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MANUAL DA
ATIVIDADE APÍCOLA
BELO HORIZONTE
EMATER-MG
JUNHO DE 2020
ATIVIDADE APÍCOLA
FICHA TÉCNICA
Série Ciências Agrárias
Tema Zootecnia
Área Apicultura
AUTORES:
Méd. veterinário
Dirceu Alves Ferreira
Departamento Técnico
Eng. agrônoma
Márcia Portugal Santana
Departamento Técnico
Zootecnista
Luiz Fernando Chaves Mendes
Unidade Regional de Montes Claros
REVISÃO:
Lizete Dias
Ruth Navarro
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO:
Cezar Hemetrio
EMATER MINAS GERAIS
Av. Raja Gabáglia, 1626. Gutierrez
Belo Horizonte, MG.
www.emater.mg.gov.br
SUMÁRIO
1 – ABELHA ............................................................................................................................... 8
2 – A ABELHA RAINHA ........................................................................................................... 8
3 – AS ABELHAS OPERÁRIAS................................................................................................. 8
4 – OS ZANGÕES.......................................................................................................................9
5 – AS COLMEIAS.......................................................................................................................9
6 – OS PRODUTOS DAS ABELHAS.......................................................................................10
7 – FLORA APÍCOLA.................................................................................................................10
8 – LOCALIZAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE APIÁRIOS...........................................................10
9 – POVOAMENTO DO APIÁRIO ..........................................................................................11
10 – MANEJO DO APIÁRIO.....................................................................................................14
11 – MANEJO DO APIÁRIO PARA ALTA PRODUÇÃO..........................................................15
12 – PROBLEMAS MAIS FREQUENTES NAS COLMEIAS...................................................16
13 – COLHEITA DO MEL .........................................................................................................17
14 – PROCESSAMENTO E ENVASAMENTO.........................................................................17
A apicultura é uma atividade co-
nhecida há muitos séculos, com ori-
gens na Pré-história, tendo inúmeras
citações na Bíblia e em outros es-
critos. Desenhos em cavernas foram
descobertos na Espanha, datados de
6.000 a.C., e em pirâmides do Egito,
em 1.450 a.C., fazendo referências à
colheita do mel. Em uma biblioteca
da Alemanha existem documentos
sobre o uso do mel na alimentação
de crianças egípcias, em 1.600 a.C. Na
Grécia, em 558 a.C., foi instituída a pri-
meira legislação apícola. Os trabalhos
e estudos com a apicultura prossegui-
ram através dos séculos, tendo alcan-
çado um maior desenvolvimento nos
últimos 500 anos.
A atividade apícola é inteiramen-
te compatível com a preservação e
conservação da flora, da fauna, dos
rios e das nascentes, principalmente
porque esses elementos são essen-
ciais à produtividade e qualidade de
seus produtos.
Os produtos (mel, cera, pólen,
própolis, apitoxina e geleia real) ori-
ginários da atividade são importantes
fontes de alimento e renda para os
apicultores. Um novo segmento que
vem sendo explorado é a produção de
mel orgânico, produzido em condições
naturais, sem a utilização de produtos
químicos, como: adubos químicos,
agrotóxicos e quimioterápicos.
A exploração apícola contribui
diretamente para o aumento da pro-
dução e produtividade das explora-
ções agrícolas, pela polinização, em
alguns casos elevando a mais de 300
por cento a produção. Segundo estu-
diosos, a própria vida na Terra estaria
em risco, caso as abelhas desapare-
cessem. Além de contribuir para a
produção de alimentos na agricultu-
ra, a exploração apícola proporciona
também importante fonte de renda
ao produtor rural, pela produção de
mel, cera, pólen, própolis, apitoxina
e geleia real. O desenvolvimento da
atividade apícola está diretamente
vinculado a uma florada abundante,
à disponibilidade de água de qua-
lidade, ao mercado consumidor e a
pessoas interessadas e capazes de se
dedicarem a essa atividade de forma
empreendedora.
1 – ABELHA
As abelhas utilizadas na atividade
apícola são insetos pertencentes ao
Reino Animal, à classe Insecta, ordem
Hymenoptera, gênero Apis, espécie
mellifera. Vivem em sociedades muito
organizadas, nas quais cada indivíduo
tem sua atividade bem definida. As
operárias têm um trabalho a cumprir,
que está relacionado com sua idade
e necessidade da colônia. As colônias
correspondem a milhares de abelhas,
definidas em três categorias distintas:
rainha, operárias e zangões.
2 – A ABELHA RAINHA
Existe apenas uma abelha rainha
por colmeia. Seu tamanho é maior
que o das operárias, sua função é pôr
ovos e manter a unidade da colmeia,
por meio de seu cheiro característi-
co (feromônio). É a mãe de todas as
abelhas da colmeia. Por isso uma
colmeia sem sua presença está con-
denada à morte. Uma rainha leva de
15 a 16 dias para nascer. É criada em
uma célula maior que a das operá-
rias e dos zangões, chamada de rea-
leira. Alimenta-se de geleia real, que
é produzida pelas abelhas operárias
jovens.
Uma rainha jovem e de boa qua-
lidade pode pôr de 2.000 a 3.000 ovos
por dia. Normalmente vive de 1 a 5
anos, mas seu período de utilização
não deve passar de dois anos, quando
deve ser substituída por outra rainha
jovem.
3 – AS ABELHAS OPERÁRIAS
Uma colmeia forte tem em
torno de 60 mil abelhas operárias.
São do sexo feminino, porém não se
reproduzem. Levam 21 dias para nas-
cer e se alimentam de néctar, pólen
e água. Alguns fatores, como: a dis-
tância entre o apiário e a fonte de
alimento, a quantidade e qualidade
do alimento disponível e as condi-
ções climáticas locais, influenciam
seu período de vida útil, que pode
variar de 30 a 180 dias. São elas que
fazem todo o trabalho na colmeia.
Suas funções variam com a sua ida-
de. (Quadro 1)
No período adulto, a operária de-
sempenha as seguintes atividades:
Quadro 1 – Atividades das operárias em função de sua idade
Idade (dias) Atividades das operárias
2o
ao 3o
Fazem a limpeza dos favos e da colmeia, aquecendo os ovos e
as larvas. São as faxineiras da casa.
4o
ao 12o
Elaboram o alimento que fornecem às larvas, produzem a ge-
leia real e cuidam da criação de novas rainhas, sendo por isto
chamadas de abelhas nutrizes.
13o
ao 18o
Produzem a cera, constroem os favos e também são responsá-
veis pela criação de uma nova rainha, por meio da construção
da realeira.
