O encontro do homem com o crocodilo de João de Azevedo tem uma natureza fortemente erótica e inquietante, evocando a castração. Após uma estadia em Timor-Leste, João de Azevedo passou a produzir pinturas com crocodilos de cores explosivas onde o homem e o réptil se cruzam.
1) A capoeira literária do poeta Nov@to mistura dança e jogo para enganar o leitor, assim como na capoeira corporal.
2) Sua poesia fala da vida nas margens e periferias de Belo Horizonte de forma realista e política.
3) Ele usa a literatura para dar voz aos excluídos e denunciar problemas sociais como drogas, prostituição infantil e violência.
Este documento fornece resumos de questões da prova do ENEM de 2013 sobre literatura. A primeira questão trata de um texto de Carta de Pero Vaz de Caminha e uma pintura de Candido Portinari que retratam a chegada dos portugueses ao Brasil. A segunda questão analisa o uso da repetição no discurso de um repórter para construir a ideia de opressão física e moral dos meninos em um reformatório.
O poema descreve a relação afetuosa que o autor tem com os livros, vendo-os como irmãos. Gosta de segurar os livros, abri-los e imaginar as histórias e personagens neles contidas, como Pinóquio, Dom Quixote e Alice no País das Maravilhas. O autor aprecia esta relação com os livros e gosta de ver os seus olhos brilharem ao lê-los.
1) O documento discute a origem e evolução da caricatura, desde os tempos antigos até a modernidade.
2) A caricatura começou como uma forma de imitação e paródia, mas evoluiu para uma arte capaz de criticar costumes e expor verdades sobre a sociedade.
3) Grandes caricaturistas como Daumier usaram a arte para falar em nome do povo e fazer comentários sociais através do humor.
CONFIRA A ATUALIZAÇÃO DESTA APRESENTAÇÃO EM https://www.slideshare.net/clauhe...Cláudia Heloísa
O documento apresenta um resumo da obra Dom Casmurro, de Machado de Assis. Em menos de 3 frases, o sumário é:
O romance é narrado em primeira pessoa por Bentinho Santiago, que relembra sua infância, amizade com Escobar e casamento com Capitu. Através de flashbacks digressivos, Bentinho expressa seu ciúme e desconfiança em relação a uma possível traição entre Capitu e Escobar.
O texto descreve um ambiente escolar no final do período da regência no Brasil, quando havia grande agitação pública. O mestre observava atentamente os alunos durante a aula, em especial seu filho, para repreendê-lo caso necessário. Os alunos, no entanto, mantinham-se concentrados em seus livros para evitar qualquer punição, especialmente com a palmatória que ficava pendurada próxima ao professor.
O documento discute diversos aspectos da obra Dom Casmurro de Machado de Assis, incluindo sua estrutura, temáticas, personagens e enredo. Há análises da narrativa não linear da obra, do papel complexo da personagem Capitu e do foco narrativo questionável de Bentinho. O documento fornece informações sobre a recepção crítica da obra e sua relevância para a literatura brasileira.
O documento é um conto de João Tordo intitulado "Cidade Líquida". Nele, o narrador recorda um encontro com Roque dos Santos em Veneza que o levou a separar-se da mulher. Ele passa a ver Roque em toda a parte e muda-se para um novo apartamento, recebendo um convite desse homem para uma projecção.
1) A capoeira literária do poeta Nov@to mistura dança e jogo para enganar o leitor, assim como na capoeira corporal.
2) Sua poesia fala da vida nas margens e periferias de Belo Horizonte de forma realista e política.
3) Ele usa a literatura para dar voz aos excluídos e denunciar problemas sociais como drogas, prostituição infantil e violência.
Este documento fornece resumos de questões da prova do ENEM de 2013 sobre literatura. A primeira questão trata de um texto de Carta de Pero Vaz de Caminha e uma pintura de Candido Portinari que retratam a chegada dos portugueses ao Brasil. A segunda questão analisa o uso da repetição no discurso de um repórter para construir a ideia de opressão física e moral dos meninos em um reformatório.
O poema descreve a relação afetuosa que o autor tem com os livros, vendo-os como irmãos. Gosta de segurar os livros, abri-los e imaginar as histórias e personagens neles contidas, como Pinóquio, Dom Quixote e Alice no País das Maravilhas. O autor aprecia esta relação com os livros e gosta de ver os seus olhos brilharem ao lê-los.
1) O documento discute a origem e evolução da caricatura, desde os tempos antigos até a modernidade.
2) A caricatura começou como uma forma de imitação e paródia, mas evoluiu para uma arte capaz de criticar costumes e expor verdades sobre a sociedade.
3) Grandes caricaturistas como Daumier usaram a arte para falar em nome do povo e fazer comentários sociais através do humor.
CONFIRA A ATUALIZAÇÃO DESTA APRESENTAÇÃO EM https://www.slideshare.net/clauhe...Cláudia Heloísa
O documento apresenta um resumo da obra Dom Casmurro, de Machado de Assis. Em menos de 3 frases, o sumário é:
O romance é narrado em primeira pessoa por Bentinho Santiago, que relembra sua infância, amizade com Escobar e casamento com Capitu. Através de flashbacks digressivos, Bentinho expressa seu ciúme e desconfiança em relação a uma possível traição entre Capitu e Escobar.
O texto descreve um ambiente escolar no final do período da regência no Brasil, quando havia grande agitação pública. O mestre observava atentamente os alunos durante a aula, em especial seu filho, para repreendê-lo caso necessário. Os alunos, no entanto, mantinham-se concentrados em seus livros para evitar qualquer punição, especialmente com a palmatória que ficava pendurada próxima ao professor.
O documento discute diversos aspectos da obra Dom Casmurro de Machado de Assis, incluindo sua estrutura, temáticas, personagens e enredo. Há análises da narrativa não linear da obra, do papel complexo da personagem Capitu e do foco narrativo questionável de Bentinho. O documento fornece informações sobre a recepção crítica da obra e sua relevância para a literatura brasileira.
O documento é um conto de João Tordo intitulado "Cidade Líquida". Nele, o narrador recorda um encontro com Roque dos Santos em Veneza que o levou a separar-se da mulher. Ele passa a ver Roque em toda a parte e muda-se para um novo apartamento, recebendo um convite desse homem para uma projecção.
Este documento apresenta um texto literário de Chacal e questões sobre o mesmo. O texto é um poema publicitário que usa a linguagem de propaganda para transmitir uma mensagem filosófica. As questões abordam o estilo experimental e engajado da poesia marginal dos anos 1970, a apropriação da linguagem publicitária no poema e a mistura de temas elevados com referências à sociedade de consumo.
Revisional de estilos de época 11, semana de arte moderna de 1922ma.no.el.ne.ves
O poema critica o formalismo parnasiano e defende uma arte moderna e nacional, ridicularizando os procedimentos formais dos parnasianos por meio da paródia.
Manoel de Oliveira nasceu em 1908 no Porto e foi um cineasta português pioneiro. Ele fez seu primeiro filme "Douro, Faina Fluvial" em 1931 e seu primeiro longa-metragem foi "Aniki-Bóbó" em 1942. Oliveira continuou fazendo filmes por mais de 70 anos e recebeu muitos prêmios internacionais, tornando-se o cineasta mais velho ainda em atividade.
Este documento apresenta questões sobre literatura referentes ao Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) de 2011. As questões abordam poemas e textos literários brasileiros clássicos como "Morte e Vida Severina" de João Cabral de Melo Neto e "O Cortiço" de Aluízio Azevedo. Há também questões sobre obras artísticas como o quadro "Guernica" de Pablo Picasso.
