SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 61
Baixar para ler offline
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
CAMPUS DE RIO PARANAÍBA
MICROFLORA DOS GRÃOS
ARMAZENADOS
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Responsáveis pelas maiores perdas de produtos
armazenados
Bactérias e fungos apresentam importância relevante na
deterioração dos produtos armazenados.
 O grau de umidade dos grãos é o fator que determina
a atividade e o desenvolvimento destes organismos.
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
BACTÉRIAS
Bactérias só causam danos quando a umidade dos grãos está em
equilíbrio com a Umidade Relativa elevada.
Isto se dá na faixa de 90 a 100%, enquanto que os danos anteriores
causados pelos fungos já inviabilizam o consumo dos produtos.
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
FUNGOS
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
FUNGOS
No armazém os grãos apresentam quantidades variáveis de
esporos. Amostras de trigo = 3.000 a 5.000 esporos em cada grão.
Condições favoráveis do meio, os esporos germinam e suas hifas
invadem os tecidos dos grãos, por ação de enzimas e ação
mecânica.
Desenvolvimento dos fungos é afetado pela disponibilidade de
nutrientes do suporte vegetal, da umidade e da temperatura.
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
AÇÃO DOS FUNGOS
Preferem ambientes ou substratos com alto teor de umidade;
Absorção de substâncias já elaboradas;
Atividade do fungo metaboliza carboidratos, proteínas e matérias
graxas;
Fungos são responsáveis pelo grande aumento da respiração nos
grãos úmidos;
Deterioração estimada pela taxa de gás carbônico, pelo aumento
do teor de umidade e pela quantidade de calor que é desprendida.
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
FUNGOS NO CAMPO
Atacam os grãos antes da colheita (crescimento ou
maturação)
Requer UR ≈90%
Umidade do grão ≈ 25%
Atividade do fungo diminui quando temperatura e umidade
diminuem
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
FUNGOS NO CAMPO
Principais fungos de campo que atacam os grãos e plantas são
os do gênero:
ALTERNARIA
CLADOSPORIUM
FUSARIUM
HELMINTOSPORIUM
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
FUNGOS NO CAMPO
Os fungos de campo podem causar:
Perda da cor natural ou brilho dos grãos;
Reduzem o poder germinativo e vigor das sementes;
Causam podridão nas raízes e outras doenças;
Permanece vivo por um período curto de armazenagem
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
FUNGOS NO ARMAZENAMENTO
Desenvolvem-se em grãos com umidade abaixo de 17%
Umidade do grão está em equilíbrio com UR na faixa de 65-
85%
Gêneros ASPERGILLUS
e PENICILLIUM
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
FUNGOS NO ARMAZENAMENTO
U.R.mínima para a sobrevivência dos principais fungos de
depósitos, sob condições ótima de temperatura (26 – 30ºC)
FUNGOS U.R. MÍNIMA
Aspergillus restrictus e A.halophilicus 70%
A. glaucus 73%
A. candidus e A.ochraceus 80%
A. flavus 85%
Penicillium (depende da espécie) 80 – 90%
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Importância da Umidade Relativa
Acima de 70% UR – fungos se desenvolvem e o
aquecimento da massa de grãos ocasionará sua deterioração.
Durante o armazenamento a UR% deve estar abaixo de
70%.
Observar a UR% de equilíbrio e temperatura.
65% = 13 a 13,5% de umidade dos grãos.
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Teor de umidade mínimo, em equilíbrio com diferentes
níveis de Umidade Relativa, para a sobrevivência das
principais espécies de fungos de depósito.
Grãos Aspergillus Penicillium
restrictus glaucus candidus flavus
ochraceus
70% UR 73% UR 80%UR 85%UR 80 – 90% UR
Milho 13,5 – 14,5 14,0 – 14,5 15,0 – 15,5 18,0 – 18,5 16,5 – 19,0
Trigo 13,5 – 14,5 14,0 – 14,5 15,0 – 15,5 18,0 – 18,5 16,5 – 19,0
Sorgo 14,0 – 14,5 14,5 – 15,0 16,0 – 16,5 19,0 – 19,5 17,0 – 19,5
Soja 12,0 – 12,5 12,5 – 13,0 14,5 – 15,0 17,0 – 17,5 16,0 – 18,0
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
AQUECIMENTO DOS GRÃOS
Produzido pelo processo respiratório dos grãos úmidos
associados aos fungos.
Ocorre quando o teor de umidade dos grãos se encontra
acima do nível considerado satisfatório para o seu
armazenamento.
Respiração e aquecimento de uma massa de grãos são
considerados em conjunto porque são partes de um mesmo
processo biológico, do qual resultam as principais
deteriorações do produto.
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
AQUECIMENTO DOS GRÃOS
Quando o aquecimento se apresenta em determinada
região de uma massa de grãos, armazenada a granel, forma o
que se denomina bolsa de calor, devido ao fato de uma massa
de grãos possuir baixa condutibilidade térmica.
 O calor produzido pode acumular-se na região, mais
rapidamente do que se desprender. Isto leva a um rápido
aumento de temperatura da zona aquecida, pois, a respiração
é acelerada, acentuadamente quando a temperatura e o teor
de umidade dos grãos aumentam.
A bolsa de calor pode originar também de um foco de
infestação de insetos.
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Focos de disseminação dos fungos
Fungos podem atacar grãos, farinhas, matérias orgânicas
em decomposição, produtos alimentícios, tecidos de fibras
vegetais, couro, cola, etc.;
 Uma grama de pó podem conter mais de 3 milhões de
colônias de fungos;
Eliminação de focos de disseminação é totalmente
impossível.
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Sucessão das espécies
Christensem e Kaufmann, pesquisaram milhares de amostras
colhidas nos silos dos Estados Unidos, México, América do Sul
e Europa, e demostraram o seguinte:
 Aspergillus restrictus e A.glaucis associam-se à massa
de grãos. Desenvolvem-se em umidade de equilíbrio e UR
menor que 75%;
Essas espécies não aquecem a massa de grãos, mas
podem produzir água metabólica (aumenta a umidade);
Se umidade aumenta, outras espécies desenvolvem-se
e ocorre aumento da temperatura da massa de grãos e
deterioração;
Podem ser constatadas outras espécies de Aspergillus e
em seguida surgem os do gênero Penicillium.
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Fatores que favorecem o desenvolvimento dos fungos
Umidade dos grãos;
Temperatura;
Oxigênio;
Condições do tegumento;
Impurezas na massa armazenada.
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Teor de umidade dos grãos e UR. de Equilíbrio
Umidade em equilíbrio e UR de 70 a 90% é o que
necessitam os fungos de depósito para se desenvolverem.
Já, quando a UR é de 90%, há o desenvolvimento de
bactérias também.
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Produto armazenado com segurança
Níveis máximos de teor de umidade (para U.R. de até 65%)
Arroz em casca ….........................… 12 %
Arroz pólido ………....................….… 13%
Trigo ………………........................……. 13%
Milho ……………............…............….. 13%
Girassol ……….......................…..……… 8%
Soja ……......................……….……….... 11%
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Migração de umidade
 O ar intergranular de uma massa de grãos não é estática,
encontra-se em um continuo movimento através de correntes
de convecção, causadas pela diferença de densidade do ar
quente e frio.
Quando o ar intergranular se move das regiões mais
quentes para as partes mais frias, o ar quente, arrefecendo na