19o
ao 20o
Prestam serviço “militar”, ficando de guarda no alvado, para
defender a colônia contra inimigos.
21o
ao 60o
Fazem serviço externo no campo para coleta de néctar, pólen,
própolis e água, para atender as necessidades da família.
4 – OS ZANGÕES
São do sexo masculino e levam
24 dias para nascer. Sua função é fe-
cundar as rainhas virgens. Vivem até
80 dias, quando há bastante alimento.
Na escassez de alimento são elimina-
dos das colmeias.
5 – AS COLMEIAS
São colônias constituídas de mi-
lhares de abelhas, que vivem harmo-
nicamente, com funções bem defini-
das. (Quadro 2)
Quadro 2 – Distribuição da popu-
lação de uma colmeia
Distribuição
populacional
Quantidade
Rainha 01
Abelhas
operárias
40 a 60 mil
Zangões 0 a 400
6 – OS PRODUTOS DAS ABE-
LHAS
Dentre os produtos, o que se des-
taca mais é o mel. No entanto, a pró-
polis, a geleia real, a cera, o pólen e a
apitoxina são produtos que podem ser
explorados pelo apicultor. Apicultores
têm-se dedicado também à produção
de rainhas e venda de enxames.
7 – FLORA APÍCOLA
As abelhas alimentam-se de néc-
tar e pólen. Ambos são encontrados
nas flores, mas não são todas as flores
que são visitadas pelas abelhas. Algu-
mas flores têm uma forma não adap-
tada ao recolhimento desses alimen-
tos pelas abelhas. Outras têm néctar
com baixa concentração de açúcar. A
cor das flores também influi; as flores
vermelhas não são atrativas para as
abelhas.
A melhor pastagem apícola é
constituída de campos “sujos” e ma-
tas naturais, obtendo-se daí um mel
proveniente de diversas floradas.
Inúmeras são as plantas naturais,
consideradas como fontes excelentes
de néctar e pólen, entre elas se des-
tacam: assa-peixe, erva-canudo, ale-
crins, arranha-gato, leiteiras, camará,
fedegoso, macaé, gervão, malícia, car-
quejas, arnicas, dente-de-leão, mal-
vas, hortelã, etc.
Outro potencial da flora apícola
são as grandes áreas de refloresta-
mentos existentes, cultivadas com
diversas espécies de eucaliptos, os
quais, até há pouco tempo, eram su-
butilizados e passaram a despertar
o interesse dos apicultores, inclusive
de outros estados, que migraram para
Minas Gerais.
8 – LOCALIZAÇÃO E IM-
PLANTAÇÃO DE APIÁRIOS
Local do apiário
A escolha do local para a insta-
lação do apiário é muito importante.
O local tem que ser seco, arejado, en-
solarado e protegido dos ventos frios.
Deve ter água limpa, o mais próximo
possível das colmeias. As colmeias
não devem estar perto de casas ou
criações, mantendo-se uma distância
mínima de 300 m.
Em um raio de 1,5 km, deverá ha-
ver plantas melíferas. Quanto mais
alimento as abelhas tiverem, mais
mel produzirão. O local deve ter fácil
acesso, para facilitar o transporte de
colmeias, o manejo e as colheitas.
b) Preparo do local
O local deve ser preparado, pro-
cedendo-se ao raleamento das ár-
vores, se necessário, roçado, limpo e
cercado. O objetivo dessas medidas
é facilitar o manejo do apiário, bem
como evitar fogo, ataque de pragas e
invasão de animais.
c) Materiais apícolas
O material necessário para se
desenvolver a apicultura pode ser
fabricado, em sua maior parte, pelo
próprio apicultor, mas também pode
ser encontrado em várias casas espe-
cializadas no assunto.
• Vestimenta do apicultor
Para trabalhar com segurança, o
apicultor precisa estar bem protegido.
A vestimenta deve ser macacão, más-
cara, luvas e botas (brancas).
• Colmeias
Entre os vários modelos de col-
meias conhecidas, a mais usada é a
Langstroth (nome dado em home-
nagem ao seu idealizador), também
conhecida como colmeia Racional,
Standart ou Americana. É de grande
importância a padronização das col-
meias, para evitar problemas de ma-
nejo.
• Outros equipamentos apícolas
O fumegador, formão, caneco sol-
dador, esticador de arame, garfo de-
soperculador, incrustador de cera elé-
trico ou carretilha, derretedor de cera
a vapor, a tela excluidora de ninho e
gaiola para introdução de rainha são
importantes para facilitar o manejo.
d) Distância entre as colmeias
Devido à predominância de abe-
lhas mais agressivas, recomenda-se
uma distância mínima de 2 metros
entre as colmeias do apiário.
e) Número de colmeias
Recomenda-se um número má-
ximo de 30 colmeias por apiário, po-
dendo-se variar, conforme a ocorrên-
cia de pastagem apícola.
f) Posição da colmeia
As caixas deverão ser instaladas
a uma altura de 40 a 60 cm do solo. A
entrada das abelhas deverá ser volta-
da para o nascer do Sol, estimulando
as abelhas para o trabalho cedo, mas
deverão estar preferivelmente em
sentido contrário às principais cor-
rentes de vento frio.
As colmeias devem ter uma leve
inclinação para frente, para evitar o
acúmulo de água da chuva no seu in-
terior, e cobertas com telha de amian-
to ou outro material.
9 – POVOAMENTO DO APIÁ-
RIO
O povoamento dos apiários pode
ser feito de diversas maneiras. As mais
usadas são a multiplicação de enxa-
mes, também chamada de divisão de
enxames, a compra de enxames e a
captura de enxames localizados.
Multiplicação ou divisão de enxames
É uma técnica na qual, a partir de
um enxame já existente, com boa pro-
dução, faz-se a divisão em dois en-
xames, transferindo-se em torno de
cinco quadros com ovos, crias novas e
crias operculadas para uma nova col-
meia. A partir daí as operárias darão
início a um novo enxame, estimulan-
do o nascimento de uma rainha no
enxame recém-formado. Esta técnica
deve ser utilizada, de preferência, nas
épocas de boas floradas, garantindo
alimento para as duas colmeias.
Captura de enxames
Conhecer a prática de captura
de enxame é um ponto de partida
para iniciar a atividade apícola. Para
povoar um apiário, é preciso coletar
abelhas em abrigos naturais, como:
cupinzeiros, ocos de pau, telhados de
casa, entre outros, ou enxames voa-
dores.