José Saramago nasceu em Portugal em 1922. Trabalhou em várias profissões ao longo da vida, incluindo editor e jornalista. Publicou seu primeiro romance em 1947 e ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1998. Seu livro Ensaio sobre a Cegueira de 1995 descreve uma epidemia de cegueira e como a sociedade lida com ela.
Este documento fornece um resumo biográfico de Eça de Queiroz, incluindo detalhes sobre sua vida, educação e carreira, bem como uma lista de suas principais obras. Também inclui excertos de seus escritos e frases célebres atribuídas a ele. O objetivo do documento era apresentar o autor e sua extensa obra literária.
1. O documento descreve os anos precursores do Modernismo brasileiro entre 1912-1917, quando artistas como Oswald de Andrade e Mário de Andrade começaram a questionar a arte acadêmica e se interessar pelas vanguardas europeias.
2. A Semana de Arte Moderna de 1922 marcou a ruptura definitiva com o passado, apresentando obras polêmicas que chocaram o público da época.
3. O Modernismo passou então a uma fase "heroica" entre 1922-1930, quando foi definido o ideário antropofá
O documento discute a descoberta de uma segunda pintura da Mona Lisa, aparentemente feita por assistentes de Da Vinci. Há pequenas diferenças entre as duas pinturas, como a idade e vestimenta da modelo. A descoberta reforça a tese de que assistentes ajudavam Da Vinci em algumas de suas obras.
Catálogo de livros publicados por João WernerJoao Werner
Este documento resume 8 livros escritos por João Werner sobre arte, estética e temas relacionados. Os livros incluem ensaios, biografias e obras com ilustrações sobre pintura, escultura e desenho. As obras estão disponíveis em formatos impresso e digital, e abordam tópicos como conceitos da arte contemporânea, a figura humana na comunicação visual, paisagens rurais e temas eróticos.
Este documento descreve o Modernismo em Portugal, com foco em Fernando Pessoa e seus heterônimos. O Modernismo português teve início em 1915 com o lançamento da revista Orpheu. Fernando Pessoa criou vários heterônimos, como Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos, cada um com sua personalidade e estilo literário único. Mário de Sá-Carneiro também foi uma figura importante do Modernismo português.
Tomás de Alencar é apresentado como um poeta ultrarromântico, amigo de Pedro da Maia. Representa as visões românticas em contraste com as visões naturalistas de Ega. Isto leva a um debate acalorado entre os dois sobre literatura onde insultam um ao outro, mas no final reconciliam-se.
1) Guerra Junqueiro foi um poeta e político português do século XIX que defendia ideais republicanos.
2) Seus poemas refletiam as tensões sociais e políticas de Portugal no final do século XIX e início do século XX.
3) Ele foi uma figura importante do movimento da Renascença Portuguesa no início do século XX.
O documento descreve a infância de Bentinho, protagonista do romance Dom Casmurro de Machado de Assis. Apresenta sua família, composta principalmente por sua mãe e tio, e como ele conhece Capitu, por quem se apaixona. Também mostra a influência de José Dias sobre a família e seus planos para que Bentinho não entre para o seminário.
A primeira fase do Modernismo brasileiro entre 1922 e 1930 foi marcada por: (1) um desejo de liberdade e ruptura com o passado; (2) predominância da poesia, mas também textos em prosa; (3) negação do passado, valorização do cotidiano, nacionalismo e liberdade linguística através da incorporação da linguagem coloquial. Os principais autores foram Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira e Alcântara Machado.
Este documento homenageia o poeta Ascânio Lopes no centenário de seu nascimento, resumindo sua vida e obra. Ascânio nasceu em Ubá (MG) mas cresceu em Cataguases, onde faleceu prematuramente em 1929. Ele co-fundou a revista modernista Verde em Cataguases e publicou um único livro de poemas em vida.
O documento descreve Albert Eckhout, um pintor holandês do século XVII que retratou índios brasileiros, e trechos da Carta de Pero Vaz de Caminha que descrevem os índios encontrados na chegada dos portugueses ao Brasil. A questão analisa a relação entre a pintura de Eckhout e o texto de Caminha, concluindo que ambos representam aspectos da cultura indígena que sofreriam o processo de colonização.
O documento apresenta excertos de obras do escritor português Urbano Tavares Rodrigues, incluindo contos e novelas que abordam temas como a resistência política, o amor e a vida no Alentejo. Os trechos descrevem personagens e histórias que refletem sobre a condição humana em diferentes contextos sociais e políticos.
O documento apresenta diversos exemplos de frases com erros de português, como "os índios sacrificavam os filhos que nasciam mortos matando todos assim que nasciam" e "a terra é um dos planetas mais conhecidos e habitados no mundo". Em seguida, discute a importância de atenção à correção gramatical em português e apresenta um exemplo sobre herança onde cada interessado colocou sua própria pontuação.
Cães famintos matam um crocodilo na Flórida após 3 dias sem comer, conforme foto tirada por pesquisadores. Uma raça de cão está sendo criada para eliminar crocodilos que ameaçam a população local, e a natureza é tanto cruel quanto bela nessa crueldade, com o crocodilo podendo ser vítima da estratégia de equipe dos cães.
O crocodilo marinho é encontrado no Oceano Índico e Pacífico, se alimenta de insetos, crustáceos e pequenos peixes quando jovem e de tartarugas, búfalos e macacos quando adulto. Eles botam de 40 a 60 ovos e levam cerca de 90 dias para eclodirem.
Este documento apresenta um texto literário de Chacal e questões sobre o mesmo. O texto é um poema publicitário que usa a linguagem de propaganda para transmitir uma mensagem filosófica. As questões abordam o estilo experimental e engajado da poesia marginal dos anos 1970, a apropriação da linguagem publicitária no poema e a mistura de temas elevados com referências à sociedade de consumo.
Revisional de estilos de época 11, semana de arte moderna de 1922ma.no.el.ne.ves
O poema critica o formalismo parnasiano e defende uma arte moderna e nacional, ridicularizando os procedimentos formais dos parnasianos por meio da paródia.
Manoel de Oliveira nasceu em 1908 no Porto e foi um cineasta português pioneiro. Ele fez seu primeiro filme "Douro, Faina Fluvial" em 1931 e seu primeiro longa-metragem foi "Aniki-Bóbó" em 1942. Oliveira continuou fazendo filmes por mais de 70 anos e recebeu muitos prêmios internacionais, tornando-se o cineasta mais velho ainda em atividade.
Este documento apresenta questões sobre literatura referentes ao Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) de 2011. As questões abordam poemas e textos literários brasileiros clássicos como "Morte e Vida Severina" de João Cabral de Melo Neto e "O Cortiço" de Aluízio Azevedo. Há também questões sobre obras artísticas como o quadro "Guernica" de Pablo Picasso.
José Saramago nasceu em Portugal em 1922. Trabalhou em várias profissões ao longo da vida, incluindo editor e jornalista. Publicou seu primeiro romance em 1947 e ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1998. Seu livro Ensaio sobre a Cegueira de 1995 descreve uma epidemia de cegueira e como a sociedade lida com ela.
Este documento fornece um resumo biográfico de Eça de Queiroz, incluindo detalhes sobre sua vida, educação e carreira, bem como uma lista de suas principais obras. Também inclui excertos de seus escritos e frases célebres atribuídas a ele. O objetivo do documento era apresentar o autor e sua extensa obra literária.
1. O documento descreve os anos precursores do Modernismo brasileiro entre 1912-1917, quando artistas como Oswald de Andrade e Mário de Andrade começaram a questionar a arte acadêmica e se interessar pelas vanguardas europeias.