região mais fria, apresenta, maior aumento de umidade
relativa e o ar cede parte da umidade para os grãos, até
atingir o equilíbrio higroscópico.
Esta movimentação de umidade pode ocorrer mesmo que o
grão tenha sido armazenado com teor de umidade adequado
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Migração de umidade
 Causadora de danos nos grãos estocados
Relação com temperatura e umidade do grão e temperatura
e umidade do ar.
Problemas no inverno e verão, bem como com a
movimentação do sol durante o dia.
Favorece a atividade de fungos e insetos – condições
propícias ao aumento na respiração dos grãos (focos de
aquecimento)
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Migração de umidade
No inverno
Ar frio e denso junto à parede do silo (ar de cima para baixo).
Correntes convectivas
Ar aquecido absorve umidade
Atinge massa de grãos frios (condensa) – zona comelevada
umidade (deterioração)
Ocorre mesmo em massas com 10 a 13% de umidade
No verão
Ar quente e menos denso sobe junto à parede do silo (ar de baixo
para cima).
Ar absorve umidade
Atinge massa de grãos frios (condensa) – zona com elevada
umidade (deterioração)
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Migração de umidade
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Migração de umidade
Apenas o movimento do
sol durante o dia provoca
a migração de umidade
dentro do silo
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Temperatura
Temperatura muito baixas e muito altas inibem o
desenvolvimento da maioria dos fungos.
Os gradientes de temperatura no interior de silos, causam
correntes convectivas de ar que transferem umidade de uma parte
a outra do silo, provocando a migração da umidade.
As reações químicas catalíticas e não catalíticas são mais
aceleradas a medida que a temperatura aumenta. Os teores de
açúcar total e de ácido graxo livre tendem a aumentar a hidrólise de
amido e gordura, ativados pelas temperaturas e umidades altas. O
teor de ácido graxo livre do produto mostra-se como um indicador
de deterioração.
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Temperaturas mínimas, ótimas e máximas para o
desenvolvimento de diversas espécies de fungos, comuns nos
grãos armazenados.
Temperatura para o desenvolvimento (ºC)
Fungos Mínima Ótima Máxima
A.restrictus 5 – 10 30 – 35 40 – 45
A.glaucus 0 – 5 30 – 35 40 – 45
A.candidus 10 – 15 45 – 50 50 – 55
A.flavus 10 – 15 40 – 45 45 – 50
Penicillium 5 – 10 20 – 25 35 – 40
Fonte; Christensem e Kaufmann – 1974 – Storage of cereal grains
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Taxa de oxigênio do ar intergranular
Um ou mais grupos de microrganismos estarão sempre presentes
em sistemas de armazenagem visto que eles podem ser
anaeróbios, aeróbios e anaeróbios facultativos.
Taxa de oxigênio do armazenamento a granel é importante no
desenvolvimento da microflora.
Maioria dos fungos são estritamente aeróbicos, seus esporos não
germinam, nem crescem na ausência de oxigênio (geralmente
menos de 1% de oxigênio).
Levedos, há espécies aeróbicas, anaeróbicas e facultativas.
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Taxa de oxigênio do ar intergranular
Bactérias desenvolvem-se em ambientes com menos de 1% de
oxigênio, quando da alta umidade dos grãos.
Armazenamento hermético – carência de oxigênio devida ao
consumo pela respiração dos grãos e dos fungos inibindo-os pois
são predominantemente aeróbios.
Em laboratório a aeração acelerou a respiração
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Impurezas e grãos danificados pelo manuseio
Quanto maior a quantidade de impurezas e matérias estranhas,
maior a quantidade de microrganismos e mais rápida é a
deterioração dos grãos.
Fragmentos e pó do produto acumulam-se e formam uma massa
úmida e compacta que impede ou reduz a aeração e desenvolve
uma microflora.
Grãos danificados – mais sujeitos aos fungos do que os grão
inteiros.
Casca/tegumento constituem uma barreira natural contra a ação
dos fungos.
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Impurezas e grãos danificados pelo manuseio
Durante a colheita, secagem, limpeza e transporte em elevadores,
os grãos estão sujeitos a impactos mecânicos que podem levar a
rachaduras e quebras, as quais servem de entrada para a invasão
de fungos e insetos. Grãos não descorticados se conservam melhor
do que os descorticados, e a deterioração é rápida quando o grão é
preparado para a extração.
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Insetos
Infestações de insetos aumentam a umidade dos grãos.
Fungos aumentam a umidade da massa de grãos, porém de
forma mais lenta.
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Deterioração pela ação da microflora
A microflora afeta o poder germinativo das sementes, a cor
natural dos grãos, a qualidade organoléptica, o valor nutritivo e o
bom aproveitamento industrial dos grãos e seus sub-produtos.
Causam aquecimento da massa e algumas espécies de fungos são
produtoras de substâncias extremamente tóxicas, as micotoxinas.
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Poder Germinativo dos Grãos
Devido a ação de fungos, as sementes perdem rapidamente o
poder germinativo.
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Descoloração ou Graõs Ardidos
 Fungos podem causar descoloração dos grãos ou parte deles,
principalmente do germe ou embrião, local preferido para a invasão
da microflora.
Grãos ardidos e pretos são aqueles que perderam o brilho e a
coloração pela ação do calor, umidade ou fermentação.
Estudos de padrões, para a classificação de grãos nos E.U.A.,
mostraram que os danos denominados “heat damage” (danos pelo
calor) tinham causa principal a ação dos fungos.
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Degradação da Matéria Graxa
Grãos armazenados de forma inadequada: ocorre hidrólise do
triacilglicerol por lipases
Rancificação provém da oxidação ou hidrólise da matéria graxa.
A degradação é acelerada pela ação dos fungos.
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Degradação da Matéria Graxa
Grãos armazenados de forma inadequada: ocorre hidrólise do
triacilglicerol por lipases
Rancificação provém da oxidação ou hidrólise da matéria graxa.
A degradação é acelerada pela ação dos fungos.
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Alterações Físicas e Organolépticas em alimentos
Diminuição da fluidez dos alimentos, formação de “grumos” e
descoloração, além de produção de cheiro e sabor característico.
Perda do valor nutritivo pela degradação de proteínas, gorduras,
glucídios e alterações nas vitaminas e aminoácidos contidos nos
alimentos.
Produção de micotoxinas com prejuízo e inutilização dos
alimentos estocados.
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Micotoxinas
Micotoxinas são metabólitos secundários resultantes do
metabolismo de alguns fungos filamentosos que proliferam em
alimentos, em rações animais e, principalmente, em grãos.
A intoxicação pode ocorrer de forma direta ou indireta. A forma
direta ocorre quando o produto é utilizado na alimentação humana
ou de animais, enquanto a forma indireta resulta quando
subprodutos de derivados contaminados são empregados
Causam intoxicação grave.
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Principais Micotoxinas:
Mais de quatrocentas micotoxinas, conhecidas na atualidade, são
produzidas por aproximadamente uma centena de fungos. As
principais micotoxinas podem ser divididas em três grupos: as
aflatoxinas, produzidas por fungos do gênero Aspergillus como A.
flavus e A. parasiticus; as ocratoxinas, produzidas pelo Aspergillus
ochraceus e diversas espécies do gênero Penicillium; e as
fusariotoxinas, que possuem como principais representantes os
tricotecenos, zearalenona e as fumonisinas, produzidas por diversas
espécies do gênero Fusarium
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Principais Micotoxinas:
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Aflatoxina
São as micotoxinas mais amplamente estudadas
produzidas por muitas das espécies do fungo Aspergillus, tais
como Aspergillus flavus, Aspergillus niger e Aspergillus parasiticus
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Aflatoxina
Os quatro principais metabólitos são identificados como B1 e
B2 (por apresentarem fluorescência violeta, quando observadas
sob luz ultravioleta em 365 nm) e G1 e G2.
Aflatoxinas M1 e M2 são metabólitos hidroxilados das aflatoxinas
B1 e B2, respectivamente, produzidas por animais e geralmente é
excretado no leite, urina de gado leiteiro e outras espécies de
mamíferos que consumiram comida ou ração contaminados por
essas aflatoxinas
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Aflatoxina
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Aflatoxina
A exposição a altas concentrações de aflatoxinas produz graves
danos no fígado, tais como necrose, cirrose hepática, carcinoma ou
edema. A capacidade de absorção e processamento de nutrientes é
gravemente comprometida. A exposição crônica a níveis sub-
críticos de aflatoxina não é tão grave, mas aumenta
significativamente a probabilidade de desenvolvimento de cancer
hepático.
As aflatoxinas são compostos severamente tóxicos,
imunossupressores, mutagênicos, teratogênicos e carcinogênicos.
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Aflatoxina
A aflatoxina, uma vez formada, perdura por longo tempo no
alimento
As aflatoxinas são termorresistentes, resistindo a temperatura de
220 oC.
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Citrinina
P. citrinum é considerado o principal e mais eficiente produtor de
citrinina, mas fungos toxigênicos, como P. expansum, P. viridicatum,
P. roqueforti, P. verrucosum, P. steckii, P. corylophilum, Aspergillus
carneus, A. terreus, A. candidus, A. niveus, Monascus ruber e M.
purpureus, podem também produzi-la em grandes quantidades
Tem atividade hepatonefrotóxica em animais e humanos
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Esterigmatocistina
Metabólito secundário biologicamente ativo, toxigênico,
carcinigênico, mutagênico e teratogênico, produzido por várias
espécies de Aspergillus.
Intermediário na biossíntese de aflatoxinas e é muito semelhante
a aflatoxina em sua estrutura química e atividade biológica
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Ocratoxina
Ocratoxina A (OTA) é um metabólito secundário de fungos das
espécies Aspergillus e Penicillium, principalmente A. ochraceus e P.
viridicatum
Presente em altos níveis nos grãos, cereais e cafés
A ocratoxina A tem ação nefrotóxica, teratogênica, carcinogênica,
imuno- supressora e está relacionada com a nefropatia endêmica
dos Balcãs, doença degenerativa dos rins que afeta exclusivamente
população adulta rural. Mais recentemente, foram descritos
evidências de uma possível correlação entre ocratoxina A e
desenvolvimento de tumores do trato urinário de seres humanos
na Bulgária
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Ocratoxina
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Fumonisinas
Produzidas por Fusarium verticillioides
As espécies do gênero Fusarium são as principais invasoras de
grãos de milho no campo. Estas espécies que invadem a planta no
campo, também podem ser encontradas no armazenamento, caso
as condições de temperatura e umidade sejam adequadas.
O mecanismo básico de ação das fumonisinas é pela inibição de
certas enzimas envolvidas no metabolismo dos esfingolipídeos.
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Fumonisinas
A manifestação da intoxicação é diferente para cada espécie,
como leucoencefalomalácia em eqüinos, edema pulmonar e
hidrotórax em suínos, hepatotoxicidade e hepatocarcinogenicidade
em ratos, provável câncer de esôfago em humanos e
leucoencefalomalácia em coelhos
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Zearalenona
Metabólito secundário com característica estrogênica, ocorre em
praticamente todos os cereais, especialmente em culturas de
inverno, contaminadas por fungos do gênero Fusarium.
A contaminação natural aparece em cevada, milho, sorgo, aveia e
rações produzidas com base nestes produtos
O efeito dessa micotoxina se dá principalmente sobre o sistema
reprodutivo resultando em baixo desempenho na reprodução.
Em suínos machos jovens, a toxina causa feminização, porém
estas alterações, aparentemente, não levam a efeitos sobre a
capacidade reprodutiva, quando adulto.
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Zearalenona
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Tricotecenos
Produzidos principalmente por fungos do gênero Fusarium como
F. graminearum e F. tricinctum
A ocorrência de tricotecenos é significativa em culturas de
inverno, como trigo, cevada, aveia, arroz e centeio
Os tricotecenos atuam inibindo a enzima peptiltransferase, desta
forma diminuindo a síntese protéica, o que afeta principalmente
células em divisão ativa, como as do trato gastrintestinal, pele e
células linfóides, eritróides e órgãos vitais.
Os tricotecenos são imunossupressores e também são associados
a hemorragias
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
Tricotecenos
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
CONTROLE NA MICROFLORA DE GRÃOS
Os métodos para evitar a ação da microflora consistem em manter
a umidade, temperatura e taxa de oxigênio desfavoráveis para o seu
desenvolvimento.
A secagem dos grãos, aos níveis de umidade que impedem o
desenvolvimento da microflora, é a operação mais prática e de
maior segurança.
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
CONTROLE NA MICROFLORA DE GRÃOS
Devem ser observados os seguintes cuidados:
A secagem deve ser processada logo após a colheita;
Na secagem natural, quando processada durante um período
muito longo, os grãos apresentam um umidade elevada
favorecendo o desenvolvimento de fungos;
Na secagem mecânica, altas temperaturas podem causar
trincamento de grãos, imperceptível a olho nu, propiciando
condições favoráveis ao seu ataque.
UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
CONTROLE NA MICROFLORA DE GRÃOS
Saber que, não é suficiente carregar um silo com grãos que
apresentem umidade que impeça o desenvolvimento de fungos,
mas, é necessário, manter a umidade considerada segura em toda
massa de grãos, durante o período de armazenamento.
Se tivermos temperaturas diferentes na massa, teremos migração
de umidade e, por conseqüência, o crescimento de fungos.
O controle da microflora dos grãos armazenados é feita,
principalmente, pela aeração dos grãos secos a níveis
desfavoráveis ao desenvolvimento dos fungos.
Aspergillus
Penicillium