1. Enxames localizados
A captura de enxames localiza-
dos obedece a um roteiro fácil de ser
compreendido e realizado:
O apicultor aproxima-se do lugar
onde o enxame encontra-se localiza-
do, vestido com macacão, máscara,
luvas e botas e carregando todo o
material necessário para a captura,
tais como: fumigador, com material
de combustão, colmeia, com quadros
contendo arames, enxadão, barbante
e faca. ( Figura 1)
Figura 1 – Vestimenta e equipamentos
O apicultor, com fumigador, aplica
fumaça no orifício de entrada e saída
das abelhas, do local onde o enxame
encontra-se alojado, para deixá-las
menos defensivas. (Figura 2)
Figura 2 – Manejo inicial do fumigador
O apicultor começa a destruir o
local onde as abelhas encontram-se
alojadas, lateralmente à entrada prin-
cipal das abelhas, de tal forma que os
favos de cria e mel sejam vistos. (Fi-
gura 3)
Destruído parcialmente o local, o
apicultor corta os favos e os amarra
nos quadros na mesma posição ver-
tical em que se encontravam. Deve-se
passar o máximo de abelhas para a
nova colmeia e principalmente a rai-
nha, para garantir a permanência do
enxame. (Figura 4)
No dia seguinte, quando as abe-
lhas já se adaptaram à nova colmeia,
ao cair da noite, os apicultores fe-
cham o alvado da colmeia, substituem
a tampa por uma tela para aeração e
deslocam a colmeia para seu apiário.
(Figura 6)
Figura 4 – Transferência dos favos de cria
e mel
Após a destruição total do local
de alojamento das abelhas, o apicul-
tor coloca a colmeia no lugar onde o
enxame se encontrava antes, para que
as abelhas campeiras entrem na sua
nova casa. (Figura 5)
Figura 5 – Destruição do cupinzeiro
Figura 6 – Transporte da colmeia para o
apiário
Se a distância da captura ao api-
ário for maior que 2 quilômetros, as
abelhas poderão ser liberadas no ou-
tro dia cedo; se a distância for menor,
as abelhas deverão ficar presas pelo
menos durante um dia, mesmo assim,
algumas campeiras poderão retornar
ao local de original.
2. Enxames não localizados
Quando os enxames não estão
localizados, a sua captura é bem mais
fácil. Isso ocorre quando as abelhas
abandonaram seus antigos locais de
alojamento à procura de novos luga-
res para se instalarem. Normalmente
as abelhas, antes de partirem, en-
chem o papo de mel e, nesse caso, fi-
cam bem menos agressivas, facilitan-
do ao apicultor capturá-las.
De vez em quando, as abelhas
param de voar e pousam, provisoria-
mente, formando um bolo de abelhas
em um galho de uma árvore ou na
ponta de um telhado de uma casa.
O bolo de abelhas aí permanece, até
que um grupo de abelhas campeiras
que saem voando à procura de um lu-
gar definitivo volte.
Quando o apicultor encontrar
essa situação, deve se equipar com
o material apícola e, usando fumaça,
colocar o bolo de abelhas dentro do
núcleo ou do ninho da colmeia.
O apicultor também pode instalar
caixas iscas para capturar enxames
nos principais períodos de enxamea-
gem da região. Essas caixas iscas con-
sistem de uma caixa de papelão ou
madeira, com capacidade para 4 a 5
quadros, com arame esticado e uma
pequena fita de cera. As caixas são
penduradas por arame em árvores,
cerca de 3 a 4 metros do solo.
10 – MANEJO DO APIÁRIO
O manejo correto do apiário é um
requisito importante para o sucesso
da atividade apícola. Dele depende-
rão os bons resultados do trabalho,
com relação à quantidade e à quali-
dade do produto final.
Alguns procedimentos básicos
devem ser adotados pelo apicultor,
como:
• Nunca se deve trabalhar na frente
de colmeias e, sim, por trás ou de
lado.
• Preferencialmente se deve
trabalhar com abelhas no período
em que a maior parte delas estiver
no campo.
• Sempre que trabalhar com as
colmeias, use a roupa de apicultor.
• Nunca vestir roupas escuras, pois
irritam as abelhas.
• Não utilizar fumaça em excesso.
• Não trabalhar em dia de chuva.
• Nunca ficar tempo demasiado
trabalhando em uma colmeia, salvo
quando da extração de mel.
• Nunca usar no fumigador material
tóxico, tais como: óleo, querosene,
bucha com graxa, fumo, etc.
1. Revisões das colmeias
As revisões devem ser feitas pe-
riodicamente, concentrando-se em
épocas de floradas. Essas revisões
têm os objetivos de:
• Avaliar a capacidade de postura da
rainha.
• Substituir os quadros velhos e
deformados por novos com cera
alveolada.
• Diminuir os favos zanganeiros.
• Identificar e controlar pragas e
doenças.
• Avaliar a reserva de alimentos e
a necessidade de alimentação
suplementar.
2. Controle da enxameação
Para controlar a enxameação, as
seguintes medidas devem ser toma-
das:
Não deixar faltar espaço no in-
terior da colmeia, principalmente em
época de florada, substituindo os fa-
vos do ninho (velhos ou repletos de
alimentos e as melgueiras lotadas de
mel) por quantos forem necessários.
Controlar a idade da rainha,
substituindo-a, de acordo com a
avaliação de postura (ovos, larvas e
pupas).
3. Substituição de rainhas
Na substituição, podem-se utili-
zar rainhas geneticamente melhora-
das, compradas de produtores e em
centros de pesquisa ou utilizar as
abelhas existentes na região, procu-
rando selecionar as rainhas das col-
meias que apresentem características
desejáveis, tais como:
• alta produção;
• pouca agressividade;
• resistência às doenças;
• pouca tendência à enxameação e
migração, etc.
4. Limpeza do apiário
Manter sempre o apiário limpo,
para evitar o fogo e ataque de preda-
dores.
11. MANEJO DO APIÁRIO
PARA ALTA PRODUÇÃO
Minas Gerais tem um alto potencial
para produção apícola. Entre os fatores
que favorecem a produção apícola no
Estado, podemos citar a existência de
floradas durante todo o ano, por meio
de matas nativas e florestas plantadas;
o clima favorável à produção em todos
os municípios do Estado; a ampla ve-
getação silvestre, com grande potencial
para produção de mel orgânico, e o ex-
celente mercado consumidor.