2. A Semana de Arte Moderna de 1922 marcou a ruptura definitiva com o passado, apresentando obras polêmicas que chocaram o público da época.
3. O Modernismo passou então a uma fase "heroica" entre 1922-1930, quando foi definido o ideário antropofá
O documento discute a descoberta de uma segunda pintura da Mona Lisa, aparentemente feita por assistentes de Da Vinci. Há pequenas diferenças entre as duas pinturas, como a idade e vestimenta da modelo. A descoberta reforça a tese de que assistentes ajudavam Da Vinci em algumas de suas obras.
Catálogo de livros publicados por João WernerJoao Werner
Este documento resume 8 livros escritos por João Werner sobre arte, estética e temas relacionados. Os livros incluem ensaios, biografias e obras com ilustrações sobre pintura, escultura e desenho. As obras estão disponíveis em formatos impresso e digital, e abordam tópicos como conceitos da arte contemporânea, a figura humana na comunicação visual, paisagens rurais e temas eróticos.
Este documento descreve o Modernismo em Portugal, com foco em Fernando Pessoa e seus heterônimos. O Modernismo português teve início em 1915 com o lançamento da revista Orpheu. Fernando Pessoa criou vários heterônimos, como Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos, cada um com sua personalidade e estilo literário único. Mário de Sá-Carneiro também foi uma figura importante do Modernismo português.
Tomás de Alencar é apresentado como um poeta ultrarromântico, amigo de Pedro da Maia. Representa as visões românticas em contraste com as visões naturalistas de Ega. Isto leva a um debate acalorado entre os dois sobre literatura onde insultam um ao outro, mas no final reconciliam-se.
1) Guerra Junqueiro foi um poeta e político português do século XIX que defendia ideais republicanos.
2) Seus poemas refletiam as tensões sociais e políticas de Portugal no final do século XIX e início do século XX.
3) Ele foi uma figura importante do movimento da Renascença Portuguesa no início do século XX.
O documento descreve a infância de Bentinho, protagonista do romance Dom Casmurro de Machado de Assis. Apresenta sua família, composta principalmente por sua mãe e tio, e como ele conhece Capitu, por quem se apaixona. Também mostra a influência de José Dias sobre a família e seus planos para que Bentinho não entre para o seminário.
A primeira fase do Modernismo brasileiro entre 1922 e 1930 foi marcada por: (1) um desejo de liberdade e ruptura com o passado; (2) predominância da poesia, mas também textos em prosa; (3) negação do passado, valorização do cotidiano, nacionalismo e liberdade linguística através da incorporação da linguagem coloquial. Os principais autores foram Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira e Alcântara Machado.
Este documento homenageia o poeta Ascânio Lopes no centenário de seu nascimento, resumindo sua vida e obra. Ascânio nasceu em Ubá (MG) mas cresceu em Cataguases, onde faleceu prematuramente em 1929. Ele co-fundou a revista modernista Verde em Cataguases e publicou um único livro de poemas em vida.
O documento descreve Albert Eckhout, um pintor holandês do século XVII que retratou índios brasileiros, e trechos da Carta de Pero Vaz de Caminha que descrevem os índios encontrados na chegada dos portugueses ao Brasil. A questão analisa a relação entre a pintura de Eckhout e o texto de Caminha, concluindo que ambos representam aspectos da cultura indígena que sofreriam o processo de colonização.
O documento apresenta excertos de obras do escritor português Urbano Tavares Rodrigues, incluindo contos e novelas que abordam temas como a resistência política, o amor e a vida no Alentejo. Os trechos descrevem personagens e histórias que refletem sobre a condição humana em diferentes contextos sociais e políticos.
O documento apresenta diversos exemplos de frases com erros de português, como "os índios sacrificavam os filhos que nasciam mortos matando todos assim que nasciam" e "a terra é um dos planetas mais conhecidos e habitados no mundo". Em seguida, discute a importância de atenção à correção gramatical em português e apresenta um exemplo sobre herança onde cada interessado colocou sua própria pontuação.
Cães famintos matam um crocodilo na Flórida após 3 dias sem comer, conforme foto tirada por pesquisadores. Uma raça de cão está sendo criada para eliminar crocodilos que ameaçam a população local, e a natureza é tanto cruel quanto bela nessa crueldade, com o crocodilo podendo ser vítima da estratégia de equipe dos cães.
O crocodilo marinho é encontrado no Oceano Índico e Pacífico, se alimenta de insetos, crustáceos e pequenos peixes quando jovem e de tartarugas, búfalos e macacos quando adulto. Eles botam de 40 a 60 ovos e levam cerca de 90 dias para eclodirem.
O Crocodilo Danilo foge do Egito para Lisboa, passando por várias aventuras, incluindo encontrar um sapo num táxi amarelo e quase ser caçado por índios. Ele acaba por encontrar um novo lar tranquilo no Jardim Zoológico de Lisboa, onde gosta de dormir na sua piscina.
O documento discute as subclasses do nome em português, incluindo nomes próprios, comuns, contáveis, não contáveis e coletivos. Também explica as variações de gênero, número e grau dos nomes, bem como a composição do grupo nominal.
Timor Lorosae é um país localizado na parte oriental da ilha de Timor. É uma nação jovem que conquistou a independência de Portugal em 1975, mas foi logo invadida pela Indonésia. Após anos de ocupação indonésia, Timor Lorosae finalmente conquistou a independência total em 2002. O documento também descreve a geografia montanhosa do país e inclui uma lenda sobre como a ilha de Timor foi formada.
Os Nomes (Nova Terminologia Linguística)becrejovim
O documento classifica os tipos de nomes e descreve as regras gerais para a formação do plural e do feminino em português. Apresenta exemplos de como acrescentar "s", "es", "is" ou "eis" para formar o plural, e como mudar vogais finais ou acrescentar "a" para formar o feminino.
A Semana da Leitura irá ocorrer de 16 a 20 de março e incluirá atividades como momentos de leitura, apresentações de livros, concursos de ortografia, poesia e leitura em inglês para alunos do pré-escolar ao 9o ano. Várias escolas do Agrupamento de São Lourenço participarão através de atividades integradas ao longo da semana.
O documento apresenta 14 questões sobre substantivos no português, abordando temas como gênero gramatical, formação de plural, classes gramaticais de substantivos (concreto, abstrato, sobrecomum). As justificativas fornecem regras e exemplos para esclarecer dúvidas sobre a flexão e uso correto dos substantivos.
O documento discute os diferentes tipos de nomes em português, incluindo nomes próprios, comuns e coletivos. Explica como os nomes variam em número, gênero e grau através de sufixos. Também descreve como os nomes biformes mudam de forma no singular e plural e como os nomes biformes variam entre masculino e feminino.
Este documento discute as variações morfológicas dos nomes no português. Ele explica como os nomes variam em gênero (masculino vs feminino), número (singular vs plural) e grau (normal, diminutivo, aumentativo). Além disso, fornece exemplos de cada categoria e regras para a formação do plural de nomes compostos.
O documento discute os conceitos de gênero, número e grau dos substantivos na língua portuguesa. Apresenta regras gerais e exceções para a flexão de gênero entre masculino e feminino e para a formação do plural. Também explica o uso de sufixos aumentativos e diminutivos para indicar tamanho dos substantivos.
O documento discute as subclasses do nome, incluindo nomes próprios versus nomes comuns, nomes comuns contáveis versus não contáveis, e nomes comuns coletivos contáveis versus não contáveis. Fornece exemplos de cada subclasse e explica como o contexto pode determinar se um nome é contável ou não.
O documento discute a seleção sexual proposta por Darwin, incluindo:
- A distinção entre seleção natural e seleção sexual e como a seleção sexual explica características aparentemente desvantajosas à sobrevivência.
