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Sob   a luz dos Estudos das Relações entre Organizações Cerebrais e
Processos Psicológicos, os fundamentos empíricos da Neurologia mostram que
o estresse provocado pelo meio vivente de um indivíduo e principalmente na
mulher, quando grávida, a produção, por exemplo, de um excesso de
adrenalina pode provocar no feto uma diminuição na produção de neurônios,
cuja conseqüência pode ser percebida após o nascimento da criança por volta
de seus sete ou oito anos de idade.
                                                                      UNESP
    A guerra é um padecimento extrínseco, coletivo, exógeno e irreversível.
Na época em que a mãe de Ana estava grávida a Espanha estava ainda
mergulhada nos efeitos de uma Guerra Civil (1936-39) que foi o
acontecimento mais dramático e traumático que ocorreu antes da eclosão da
Segunda Guerra Mundial que dizimou diretamente meio milhão de pessoas e
outras tantas após seu término nos anos que se sucederam. É possível que
isso possa ter tido alguma influência no caráter psíquico de Ana, já que seu
marido participou diretamente do conflito como voluntário? Não se pode dizer
com certeza, pois, o filme não traz detalhes que se possa fundamentar,
apesar de que diversos estudiosos indicarem a influência de fatores sociais
para o desencadeamento do processo psicótico. Investigações fisiológicas e
psicológicas consagram o conceito de que as doenças mentais são doenças
cerebrais.

    Certamente é a teoria Psicanalítica que explica a Psicose de Ana que se
insere no universo da psicose infantil e esta oferece uma melhor concepção
do sujeito. A maior parte dos teóricos que segue essa linha acredita que o
bom desenvolvimento psíquico é decorrente da saudável relação mãe-bebê e
caso isso não ocorra, podem surgir, as patologias.

                               A constituição da subjetividade do sujeito se
                               dá a partir da relação saudável, que se
                               estabelece entre a mãe e o bebê.
                                                           (D. W. Winnicott).

    Ao imitar os trejeitos da tia, Ana não traz consigo a característica de um
psicótico infantil autista, mas as dificuldades de se afastar da mãe cujo
relato parte da própria fala de Rosa:

                               “Você nasceu a Fórceps. Tiveram de arrancá-
                               la, porque você não queria deixar o ventre de
                               sua mãe”,

que se prolonga até a fase adulta, as alucinações durante suas insônias ao
encontrar com apor que certas pessoas se referem à infância como a
       “Não sei mãe que lhe dá carinho e conta histórias, seu isolamento
num momento mais feliz de filme vidas. Eu lembro os meus lhe preenche o
        época antológico do suas em que ouve a música que dias de
vazio, o fascínio pela morte, a interminável, monótono e triste,com seus
     criança, como um período agressividade (quando brinca onde
bonecos) em contraste como medo dominava tudo com a avó e os cuidados
                            a preocupação carinhosa
com o hamster, mostrando que da mesma forma que é capaz de amar é
                          –medo do desconhecido.
capaz de Para mim, o paraísoainfantil em um quadro de conduta na
           odiar:intensidade, coloca não existe. Não acredito fantasiosa
e destrutiva inserida num contexto psicótico infantilcrianças.” ser classificado
                  bondade, nem na inocência das que pode
como distúrbios difusos do desenvolvimento com início na infância.
                                     Ana.
02         Allencar Rodriguez

     Dentro de um contexto de amargura e a dor, a mãe de Ana (histérica)
 agoniza diante de si sofrendo dores uterinas externando uma neurose
 proveniente do relacionamento de seu pai com Amélia: a mulher de seu
 melhor amigo. Tempos depois, Ana vê seu pai morto em seu quarto após ter
 mantido uma relação sexual com Amélia. A menina conclui-se responsável
 pela morte do pai, pois colocara em seu leite um pó branco que julgava ser
 veneno. A partir daí, Ana começa uma caminhada de onipotência (Ana
 pensava ter um estranho poder sobre a vida e a morte) diante do quadro
 familiar.

