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2Controle certeiroCriação e texto: Renato Villela.
Projeto gráfico e ilustrações: Edson Alves.
Supervisão técnica: Rovaina Doyle/IPVDF.
Fascículo
Direitos de reprodução resevados à DBO Editores
Estratégia de combate!
Agora que você já sabe como é o ciclo de vida do carrapato e
os danos que ele causa aos animais, chegou a hora de conhecer
seus pontos fortes e fracos. A partir daí, será possível traçar
uma estratégia de Combate Certeiro, tema deste projeto
desenvolvido em parceria com a Bayer.
Destaqueeguardeparacolecionar
ParteintegrantedaRevistaDBOediçãodeNovembro–457
Use o clima como seu aliado
As altas
temperaturas
ressecam os ovos e são
letais para as larvas
(micuins), que, mesmo
tentando se esconder na
face interna das folhas
ou na base da planta,
se desidratam mais
rapidamente e morrem.
O frio tem influência muito
forte sobre o ciclo de vida
do carrapato.
Nas regiões onde o inverno
é rigoroso, marcado por
baixas temperaturas,
a população do parasito
diminui drasticamente, ou
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A baixa umidade
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de seca no Brasil
Central, prejudica o
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carrapato ao exercer
papel semelhante ao das
altas temperaturas sobre
as larvas na pastagem.
Pontos fortes	 ...e fracos do inimigo
As duas variáveis climáticas que mais influenciam na sobrevivência e multiplicação do carrapato no ambiente são a
temperatura, principal fator regulador das populações do parasito, e a umidade.
Quando as condições ambientais são favoráveis, o parasito
se multiplica mais rapidamente na pastagem, aumentando
a infestação nos bovinos. Ao visualizar os carrapatos
adultos, em grande número, no rebanho, o produtor pensa
que é o momento certo para controlá-los. Entretanto,
combater o inimigo no momento em que ele está mais
forte não apenas diminui as chances de êxito como
aumenta os gastos com carrapaticidas, o que é indesejável,
além de antieconômico.
Quando as condições climáticas são desfavoráveis, o
desenvolvimento do parasito é prejudicado, o que diminui
o número de larvas na pastagem. Este é o período mais
propício para combatê-lo. Ao atacar o parasito no estágio
em que ele está mais fraco, as chances de sucesso
aumentam. É o que os especialistas chamam de“controle
estratégico”. O produtor gasta menos carrapaticida e
aumenta suas chances de controlar esse terrível inimigo,
que tanto prejuízo causa à pecuária.
Mito ou Verdade?
Existem animais de “sangue doce”?
VERDADE – Existem animais com menor reação alérgica ao carrapato, o que significa dizer que se coçam e
se lambem menos, permitindo maior “carrapateamento”, condição que, no campo, lhes confere a alcunha
popular de“sangue doce”. Além desses animais colocarem em risco todo o programa de controle estratégico,
trata-se de uma característica geneticamente herdável, ou seja, que é transmitida para as futuras gerações.
Por essa razão, recomenda-se que sejam eliminados do rebanho.
Na próxima edição você aprenderá a escolher as armas certas para combater o carrapato.
Acompanhe mais informações no endereço portaldbo.com.br/controle-certeiro
Controle estratégico
contato: renato.villela@revistadbo.com.br
Norte
Nessa região, as condições climáticas são favoráveis ao
desenvolvimento do carrapato durante o ano inteiro, o
que dificulta o controle do parasito. De modo semelhante
ao que se dá no Cerrado, deve-se aproveitar os períodos
ocasionais de umidade do ar mais baixa para se fazer as
aplicações estratégicas e diminuir sua população.
Período ideal para controle: agosto a outubro
Centro-Oeste e Sudeste (abaixo de 400m)
Nas regiões mais baixas do Sudeste e Centro-Oeste,
(altitudes inferiores a 400 m), o verão é marcado por
chuvas e temperaturas altas. Embora essas condições
sejam favoráveis à postura de ovos, essa época é ideal para
o combate estratégico, pois as larvas não resistem ao forte
calor dos meses de janeiro, fevereiro e março.
Período ideal para controle: janeiro a março
Trata-se da concentração de banhos ou aplicações de carrapaticidas em
períodos desfavoráveis ao desenvolvimento do carrapato na pastagem. Como
essas condições variam de região para região, o controle estratégico deve ser
regionalizado. Ao atuar “estrategicamente” sobre uma geração menos expressiva,
consegue-se reduzi-la bastante, de modo a gerar cada vez menos descendentes
nas gerações subsequentes.
Como o carrapato se comporta nas diferentes regiões
Centro-Oeste e Sudeste(acima de 800m)
Na maior parte do Sudeste e na região do Planalto
Central ou Cerradão, em altitudes acima de 800 m, onde
as temperaturas no verão não são tão altas, o fator de
controle do carrapato é a umidade do ar, muito baixa
durante a segunda metade da época seca, nos meses de
julho, agosto e setembro.
Período ideal para controle: julho a setembro
Sul
Única região do País onde o frio rigoroso tem forte
influência sobre o carrapato, que chega a desaparecer nessa
época. O controle, no entanto, deve ser feito na primavera
e verão, quando a população é um pouco maior, pois os
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desenvolver imunidade contra a Tristeza Parasitária.
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