- Exemplos de competição intra-sexual entre machos e escolha inter-sexual pelas fêmeas.
- Como a seleção sexual pode resultar em dimorfismo sexual e outros traços exagerados nos machos.
Este documento resume as flexões de substantivos no português brasileiro. Ele discute gênero (masculino e feminino), número (singular e plural), grau (normal, diminutivo e aumentativo) e formas de substantivos compostos. O documento fornece muitos exemplos para ilustrar essas categorias gramaticais.
O documento define substantivo e explica suas classificações. Um substantivo dá nome a seres, podendo ser concreto, abstrato, comum ou próprio. Substantivos concretos nomeiam seres reais ou imaginários, enquanto abstratos indicam sentimentos, qualidades e sensações. Substantivos comuns referem-se a elementos de uma mesma espécie, e próprios indicam um ser em particular.
O documento descreve as principais classes de palavras da morfologia do português brasileiro e fornece detalhes sobre substantivos e adjetivos. É explicado que há 10 classes de palavras e são listadas. Substantivos e adjetivos são definidos e suas características de formação, flexão de gênero e número e graus são detalhadas.
O documento discute as principais classificações dos substantivos em português, incluindo: substantivo comum vs próprio, concreto vs abstrato, primitivo vs derivado, simples vs composto e coletivo. Exemplos são fornecidos para cada classificação de substantivo. O documento também lista exercícios relacionados ao tema.
O documento discute as subclasses dos nomes, incluindo: (1) nomes que variam de género entre o masculino e o feminino, (2) nomes uniformes quanto ao género, e (3) regras para a formação do plural e do grau dos nomes.
Este documento lista vários nomes coletivos em português para conjuntos de animais, objetos e pessoas. Ele fornece o nome coletivo para grupos como porcos, camelos, cães, peixes, lobos, aves, abelhas e outros.
O João de Azevedo volta a expor na Figueira da Foz após 50 anos com a exposição "A Voz do Crocodilo" no Museu Municipal Santos Rocha. O encontro do homem com o crocodilo nas pinturas de João tem uma natureza fortemente erótica e inquietante, evocando a castração. João se apaixonou pelas lendas e relação dos timorenses com o crocodilo durante os dois anos que passou em Timor.
1) Antonio Henrique Amaral é um pintor brasileiro nascido em 1935 em São Paulo. Sua família era de artistas e ele inicialmente se interessou por literatura.
2) Ele descobriu as artes visuais na década de 1950 e começou a estudar gravura. Realizou exposições no Brasil, Chile e Estados Unidos.
3) Na década de 1960 trabalhou com publicidade, mas não se sentia feliz. Decidiu se dedicar exclusivamente à arte na década de 1970, quando começou a pintar bananas.
Cildo Meireles é um artista conceitual brasileiro reconhecido internacionalmente por suas obras políticas que instigam reflexão. Suas principais características incluem usar diversos materiais e técnicas para questionar aspectos sociais, e buscar provocar emoção no espectador de forma breve. Sua trajetória inclui participações em importantes eventos internacionais e o desenvolvimento de obras conceituais complexas que abordam temas como a ditadura militar brasileira.
1. Gilvan Samico foi um artista pernambucano reconhecido por suas xilogravuras que representavam temas do folclore nordestino.
2. Wilton de Andrade Souza foi um artista multifacetado de Pernambuco, trabalhando com pintura, gravura e escultura.
3. Montez Magno de Oliveira foi um pintor e escultor pernambucano que viajou pela Europa após receber prêmios.
- O documento celebra a poesia e o poeta Eugénio de Andrade no centenário do seu nascimento.
- A poesia é fundamental na formação dos indivíduos e molda a mente e o espírito.
- As bibliotecas do agrupamento assinalaram a data com leituras da obra de Eugénio de Andrade, considerado uma das figuras mais relevantes da literatura portuguesa.
Este documento apresenta uma lista de obras de arte e artistas, seguida por breves textos sobre a subjetividade da percepção da realidade e a evolução da palavra escrita. Discute também características do texto literário e a diferença entre sílabas poéticas e gramaticais.
O documento apresenta obras de arte de diferentes artistas ao longo dos séculos, como Joan Miró, Hendrick Sorgh e Thomas Gainsborough. Também discute a subjetividade da percepção da realidade e do mundo através da arte e literatura, que podem recriar e transformar ideias em novos significados.
O documento analisa as influências do teatro de Gil Vicente na poesia dramática de João Cabral de Melo Neto, especialmente na obra "Morte e Vida Severina". Discute características formais e estéticas das obras de ambos os autores, como o uso de versos e a representação da sociedade da época. Apresenta biografias resumidas de Gil Vicente e João Cabral, além de descrever as obras "O Auto da Barca do Inferno" e "Morte e Vida Severina".
O documento discute a corrupção no Brasil e a impunidade dos corruptos. Critica o STF por continuar soltando corruptos do PT. Defende a intervenção militar para impedir o comunismo no país.
Este documento descreve a vida e obra da escritora alemã Ilse Losa, que imigrou para Portugal após fugir do regime nazi na Alemanha. Detalha sua vasta obra literária, que abordou temas como a guerra, o Holocausto e questões sociais, e como ela contribuiu para renovar a literatura infantil portuguesa. Também menciona seus amigos e contemporâneos nas artes, como o crítico de cinema Henrique Alves Costa, e sua atuação política contra o regime autoritário em Portugal.
Este documento apresenta a composição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Ceará e da Universidade do Parlamento Cearense, além da equipe responsável pelo projeto ALANCE. Também traz o índice do Módulo III do projeto, abordando temas como Linguagens, Códigos e Redação, Matemática e Ciências da Natureza.
O documento apresenta uma lista de obras de arte e artistas, como Joan Miró e Hendrick Sorgh, seguida por breves considerações sobre subjetividade e percepção. Também discute o desenvolvimento da literatura a partir da comunicação prática para a expressão de ideias e sentimentos mais profundos.
O documento apresenta uma lista de obras de arte e artistas, como Joan Miró e Hendrick Sorgh, seguida por breves considerações sobre subjetividade e percepção. Também discute o desenvolvimento da literatura a partir da comunicação prática para a expressão de ideias e sentimentos mais profundos.
Cildo Meireles nasceu no Rio de Janeiro em 1948 e mudou-se para Brasília aos 10 anos, onde iniciou sua aprendizagem artística aos 15 anos. Ele fundou a Unidade Experimental do MAM em 1969 e realizou queimas públicas de galinhas para transformar violência em arte. Morando em Nova York de 1971 a 1973, adotou o audiovisual como meio de expressão ao retornar ao Brasil. Cildo Meireles questiona sistemas de arte convencionais e usa técnicas não convencionais em suas obras.
O documento discute as diferentes funções da literatura ao longo da história. A literatura provê entretenimento, reflexão, ensinamentos sobre a vida e denúncia da realidade social. Ela permite sonhar e viver outras vidas através de suas narrativas.
O documento descreve o surgimento e características dos principais movimentos de vanguarda artística na Europa no início do século XX e sua chegada ao Brasil na década de 1920, especialmente após a Semana de Arte Moderna de 1922.
Ler para encenar: introdução às literaturas de Angola, Cabo Verde e MoçambiqueVanessa Oliveira
Este documento apresenta informações sobre a literatura e cultura de Angola, Cabo Verde e Moçambique. Discute a consolidação do sistema literário angolano no século XX e a influência do pan-africanismo e da negritude. Também aborda a literatura de resistência contra o colonialismo português e a produção poética pós-independência. Sobre Cabo Verde, destaca o marco do modernismo literário com o lançamento da revista "Claridade" em 1936 e a influência do modernismo brasileiro.