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

aspectos fisologicos de frutas e hortaliças
 aspectos fisologicos de  frutas  e hortaliças aspectos fisologicos de  frutas  e hortaliças
aspectos fisologicos de frutas e hortaliçasSusan Marcos Bernal
 
Tecnologia de cereais
Tecnologia de cereaisTecnologia de cereais
Tecnologia de cereaisAlvaro Galdos
 
Aula cereais e derivados
Aula   cereais e derivadosAula   cereais e derivados
Aula cereais e derivadosCamila Moresco
 
Apresentação pós colheita
Apresentação pós colheitaApresentação pós colheita
Apresentação pós colheitaÍtalo Arrais
 
104908236 apostila-desidratacao-de-frutas-e-hortalicas
104908236 apostila-desidratacao-de-frutas-e-hortalicas104908236 apostila-desidratacao-de-frutas-e-hortalicas
104908236 apostila-desidratacao-de-frutas-e-hortalicasLuciene Mendes da Silva
 
Fenologia e fisiologia da cultura do milho
Fenologia e fisiologia da cultura do milhoFenologia e fisiologia da cultura do milho
Fenologia e fisiologia da cultura do milhoGeagra UFG
 
Cana-de-açúcar - Doenças e Pragas
Cana-de-açúcar - Doenças e PragasCana-de-açúcar - Doenças e Pragas
Cana-de-açúcar - Doenças e PragasSávio Sardinha
 
Transfo. alimentos leguminosas
Transfo. alimentos leguminosasTransfo. alimentos leguminosas
Transfo. alimentos leguminosasAndre Alves
 
Controle do amadurecimento e senescência dos frutos
Controle do amadurecimento e senescência dos frutosControle do amadurecimento e senescência dos frutos
Controle do amadurecimento e senescência dos frutosUERGS
 
Apresentação Wellington Adolfo de Brito Levantamento populacional da broca-do...
Apresentação Wellington Adolfo de Brito Levantamento populacional da broca-do...Apresentação Wellington Adolfo de Brito Levantamento populacional da broca-do...
Apresentação Wellington Adolfo de Brito Levantamento populacional da broca-do...Revista Cafeicultura
 
Influência da morfologia e anatomia na qualidade de gramíneas tropicais
Influência da morfologia e anatomia na qualidade de gramíneas tropicaisInfluência da morfologia e anatomia na qualidade de gramíneas tropicais
Influência da morfologia e anatomia na qualidade de gramíneas tropicaisMarília Gomes
 
Alternativas de controle cultural e biologico
Alternativas de controle cultural e biologicoAlternativas de controle cultural e biologico
Alternativas de controle cultural e biologicoGeagra UFG
 
Pragas e doenças do arroz slide culturas anuais
Pragas e doenças do arroz slide culturas anuaisPragas e doenças do arroz slide culturas anuais
Pragas e doenças do arroz slide culturas anuaisnatalia machado
 
Planejamento Forrageiro: Técnicas para Aumento da Produção Ovina
Planejamento Forrageiro: Técnicas para Aumento da Produção OvinaPlanejamento Forrageiro: Técnicas para Aumento da Produção Ovina
Planejamento Forrageiro: Técnicas para Aumento da Produção OvinaRural Pecuária
 
E book-formulacao
E book-formulacaoE book-formulacao
E book-formulacaoAgriPoint
 

Mais procurados (20)

aspectos fisologicos de frutas e hortaliças
 aspectos fisologicos de  frutas  e hortaliças aspectos fisologicos de  frutas  e hortaliças
aspectos fisologicos de frutas e hortaliças
 
Tecnologia de cereais
Tecnologia de cereaisTecnologia de cereais
Tecnologia de cereais
 
Aula cereais e derivados
Aula   cereais e derivadosAula   cereais e derivados
Aula cereais e derivados
 
Apresentação pós colheita
Apresentação pós colheitaApresentação pós colheita
Apresentação pós colheita
 
104908236 apostila-desidratacao-de-frutas-e-hortalicas
104908236 apostila-desidratacao-de-frutas-e-hortalicas104908236 apostila-desidratacao-de-frutas-e-hortalicas
104908236 apostila-desidratacao-de-frutas-e-hortalicas
 
H processamento mínimo
H  processamento mínimoH  processamento mínimo
H processamento mínimo
 
Os cereais.
Os cereais.Os cereais.
Os cereais.
 
Fenologia e fisiologia da cultura do milho
Fenologia e fisiologia da cultura do milhoFenologia e fisiologia da cultura do milho
Fenologia e fisiologia da cultura do milho
 
Cana-de-açúcar - Doenças e Pragas
Cana-de-açúcar - Doenças e PragasCana-de-açúcar - Doenças e Pragas
Cana-de-açúcar - Doenças e Pragas
 
Transfo. alimentos leguminosas
Transfo. alimentos leguminosasTransfo. alimentos leguminosas
Transfo. alimentos leguminosas
 
Controle do amadurecimento e senescência dos frutos
Controle do amadurecimento e senescência dos frutosControle do amadurecimento e senescência dos frutos
Controle do amadurecimento e senescência dos frutos
 
Aula girassol 2-2012
Aula girassol 2-2012Aula girassol 2-2012
Aula girassol 2-2012
 
Cultura da Cenoura
Cultura da CenouraCultura da Cenoura
Cultura da Cenoura
 
Apresentação Wellington Adolfo de Brito Levantamento populacional da broca-do...
Apresentação Wellington Adolfo de Brito Levantamento populacional da broca-do...Apresentação Wellington Adolfo de Brito Levantamento populacional da broca-do...
Apresentação Wellington Adolfo de Brito Levantamento populacional da broca-do...
 
Trigo
TrigoTrigo
Trigo
 
Influência da morfologia e anatomia na qualidade de gramíneas tropicais
Influência da morfologia e anatomia na qualidade de gramíneas tropicaisInfluência da morfologia e anatomia na qualidade de gramíneas tropicais
Influência da morfologia e anatomia na qualidade de gramíneas tropicais
 
Alternativas de controle cultural e biologico
Alternativas de controle cultural e biologicoAlternativas de controle cultural e biologico
Alternativas de controle cultural e biologico
 
Pragas e doenças do arroz slide culturas anuais
Pragas e doenças do arroz slide culturas anuaisPragas e doenças do arroz slide culturas anuais
Pragas e doenças do arroz slide culturas anuais
 
Planejamento Forrageiro: Técnicas para Aumento da Produção Ovina
Planejamento Forrageiro: Técnicas para Aumento da Produção OvinaPlanejamento Forrageiro: Técnicas para Aumento da Produção Ovina
Planejamento Forrageiro: Técnicas para Aumento da Produção Ovina
 