     O filme é um complexo de símbolos (corvo, pés de galinha=morte,
 ritual=uso da mesma roupa no momento da morte do pai, da mãe e da tia
 que ela pensava ter matado, mistério=o momento da reza ao enterrar o
 hamster). Nesse contexto o cineasta Carlos Saura pode estar mostrando, pela
 simbolização de Ana uma nova Espanha que começa a caminhar em direção
 de um futuro mais claro, mas ainda preso às correntes do passado. Uma
 Espanha ainda sob a luz da neurose e da psicose da guerra que quer exorcizar
 de sua história as marcas da ditadura franquista que apoiada pela Igreja
 Católica manteve o país calado por 40 anos, tão muda e tão calada quanto à
 avó de Ana que vive das recordações do passado. E também pelos utensílios
 e acessórios usados pelo pai à mostra no quarto e difícil de serem enterrados.
 Neste momento, mais uma vez a pulsão destrutiva de Ana aparece ao
 apoderar-se da pistola do pai usado na guerra civil que se soma, enquanto
 pulsão destrutiva que se desloca por diferentes objetos passíveis de
 destruição: o boneco, a tia, a avó quando pergunta: “você quer morrer?” e
 seu desejo suicida que aparece em uma noite em que sonha com a mãe
 acorda chorando e gritando: “Quero morrer, quero morrer”, ao seu
 comportamento psicótico.

     Ana pode não ter sido vítima diretamente do meio, mas foi vítima dos
 dramas da família. Fruto de um complexo edipiano frustrado, sua
 patologia a conduz buscar recursos de sobrevivência fora do sentido da
 realidade, na acepção de um conflito ego versus realidade. A visão metafísica
 de Ana voando se insere nesse contexto expressando seus sentimentos,
 desejos e inquietações que são reflexos da falta das carícias maternas
 transferidas para a avó em forma de carinho e ao hamster em forma de
 cuidados. E ao “matar” o pai, Ana se vinga de sua situação de abandono e
 desprezo buscando na mãe uma relação fantasmática, idealizada que satisfaça
 suas necessidades Edipianas. Isso não ocorre, pois, a mãe logo morre.

                               “(...) se uma criança não superar seu
                               Complexo de Édipo terá problemas psíquicos,
                               caso contrário terá uma vida normal.” FREUD.
psicopedagogia psicanalítica                         03


E no relato de Ana já adulta mostra que ela não superou seu problema:
                              “Não sei por que certas pessoas se referem à
                              infância como a época mais feliz de suas
                              vidas. Eu lembro os meus dias de criança,
                              como um período interminável, monótono e
                              triste, onde o medo dominava tudo – medo do
                              desconhecido. Para mim, o paraíso infantil
                              não existe. Não acredito na bondade, nem na
                              inocência das crianças.” Ana (adulta)


    Mesmo dependente de um mundo psicótico no qual Ana mata exatamente
aquilo que ama como forma de controlar o objeto amado e que preenche seu
ego narcisista, ela tenta se desvencilhar dos momentos perdidos no passado
deixando em segundo plano as fotografias nostálgicas apresentadas pela avó,
às músicas e suas próprias lembranças no momento que brinca com as irmãs
ouvinte sua música preferida. Mas, no relato de Ana adulta percebe-se que
pela coleção de fotos ela tenta tornar o passado em presente. E, os
flashbacks mostrados no filme, (recordação de um passeio que fizera ao sítio
de um amigo de sua tia onde são fortalecidos seus traumas infantis ao
surpreender a tia beijando o amigo e por ter sido esbofeteada por ela),
acentuam a dificuldade de rompimento entre o passado e o presente. Existem
as dificuldades de renuncia, em se desprender.

    Outra seqüência de cenas recorrente ao processo das dificuldades de
dissociação fantasmática ou fantasiosa serve também para entender o título
do filme e o provérbio ao qual ele é qualificado:

                   “Cria cuervos y te picarán los ojos”

   A seqüência é a imagem dos grandes seios de Rosa e o momento em que
Ana amamenta uma boneca:

    “És um impaciente. Já sei o que queres, mas tens de esperar.”
                       “Ai, tu me mordeste.”
      “És má, e desobediente, fazes sofrer tua tia e tuas irmãs.”