A exposição Dez anos de fotografia espanhola contemporânea - Coleção Fundação Coca-Cola ficou em cartaz no MAM-BA de 19 de setembro até 20 de novembro de 2011.
Veja mais em: http://www.mam.ba.gov.br/exposicao-detalhe.asp?conId=457
Antonio Dias (1944-) é um artista brasileiro autodidata que se mudou para o Rio de Janeiro em 1960. Sua arte inicialmente explorou temas indígenas e foi influenciada por Tapiès, mas ele logo adotou um estilo pop influenciado por Bacon, Lichtenstein e Baj. Sua arte mais madura focou em temas políticos e sociais dolorosos do Brasil usando o corpo humano dilacerado. Ele viveu em Paris e Milão, onde explorou novas mídias como vídeo e fotografia.
1. A VOZ DO CROCODILO
PINTURA - JOÃO DE AZEVEDO - 2014 nº4
La Menuiserie est un lieu qui a l’ambition d’être
autant qu’il a été.
Est-il possible d’imaginer un espace qui aurait
la même authenticité que peut en dégager une
menuiserie ?
L’activité a changé, il ne s’agit plus de fabriquer des
meubles utiles et beaux, mais de proposer des expositions belles et
utiles. Belles parce que l’on s’y sent bien, comme dans un équilibre
retrouvé avec un langage qui par des voies différentes parle à tous.
Utiles parce qu’elles donnent une forme et un fond au mot contem-
porain. Il s’établit une résonance avec un art pratiqué aujourd’hui.
C’est un lieu sans prétention autre que celle de faire s’étonner adul-
tes et enfants sur le merveilleux qui les entoure. À commencer par
la nature ou pas la vision poétique que nous en donnent ceux qui ont
du talent et le temps de la voir et de la transposer. C’est aller à con-
tre-courant d’un monde où tout semble connu. Ici, on s’arrête devant
une goutte d’eau faisant loupe, on retrouve la valeur de l’instant, de
la gratuité, du silence.
La Menuiserie m’a toujours fait penser à un bateau ; je suis heu-
reuse d ‘y accueillir les harragas et tous leurs amis. J. F.
Adresse : 14, rue du 11 novembre – 12000 Rodez
Tel : 00 33 (0)6 80 02 01 29
E-mail : lamenuiserierodez@wanadoo.fr
Site : www.lamenuiserie.net
Mercredi au dimanche 15h à 19H ou sur rdv
Esta manhã encontrei umas cartas, religiosamente bem guar-
dadas, do meu amigo João de Azevedo. Tinham sido enviadas de
Roma, onde vivia nos anos 70. E, ao lê-las, senti-me, se não cul-
pado, pelo menos irritado comigo mesmo. É que, no alegre caos
em que nos deixávamos perder, não fui capaz de ver o seu desejo
mais pungente. E, no entanto, quantas vezes nestas cartas não
era exactamente essa a questão! Pintar, desenhar, era o que o
fazia feliz. Mas nunca afirma poder dedicar-se exclusivamente a
isso. Os ideais políticos da nossa juventude não o permitiam. No
entanto o caminho estava aberto: galeristas e coleccionadores
interessavam-se pelo seu trabalho, interesse que o João só tinha
então em conta do ponto de vista da subsistência.
Exaspera-me tentar hoje conquistar tudo o que foi então adi-
ado. Na verdade o conflito começa na adolescência. João quer
entrar na faculdade de Belas-Artes de Lisboa contra a vontade
do pai que prefere vê-lo a estudar engenharia naval. Não seguirá
nenhum dos caminhos. Depois de um ano na Faculdade de
Direito, foge aos dezoito anos da ditadura salazarista, pedindo
asilo político na Bélgica onde começa uma nova história. A sua
existência torna-se rica, generosa e inventiva. E chega agora a
hora de, sem reservas, desfrutar dos pincéis desfrutando do seu
talento em plenitude.
Foi ele mesmo quem compreendeu que essa hora chegara,
e fico contente por isso. A reviravolta deu-se em Timor, onde
passou dois anos de 2005 a 2007. Nesta ilha de forma estranha-
mente parecida com a de um crocodilo, apaixonou-se pelas len-
das locais e pela relação intensa que os Timorenses mantêm
com a figura do crocodilo. Resultou daí uma série de pinturas de
cores explosivas onde o homem e o sáurio se cruzam como se
fossem um centauro invertido.
Assim como em Picasso com o encontro do homem com o
touro – pensando em particular nos quadros que dizem respeito
ao Minotauro – o encontro do homem com o crocodilo de João de
Azevedo tem uma natureza fortemente erótica. Inquietante, tam-
bém: haverá figura mais evocativa da castração que o crocodilo?
Perguntem ao capitão Hook que pensa ele disto.
Mas para os falantes a castração está no coração da econo-
mia do desejo. No seu seminário “A relação do objecto”, Jacques
Lacan evoca o crocodilo para ilustrar a alegria maternal devo-
radora, e do falo faz um bastão que se posiciona entre os dois
maxilares não deixando que se fechem. Não sei o que os timo-
renses pensariam desta analogia!
Em Moçambique onde o João trabalhou onze anos, um pintor
conhecido tem o nome de Malangatana Ngwenya, que significa
Malangatana Crocodilo. Em Timor, ele torna-se João Crocodilo!
Yves Depelsenaire
*Psicanalista da École de la Cause Freudienne (ECF), crítico de arte e
autor de “Le Musée Imaginaire Lacanien” (Lettre Volée, Bruxelas, 2009)
e ”L’envers du décor” (Psyché, Éditions Nouvelles Cécile Défaut, Nantes,
2013)
Design: Ivone Ralha Edição e tradução: Rosa de Azevedo
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João Croco
O encontro do homem com o cro-
codilo de João de Azevedo tem
uma natureza fortemente erótica.
Inquietante, também: haverá fi-
gura mais evocativa da castração
que o crocodilo?
João de Azevedo CV/Pintura
DE AZEVEDO, João Manuel Silva Mendonça
Data e lugar de nascimento: 2 Fevereiro 1950, Figueira da Foz, Portugal
Nacionalidade: Portuguesa
Estado civil: Casado, 4 filhos
Endereço mail:azevedo68@hotmail.com
Telefone em Portugal: 00351 967 829 032
Telefone na Holanda: 0031 626 045 432
— Exposições na Figueira da Foz, em 1964 – 1965, no Casino e numa Galeria
local.
— Seleccionado no âmbito do concurso Prémios Estímulo, da Sociedade Nacio-
nal de Belas Artes, em Lisboa (exposição na SNBA, Outubro 1965).
— Colaborador do suplemento Juvenil do Diário de Lisboa. Co-fundador do
suplemento Juvenil “Onda”, do jornal semanário Mar Alto, da Figueira da Foz, e
colaborei regularmente em suplementos juvenis e literários nacionais e em an-
tologias de estudantes.
— Partida para Bruxelas em Setembro de 1968 para estudar no Institut Na-
tional des Arts et du Spectacle (Teatro e Comunicação)
— Residência em Roma, Itália, até 1975, onde exerci permanentemente a activi-
dade de pintor. Em Itália participei em várias exposições colectivas e realizei duas
exposições individuais. Destas últimas destaco a exposição realizada no Centro
Culturale per l’Informazione Visiva (Fevereiro–Março 1975). Numa crítica dessa
exposição, Dário Micacchi, crítico entre os mais respeitados na época, escrevia no
quotidiano L’Unitá (edição de 4 de Março 1975, pág. 9):
Il portoghese João de Azevedo è nato nel 1950 a Figueira da Foz, e vive da alcuni
anni in Itália dove há trovato, in relazione alla sinistra artística italiana, quelle con-
dizioni per cercare ed esprimersi che in terra sua gli erano negate, come a tanti
altri giovani latino-americani, spagnoli, greci, turchi, nord-mericani anche.