E book-formulacao
E book-formulacaoE book-formulacao
E book-formulacao
 

Semelhante a Microflora dos Grãos Armazenados

Circ 87 cultura do milho
Circ 87 cultura do milhoCirc 87 cultura do milho
Circ 87 cultura do milhoGabrielen Dias
 
Relatório Técnico Projeto Soja Brasil 2014/2015
Relatório Técnico Projeto Soja Brasil 2014/2015Relatório Técnico Projeto Soja Brasil 2014/2015
Relatório Técnico Projeto Soja Brasil 2014/2015Portal Canal Rural
 
Amendoim
AmendoimAmendoim
Amendoimwagcher
 
Sorgo morfologia e fisiologia
Sorgo morfologia e fisiologiaSorgo morfologia e fisiologia
Sorgo morfologia e fisiologiaGeagra UFG
 
Fatores influenc qualid graos (1)
Fatores influenc qualid graos (1)Fatores influenc qualid graos (1)
Fatores influenc qualid graos (1)Rogério Zampieri
 
Aula 5 - Estratégias para a produção de alimentos e planejamento alimentar
Aula 5 - Estratégias para a produção de alimentos e planejamento alimentarAula 5 - Estratégias para a produção de alimentos e planejamento alimentar
Aula 5 - Estratégias para a produção de alimentos e planejamento alimentarPortal Canal Rural
 
Sorgo: Colheita e beneficiamento
Sorgo: Colheita e beneficiamento			 			Sorgo: Colheita e beneficiamento
Sorgo: Colheita e beneficiamento Geagra UFG
 
2. Controle de pragas e doenças na cultura do milho.pptx
2. Controle de pragas e doenças na cultura do milho.pptx2. Controle de pragas e doenças na cultura do milho.pptx
2. Controle de pragas e doenças na cultura do milho.pptxanailsonalves2017
 
Secagem dos produtos agrícolas
Secagem dos produtos agrícolasSecagem dos produtos agrícolas
Secagem dos produtos agrícolasDanii Morais
 
Cultura da melancia
Cultura da melanciaCultura da melancia
Cultura da melanciaIFRO
 
Cultura do arroz
Cultura do arrozCultura do arroz
Cultura do arrozKiller Max
 
Fungos e micotoxinas em graos armazenados
Fungos e micotoxinas em graos armazenadosFungos e micotoxinas em graos armazenados
Fungos e micotoxinas em graos armazenadosPelo Siro
 
cana-de-açucar-botanica e anatomia-antonio inacio ferraz, técnico em eletroni...
cana-de-açucar-botanica e anatomia-antonio inacio ferraz, técnico em eletroni...cana-de-açucar-botanica e anatomia-antonio inacio ferraz, técnico em eletroni...
cana-de-açucar-botanica e anatomia-antonio inacio ferraz, técnico em eletroni...ANTONIO INACIO FERRAZ
 
Manejo de Pragas da Soja
Manejo de Pragas da SojaManejo de Pragas da Soja
Manejo de Pragas da SojaGeagra UFG
 

Semelhante a Microflora dos Grãos Armazenados (20)

Circ 87 cultura do milho
Circ 87 cultura do milhoCirc 87 cultura do milho
Circ 87 cultura do milho
 
Relatório Técnico Projeto Soja Brasil 2014/2015
Relatório Técnico Projeto Soja Brasil 2014/2015Relatório Técnico Projeto Soja Brasil 2014/2015
Relatório Técnico Projeto Soja Brasil 2014/2015
 
Amendoim
AmendoimAmendoim
Amendoim
 
Sorgo morfologia e fisiologia
Sorgo morfologia e fisiologiaSorgo morfologia e fisiologia
Sorgo morfologia e fisiologia
 
Fatores influenc qualid graos (1)
Fatores influenc qualid graos (1)Fatores influenc qualid graos (1)
Fatores influenc qualid graos (1)
 
97a64e07.pptx
97a64e07.pptx97a64e07.pptx
97a64e07.pptx
 
Aula 5 - Estratégias para a produção de alimentos e planejamento alimentar
Aula 5 - Estratégias para a produção de alimentos e planejamento alimentarAula 5 - Estratégias para a produção de alimentos e planejamento alimentar
Aula 5 - Estratégias para a produção de alimentos e planejamento alimentar
 
Sorgo: Colheita e beneficiamento
Sorgo: Colheita e beneficiamento			 			Sorgo: Colheita e beneficiamento
Sorgo: Colheita e beneficiamento
 
2. Controle de pragas e doenças na cultura do milho.pptx
2. Controle de pragas e doenças na cultura do milho.pptx2. Controle de pragas e doenças na cultura do milho.pptx
2. Controle de pragas e doenças na cultura do milho.pptx
 
Secagem dos produtos agrícolas
Secagem dos produtos agrícolasSecagem dos produtos agrícolas
Secagem dos produtos agrícolas
 
Cultura da melancia
Cultura da melanciaCultura da melancia
Cultura da melancia
 
Relatorio aureo
Relatorio aureoRelatorio aureo
Relatorio aureo
 
Relatorio aureo (1)
Relatorio aureo (1)Relatorio aureo (1)
Relatorio aureo (1)
 
Ciperaceas.pptx
Ciperaceas.pptxCiperaceas.pptx
Ciperaceas.pptx
 
Cultura do arroz
Cultura do arrozCultura do arroz
Cultura do arroz
 
Cropstar
CropstarCropstar
Cropstar
 
Fungos e micotoxinas em graos armazenados
Fungos e micotoxinas em graos armazenadosFungos e micotoxinas em graos armazenados
Fungos e micotoxinas em graos armazenados
 
Biologia vegetal
Biologia vegetalBiologia vegetal
Biologia vegetal
 
cana-de-açucar-botanica e anatomia-antonio inacio ferraz, técnico em eletroni...
cana-de-açucar-botanica e anatomia-antonio inacio ferraz, técnico em eletroni...cana-de-açucar-botanica e anatomia-antonio inacio ferraz, técnico em eletroni...
cana-de-açucar-botanica e anatomia-antonio inacio ferraz, técnico em eletroni...
 
