Este documento analisa o envolvimento de crianças com tecnologias da informação e comunicação (TIC) em salas de atividades. Pretende refletir sobre como as competências dos educadores influenciam as práticas pedagógicas e ações das crianças com TIC. Conclui que as crianças se envolvem fortemente com as TIC, que podem enriquecer o processo de ensino-aprendizagem quando usadas diariamente de forma natural.
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Educação de infância e tic afirse
1. Educação de Infância e TIC: uma análise ao envolvimento das
crianças e às práticas pedagógicas em sala de atividades
Sónia Pacheco
UIED- Janeiro 2016
XXIII Colóquio AFIRSE-Portugal
2. Pretende-se…
Refletir sobre como as competências e conhecimentos
tecnológicos dos educadores de infância se refletem nas
suas práticas pedagógicas e nas ações das crianças
para com as TIC
Refletir sobre se as competências ao nível das novas
tecnologias devem ser apreendidas desde os primeiros
anos escolares
Refletir sobre a importância da organização do ambiente
educativo para que surta impacto nas competências TIC
e nas ações das crianças
Refletir sobre o envolvimento que pode ser promovido
junto das crianças e das suas ações e interações em
atividades que integrem as TIC
3. Quadro teórico…
Kenneth Goodman e Yetta Goodman
Papel do docente na organização do ambiente educativo
“The teacher is a knowledgeable kid-watcher who knows just
how much support to give to learners without overwhelming
them or doing the learning for them. “(Goodman, 2003, p. 381)
Mark Prensky
Define emigrantes digitais relacionando-os com as
necessidades dos estudantes na atualidade
“Today’s students are no longer the people our educational
system was designed to teach” (2001, p.1).
“those of us who were not born into the digital world but have, at
same point in our lives, become fascinated by and adopted
many or most aspects of the new technology” (2001, p.1).
4. Quadro teórico…
Nikolopoulou
Prática pedagógica e o uso do computador
“Computer use is often something that may be allowed between
planned or adult-led activities, which means that it is typically
used during the time that is organized as free play” (2014,
p.403)
Parette, Blum & Quesenberry
Investigações
“In early childhood classrooms where IT has been used,
gains in children’s developmental progress have been
reported.” (2013, p.6)
5. Metodologia
Corpus:
Jardim de Infância TEIP no concelho de Lisboa
Ministério da Educação
Hardware e Software:
1 estação de trabalho KidSmart Early Learning
1 desktop, impressora e colunas de som
Uma aventura no país das letras, Jogos de matemática e
ciências (software KidSmart), Paint, Word, Powerpoint…
Recolha de dados:
Entrevistas semidiretivas
Observação não-participante às ações das crianças com as TIC
6. As docentes: conhecimentos, hábitos e práticas pedagógicas
Sexo
Idade
Tempode
serviço
Formação
Académica
Tutela
Nºalunos
EntrevistadaA
F 59 40 A Instituto de Educação
e Serviço Social Pio
XII–Luanda e
Licenciatura
E.S.E. Lisboa
M.E 20
EntrevistadaB
F 40 15A Bacharelato E.S.E
Lisboa
Licenciatura Escola
Superior de Educação
João de Deus
M.E 19
7. As docentes: conhecimentos, hábitos e práticas pedagógicas
Formação Académica
Contribui ligeiramente para a aquisição de
conhecimentos ao nível do uso e implementação em sala
de aula das TIC
Ser autodidata e procurar saber mais a custo próprio ao
nível da formação contínua tem um maior impacto nos
conhecimentos sobre TIC
Hábitos digitais
Situações administrativas
Planificações de atividades
Promoção junto das crianças de atividades no domínio
das TIC
8. As docentes: conhecimentos, hábitos e práticas pedagógicas
Práticas Pedagógicas
Impacto na organização do ambiente educativo
Rotinas que integram o uso diário das TIC
Área do computador
Promoção do trabalho colaborativo entre pares no uso das TIC
Pesquisa de informação, construção de histórias, impressão
dos trabalhos realizados, apoio na utilização dos softwares
disponíveis
Uso diário, espontâneo e como escolha natural das TIC pelas
crianças
9. O envolvimento das crianças
O conceito de envolvimento utilizado no manual
Desenvolvendo a Qualidade em Parcerias (Bertram &
Pascal, 2009) é definido como uma medida da qualidade
em diferentes situações e com diferentes idades.
Mobiliza a motivação, a concentração, persistência e
exploração por parte dos atores no processo de
aprendizagem.
Envolvimento das crianças nas atividades de
aprendizagem,: associa o grau de envolvimento à
realização de aprendizagens efetivas.
Complexidade - nível 4
Concentração – nível 5
Persistência – nível 5
Satisfação – nível 5
Energia – nível 5
10. O envolvimento das crianças
25 crianças com idades compreendidas entre os 4 e
os 6 anos
Eficientes no manuseamento do hardware
Aptos para agir no software
Investem com muita concentração, persistência
e energia na execução dos programas e
respetivas tarefas
Aumentam o nível de complexidade das
atividades
Criam histórias
Satisfação alta
11. Conclusões
Postura autodidata
Postura aberta e proactiva perante as ações das
crianças com as TIC
Envolvimento máximo nas atividades
Aprendizagens efetivas
O processo de ensino e aprendizagem pode ser potenciado e
aperfeiçoado com o recurso diário e natural às TIC no jardim de
infância
Enriquece as práticas pedagógicas e a construção do conhecimento
coletivo e individual dos elementos do grupo de crianças
12. Referências bibliográficas
Bertram, A. D. & Pascal, C. (2009). Desenvolvendo a qualidade em parcerias:
Manual. Colecção Aprender em Companhia. Direcção Geral de Inovação e
Desenvolvimento Curricular (DGIDC). Lisboa: Ministério da Educação.
Goodman, K. S. & Goodman, Y. M. (2003). Teachers Supporting Learners: a
transactional view. In On the revolution of reading: the selected writings of
Kenneth S. Goodman (pp. 375-388). Edited by Alan D. Furkley & Jingguo Xu.
Portsmouth: Heinemann.
Nikolopoulou, K. (2014). ICT Integration in Preschool Classes: Examples of
Practices in Greece. Creative Education, 5, 402-410.
http://dx.doi.org/10.4236/ce.2014.56050
Parette, H.P,Jr., Blum, C. & Quesenberry, A.C. (2013). The 21st Century Role of
Technology for Young Children. In Instructional Technology in Early Childhood.
Edited by Howard P. Parette Jr., & Craig Blum. Brookes Publishing
Prensky, M. (2001). Digital Natives, Digital Immigrants. On the Horizon, NCB
University Press, Vol.9 Nº 5, 1-6.
A análise dos dados permite-nos verificar que as docentes, apesar de não terem um percurso formativo com incidência nas TIC, revelam-se profissionais interessadas e proactivas que recorrem a ações de formação contínua para se atualizarem como emigrantes digitais o que se reflete na organização do ambiente educativo e numa postura aberta e natural perante as ações das crianças com as TIC. No que diz respeito à análise dos grupos de crianças observados, conclui-se que estes se caracterizam pela sua eficiência no manuseamento do hardware e aptidão para agir no software disponível. Este envolvimento com as TIC por parte das crianças reflete a postura das educadoras de infância perante a utilização e implementação das TIC nas suas práticas pedagógicas. Concluímos que o processo de ensino e aprendizagem pode ser potenciado e aperfeiçoado como recurso diário e natural às novas tecnologias num jardim de infância, enriquecendo as práticas pedagógicas e a construção do conhecimento coletivo e individual dos elementos do grupo de crianças.