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Diálogo em Sala de Aula como Propulsor da
Investigação Filosófica
Autor: Felipe A. de Luca
Orientador: Roque Luiz Sibioni
Curso de Licenciatura em Filosofia – 4º. período
Unisal - Lorena
Diálogo em Sala de Aula como Propulsor da
Investigação Filosófica
O foco do presente trabalho centra-se em um desenvolvimento
da atividade dialógica dentro da sala de aula seguindo uma
metodologia do filósofo Matthew Lipman. Neste trabalho faz-se
necessário a exposição de alguns conceitos que são essenciais
para a construção de um ambiente favorável ao diálogo
filosófico, e que cujo bom aproveitamento abre ao aluno a
possibilidade de um pensar próprio investigativo.
Matthew Lipman, educador e professor de filosofia, que
desenvolveu um programa de ensino revolucionário - a Filosofia
para Crianças - para aprimorar no aluno a capacidade de
analisar conceitos, tomar decisões equilibradas e relacionar-se
eticamente com a comunidade. Neste trabalho, a metodologia
está sendo aplicada para alunos do ensino médio.
Diálogo em Sala de Aula como Propulsor da
Investigação Filosófica
Martin Buber:
“Não há existência sem comunicação e diálogo; objetos não
existem sem a interação”;

Descartes:
Fundamentação de todo o conhecimento a partir de bases
claras, evidentes, racionais;

Hume:
Abre caminho à aplicação do método experimental aos
fenômenos mentais.
Diálogo em Sala de Aula como Propulsor da
Investigação Filosófica
Escola:
• se estimula a capacidade de raciocínio e de julgamento;
• se fundem valores particulares (família) e públicos (Estado);
• auxilia o indivíduo a descobrir os significados de suas
experiências;
Cada indivíduo inserido nesse contexto escolar não busca
apenas aprender e compartilhar, mas aprender e compartilhar
de modo significativo, pois é nessa significação que vão ser
construídas as habilidades necessárias para a sua vida
(LIPMAN, 1994, p.25).
Diálogo em Sala de Aula como Propulsor da
Investigação Filosófica
Uma das pressuposições mais comuns no meio educativo é de
que a reflexão gera o diálogo, quando na realidade é o diálogo
que gera a reflexão:
“[...] é levado a refletir, a se concentrar, a levar em conta as
alternativas, a ouvir cuidadosamente, prestar muita atenção às
definições e aos significados, a reconhecer alternativas nas
quais não havia pensado anteriormente e, em geral, a realizar
por si só um grande número de atividades mentais de modo a
fazê-lo interagir da melhor forma com o seu próximo”. (LIPMAN,
1994, p.44).
Diálogo em Sala de Aula como Propulsor da
Investigação Filosófica
Martin Buber:

Conversa, bate-papo, etc.:

Espectro de um diálogo

Diálogo

Reconhece o outro como ele é,
de maneira única e própria,
sem interesses, formando um
vínculo que se estende muito
além do domínio da simpatia
Diálogo em Sala de Aula como Propulsor da
Investigação Filosófica
Lipman:
Professor

“autoridade de informação”

“autoridade de instrução”
Diálogo em Sala de Aula como Propulsor da
Investigação Filosófica
Ao compreender essa forma de atuação, o professor também
pode se utilizar de perguntas-modelo que, aplicadas no
momento certo, contribuem para o desdobramento da
investigação. Algumas delas são:

Por que você achou interessante esse incidente em
particular?
Obter pontos de
vista ou opiniões

Por que você concorda (ou discorda) com esse
ponto?
Quais as razões que você tem para dizer isso?
O que você quer dizer com essa expressão?
Diálogo em Sala de Aula como Propulsor da
Investigação Filosófica
Parece que você está dizendo que...?
Ajudar os
estudantes a se
expressarem

Corrija-me se eu estiver errado, mas será que
isso...?
Então, do seu ponto de vista...?
Será que o que você está dizendo poderia ser
colocado assim?
Quando você usa a palavra..., o que você está
querendo dizer?

Pedir definições

Será que você poderia definir a palavra...?
Se uma coisa é um..., quais são suas principais
características?
A que se refere a palavra...?
Diálogo em Sala de Aula como Propulsor da
Investigação Filosófica
Quando se ataca a pessoa que argumenta no
lugar do próprio argumento.
Indicar falácias

Que consiste em apelar para a autoridade quando
a pessoa em questão não é uma autoridade no
assunto tratado.
Que consiste em tirar conclusões apressadas.
Por que você acredita que sua visão é correta?