Ora che così straordinari rivolgimenti sono avviati in Portogallo, questo giovane
dimostra di avere fatto la sua parte, almeno per quel che un pittore può. Non
conosco la situazione attuale dell’arte portoghese per illustrare nel modo gius-
to la sua ricerca. La sua cultura sembra complessa, fatta di caratteri nazionali
fusi con certi caratteri del fantastico profondo di un Klee, del brutalismo di un
Dubuffet, della violenza del momento dada di Dix e Grosz; ma questi caratteri colti
si direbbero riportati al dolore e all’animismo delle maschere nere angolane o
della pittura del volto e del corpo.
Due motivi figurati in tempere e in pitture con intaglio su tavola: l’uomo strozza-
to dalla garrotta, una figura alata, tra demonio e angelo, che viene in primo piano
da profondità abissali. La tecnica combina colore, incisione del legno, acidatura
a mordere, e rende assai bene la sofferenza e la violenza sia dell’uomo torturato
sia della nascita di un possibile angelo, uomo alato, dall’orrendo e dal demoniaco.
La crudele deformazione dell’anatomia è straziante ma sembra che la bestialità
generi il suo contrario. Indementicabile il demonio-angelo nei cui occhi nascono
due pupille a falce e martello”.
— Regresso a Portugal no Verão de 1975. Participei como animador cultural em
apoio às lutas de camponeses sem terra e em apoio a embriões de cooperativas
agrícolas: residente na Cooperativa Agrícola Popular da Torrebela. Nesse verão
realizei também a capa para o disco “Com as minhas Tamanquinhas” de José
Afonso.
— Partida para Moçambique em Fevereiro de 1977, para trabalhar como assis-
tente da Universidade Eduardo Mondlane (1977-1981), no Centro de Estudos de
Comunicação. Ainda em Moçambique, para o Ministério da Agricultura, trabalhei
num projecto de desenvolvimento cooperativo (1981 – 1984) e com responsabili-
dades pedagógicas num centro de Formação Agrária e de Desenvolvimento Rural
(1984-1988).
— Regresso a Itália em 1988, onde permaneci até 1992, como consultor da Liga
Nacional das Cooperativas e Mutualidades italiana (LNCM), assim como da FAO,
FIDA e outras instituições internacionais. Com essas instituições internacionais
trabalhei em múltiplos países africanos e na Palestina.
— Chefe de um projecto da OIT (Organização Internacional do Trabalho), no
Níger, entre 1992 e 1999, centrado sobre uma forte participação das empresas
cooperativas e dos seus associados na segurança alimentar e no desenvolvimen-
to local, e conselheiro do Coordenador do Programa Nacional de Luta contra a
Pobreza desse país, entre 1999 e 2001, para o PNUD (Programa das Nações Uni-
das para o Desenvolvimento).
— Regresso a Portugal em 2001, trabalhando até hoje como consultor nacional
e internacional, nomeadamente para as Nações Unidas e Comissão Europeia,
principalmente como perito de avaliação. Instalei-me em Alportel, S. Brás de
Alportel.
— Residência de dois anos em Timor-Leste (2005 – 2006), por motivos famil-
iares. Foi em Timor-Leste que trabalhei na pintura mais intensivamente. De facto,
nesse dois anos, concentrei-me decisivamente na pintura, tendo produzido cerca
de 100 peças. Desde esses anos continuei, em Portugal e na Holanda a fazer
pintura.
Exposições nestes 3 últimos anos:
O Olhar do pintor sobre a República Portuguesa, Paula Cabral-Galeria de Arte,
Maio-Junho, 2010, Lisboa
Café dos Artistas, Janeiro-Fevereiro 2011, Lisboa (paula.cabral-artgallery.com)
Zem-Arte, Dezembro-Janeiro 2012, S. Brás de Alportel (http://www.zem-arte.com)
La Menuiserie, Abril-Maio 2013, Rodez, França (www.lamenuiserie.net)
Studio-galerie Here Comes Everybody (HCE), Outubro 2013, Paris-S. Denis (http://
hcestudiogalerie.free.fr)
Estes crocodilos são uma consequência da minha
estadia em Timor-Leste durante dois anos, desde
Fevereiro 2005. As pinturas são feitas com tintas
acrílicas, a sua maior parte sobre papel Fabriano
de algodão 600- 850 gr.
Esta capa do disco do Zeca Afonso é o meu cartão-
-de-visita mais antigo, feita no Verão de 1975. Nas-
ci em 1950, tinha então 25 anos e por essa altura
parei com a pintura. Deixei de pintar quando fui de
Itália para Portugal, onde passei a fazer outras coi-
sas. Porém, em Itália fui pintor activo, entre 1972 e
1975. Fiz duas exposições individuais e participei
em várias colectivas (em Itália e fora dela). Parei
então de pintar porque nessa altura me parecia
desajustado fazer coisas para as pessoas com din-
heiro comprarem. Tive uma espécie de embaraço,
hesitação maior, pouca autoconfiança. Queria
mudar de vida, mas não sabia bem para que vida
mudar. Ia com as coisas, durante tantos anos, mas
sempre acompanhado pelos pincéis e tintas, que
ficavam numa caixa fechada.
Desde então tenho participado, desde 1977, em
actividades do (por vezes mau) desenvolvimento.
Entre elas: 11 anos em Moçambique, como coope-
rante do governo local, quase 10 anos nas Nações
Unidas, no Níger e, desde 2001 como consultor in-
dependente, em África e Ásia.
O mais recente regresso às pinturas, deve-se,
em primeiro lugar, à vontade de fazer algum tra-
balho manual. Fazer trabalhar as mãos e passar
por cima do determinismo que nos empurra a
manifestar apenas uma pequena parte dos nossos
talentos, usar apenas uma parte do nosso corpo,
ou a cabeça ou as mãos, ou outra parte qualquer.
Por outro lado penso que pintar dá muito gozo;
que o trabalho manual já vale outra vez nos dias de
hoje, depois de ter sido tão desvalorizado. Penso
que para o futuro é preciso fazer um trabalho mais
integrado, mais holístico. O pouco que sabemos
sobre nós próprios aponta para essa necessidade:
reintegrar as nossas forças, os nossos lados emo-
cionais, os nossos lados espirituais, o nosso inter-
esse pelo ambiente.
Timor e as minhas citações dos crocodilos
Com os significados profundos dos crocodilos fui
aprendendo na prática – e não só nos livros – que
as sociedades primitivas não tinham os homens
no centro do universo (desnecessário citar Lévi-
-Strauss). A natureza, os outros seres vivos foram
desvalorizados, “arrancando-lhes o homem para
o colocar num lugar de eleição”, o que na altura
foi considerado, no mundo ocidental, como uma
conquista do humanismo e do racionalismo. Esse
desprezo do ambiente virá daí. Visto de Timor, na
minha vivência com aquelas pessoas dali, esta
convicção “ganhou-me” para o lado dos crocodi-
los.
Estes animais têm ali uma ambiguidade signifi-
cante, com alta densidade histórica. As lendas são
povoadas pelos crocodilos. Apesar de tentativas de
modernização, eles continuam presentes no ima-
ginário como parceiros dos sonhos e da vida real.