No entanto, a produtividade dos
enxames, no Estado, é baixa, confor-
me levantamentos do SAFRA PECUÁ-
RIO da Emater–MG, estando em torno
de dezessete quilos por colmeia por
ano. Entre os fatores que levam à bai-
xa produtividade, podemos citar: a ca-
rência de mão de obra especializada; a
irregularidade da oferta dos produtos
apícolas; a desorganização da cadeia
produtiva da atividade; o pequeno nú-
mero de unidades de beneficiamento,
principalmente de mel e própolis; o
baixo investimento em agregação de
valor e diversificação dos produtos
apícolas; o baixo investimento na qua-
lidade e apresentação dos produtos e
o marketing desestruturado.
Alguns fatores são essenciais
para que se alcance uma alta produ-
ção por colmeias nos apiários. Dentre
eles podemos citar:
• Uso de colmeias padronizadas,
permitindo o manejo adequado das
colmeias, pelas revisões periódicas
dos enxames, a substituição de
quadros velhos por novos com
cera alveolada e a coleta do mel
à parcelada nas melgueiras, à
medida que amadurecem.
• Instalação do apiário em locais
corretos de fácil acesso, florada
abundante, água nas proximidades.
Devem-se evitar correntes de
ventos. Os locais devem ser
sombreados. O número de colmeias
por apiário é definido em função
do potencial de flora apícola e das
condições climáticas.
• Devem-seusarsemprerainhasjovens,
com maior fertilidade, o que levará
a uma maior população de abelhas
nos enxames e, consequentemente,
maior produção, menor tendência à
enxameação, a um maior percentual
de colmeias produtivas, a uma maior
uniformidade dos enxames e a um
melhor aproveitamento das floradas.
• Manutenção de enxames fortes com
a troca de rainhas periodicamente
por seleção natural ou compra de
rainhasgeneticamentemelhoradas,
alimentação energética e proteica
nos períodos de escassez de
alimento na natureza.
• Substituição de quadros
velhos, o que possibilita maior
produtividade, facilita a postura
da rainha (alvéolos maiores),
possibilita o nascimento de
abelhas maiores, mais fortes e
mais produtivas e diminui o ataque
de traças ao enxame.
• Redução do número de quadros nas
melgueiras, com a utilização de 9
quadros, possibilitando a economia
de em torno de dez por cento em
quadroseceraalveolada,emtornode
dez por cento de redução de quadros
na centrifugação e o aumento de
oito por cento no armazenamento
de mel por melgueira.
• Gestão da atividade pelo uso de
fichas de anotação ou software
de gestão das informações dos
enxames e apiários e uso de fichas
de levantamento de floradas.
12 – PROBLEMAS MAIS FRE-
QUENTES NAS COLMEIAS
1. Formigas
As formigas atacam de preferên-
cia enxames fracos. Para impedir que
elas subam até a colmeia, use supor-
tes que tenham dispositivos (latas
com óleo ou graxa) de proteção con-
tra a formiga.
2.Traças
Enxames fracos são mais facil-
mente atacados. Normalmente, quan-
do existem espaços vazios, onde as
abelhas não circulam e não fazem
limpeza, a colmeia fica mais susceptí-
vel ao ataque da traça.
3. Podridão-da-cria
É uma doença que mata as larvas
das abelhas. Normalmente observa-
-se a presença de larvas mortas den-
tro das células, consequentemente,
existe um pequeno número de favos
com cria fechada.
4. Varroase
É a morte das abelhas causada
por um ácaro. É tipo um piolho ver-
melho que gruda no corpo das abe-
lhas e chupa seu sangue. Este ácaro
põe seus ovos junto das abelhas e se
alimenta das larvas delas.
5. Envenenamento
Pode ocorrer por águas contami-
nadas ou por néctar e pólen de cultu-
ras pulverizadas com agrotóxicos. Se
o veneno for muito tóxico, a abelha
morre fora da colmeia. Caso contrário,
as abelhas podem retornar à colmeia,
levando alimentos contaminados,
matando, assim, toda a família.
13 – COLHEITA DO MEL
Visando a melhoria da qualida-
de, o mel deve ser colhido quando
os favos estiverem com um mínimo
de 80% de operculação, no período
seco, e de 90%, no período chuvoso.
Nas operações de colheita, armazena-
mento e acondicionamento do produ-
to, deve-se atentar para as condições
adequadas de higiene.
A operação de extração do mel
deve ser realizada com equipamento
apropriado, como: garfo desopercula-
dor, mesa desoperculadora, decanta-
dor e centrífuga. Esses equipamentos
deverão ser de aço inoxidável e de
boa qualidade.
O mel, por ser muito higroscópi-
co, poderá absorver água durante a
extração, prejudicando a sua qualida-
de e facilitando a fermentação. Por-
tanto evite centrifugar o mel em dias
ou locais muito úmidos.
14 – PROCESSAMENTO E
ENVASAMENTO
Condições mínimas são necessá-
rias para a implantação de um estabe-
lecimento destinado à manipulação
e industrialização de mel e produtos
apícolas. Considerando a necessidade
de se padronizarem os processos de
elaboração dos produtos de origem
animal, o Ministério da Agricultura e
do Abastecimento regulamentou as
normas técnicas para fixação de iden-
tidade e qualidade do mel.
O apicultor não pode deixar de se
preocupar com cada detalhe no pro-
cessamento, devendo estar atento a
todos os itens de higiene. A qualidade
do mel está no cuidado que o apicul-
tor terá da colheita ao envazamento.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
DEOTTI FILHO, A. Apiterapia e Apiprofilaxia. Juiz de Fora-MG. In: 3o Seminário
Brasileiro de Apiterapia e Apiprofilaxia. 1.996.
EMBRATER. Sistema de produção para abelhas. Bambuí-MG. Boletim No 233.
Setembro/1.980.20p.
EMPAER-MT. Apicultura. Cuiabá-MT. Diretrizes Técnicas, No 04. 1.995. 31p.
INFORME AGROPECUÁRIO. Criação de abelhas: alternativas para aumento da
produção agrícola. Belo Horizonte-MG. Ano 9 - No 106. Outubro/1.983.. 96p
MARTINHO, M. R. Apicultura 1. Viçosa – MG. Informe Técnico, Ano 04/Setembro/
No 35 – UFV. 1.983. 15p. MESSAGE, D
MENDES, L. F. C. Apicultura. Montes Claros – MG. Informe técnico – EMATER-MG.
1.999. 3p
MITZI, B. Comunidades antrópicas como fontes de néctar e pólen. Belo Hori-
zonte
M.G. EPAMIG – Documento 25. 1.985. 32p.
SURITA, R. Criando Abelhas. Rio de Janeiro, Projeto T.A./FASE. 1.987. 88p.
WIESE,H.; MARQUES, A. N.; MEYER, C. R. e PUTTKAMMER,E. A Nova Apicultura.