Pedir razões

O que você pode dizer em defesa do seu ponto de
vista?
Você poderia dizer por que pensa que isso é
assim?
Como você sabe disso?
Diálogo em Sala de Aula como Propulsor da
Investigação Filosófica
Leitura:

A interdependência entre leitura e pensamento movimenta a
significação das experiências. Ler é obter significados,
sentidos, aquilo que pode esclarecer algo para a vida, para a
própria identidade
Diálogo em Sala de Aula como Propulsor da
Investigação Filosófica
Aplicação do projeto: Leitura (com a sala) das partes
fundamentais de duas obras:
Discurso do Método
(Renè Descartes)
Pela ênfase dada na ordenação
do pensamento investigativo para
questionar e fundamentar os
conhecimentos, auxiliando os
alunos na assimilação das outras
disciplinas

Investigações acerca do
entendimento humano
(David Hume)
Pela ênfase dada da experiência,
no plano concreto, auxiliando os
alunos a conectarem o pensar,
com o agir; uma coerência no
que se diz ou pensa com o que
se faz
Diálogo em Sala de Aula como Propulsor da
Investigação Filosófica

Este projeto foi aplicado aos alunos do 3º Colegial (Turma B vespertino) da escola pública “E.E. Major Hermógenes”,
localizada na Vila Paulista, na cidade de Cruzeiro – SP,
contando com 29 alunos freqüentes que, em sua maioria, moram
no mesmo bairro.
Diálogo em Sala de Aula como Propulsor da
Investigação Filosófica
CONSIDERAÇÕES FINAIS

O principal objetivo deste trabalho foi proporcionar uma reflexão
sobre os obstáculos que impedem a construção de uma
comunidade de investigação dentro da sala de aula e,
principalmente, desenvolver a “antiga novidade” chamada
diálogo dentro do ambiente escolar.
Destacando a importância do papel do professor e da escola
frente ao aluno, detentor de conhecimentos e experiências
próprias, busca-se incentivar a interação entre ambos
substituindo uma autoridade de informação por uma autoridade
de instrução, e daquele que, para muitos, é chamado de
depositário de informação, por um indivíduo questionador, que
consegue englobar vários pontos de vista e, principalmente,
sabe o que fazer com o conhecimento que adquire.
Diálogo em Sala de Aula como Propulsor da
Investigação Filosófica
Bibliografia
ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. 3ª ed. rev. e ampl. São Paulo: Martins
Fontes, 1998
DESCARTES, Renè, 1596-1650. Discurso do método. Rio de Janeiro:
Tecnoprint, 1979.
HUME, David, 1711-1776. Investigação acerca do entendimento humano. São
Paulo: Nacional, 1972.
LIPMAN, Matthew. A filosofia vai à escola. [tradução Maria Elice de Brzezinski
Prestes e Lucia Maria Silva Kremer]. São Paulo: Summus, 1990.
_______________. A filosofia na sala de aula. [tradução Ana Luiza Falcone]; São
Paulo: Nova Alexandria; 1994.
_______________. O pensar na educação. [tradução Ann Mary F. Perpétuo];
Petrópolis,
Rio de Janeiro: Vozes, 1995.

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Diálogo em sala de aula promove investigação filosófica