Nessas narrativas adoptam várias cores, segundo
as zonas, as ocasiões, as intenções, as testemun-
has. As mulheres de certos povos mauberes não
são mulheres senão à vista, porque mal voltas as
costas, são crocodilos. Um rei de um outro povo
deu a filha mais velha ao crocodilo, para ganhar
a guerra.
Antes de os indonésios desembarcarem, em
1975, conta-se que a invasão foi largamente anun-
ciada pelo aparecimento de muitos crocodilos na
baía de Díli. Uma conhecida lenda conta que a ilha
de Timor tem a forma de um crocodilo, depois de
velho e morto e de ter sido companheiro de um ra-
paz, de quem foi muito amigo.
Há sempre uma narrativa segunda a qual “na se-
mana passada” os crocodilos vieram e levaram 1, 3
oumaispessoas.Essesanimaissãoaparteescondi-
daemágicadoterritório.Eucitoessashistóriasnão
para as ilustrar, mas porque procuro essa percep-
ção, a relação da humanidade com esses animais.
Acrescento que o crocodilo em Timor é um ani-
mal sagrado (lulik), sendo considerado pelos timo-
renses como antepassado. Daí o nome de avô,
bei-nai. É o senhor das águas, o we-nai. Segundo o
mito de origem, é considerado o responsável pelo
povoamento de Timor.
Esses animais são geralmente muito respeita-
dos, são rápidos e poderosos. Podem, de facto,
atacar e comer pessoas. Toda a região está infes-
tada. Na costa norte da Austrália é absolutamente
proibido tomar banho nas praias, de Novembro
a Abril. Existem desde há talvez 200 milhões de
anos, são dos mais velhos sobreviventes, são hoje
espécies protegidas.
No meu caso, e com eles, voltando aos pincéis
depois de tantos anos, jogo com as cores, para es-
pantar e seduzir os parceiros e os públicos. Croco-
dilos homens e mulheres, e vice-versa, homens
e mulheres crocodilos. Acasalamentos, pesade-
los, combates; não ilustro nada, são citações de
ocasiões que poderiam ter acontecido. Em Dili fui
obtendo algum feed back. Houve mesmo uns
velhos que me disseram: “Até parece que o senhor
João estava lá!”.
Os crocodilos estão arquivados em:
http://joaodeazevedopaintings.blogspot.com/
João de Azevedo
ALGUMA APRESENTAÇÃO, DOS CROCOS E MINHA
«Ce que je constate : ce sont les ravages actuels; c’est la disparition
effrayantedesespècesvivantes,qu’ellessoientvégétalesouanimales;etle
fait que du fait même de sa densité actuelle, l’espèce humaine vit sous une
sortederégimed’empoisonnementinterne—sijepuisdire—etjepenseau
présent et au monde dans lequel je suis en train de finir mon existence. Ce
n’estpasunmondequej’aime.»LéviStrauss,EntrevistaaFrance2em2005.
Edição especial Figueira da Foz
2. A pequena nascente de água cristalina do alto da mon-
tanha perde-se nas profundezas da mãe Terra e reaparece
mais além, numa lagoa de águas calmas, tranquilas. Os
fetos gigantes e os bambus agitam-se ao ritmo da brisa,
as kako´aks1
tagarelam, namoram manhã cedo, kakoan-
do ora em tom alegre, ora apenas segredando kako´ak,
kako´ak, kako´ak...
Contam-nos os katuas2
que há muitos, muitos anos, ain-
da Timor e o Jaco constituíam uma só terra, aquela lagoa
era mar e, numa trajectória inversa, o mar ia à nascente
atravessando as funduras da mãe Terra. E com o mar, iam
os seres marinhos e também os da terra.
Era uma vez... Noi-Meta regressava a casa, cansada das
horas passadas no mercado da aldeia. O Sol queimava
naquele dia de Dezembro. Noi-Meta tinha sede, precisava
de descansar!
De cócoras, as mãos em concha, Noi-Meta recolhe a
água cristalina e sorve-a de um só trago. Sente-se leve,
esvoaça, entra num Mundo à parte!
Não há brisa. Noi-Meta estranha o ondular repentino das
águas.Numarrepio,compreendequeestásoboSoldomeio-
-dia, a hora dos rai-nain3
e recorda que a sua avó lhe
contara que a lagoa era lulik4
. A hora é de silêncio e as
kako´aks estão longe, em respeito aos rai-nain...
As águas agitam-se num remoinho violento, agitam-
se os fetos e os bambus. E Noi-Meta vê-o, ao crocodilo,
enorme, possante, assustador.
— Por que vieste? Não sabes que este é o meu reino e
aqui só entra quem eu convido?
Noi-Meta treme mais que os bambus. Mas, vencendo o
medo, titubeando, responde num sussurro: não me faças
mal, eu só tinha sede...
— Quem beber desta água, será meu servo para sempre!
Ou morrerá; eu me alimentarei da sua carne e porei fim ao
seu ciclo de vida, como castigo pela sua falta de respeito!
Eu sou o Rei, sou o Avô, sou o Rai-Nain!
As lágrimas rolam pelo rosto moreno de Noi-Meta, as
mãos contorcem-se, o corpo estremece...
O jovem crocodilo enternece-se, o seu coração bate
mais forte quando repara como Noi-Meta é bonita, muito
bonita! Morena, olhos negros a condizer com os cabelos
apanhados em volumoso carrapito presos por um ul´suku5
de prata, os lábios carnudos da cor do sangue cheirando a
bétel, areca e cal, sinal de consciencioso cumprimento do
ritual de bua e malus6
... sim, Noi-Meta é linda e só pode
ser de fina estirpe! Tanto, que pode ser a futura rainha do
seu reino!
— Não chores. Eu sou o Rei e o Rai-Nain, tenho poder,
traço o destino dos humanos, simples e frágeis mortais.
Poupo-te a vida se te casares comigo!
— Ahnn? Eu sou uma mulher, tu és um lafaek! Como é
que isso pode ser? — replica surpresa a jovem.
Os céus fecham-se num instante, ao Sol sobrevém a
chuva, ribombam trovões e os relâmpagos cortam os ares.
Regressam as kako´aks, os lorikos e as rolas batendo rui-
dosamente as asas num presságio de milagre; as águas
em turbilhão marcam a aparição repentina que quase faz
perder os sentidos a Noi-Meta: à sua frente, cresce, desta-
ca-se o homem, quiçá o mais belo timorense que ela vira
até então!
Noi-Meta apreendeu o milagre, o poder e a capacidade
de metamorfosear-se do jovem Lafaek, o Rai-Nain das
águas, do Mar e da Terra...
Sem meias nem peias, sem barreiras, sem medos,
logo ali se apaixonou, se entregou e se deu a Lafaek. Feita
rainha, Noi-Meta ganhou a capacidade de também ela se
metamorfosear. Fez-se Crocodilo, alcandorou-se a liurai-
feto7
das águas, do Mar e da Terra, e desapareceu com
Lafaek nas profundezas da lagoa.
Nunca mais ninguém a viu. Noi-Meta não voltou a casa e
não aparece nem mesmo quando a mãe e as irmãs cantam
ao luar:
Loron atu tu´un ona,
fulan atu sa´e ona
mamã bolu ita fali eh..
Mai fali eh, fila fali eh...
Mamã bolu ita fali eh8
...
Mas Noi-Meta não perdeu o coração e sente como
gente... e dizem as vozes do povo que Noi-Meta também
tem saudades...
...enomercado,aomeio-dia,envoltaemlongomanto,surge,
devezemquandodeslizandosuavemente,umaestranhamu-
lher, esguia, de olhos oblíquos semi-cerrados, pele doura-
da, um certo cheiro a terra, a lama, a sal e mar...