    Para Winnicott, o início da vida do bebê, inserido no contexto do ambiente
de carinho e amor, significa apetite, excitação e ânsia. Estes elementos
significativos, Ana, devido aos constantes atritos entre sua mãe e seu pai que
deixou sua mãe fraca e doente, ela perdeu na sua essência o seu direito de
expressar e externar. Pois, foi amamentada pela Rosa e por uma mamadeira.
A expressão da cria comer o criador é alimentar-se do próprio criador sem,
contudo, desejar sua destruição. O bebê tem por interesse apenas saciar sua
satisfação primitiva do corpo e da alma.
04          Allencar Rodriguez


     Sob   o ponto de vista de Winnicot, a aquisição saudável da posição
 depressiva no desenvolvimento emocional pressupõe, além de um cuidadoso
 manejo do desmame, um desenvolvimento anterior adequado. Para
 compreender as psicoses, precisamos remeter a esses estágios mais
 primordiais da psique. A desilusão, para Winnicott, é um fenômeno mais
 amplo que antecede ao desmame. Enquanto o desmame implica uma
 alimentação bem sucedida, a desilusão está relacionada ao fornecimento
 adequado de oportunidades para ilusão. Ou seja, a mãe deve inicialmente
 fornecer ao bebê a ilusão de que o que ele cria está mesmo lá para ser
 encontrado.

     Na seqüência final do filme a imagem real de Ana é de uma menina igual
 às outras, com seus medos e fantasias, segredos e mistérios, típicos da
 existência infantil. Mas, foi a partir do relato de um sonho de Irene que Ana se
 volta à realidade ao inferir um comentário no sonho de sua irmã.

                “Homens me raptaram e me levaram num carro para uma
                casa que ficava numa colina. Ao entrarmos na casa
                passamos por uma cozinha imunda. Trancaram-me num
                quarto e vendaram os olhos. Traziam-me comida que eu não
                queria comer, pois imaginava ter sido feita naquela
                frigideira. Mandaram que telefonasse para papai e mamãe,
                mas eles não estavam em casa. Disseram que tentasse
                novamente: Se eles não atendessem me matariam. Ninguém
                respondia. Encostaram um revólver na minha cabeça.
                Quando iam me matar eu acordei.”




            “Papai e mamãe estão mortos, Irene.”

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Influência do estresse materno na psicose infantil