  • 1. Diálogo em Sala de Aula como Propulsor da Investigação Filosófica Autor: Felipe A. de Luca Orientador: Roque Luiz Sibioni Curso de Licenciatura em Filosofia – 4º. período Unisal - Lorena
  • 2. Diálogo em Sala de Aula como Propulsor da Investigação Filosófica O foco do presente trabalho centra-se em um desenvolvimento da atividade dialógica dentro da sala de aula seguindo uma metodologia do filósofo Matthew Lipman. Neste trabalho faz-se necessário a exposição de alguns conceitos que são essenciais para a construção de um ambiente favorável ao diálogo filosófico, e que cujo bom aproveitamento abre ao aluno a possibilidade de um pensar próprio investigativo. Matthew Lipman, educador e professor de filosofia, que desenvolveu um programa de ensino revolucionário - a Filosofia para Crianças - para aprimorar no aluno a capacidade de analisar conceitos, tomar decisões equilibradas e relacionar-se eticamente com a comunidade. Neste trabalho, a metodologia está sendo aplicada para alunos do ensino médio.
  • 3. Diálogo em Sala de Aula como Propulsor da Investigação Filosófica Martin Buber: “Não há existência sem comunicação e diálogo; objetos não existem sem a interação”; Descartes: Fundamentação de todo o conhecimento a partir de bases claras, evidentes, racionais; Hume: Abre caminho à aplicação do método experimental aos fenômenos mentais.
  • 4. Diálogo em Sala de Aula como Propulsor da Investigação Filosófica Escola: • se estimula a capacidade de raciocínio e de julgamento; • se fundem valores particulares (família) e públicos (Estado); • auxilia o indivíduo a descobrir os significados de suas experiências; Cada indivíduo inserido nesse contexto escolar não busca apenas aprender e compartilhar, mas aprender e compartilhar de modo significativo, pois é nessa significação que vão ser construídas as habilidades necessárias para a sua vida (LIPMAN, 1994, p.25).
  • 5. Diálogo em Sala de Aula como Propulsor da Investigação Filosófica Uma das pressuposições mais comuns no meio educativo é de que a reflexão gera o diálogo, quando na realidade é o diálogo que gera a reflexão: “[...] é levado a refletir, a se concentrar, a levar em conta as alternativas, a ouvir cuidadosamente, prestar muita atenção às definições e aos significados, a reconhecer alternativas nas quais não havia pensado anteriormente e, em geral, a realizar por si só um grande número de atividades mentais de modo a fazê-lo interagir da melhor forma com o seu próximo”. (LIPMAN, 1994, p.44).
  • 6. Diálogo em Sala de Aula como Propulsor da Investigação Filosófica Martin Buber: Conversa, bate-papo, etc.: Espectro de um diálogo Diálogo Reconhece o outro como ele é, de maneira única e própria, sem interesses, formando um vínculo que se estende muito além do domínio da simpatia
  • 7. Diálogo em Sala de Aula como Propulsor da Investigação Filosófica Lipman: Professor “autoridade de informação” “autoridade de instrução”
  • 8. Diálogo em Sala de Aula como Propulsor da Investigação Filosófica Ao compreender essa forma de atuação, o professor também pode se utilizar de perguntas-modelo que, aplicadas no momento certo, contribuem para o desdobramento da investigação. Algumas delas são: Por que você achou interessante esse incidente em particular? Obter pontos de vista ou opiniões Por que você concorda (ou discorda) com esse ponto? Quais as razões que você tem para dizer isso? O que você quer dizer com essa expressão?
  • 9. Diálogo em Sala de Aula como Propulsor da Investigação Filosófica Parece que você está dizendo que...? Ajudar os estudantes a se expressarem Corrija-me se eu estiver errado, mas será que isso...? Então, do seu ponto de vista...? Será que o que você está dizendo poderia ser colocado assim? Quando você usa a palavra..., o que você está querendo dizer? Pedir definições Será que você poderia definir a palavra...? Se uma coisa é um..., quais são suas principais características? A que se refere a palavra...?
  • 10. Diálogo em Sala de Aula como Propulsor da Investigação Filosófica Quando se ataca a pessoa que argumenta no lugar do próprio argumento. Indicar falácias Que consiste em apelar para a autoridade quando a pessoa em questão não é uma autoridade no assunto tratado. Que consiste em tirar conclusões apressadas. Por que você acredita que sua visão é correta? Pedir razões O que você pode dizer em defesa do seu ponto de vista? Você poderia dizer por que pensa que isso é assim? Como você sabe disso?
  • 11. Diálogo em Sala de Aula como Propulsor da Investigação Filosófica Leitura: A interdependência entre leitura e pensamento movimenta a significação das experiências. Ler é obter significados, sentidos, aquilo que pode esclarecer algo para a vida, para a própria identidade
  • 12. Diálogo em Sala de Aula como Propulsor da Investigação Filosófica Aplicação do projeto: Leitura (com a sala) das partes fundamentais de duas obras: Discurso do Método (Renè Descartes) Pela ênfase dada na ordenação do pensamento investigativo para questionar e fundamentar os conhecimentos, auxiliando os alunos na assimilação das outras disciplinas Investigações acerca do entendimento humano (David Hume) Pela ênfase dada da experiência, no plano concreto, auxiliando os alunos a conectarem o pensar, com o agir; uma coerência no que se diz ou pensa com o que se faz
  • 13. Diálogo em Sala de Aula como Propulsor da Investigação Filosófica Este projeto foi aplicado aos alunos do 3º Colegial (Turma B vespertino) da escola pública “E.E. Major Hermógenes”, localizada na Vila Paulista, na cidade de Cruzeiro – SP, contando com 29 alunos freqüentes que, em sua maioria, moram no mesmo bairro.
  • 14. Diálogo em Sala de Aula como Propulsor da Investigação Filosófica CONSIDERAÇÕES FINAIS O principal objetivo deste trabalho foi proporcionar uma reflexão sobre os obstáculos que impedem a construção de uma comunidade de investigação dentro da sala de aula e, principalmente, desenvolver a “antiga novidade” chamada diálogo dentro do ambiente escolar. Destacando a importância do papel do professor e da escola frente ao aluno, detentor de conhecimentos e experiências próprias, busca-se incentivar a interação entre ambos substituindo uma autoridade de informação por uma autoridade de instrução, e daquele que, para muitos, é chamado de depositário de informação, por um indivíduo questionador, que consegue englobar vários pontos de vista e, principalmente, sabe o que fazer com o conhecimento que adquire.
  • 15. Diálogo em Sala de Aula como Propulsor da Investigação Filosófica Bibliografia ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. 3ª ed. rev. e ampl. São Paulo: Martins Fontes, 1998 DESCARTES, Renè, 1596-1650. Discurso do método. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1979. HUME, David, 1711-1776. Investigação acerca do entendimento humano. São Paulo: Nacional, 1972. LIPMAN, Matthew. A filosofia vai à escola. [tradução Maria Elice de Brzezinski Prestes e Lucia Maria Silva Kremer]. São Paulo: Summus, 1990. _______________. A filosofia na sala de aula. [tradução Ana Luiza Falcone]; São Paulo: Nova Alexandria; 1994. _______________. O pensar na educação. [tradução Ann Mary F. Perpétuo]; Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1995.