Manejo de Pragas da Soja
Manejo de Pragas da SojaManejo de Pragas da Soja
Manejo de Pragas da Soja
 

Mais de Emidio Barros

Mais de Emidio Barros (8)

Elaboração de Cookies
Elaboração de CookiesElaboração de Cookies
Elaboração de Cookies
 
Cerveja
CervejaCerveja
Cerveja
 
Índice crioscópico
Índice crioscópico Índice crioscópico
Índice crioscópico
 
Àgua adiconada de sais
Àgua adiconada de saisÀgua adiconada de sais
Àgua adiconada de sais
 
Leite de jumenta
Leite de jumentaLeite de jumenta
Leite de jumenta
 
Sorvete e picolé (1)
Sorvete e picolé (1)Sorvete e picolé (1)
Sorvete e picolé (1)
 
Ovos enriquecidos
Ovos enriquecidosOvos enriquecidos
Ovos enriquecidos
 
Geleia Real
Geleia RealGeleia Real
Geleia Real
 

Microflora dos Grãos Armazenados

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CAMPUS DE RIO PARANAÍBA MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS
  • 2. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Responsáveis pelas maiores perdas de produtos armazenados Bactérias e fungos apresentam importância relevante na deterioração dos produtos armazenados.  O grau de umidade dos grãos é o fator que determina a atividade e o desenvolvimento destes organismos.
  • 3. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS BACTÉRIAS Bactérias só causam danos quando a umidade dos grãos está em equilíbrio com a Umidade Relativa elevada. Isto se dá na faixa de 90 a 100%, enquanto que os danos anteriores causados pelos fungos já inviabilizam o consumo dos produtos.
  • 4. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS FUNGOS
  • 5. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS FUNGOS No armazém os grãos apresentam quantidades variáveis de esporos. Amostras de trigo = 3.000 a 5.000 esporos em cada grão. Condições favoráveis do meio, os esporos germinam e suas hifas invadem os tecidos dos grãos, por ação de enzimas e ação mecânica. Desenvolvimento dos fungos é afetado pela disponibilidade de nutrientes do suporte vegetal, da umidade e da temperatura.
  • 6. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS AÇÃO DOS FUNGOS Preferem ambientes ou substratos com alto teor de umidade; Absorção de substâncias já elaboradas; Atividade do fungo metaboliza carboidratos, proteínas e matérias graxas; Fungos são responsáveis pelo grande aumento da respiração nos grãos úmidos; Deterioração estimada pela taxa de gás carbônico, pelo aumento do teor de umidade e pela quantidade de calor que é desprendida.
  • 7. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS FUNGOS NO CAMPO Atacam os grãos antes da colheita (crescimento ou maturação) Requer UR ≈90% Umidade do grão ≈ 25% Atividade do fungo diminui quando temperatura e umidade diminuem
  • 8. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS FUNGOS NO CAMPO Principais fungos de campo que atacam os grãos e plantas são os do gênero: ALTERNARIA CLADOSPORIUM FUSARIUM HELMINTOSPORIUM
  • 9. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS FUNGOS NO CAMPO Os fungos de campo podem causar: Perda da cor natural ou brilho dos grãos; Reduzem o poder germinativo e vigor das sementes; Causam podridão nas raízes e outras doenças; Permanece vivo por um período curto de armazenagem
  • 10. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS FUNGOS NO ARMAZENAMENTO Desenvolvem-se em grãos com umidade abaixo de 17% Umidade do grão está em equilíbrio com UR na faixa de 65- 85% Gêneros ASPERGILLUS e PENICILLIUM
  • 11. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS FUNGOS NO ARMAZENAMENTO U.R.mínima para a sobrevivência dos principais fungos de depósitos, sob condições ótima de temperatura (26 – 30ºC) FUNGOS U.R. MÍNIMA Aspergillus restrictus e A.halophilicus 70% A. glaucus 73% A. candidus e A.ochraceus 80% A. flavus 85% Penicillium (depende da espécie) 80 – 90%
  • 12. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Importância da Umidade Relativa Acima de 70% UR – fungos se desenvolvem e o aquecimento da massa de grãos ocasionará sua deterioração. Durante o armazenamento a UR% deve estar abaixo de 70%. Observar a UR% de equilíbrio e temperatura. 65% = 13 a 13,5% de umidade dos grãos.
  • 13. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Teor de umidade mínimo, em equilíbrio com diferentes níveis de Umidade Relativa, para a sobrevivência das principais espécies de fungos de depósito. Grãos Aspergillus Penicillium restrictus glaucus candidus flavus ochraceus 70% UR 73% UR 80%UR 85%UR 80 – 90% UR Milho 13,5 – 14,5 14,0 – 14,5 15,0 – 15,5 18,0 – 18,5 16,5 – 19,0 Trigo 13,5 – 14,5 14,0 – 14,5 15,0 – 15,5 18,0 – 18,5 16,5 – 19,0 Sorgo 14,0 – 14,5 14,5 – 15,0 16,0 – 16,5 19,0 – 19,5 17,0 – 19,5 Soja 12,0 – 12,5 12,5 – 13,0 14,5 – 15,0 17,0 – 17,5 16,0 – 18,0
  • 14. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS AQUECIMENTO DOS GRÃOS Produzido pelo processo respiratório dos grãos úmidos associados aos fungos. Ocorre quando o teor de umidade dos grãos se encontra acima do nível considerado satisfatório para o seu armazenamento. Respiração e aquecimento de uma massa de grãos são considerados em conjunto porque são partes de um mesmo processo biológico, do qual resultam as principais deteriorações do produto.
  • 15. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS AQUECIMENTO DOS GRÃOS Quando o aquecimento se apresenta em determinada região de uma massa de grãos, armazenada a granel, forma o que se denomina bolsa de calor, devido ao fato de uma massa de grãos possuir baixa condutibilidade térmica.  O calor produzido pode acumular-se na região, mais rapidamente do que se desprender. Isto leva a um rápido aumento de temperatura da zona aquecida, pois, a respiração é acelerada, acentuadamente quando a temperatura e o teor de umidade dos grãos aumentam. A bolsa de calor pode originar também de um foco de infestação de insetos.
  • 16. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Focos de disseminação dos fungos Fungos podem atacar grãos, farinhas, matérias orgânicas em decomposição, produtos alimentícios, tecidos de fibras vegetais, couro, cola, etc.;  Uma grama de pó podem conter mais de 3 milhões de colônias de fungos; Eliminação de focos de disseminação é totalmente impossível.
  • 17. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Sucessão das espécies Christensem e Kaufmann, pesquisaram milhares de amostras colhidas nos silos dos Estados Unidos, México, América do Sul e Europa, e demostraram o seguinte:  Aspergillus restrictus e A.glaucis associam-se à massa de grãos. Desenvolvem-se em umidade de equilíbrio e UR menor que 75%; Essas espécies não aquecem a massa de grãos, mas podem produzir água metabólica (aumenta a umidade); Se umidade aumenta, outras espécies desenvolvem-se e ocorre aumento da temperatura da massa de grãos e deterioração; Podem ser constatadas outras espécies de Aspergillus e em seguida surgem os do gênero Penicillium.
  • 18. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Fatores que favorecem o desenvolvimento dos fungos Umidade dos grãos; Temperatura; Oxigênio; Condições do tegumento; Impurezas na massa armazenada.
  • 19. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Teor de umidade dos grãos e UR. de Equilíbrio Umidade em equilíbrio e UR de 70 a 90% é o que necessitam os fungos de depósito para se desenvolverem. Já, quando a UR é de 90%, há o desenvolvimento de bactérias também.
  • 20. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Produto armazenado com segurança Níveis máximos de teor de umidade (para U.R. de até 65%) Arroz em casca ….........................… 12 % Arroz pólido ………....................….… 13% Trigo ………………........................……. 13% Milho ……………............…............….. 13% Girassol ……….......................…..……… 8% Soja ……......................……….……….... 11%
