Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 109-110
Consilio dos deuses
1. PORTUGUÊS – 9.º ANO
FICHA INFORMATIVA
INÍCIO DA NARRAÇÃO
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A narrativa inicia-se com a viagem marítima dos portugueses. Estes
encontravam-se já em pleno Oceano Índico (in medias res), os ventos
sopravam de feição e as naus iam cortando as ondas...
CONSÍLIO DOS DEUSES NO OLIMPO
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Os deuses reuniram-se no Olimpo para discutirem “as cousas
futuras do Oriente”. Atravessaram a Via Láctea, convocados,
da parte de Júpiter, pelo jovem Mercúrio.
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Os deuses que têm o governo dos sete céus reuniram-se todos, vindos
do Norte, do Sul, do Oriente e do Ocidente.
Mercúrio, deus Mensageiro
Júpiter, pai dos deuses
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O pai dos deuses, Júpiter, estava sentado num trono feito de
estrelas; a sua atitude era tão digna, sublime e o aspeto era tão alto,
severo e soberano que tornaria divino qualquer ser humano. A coroa
e o ceptro eram feitos de pedras mais brilhantes que o diamante.
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Os deuses estavam sentados, em cadeiras marchetadas de ouro e de
pérolas, de acordo com a sua hierarquia: primeiro os mais antigos e
honrados e depois os mais jovens, quando Júpiter começou a falar
com uma voz forte e firme.
2. 24
Júpiter começou por saudar os presentes e passou
seguidamente ao assunto, o “valor da forte gente de Luso”,
os Portugueses, dizendo que os Fados determinaram que a
sua fama faça esquecer a de antigos impérios: “De Assírios,
Persas, Gregos e Romanos”.
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Referiu-se ao passado glorioso dos Lusos mencionando as suas
vitórias contra os mouros, na reconquista cristã, e os castelhanos, na
luta pela manutenção da independência e paz com Castela,
salientando a desigualdade entre os exércitos.
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Recuando mais no tempo, salientou a resistência lusitana frente aos
romanos com Viriato e Sertório, que era romano e que acabou por
comandar batalhas contra os romanos.
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Alertou por fim os deuses para o presente dos Lusos:
estes desafiam o mar desconhecido em pequenas
embarcações “não temendo” a força dos ventos,
determinados em chegar à Índia.
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Os Fados (o destino) já determinaram que os
portugueses dominarão o Oceano Índico durante muito
tempo. Já suportaram “o duro Inverno” no mar e já
estão cansados por causa da longa viagem. Parece justo,
então, que cheguem à terra desejada.
Júpiter, pai dos deuses
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Júpiter termina o seu discurso enaltecendo a coragem
dos Portugueses que ultrapassaram todos os obstáculos (“Tantos climas e céus experimentados”,
tantos perigos e “ventos inimigos”) e por isto determina que sejam recebidos, como amigos, na
costa africana para que, depois de restabelecidos, possam seguir “sua longa rota” e chegarem
finalmente à Índia.
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Findo o discurso, os deuses pronunciaram-se ordenadamente
apresentando as suas ideias. Baco não concordava com Júpiter, porque
temia que os “seus feitos no Oriente” fossem esquecidos se os portugueses
lá chegassem.
Baco, deus do Vinho e da Folia
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Baco “tinha ouvido aos Fados que viria / uma gente fortíssima de
Espanha” (os Portugueses) e que dominaria toda a costa indiana,
fazendo esquecer qualquer fama anterior. Dói-lhe perder assim a
glória conquistada.
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Baco já dominou a Índia, foi admirado nessa região e cantado pelos
poetas. Receia agora cair no esquecimento se lá chegarem os
portugueses.
Baco, deus do Vinho e da Folia
Vénus, deusa do Amor e da Beleza
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Vénus não concordava com Baco, pois era muito afeiçoada “à
gente lusitana”, porque via nela as qualidades dos seus
amados romanos: a coragem guerreira contra os mouros e a
língua tão parecida com o latim.
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Além destas causas, Vénus sabia pelos Fados que iria ser celebrada onde quer que os
Portugueses chegassem. Então, um (Baco) com receio de perder a glória e outra (Vénus) com
desejo de a ganhar, entram em
discussão, defendendo a sua causa com o apoio de outros deuses.
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Gerou-se uma grande discussão entre os deuses. Como ventos
ciclónicos que na densa floresta
partem ramos, arrancam as folhas das
árvores, silvam e fazem estremecer
toda a montanha, assim era o tumulto
que se levantou entre os deuses, no
Olimpo.
Olimpo, morada dos deuses
Vénus e Marte
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Marte, que apoiava Vénus por causa de amores antigos ou
porque os Lusos mereciam a sua proteção pelas suas
qualidades guerreiras, levantou-se, atirando o escudo para trás
das costas, visivelmente irritado.
4. 37
Levantou um pouco a viseira do elmo, colocou-se em frente de Júpiter e bateu com o cabo da
lança no chão de tal forma que o céu tremeu e o próprio sol empalideceu de medo.
Marte, deus da Guerra
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E disse: “- Pai, a quem obedecem todas as criaturas, se não
queres que esta gente sofra afrontas, como já tinhas decidido,
não ouças por mais tempo as razões de quem é suspeito
(Baco).
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Se o medo não lhe turvasse o raciocínio, Baco deveria defender
os portugueses, que descendem de Luso, seu íntimo. Esqueça-
se o que ele disse, porque reage com inveja e nunca a inveja
triunfará sobre o que o Céu deseja.
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E tu, Pai de grande poder, não voltes atrás na decisão já tomada, “pois é fraqueza desistir-se da
cousa começada”. Manda, pois, Mercúrio mostrar aos Portugueses um porto seguro onde se
possa informar da Índia e recuperar as suas forças.”
Deuses no Olimpo
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Ouvido isto, Júpiter, inclinando cabeça, concordou com
Marte e espalhou néctar sobre os deuses, dando por
terminada a assembleia. E todos os deuses partiram a
caminho de suas moradas.
Vasco da Gama chega à Índia
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Enquanto isto se passava no Olimpo, os Portugueses navegavam
já no Oceano Índico entre a costa africana e a ilha de
Madagáscar. O sol estava muito quente e situava-se no signo de
peixes (entre 10 de Fevereiro e 11 de Março).