Porto Alegre – RS. 8o ed. 1.987. 493p.
WIESE,H.. Apicultura. 2 ed. Brasília – DF. EMBRATER. 1.986. 72p.
MARCUCCI, M.C. Apiterapia. XIV Congresso Brasileiro de Apicultura 2002. Anais...
Campo Grande-MS. 136-140p.
COSTA, P. S. C. Principais doenças de abelha. XIV Congresso Brasileiro de Apicul-
tura 2002. Anais... Campo Grande-MS. 257-263p.
*Os desenhos foram reproduzidos do Informe Técnico, No 35 – Apicultura 1.
Conselho de Extensão da UFV.
CIÊNCIAS AGRÁRIAS

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  • 2.
  • 3. BELO HORIZONTE EMATER-MG JUNHO DE 2020 ATIVIDADE APÍCOLA
  • 4. FICHA TÉCNICA Série Ciências Agrárias Tema Zootecnia Área Apicultura AUTORES: Méd. veterinário Dirceu Alves Ferreira Departamento Técnico Eng. agrônoma Márcia Portugal Santana Departamento Técnico Zootecnista Luiz Fernando Chaves Mendes Unidade Regional de Montes Claros REVISÃO: Lizete Dias Ruth Navarro PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Cezar Hemetrio EMATER MINAS GERAIS Av. Raja Gabáglia, 1626. Gutierrez Belo Horizonte, MG. www.emater.mg.gov.br
  • 5. SUMÁRIO 1 – ABELHA ............................................................................................................................... 8 2 – A ABELHA RAINHA ........................................................................................................... 8 3 – AS ABELHAS OPERÁRIAS................................................................................................. 8 4 – OS ZANGÕES.......................................................................................................................9 5 – AS COLMEIAS.......................................................................................................................9 6 – OS PRODUTOS DAS ABELHAS.......................................................................................10 7 – FLORA APÍCOLA.................................................................................................................10 8 – LOCALIZAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE APIÁRIOS...........................................................10 9 – POVOAMENTO DO APIÁRIO ..........................................................................................11 10 – MANEJO DO APIÁRIO.....................................................................................................14 11 – MANEJO DO APIÁRIO PARA ALTA PRODUÇÃO..........................................................15 12 – PROBLEMAS MAIS FREQUENTES NAS COLMEIAS...................................................16 13 – COLHEITA DO MEL .........................................................................................................17 14 – PROCESSAMENTO E ENVASAMENTO.........................................................................17
  • 6.
  • 7. A apicultura é uma atividade co- nhecida há muitos séculos, com ori- gens na Pré-história, tendo inúmeras citações na Bíblia e em outros es- critos. Desenhos em cavernas foram descobertos na Espanha, datados de 6.000 a.C., e em pirâmides do Egito, em 1.450 a.C., fazendo referências à colheita do mel. Em uma biblioteca da Alemanha existem documentos sobre o uso do mel na alimentação de crianças egípcias, em 1.600 a.C. Na Grécia, em 558 a.C., foi instituída a pri- meira legislação apícola. Os trabalhos e estudos com a apicultura prossegui- ram através dos séculos, tendo alcan- çado um maior desenvolvimento nos últimos 500 anos. A atividade apícola é inteiramen- te compatível com a preservação e conservação da flora, da fauna, dos rios e das nascentes, principalmente porque esses elementos são essen- ciais à produtividade e qualidade de seus produtos. Os produtos (mel, cera, pólen, própolis, apitoxina e geleia real) ori- ginários da atividade são importantes fontes de alimento e renda para os apicultores. Um novo segmento que vem sendo explorado é a produção de mel orgânico, produzido em condições naturais, sem a utilização de produtos químicos, como: adubos químicos, agrotóxicos e quimioterápicos. A exploração apícola contribui diretamente para o aumento da pro- dução e produtividade das explora- ções agrícolas, pela polinização, em alguns casos elevando a mais de 300 por cento a produção. Segundo estu- diosos, a própria vida na Terra estaria em risco, caso as abelhas desapare- cessem. Além de contribuir para a produção de alimentos na agricultu- ra, a exploração apícola proporciona também importante fonte de renda ao produtor rural, pela produção de mel, cera, pólen, própolis, apitoxina e geleia real. O desenvolvimento da atividade apícola está diretamente vinculado a uma florada abundante, à disponibilidade de água de qua- lidade, ao mercado consumidor e a pessoas interessadas e capazes de se dedicarem a essa atividade de forma empreendedora.
  • 8. 1 – ABELHA As abelhas utilizadas na atividade apícola são insetos pertencentes ao Reino Animal, à classe Insecta, ordem Hymenoptera, gênero Apis, espécie mellifera. Vivem em sociedades muito organizadas, nas quais cada indivíduo tem sua atividade bem definida. As operárias têm um trabalho a cumprir, que está relacionado com sua idade e necessidade da colônia. As colônias correspondem a milhares de abelhas, definidas em três categorias distintas: rainha, operárias e zangões. 2 – A ABELHA RAINHA Existe apenas uma abelha rainha por colmeia. Seu tamanho é maior que o das operárias, sua função é pôr ovos e manter a unidade da colmeia, por meio de seu cheiro característi- co (feromônio). É a mãe de todas as abelhas da colmeia. Por isso uma colmeia sem sua presença está con- denada à morte. Uma rainha leva de 15 a 16 dias para nascer. É criada em uma célula maior que a das operá- rias e dos zangões, chamada de rea- leira. Alimenta-se de geleia real, que é produzida pelas abelhas operárias jovens. Uma rainha jovem e de boa qua- lidade pode pôr de 2.000 a 3.000 ovos por dia. Normalmente vive de 1 a 5 anos, mas seu período de utilização não deve passar de dois anos, quando deve ser substituída por outra rainha jovem. 3 – AS ABELHAS OPERÁRIAS Uma colmeia forte tem em torno de 60 mil abelhas operárias. São do sexo feminino, porém não se reproduzem. Levam 21 dias para nas- cer e se alimentam de néctar, pólen e água. Alguns fatores, como: a dis- tância entre o apiário e a fonte de alimento, a quantidade e qualidade do alimento disponível e as condi- ções climáticas locais, influenciam seu período de vida útil, que pode variar de 30 a 180 dias. São elas que fazem todo o trabalho na colmeia. Suas funções variam com a sua ida- de. (Quadro 1) No período adulto, a operária de- sempenha as seguintes atividades:
  • 9. Quadro 1 – Atividades das operárias em função de sua idade Idade (dias) Atividades das operárias 2o ao 3o Fazem a limpeza dos favos e da colmeia, aquecendo os ovos e as larvas. São as faxineiras da casa. 4o ao 12o Elaboram o alimento que fornecem às larvas, produzem a ge- leia real e cuidam da criação de novas rainhas, sendo por isto chamadas de abelhas nutrizes. 13o ao 18o Produzem a cera, constroem os favos e também são responsá- veis pela criação de uma nova rainha, por meio da construção da realeira. 19o ao 20o Prestam serviço “militar”, ficando de guarda no alvado, para defender a colônia contra inimigos. 21o ao 60o Fazem serviço externo no campo para coleta de néctar, pólen, própolis e água, para atender as necessidades da família. 4 – OS ZANGÕES São do sexo masculino e levam 24 dias para nascer. Sua função é fe- cundar as rainhas virgens. Vivem até 80 dias, quando há bastante alimento. Na escassez de alimento são elimina- dos das colmeias. 5 – AS COLMEIAS São colônias constituídas de mi- lhares de abelhas, que vivem harmo- nicamente, com funções bem defini- das. (Quadro 2) Quadro 2 – Distribuição da popu- lação de uma colmeia Distribuição populacional Quantidade Rainha 01 Abelhas operárias 40 a 60 mil Zangões 0 a 400
  • 10. 6 – OS PRODUTOS DAS ABE- LHAS Dentre os produtos, o que se des- taca mais é o mel. No entanto, a pró- polis, a geleia real, a cera, o pólen e a apitoxina são produtos que podem ser explorados pelo apicultor. Apicultores têm-se dedicado também à produção de rainhas e venda de enxames. 7 – FLORA APÍCOLA As abelhas alimentam-se de néc- tar e pólen. Ambos são encontrados nas flores, mas não são todas as flores que são visitadas pelas abelhas. Algu- mas flores têm uma forma não adap- tada ao recolhimento desses alimen- tos pelas abelhas. Outras têm néctar com baixa concentração de açúcar. A cor das flores também influi; as flores vermelhas não são atrativas para as abelhas. A melhor pastagem apícola é constituída de campos “sujos” e ma- tas naturais, obtendo-se daí um mel proveniente de diversas floradas. Inúmeras são as plantas naturais, consideradas como fontes excelentes de néctar e pólen, entre elas se des- tacam: assa-peixe, erva-canudo, ale- crins, arranha-gato, leiteiras, camará, fedegoso, macaé, gervão, malícia, car- quejas, arnicas, dente-de-leão, mal- vas, hortelã, etc. Outro potencial da flora apícola são as grandes áreas de refloresta- mentos existentes, cultivadas com diversas espécies de eucaliptos, os quais, até há pouco tempo, eram su- butilizados e passaram a despertar o interesse dos apicultores, inclusive de outros estados, que migraram para Minas Gerais. 8 – LOCALIZAÇÃO E IM- PLANTAÇÃO DE APIÁRIOS Local do apiário A escolha do local para a insta- lação do apiário é muito importante. O local tem que ser seco, arejado, en- solarado e protegido dos ventos frios. Deve ter água limpa, o mais próximo possível das colmeias. As colmeias não devem estar perto de casas ou criações, mantendo-se uma distância mínima de 300 m. Em um raio de 1,5 km, deverá ha- ver plantas melíferas. Quanto mais alimento as abelhas tiverem, mais mel produzirão. O local deve ter fácil acesso, para facilitar o transporte de colmeias, o manejo e as colheitas. b) Preparo do local O local deve ser preparado, pro- cedendo-se ao raleamento das ár- vores, se necessário, roçado, limpo e cercado. O objetivo dessas medidas é facilitar o manejo do apiário, bem
  • 11. como evitar fogo, ataque de pragas e invasão de animais. c) Materiais apícolas O material necessário para se desenvolver a apicultura pode ser fabricado, em sua maior parte, pelo próprio apicultor, mas também pode ser encontrado em várias casas espe- cializadas no assunto. • Vestimenta do apicultor Para trabalhar com segurança, o apicultor precisa estar bem protegido. A vestimenta deve ser macacão, más- cara, luvas e botas (brancas). • Colmeias Entre os vários modelos de col- meias conhecidas, a mais usada é a Langstroth (nome dado em home- nagem ao seu idealizador), também conhecida como colmeia Racional, Standart ou Americana. É de grande importância a padronização das col- meias, para evitar problemas de ma- nejo. • Outros equipamentos apícolas O fumegador, formão, caneco sol- dador, esticador de arame, garfo de- soperculador, incrustador de cera elé- trico ou carretilha, derretedor de cera a vapor, a tela excluidora de ninho e gaiola para introdução de rainha são importantes para facilitar o manejo. d) Distância entre as colmeias Devido à predominância de abe- lhas mais agressivas, recomenda-se uma distância mínima de 2 metros entre as colmeias do apiário. e) Número de colmeias Recomenda-se um número má- ximo de 30 colmeias por apiário, po- dendo-se variar, conforme a ocorrên- cia de pastagem apícola. f) Posição da colmeia As caixas deverão ser instaladas a uma altura de 40 a 60 cm do solo. A entrada das abelhas deverá ser volta- da para o nascer do Sol, estimulando as abelhas para o trabalho cedo, mas deverão estar preferivelmente em sentido contrário às principais cor- rentes de vento frio. As colmeias devem ter uma leve inclinação para frente, para evitar o acúmulo de água da chuva no seu in- terior, e cobertas com telha de amian- to ou outro material. 9 – POVOAMENTO DO APIÁ- RIO O povoamento dos apiários pode ser feito de diversas maneiras. As mais usadas são a multiplicação de enxa- mes, também chamada de divisão de enxames, a compra de enxames e a captura de enxames localizados.