  • 21. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Migração de umidade  O ar intergranular de uma massa de grãos não é estática, encontra-se em um continuo movimento através de correntes de convecção, causadas pela diferença de densidade do ar quente e frio. Quando o ar intergranular se move das regiões mais quentes para as partes mais frias, o ar quente, arrefecendo na região mais fria, apresenta, maior aumento de umidade relativa e o ar cede parte da umidade para os grãos, até atingir o equilíbrio higroscópico. Esta movimentação de umidade pode ocorrer mesmo que o grão tenha sido armazenado com teor de umidade adequado
  • 22. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Migração de umidade  Causadora de danos nos grãos estocados Relação com temperatura e umidade do grão e temperatura e umidade do ar. Problemas no inverno e verão, bem como com a movimentação do sol durante o dia. Favorece a atividade de fungos e insetos – condições propícias ao aumento na respiração dos grãos (focos de aquecimento)
  • 23. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Migração de umidade No inverno Ar frio e denso junto à parede do silo (ar de cima para baixo). Correntes convectivas Ar aquecido absorve umidade Atinge massa de grãos frios (condensa) – zona comelevada umidade (deterioração) Ocorre mesmo em massas com 10 a 13% de umidade No verão Ar quente e menos denso sobe junto à parede do silo (ar de baixo para cima). Ar absorve umidade Atinge massa de grãos frios (condensa) – zona com elevada umidade (deterioração)
  • 24. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Migração de umidade
  • 25. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Migração de umidade Apenas o movimento do sol durante o dia provoca a migração de umidade dentro do silo
  • 26. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Temperatura Temperatura muito baixas e muito altas inibem o desenvolvimento da maioria dos fungos. Os gradientes de temperatura no interior de silos, causam correntes convectivas de ar que transferem umidade de uma parte a outra do silo, provocando a migração da umidade. As reações químicas catalíticas e não catalíticas são mais aceleradas a medida que a temperatura aumenta. Os teores de açúcar total e de ácido graxo livre tendem a aumentar a hidrólise de amido e gordura, ativados pelas temperaturas e umidades altas. O teor de ácido graxo livre do produto mostra-se como um indicador de deterioração.
  • 27. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Temperaturas mínimas, ótimas e máximas para o desenvolvimento de diversas espécies de fungos, comuns nos grãos armazenados. Temperatura para o desenvolvimento (ºC) Fungos Mínima Ótima Máxima A.restrictus 5 – 10 30 – 35 40 – 45 A.glaucus 0 – 5 30 – 35 40 – 45 A.candidus 10 – 15 45 – 50 50 – 55 A.flavus 10 – 15 40 – 45 45 – 50 Penicillium 5 – 10 20 – 25 35 – 40 Fonte; Christensem e Kaufmann – 1974 – Storage of cereal grains
  • 28. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Taxa de oxigênio do ar intergranular Um ou mais grupos de microrganismos estarão sempre presentes em sistemas de armazenagem visto que eles podem ser anaeróbios, aeróbios e anaeróbios facultativos. Taxa de oxigênio do armazenamento a granel é importante no desenvolvimento da microflora. Maioria dos fungos são estritamente aeróbicos, seus esporos não germinam, nem crescem na ausência de oxigênio (geralmente menos de 1% de oxigênio). Levedos, há espécies aeróbicas, anaeróbicas e facultativas.
  • 29. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Taxa de oxigênio do ar intergranular Bactérias desenvolvem-se em ambientes com menos de 1% de oxigênio, quando da alta umidade dos grãos. Armazenamento hermético – carência de oxigênio devida ao consumo pela respiração dos grãos e dos fungos inibindo-os pois são predominantemente aeróbios. Em laboratório a aeração acelerou a respiração
  • 30. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Impurezas e grãos danificados pelo manuseio Quanto maior a quantidade de impurezas e matérias estranhas, maior a quantidade de microrganismos e mais rápida é a deterioração dos grãos. Fragmentos e pó do produto acumulam-se e formam uma massa úmida e compacta que impede ou reduz a aeração e desenvolve uma microflora. Grãos danificados – mais sujeitos aos fungos do que os grão inteiros. Casca/tegumento constituem uma barreira natural contra a ação dos fungos.
  • 31. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Impurezas e grãos danificados pelo manuseio Durante a colheita, secagem, limpeza e transporte em elevadores, os grãos estão sujeitos a impactos mecânicos que podem levar a rachaduras e quebras, as quais servem de entrada para a invasão de fungos e insetos. Grãos não descorticados se conservam melhor do que os descorticados, e a deterioração é rápida quando o grão é preparado para a extração.
  • 32. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Insetos Infestações de insetos aumentam a umidade dos grãos. Fungos aumentam a umidade da massa de grãos, porém de forma mais lenta.
  • 33. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Deterioração pela ação da microflora A microflora afeta o poder germinativo das sementes, a cor natural dos grãos, a qualidade organoléptica, o valor nutritivo e o bom aproveitamento industrial dos grãos e seus sub-produtos. Causam aquecimento da massa e algumas espécies de fungos são produtoras de substâncias extremamente tóxicas, as micotoxinas.
  • 34. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Poder Germinativo dos Grãos Devido a ação de fungos, as sementes perdem rapidamente o poder germinativo.
  • 35. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Descoloração ou Graõs Ardidos  Fungos podem causar descoloração dos grãos ou parte deles, principalmente do germe ou embrião, local preferido para a invasão da microflora. Grãos ardidos e pretos são aqueles que perderam o brilho e a coloração pela ação do calor, umidade ou fermentação. Estudos de padrões, para a classificação de grãos nos E.U.A., mostraram que os danos denominados “heat damage” (danos pelo calor) tinham causa principal a ação dos fungos.
  • 36. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Degradação da Matéria Graxa Grãos armazenados de forma inadequada: ocorre hidrólise do triacilglicerol por lipases Rancificação provém da oxidação ou hidrólise da matéria graxa. A degradação é acelerada pela ação dos fungos.
  • 37. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Degradação da Matéria Graxa Grãos armazenados de forma inadequada: ocorre hidrólise do triacilglicerol por lipases Rancificação provém da oxidação ou hidrólise da matéria graxa. A degradação é acelerada pela ação dos fungos.
  • 38. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Alterações Físicas e Organolépticas em alimentos Diminuição da fluidez dos alimentos, formação de “grumos” e descoloração, além de produção de cheiro e sabor característico. Perda do valor nutritivo pela degradação de proteínas, gorduras, glucídios e alterações nas vitaminas e aminoácidos contidos nos alimentos. Produção de micotoxinas com prejuízo e inutilização dos alimentos estocados.
  • 39. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Micotoxinas Micotoxinas são metabólitos secundários resultantes do metabolismo de alguns fungos filamentosos que proliferam em alimentos, em rações animais e, principalmente, em grãos. A intoxicação pode ocorrer de forma direta ou indireta. A forma direta ocorre quando o produto é utilizado na alimentação humana ou de animais, enquanto a forma indireta resulta quando subprodutos de derivados contaminados são empregados Causam intoxicação grave.