Maria Ângela Carrascalão
1
Pequeno pássaro típico das zonas montanhosas
2
Velho, ancião
3
Senhor, dono da Terra
4
Sagrado
5
Gancho ou alfinete de cabelo
6
Areca e bétel
7
Rainha
8
Canção tradicional em tétum, cantada em toada lenta,
indolente: O Sol está a pôr-se, a Lua está a nascer, a mamã
chama-te de novo...regressa, volta... a mamã chama-te uma
vez mais...
A globalização trouxe outros mundos ao mundo, desde
sempre. Aumentando-o, gizando-o em novas direcções,
abrindo novos planos, também e sobretudo imaginários,
que antes lá não havia. E de cada vez a seu modo assim
se fez e faz e tornará a fazer até que o tempo coincida
absolutamente com o espaço.
Agora, que a globalização já não se faz com naus nem
caravelas, mas com computadores e bolsas on-line ca-
pazes de alimentar a cobiça (madre-eterna) daqueles
mais ansiosos do vão poder do mundo, e com as notí-
cias em directo da TV, a outra peregrinação global, a do
espírito, essa faz-se também ela de outro modo: onde
antes, meio milênio atrás, o Fernão Mendes Pinto de
gloriosa memória elocubrava as aventuras de uma desco-
berta maravilhada desse cruzamento incerto entre mito
e história, hoje outros entendem, desentendem, sobre-
entendem, numa epifania breve, as janelas que se abrem
de repente sobre os planos mais incertos e caóticos do
tempo, e o desdobram, mostrando-o em outras dobras,
em outras convulsões, em outras configurações.
Assim João de Azevedo.
Longamente hipotecado a uma paixão aventureira que
o levou aos trópicos, de Moçambique a Timor passando
por tantos outros lugares, joão trouxe, porque levava para
tanto a intuição, notícia de outros mundos haver, para
além da racionalidade estreita deste nosso em perpé-
tuas crises, outros lugares onde o trágico coabita com o
vulgar e o ordinário, paredes meias com o sonho, fazen-
do e desfazendo entre este e a chamada realidade. Uma
realidade menos óbvia do que a nossa, já se vê. Onde os
animais ainda e sempre falam.
E se nessas aventuras chegou a colaborar de perto,
apaixonadamente, com o renascimento de nações, ou
captar o essencial desse registo gráfico, quase dia-
gramático, de uma visão outra do mundo, que depois
igualmente sabe traduzir em longas e sábias conversas
noite fora, em que descreve os mitos como se os houvera
assistido desde o seu nascimento, é nos seus quadro de
longa e paciente factura que mais os elabora, re-elabora,
tornando-os pouco a pouco seus e nossos, através do
seu sábio e sempre inocente olhar.
Já se vê que o crocodilo é um poderoso símbolo erótico. E
que, como a todo símbolo, o melhor é não o afectar a uma
única coisa, já que de muitas fala, e ao mesmo tempo. E já
se vê que ele caminha veloz nestas pinturas, onde também
a cor transporta a alegria das descobertas mais vastas do
espaço e do tempo. Mas, humaníssimo, e não só por ser
portador desses impulsos vitais, também ele o temível
crocodilo é retrato e auto-retrato, mágico instrumento de
uma soberana re-interpretação do mundo, deste e do out-
ro, mensageiro subtil que se desloca entre os dois.
Os crocodilos de João de Azevedo, as suas ninfas, as
suas cores quase puras, são outros tantos sinais can-
tantes de haver sempre mais mundos e contadores de
histórias desses mundos, hoje como antes, há muito
tempo atrás na peregrinação do outro. Porque perpétuo
é o homem no seu sonho como na sua imperfeição.
São artes destas que tornam o mundo maior. E que no-
lo trazem, paradoxalmente, até junto à porta.
Obrigado João.
Bernardo Pinto de Almeida*
Novas
Peregrinações
*critique d’art, poète, professeur (Faculté des Beaux-Arts, Porto)
no país dos crocodilos
A primeira peregrinação do João leva-nos para um país
real, uma antiga colónia portuguesa, Timor-Leste. Esta
ilha do arquipélago “indonésio” tem como animal totémi-
co o crocodilo, criador do mundo e origem de todo o bem
e todo o mal. João viveu aí alguns anos.
O pincel aflora as lendas deixando a marca do croco-
dilo, um patchwork de peças coladas, peças que marcam
a passagem deste “Ser de Sonho” com uma grande vir-
tuosidade de formas e de cores, um puzzle do imaginário.
A carne do mundo está presente nesta esticada pele de
crocodilo.
Estas formas divertidas, este conjunto de cores, esta
surpresa estupefacta, esta orgia, prendem-se com as-
pectos litúrgicos tanto de saudação como de celebração.
Deitado no divã do psicanalista a sua boca abre-se
como que a engolir a essência do mundo, o reino da cas-
tração, da voracidade e dos fantasmas que todos temos
com monstros que devoram.
mergulhado no coração da fragilidade
Nos mares mediterrâneo e outros mares do sul po-
demos verificar o drama de milhares de homens cujo
país os expulsou com violência, tentando assim atingir
as costas da Europa e da Austrália. Chamamos-lhes os
“harragas”, a partir de uma palavra do árabe que significa
“queimar os papéis para não voltar mais”, abandonando
a sua identidade. João pinta esta humanidade extenuada,
os olhares sem esperança, embarcações apinhadas em
direcções desconhecidas numa série de quadros que ex-
ploram uma precariedade que recusa a própria represen-
tação. Como representar este nada, os confins do mundo
e da humanidade, como criar esta visão?
Diante destes “harragas” uma coisa é certa: a vertigem.
Nada esgota o mau estar e a precariedade humana, tão
bem retratados nestes quadros.
A pena de morte: a morte e o sol
não se olham de frente
No início dos anos 70 a execução de inúmeros presos
políticos na Espanha de Franco comoveu a Europa. João
saiu de Portugal para fugir ao regime de Salazar, nesta
época, e foi sempre sensível à pena de morte, que se tor-
nou tema da sua pintura. O instrumento utilizado nestas
representações é sempre o mesmo, um objecto cinzento
que acompanha uma expressão de rosto que mostra a
destruição do que há de mais precioso: o olhar, o ouvido,
o pensamento e a palavra.
Ícaro, ou o regresso à juventude
O mito de Ícaro tem tudo para fascinar o João: como
Ícaro, está exilado da sua terra a que quer regressar, é
engenhoso, pronto a tudo e ambicioso.
A lenda transforma Ícaro num presunçoso, aquele que
se enreda no seu engenho, que queima as asas por quer-
er voar muito alto. João retém do mito a vontade de ter
asas. Mas Ícaro aqui não tem asas de cera e sim asas
com todas as cores e desenhos.
Terminamos a viagem com este ser alado, onde João
assina o seu manifesto artístico: a cor, sempre, porque
é necessária para elevar a obra, para viver, para cativar
o horror que todos conhecemos mesmo que não queira-
mos ver.
Sem qualquer dúvida o João nunca quis dar nenhuma
lição e certamente não gosta da palavra manifesto. É im-
portante, no entanto, ver esta exposição com um senti-
mento de alegria, porque o artista deixa-nos aqui o seu
“saber alegre”. Este Ícaro não é Eros mas em todas es-
tas tantas variantes encontramos um leque de emoções
daquele que, como o Ícaro de João, quer abrir as asas.
ObrigadoJoãopornosteres“transportado”destaforma.
Georges Quidet*, 2013
Noi Meta,
a mulher crocodiloConto
Pequeno guia para uma
viagem em quatro etapas
*Galeria Here Comes Everybody (HCE). Paris – S. Denis