  • 1. Sob a luz dos Estudos das Relações entre Organizações Cerebrais e Processos Psicológicos, os fundamentos empíricos da Neurologia mostram que o estresse provocado pelo meio vivente de um indivíduo e principalmente na mulher, quando grávida, a produção, por exemplo, de um excesso de adrenalina pode provocar no feto uma diminuição na produção de neurônios, cuja conseqüência pode ser percebida após o nascimento da criança por volta de seus sete ou oito anos de idade. UNESP A guerra é um padecimento extrínseco, coletivo, exógeno e irreversível. Na época em que a mãe de Ana estava grávida a Espanha estava ainda mergulhada nos efeitos de uma Guerra Civil (1936-39) que foi o acontecimento mais dramático e traumático que ocorreu antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial que dizimou diretamente meio milhão de pessoas e outras tantas após seu término nos anos que se sucederam. É possível que isso possa ter tido alguma influência no caráter psíquico de Ana, já que seu marido participou diretamente do conflito como voluntário? Não se pode dizer com certeza, pois, o filme não traz detalhes que se possa fundamentar, apesar de que diversos estudiosos indicarem a influência de fatores sociais para o desencadeamento do processo psicótico. Investigações fisiológicas e psicológicas consagram o conceito de que as doenças mentais são doenças cerebrais. Certamente é a teoria Psicanalítica que explica a Psicose de Ana que se insere no universo da psicose infantil e esta oferece uma melhor concepção do sujeito. A maior parte dos teóricos que segue essa linha acredita que o bom desenvolvimento psíquico é decorrente da saudável relação mãe-bebê e caso isso não ocorra, podem surgir, as patologias. A constituição da subjetividade do sujeito se dá a partir da relação saudável, que se estabelece entre a mãe e o bebê. (D. W. Winnicott). Ao imitar os trejeitos da tia, Ana não traz consigo a característica de um psicótico infantil autista, mas as dificuldades de se afastar da mãe cujo relato parte da própria fala de Rosa: “Você nasceu a Fórceps. Tiveram de arrancá- la, porque você não queria deixar o ventre de sua mãe”, que se prolonga até a fase adulta, as alucinações durante suas insônias ao encontrar com apor que certas pessoas se referem à infância como a “Não sei mãe que lhe dá carinho e conta histórias, seu isolamento num momento mais feliz de filme vidas. Eu lembro os meus lhe preenche o época antológico do suas em que ouve a música que dias de vazio, o fascínio pela morte, a interminável, monótono e triste,com seus criança, como um período agressividade (quando brinca onde bonecos) em contraste como medo dominava tudo com a avó e os cuidados a preocupação carinhosa com o hamster, mostrando que da mesma forma que é capaz de amar é –medo do desconhecido. capaz de Para mim, o paraísoainfantil em um quadro de conduta na odiar:intensidade, coloca não existe. Não acredito fantasiosa e destrutiva inserida num contexto psicótico infantilcrianças.” ser classificado bondade, nem na inocência das que pode como distúrbios difusos do desenvolvimento com início na infância. Ana.
  • 2. 02 Allencar Rodriguez Dentro de um contexto de amargura e a dor, a mãe de Ana (histérica) agoniza diante de si sofrendo dores uterinas externando uma neurose proveniente do relacionamento de seu pai com Amélia: a mulher de seu melhor amigo. Tempos depois, Ana vê seu pai morto em seu quarto após ter mantido uma relação sexual com Amélia. A menina conclui-se responsável pela morte do pai, pois colocara em seu leite um pó branco que julgava ser veneno. A partir daí, Ana começa uma caminhada de onipotência (Ana pensava ter um estranho poder sobre a vida e a morte) diante do quadro familiar. O filme é um complexo de símbolos (corvo, pés de galinha=morte, ritual=uso da mesma roupa no momento da morte do pai, da mãe e da tia que ela pensava ter matado, mistério=o momento da reza ao enterrar o hamster). Nesse contexto o cineasta Carlos Saura pode estar mostrando, pela simbolização de Ana uma nova Espanha que começa a caminhar em direção de um futuro mais claro, mas ainda preso às correntes do passado. Uma Espanha ainda sob a luz da neurose e da psicose da guerra que quer exorcizar de sua história as marcas da ditadura franquista que apoiada pela Igreja Católica manteve o país calado por 40 anos, tão muda e tão calada quanto à avó de Ana que vive das recordações do passado. E também pelos utensílios e acessórios usados pelo pai à mostra no quarto e difícil de serem enterrados. Neste momento, mais uma vez a pulsão destrutiva de Ana aparece ao apoderar-se da pistola do pai usado na guerra civil que se soma, enquanto pulsão destrutiva que se desloca por diferentes objetos passíveis de destruição: o boneco, a tia, a avó quando pergunta: “você quer morrer?” e seu