  • 40. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Principais Micotoxinas: Mais de quatrocentas micotoxinas, conhecidas na atualidade, são produzidas por aproximadamente uma centena de fungos. As principais micotoxinas podem ser divididas em três grupos: as aflatoxinas, produzidas por fungos do gênero Aspergillus como A. flavus e A. parasiticus; as ocratoxinas, produzidas pelo Aspergillus ochraceus e diversas espécies do gênero Penicillium; e as fusariotoxinas, que possuem como principais representantes os tricotecenos, zearalenona e as fumonisinas, produzidas por diversas espécies do gênero Fusarium
  • 41. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Principais Micotoxinas:
  • 42. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Aflatoxina São as micotoxinas mais amplamente estudadas produzidas por muitas das espécies do fungo Aspergillus, tais como Aspergillus flavus, Aspergillus niger e Aspergillus parasiticus
  • 43. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Aflatoxina Os quatro principais metabólitos são identificados como B1 e B2 (por apresentarem fluorescência violeta, quando observadas sob luz ultravioleta em 365 nm) e G1 e G2. Aflatoxinas M1 e M2 são metabólitos hidroxilados das aflatoxinas B1 e B2, respectivamente, produzidas por animais e geralmente é excretado no leite, urina de gado leiteiro e outras espécies de mamíferos que consumiram comida ou ração contaminados por essas aflatoxinas
  • 44. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Aflatoxina
  • 45. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Aflatoxina A exposição a altas concentrações de aflatoxinas produz graves danos no fígado, tais como necrose, cirrose hepática, carcinoma ou edema. A capacidade de absorção e processamento de nutrientes é gravemente comprometida. A exposição crônica a níveis sub- críticos de aflatoxina não é tão grave, mas aumenta significativamente a probabilidade de desenvolvimento de cancer hepático. As aflatoxinas são compostos severamente tóxicos, imunossupressores, mutagênicos, teratogênicos e carcinogênicos.
  • 46. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Aflatoxina A aflatoxina, uma vez formada, perdura por longo tempo no alimento As aflatoxinas são termorresistentes, resistindo a temperatura de 220 oC.
  • 47. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Citrinina P. citrinum é considerado o principal e mais eficiente produtor de citrinina, mas fungos toxigênicos, como P. expansum, P. viridicatum, P. roqueforti, P. verrucosum, P. steckii, P. corylophilum, Aspergillus carneus, A. terreus, A. candidus, A. niveus, Monascus ruber e M. purpureus, podem também produzi-la em grandes quantidades Tem atividade hepatonefrotóxica em animais e humanos
  • 48. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Esterigmatocistina Metabólito secundário biologicamente ativo, toxigênico, carcinigênico, mutagênico e teratogênico, produzido por várias espécies de Aspergillus. Intermediário na biossíntese de aflatoxinas e é muito semelhante a aflatoxina em sua estrutura química e atividade biológica
  • 49. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Ocratoxina Ocratoxina A (OTA) é um metabólito secundário de fungos das espécies Aspergillus e Penicillium, principalmente A. ochraceus e P. viridicatum Presente em altos níveis nos grãos, cereais e cafés A ocratoxina A tem ação nefrotóxica, teratogênica, carcinogênica, imuno- supressora e está relacionada com a nefropatia endêmica dos Balcãs, doença degenerativa dos rins que afeta exclusivamente população adulta rural. Mais recentemente, foram descritos evidências de uma possível correlação entre ocratoxina A e desenvolvimento de tumores do trato urinário de seres humanos na Bulgária
  • 50. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Ocratoxina
  • 51. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Fumonisinas Produzidas por Fusarium verticillioides As espécies do gênero Fusarium são as principais invasoras de grãos de milho no campo. Estas espécies que invadem a planta no campo, também podem ser encontradas no armazenamento, caso as condições de temperatura e umidade sejam adequadas. O mecanismo básico de ação das fumonisinas é pela inibição de certas enzimas envolvidas no metabolismo dos esfingolipídeos.
  • 52. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Fumonisinas A manifestação da intoxicação é diferente para cada espécie, como leucoencefalomalácia em eqüinos, edema pulmonar e hidrotórax em suínos, hepatotoxicidade e hepatocarcinogenicidade em ratos, provável câncer de esôfago em humanos e leucoencefalomalácia em coelhos
  • 53. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Zearalenona Metabólito secundário com característica estrogênica, ocorre em praticamente todos os cereais, especialmente em culturas de inverno, contaminadas por fungos do gênero Fusarium. A contaminação natural aparece em cevada, milho, sorgo, aveia e rações produzidas com base nestes produtos O efeito dessa micotoxina se dá principalmente sobre o sistema reprodutivo resultando em baixo desempenho na reprodução. Em suínos machos jovens, a toxina causa feminização, porém estas alterações, aparentemente, não levam a efeitos sobre a capacidade reprodutiva, quando adulto.
  • 54. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Zearalenona
  • 55. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Tricotecenos Produzidos principalmente por fungos do gênero Fusarium como F. graminearum e F. tricinctum A ocorrência de tricotecenos é significativa em culturas de inverno, como trigo, cevada, aveia, arroz e centeio Os tricotecenos atuam inibindo a enzima peptiltransferase, desta forma diminuindo a síntese protéica, o que afeta principalmente células em divisão ativa, como as do trato gastrintestinal, pele e células linfóides, eritróides e órgãos vitais. Os tricotecenos são imunossupressores e também são associados a hemorragias
  • 56. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS Tricotecenos
  • 57. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS CONTROLE NA MICROFLORA DE GRÃOS Os métodos para evitar a ação da microflora consistem em manter a umidade, temperatura e taxa de oxigênio desfavoráveis para o seu desenvolvimento. A secagem dos grãos, aos níveis de umidade que impedem o desenvolvimento da microflora, é a operação mais prática e de maior segurança.
  • 58. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS CONTROLE NA MICROFLORA DE GRÃOS Devem ser observados os seguintes cuidados: A secagem deve ser processada logo após a colheita; Na secagem natural, quando processada durante um período muito longo, os grãos apresentam um umidade elevada favorecendo o desenvolvimento de fungos; Na secagem mecânica, altas temperaturas podem causar trincamento de grãos, imperceptível a olho nu, propiciando condições favoráveis ao seu ataque.
  • 59. UFV/CRP – MICROFLORA DOS GRÃOS ARMAZENADOS CONTROLE NA MICROFLORA DE GRÃOS Saber que, não é suficiente carregar um silo com grãos que apresentem umidade que impeça o desenvolvimento de fungos, mas, é necessário, manter a umidade considerada segura em toda massa de grãos, durante o período de armazenamento. Se tivermos temperaturas diferentes na massa, teremos migração de umidade e, por conseqüência, o crescimento de fungos. O controle da microflora dos grãos armazenados é feita, principalmente, pela aeração dos grãos secos a níveis desfavoráveis ao desenvolvimento dos fungos.