuperficiais, as camadas de 20 a 40 cm e 40 a 60 cm também devem ser amostradas e subme- tidas a determinações de S-SO4 2- .
  • 7. 20 INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 129 – MARÇO/2010 b) Textura e matéria orgânica. Solos arenosos e com baixos teores de matéria orgânica são os mais prováveis de apresentar deficiências de S. Esta predisposição é ainda mais acentuada em áreas sujeitas a queimadas anuais, como a região dos cerrados bra- sileiros com pastagens nativas. c) Necessidades das culturas. Embora haja variação da ne- cessidade de S entre as várias culturas, as leguminosas produtoras de grãos alimentícios (feijão, soja, ervilhas), as plantas produtoras de sementes oleaginosas e as crucíferas são as mais exigentes. d) Teor de S na água de irrigação. Em certas condições de agricultura intensiva sob irrigação, a contribuição do teor de S na água pode atingir níveis elevados. O conhecimento desse teor e a possível contribuição para manter níveis adequados no solos de- vem ser levados em consideração. e) Relação N:S.AexistênciadeumarelaçãoN:Saproximada- mente rígida nas proteínas leva à necessidade de um adequado balanço na nutrição das plantas quanto a estes elementos. Níveis adequados de adubação nitrogenada, sob baixos teores de S no solo, podem levar ao acúmulo de formas não protéicas de N, resul- tando em ineficiente utilização dos fertilizantes nitrogenados e bai- xa qualidade dos produtos. CONSIDERAÇÕES FINAISCONSIDERAÇÕES FINAISCONSIDERAÇÕES FINAISCONSIDERAÇÕES FINAISCONSIDERAÇÕES FINAIS Há pouco mais de 50 anos o S deixou de ser o elemento esquecido no Brasil. Tornou-se conhecida a necessidade das prin- cipais culturas e foram identificados os sintomas de carência. Mul- tiplicaram-se os resultados e observações práticas mostrando o efeito no aumento de produção devido à sua presença nas formula- ções. As análises de solo demonstraram e demonstram que níveis baixos de S são frequentes em solos brasileiros (Malavolta, comu- nicação pessoal). Porém, freqüentemente a adubação com S é negli- genciada, em relação à preocupação com o N e o P. Programas de adubação que visam altas produtividades de- vem considerar, além das necessidades de S da cultura, a reciclagem dos resíduos orgânicos. Deve-se observar que a disponibilidade de S, a curto prazo, está ligada principalmente à quantidade e ao tipo de resíduos culturais, os quais dependem do sistema de sucessão/ rotação de culturas empregado, enquanto, a longo prazo, a disponi- bilidade de S está mais relacionada ao sistema de preparo do solo. Outro ponto importante a considerar é a necessidade de ampliar a base de conhecimentos sobre o uso do gesso como fonte de S. Isso contribuirá para o aproveitamento, de forma técnica e econômica, das milhões de toneladas de gesso agrícola acumula- das, decorrentes da fabricação do ácido fosfórico, o que ainda cons- titui um grande desafio. REFERÊNCIASREFERÊNCIASREFERÊNCIASREFERÊNCIASREFERÊNCIAS ALVAREZ V., V. H.; NOVAIS, R. F.; BARROS, N. F.; CANTARUTTI, R. B.; LOPES, A. S. Interpretação dos resultados das análises de solos. In: RIBEIRO, A. C.; GUIMARÃES, P. T. G.; ALVAREZ V., V. H. (Eds.). Recomendações para uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais – 5a aproximação. Viçosa, 1999. p. 25-32. ALVAREZ V., V. H.; ROSCOE, R.; KURIHARA, C. H.; PEREIRA, N. de F. Enxofre. In: NOVAIS, R. F.; ALVAREZ V., V. H.; BARROS, N. F. de; FONTES, R. L. F.; CANTARUTTI, R. B.; NEVES, J. C. L. (Eds.). Fertilidade do solo. Viçosa: SBCS, 2007. p. 595-644. CAIRES, E. F.; FELDHAUS, I. C.; BARTH, G.; GARBUIO, F. J. Lime and gypsum application on the wheat crop. Sciencia Agricola, v. 59, p. 357-364, 2002. 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