desejo suicida que aparece em uma noite em que sonha com a mãe acorda chorando e gritando: “Quero morrer, quero morrer”, ao seu comportamento psicótico. Ana pode não ter sido vítima diretamente do meio, mas foi vítima dos dramas da família. Fruto de um complexo edipiano frustrado, sua patologia a conduz buscar recursos de sobrevivência fora do sentido da realidade, na acepção de um conflito ego versus realidade. A visão metafísica de Ana voando se insere nesse contexto expressando seus sentimentos, desejos e inquietações que são reflexos da falta das carícias maternas transferidas para a avó em forma de carinho e ao hamster em forma de cuidados. E ao “matar” o pai, Ana se vinga de sua situação de abandono e desprezo buscando na mãe uma relação fantasmática, idealizada que satisfaça suas necessidades Edipianas. Isso não ocorre, pois, a mãe logo morre. “(...) se uma criança não superar seu Complexo de Édipo terá problemas psíquicos, caso contrário terá uma vida normal.” FREUD.
  • 3. psicopedagogia psicanalítica 03 E no relato de Ana já adulta mostra que ela não superou seu problema: “Não sei por que certas pessoas se referem à infância como a época mais feliz de suas vidas. Eu lembro os meus dias de criança, como um período interminável, monótono e triste, onde o medo dominava tudo – medo do desconhecido. Para mim, o paraíso infantil não existe. Não acredito na bondade, nem na inocência das crianças.” Ana (adulta) Mesmo dependente de um mundo psicótico no qual Ana mata exatamente aquilo que ama como forma de controlar o objeto amado e que preenche seu ego narcisista, ela tenta se desvencilhar dos momentos perdidos no passado deixando em segundo plano as fotografias nostálgicas apresentadas pela avó, às músicas e suas próprias lembranças no momento que brinca com as irmãs ouvinte sua música preferida. Mas, no relato de Ana adulta percebe-se que pela coleção de fotos ela tenta tornar o passado em presente. E, os flashbacks mostrados no filme, (recordação de um passeio que fizera ao sítio de um amigo de sua tia onde são fortalecidos seus traumas infantis ao surpreender a tia beijando o amigo e por ter sido esbofeteada por ela), acentuam a dificuldade de rompimento entre o passado e o presente. Existem as dificuldades de renuncia, em se desprender. Outra seqüência de cenas recorrente ao processo das dificuldades de dissociação fantasmática ou fantasiosa serve também para entender o título do filme e o provérbio ao qual ele é qualificado: “Cria cuervos y te picarán los ojos” A seqüência é a imagem dos grandes seios de Rosa e o momento em que Ana amamenta uma boneca: “És um impaciente. Já sei o que queres, mas tens de esperar.” “Ai, tu me mordeste.” “És má, e desobediente, fazes sofrer tua tia e tuas irmãs.” Para Winnicott, o início da vida do bebê, inserido no contexto do ambiente de carinho e amor, significa apetite, excitação e ânsia. Estes elementos significativos, Ana, devido aos constantes atritos entre sua mãe e seu pai que deixou sua mãe fraca e doente, ela perdeu na sua essência o seu direito de expressar e externar. Pois, foi amamentada pela Rosa e por uma mamadeira. A expressão da cria comer o criador é alimentar-se do próprio criador sem, contudo, desejar sua destruição. O bebê tem por interesse apenas saciar sua satisfação primitiva do corpo e da alma.
  • 4. 04 Allencar Rodriguez Sob o ponto de vista de Winnicot, a aquisição saudável da posição depressiva no desenvolvimento emocional pressupõe, além de um cuidadoso manejo do desmame, um desenvolvimento anterior adequado. Para compreender as psicoses, precisamos remeter a esses estágios mais primordiais da psique. A desilusão, para Winnicott, é um fenômeno mais amplo que antecede ao desmame. Enquanto o desmame implica uma alimentação bem sucedida, a desilusão está relacionada ao fornecimento adequado de oportunidades para ilusão. Ou seja, a mãe deve inicialmente fornecer ao bebê a ilusão de que o que ele cria está mesmo lá para ser encontrado. Na seqüência final do filme a imagem real de Ana é de uma menina igual às outras, com seus medos e fantasias, segredos e mistérios, típicos da existência infantil. Mas, foi a partir do relato de um sonho de Irene que Ana se volta à realidade ao inferir um comentário no sonho de sua irmã. “Homens me raptaram e me levaram num carro para uma casa que ficava numa colina. Ao entrarmos na casa passamos por uma cozinha imunda. Trancaram-me num quarto e vendaram os olhos. Traziam-me comida que eu não queria comer, pois imaginava ter sido feita naquela frigideira. Mandaram que telefonasse para papai e mamãe, mas eles não estavam em casa. Disseram que tentasse novamente: Se eles não atendessem me matariam. Ninguém respondia. Encostaram um revólver na minha cabeça. Quando iam me matar eu acordei.” “Papai e mamãe estão mortos, Irene.”