  • 12. Multiplicação ou divisão de enxames É uma técnica na qual, a partir de um enxame já existente, com boa pro- dução, faz-se a divisão em dois en- xames, transferindo-se em torno de cinco quadros com ovos, crias novas e crias operculadas para uma nova col- meia. A partir daí as operárias darão início a um novo enxame, estimulan- do o nascimento de uma rainha no enxame recém-formado. Esta técnica deve ser utilizada, de preferência, nas épocas de boas floradas, garantindo alimento para as duas colmeias. Captura de enxames Conhecer a prática de captura de enxame é um ponto de partida para iniciar a atividade apícola. Para povoar um apiário, é preciso coletar abelhas em abrigos naturais, como: cupinzeiros, ocos de pau, telhados de casa, entre outros, ou enxames voa- dores. 1. Enxames localizados A captura de enxames localiza- dos obedece a um roteiro fácil de ser compreendido e realizado: O apicultor aproxima-se do lugar onde o enxame encontra-se localiza- do, vestido com macacão, máscara, luvas e botas e carregando todo o material necessário para a captura, tais como: fumigador, com material de combustão, colmeia, com quadros contendo arames, enxadão, barbante e faca. ( Figura 1) Figura 1 – Vestimenta e equipamentos O apicultor, com fumigador, aplica fumaça no orifício de entrada e saída das abelhas, do local onde o enxame encontra-se alojado, para deixá-las menos defensivas. (Figura 2) Figura 2 – Manejo inicial do fumigador O apicultor começa a destruir o local onde as abelhas encontram-se alojadas, lateralmente à entrada prin- cipal das abelhas, de tal forma que os favos de cria e mel sejam vistos. (Fi- gura 3)
  • 13. Destruído parcialmente o local, o apicultor corta os favos e os amarra nos quadros na mesma posição ver- tical em que se encontravam. Deve-se passar o máximo de abelhas para a nova colmeia e principalmente a rai- nha, para garantir a permanência do enxame. (Figura 4) No dia seguinte, quando as abe- lhas já se adaptaram à nova colmeia, ao cair da noite, os apicultores fe- cham o alvado da colmeia, substituem a tampa por uma tela para aeração e deslocam a colmeia para seu apiário. (Figura 6) Figura 4 – Transferência dos favos de cria e mel Após a destruição total do local de alojamento das abelhas, o apicul- tor coloca a colmeia no lugar onde o enxame se encontrava antes, para que as abelhas campeiras entrem na sua nova casa. (Figura 5) Figura 5 – Destruição do cupinzeiro Figura 6 – Transporte da colmeia para o apiário Se a distância da captura ao api- ário for maior que 2 quilômetros, as abelhas poderão ser liberadas no ou- tro dia cedo; se a distância for menor, as abelhas deverão ficar presas pelo menos durante um dia, mesmo assim, algumas campeiras poderão retornar ao local de original. 2. Enxames não localizados Quando os enxames não estão localizados, a sua captura é bem mais fácil. Isso ocorre quando as abelhas abandonaram seus antigos locais de alojamento à procura de novos luga- res para se instalarem. Normalmente as abelhas, antes de partirem, en- chem o papo de mel e, nesse caso, fi- cam bem menos agressivas, facilitan- do ao apicultor capturá-las.
  • 14. De vez em quando, as abelhas param de voar e pousam, provisoria- mente, formando um bolo de abelhas em um galho de uma árvore ou na ponta de um telhado de uma casa. O bolo de abelhas aí permanece, até que um grupo de abelhas campeiras que saem voando à procura de um lu- gar definitivo volte. Quando o apicultor encontrar essa situação, deve se equipar com o material apícola e, usando fumaça, colocar o bolo de abelhas dentro do núcleo ou do ninho da colmeia. O apicultor também pode instalar caixas iscas para capturar enxames nos principais períodos de enxamea- gem da região. Essas caixas iscas con- sistem de uma caixa de papelão ou madeira, com capacidade para 4 a 5 quadros, com arame esticado e uma pequena fita de cera. As caixas são penduradas por arame em árvores, cerca de 3 a 4 metros do solo. 10 – MANEJO DO APIÁRIO O manejo correto do apiário é um requisito importante para o sucesso da atividade apícola. Dele depende- rão os bons resultados do trabalho, com relação à quantidade e à quali- dade do produto final. Alguns procedimentos básicos devem ser adotados pelo apicultor, como: • Nunca se deve trabalhar na frente de colmeias e, sim, por trás ou de lado. • Preferencialmente se deve trabalhar com abelhas no período em que a maior parte delas estiver no campo. • Sempre que trabalhar com as colmeias, use a roupa de apicultor. • Nunca vestir roupas escuras, pois irritam as abelhas. • Não utilizar fumaça em excesso. • Não trabalhar em dia de chuva. • Nunca ficar tempo demasiado trabalhando em uma colmeia, salvo quando da extração de mel. • Nunca usar no fumigador material tóxico, tais como: óleo, querosene, bucha com graxa, fumo, etc. 1. Revisões das colmeias As revisões devem ser feitas pe- riodicamente, concentrando-se em épocas de floradas. Essas revisões têm os objetivos de: • Avaliar a capacidade de postura da rainha. • Substituir os quadros velhos e deformados por novos com cera alveolada. • Diminuir os favos zanganeiros. • Identificar e controlar pragas e doenças. • Avaliar a reserva de alimentos e a necessidade de alimentação suplementar.
  • 15. 2. Controle da enxameação Para controlar a enxameação, as seguintes medidas devem ser toma- das: Não deixar faltar espaço no in- terior da colmeia, principalmente em época de florada, substituindo os fa- vos do ninho (velhos ou repletos de alimentos e as melgueiras lotadas de mel) por quantos forem necessários. Controlar a idade da rainha, substituindo-a, de acordo com a avaliação de postura (ovos, larvas e pupas). 3. Substituição de rainhas Na substituição, podem-se utili- zar rainhas geneticamente melhora- das, compradas de produtores e em centros de pesquisa ou utilizar as abelhas existentes na região, procu- rando selecionar as rainhas das col- meias que apresentem características desejáveis, tais como: • alta produção; • pouca agressividade; • resistência às doenças; • pouca tendência à enxameação e migração, etc. 4. Limpeza do apiário Manter sempre o apiário limpo, para evitar o fogo e ataque de preda- dores. 11. MANEJO DO APIÁRIO PARA ALTA PRODUÇÃO Minas Gerais tem um alto potencial para produção apícola. Entre os fatores que favorecem a produção apícola no Estado, podemos citar a existência de floradas durante todo o ano, por meio de matas nativas e florestas plantadas; o clima favorável à produção em todos os municípios do Estado; a ampla ve- getação silvestre, com grande potencial para produção de mel orgânico, e o ex- celente mercado consumidor. No entanto, a produtividade dos enxames, no Estado, é baixa, confor- me levantamentos do SAFRA PECUÁ- RIO da Emater–MG, estando em torno de dezessete quilos por colmeia por ano. Entre os fatores que levam à bai- xa produtividade, podemos citar: a ca- rência de mão de obra especializada; a irregularidade da oferta dos produtos apícolas; a desorganização da cadeia produtiva da atividade; o pequeno nú- mero de unidades de beneficiamento, principalmente de mel e própolis; o baixo investimento em agregação de valor e diversificação dos produtos apícolas; o baixo investimento na qua- lidade e apresentação dos produtos e o marketing desestruturado. Alguns fatores são essenciais para que se alcance uma alta produ- ção por colmeias nos apiários. Dentre eles podemos citar:
  • 16. • Uso de colmeias padronizadas, permitindo o manejo adequado das colmeias, pelas revisões periódicas dos enxames, a substituição de quadros velhos por novos com cera alveolada e a coleta do mel à parcelada nas melgueiras, à medida que amadurecem. • Instalação do apiário em locais corretos de fácil acesso, florada abundante, água nas proximidades. Devem-se evitar correntes de ventos. Os locais devem ser sombreados. O número de colmeias por apiário é definido em função do potencial de flora apícola e das condições climáticas. • Devem-seusarsemprerainhasjovens, com maior fertilidade, o que levará a uma maior população de abelhas nos enxames e, consequentemente, maior produção, menor tendência à enxameação, a um maior percentual de colmeias produtivas, a uma maior uniformidade dos enxames e a um melhor aproveitamento das floradas. • Manutenção de enxames fortes com a troca de rainhas periodicamente por seleção natural ou compra de rainhasgeneticamentemelhoradas, alimentação energética e proteica nos períodos de escassez de alimento na natureza. • Substituição de quadros velhos, o que possibilita maior produtividade, facilita a postura da rainha (alvéolos maiores), possibilita o nascimento de abelhas maiores, mais fortes e mais produtivas e diminui o ataque de traças ao enxame. • Redução do número de quadros nas melgueiras, com a utilização de 9 quadros, possibilitando a economia de em torno de dez por cento em quadroseceraalveolada,emtornode dez por cento de redução de quadros na centrifugação e o aumento de oito por cento no armazenamento de mel por melgueira. • Gestão da atividade pelo uso de fichas de anotação ou software de gestão das informações dos enxames e apiários e uso de fichas de levantamento de floradas. 12 – PROBLEMAS MAIS FRE- QUENTES NAS COLMEIAS 1. Formigas As formigas atacam de preferên- cia enxames fracos. Para impedir que elas subam até a colmeia, use supor- tes que tenham dispositivos (latas com óleo ou graxa) de proteção con- tra a formiga. 2.Traças Enxames fracos são mais facil- mente atacados. Normalmente, quan- do existem espaços vazios, onde as abelhas não circulam e não fazem limpeza, a colmeia fica mais susceptí- vel ao ataque da traça.
  • 17. 3. Podridão-da-cria É uma doença que mata as larvas das abelhas. Normalmente observa- -se a presença de larvas mortas den- tro das células, consequentemente, existe um pequeno número de favos com cria fechada. 4. Varroase É a morte das abelhas causada por um ácaro. É tipo um piolho ver- melho que gruda no corpo das abe- lhas e chupa seu sangue. Este ácaro põe seus ovos junto das abelhas e se alimenta das larvas delas. 5. Envenenamento Pode ocorrer por águas contami- nadas ou por néctar e pólen de cultu- ras pulverizadas com agrotóxicos. Se o veneno for muito tóxico, a abelha morre fora da colmeia. Caso contrário, as abelhas podem retornar à colmeia, levando alimentos contaminados, matando, assim, toda a família. 13 – COLHEITA DO MEL Visando a melhoria da qualida- de, o mel deve ser colhido quando os favos estiverem com um mínimo de 80% de operculação, no período seco, e de 90%, no período chuvoso. Nas operações de colheita, armazena- mento e acondicionamento do produ- to, deve-se atentar para as condições adequadas de higiene. A operação de extração do mel deve ser realizada com equipamento apropriado, como: garfo desopercula- dor, mesa desoperculadora, decanta- dor e centrífuga. Esses equipamentos deverão ser de aço inoxidável e de boa qualidade. O mel, por ser muito higroscópi- co, poderá absorver água durante a extração, prejudicando a sua qualida- de e facilitando a fermentação. Por- tanto evite centrifugar o mel em dias ou locais muito úmidos. 14 – PROCESSAMENTO E ENVASAMENTO Condições mínimas são necessá- rias para a implantação de um estabe- lecimento destinado à manipulação e industrialização de mel e produtos apícolas. Considerando a necessidade de se padronizarem os processos de elaboração dos produtos de origem animal, o Ministério da Agricultura e do Abastecimento regulamentou as normas técnicas para fixação de iden- tidade e qualidade do mel. O apicultor não pode deixar de se preocupar com cada detalhe no pro- cessamento, devendo estar atento a todos os itens de higiene. A qualidade do mel está no cuidado que o apicul- tor terá da colheita ao envazamento.
  • 18. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA DEOTTI FILHO, A. Apiterapia e Apiprofilaxia. Juiz de Fora-MG. In: 3o Seminário Brasileiro de Apiterapia e Apiprofilaxia. 1.996. EMBRATER. Sistema de produção para abelhas. Bambuí-MG. Boletim No 233. Setembro/1.980.20p. EMPAER-MT. Apicultura. Cuiabá-MT. Diretrizes Técnicas, No 04. 1.995. 31p. INFORME AGROPECUÁRIO. Criação de abelhas: alternativas para aumento da produção agrícola. Belo Horizonte-MG. Ano 9 - No 106. Outubro/1.983.. 96p MARTINHO, M. R. Apicultura 1. Viçosa – MG. Informe Técnico, Ano 04/Setembro/ No 35 – UFV. 1.983. 15p. MESSAGE, D MENDES, L. F. C. Apicultura. Montes Claros – MG. Informe técnico – EMATER-MG. 1.999. 3p MITZI, B. Comunidades antrópicas como fontes de néctar e pólen. Belo Hori- zonte M.G. EPAMIG – Documento 25. 1.985. 32p. SURITA, R. Criando Abelhas. Rio de Janeiro, Projeto T.A./FASE. 1.987. 88p. WIESE,H.; MARQUES, A. N.; MEYER, C. R. e PUTTKAMMER,E. A Nova Apicultura. Porto Alegre – RS. 8o ed. 1.987. 493p. WIESE,H.. Apicultura. 2 ed. Brasília – DF. EMBRATER. 1.986. 72p. MARCUCCI, M.C. Apiterapia. XIV Congresso Brasileiro de Apicultura 2002. Anais... Campo Grande-MS. 136-140p. COSTA, P. S. C. Principais doenças de abelha. XIV Congresso Brasileiro de Apicul- tura 2002. Anais... Campo Grande-MS. 257-263p. *Os desenhos foram reproduzidos do Informe Técnico, No 35 – Apicultura 1. Conselho de Extensão da UFV.
  • 19.