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1Controle certeiro
Criação e texto: Renato Villela.
Projeto gráfico e ilustrações: Edson Alves.
Larvas são extremamente
ativas, e migram para a ponta
do capim nos horários mais
frescos do dia.
Como o bovino é infestado
Saiba que...
2 Os ovos eclodem e as larvas sobem
até a ponta das folhas, onde ficam à espera do
animal. Quando o bovino aparece, ela se agarra
em seu pelo e busca as melhores regiões de seu
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barbela, face interna das orelhas).
3 Sete dias após se fixar no
animal, a larva se transforma em ninfa.
4 Com mais sete dias, já é um adulto e
sofre diferenciação sexual.
5 As fêmeas sugam cada vez mais sangue
e copulam com os machos. Caem novamente
no solo e tudo recomeça.
Fascículo
Cada teleógina (fêmea) põe, em
média, 3.000 ovos.
Ao sugar o sangue, pode
aumentar em até 200 vezes
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1 Ao se desprender do
bovino, a fêmea ingurgitada
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sol direto, procura um local
bem escondido na pastagem
para fazer a postura dos
ovos, o que pode levar de
30 a 70 dias, dependendo
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locais. Uma vez cumprida
sua missão, a fêmea morre.
O carrapato tem duas fases bem distintas de vida: a livre, na
pastagem; e a parasitária, no hospedeiro, que dura 21 dias.
95%dos carrapatos estão na
pastagem e apenas 5% no animal.
A maioria deles é repelida por
lambedura ou vassoura
da cauda.
Direitos de reprodução resevados à DBO Editores
O carrapato bovino – Rhipicephalus (Boophilus) microplus – é um
dos maiores inimigos do produtor, pois praticamente“suga”sua
rentabilidade, ao prejudicar o desempenho dos animais. Para ajudá-lo
a combater esse parasito, DBO está lançando, a partir desta edição, o
projeto Controle Certeiro, com apoio da Bayer.
Serão seis fascículos mensais, contendo informações sobre o ciclo do
carrapato, os danos que ele causa e estratégias“certeiras”de controle.
O projeto também está disponível no Portal DBO, onde publicaremos
material extra e entrevistas com especialistas sobre o tema. Acompanhe
e colecione os fascículos!
Fim de papo, carrapato!
Fotos:InstitutodePesquisasVeterinárias
DesidérioFinamor(IPVDF)
Destaqueeguardeparacolecionar
ParteintegrantedaRevistaDBOediçãodeOutubro–456
Babesiose
É causada por protozoários do gênero Babesia (espécies
Babesia bovis e Babesia bigemina).
As babesias são transmitidas aos bovinos única e
exclusivamente pelo carrapato Rhipicephalus (Boophilus)
microplus, por meio da saliva.
n	 Na babesiose provocada pela Babesia bovis, o mais virulento
dos três agentes, o animal pode apresentar prostração, anemia,
sintomatologia nervosa e até morte súbita.
Estragos causados pelo parasito
O carrapato bovino pode transmitir
um complexo de doenças conhecido
como Tristeza Parasitária Bovina (TPB),
com destaque para a Babesiose e a
Anaplasmose. Estas duas enfermidades
têm causas e tratamentos distintos,
mas sinais clínicos semelhantes, razão
pela qual são descritas simplesmente
como “Tristeza Parasitária”.
Mito ou Verdade?
Um animal acometido por Tristeza Parasitária pode sofrer morte súbita
ao ser conduzido para manejo no curral?
VERDADE – Tanto as babesias quanto a Anaplasma marginale, agentes causadores da Tristeza Parasitária,
provocam um quadro de anemia hemolítica, por causarem destruição de hemácias. Essas células, também
chamadas de glóbulos vermelhos, são responsáveis por transportar oxigênio para os tecidos corporais. Se o
animal doente é manejado de forma apressada ou submetido a esforço físico, a falta de aporte de oxigênio,
em função da redução de hemácias, pode provocar um choque cárdio-respiratório e morte súbita.
Acompanhe nosso projeto também no endereço portaldbo.com.br/controle-certeiro.
Na próxima edição, mostraremos como traçar estratégias eficazes para combater o carrapato.
Tristeza Parasitária Bovina
Anaplasmose
É provocada por uma bactéria do gênero Anaplasma
(espécie Anaplasma marginale). A transmissão também se
dá pelo carrapato bovino, mas principalmente pela picada
de insetos hematófagos, como a mutuca e a mosca-dos-
estábulos, além de agulhas contaminadas.
n	 Anemia é o principal sintoma dessa enfermidade,
mas o bovino também pode apresentar icterícia (coloração
amarelada de pele e mucosas), como mostra a foto.
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  • 2. Babesiose É causada por protozoários do gênero Babesia (espécies Babesia bovis e Babesia bigemina). As babesias são transmitidas aos bovinos única e exclusivamente pelo carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus, por meio da saliva. n Na babesiose provocada pela Babesia bovis, o mais virulento dos três agentes, o animal pode apresentar prostração, anemia, sintomatologia nervosa e até morte súbita. Estragos causados pelo parasito O carrapato bovino pode transmitir um complexo de doenças conhecido como Tristeza Parasitária Bovina (TPB), com destaque para a Babesiose e a Anaplasmose. Estas duas enfermidades têm causas e tratamentos distintos, mas sinais clínicos semelhantes, razão pela qual são descritas simplesmente como “Tristeza Parasitária”. Mito ou Verdade? Um animal acometido por Tristeza Parasitária pode sofrer morte súbita ao ser conduzido para manejo no curral? VERDADE – Tanto as babesias quanto a Anaplasma marginale, agentes causadores da Tristeza Parasitária, provocam um quadro de anemia hemolítica, por causarem destruição de hemácias. Essas células, também chamadas de glóbulos vermelhos, são responsáveis por transportar oxigênio para os tecidos corporais. Se o animal doente é manejado de forma apressada ou submetido a esforço físico, a falta de aporte de oxigênio, em função da redução de hemácias, pode provocar um choque cárdio-respiratório e morte súbita. Acompanhe nosso projeto também no endereço portaldbo.com.br/controle-certeiro. Na próxima edição, mostraremos como traçar estratégias eficazes para combater o carrapato. Tristeza Parasitária Bovina Anaplasmose É provocada por uma bactéria do gênero Anaplasma (espécie Anaplasma marginale). A transmissão também se dá pelo carrapato bovino, mas principalmente pela picada de insetos hematófagos, como a mutuca e a mosca-dos- estábulos, além de agulhas contaminadas. n Anemia é o principal sintoma dessa enfermidade, mas o bovino também pode apresentar icterícia (coloração amarelada de pele e mucosas), como mostra a foto. ProntuárioveterinárioApatia Febre alta (acima de 40°C) Palidez nas mucosas (indicativo de anemia)Perda de pesoAnimal atrasadono manejo Fotos:InstitutodePesquisasVeterinárias DesidérioFinamor(IPVDF) contato: renato.villela@revistadbo.com.br